L'OSSERVATORE ROMANO
Cultura
Cidade do Vaticano, 24 de Maio de 2012.
O artista francês dedicou toda a sua actividade artística à mulher de Cácia da qual se celebra a memória litúrgica a 22 de Maio
Yves Klein
em voo com santa Rita
Para o pintor, deslumbrado pelo azul e pela ideia de voar – como demonstra o facto de que se fez fotografar na tentativa de voar de uma janela nos arredores de Paris – a santa com efeito constituia uma referência sacra particularmente congenial.
De facto, a santa deve ter apreciado a homenagem do artista porque, depois de algumas décadas do seu desaparecimento precoce, a casa da qual Klein levantou voo foi vendida, e naquele terreno foi construída uma igreja dedicada exactamente a santa Rita, à primeira vista sem relação alguma com a vicissitude do pintor. Mas que por detrás da busca artística de Klein houvesse uma forte tensão espiritual compreende-se pelo seu percurso original, uma evolução rumo ao imaterial, à arquitectura do ar, sentida através de uma sensibilidade impalpável. A este conhecimento do imaterial Klein chega através da cor, sobretudo do azul: «fiquei admirado em Assis – escreveu na basílica de são Francisco – com os afrescos escrupulosamente monocromáticos, uniformes e azuis que penso se podem atribuir a Giotto».
Trata-se de um percurso que o próprio Klein explica bem nos escritos reunidos no volume Verso l'immateriale dell'arte (Milão, O barra O, 2009), no qual revela o sentido profundo das suas escolhas, desde a fase monocromática até à busca daquele azul particular que terá o seu nome, até a ceder a zonas pictóricas imateriais: «agora quero superar a arte, superar a sensibilidade, superar a vida, quero alcançar o vazio». Um vazio que procurará alcançar com a sua tentativa de voo: «Sou o pintor do espaço. Não um abstracto, ao contrário, um figurativo e realista. Sejamos honestos, para pintar o espaço, tenho o dever de ir in loco, a este mesmo espaço».
Portanto, Klein faz-nos ler a profundidade escondida por detrás das vestes aparentemente prosaicas de uma santa muito popular, faz-nos entender algo do mistério que está na base da vicissitude de cada santo.
Lucetta Scaraffia
22 de Maio de 2012
[palavras-chave: Santos e beatos]
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]