ORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAIS |
Posted: 07 Jul 2012 08:43 AM PDT O Bem-aventurado João Haroldo narra a história de um homem que vivia continuamente em pecado mortal. Sua mulher, pessoa de angélica piedade, não podendo conseguir que ele mudasse de vida, obteve, à força de pedidos e súplicas, que rezasse uma Ave-Maria cada vez que encontrasse na estrada uma imagem da Santíssima Virgem. Mais por agradar do que por devoção, aquele desgraçado prometeu e cumpriu sua promessa. Um dia, quando ia para uma orgia, viu brilhar uma luz a pouca distância. Aproximou-se, como que impelido por mão invisível e misteriosa, e logo se lhe deparou uma estátua de Maria com Jesus nos braços. Segundo o seu costume, rezou a Ave-Maria. Mas quando ia acabar, reparou que o Menino Jesus estava coberto de feridas, das quais o sangue corria abundantemente. E pensou: — Ai de mim! São meus pecados que abriram estas chagas em meu divino Redentor. Estas reflexões arrancaram-lhe dos olhos lágrimas amargas. Mas o Menino Jesus desviou dele seu olhar. Então o pecador, com grande vergonha e confusão, dirigiu-se a Maria: — Mãe de misericórdia, vosso Filho me rejeita. Intercedei por mim, pois vós sois meu único refúgio. — Oh! Pecador ingrato! — respondeu-lhe Maria. — Chamais-me de mãe de misericórdia e me tornais a mais miserável das mães, renovando a Paixão de meu Filho e as angústias que nela sofri. Contudo, como Maria não pode despedir ninguém sem consolação, pôs-se a pedir a seu Filho por aquele pecador contrito. Jesus mostrava-se pouco disposto a perdoar. Então a Virgem compassiva, depondo o Menino Jesus no chão e ajoelhando-se a seus pés, disse: — Oh! Meu Filho! Não me levantarei enquanto não houver obtido o perdão para este infeliz. — Minha Mãe, nada posso negar-vos. Que este pecador chegue-se mais perto e venha beijar minhas chagas. Aquele homem, derramando lágrimas e arrebatado pela gratidão, aproximou-se do Divino Menino, cujas chagas se fechavam à medida que ele ia encostando nelas os lábios. Jesus dignou-se abraçá-lo, como sinal de reconciliação. A conversão daquele pobre pecador foi sincera e duradoura. Passou ele o resto da vida na prática de todas as virtudes cristãs e salientou-se por uma afetuosa gratidão para com Aquela que lhe restituíra, por um modo tão imprevisto, a amizade de seu Deus. (Fonte: "Maria ensinada à mocidade" - Livraria Francisco Alves, Rio, 1915) GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS |
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