terça-feira, 15 de maio de 2012

Um deles, que se identifica como “doutor”, me acusa de querer “sensurar” a Internet


Blogs e Colunistas
Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
15/05/2012
às 20:23

Um deles, que se identifica como “doutor”, me acusa de querer “sensurar” a Internet

Vejam bem, minhas caras, meus caros: se um sujeito qualquer me envia um comentário sem exibir suas qualificações intelectuais ou profissionais, é evidente que não tenho como a elas me referir, já que não sou adivinho, não é? Nesse caso, ainda que o comentarista cometa um erro ou outro e coisa e tal, eu não posso contrastar esse erro com a sua alegada sapiência.
Mas ocorre, muitas vezes, de alguém se apresentar como faz um certo Sandro Márcio da S. Casser. Ele envia um comentário — na esperança de que seja publicado, suponho — e encerra  sua mensagem exibindo as suas credenciais: “Doutor em Ciencias da Computação.” As suas “ciências” não têm aquele delicado circunflexo no “e”, o tal chapuezinho, como diria Tia Jessyka, que, na verdade, era o Tio Waldecyr (ver post sobre a homofobia).
Ele se refere a uma reportagem publicada na VEJA desta semana que evidencia que os petralhas recorrem a robôs e perfis falsos para fraudar as redes sociais, especialmente o Twitter. Está revoltado com a revelação da verdade e decidiu atacar. Escreve-me, então:
Você faz parde de um tipo de imprensa partidária que nós, meros mortais, detestamos. Em um pais sério seu patrão estaria sendo processado, assim como na inglaterra. Esta tentativa de sensurar a internet não vai levar a nada… Ela é livre e continuará sendo, assim como a imprensa. Fakes existem dos dois lados, ou você não sabia?
Para você um pequeno recado:
SÓ SE ATIRA PEDRA EM ÁRVORE COM FRUTOS”
Sandro Márcio da S. Casser.
Doutor em Ciencias da Computação.
Não vou comentar a sintaxe troncha, não vou comentar o clichê, não vou nem mesmo comentar a palavra de ordem, que ele copiou de páginas organizadas por gangues na Internet. Nada disso! Meu ponto é outro.
Eu poderia, fosse um otimista incurável, pensar: “Imaginem! Esse cara está mentindo! Um doutor em qualquer coisa jamais escreveria ’sensurar’”. Mas eu sou um homem realista, sabem? Os dias estão pra isso mesmo. Eu acredito que Sandro Márcio fale a verdade. Eu acho que ele é realmente doutor e que realmente escreve “sensurar”.
É o que sempre digo: na marcha em que vamos, mais três gerações, a coluna da espécie já estará um pouco mais vergada, e as disputas começarão a ser travadas, aos guinchos, nas copas das árvores. Ainda não tenho claro se isso demonstrará uma falha na teoria de Darwin ou se será a prova final de seu acerto.
Convenham: é só a gente olhar à volta, ler o noticiário e ver quais são algumas figuras hoje influentes no país, e a constatação será inevitável: Sandro, com o seu “sensurar”, pode estar na matriz daquela involução porque é, afinal, o mais… apto, o mais adaptado ao meio! Com um pouco de carisma, ainda acaba ganhando uns dez títulos de Doutor Honoris Causa.
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 19:59

O canibal de instituições — Deem um copo de sangue para Collor; ele está com sede! Ou: Nunca se esqueçam disto: Collor não gosta da VEJA!

O senador Fernando Collor (PTB-AL) teve ontem um ataque de hidrofobia política contra a imprensa livre. Hoje, outro contra o procurador-geral da República (leia abaixo). Abandono o mundo da metáfora zoológica para entrar no da política. “Deem um copo de sangue a este canibal; ele está com sede”. Foi com esta frase que um girondino, nos embates da Revolução Francesa, premiou Marat, um dos porras-loucas da revolução. Chegava a estar à esquerda dos jacobinos. Editava um jornalzinho chamado “O Amigo do Povo” e, ora, ora, costumava fazer listas dos “inimigos do povo”. Pode ser considerado um precursor do fascismo, dos expurgos stalinistas, da revolução cultural chinesa, escolham aí o que a humanidade já produziu de ruim nessa área. Hoje, seria um patrono do JEG e da BESTA, apesar de ser considerado espantosamente inteligente. O destino não foi justo com ele como foi com Robespierre, que morreu na guilhotina a que recorreu tantas vezes para vencer um debate. Foi assassinado por Charlotte Corday quando estava numa banheira. A história desse vagabundo é fascinante. Mas não posso me perder nela. Volto a Collor.
O ex-presidente, o “impichado”, também está com sede. Hoje, quando ficou claro que a CPI não iria, porque nem poderia, estuprar a lei para convocar o procurador-geral da República, o homem estrilou, naquele seu estilo tão característico, empostado, como se a posteridade fosse registrar as suas tolices autoritárias: “Ele está com algum problema, que não quer enfrentar a CPI. Eu absolutamente não concordo com o requerimento aprovado”. Mal disfarça o intento: ele não quer eventuais esclarecimentos; comporta-se como o juiz do procurador-geral. E pretende ser também o juiz da imprensa — justo ele, sócio de empresas de comunicação em Alagoas. Para lembrar Bismarck, vai ver sabe como se fazem as salsichas por lá e imagina que todos ajam do mesmo modo…
Este senhor é patético. Tornou-se, na CPI, arauto de tudo o que é ruim. Quando o país esteve entregue a seus caprichos, pudemos ver do que ele é capaz. Instrumentalizado por uma banda do PT, em associação com a turma de José Dirceu, quer transformar a CPI num palco de vinganças, no mês que marca os 20 anos da entrevista de Pedro Collor, que está na raiz de sua deposição — publicada por VEJA — e os sete anos da reportagem sobre o pagamento de propina nos Correios, que está na raiz da crise do mensalão, também ela publicada por VEJA.
Ai, Ai… Que outra democracia do mundo teria alguém como este senhor no Senado, dada a sua história? Acho que nenhuma! Ele é a expressão de um atraso que não quer passar. Sua legitimidade não é menor do que a dos outros, não! Foi eleito pelo povo, segundo as regras. Que fique lá. Isso não significa, no entanto, que não se possa lamentar. Poderia, no entanto, ser uma voz das trevas, porém isolada, compatível com sua mediocridade arrogante. No entanto, o petismo o tirou das catacumbas para lhe conferir o papel de protagonista no achincalhe das instituições e da imprensa livre. Ele é útil.
Dizer o quê? Nunca se esqueçam disto: Collor acha a VEJA uma revista ruim. Fosse eu da área de publicidade, faria uma campanha nacional: “VEJA, a revista que o Collor detesta”. E os brasileiros escolheriam com que ficar, né?
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 19:12

CPI troca convocação de Gurgel por pedido de informações e marca nova data para depoimento de Cachoeira

Leiam o que informam Gabriel Castro e Laryssa Borges, na VEJA Online. Comento no próximo post.
A CPI do Cachoeira decidiu trocar os requerimentos de convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por um pedido de informações por escrito. A proposta conciliatória, aprovada nesta terça-feira, foi apresentada pelo relator da comissão, o deputado Odair Cunha (PT-MG).
A decisão evita a desgastante discussão sobre a convocação de Gurgel e de sua mulher, a subprocuradora Cláudia Sampaio, mas não impede que a CPI volte a solicitar o comparecimento da dupla no futuro. Eles são criticados pela paralisia da Operação Vegas, que ainda em 2009 flagrou a atuação da quadrilha de Carlinhos Cachoeira.
O requerimento aprovado pede informações a respeito de datas e das providências tomadas à época pelos representantes da Procuradoria-Geral da República. “Não estamos investigando em nenhum momento a conduta dos integrantes do Ministério Público Federal”, afirmou Odair Cunha (PDT-RS). “Estamos pedindo a colaboração do Ministério Público nessa investigação”. O procurador terá cinco dias para responder.
Debate
O senador Fernando Collor (PTB-AL), que queria a convocação, atacou Gurgel: “Ele está com algum problema, que não quer enfrentar a CPI. Eu absolutamente não concordo com o requerimento aprovado”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) também criticou Gurgel, mas defendeu que, antes de aprovar a convocação do procurador, a CPI aguarde a resposta ao pedido de informações. “A postura de Roberto Gurgel e Cláudia Sampaio foi desrespeitosa com os parlamentares e o Congresso”. Já o deputado Vieira da Cunha apontou o desvio de foco na atuação da comissão. “Onde é que nós estamos?”, perguntou. “Nosso alvo é a Procuradoria-Geral da República ou uma quadrilha que assaltava os cofres públicos?”.
Mais cedo, a CPI aprovou uma nova convocação do contraventor Carlinhos Cachoeira. O depoimento foi marcado para a próxima terça-feira. Antes disso, os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito haviam liberado à defesa do acusado o acesso aos autos das operações Vegas e Monte Carlo. Dessa forma, a CPI tenta evitar mais um adiamento da oitiva do bicheiro.
A Procuradoria-Geral da República afirmou ao site de VEJA que, como o pedido de informações diz respeito a fatos do passado, Gurgel poderá responder as perguntas da CPI sem se tornar impedido de atuar no caso Cachoeira. Anteriormente, o procurador havia afirmado que não iria à comissão porque sua função o impede de comentar investigações em andamento.
Agenda
A CPI também agendou para quinta-feira a votação de mais requerimentos, inclusive os que pedem a quebra do sigilo fiscal e bancário das empresas ligadas ao grupo de Carlinhos Cachoeira. Já o depoimento dos procuradores Léa Batista de Oliveira e Daniel de Rezende Salgado, que havia sido adiado na semana passada, deve ocorrer apenas no mês que vem.
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 19:05

Dólar acima de R$ 2 e a fala boba de Guido Mantega

O dólar fechou acima de R$ 2, o que não acontecia desde o dia 8 de julho de 2009, valorização de 0,58% só nesta terça. Não há muito o que fazer. Nenhum país é uma ilha. Nem a Grécia nem o Brasil. Estranha foi a reação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao comentar ontem o assunto. Fez digressões sobre como isso pode ser positivo para as exportações brasileiras e para a nossa indústria, que se torna mais competitiva e coisa e tal.
Bacana… Olhem aqui: embora a presidente Dilma tenha tentado dar umas lições a Angela Merkel dia desses, não há muito o que Mantega possa fazer, além de, não tendo o que dizer, ficar calado. Que o real supervalorizado (nem entro no mérito sobre os motivos) é ruim para a economia brasileira, isso é evidente. A questão é saber se a valorização do dólar é fruto de corcovos e solavancos da economia mundial em crise ou se decorre da ação do governo brasileiro para impedir a valorização excessiva do real.
Evidentemente, trata-se da primeira hipótese, não da segunda. Evidentemente, essa valorização é fruto da crise europeia, não da ação do governo brasileiro. Também evidentemente, isso concorre para desorganizar a nossa economia, não o contrário. Assim, Mantega poderia optar pelo silêncio em vez de dizer coisas que ele e todo o mercado sabem ser destituídas de sentido.
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 18:27

Será mesmo que o texto de Marta Suplicy de “combate à homofobia” é aceitável? Resposta: “não!”

Desculpem a demora. Estava fazendo algumas entrevistas. É da profissão. Adiante.
*
A dita lei anti-homofobia, mesmo na versão amenizada que está no Senado, é um coquetel de inconstitucionalidades. Isso não quer dizer que, se submetida à análise do Supremo, não vá ser considerada mais um primor do direito criativo, uma área em que o Brasil está virando craque. No post anterior, lemos que a senadora Marta Suplicy quer pressão da sociedade para aprovar a tal lei. “Pressão da sociedade” significa a organização de grupos da militância gay em favor da lei — e, obviamente, o silêncio de quem é contra o texto. E é evidente que se pode ser contra não por preconceito contra os gays, mas porque a lei ofende o bom senso e cria uma casta de aristocratas sob o pretexto de combater a homofobia.
Como sempre faço, exponho a lei que está sendo discutida, em vez de escondê-la, como faz a maioria. Abaixo, segue em azul a proposta que está no Senado, relatada pela senadora Marta Suplicy. Atenção! O que vai em vermelho aparece no texto da lei na forma de reticências porque remete a artigos do Código Penal. Incluí aí para que fique claro do que estamos falando. Se quiser, veja a íntegra antes de ler o comentário que faço.
PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 122, DE 2006
Define os crimes resultantes de preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero, altera o Código Penal e dá outras providências.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei define crimes resultantes de preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Art. 2º Para efeito desta Lei, o termo sexo refere-se à distinção entre homens e mulheres; orientação sexual, à heterossexualidade, homossexualidade ou bissexualidade; e identidade de gênero, à transexualidade e à travestilidade.
Art. 3º O disposto nesta Lei não se aplica à manifestação pacífica de pensamento decorrente da fé e da moral fundada na liberdade de consciência, de crença e de religião de que trata o inciso VI do art. 5º da Constituição Federal.
Discriminação no mercado de trabalho
Art. 4º Deixar de contratar ou nomear alguém ou dificultar sua contratação ou nomeação, quando atendidas as qualificações exigidas para o posto de trabalho, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena — reclusão, de um a três anos.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem, durante o contrato de trabalho ou relação funcional, confere tratamento diferenciado ao empregado ou servidor, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Discriminação nas relações de consumo
Art. 5º Recusar ou impedir o acesso de alguém a estabelecimento comercial de qualquer natureza ou negar-lhe atendimento, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena — reclusão, de um a três anos.
Discriminação na prestação de serviço público
Art. 6º Recusar ou impedir o acesso de alguém a repartição pública de qualquer natureza ou negar-lhe a prestação de serviço público motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena — reclusão, de um a três anos.
Indução à violência
Art. 7º Induzir alguém à prática de violência de qualquer natureza, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena — reclusão, de um a três anos.
Art. 8º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61
São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública,
ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
m) motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.”
“Art. 121
Matar alguém:
Pena — reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
(…)
§ 2º
Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
(…)
VI - motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
“Art. 129
Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
§ 12. Aumenta-se a pena de um terço se a lesão corporal foi motivada por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.”
“Art. 136
Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância,
para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, ou é motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.”
“Art. 140
Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
“Art. 286
Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.
Apologia de crime ou criminoso
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço quando a incitação for motivada por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero”
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Voltei
Muito bem! A lei já enrosca numa questão de linguagem no Artigo 2º. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa registra, sim, “transexualidade” e “travesti”, mas não abriga a “travestilidade”, seja lá o que isso queria dizer na linguagem militante ou no vocabulário da senadora.
Um homem que não seja habitualmente um “travesti” pode estar em “situação de travestilidade” transitória, por exemplo. Sei lá, deu na veneta do sujeito, ele vestiu um tubinho listrado e saiu por aí; em vez de Parati, resolveu tomar chá com torrada; em vez do canivete no cinto, um leque na mão… Lembram-se do cartunista Laerte, que é homem (sexo), diz-se bissexual (orientação) e, vestido de mulher, tentou usar um banheiro feminino (naquele dia, dividia o ambiente com uma criança do sexo feminino)? Aquilo era exercício de “travestilidade”? Sigamos.
O Artigo 3º — e os militantes xiitas já ficaram bastante irritados com ele — tenta minimizar a reação negativa da “bancada cristã” no Congresso. Especifica que o que vai na lei não se aplica à “manifestação pacífica do pensamento” em razão da crença, religião etc. Huuummm… A questão é saber quando um pensamento é considerado “pacífico” ou não. Ocorre que a agressão à liberdade religiosa, minimizada no texto do Senado, era apenas um dos problemas da lei. Os outros continuam.
Peguemos a questão da “discriminação no mercado de trabalho”. O diretor ou diretora de uma escolinha infantil, por exemplo, que rejeite um(a) professor(a) que se encaixe no grupo da “transexualidade” ou da “travestilidade” pode pegar até três anos de cadeia. Em caso de denúncia, o diretor ou diretora da escolinha teria de provar que só não contratou a tia Jehssyka — que, na verdade, era o tio Waldecir — por motivos técnicos. A eventual consideração de que uma criança de quatro ou cinco anos não está, digamos, preparada para entender a “travestilidade” — que nem o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa abriga — não pode, evidentemente, ser levada em conta.
Nessa e nas demais situações previstas da lei, a pessoa acusada terá de produzir a chamada “prova negativa” — vale dizer, demonstrar que não agiu movido pelo preconceito. Vamos adiante.
Que tal pensar um pouquinho no Artigo 5º? Transcrevo:
“Art. 5º Recusar ou impedir o acesso de alguém a estabelecimento comercial de qualquer natureza ou negar-lhe atendimento, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena — reclusão, de um a três anos.”
Leio e me contam que são cada vez mais frequentes as lojas de roupas femininas sem provadores. Como é um ambiente para mulheres, elas vão pondo e tirando peças por ali mesmo, entre as araras e os armários, ficando nuas ou seminuas (pare de ficar sonhando, leitor heterossexual reacionário!). Mas nada de impedir o Laerte (tomo-o como uma metonímia) — aquele que, em situação de travestilidade, quis dividir o banheiro feminino com uma mulher e uma criança — de fazer o mesmo, entenderam? Se ele quiser ficar pelado ali no meio da mulherada, expondo os seus balangandãs, estará protegido por uma lei! Ou é isso ou cana de três anos! E se, sei lá eu, por qualquer razão, o homem (sexo), bissexual (orientação) e travesti (identidade) tiver uma ereção, ainda que involuntária (vocês sabem, isso acontece), em meio a calcinhas e sutiãs? Um pênis, como a rosa de Gertrude Stein, é um pênis é um pênis. Nem Marta Suplicy consegue mudar isso! O sujeito em situação de “travestilidade” poderá ser acusado de assédio, por exemplo, ou isso também seria discriminação de identidade?
Código Penal
O texto muda ainda seis artigos do Código Penal. Se aprovada a proposta de dona Marta Suplicy, o Brasil estará dizendo ao mundo que matar um gay é coisa muito mais grave do que matar um heterossexual — ou, se quiserem, o contrário: matar um heterossexual é coisa muito menos grave do que matar um gay.
Vejam lá: qualquer crime, segundo a redação proposta para o Artigo 61, terá pena agravada quando praticado em razão da orientação ou identidade sexual, valendo, com já disse, mesmo para o caso de homicídio (Artigo 121).  Ofender a integridade ou a saúde de alguém (Art. 129) dá de três meses a um ano de cana. No caso de ser um gay, um terço a mais de pena. Ou mesmo vale para o caso de expor uma pessoa a riscos (Art. 136) ou injúria (Art. 140). Em suma, tudo aquilo que já é crime passa a ser “ainda mais crime” caso se acuse o criminoso de ter agido em razão do preconceito.
Pressão
Marta pede a “pressão popular” — que, na verdade, é pressão da militância porque sabe que, caso a lei seja conhecida em seus detalhes e implicações, não seria aprovada de jeito nenhum. Os tempos são favoráveis a reparações dessa natureza. A imprensa é majoritariamente favorável ao texto e tende a satanizar os que o criticam, como se fossem porta-vozes do mundo das trevas — e não da velha e boa igualdade dos homens e mulheres perante a lei (pouco importa o que façam de sua sexualidade). Se há preconceito e discriminação, é preciso resolver a questão com educação, não com a aprovação de uma Lei de Exceção, que cria uma casta de indivíduos especialmente protegidos.
Fantasia estatística
Ocorre que a militância gay consegue vender fantasias como se fossem provas irrefutáveis de que o Brasil é o país mais homofóbico do mundo. Uma delas é o tal “número de homossexuais assassinados por ano”. Em 2010, segundo os próprios militantes, foram 260. Duvido que esse dado esteja correto! DEVE SER MUITO MAIS DO QUE ISSO. Sabem por quê? Em 2010, mais de 50 mil brasileiros foram assassinados. Dizem os militantes que são 10% os brasileiros gays. Logo, aqueles 260 devem ser casos de subnotificação. O que é um escândalo no Brasil é o número de homicídios em si, isto sim, pouco importa o que o morto fazia com o seu bingolim quando vivo.
Mas seria interessante estudar mesmo esse grupo de 260. Aposto que a larga maioria era composta de homens. O assassinato de lésbicas é coisa rara. Houvesse um preconceito tão arraigado a ponto de se matar alguém em razão de sua orientação, haveria um quase equilíbrio entre os dois grupos. Mas não há! A maioria é composta de homens homossexuais assassinados por… michês! Que também são homossexuais — ou, por acaso, não são? Muitos dos crimes atribuídos à chamada homofobia são praticados por… homossexuais. Eu diria que são ocorrências que se encaixam em outro escaninho da experiência humana: a prostituição.
Reitero: o que é um escândalo, o que é inaceitável, o que é um absurdo é haver mais de 50 mil homicídios por ano no país, incluindo o de homossexuais, sim, que certamente não se limitam a 260, dado o número provável de gays no país. Mas convém não tomar como expressões do preconceito algumas ocorrências que decorrem do estilo de vida. Se a sexualidade não é uma escolha, o estilo é.
Não é correto tomar comportamentos que são marginais — que se situam à margem, entenda-se — como parâmetro para elaborar políticas públicas. A chamada lei de combate à homofobia constitui, isto sim, uma lei de concessão de privilégios. Não será pela via cartorial que se vai reeducar a sociedade. Seu efeito pode ser contraproducente: a menos que haja imposição de cotas nas empresas, aprovada a lei da homofobia, pode é haver restrições à contratação de homossexuais em determinados setores da economia — em alguns, eles já são maioria. Afinal, sempre que um homossexual for demitido, haverá o risco da acusação: “Homofobia”! E lá vai o acusado ter de provar que não é culpado.
Só as sociedades totalitárias obrigam os indivíduos a provar que não têm culpa!
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 16:04

Marta agora quer ver se aprova a tal lei anti-homofobia na base do berro militante

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) decidiu que é preciso aprovar a tal lei anti-homofobia no berro. Leiam o que vai no Estadão Online, com informações da Agência Senado e da Agência Câmara. Comento no post seguinte.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) pediu nesta terça-feira, 15, o apoio da população para pressionar pela aprovação da lei que criminaliza a homofobia. Marta, que é relatora do projeto de lei, disse que a parcela dos brasileiros que não é homossexual precisa respaldar o texto, que já foi aprovado na Câmara, mas enfrenta resistência no Senado.
A senadora ainda afirmou que há, entre seus colegas parlamentares, uma “maioria silenciosa” favorável ao projeto, ou pelo menos neutra, que não se posiciona por receio de desagradar eleitores. “Essa maioria silenciosa vai se posicionar se a população civil se posicionar a favor do projeto”, disse Marta.
Marta Suplicy tentou viabilizar a votação em duas ocasiões na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), sem sucesso. Entre os principais opositores estão os parlamentares da bancada evangélica. Na avaliação de Marta, “eles representam uma minoria que é muito barulhenta e se posiciona”.
“Mas não podemos viver em um país onde os homossexuais são vítimas de bullying nas escolas ou são espancados em plena Avenida Paulista, o que às vezes resulta em suicídios e assassinatos”, protestou a senadora, acrescentando que “esse projeto pode não ser suficiente para acabar com o preconceito imediatamente, mas inibe a violência”.
Pesquisa
Enquanto Marta Suplicy pressiona pela votação do projeto de lei no Senado, a Câmara também discute a homofobia. A pesquisadora Miriam Abramovay, coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), apresentou uma pesquisa que indica que 45% dos alunos e 15% das alunas não queriam ter colega homossexual.
Segundo ela, o jovem brasileiro tem menos vergonha de declarar abertamente esse preconceito contra homossexuais do que de declarar a discriminação contra negros. Ela participa do 9º Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT).
Para a pesquisadora, esse preconceito se traduz em insultos, violências simbólicas e violência física contra os jovens homossexuais. Há casos, inclusive, de jovens que abandonam a escola por conta dessa violência. “Os adultos da escola não se dão conta disso, porque na escola em geral reina a lei do silêncio”, aponta. Ela destacou ainda que não há pesquisas no Brasil sobre homofobia na infância, apenas na juventude.
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 15:35

Ao falar dos royalties, Dilma enfrenta prefeitos e é vaiada

Por Kellu Matos, na Folha Online:
A presidente Dilma Rousseff foi vaiada nesta terça-feira (15) pelos prefeitos que participavam da 15ª edição da Marcha dos Prefeitos, em Brasília. A vaia ocorreu no momento em que a presidente decidiu falar sobre a redistribuição dos royalties do petróleo.
Ao final do discurso de Dilma na abertura do evento, os prefeitos pediram que a presidente se manifestasse sobre o assunto e Dilma respondeu: “Vocês não vão gostar do que eu vou dizer”. Em seguida, a presidente declarou: “Não acreditem que vocês conseguirão resolver a distribuição de hoje pra trás. Lutem para resolver a distribuição daqui pra frente”. Os prefeitos não gostaram da fala de Dilma e vaiaram a presidente.
Mais cedo, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, havia feito um apelo a Dilma e ao presidente da Câmara, Marco Maia, para que colocasse em votação o projeto que trata sobre a redistribuição. “O petróleo é nosso, é da União, é de todos. [...] Por isso presidenta, por este atraso, os prefeitos deixaram de receber só esse ano 3,5 bilhões”, afirmou Ziulkoski.
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, fez um discurso com uma série de reivindicações dos prefeitos ao governo federal e ao Congresso. Uma das reclamações tratava sobre a falta de recursos das prefeituras para pagar o piso nacional de determinadas profissões. Ziulkoski citou como exemplos o piso dos professores e dos agentes comunitários: “Ninguém é contra o piso. Só que tem que ter um piso que dê para cumprir”, disse o presidente.
Paulo Ziulkoski disse ainda que o prefeito que não pagar o piso será punido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e, por isso, poderá ser considerado ficha-suja. “O promotor lá na base ele pega o prefeito. O ander térreo é fácil. Do governador pra cima, o tratamento já é diferente”, disse.
(…)
Dilma disse que ficou “muito preocupada” com o relato sobre o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e prometeu que a União irá auxiliar nessa discussão. “Seria fundamental discutir o que é de fato que produz um desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, que não é fruto da capacidade do prefeito. [... ] Nós queremos auxiliar em tudo para que não fiquem vulneráveis do ponto de vista jurídico à Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou Dilma. E completou: “o governo vai ser parceiro nisso. O governo vai separar o joio do trigo”.
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 7:05

LEIAM ABAIXO

Cuidado! Os petralhas estão furiosos porque foram desmascarados! Ou: Os que odeiam e os que amam;
Membro da Comissão da Verdade, ex-advogada de Dilma flerta abertamente com o revanchismo e ignora texto da lei que lhe garante a função;
Mais um representante da Comissão da Verdade manda a lei plantar batatas. Ou: A estupidez, agora segundo Paulo Sérgio Pinheiro;
Meus Deus! A TV Globo decidiu cumprir a lei e tratar o PT como trata os outros partidos! Se não houver mais injustiça no mundo, o que será dessa legenda?;
Foco de novo pacote social, creches de Dilma não vingaram;
Relator critica decisão de Celso de Mello e diz que CPI tentará ouvir procuradores;
Comissão de Ética da Presidência arquiva caso das lanchas de Ideli Salvatti. Então tá…;
Procuradoria defende perda de mandato de Chalita por infidelidade partidária;
Acontece o óbvio, e Celso de Mello aceita pedido de Cachoeira para adiar depoimento;
Olhem do que é capaz um legítimo consumidor do capim produzido pelo JEG e pela BESTA. Ou: Um certo psicanalista chamado “Young”!!!;
Os falsos “Reinaldos Azevedos” do Twitter e do Facebook;
Pegos com a boca na botija, os comandantes de robôs da Internet tentam reagir e, para variar, mentem desbragadamente! Ah, sim! NESTE POST,UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM DEUS!;
Site copia texto do meu blog, publica como se fosse seu e não dá nem satisfação a seus eventuais leitores: 171!!!;
Diário Oficial publica critérios do CFM para aborto em caso de anencefalia. Ou: O avanço da cultura da morte;
Uma pergunta aos internautas do Brasil: “É legítimo mentir, enganar e trapacear na rede?” OU: CUIDADO! A TURMA DO AI-13 QUER TE PEGAR! Ou:  Uma questão de honestidade intelectual;
E o sertão não virou mar! O sertão virou… sertão!;
Kassab demite diretor que multiplicou por 10 seus imóveis em SP e pede abertura de investigação;
Biblioteca do Congresso dos EUA dá prêmio a FHC por obra acadêmica e vida pública;
Comissão da Verdade deve analisar os dois lados, diz integrante

Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 6:51

Cuidado! Os petralhas estão furiosos porque foram desmascarados! Ou: Os que odeiam e os que amam

Os feios, sujos e malvados estão nervosos! Foram desmascarados por uma reportagem da VEJA desta semana que expõe os seus perfis falsos no Twitter e os robôs a que recorrem para que suas mensagens sejam replicadas. É uma fraude contra a boa-fé pública! Afinal, os usuários das redes sociais estão caindo numa malha administrada por grupos cujo objetivo é gerenciar a opinião alheia, espionar, molestar, patrulhar, “trollar”. Recorrendo a um clichê, diria que essa é só a ponta do iceberg. Há muito mais abaixo da linha d’água. Mimetizam aqui práticas consagradas em regimes ditatoriais como os da China, de Cuba ou do Irã, ou de países em que a democracia vive um contínuo processo de degradação, como a Argentina ou o Equador. Trata-se da mais óbvia expressão da intolerância.
Mandam-me aqui um texto de um babão medíocre — ainda voltarei a ele se tiver paciência — que me acusa, vejam que coisa!, de incentivar o “ódio” na Internet, sem debater ideias. Há acusações que são mentirosas, mas verossímeis — vale dizer: podem assumir a aparência de verdade porque assentadas em falsas evidências, preconceitos, mitos etc. E há aquelas que, além de falsas, são, em si, absurdas. Podem gostar ou não das minhas ideias, jamais de não debatê-las. Sou apaixonado pela argumentação. Quanto mais um raciocínio parece solidamente alicerçado, mais excitado fico para descobrir a falha.
Os textos aqui publicados ganharam uma dimensão muito além das minhas ambições: são debatidos em universidades (às vezes, com viés crítico), viram questões de vestibular e de concursos públicos, integram livros didáticos e paradidáticos e, como sabem, deram origem a dois dos meus três livros: “O País dos Petralhas” e “Máximas de um País Mínimo”. Acabo de ser convidado a fazer um terceiro. Tenho a honra de ter conseguido emplacar um vocábulo no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa — justamente a palavra “PETRALHA”, conforme se lê abaixo (a maioria de vocês conhece).
sacconi-petralha
Será que tudo isso acontece porque incentivo o ódio? As mais de 100 mil visitas que o blog recebe por dia estariam a mobilizar, então, o exército dos que odeiam? Errado! Trata-se de milhares de mulheres e homens que amam a democracia, o estado de direito, o debate, a liberdade e os direitos individuais. Não os aconselho a visitar a área de comentários dos blogs e sites do JEG (ou da BESTA). Ali, sim, vocês poderiam conhecer (alguns conhecem porque não resistem) o que é ódio, maledicência e violência. Ao contrário: aqui, as opiniões mais agressivas, ainda que críticas ao pensamento que combato, não passam pela mediação. Não quero e repudio o vale-tudo em que se perde aquela gente. Alguns, acreditem, chegaram a ser jornalistas um tanto respeitados. É que o ambiente institucional e o próprio poder não permitiam que exercessem a sua real vocação. Com a ascensão do PT, puderam, então, se revelar. Encontraram-se com a sua natureza.
Praticam o mais bisonho jornalismo chapa-branca e estão sempre dizendo “amém” às demandas dos ditos “movimentos sociais” — não raro, aparelhos de um partido político, do qual se colocam como fiéis servidores. E são bem pagos pra isso — reconheça-se, ao menos, que não fazem seu trabalho por prazer, mas por dinheiro! São profissionais. Não obstante, vivem a acusar seus adversários de mancomunação com os poderosos! Deixem-me ver se entendi: são eles os porta-vozes e empregadinhos dos mandatários, mas venais seriam os outros?! Ora…
Assistiram ao filme Casablanca? Num dado momento, o general nazista quer saber por que Rick Blaine (Humphrey Bogart) lutou ao lado de rebeldes em duas oportunidades. Tentando despistar o troglodita, ele responde: “Fui muito bem pago nas duas vezes” (ou algo assim). O facinoroso devolve: “O outro lado pagaria muito mais”. Não sei se entenderam a minha parábola. Para quem quer vender a sua independência, os poderosos de plantão sempre pagam mais. Ocorre que isso não basta aos compradores. E a razão é simples: quem interessa não se vende e quem se vende não interessa. “Eles” sabem que tem nas mãos — ou no bolso — toda aquela gente que se confunde com o jornalismo. Mas continuam obcecados pelos veículos que têm um só compromisso: noticiar o que é notícia. E pelos analistas que têm um só compromisso: dizer o que pensam.
Financiar esse tipo de operação já é, por si, fraudar as regras do jogo democrático. Essa gente poderia, no entanto, se contentar em puxar o saco dos seus financiadores. Já seria abjeção o bastante PORQUE O DINHEIRO QUE GARANTE A OPERAÇÃO NÃO É PRIVADO, NÃO! É PÚBLICO! Mas não! O “serviço compreto” compreende ainda a difamação permanente daqueles que não se renderam à lógica do “quem pode mais”, às imposições do poder de turno, à vontade dos mandatários.
“É assim no mundo inteiro”, poderia dizer alguém. Falso! Há práticas em curso no Brasil que seriam simplesmente impensáveis nos EUA, que criaram a Internet, ou nas democracias europeias. A razão é simples: a administração ou as estatais jamais financiariam páginas de política que servissem só à rede de difamação a serviço dos governistas da hora. Os americanos, diga-se, nem mesmo dispõem de estatais que pudessem fazer esse serviço. Há por lá blogs e sites para todos os gostos — da extrema direita à extrema esquerda. Sem exceção, são financiados apenas pelo capital privado. Empresas e conglomerados não têm nenhum receio em anunciar em páginas  escancaradamente antigovernistas porque o estado não dispõe de meios que permitam ao governo retaliar desafetos. Da mesma sorte, outras empresas e outros conglomerados garantem a receita de páginas escancaradamente governistas. Não sabemos ainda o que é viver num país em que o indivíduo têm a certeza de que não será molestado pelo estado.
Reconhecimento a Dirceu
Quero aqui fazer um agradecimento público ao “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria Geral da República) José Dirceu, que estendo a Luiz Inácio Apedeuta — já há leitor grafando “apeDELTA” — da Silva. Até havia pouco, muita gente resistia à constatação de que uma banda do PT e seus esbirros na subimprensa querem mesmo é ditadura e pouco estão se lixando para as instituições. “Você exagera!”, diziam alguns. A frenética e desastrada (para ele) movimentação do deputado cassado por corrupção José Dirceu para arrastar o país em sua pantomima pessoal acabou servindo de advertência a muitos. O jogo ficou claríssimo!
Assim, sejamos gratos a Dirceu por ter se apresentado com a cara que realmente tem — o que não chega a ser uma constante na sua biografia política ou pessoal. A movimentação permitiu também identificar os micos amestrados nas redes sociais, seus robôs e os falsos perfis, que nem seguem nem são seguidos. São criados apenas para perseguir.
Acabou a pantomima.
Texto publicado originalmente às 4h39
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 6:41

Membro da Comissão da Verdade, ex-advogada de Dilma flerta abertamente com o revanchismo e ignora texto da lei que lhe garante a função

Um babão medíocre e puxa-saco afirmou em sua pagineta que incentivo o ódio. Ele certamente chama “ódio” o debate aberto de ideias e a defesa de um princípio: o de que os agentes da lei devem, em primeiro lugar, respeitar… as leis. Modéstia às favas, ninguém discutiu com tantos detalhes a tal Comissão da Verdade como fiz neste blog. O texto mais relevante está aqui. Anteontem, um dos membros do grupo, José Carlos Dias — que foi advogado de presos políticos e ministro da Justiça, por algum tempo, do governo FHC —, afirmou o óbvio, a saber:
a) a Comissão da Verdade não pode rever a Lei da Anistia;
b) a Comissão da Verdade pode, sim, apurar também os crimes da esquerda.
Dias é insuspeito de ser “de direita” ou “amigo do Regime Militar”, como poderiam dizer alguns trouxas. Ao contrário: fez a sua história lutando contra a ditadura, ligado à Comissão Justiça e Paz e a dom Paulo Evaristo Arns. Foi corajoso sem ser porra-louca.
Dias está certo. O texto que criou a comissão está aqui. Vamos ao item “a” da sua fala. Diz o Artigo 6º da lei:
“Art. 6o  Observadas as disposições da Lei no 6.683, de 28 de agosto de 1979, a Comissão Nacional da Verdade poderá atuar de forma articulada e integrada com os demais órgãos públicos, especialmente com o Arquivo Nacional, a Comissão de Anistia, criada pela Lei no 10.559, de 13 de novembro de 2002, e a Comissão Especial sobre mortos e desaparecidos políticos, criada pela Lei no 9.140, de 4 de dezembro de 1995.”
Está claro, não? A Lei nº 6.683 é a Lei da Anistia. Logo, a comissão foi criada incorporando a dita-cuja. Qualquer outra interpretação, nesse particular, viola o texto que lhe deu origem. Mais ainda: a anistia fez parte do texto da lei que criou a Constituinte brasileira. Declarar a sua nulidade corresponde a declarar sem validade a lei que está na raiz da nova Constituição.
Vamos agora ao “item b” da fala de Dias. Diz o Inciso III do Artigo 3º da lei que criou a Comissão que ela vai:
“II - identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de direitos humanos mencionadas no caput do art. 1o e suas eventuais ramificações nos diversos aparelhos estatais e na sociedade;”
Logo, a lei  estabelece que se devem investigar todos os crimes, não só aqueles praticados pelo agentes do Estado. As violações dos direitos humanos praticadas por grupos de esquerda, que mataram mais de 120 pessoas, podem e devem ser investigadas. Nunca é demais dizer: é mentira que todos os seus autores tenham sido identificados.
Os hipócritas e a verdade
Já demonstrei aqui meu ceticismo sobre o andamento dessa comissão e fiz restrições a duas integrantes do grupo: a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha e a psicanalista Maria Rita Kehl. Sobre Rosa Maria, que foi advogada de Dilma quando esta foi presa, escrevi.
Sempre que temas dessa natureza vêm à baila, Dilma dá um jeito de confundir a própria história com a história do país, o que não é um bom procedimento. Já fez homenagens a companheiros de luta em solenidades oficiais, ligando-os à construção da democracia, afirmação que nada tem a ver com uma Comissão da Verdade. Eleita e governando segundo o estado democrático e direito, não cumpre à presidente mistificar o próprio passado. Ao nomear aquela que foi a sua advogada para a comissão, é como se fizesse um desagravo a si mesma.
Voltei
O melhor que  Dilma pode fazer agora, e não depois, é destituir sua ex-advogada da função — a menos que a própria presidente aposte na confusão. Quatro dias depois de nomeada, Rosa Maria mete os pés pelas mãos e fala uma porção de bobagens. Leiam, em vermelho, trechos do que informa Denise Luma, na
Folha. Comento em azul:
*
A advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, 65, integrante da Comissão da Verdade, afirmou ontem que o órgão foi criado para investigar os crimes de agentes de Estado que atuaram na repressão aos opositores da ditadura militar (1964-1985).
(…)
Ex-defensora de presos políticos, entre eles a presidente Dilma Rousseff, Rosa disse ontem que a lei que criou a comissão tinha por objetivo rever a conduta do Estado no período. A interpretação exclui atos da guerrilha.
“Pela lei, a comissão foi criada para trabalhar pensando nos problemas que o Estado brasileiro tem na sua constituição e na sua estrutura. O Estado está revendo sua conduta como Estado, dos seus agentes públicos”, afirmou.
Se a transcrição de sua fala estiver correta, não será com ela que Dilma vai aprender retórica. Bem, dizer o quê? Transcrevi a lei. Ou dona Rosa está mentindo de forma deliberada ou não leu o texto que lhe conferiu a função. Neste blog, argumenta-se. Neste blog, vai-se à lei. Neste blog, chama-se mentira de “mentira”. Até tentei ler com boa vontade suas palavras, mas ela não deixa.
“Não sei ainda qual a opinião dos demais integrantes da comissão sobre a leitura da lei, mas não se entende que a comissão fará uma análise de todo o período. É preciso ter foco”.
Huuummm… A lei fala em analisar crimes cometidos por agentes do estado e da sociedade entre 1946 (E NÃO “1964″) e 1988. Ela quer foco no período e foco nos criminosos. Alguma dúvida: ela quer investigar os militares de 64. E ponto! Como eu não tenho medo das palavras, então eu as emprego. Ela quer revanche. Estou exagerando? Aquele babão medíocre e puxa-saco diria que sim. As palavras e os fatos dizem que não. Leiam o que segue.
Ontem, a advogada disse não considerar impossível que o país reveja a Lei da Anistia de 1979, que perdoou crimes da repressão e da guerrilha. O STF (Supremo Tribunal Federal) manteve a validade do texto em julgamento em 2010.
“Já houve uma anistia, mas uma parte das vítimas quer outra interpretação dessa anistia para que possa existir processo, para que possam entrar no Judiciário reivindicando determinados direitos”, afirmou Rosa.
“Não estou dizendo que vai acontecer, mas isso mostra que, dependendo do contexto político, essas decisões são reavaliadas e são alteradas.”
É o caso, reitero, de demissão. Dona Rosa só existe nessa função porque uma lei lhe conferiu tal papel. E essa mesma lei diz que a comissão tem de respeitar a Lei da Anistia. Está lá a transcrição.
Esta senhora é advogada? Espero que tenha sido melhor no tempo em que trabalhou para Dilma. Como é? Quer dizer que “uma parte das vítimas” quer outra interpretação? Agora são as “vítimas” — e não mais o Judiciário — que dão a interpretação última de uma lei? Já existe uma decisão tomada pelo Supremo sobre a validade da Lei da Anistia, mas esta senhora tem uma noção muito particular do que seja segurança jurídica: a depender do contexto político, manda-se o Judiciário às favas… Vamos adiante.
Ela citou o caso da Espanha, onde o movimento dos indignados retomou o debate sobre a punição de crimes da ditadura de Francisco Franco (1939-1975).
“A transição [espanhola] foi pactuada, se decidiu completamente não rever o passado, e agora o movimento dos indignados está retomando a discussão”, afirmou.
Por incrível que pareça, ora vejam!, a nossa transição também foi pactuada — ou alguém se lembra de o regime ter sido derrubado com um movimento sangrento? No caso da Espanha, quem tentou rever a lei foi o maluquete Baltasar Garzón, dado a entendimentos heterodoxos sobre os limites das leis, nesse caso e em outros. Seu “amor” à justiça é tal que autorizou escutas telefônicas ilegais sob o pretexto de combater crimes. Foi condenado a ficar 11 anos afastado de suas funções — seus partidários, lá como cá, falaram que era tudo tramoia da… direita! A Espanha em peso, exceção feita à extrema esquerda e a alguns artistas do miolo mole, recusaram a sua tentativa de, em 2011, encruar casos ocorridos entre 1936 e 1975. A exemplo do Brasil, a Espanha também aprovou uma Lei de Anistia — lá, em 1977; aqui, em 1979.
Dona Rosa, vê-se, está querendo confusão. Foi posta no função por Dilma sob o auspício de duas leis: a da Anistia e a que criou a comissão — lei que incorpora a primeira. Não obstante, ela demonstra a disposição de não levar a sério nem uma nem outra. Não posso crer que a presidente não soubesse o que ela pensava a respeito desses temas.
Como e que fica, então? Ou será dona Rosa está lá para que a insensatez seja chamada de “progressismo” e a a razão de “reacionária”?
Texto publicado originalmente às 5h53
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 6:37

Mais um representante da Comissão da Verdade manda a lei plantar batatas. Ou: A estupidez, agora segundo Paulo Sérgio Pinheiro

Leiam o que informa Roldão Arruda, no Estadão:
A Comissão Nacional da Verdade, que será instalada oficialmente nesta terça-feira, 15, irá se dedicar à investigação de violações de direitos humanos cometidas por agentes do Estado nos anos do regime militar. Embora seus integrantes ainda não tenham se reunido oficialmente, suas declarações indicam que a avaliação de atos de terrorismo praticados por militantes de esquerda que se opunham à ditadura não fará parte de seu trabalho.
Em entrevista ao Estadão, o diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, uma das sete personalidades escolhidas pela presidente Dilma Rousseff para compor a comissão, foi enfático: “O único lado é o das vítimas, o lado das pessoas que sofreram violações de direitos humanos. Onde houver registro de vítimas de violações praticadas por agentes do Estado a comissão irá atuar”.
Na avaliação do diplomata, nenhuma das quase 40 comissões da verdade instaladas no mundo tiveram como objetivo ouvir dois lados, como desejam setores militares brasileiros: “Nenhuma comissão da verdade teve ou tem essa bobagem de dois lados, de representantes dos perpetradores dos crimes e das vítimas. Isso não existe”.
(…)

Voltei
Quem, disse, meu senhor, que se está a defender que os perpetradores de crimes apresentem “o seu lado”? Além de Vossa Excelência ignorar a lei que lhe conferiu a função — e lá está que não são apenas os crimes dos agentes do estado que serão investigados (ver acima) —, está a distorcer de forma miserável o debate.
Diga-me aqui: se chegarem às suas mãos documentos sobre as pessoas assassinadas pelos grupos de esquerda, o senhor faz o quê? Joga-os no lixo, dizendo: “Este cadáver é um mero representante dos perpetradores dos crimes e das vítimas”? Ou ainda: “Este é um morto sem pedigree. Não vale!”
Pegue-se a fala de Pinheiro, e tudo está absolutamente claro! Para usar suas palavras, “é uma bobagem” essa história de “Comissão da Verdade”. Trata-se de uma comissão para contar um dos lados da história. Finalmente, a VAR-Palmares, a VPR, a ALN, o Molipo e afins virarão heróis da democracia!!!
Não deixa de ser um desrespeito ao socialismo, não é mesmo?
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 6:33

Meus Deus! A TV Globo decidiu cumprir a lei e tratar o PT como trata os outros partidos! Se não houver mais injustiça no mundo, o que será dessa legenda?

Leiam o que informa a Folha. Volto em seguida:
Por Paulo Gama:
A TV Globo afirmou ontem que não exibirá as propagandas partidárias do PT previstas para entrar no ar a partir de hoje. A decisão põe em risco a estratégia petista para dar visibilidade ao pré-candidato do partido a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, antes do horário eleitoral gratuito, em agosto. Em nota, a TV diz que seguirá “determinação da Justiça Eleitoral para que os partidos entreguem a documentação dos programas partidários com o prazo de 15 dias de antecedência a sua exibição”.
Como, segundo a TV, o pedido foi feito com seis dias de antecedência, os programas não serão veiculados. “A regulamentação oficial é a mesma para todos, tanto que outros partidos que não cumpriram o prazo não tiveram exibição”, afirma a nota. Mais cedo, o coordenador da campanha, Antonio Donato, disse que a veiculação era “uma questão de bom senso e de a Globo contribuir com a vida democrática do país”.
“Existe um direito de expressar uma mensagem partidária que foi garantido pela Justiça Eleitoral e por uma formalidade está sendo negado por uma emissora.” Segundo ele, só a Globo mostrou resistência, e os programas devem ir ao ar nas demais emissoras abertas. O PT diz que não enviou a documentação a tempo porque a decisão que assegurou o direito às inserções foi tomada pela Justiça Eleitoral apenas na semana passada, já com o prazo estourado.  O Tribunal Superior Eleitoral, no entanto, nega e diz que a decisão dizia respeito à propaganda de 2011.
(…)
Comento
Segundo entendi, Donato está querendo dar um jeitinho. Se a Globo tivesse quebrado o galho de outros partidos em circunstâncias semelhantes e estivesse sendo rigorosa só com o PT, poderia ser acusada de seguir a lei seletivamente. Mas é justamente para não ser seletiva — e, portanto, discriminatória — que não vai exibir.
Uuuu… É hoje que a turma põe o JEG para namorar a BESTA, e os híbridos sairão por aí a proclamar no Twitter a necessidade de “controlar a mídia”. Ser tratado segundo a lei parece ao petismo uma coisa insuportável, mero apego à “formalidade”, como disse aquele rapaz. Alguém precisa contar ao tal Donato que um direito tem de ser exercido segundo regras. O seu descumprimento tira… direitos.
É assim nas democracias. Se as demais emissoras decidiram desrespeitar a lei, não se pode chamar de injusta aquela que respeita.
Por Reinaldo Azevedo
15/05/2012
às 6:31

Foco de novo pacote social, creches de Dilma não vingaram

Por Tânia Monteiro e Rafaael Moraes Moura, no Estadão:
Apesar de a presidente Dilma Rousseff assegurar na cerimônia de lançamento do programa Brasil Carinhoso que a construção de creches no País é “prioridade” do seu governo, nenhuma das 6.427 creches que ela prometeu durante sua campanha entrou em funcionamento até agora. Segundo dados apresentados pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, existem hoje em funcionamento no País apenas 347 creches, todas do período pré-Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), ou seja, foram construídas até o governo do ex-presidente Lula.
Principal aposta do PT nas eleições municipais de 2012, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad deixou o ministério para se candidatar à Prefeitura de São Paulo sem entregar nenhuma das creches prometidas pela presidente.
Em entrevista, o atual ministro da Educação informou que 1.507 creches estão sendo construídas e, na cerimônia de hoje, outras 1.512 foram contratadas.
Mercadante justificou a demora na entrega das obras alegando que os prefeitos levam de um ano e meio a dois anos para conseguir construir uma creche, atrasando o cronograma.
Segundo o ministro, o governo está buscando uma forma de acelerar essas construções porque “não existe restrição orçamentária” para o programa.
Na solenidade, a presidente anunciou que toda a família que tenha pelo menos uma criança de zero a 6 anos vai receber uma renda mensal, por pessoa da família, de no mínimo R$ 70. Como será uma renda complementar, se a família já for beneficiada pelo Bolsa Família, ela receberá apenas a diferença, de forma que se chegue a este mínimo per capita de R$ 70.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
14/05/2012
às 22:06

Relator critica decisão de Celso de Mello e diz que CPI tentará ouvir procuradores

Por Nathalia Passarinho e Iara Lemo, no G1:
O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar o elo do bicheiro Carlinhos Cachoeira com empresários e políticos, criticou na noite desta segunda (14) a decisão do Supremo Tribunal Federal de adiar o depoimento do contraventor no Congresso.
A oitiva na CPI estava marcada para as 14h desta terça (15), mas o ministro do STF Celso de Mello decidiu pelo adiamento ao julgar pedido do advogado do bicheiro, Márcio Thomaz Bastos, para que ele não fosse ouvido antes de ter acesso ao inteiro teor dos documentos obtidos pela comissão.
“Nós respeitamos a decisão do Supremo. Contudo, todavia, entretanto, discordamos, porque em nenhum momento houve cerceamento de defesa. Pelo contrário. Toda a nossa decisão, e a decisão do presidente foi no sentido de garantir que os advogados dos acusados tivessem acesso a todos os atos probatórios. Infelizmente, houve esse entendimento equivocado”, afirmou o relator da CPMI.
O presidente da comissão seandor Vital do Rêgo (PMDB-PB) não quis comentar a decisão do STF, mas defendeu que os advogado de Cachoeira tenha acesso aos autos do processo. Vital afirmou que negou o acesso, em pedido feito pelo advogado, por acreditar que não era sua responsabilidade.
Em nenhum momento houve cerceamento de defesa. Pelo contrário. Toda a nossa decisão, e a decisão do presidente [da CPI], foi no sentido de garantir que os advogados dos acusados tivessem acesso a todos os atos probatórios. Infelizmente, houve esse entendimento equivocado [do STF].” Deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira
“Eu neguei porque entendi que não cabia a mim delegar sobre os autos que haviam sido liberados sob segredo [...] No meu entendimento, estes autos já deveriam estar com a defesa há muito tempo”, afirmou.
Na análise do presidente da CPI, a decisão do Supremo pode inviabilizar também a ida de Cachoeira ao Conselho de Ética do Senado, no processo que investiga o senador Demóstenes Torres (sem partido-DEM) por quebra de decoro parlamentar. Cachoeira tem depoimento marcado no Conselho de Ética para o dia 23. “Acho que compromete pelas mesmas razões argüidas pela defesa. O fato gerador [não acesso aos autos] é o mesmo”, disse Vital.
Odair Cunha disse que tentará marcar para esta terça o depoimento dos procuradores que comandaram a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que investigou a quadrilha de jogo ilegal. O depoimento dos procuradores estava marcado para a última terça, mas foi adiado.
“Estamos tentando entrar em contato com os procuradores para que eles venham amanhã no lugar do Cachoeira. Se os procuradores não vierem, anteciparemos a reunião administrativa da CPI de quinta para terça”, disse. Os depoimentos dos procuradores Daniel Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira estavam marcados para esta quinta (17).
Se for realizada reunião administrativa da CPI nesta terça, os deputados e senadores deverão votar requerimento de convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. A convocação de governadores e pedidos de quebra de sigilo também podem ser analisados.
Segundo Odair Cunha, o advogado de Cachoeira já obteve acesso a todos os documentos da CPI, já que foram enviados à comissão pelo STF e pela Justiça Federal de Goiás. A Justiça, segundo o deputado, já liberou o acesso dos advogados dos investigados aos inquéritos.  “Não tem nenhum documento novo na CPI e, na Justiça, eles já tiveram acesso aos documentos”, disse.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
14/05/2012
às 21:58

Comissão de Ética da Presidência arquiva caso das lanchas de Ideli Salvatti. Então tá…

Por Rafael Moraes Moura, no Estadão Online:
Por unanimidade, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu arquivar nesta segunda-feira, 14, a denúncia contra a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, à respeito das polêmicas 28 lanchas-patrulha adquiridas por R$ 31 milhões pelo Ministério da Pesca — parte da conta foi paga na gestão de Ideli. Apesar de ter livrado Ideli, a comissão mantém o foco sobre os negócios de consultoria do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que desrespeitou o prazo de 10 dias para prestar mais esclarecimentos aos conselheiros.
“Ideli não fez licitação, não assinou contrato, pagou uma das prestações a que estava obrigada e foi inteiramente excluída das indagações do Tribunal de Contas da União. Não há nada marítimo hoje”, afirmou o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence. “Não é possível pedir a cada ministro que faça, antes de tomar posse, a folha corrida do seu ministério para saber se no passado houve alguma irregularidade.”
Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o dono da fabricante das lanchas, a Intech Boating, doou a pedido do ministério, R$ 150 mil ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina, que bancou 81% dos custos da campanha derrotada de Ideli ao governo catarinense.
(…)
Voltei
Bem… No dia 3 de abril, comentei uma fala da ministra Ideli Salvatti. Indagada sobre o rolo das lanchas, ela chamou a jornalista de “meu amor” para explicar que ela não tinha nada a ver com o peixe — ooops. Repito trecho daquele post.
*
Pois é… Sempre que leio as palavras dessas almas delicadas do petismo para explicar as suas lambanças — como eles são rigorosos, Deus meu! —, sinto, assim, o frêmito de quem se vê diante da moral e em estado bruto… Não! Eu quis dizer da “moral em estado puro”, é evidente.
Veja bem, “meu amor”: as lanchas foram, na hipótese benigna, havendo uma, um “erro” em si. Por quê? Não poderiam ser utilizadas com o fim a que se destinariam, a vigilância, porque o Ministério da Piaba não tinha competência para tanto. O outro “erro” foi escolher a empresa de um petista para o fornecimento dos equipamentos — sem licitação, naturalmente. E o terceiro “erro” consistiu em receber a doação dessa mesma empresa para a campanha eleitoral de… Ideli. A mesma Ideli que, ainda senadora e já pré-candidata do partido ao governo, participou de solenidades de assinatura de contrato. Titular, depois, do Ministério da Piaba, encarregou-se de pagar a dívida, que era, então, do Ministério, com a empresa que fizera a doação  para a própria Ideli — quer dizer, para o partido, “meu amor”.
Mas Ideli, “meu amor”, não vê problema nenhum em nada disso. Não vendo, supõe-se que aplique esses seus critérios de rígida moral na relação do governo com os partidos da base aliada. Ela já está pronta para editar uma cartilha de Educação Moral e Cívica. Lembro que o primeiro titular do Turismo do governo Dilma, Pedro Novais, caiu porque a pasta não conseguiu explicar lambanças que somavam… R$ 2 milhões. As lanchas custaram R$ 23 milhões. Petistas podem pecar até 10 vezes mais, que ainda estão no terreno da inocência.
E só porque a memória é uma das defesas que temos contra a empulhação, cumpre lembrar que, antes mesmo de assumir o Ministério da Piaba, Ideli não conseguiu explicar por que, então senadora, havia gastado verba de representação com hospedagem em hotéis em Brasília, mesmo tendo o auxílio-moradia.
Mas essas coisas, “meu amor”, não precisam de explicação. Ser petista, afinal de contas, é nunca ter de pedir perdão.
Meu amor!
Por Reinaldo Azevedo
14/05/2012
às 20:59

Procuradoria defende perda de mandato de Chalita por infidelidade partidária

Por Felipe Seligman, na Folha:
A vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, enviou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um parecer defendendo que o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) perca seu mandato na Câmara por infidelidade partidária. Chalita, que é pré-candidato à prefeitura de São Paulo, trocou de partido em maio do ano passado — do PSB para o PMDB. Uma resolução do TSE, já julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, proibiu o troca-troca partidário, mas abriu algumas exceções, como a criação de novo partido ou perseguição pessoal. Em sua defesa, Chalita argumentou, entre outras coisas, que foi perseguido pelo PSB.
Segundo ele, o partido teria se comportado da seguinte maneira: prometeu apoiar sua candidatura ao Senado em 2010, mas não cumpriu com o combinado; depois de eleito deputado, não foi escolhido para ocupar a liderança do PSB na Câmara; e não foi indicado para presidir a comissão que cabe ao partido. Para Cureau, no entanto, tais fatos não configuram perseguição. “O fato de o recorrido não ter sido agraciado com posições que considera de destaque decorre da existência de disputas políticas normais no ambiente partidário, principalmente considerando que o partido em questão possui uma bancada de 29 deputados federais em exercício”.
A vice-procuradora-geral também rebate o argumento de Chalita de que ele obteve expressiva votação, “superior ao quociente eleitoral”. “No direito eleitoral brasileiro não existem candidaturas autônomas. Não há possibilidade de que um candidato se eleja, sem estar vinculado a partido e sem que seja nominalmente escolhido em convenção”. O pedido contra Chalita foi feito pelo primeiro suplente do PSB na Câmara, Marco Aurélio Ubiali, e o relator do caso é o ministro Gilson Dipp. Não há definição sobre a data do julgamento.
Por Reinaldo Azevedo
14/05/2012
às 20:56

Acontece o óbvio, e Celso de Mello aceita pedido de Cachoeira para adiar depoimento

Leia o que informa Laryssa Borges, na VEJA Online. Volto em seguida.
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou nesta segunda-feira o pedido da defesa do contraventor Carlinhos Cachoeira para que seu depoimento à CPI seja adiado. A oitiva estava agendada para as 14 horas desta terça-feira, mas a tendência era que o bicheiro permanecesse em silêncio diante dos questionamentos dos parlamentares. Em seu despacho, o ministro argumentou que a súmula vinculante 14 prevê que uma pessoa sob investigação tem o direito de conhecer as suspeitas que pairam contra ela.
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”, diz a súmula 14. Celso de Mello ainda citou decisões da própria Corte favoráveis a depoentes de CPI.
Gravações da Polícia Federal colhidas durante as investigações Vegas e Monte Carlo apontaram que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), um dos parlamentares mais ativos da oposição, utilizava sua influência e credibilidade para defender os negócios de Cachoeira no Congresso. Os grampos da PF também complicaram parlamentares de pelo menos seis siglas (PT, PSDB, PP, PTB, PPS e PCdoB), dois governadores (o petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, e o tucano Marconi Perillo, de Goiás) e a Delta, empreiteira com maior número de obras no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Coordenada pelo ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a defesa do contraventor alegou, no habeas corpus concedido por Mello, que o empresário de jogos precisa ter acesso às investigações das operações Vegas e Monte Carlo para saber com exatidão as acusações que pesam contra ele. Sem esses dados, argumentavam os advogados de Cachoeira, ele iria permanecer em silêncio. Thomaz Bastos já havia tentado diretamente na direção da CPI adiar o depoimento do contraventor, mas o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), negou o pedido.
Voltei
A decisão de Celso de Mello era absolutamente previsível. Não porque ele seja mais um dos homens de Cachoeira, mas porque a decisão é técnica e juridicamente correta. Na sexta-feira,
escrevi aqui o que segue em azul. Leiam. Volto para encerrar.
Em tempos de vale-tudo, também o noticioso, é preciso ter muito cuidado. Vamos ver: todo mundo tem o direito de saber do que está sendo acusado. Ou como se defender? Isso vale para qualquer um, até para Carlinhos Cachoeira. Assim, é grande a chance de que Celso de Mello, por motivos estritamente técnicos, diga “sim” ao pleito de Márcio Thomaz Bastos.
E se disser “não”? Certamente Bastos voltará à Justiça para que seu cliente tenha o direito de ficar calado na CPI. E aí será pule de dez: vai conseguir porque ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
Caso Celso de Mello, na segunda, concorde com o adiamento, não entrem na conversa de que isso é conspiração em favor da impunidade ou sei lá o quê. Cachoeira, seus sequazes, os mensaleiros, os pilantras etc., toda essa gente tem de ser punida em nome do triunfo da lei. E tem de ser punida segundo a lei.
Encerrando
Eis aí, meus caros. Não caiam na conversa de vigaristas. Celso de Mello fez o que a lei o obriga a fazer. Nada além disso. “Ah, é uma lei a favor de Cachoeira!” Errado! Saber do que se está sendo acusado é uma lei a favor dos direitos fundamentais do homem — e Cachoeira é um homem, ainda que a gente não goste dele. Logo…
O contraventor fatalmente deporá na CPI. A decisão de hoje em nada alivia a sua condição.
Por Reinaldo Azevedo
14/05/2012
às 20:46

Olhem do que é capaz um legítimo consumidor do capim produzido pelo JEG e pela BESTA. Ou: Um certo psicanalista chamado “Young”!!!

Um certo Angelo, IP 201.83.192.191, ao comentar o post anterior, em que trato dos falsos “Reinaldos” nas redes sociais, escreve o que segue (reproduzo o original). Leiam. Volto em seguida.
Eu iria comentar apenas o primeiro parágrafo.Mas o texto inteiro o define melhor. O que diria qualquer psicólogo de botequim? “O cara deseja aparecer”. O que diria Young? Nada que não repitisse Freud. O que diria Freud? “Complexo de superioridade com lágrimas falsas de humildade que não caracteriza sua personalidade”
E o que digo eu? Uma tentativa de raptar emoções dos leitores, apelando por uma falsa modéstia inexistente.
Exemplos: “JEG e Besta” são expressões que os créditos deveriam ser dados a quem os criou, toda vez que fossem escritos- evidente que isso é apenas um pingo no oceano vazio de Reinaldo.
Voltei
Profundo o rapaz, não? Eu poderia fazer alguns comentários sobre o seu “repitisse”, que deve ser o imperfeito do subjuntivo do verbo “repitir”, seja lá o que isso signifique. O Angelo é daqueles que não REPETIU de ano na hora certa e ficou condenado a sair por ai REPETINDO sandices. Mas deixo isso pra lá.
O mais encantador em seu texto que afeta sapiência é o nome “Young”, que, suspeito, seja uma tentativa de se referir a “JUNG”. Mas notem que ele faz digressões a respeito das obras de Jung e Freud, afetando conhecimento de causa.
Quanto aos termos “JEG” e “BESTA”, o que digo a essa cruza perfeita dos dois? Que o JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista) seja criação de um leitor deste blog, isso já foi reconhecido faz tempo. Como também ficou claro que foi o jornalista Fábio Pannunzio quem cravou o nome “BESTA” (Blogosfera Estatal) para designar a esgotosfera de aluguel. O próprio Pannunzio chegou a escrever um post sobre a referência que fiz a ele em meu blog.
Entendi… Exagerou no capim, né, Angelo? Em vez de soltar gás metano na atmosfera, como faziam os dinossauros herbívoros, e aquecer o planeta, você decidiu pensar. Um pensamento que vale por um pum!
Young… Esses mixurucas estão tão convictos de sua ignorância que nem mesmo fazem uma consulta de cinco segundos no Google.
É essa gente que o JEG e a BESTA conseguiram seduzir. Se eles vencessem a batalha — mas já começaram a perder —, bastariam mais três gerações para que a humanidade estivesse andando com a coluna vergada e travando suas batalhas nas copas das árvores…
Por Reinaldo Azevedo
14/05/2012
às 19:57

Os falsos “Reinaldos Azevedos” do Twitter e do Facebook

Que chatice!
Jô Soares reclamou outro dia que criaram um falso perfil seu no Twitter. Ele não tem perfil nenhum ou página no Facebook. É o fim da picada, claro! O Brasil inteiro o conhece, e sempre há um idiota disposto a azucrinar a vida de famosos. A Carolina Dieckmann vive o seu momento Scarlett Johansson, né? O Brasil inteiro passou a conhecê-la… Mas eu??? Caramba! Sou só um jornalista que costuma contestar certas falsidades influentes na rede. Sim, tenho milhares de leitores, mas não sou uma celebridade. Como estou bem diferente da foto que aparece no blog (vou fazer uma nova, agora com cabelo — meu mesmo, tá? Não muuuito…), quase ninguém me conhece na rua. Já imaginei algumas centenas de mulheres se estapeando por mim e coisa e tal… Mas eu tinha, deixem-me ver, uns 12, 13 anos e lembro ter pensando isso depois de ver uma reportagem na TV, antiga já então,  sobre a primeira viagem dos Beatles aos EUA (1964). Depois mudei de assunto. Não tinha pendores para a música. Fui ler uma coisinhas e me converti ao socialismo dois anos depois. Aí li mais coisinhas e caí fora dessa religião que converte facínoras em deuses. Adiante.
Não é que estão criando falsos perfis meus no Twitter e no Facebook? Não sou famoso! Não sou celebridade! Já encaminhei a quem de direito para que se tomem as providências. Que obsessão a desses vagabundos! Eu sei que estou na mira dos petralhas faz tempo! Falar mal de mim na esgotosfera sempre rende uma visitinhas a mais, até dos meus leitores, que ficam sabendo e, algo indignados, tentam retrucar. Por que essa gente não tenta ganhar a vida honestamente? Eu juro que é gostoso!
Bem, caras e caros, vocês sabem qual é a minha página no Facebook e qual é o meu real perfil no Twitter. Para o resto, só mesmo chamando a polícia. Ah, sim: não vamos confundir as coisas: há leitores generosos que criaram páginas elogiando meus textos, dizendo que admiram o meu trabalho etc. Essa é a turma do bem! E lhe sou, como sempre, muito grato.
Por Reinaldo Azevedo
14/05/2012
às 19:04

Pegos com a boca na botija, os comandantes de robôs da Internet tentam reagir e, para variar, mentem desbragadamente! Ah, sim! NESTE POST,UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM DEUS!

Que fossem analfabetos morais, já sabíamos. Parece, no entanto, que se trata mesmo de analfabetismo em sentido mais amplo. Reproduzi aqui, na manhã de sábado, trecho de reportagem da VEJA sobre grupos organizados que fraudam as regras de convivência entre os internautas na rede, em particular no Twitter.
Um post publicado naquele troço organizado por Luis Nassif — Nassif é aquele senhor que trabalha para a Radiobras e que já foi agraciado com um empréstimo feito pelo BNDES; deve ser em sinal de reconhecimento por sua independência — atribui a mim o que é uma reportagem da VEJA. Fala sobre a pacata dona de casa que seria a titular do perfil @lucy_in_sky_, que a reportagem diz ter sido usado como robô para replicar uma determinada mensagem.
Não é preciso ser um Schopenhauer que entende português para constatar que a reportagem da VEJA faz a distinção entre perfis que podem ser gerenciados por robôs, ainda que existam, e perfis falsos, criados só para fazer marola. Estes, no geral, não têm seguidores — ou contam com dois ou três. Em recentes twitaços comandados pela rede petralha, destacaram-se três perfis, com, respectivamente, o seguinte número de seguidores: 1, 4 e 9!!! São os “perfis peões”. A reportagem informa que o tal @lucy_in_sky_ foi usado por robô, não que seja um peão. Um quadro de quase duas páginas trata justamente das diferenças. Logo, mentem duas vezes: a) quando atribuem a mim o que não escrevi; b) quando atribuem à revista VEJA o que ela não escreveu.
Ora, queridos, nesta manhã, escrevi um texto enorme justamente sobre a pistolagem na Internet. Assim, não me surpreendo que atribuam a mim reportagem que não é minha nem que atribuam à VEJA aquilo que não está escrito. A tarefa dessa gente é mentir. É paga pra isso.
O tal post na página de Nassif chega a entrevistar a suposta titular do perfil — que quer preservar a sua identidade, naturalmente. Um pingue-pongue com uma personalidade que prefere não mostrar o rosto nem revelar a sua identidade! Acontece! Acabo de entrevistar Deus, mas ele prefere não aparecer. Segue a íntegra.
BLOG — Senhor, o senhor é mesmo o Senhor?
DEUS —
Por quê? O senhor, que não é Senhor, tem alguma dúvida?
BLOG — Não, mas sabe como é a rede…
DEUS —
Não sei!

BLOG — Mas o senhor, Senhor, não é onisciente?
DEUS —
Sou, mas tudo tem limite. Não quero saber o que se passa no JEG…
BLOG — Não?
DEUS —
Não! Aquelas páginas são a distração daquele que vive me difamando por aí e sonhando em ocupar um dia o meu lugar.
BLOG — Quem? O…
DEUS -
Esse mesmo, o anhangá, o arrenegado, o brazabum, o cramulhano, o grão-tinhoso, o mofento, o porco-sujo, o tinhoso, o zarapelho…
BLOG — Que vocabulário, Senhor!
DEUS 
— Consultei o Houaiss. E só usei alguns dos sinônimos…
BLOG — Ahnnn… Uma fotografia para provar que falei com Deus, nem pensar, né?
DEUS —
Iam dizer que é montagem. Desde aquele faraó teimoso do Egito, que insistia em competir comigo, pondo seus mágicos para fazer truques, sempre há gente tentando provar que não existo. Viu as consequências, né?
BLOG —
Vi, sim. Mas o senhor não acha, Senhor, que o fato de Moisés ser gago pode ter atrapalhado a conversa com o faraó?
DEUS —
Você acha que se ele fosse mais desinibido do que o Gabriel Chalita juntando os albinos da Tanzânia com Castro Alves, o outro lá teria mudado de ideia?
BLOG — Acho que não! O careca lá era fogo!
DEUS —
Que careca?
BLOG — O faraó!
DEUS —
Quem falou que ele era careca?
BLOG — Desculpe a confusão! É que, no filme “Os Dez Mandamentos”, o Yul Brynner…
DEUS —
Já sei! Aqueles efeitos especiais do mar se abrindo… Valha-me Eu Mesmo! Ainda bem que eu inventei o Spielberg para conferir mais realidade às fantasias de vocês…

BLOG — Tenho outras entrevistas a fazer. Obrigado pela atenção!
DEUS —
Você parece meio amuado…
BLOG — O senhor conhece aquela piada sobre comer a Sharon Stone na ilha deserta e não poder contar pra ninguém?...
DEUS — Ainda fazem esse tipo de piada com o Sharon Stone? Sharon Stone é do meu tempo!!! Betsabá também…
(segue-se um longo silêncio)

BLOG — Senhor? Que é isso, Deus!? A Maria do Rosário vai acusar o senhor de machista!
DEUS —
E essa, então, com esse nome… Conforme-se, meu filho! Se você disser que falou com Deus, vão achar que você é maluco. Se tirar uma foto ao meu lado, além de ninguém acreditar, vão dizer que você está querendo ser mais importante do que o Lula…

BLOG — Grande coisa! Lula vive tentando tomar o Seu lugar.
DEUS —
Ah, ele não é o primeiro. Aquele cheio de sinônimos vive tentando isso eternidade afora. Volta e meia aparece um novato.
BLOG — Vou publicar a entrevista mesmo assim!
DEUS —
Aqueles que leem o que você chama JEG vão acreditar… Se ironia fosse capim, o capim teria sido extinto no mundo. Eles teriam comido tudo.
BLOG — É parte de Sua obra, lamento lembrar!
DEUS —
Errado! Eu inventei os manjares, e o outro lá inventou a má digestão. Eu inventei a imprensa, e o outro lá inventou o JEG.
BLOG — E o resultado dessa luta?
DEUS —
Pergunte ao faraó.

Por Reinaldo Azevedo


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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]