ZENIT
O mundo visto de Roma
Portugues semanal - 29 de julho de 2012
Santa Sé
- Santo Padre recebe em audiência comissão de cardeais
Sobre o inquérito da fuga de informações confidenciais - Construir percursos de bem comum, sem soluções pré-confeccionadas
Mensagem de Bento XVI aos membros dos institutos seculares - Nomeado novo subsecretário da Congregação para a Evangelização dos Povos
Padre Tadeusz Wojda é da congregação dos palotinos - Notícia lesa a reputação de homens fiéis ao Papa
Santa Sé define publicações como "infundadas e falsas - Ex-mordomo do papa obtém liberdade provisória
Anúncio é confirmado pelo porta-voz do Vaticano
Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
- Procura-se voluntários para a JMJ 2013
Também estão abertas inscrições para a Feira Vocacional
Comunicar a fé hoje
- Comunidade Shalom reune 1,17 milhões de jovens
XV festival Halleluya - Nasce o Observatório da Nova Evangelização para a América Latina
Lançamento aconteceu na reunião dos bispos diretores de departamentos do CELAM
Brasil
- Jubileu do Santuário Nossa Senhora da Piedade
Reflexões de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte - Brasília acolherá o encontro vocacional dos jovens do Caminho Neocatecumenal em preparação à JMJ
Mais de 15 mil jovens inscritos - "Hora da Vida" quer contribuir para o momento histórico de celebrações da Igreja
Mensagem de Dom Antonio Augusto Dias Duarte da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família
Homens e Mulheres de Fé
- "A política não afastou Oswaldo Payá da sua fé"
Cardeal Ortega presidiu funeral do dissidente cubano e leu mensagem do Papa
Mundo
- Roma e Moscou: mais próximas do que nunca
Primeiro-ministro italiano e patriarca Kyrill reafirmam compromisso em defesa da civilização cristã e dos valores morais comuns - Pontifícia Universidade Católica do Peru não é mais "pontifícia" nem "católica"
Decisão foi divulgada pela Santa Sé neste fim de semana - Os Palotinos analisam os desafios da nova evangelização
Semana de estudo aborda a questão em setembro
Entrevistas
- Os desafios da missiologia hoje primeira parte
Dois novos cursos na Universidade Gregoriana: "missão ad gentes" e "nova evangelização" - Vida e Dignidade humana (parte I)
Entrevista com Dr. Ivanaldo Santos, filósofo, pesquisador e professor universitário - Vida e Dignidade humana (parte II)
Entrevista com Dr. Ivanaldo Santos, filósofo, pesquisador e professor universitário - "Caminhos de Jesus", peregrinação na Terra Santa
Entrevista com Pe. Arturo Diaz, criador do "Caminhos de Jesus" - Van Thuan: um homem de esperança que amava os seus perseguidores
Entrevista com o postulador da causa de beatificação do cardeal vietnamita
Angelus
- "Não nos alimentemos só de pão, mas de amor e de verdade"
Durante o Angelus, o Papa convidou a redescobrir os gestos de amor e a implementar a paz na Síria e no Iraque
Documentação
- "Turismo e sustentabilidade energética: propulsores do desenvolvimento sustentável"
Mensagem por ocasião da Jornada Mundial do Turismo - Bento XVI convida os casais cristãos a serem «o rosto sorridente e doce da Igreja»
Mensagem aos participantes do Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora
ANÙNCIOS
Santa Sé
Santo Padre recebe em audiência comissão de cardeais
Sobre o inquérito da fuga de informações confidenciais
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 27 de julho de 2012 (ZENIT.org) – O Santo Padre recebeu em audiência na manhã de ontem, quinta-feira, o grupo de cardeais “nomeados para realizar o inquérito administrativo sobre o vazamento de informações confidenciais”, informou hoje a Sala de Imprensa da Santa Sé.
Informou-se ao Santo Padre as conclusões da comissão e o “progresso do procedimento penal em curso. Ele agradeceu pela informação recebida e pediu para a Magistratura Vaticana continuar o trabalho com diligência", disse a nota.
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaInformou-se ao Santo Padre as conclusões da comissão e o “progresso do procedimento penal em curso. Ele agradeceu pela informação recebida e pediu para a Magistratura Vaticana continuar o trabalho com diligência", disse a nota.
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Construir percursos de bem comum, sem soluções pré-confeccionadas
Mensagem de Bento XVI aos membros dos institutos seculares
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 25 de julho de 2012 (ZENIT.org) – Bento XVI enviou uma mensagem aos membros dos institutos seculares reunidos em congresso mundial até quinta-feira em Assis, cujo tema é: "À escuta de Deus 'nos sulcos da história': a secularidade fala à consagração".
O texto, enviado pelo secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Tarcisio Bertone, e divulgado pelo site de notícias do Vaticano, realça que “a relação entre Igreja e mundo” deve ser vivida na “reciprocidade”.
Os Institutos seculares alimentem "olhares capazes de futuro e raízes firmes em Cristo" abraçando "com caridade as feridas do mundo e da Igreja".
Num tempo como hoje, que "coloca à vida e à fé profundas interrogações", olhando para o Espírito Santo, os consagrados podem seguir a sua vocação, ou seja, "estar no mundo assumindo todos os seus pesos e os seus anseios, com um olhar humano que coincida sempre mais com o olhar divino", escreve o Santo Padre.
A mensagem indica três âmbitos específicos nos quais os Institutos seculares devem concentrar a atenção. Antes de mais, a "doação total e encontro pessoal com o amor de Deus". Depois, também, "vida espiritual", ponto firme e irrenunciável que implica "reconduzir a Cristo todas as coisas", e que se alimenta na oração e na escuta da Palavra de Deus, para construir esperança e confiança. Por fim, a formação, entendida como educação para "aquela sabedoria que tem sempre consciência da centralidade humana e da grandeza do Criador".
O Papa exorta os Institutos seculares a estarem "disponíveis para construir percursos de bem comum, sem soluções pré-confeccionadas".
MEM
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaO texto, enviado pelo secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Tarcisio Bertone, e divulgado pelo site de notícias do Vaticano, realça que “a relação entre Igreja e mundo” deve ser vivida na “reciprocidade”.
Os Institutos seculares alimentem "olhares capazes de futuro e raízes firmes em Cristo" abraçando "com caridade as feridas do mundo e da Igreja".
Num tempo como hoje, que "coloca à vida e à fé profundas interrogações", olhando para o Espírito Santo, os consagrados podem seguir a sua vocação, ou seja, "estar no mundo assumindo todos os seus pesos e os seus anseios, com um olhar humano que coincida sempre mais com o olhar divino", escreve o Santo Padre.
A mensagem indica três âmbitos específicos nos quais os Institutos seculares devem concentrar a atenção. Antes de mais, a "doação total e encontro pessoal com o amor de Deus". Depois, também, "vida espiritual", ponto firme e irrenunciável que implica "reconduzir a Cristo todas as coisas", e que se alimenta na oração e na escuta da Palavra de Deus, para construir esperança e confiança. Por fim, a formação, entendida como educação para "aquela sabedoria que tem sempre consciência da centralidade humana e da grandeza do Criador".
O Papa exorta os Institutos seculares a estarem "disponíveis para construir percursos de bem comum, sem soluções pré-confeccionadas".
MEM
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Nomeado novo subsecretário da Congregação para a Evangelização dos Povos
Padre Tadeusz Wojda é da congregação dos palotinos
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 25 de julho de 2012 (ZENIT.org) - O santo padre Bento XVI nomeou como subsecretário da Congregação para a Evangelização dos Povos o padre Tadeusz Wojda, SAC, que já trabalhava no mesmo dicastério.
O padre Wojda entrou em 1978 na Societas Apostolatus Catholici, a congregação dos palotinos. Ordenado sacerdote em 1983, terminou os estudos de missionologia na Universidade Pontifícia Gregoriana, onde se doutorou. Logo em seguida, passou a trabalhar na Congregação para a Evangelização dos Povos.
Ainda em sua congregação religiosa, Wojda já lidava diretamente com as missões palotinas, tendo ocupado durante longo período o cargo de secretário geral para as missões.
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaO padre Wojda entrou em 1978 na Societas Apostolatus Catholici, a congregação dos palotinos. Ordenado sacerdote em 1983, terminou os estudos de missionologia na Universidade Pontifícia Gregoriana, onde se doutorou. Logo em seguida, passou a trabalhar na Congregação para a Evangelização dos Povos.
Ainda em sua congregação religiosa, Wojda já lidava diretamente com as missões palotinas, tendo ocupado durante longo período o cargo de secretário geral para as missões.
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Notícia lesa a reputação de homens fiéis ao Papa
Santa Sé define publicações como "infundadas e falsas
CIDADE 'DO VATICANO, segunda-feira, 23 julho de 2012 (ZENIT.org) - "Desaprovação total" foi expressa pela Santa Sé sobre artigos de jornais publicados nos últimos dias na Itália e na Alemanha sobre os inquéritos da divulgação de documentos confidenciais da Santa Sé.
Estes artigos insinuam "grave suspeita de cumplicidade por parte de algumas pessoas próximas ao Santo Padre", disse o comunicado da Sala de Imprensa do Vaticano.
As notícias, portanto, “não se baseiam em argumentos objetivos" e são julgadas pela Santa Sé como "gravemente lesivas à reputação das pessoas em causa, há muitos anos no serviço fiel ao Santo Padre”.
"O fato de que ainda não foram divulgados os resultados das investigações pela autoridade devidamente delegada, de qualquer forma não legítima a difusão de interpretações e argumentos infundados e falsos. Esta não é a informação que o público tem direito", diz o comunicado de imprensa.
(Trad.MEM)
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaEstes artigos insinuam "grave suspeita de cumplicidade por parte de algumas pessoas próximas ao Santo Padre", disse o comunicado da Sala de Imprensa do Vaticano.
As notícias, portanto, “não se baseiam em argumentos objetivos" e são julgadas pela Santa Sé como "gravemente lesivas à reputação das pessoas em causa, há muitos anos no serviço fiel ao Santo Padre”.
"O fato de que ainda não foram divulgados os resultados das investigações pela autoridade devidamente delegada, de qualquer forma não legítima a difusão de interpretações e argumentos infundados e falsos. Esta não é a informação que o público tem direito", diz o comunicado de imprensa.
(Trad.MEM)
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Ex-mordomo do papa obtém liberdade provisória
Anúncio é confirmado pelo porta-voz do Vaticano
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 23 de julho de 2012 (ZENIT.org) – Reproduzimos a declaração do diretor da sala de imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, divulgada na tarde de sábado, 21, sobre a concessão da liberdade provisória ao Sr. Paolo Gabriele, ex-mordomo do papa Bento XVI, preso em maio passado durante investigação sobre vazamento de documentos vaticanos.
O juiz instrutor do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, profº Piero Bonnet, em não permanecendo, após o interrogatório de hoje, a necessidade da manutenção do acusado em prisão, dispôs que ao Sr. Paolo Gabriele seja concedido o benefício da liberdade provisória e da prisão domiciliar, após a prestação das idôneas garantias.
O Sr. Gabriele residirá com sua família no Vaticano, observando as disposições do juiz para os contatos e relacionamento com outras pessoas.
Os passos seguintes do processo, previstos para os próximos dias, averiguarão a responsabilidade pelo delito de furto qualificado, bem como a seguinte sentença de reenvio a julgamento ou de absolvição pelo juiz instrutor.
Outrossim, comunica-se que a comissão de cardeais entregou ao Santo Padre em dias recentes o relatório final dos seus trabalhos.
(Trad.ZENIT)
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaO juiz instrutor do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, profº Piero Bonnet, em não permanecendo, após o interrogatório de hoje, a necessidade da manutenção do acusado em prisão, dispôs que ao Sr. Paolo Gabriele seja concedido o benefício da liberdade provisória e da prisão domiciliar, após a prestação das idôneas garantias.
O Sr. Gabriele residirá com sua família no Vaticano, observando as disposições do juiz para os contatos e relacionamento com outras pessoas.
Os passos seguintes do processo, previstos para os próximos dias, averiguarão a responsabilidade pelo delito de furto qualificado, bem como a seguinte sentença de reenvio a julgamento ou de absolvição pelo juiz instrutor.
Outrossim, comunica-se que a comissão de cardeais entregou ao Santo Padre em dias recentes o relatório final dos seus trabalhos.
(Trad.ZENIT)
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Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
Procura-se voluntários para a JMJ 2013
Também estão abertas inscrições para a Feira Vocacional
RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 27 de julho de 2012 (ZENIT.org) – Com menos de um ano para o início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio, os organizadores ainda estão recebendo solicitações de jovens e adultos que desejam dedicar o seu tempo como voluntários do grande evento na cidade carioca.
Para ser voluntário é preciso ter pelo menos 18 anos e não há limite para os adultos. Os organizadores também estão considerando a possibilidade de aceitar jovens de 16 anos que tenham autorização dos pais. Os voluntários ficam à disposição do comitê organizador oferecendo a sua colaboração gratuita para a preparação e realização do evento nas suas diversas fases. Já têm muitos voluntários trabalhando, ainda que a maioria deles começará a sua colaboração algumas semanas antes da cerimônia de abertura, ou seja, deverão chegar ao Rio, pelo menos, uns 15 dias antes.
Feira Vocacional
As inscrições estão abertas também para as congregações, movimentos e comunidades religiosas que queiram participar da Feira das Vocações, que será no bairro da Urca, na praça General Tiburcio, de onde parte o teleférico que leva até o Pão de Açúcar, uma das principais atrações turísticas da cidade.
"Quando os jovens chegarem à JMJ, verão as insígnias da Feira das Vocações, com as mensagens dos santos que irá levá-los a questionar-se sobre a sua vocação", disse o diácono Arnaldo Rodriguez, um dos responsáveis pela preparação pastoral do evento. "Haverá um palco para concertos, pregações, momentos de oração e um lugar para reflexões". E também serão preparadas grandes tendas para a adoração do Santíssimo Sacramento, para as missas e para o sacramento da confissão.
O objetivo da Feira - continuou Rodriguez – não é "para satisfazer a curiosidade dos jovens", mas "um evento chave" da JMJ, para que cada um possa discernir a própria vocação. "As congregações, seminários diocesanos e comunidades rezarão com os jovens. Mostrarão não só o seu carisma particular, mas também a oportunidade de encontrar o Senhor", disse.
Os critérios para participar são: presença ativa do movimento candidato no Brasil; presença em outros países e estar classificado pelo Código de Direito Canônico. Também os movimentos qeu não têm reconhecimento diocesano ou pontifício podem inscrever-se, ainda que os que tiverem reconhecimento canônico terão a preferência.
Para mais informações escreva para: feiravocacional@rio2013.com
E os interessados em inscrever-se como voluntários pode fazê-lo em: http://www.rio2013.com/pt/voluntarios
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaPara ser voluntário é preciso ter pelo menos 18 anos e não há limite para os adultos. Os organizadores também estão considerando a possibilidade de aceitar jovens de 16 anos que tenham autorização dos pais. Os voluntários ficam à disposição do comitê organizador oferecendo a sua colaboração gratuita para a preparação e realização do evento nas suas diversas fases. Já têm muitos voluntários trabalhando, ainda que a maioria deles começará a sua colaboração algumas semanas antes da cerimônia de abertura, ou seja, deverão chegar ao Rio, pelo menos, uns 15 dias antes.
Feira Vocacional
As inscrições estão abertas também para as congregações, movimentos e comunidades religiosas que queiram participar da Feira das Vocações, que será no bairro da Urca, na praça General Tiburcio, de onde parte o teleférico que leva até o Pão de Açúcar, uma das principais atrações turísticas da cidade.
"Quando os jovens chegarem à JMJ, verão as insígnias da Feira das Vocações, com as mensagens dos santos que irá levá-los a questionar-se sobre a sua vocação", disse o diácono Arnaldo Rodriguez, um dos responsáveis pela preparação pastoral do evento. "Haverá um palco para concertos, pregações, momentos de oração e um lugar para reflexões". E também serão preparadas grandes tendas para a adoração do Santíssimo Sacramento, para as missas e para o sacramento da confissão.
O objetivo da Feira - continuou Rodriguez – não é "para satisfazer a curiosidade dos jovens", mas "um evento chave" da JMJ, para que cada um possa discernir a própria vocação. "As congregações, seminários diocesanos e comunidades rezarão com os jovens. Mostrarão não só o seu carisma particular, mas também a oportunidade de encontrar o Senhor", disse.
Os critérios para participar são: presença ativa do movimento candidato no Brasil; presença em outros países e estar classificado pelo Código de Direito Canônico. Também os movimentos qeu não têm reconhecimento diocesano ou pontifício podem inscrever-se, ainda que os que tiverem reconhecimento canônico terão a preferência.
Para mais informações escreva para: feiravocacional@rio2013.com
E os interessados em inscrever-se como voluntários pode fazê-lo em: http://www.rio2013.com/pt/voluntarios
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Comunicar a fé hoje
Comunidade Shalom reune 1,17 milhões de jovens
XV festival Halleluya
BRASILIA, sexta-feira, 27 de julho de 2012 (ZENIT.org) – A comunidade Shalom celebrou 30 anos com um evento que reuniu 1,17 milhões de jovens.
Publicamos aos nossos leitores texto enviado pela assessoria de imprensa da Comunidade Shalom à ZENIT hoje:
***
Música, artes, esportes radicais, cultura e muita fé. A edição histórica de 15 anos do Festival Halleluya 2012 também bateu recorde de público. Em cinco dias, o maior festival de artes integradas do País recebeu 1,17 milhão de pessoas. O evento coroou as atividades de comemoração dos 30 anos de existência da Comunidade Católica Shalom. O Festival recebeu 22 grupos artísticos consagrados da música católica brasileira. Entre os destaques, passaram pelo palco principal do Halleluya os cantores Adriana, Banda Missionário Shalom, Alto Louvor, Batista Lima, Irmã Kelly Patrícia, Rosa de Saron, Suely Façanha e padre Fábio de Melo.
Além disso, 25 grupos artísticos competiram no Festival de Artes Integradas que aconteceu no Espaço Cultural do Halleluya. O palco contou com a presença de um público médio de cinco mil pessoas. Além das apresentações artísticas, as pessoas curtiram o talk show de perguntas e respostas #CurtaVerdade.com que recebeu personalidades da Igreja Católica como o arcebispo cardeal de São Paulo Dom Odilo Scherer, o arcebispo do Rio de Janeiro Dom Oranir Tempesta entre outros. A exposição Shalom 30 anos atraiu 15 mil pessoas durante as noites de evento. O Espaço reuniu ainda sete mil espectadores no Cine Halleluya.
A solidariedade foi um dos pontos altos do Festival. Foram doadas 636 bolsas de sangue e foram feitos 200 cadastros de medula óssea, de acordo com dados preliminares do Hemoce. “Para nós, é uma satisfação enorme ter esta parceria com a Comunidade Shalom no Halleluya e
esperamos continuar com este parceria, por muitos anos” afirmou, satisfeita com os números, a coordenadora de Captação de doadores do Hemoce, Nágela Lima.
A doação de alimentos também foi uma ação solidária que deu resultados concretos. Números parciais da Defesa Civil apontam que foram arrecadados 5600 quilos de alimentos não perecíveis. Metade do arrecadado será destinado para as vítimas da seca e a outra metade
será encaminhada aos projetos de Promoção Humana da Comunidade Católica Shalom, que atendem pessoas em situação de risco. Convidados especiais Nesta edição o Festival Halleluya contou a presença especial do cardeal arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer que por dois dias participou das diversas atividades do evento. “Quem está com Deus, quem segue Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, está no caminho da felicidade”, disse o cardeal em um talk show no Espaço Cultural, novidade do Festival este ano.
Dom Orani João tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro veio especialmente lançar a campanha de contagem regressiva para a Jornada Mundial da Juventude RIO 2013 na noite de sexta, dia 20, para um público de 240 pessoas, na sua grande maioria composta por jovens. “Vale a pena ser jovem e seguir a Jesus Cristo", destacou Dom Orani. Segundo o arcebispo, a Igreja precisa que os jovens sejam sinal da graça de Deus entre todos. A evangelização deve ser feita pela
juventude que conhece a verdade. "Precisamos de jovens confiantes na sua fé e que possam testemunhar com sua vida", completou. O arcebispo ainda agradeceu a presença da juventude no Festival Halleluya.
Ainda passaram pelo evento Dom Eduardo Pinheiro, responsável pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, Dom Javier Martinez, arcebispo de Granada, o bispo emérito de Fortaleza Dom Edmilson e dezenas de sacerdotes que durante todas as noite ouviram as confissões dos fieis.
A Celebração Eucarística de encerramento foi presidida pelo arcebispo de Fortaleza Dom José Antonio. “É uma alegria ter esta multidão reunida aqui no Halleluya para ouvir a Palavra de Deus e por os ensinamentos que aqui escutam em prática”, pontuou o arcebispo.
Para o Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Shalom Moysés Azevedo O Festival Halleluya é fruto da graça de Deus.“ Quando Deus nos deu o carisma Shalom, Ele também nos cumulou da graça de irmos além e termos um olhar compassivo. Ao vermos os jovens que se perdiam na prostituição, em um processo de autodestruição, na época das férias, sentimos o apelo de ousar e dar um ato de fé em favor da glória de Deus e desses jovens, que são os filhos prediletos do Carisma Shalom. E assim a gente foi ousando até chegar nesse formato atual do evento. Hoje ao contemplar um crescimento tão potente, percebo o dom de Deus em nosso meio. Só podemos louvar, pois quanto menor é o frasco, o servo e o recipiente, mais a graça de Deus pode operar. Somos pequenos e fracos, mas na nossa debilidade Deus se manifesta com a sua força e potência”, disse.
Quero Mais A fé e a sede de Deus atraíram para o Espaço da Misericórdia boa parte do público que nesses dias veio ao Festival. Mais de 2387 confissões foram atendidas. Nas cinco noites, mais de 4392 pessoas foram aconselhadas. Para o atendimento deste público, 112 sacerdotes e 430 voluntários se dispuseram a servir.No próximo final de semana, o evento continua no Halleluya Quero Mais. O Seminário de Vida no Espírito Santo já recebeu 6093 inscrições durante o Festival. Mais pessoas poderão fazer sua experiência com Deus nos Centros de Evangelização da Comunidade Católica Shalom.
O Halleluya Adventure reuniu jovens que competiram em modalidades artísticas. Os pequenos também tiveram um espaço especial. O Halleluya Kids recebeu 1535 crianças entre 5 e 11 anos, num espaço que foi triplicado em relação a 2011.
Web e redes sociais O Festival Halleluya também foi um evento interativo. Durante os cinco
dias, foram registrados mais de 200 mil acessos ao site. Foram registrados picos de 2 mil acessos à webtv acompanhando online o Festival.
Nas redes sociais, o Festival foi destaque. Por diversas vezes o assunto mais comentado no Trendig Topics do Twitter e mais de 18 mil pessoas citaram o Festival Halleluya no Facebook.
Assessoria de Imprensa
Vanderlúcio Souza
Tel.:(85) 3308.7451
(85) 8171.7175 (novo número)
www.comshalom.org
www.twitter.com/comshalom
skype: shimprensa
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaPublicamos aos nossos leitores texto enviado pela assessoria de imprensa da Comunidade Shalom à ZENIT hoje:
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Música, artes, esportes radicais, cultura e muita fé. A edição histórica de 15 anos do Festival Halleluya 2012 também bateu recorde de público. Em cinco dias, o maior festival de artes integradas do País recebeu 1,17 milhão de pessoas. O evento coroou as atividades de comemoração dos 30 anos de existência da Comunidade Católica Shalom. O Festival recebeu 22 grupos artísticos consagrados da música católica brasileira. Entre os destaques, passaram pelo palco principal do Halleluya os cantores Adriana, Banda Missionário Shalom, Alto Louvor, Batista Lima, Irmã Kelly Patrícia, Rosa de Saron, Suely Façanha e padre Fábio de Melo.
Além disso, 25 grupos artísticos competiram no Festival de Artes Integradas que aconteceu no Espaço Cultural do Halleluya. O palco contou com a presença de um público médio de cinco mil pessoas. Além das apresentações artísticas, as pessoas curtiram o talk show de perguntas e respostas #CurtaVerdade.com que recebeu personalidades da Igreja Católica como o arcebispo cardeal de São Paulo Dom Odilo Scherer, o arcebispo do Rio de Janeiro Dom Oranir Tempesta entre outros. A exposição Shalom 30 anos atraiu 15 mil pessoas durante as noites de evento. O Espaço reuniu ainda sete mil espectadores no Cine Halleluya.
A solidariedade foi um dos pontos altos do Festival. Foram doadas 636 bolsas de sangue e foram feitos 200 cadastros de medula óssea, de acordo com dados preliminares do Hemoce. “Para nós, é uma satisfação enorme ter esta parceria com a Comunidade Shalom no Halleluya e
esperamos continuar com este parceria, por muitos anos” afirmou, satisfeita com os números, a coordenadora de Captação de doadores do Hemoce, Nágela Lima.
A doação de alimentos também foi uma ação solidária que deu resultados concretos. Números parciais da Defesa Civil apontam que foram arrecadados 5600 quilos de alimentos não perecíveis. Metade do arrecadado será destinado para as vítimas da seca e a outra metade
será encaminhada aos projetos de Promoção Humana da Comunidade Católica Shalom, que atendem pessoas em situação de risco. Convidados especiais Nesta edição o Festival Halleluya contou a presença especial do cardeal arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer que por dois dias participou das diversas atividades do evento. “Quem está com Deus, quem segue Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, está no caminho da felicidade”, disse o cardeal em um talk show no Espaço Cultural, novidade do Festival este ano.
Dom Orani João tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro veio especialmente lançar a campanha de contagem regressiva para a Jornada Mundial da Juventude RIO 2013 na noite de sexta, dia 20, para um público de 240 pessoas, na sua grande maioria composta por jovens. “Vale a pena ser jovem e seguir a Jesus Cristo", destacou Dom Orani. Segundo o arcebispo, a Igreja precisa que os jovens sejam sinal da graça de Deus entre todos. A evangelização deve ser feita pela
juventude que conhece a verdade. "Precisamos de jovens confiantes na sua fé e que possam testemunhar com sua vida", completou. O arcebispo ainda agradeceu a presença da juventude no Festival Halleluya.
Ainda passaram pelo evento Dom Eduardo Pinheiro, responsável pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, Dom Javier Martinez, arcebispo de Granada, o bispo emérito de Fortaleza Dom Edmilson e dezenas de sacerdotes que durante todas as noite ouviram as confissões dos fieis.
A Celebração Eucarística de encerramento foi presidida pelo arcebispo de Fortaleza Dom José Antonio. “É uma alegria ter esta multidão reunida aqui no Halleluya para ouvir a Palavra de Deus e por os ensinamentos que aqui escutam em prática”, pontuou o arcebispo.
Para o Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Shalom Moysés Azevedo O Festival Halleluya é fruto da graça de Deus.“ Quando Deus nos deu o carisma Shalom, Ele também nos cumulou da graça de irmos além e termos um olhar compassivo. Ao vermos os jovens que se perdiam na prostituição, em um processo de autodestruição, na época das férias, sentimos o apelo de ousar e dar um ato de fé em favor da glória de Deus e desses jovens, que são os filhos prediletos do Carisma Shalom. E assim a gente foi ousando até chegar nesse formato atual do evento. Hoje ao contemplar um crescimento tão potente, percebo o dom de Deus em nosso meio. Só podemos louvar, pois quanto menor é o frasco, o servo e o recipiente, mais a graça de Deus pode operar. Somos pequenos e fracos, mas na nossa debilidade Deus se manifesta com a sua força e potência”, disse.
Quero Mais A fé e a sede de Deus atraíram para o Espaço da Misericórdia boa parte do público que nesses dias veio ao Festival. Mais de 2387 confissões foram atendidas. Nas cinco noites, mais de 4392 pessoas foram aconselhadas. Para o atendimento deste público, 112 sacerdotes e 430 voluntários se dispuseram a servir.No próximo final de semana, o evento continua no Halleluya Quero Mais. O Seminário de Vida no Espírito Santo já recebeu 6093 inscrições durante o Festival. Mais pessoas poderão fazer sua experiência com Deus nos Centros de Evangelização da Comunidade Católica Shalom.
O Halleluya Adventure reuniu jovens que competiram em modalidades artísticas. Os pequenos também tiveram um espaço especial. O Halleluya Kids recebeu 1535 crianças entre 5 e 11 anos, num espaço que foi triplicado em relação a 2011.
Web e redes sociais O Festival Halleluya também foi um evento interativo. Durante os cinco
dias, foram registrados mais de 200 mil acessos ao site. Foram registrados picos de 2 mil acessos à webtv acompanhando online o Festival.
Nas redes sociais, o Festival foi destaque. Por diversas vezes o assunto mais comentado no Trendig Topics do Twitter e mais de 18 mil pessoas citaram o Festival Halleluya no Facebook.
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Nasce o Observatório da Nova Evangelização para a América Latina
Lançamento aconteceu na reunião dos bispos diretores de departamentos do CELAM
BOGOTÁ, quarta-feira, 25 de julho de 2012 (ZENIT.org).- A sessão inaugural da reunião dos bispos diretores dos departamentos do CELAM lançou o Observatório da Nova Evangelização para a América Latina, com a participação, de Roma, de dom Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização.
Durante o ato de lançamento do Observatório, um encontro virtual através da plataforma “episcopo.net” reuniu todos os diretores dos departamentos de comunicação das conferências episcopais latino-americanas.
Dom Ruíz Arenas explicou que, “para cumprir os objetivos indicados pelo santo padre ao criar o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, consideramos oportuno criar um Observatório da Nova Evangelização para a América Latina, com a finalidade de observar permanentemente as realidades operantes neste âmbito e os diversos entornos culturais em que ela deve se desenvolver”.
“A ideia é acionar uma plataforma de informação, de pesquisa e de estudo das diversas experiências e processos da nova evangelização já existentes na América Latina e no Caribe, para acompanhar o seu andamento e promover um intercâmbio recíproco de experiências”.
O Observatório procurará ajudar, de acordo com dom Ruíz Arenas, a aprofundar no conhecimento dos grandes desafios que se apresentam à Igreja para o cumprimento da sua missão evangelizadora, além de indagar as causas que levam tantos fiéis a abandonarem a Igreja e a tentarem saciar a sede de Deus em outras experiências religiosas.
(Tradução:ZENIT)
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaDurante o ato de lançamento do Observatório, um encontro virtual através da plataforma “episcopo.net” reuniu todos os diretores dos departamentos de comunicação das conferências episcopais latino-americanas.
Dom Ruíz Arenas explicou que, “para cumprir os objetivos indicados pelo santo padre ao criar o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, consideramos oportuno criar um Observatório da Nova Evangelização para a América Latina, com a finalidade de observar permanentemente as realidades operantes neste âmbito e os diversos entornos culturais em que ela deve se desenvolver”.
“A ideia é acionar uma plataforma de informação, de pesquisa e de estudo das diversas experiências e processos da nova evangelização já existentes na América Latina e no Caribe, para acompanhar o seu andamento e promover um intercâmbio recíproco de experiências”.
O Observatório procurará ajudar, de acordo com dom Ruíz Arenas, a aprofundar no conhecimento dos grandes desafios que se apresentam à Igreja para o cumprimento da sua missão evangelizadora, além de indagar as causas que levam tantos fiéis a abandonarem a Igreja e a tentarem saciar a sede de Deus em outras experiências religiosas.
(Tradução:ZENIT)
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Jubileu do Santuário Nossa Senhora da Piedade
Reflexões de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte
BELO HORIZONTE, sexta-feira, 27 de julho de 2012 (ZENIT.org) - O dia 31 de julho é data especial no calendário de Minas Gerais. Nesse dia, em 1960, na Praça da Liberdade, na capital mineira, com admirável presença do povo de Deus, de autoridades civis, bispos, padres e religiosos, celebrou-se a consagração de Minas Gerais a Nossa Senhora da Piedade, que passou a ser venerada como a Padroeira do Estado. A consagração selou - pelo empenho do Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, então Arcebispo de São Paulo, mineiro apaixonado por sua terra, com a benção do Bem Aventurado João XXIII, Papa que concedera o título em 1958, e com a bondade de Dom João Resende Costa, então Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte - uma história de fé e devoção que remonta o início da história tricentenária de Minas.
Esta história é iluminada pela devoção Mariana presente no Santuário Nossa Senhora da Piedade, um monumento à fé cristã neste coração católico do Brasil. Uma preciosidade que tem como fonte a rica e bíblica espiritualidade Mariana, com suas propriedades de ensinamento e inspiração para a experiência do discipulado no seguimento de Jesus Cristo. Grande dom que gera razões para um jubileu anualmente celebrado, verdadeiro reconhecimento indispensável pelo presente recebido, oportunidade para que todos vivam esse tesouro espiritual e humanístico.
O Santuário Nossa Senhora da Piedade é referência que congrega valores da mais qualificada ordem, sacramentados na Ermida da Padroeira, casa de clemência e de bondade. Inclui um patrimônio ecológico inestimável, herança que merece todo respeito e empenho de preservação, um conjunto paisagístico da mais alta significação turística, com força de produzir encantamentos únicos, de incontáveis matizes. É impossível não ficar admirado diante da manifestação exuberante e inigualável da natureza, magnífica arquitetura divina. Sua fauna, flora, contornos, geografia, pedras, subidas e descidas. Também é notável o conjunto arquitetônico do Santuário, fruto das paixões inteligentes de Antônio da Silva Bracarena, o ermitão português que o idealizou e iniciou sua construção, no século 18, frei Rosário Joffily, com seus inesquecíveis amigos da Serra, admiráveis, como o arquiteto Alcides da Rocha Miranda e o padre Virgílio Resi.
O registro indelével da presença amorosa e fervorosa de peregrinos por quase dois séculos, compondo uma história de fé e milagres, faz da Serra da Piedade, com o Santuário da Padroeira de Minas, um incontestável e necessário coração para o Estado. É tarefa missionária cultivar nos habitantes dessa terra o amor e devoção a sua padroeira e ao Santuário. Assim, todas as pessoas, de diversos lugares, peregrinos, visitantes e turistas encontrarão essa fonte de qualificação do ser pela espiritualidade, pela fé, pela força educativa e transformadora de sua beleza.
A Arquidiocese de Belo Horizonte é a guardiã desse rico patrimônio, tarefa amparada pelo tombamento do conjunto arquitetônico e paisagístico, em 1956, pelo Iphan e, em 2004, pelo Iepha. No Jubileu do Santuário, 31 de julho de 2012, em solenidade oficial, pela manhã, o governador Antonio Anastasia assina o Decreto que declara o conjunto paisagístico, artístico e cultural do Santuário Nossa Senhora da Piedade como Atrativo Turístico de Especial Relevância em Minas Gerais. Um acontecimento que inclui o compromisso governamental de estimular o desenvolvimento do potencial turístico, promoção, divulgação, a preservação da biodiversidade, incentivo ao investimento privado na infraestrutura para bom atendimento aos peregrinos, romeiros e turistas.
Neste mesmo horizonte de comprometimentos com a preservação e promoção do dom do Santuário Nossa Senhora da Piedade está o importante projeto do Caminho Religioso da Estrada Real (CRER) - do Santuário da Padroeira de Minas ao Santuário da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Um caminho religioso, semelhante ao de Santiago de Compostela, que pode ser percorrido a pé, de bicicleta, a cavalo, como turismo ou peregrinação. O percurso tem 600 km de extensão e passa por 32 cidades, sendo 27em Minas Geraise cinco em São Paulo. Uma iniciativa para envolver governos, segmentos empreendedores da sociedade, Arquidioceses e Dioceses, com foco prioritário em religiosidade, história, cultura.
Também é importante o compromisso de reverter processos de degradação ambiental, potencializar ativos socioambientais, com a valorização do capital humano e da vocação religiosa do Santuário, precioso para a Igreja, instrumento privilegiado de evangelização e de serviço à vida. Que a beleza, a espiritualidade e o silêncio da Serra da Piedade atraiam e valorizem vidas, razões para celebrar o Jubileu do Santuário.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaEsta história é iluminada pela devoção Mariana presente no Santuário Nossa Senhora da Piedade, um monumento à fé cristã neste coração católico do Brasil. Uma preciosidade que tem como fonte a rica e bíblica espiritualidade Mariana, com suas propriedades de ensinamento e inspiração para a experiência do discipulado no seguimento de Jesus Cristo. Grande dom que gera razões para um jubileu anualmente celebrado, verdadeiro reconhecimento indispensável pelo presente recebido, oportunidade para que todos vivam esse tesouro espiritual e humanístico.
O Santuário Nossa Senhora da Piedade é referência que congrega valores da mais qualificada ordem, sacramentados na Ermida da Padroeira, casa de clemência e de bondade. Inclui um patrimônio ecológico inestimável, herança que merece todo respeito e empenho de preservação, um conjunto paisagístico da mais alta significação turística, com força de produzir encantamentos únicos, de incontáveis matizes. É impossível não ficar admirado diante da manifestação exuberante e inigualável da natureza, magnífica arquitetura divina. Sua fauna, flora, contornos, geografia, pedras, subidas e descidas. Também é notável o conjunto arquitetônico do Santuário, fruto das paixões inteligentes de Antônio da Silva Bracarena, o ermitão português que o idealizou e iniciou sua construção, no século 18, frei Rosário Joffily, com seus inesquecíveis amigos da Serra, admiráveis, como o arquiteto Alcides da Rocha Miranda e o padre Virgílio Resi.
O registro indelével da presença amorosa e fervorosa de peregrinos por quase dois séculos, compondo uma história de fé e milagres, faz da Serra da Piedade, com o Santuário da Padroeira de Minas, um incontestável e necessário coração para o Estado. É tarefa missionária cultivar nos habitantes dessa terra o amor e devoção a sua padroeira e ao Santuário. Assim, todas as pessoas, de diversos lugares, peregrinos, visitantes e turistas encontrarão essa fonte de qualificação do ser pela espiritualidade, pela fé, pela força educativa e transformadora de sua beleza.
A Arquidiocese de Belo Horizonte é a guardiã desse rico patrimônio, tarefa amparada pelo tombamento do conjunto arquitetônico e paisagístico, em 1956, pelo Iphan e, em 2004, pelo Iepha. No Jubileu do Santuário, 31 de julho de 2012, em solenidade oficial, pela manhã, o governador Antonio Anastasia assina o Decreto que declara o conjunto paisagístico, artístico e cultural do Santuário Nossa Senhora da Piedade como Atrativo Turístico de Especial Relevância em Minas Gerais. Um acontecimento que inclui o compromisso governamental de estimular o desenvolvimento do potencial turístico, promoção, divulgação, a preservação da biodiversidade, incentivo ao investimento privado na infraestrutura para bom atendimento aos peregrinos, romeiros e turistas.
Neste mesmo horizonte de comprometimentos com a preservação e promoção do dom do Santuário Nossa Senhora da Piedade está o importante projeto do Caminho Religioso da Estrada Real (CRER) - do Santuário da Padroeira de Minas ao Santuário da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Um caminho religioso, semelhante ao de Santiago de Compostela, que pode ser percorrido a pé, de bicicleta, a cavalo, como turismo ou peregrinação. O percurso tem 600 km de extensão e passa por 32 cidades, sendo 27em Minas Geraise cinco em São Paulo. Uma iniciativa para envolver governos, segmentos empreendedores da sociedade, Arquidioceses e Dioceses, com foco prioritário em religiosidade, história, cultura.
Também é importante o compromisso de reverter processos de degradação ambiental, potencializar ativos socioambientais, com a valorização do capital humano e da vocação religiosa do Santuário, precioso para a Igreja, instrumento privilegiado de evangelização e de serviço à vida. Que a beleza, a espiritualidade e o silêncio da Serra da Piedade atraiam e valorizem vidas, razões para celebrar o Jubileu do Santuário.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
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Brasília acolherá o encontro vocacional dos jovens do Caminho Neocatecumenal em preparação à JMJ
Mais de 15 mil jovens inscritos
BRASILIA, quinta-feira, 26 de julho de 2012 (ZENIT.org) - A Arquidiocese de Brasília acolherá, no domingo dia 29 de julho, um encontro vocacional dos jovens do Caminho Neocatecumenal no Brasil, que será presidido pelo Arcebispo, Dom Sergio da Rocha. Até agora são 15 mil os inscritos que vão participar do evento que começa às duas e meia da tarde, no anfiteatro do Parque Ecológico Dom Bosco, no Lago Sul.
Jovens de dezessete estados do país vão ser acolhidos a partir da sexta-feira (27) em diversas paróquias da Arquidiocese de Brasília. No sábado, durante todo o dia, os jovens evangelizarão pelas ruas e praças das principais cidades do Distrito Federal, e à noite vão celebrar a eucaristia nas paróquias onde forem acolhidos.
No domingo de manhã, os peregrinos rezarão as laudes com a comunidade paroquial e, em seguida, irão ao Parque Ecológico Dom Bosco, no Lago Sul, onde acontecerá o encontro vocacional. Além de Dom Sergio, também confirmaram presença Dom Valério Breda, bispo da diocese de Penedo (AL) e Mons. Piergiorgio Bertoldi, conselheiro do Núncio Apostólico no Brasil.
O encontro vocacional na capital federal sob a responsabilidade do Caminho Neocatecumenal no Brasil se insere nos eventos de preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho de 2013.
No Brasil, o Caminho Neocatecumenal está presente em 72 dioceses com 1.500 comunidades espalhadas em quase todos os estados contando com aproximadamente 50 mil fieis. A vida cristã em pequenas comunidades, própria da iniciação cristã neocatecumenal, tem produzido numerosos frutos para o bem de toda a Igreja, dentre eles os seminários Redemptoris Mater (três no Brasil), além de numerosas vocações à vida contemplativa e a formação de muitas famílias abertas à vida que auxiliam à edificação da Igreja e ao florescimento de novas vocações.
SERVIÇO
Data: Domingo 29 de julho – Hora: 14:30h.
Local: Área do anfiteatro do Parque Ecológico Dom Bosco, Lago Sul, Brasília.
Mais informações:
Pe. Marcos Sabater (61 9313 0470 ).
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaJovens de dezessete estados do país vão ser acolhidos a partir da sexta-feira (27) em diversas paróquias da Arquidiocese de Brasília. No sábado, durante todo o dia, os jovens evangelizarão pelas ruas e praças das principais cidades do Distrito Federal, e à noite vão celebrar a eucaristia nas paróquias onde forem acolhidos.
No domingo de manhã, os peregrinos rezarão as laudes com a comunidade paroquial e, em seguida, irão ao Parque Ecológico Dom Bosco, no Lago Sul, onde acontecerá o encontro vocacional. Além de Dom Sergio, também confirmaram presença Dom Valério Breda, bispo da diocese de Penedo (AL) e Mons. Piergiorgio Bertoldi, conselheiro do Núncio Apostólico no Brasil.
O encontro vocacional na capital federal sob a responsabilidade do Caminho Neocatecumenal no Brasil se insere nos eventos de preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho de 2013.
No Brasil, o Caminho Neocatecumenal está presente em 72 dioceses com 1.500 comunidades espalhadas em quase todos os estados contando com aproximadamente 50 mil fieis. A vida cristã em pequenas comunidades, própria da iniciação cristã neocatecumenal, tem produzido numerosos frutos para o bem de toda a Igreja, dentre eles os seminários Redemptoris Mater (três no Brasil), além de numerosas vocações à vida contemplativa e a formação de muitas famílias abertas à vida que auxiliam à edificação da Igreja e ao florescimento de novas vocações.
SERVIÇO
Data: Domingo 29 de julho – Hora: 14:30h.
Local: Área do anfiteatro do Parque Ecológico Dom Bosco, Lago Sul, Brasília.
Mais informações:
Pe. Marcos Sabater (61 9313 0470 ).
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"Hora da Vida" quer contribuir para o momento histórico de celebrações da Igreja
Mensagem de Dom Antonio Augusto Dias Duarte da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família
BRASÍLIA, terça-feira, 24 de julho de 2012(ZENIT.org)- “Hora da Vida”, nova publicação da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, que vem somar-se ao “Hora da Família”, quer ser um subsídio que contribua para o momento histórico de celebrações que a Igreja Católica vive em todo mundo.
O jubileu de ouro do começo do Concílio Vaticano II e os vinte anos da primeira edição do Catecismo da Igreja Católica foram marcados, por decisão do Santo Padre Bento XVI, pelo Ano da Fé (11.X.2012 a 24.XI.2013).
A profunda crise de fé que abala grandes setores da sociedade traz consigo um grande desafio para a família cristã, verdadeiro e único berço da vida. O homem e a mulher casados são cada vez mais chamados nos seus lares e no mundo no qual vivem a trabalhar com responsabilidade e com forte sentido de compromisso, em favor da promoção e da defesa da vida humana em todas as suas etapas de formação, de crescimento e desenvolvimento, de enfermidade e de morte.
O papel da Igreja Católica sempre foi e sempre será de custódia e de transmissora da Revelação Divina, e ao lado da família e alicerçada sobre a sua pedra fundamental, que é o Papa, continua cumprindo, com fidelidade e com coragem, o mandato imperativo do seu Fundador, Jesus Cristo. “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19)
Nessa hora da vida ameaçada por hábitos e comportamentos de risco, tais como as drogas, pelas ideologias partidárias e institucionais que promovem o aborto e a eutanásia, pela desconstrução da qualidade de vida etc., desde a Igreja Católica e desde a família devem surgir discípulos-missionários, que irão atuar em associações familiares, em Conselhos de Saúde, em trabalhos de voluntariado, em programas de formação da sexualidade digna e da paternidade e maternidade responsáveis, em grupos de cuidados paliativos etc...
Chegou o “Hora da Vida” e este subsídio ajudará o trabalho em favor da vida humana. Desejo que ele chegue às mãos dos esposos e dos pais, dos jovens e dos adultos, para que todos unidos vivam com fé e esperança a Semana Nacional da Vida no próximo mês de outubro de 2012.
Brasília, 24 de julho de 2012
Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e membro da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família - CNBB
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaO jubileu de ouro do começo do Concílio Vaticano II e os vinte anos da primeira edição do Catecismo da Igreja Católica foram marcados, por decisão do Santo Padre Bento XVI, pelo Ano da Fé (11.X.2012 a 24.XI.2013).
A profunda crise de fé que abala grandes setores da sociedade traz consigo um grande desafio para a família cristã, verdadeiro e único berço da vida. O homem e a mulher casados são cada vez mais chamados nos seus lares e no mundo no qual vivem a trabalhar com responsabilidade e com forte sentido de compromisso, em favor da promoção e da defesa da vida humana em todas as suas etapas de formação, de crescimento e desenvolvimento, de enfermidade e de morte.
O papel da Igreja Católica sempre foi e sempre será de custódia e de transmissora da Revelação Divina, e ao lado da família e alicerçada sobre a sua pedra fundamental, que é o Papa, continua cumprindo, com fidelidade e com coragem, o mandato imperativo do seu Fundador, Jesus Cristo. “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19)
Nessa hora da vida ameaçada por hábitos e comportamentos de risco, tais como as drogas, pelas ideologias partidárias e institucionais que promovem o aborto e a eutanásia, pela desconstrução da qualidade de vida etc., desde a Igreja Católica e desde a família devem surgir discípulos-missionários, que irão atuar em associações familiares, em Conselhos de Saúde, em trabalhos de voluntariado, em programas de formação da sexualidade digna e da paternidade e maternidade responsáveis, em grupos de cuidados paliativos etc...
Chegou o “Hora da Vida” e este subsídio ajudará o trabalho em favor da vida humana. Desejo que ele chegue às mãos dos esposos e dos pais, dos jovens e dos adultos, para que todos unidos vivam com fé e esperança a Semana Nacional da Vida no próximo mês de outubro de 2012.
Brasília, 24 de julho de 2012
Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e membro da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família - CNBB
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Homens e Mulheres de Fé
"A política não afastou Oswaldo Payá da sua fé"
Cardeal Ortega presidiu funeral do dissidente cubano e leu mensagem do Papa
ROMA, quarta-feira, 25 de julho de 2012 (ZENIT.org) - O arcebispo de San Cristóbal de Havana, em Cuba, cardeal Jaime Lucas Ortega y Alamino, recordou a sua amizade com o dissidente e líder do Movimento Cristão de Libertação (MCL), Oswaldo Payá Sardiñas, afirmando que ele foi um "bom cristão" cuja opção política sempre foi inspirada pela fé católica.
Payá, que ganhou em 2002 o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu pela liberdade de pensamento, morreu neste domingo num acidente de carro quando viajava de Havana para a cidade de Bayamo, na província de Granma, no sudeste da ilha.
"Oswaldo tinha uma clara vocação política, e esta, como qualquer bom cristão, não o afastou da fé nem da prática religiosa. Pelo contrário, era na fé cristã que ele estava sempre procurando a inspiração para a sua opção política", disse o cardeal durante o funeral na paróquia de El Salvador del Mundo, no bairro de El Cerro, na capital cubana.
O cardeal Ortega afirmou que "Oswaldo viveu o papel de leigo cristão com uma opção política em plena fidelidade às suas ideias, mantendo-se fiel à Igreja até o fim da vida (...). Sua fé e seu amor pela Igreja eram constantes".
Durante a missa, com centenas de pessoas, o cardeal leu a mensagem de condolências enviada por Bento XVI, que expressou a sua "proximidade espiritual" à família de Payá. O pontífice também desejou a "recuperação total" para as pessoas feridas no acidente, que também matou outro membro do MCL, Harold Cepero. "Bento XVI envia aos parentes dos falecidos a sua condolência mais profunda e a sua proximidade espiritual, e pede ao Todo-Poderoso a recuperação total dos feridos".
Após o funeral, familiares, amigos, membros e simpatizantes do MCL acompanharam o caixão até o Cemitério de Colón.
Dissidentes e ex-presos políticos, no entanto, denunciaram no Twitter que forças de segurança foram mandadas para os arredores da igreja. "Há cerca de 200 soldados das infames brigadas de ação rápida a cerca de 100 metros da igreja", escreveu o ex-preso político Iván Hernández Carrillo.
Em comunicado à agência ACI Prensa, o presidente da Conferência Episcopal de Cuba, dom Dionisio Guillermo García Ibáñez, arcebispo de Santiago de Cuba, chamou Payá de "pessoa muito comprometida" e "cristão fiel".
O arcebispo de Miami, dom Thomas Gerard Wenski, também se manifestou sobre a morte do dissidente e ativista. "Cuba e o mundo choram Oswaldo Payá. A morte inesperada e trágica deste ativista dos direitos humanos é um duro golpe contra a pequena sociedade civil de Cuba", disse o prelado americano.
No entanto, "o seu exemplo e coragem continuam a inspirar pessoas dentro e fora da ilha, que trabalham e lutam por uma transição pacífica, mas real, por uma forma democrática de governo, em que os direitos humanos e o respeito pela lei sejam protegidos", prosseguiu Wenski, definindo Payá como "um patriota e um leigo católico comprometido".
"Sua visão de Cuba se baseou tanto nos ensinamentos sociais católicos quanto no pensamento de Félix Varela e de José Martí. Como homem de fé cristã, ele não tinha medo de dar testemunho de esperança no amor e na verdade", acrescentou o religioso, referindo-se ao Servo de Deus e ao herói nacional cubano.
(Tradução:ZENIT)
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaPayá, que ganhou em 2002 o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu pela liberdade de pensamento, morreu neste domingo num acidente de carro quando viajava de Havana para a cidade de Bayamo, na província de Granma, no sudeste da ilha.
"Oswaldo tinha uma clara vocação política, e esta, como qualquer bom cristão, não o afastou da fé nem da prática religiosa. Pelo contrário, era na fé cristã que ele estava sempre procurando a inspiração para a sua opção política", disse o cardeal durante o funeral na paróquia de El Salvador del Mundo, no bairro de El Cerro, na capital cubana.
O cardeal Ortega afirmou que "Oswaldo viveu o papel de leigo cristão com uma opção política em plena fidelidade às suas ideias, mantendo-se fiel à Igreja até o fim da vida (...). Sua fé e seu amor pela Igreja eram constantes".
Durante a missa, com centenas de pessoas, o cardeal leu a mensagem de condolências enviada por Bento XVI, que expressou a sua "proximidade espiritual" à família de Payá. O pontífice também desejou a "recuperação total" para as pessoas feridas no acidente, que também matou outro membro do MCL, Harold Cepero. "Bento XVI envia aos parentes dos falecidos a sua condolência mais profunda e a sua proximidade espiritual, e pede ao Todo-Poderoso a recuperação total dos feridos".
Após o funeral, familiares, amigos, membros e simpatizantes do MCL acompanharam o caixão até o Cemitério de Colón.
Dissidentes e ex-presos políticos, no entanto, denunciaram no Twitter que forças de segurança foram mandadas para os arredores da igreja. "Há cerca de 200 soldados das infames brigadas de ação rápida a cerca de 100 metros da igreja", escreveu o ex-preso político Iván Hernández Carrillo.
Em comunicado à agência ACI Prensa, o presidente da Conferência Episcopal de Cuba, dom Dionisio Guillermo García Ibáñez, arcebispo de Santiago de Cuba, chamou Payá de "pessoa muito comprometida" e "cristão fiel".
O arcebispo de Miami, dom Thomas Gerard Wenski, também se manifestou sobre a morte do dissidente e ativista. "Cuba e o mundo choram Oswaldo Payá. A morte inesperada e trágica deste ativista dos direitos humanos é um duro golpe contra a pequena sociedade civil de Cuba", disse o prelado americano.
No entanto, "o seu exemplo e coragem continuam a inspirar pessoas dentro e fora da ilha, que trabalham e lutam por uma transição pacífica, mas real, por uma forma democrática de governo, em que os direitos humanos e o respeito pela lei sejam protegidos", prosseguiu Wenski, definindo Payá como "um patriota e um leigo católico comprometido".
"Sua visão de Cuba se baseou tanto nos ensinamentos sociais católicos quanto no pensamento de Félix Varela e de José Martí. Como homem de fé cristã, ele não tinha medo de dar testemunho de esperança no amor e na verdade", acrescentou o religioso, referindo-se ao Servo de Deus e ao herói nacional cubano.
(Tradução:ZENIT)
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Mundo
Roma e Moscou: mais próximas do que nunca
Primeiro-ministro italiano e patriarca Kyrill reafirmam compromisso em defesa da civilização cristã e dos valores morais comuns
MOSCOU, terça-feira, 24 de julho de 2012 (ZENIT.org) - As Igrejas católica romana e ortodoxa russa têm significativos valores em comum e a melhoria das suas relações é digna de nota, afirmou o patriarca de Moscou, Kyrill, em reunião no mosteiro de São Daniel com o premiê italiano Mario Monti, que faz visita oficial à capital da Rússia.
Na base das relações historicamente boas entre a Itália e a Rússia, está primeiramente "o nosso sistema comum de valores cristãos, que formou os alicerces do sistema legal e da cultura dos nossos países", disse o patriarca russo.
"Eu acredito que essas fontes da nossa cultura, filosofia e pensamento social moldam em grande parte a imagem dos russos e dos italianos", acrescentou Kyrill.
O maior expoente da igreja ortodoxa russa comentou ainda o crescimento constante do número de peregrinos russos que visitam a cada ano os lugares de culto italianos. “Ao visitar os santuários e lugares sagrados da Itália”, disse Kirill, “os ortodoxos russos conhecem a espiritualidade do povo italiano, a sua cultura religiosa, e percebem melhor uma grande afinidade espiritual. Eu acho que, depois da Terra Santa, a Itália é a meta mais visitada pelos peregrinos da Rússia”.
Sobre a crise econômica internacional, o patriarca manifestou a convicção de que, "junto com as causas claramente técnicas da crise, há também causas morais fundamentais, e esta dimensão moral e espiritual da crise de hoje é a que mais nos preocupa".
Outra questão abordada no encontro é a grande presença de fiéis ortodoxos na Itália, onde existem 55 paróquias do patriarcado de Moscou. A esperança do patriarca Kyrill é que essas comunidades recebam o melhor cuidado pastoral possível, bem como um lugar de direito entre as outras organizações religiosas presentes no país.
O patriarca de Moscou observou ainda a melhoria das relações ecumênicas com a Igreja de Roma. "Em muitas questões, as nossas posições coincidem, principalmente nas questões pastorais, que afetam a vida do homem moderno".
Kyrill recordou o seu apoio à Itália na questão legal da manutenção de crucifixos nas salas de aula e em outros locais públicos: "Estamos muito satisfeitos porque o Tribunal Europeu, em Estrasburgo, derrubou a sentença de primeira instância que ofendia os sentimentos religiosos de um grande número de pessoas".
O diálogo entre as Igrejas católica e ortodoxa, de acordo com o patriarca de Moscou, é importante para confirmar o propósito de ambas de trabalhar em conjunto na defesa dos princípios morais, sem os quais a civilização humana é frágil e vulnerável.
(Tradução:ZENIT)
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaNa base das relações historicamente boas entre a Itália e a Rússia, está primeiramente "o nosso sistema comum de valores cristãos, que formou os alicerces do sistema legal e da cultura dos nossos países", disse o patriarca russo.
"Eu acredito que essas fontes da nossa cultura, filosofia e pensamento social moldam em grande parte a imagem dos russos e dos italianos", acrescentou Kyrill.
O maior expoente da igreja ortodoxa russa comentou ainda o crescimento constante do número de peregrinos russos que visitam a cada ano os lugares de culto italianos. “Ao visitar os santuários e lugares sagrados da Itália”, disse Kirill, “os ortodoxos russos conhecem a espiritualidade do povo italiano, a sua cultura religiosa, e percebem melhor uma grande afinidade espiritual. Eu acho que, depois da Terra Santa, a Itália é a meta mais visitada pelos peregrinos da Rússia”.
Sobre a crise econômica internacional, o patriarca manifestou a convicção de que, "junto com as causas claramente técnicas da crise, há também causas morais fundamentais, e esta dimensão moral e espiritual da crise de hoje é a que mais nos preocupa".
Outra questão abordada no encontro é a grande presença de fiéis ortodoxos na Itália, onde existem 55 paróquias do patriarcado de Moscou. A esperança do patriarca Kyrill é que essas comunidades recebam o melhor cuidado pastoral possível, bem como um lugar de direito entre as outras organizações religiosas presentes no país.
O patriarca de Moscou observou ainda a melhoria das relações ecumênicas com a Igreja de Roma. "Em muitas questões, as nossas posições coincidem, principalmente nas questões pastorais, que afetam a vida do homem moderno".
Kyrill recordou o seu apoio à Itália na questão legal da manutenção de crucifixos nas salas de aula e em outros locais públicos: "Estamos muito satisfeitos porque o Tribunal Europeu, em Estrasburgo, derrubou a sentença de primeira instância que ofendia os sentimentos religiosos de um grande número de pessoas".
O diálogo entre as Igrejas católica e ortodoxa, de acordo com o patriarca de Moscou, é importante para confirmar o propósito de ambas de trabalhar em conjunto na defesa dos princípios morais, sem os quais a civilização humana é frágil e vulnerável.
(Tradução:ZENIT)
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Pontifícia Universidade Católica do Peru não é mais "pontifícia" nem "católica"
Decisão foi divulgada pela Santa Sé neste fim de semana
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 23 de julho de 2012 (ZENIT.org) – Reproduzimos a seguir o comunicado divulgado neste sábado, 21, pela assessoria de imprensa do Vaticano, anunciando a decisão da Santa Sé de retirar o título de "pontifícia" e de "católica" da Pontifícia Universidade Católica do Peru.
A Santa Sé, com o Decreto do Eminentíssimo Secretário de Estado, em obediência a específico mandado pontifício, decidiu retirar da Pontifícia Universidade Católica do Peru o direito de usar na própria denominação os títulos de "Pontifícia" e de "Católica", em conformidade com a legislação canônica.
A referida universidade, fundada em 1917 e erigida canonicamente por decreto da Santa Sé em 1942, alterou seus estatutos diversas vezes, desde 1967, unilateralmente, com grave prejuízo do interesse da Igreja.
A Universidade, repetidamente instada pela Santa Sé desde 1990 para que adaptasse os seus estatutos à Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae (15 de agosto de 1990), não correspondeu a esse dever legal.
Após visita canônica, realizada em dezembro de 2011, e da reunião do Reitor com o Eminentíssimo Cardeal Secretário de Estado, em fevereiro de 2012, teve início nova tentativa de diálogo a fim de se adequarem os estatutos à lei da Igreja.
O Reitor, mediante duas cartas endereçadas ao Eminentíssimo Secretário de Estado, manifestou a impossibilidade de cumprir os requisitos, condicionando a alteração dos estatutos à renúncia, por parte da Arquidiocese de Lima, ao controle da gestão dos ativos da Universidade.
A participação da Arquidiocese de Lima no controle da gestão patrimonial do Ente foi repetidamente confirmada por decisões dos tribunais civis do Peru.
Perante tal postura da Universidade, confirmada por outros fatos, a Santa Sé se vê obrigada a adotar esta medida, mesmo reafirmando o dever da Universidade de submeter-se à legislação canônica.
A Santa Sé continuará acompanhando a situação da Universidade, esperando que, no futuro próximo, as autoridades acadêmicas competentes reconsiderem a sua posição, a fim de reverem tais procedimentos. A renovação pedida pela Santa Sé tornará a Universidade mais capaz de responder à tarefa de levar a mensagem de Cristo ao homem, à sociedade e à cultura, de acordo com a missão da Igreja no mundo.
(Tradução:ZENIT)
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaA Santa Sé, com o Decreto do Eminentíssimo Secretário de Estado, em obediência a específico mandado pontifício, decidiu retirar da Pontifícia Universidade Católica do Peru o direito de usar na própria denominação os títulos de "Pontifícia" e de "Católica", em conformidade com a legislação canônica.
A referida universidade, fundada em 1917 e erigida canonicamente por decreto da Santa Sé em 1942, alterou seus estatutos diversas vezes, desde 1967, unilateralmente, com grave prejuízo do interesse da Igreja.
A Universidade, repetidamente instada pela Santa Sé desde 1990 para que adaptasse os seus estatutos à Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae (15 de agosto de 1990), não correspondeu a esse dever legal.
Após visita canônica, realizada em dezembro de 2011, e da reunião do Reitor com o Eminentíssimo Cardeal Secretário de Estado, em fevereiro de 2012, teve início nova tentativa de diálogo a fim de se adequarem os estatutos à lei da Igreja.
O Reitor, mediante duas cartas endereçadas ao Eminentíssimo Secretário de Estado, manifestou a impossibilidade de cumprir os requisitos, condicionando a alteração dos estatutos à renúncia, por parte da Arquidiocese de Lima, ao controle da gestão dos ativos da Universidade.
A participação da Arquidiocese de Lima no controle da gestão patrimonial do Ente foi repetidamente confirmada por decisões dos tribunais civis do Peru.
Perante tal postura da Universidade, confirmada por outros fatos, a Santa Sé se vê obrigada a adotar esta medida, mesmo reafirmando o dever da Universidade de submeter-se à legislação canônica.
A Santa Sé continuará acompanhando a situação da Universidade, esperando que, no futuro próximo, as autoridades acadêmicas competentes reconsiderem a sua posição, a fim de reverem tais procedimentos. A renovação pedida pela Santa Sé tornará a Universidade mais capaz de responder à tarefa de levar a mensagem de Cristo ao homem, à sociedade e à cultura, de acordo com a missão da Igreja no mundo.
(Tradução:ZENIT)
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Os Palotinos analisam os desafios da nova evangelização
Semana de estudo aborda a questão em setembro
ROMA, terça–feira, 24 de julho de 2012 (ZENIT.org) – No mês de setembro, a Sociedade do Apostolado Católico - mais conhecida como Palotinos - organizará uma semana de reflexão para aprofundar os vários desafios enfrentados pela congregação religiosa, prestes a celebrar em 20 de janeiro de 2013, o quinquagésimo aniversário da canonização de seu fundador.
Com o título Reavivar a fé e reacender a caridade: Apóstolos de Jesus num mundo em mudança. A resposta dos Palotinos aos desafios da Nova Evangelização, os filhos de São Vicente Pallotti (1795-1850) irão aprofundar o tema com reflexões importantes, oferecidas por prelados ilustres.
Entre os palestrantes estão os cardeais Kurt Koch e Walter Kasper, respectivamente presidente e presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, além do Superior Geral, Padre Jacob Nampudakam, e outros membros da congregação.
Embora as conferências não sejam abertas ao público, os organizadores convidam para as celebrações eucarísticas, que serão realizadas durante o evento, cujo horário será anunciado oportunamente.
(Tradução:MEM)
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaCom o título Reavivar a fé e reacender a caridade: Apóstolos de Jesus num mundo em mudança. A resposta dos Palotinos aos desafios da Nova Evangelização, os filhos de São Vicente Pallotti (1795-1850) irão aprofundar o tema com reflexões importantes, oferecidas por prelados ilustres.
Entre os palestrantes estão os cardeais Kurt Koch e Walter Kasper, respectivamente presidente e presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, além do Superior Geral, Padre Jacob Nampudakam, e outros membros da congregação.
Embora as conferências não sejam abertas ao público, os organizadores convidam para as celebrações eucarísticas, que serão realizadas durante o evento, cujo horário será anunciado oportunamente.
(Tradução:MEM)
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Entrevistas
Os desafios da missiologia hoje primeira parte
Dois novos cursos na Universidade Gregoriana: "missão ad gentes" e "nova evangelização"
ROMA, sexta-feira, 27 de julho de 2012 (ZENIT.org) - A Faculdade de Missiologia da Universidade Gregoriana lança um programa de estudos completamente renovado, que oferecerá aos alunos a partir de outubro dois novos cursos: "Missio ad gentes", para estudantes que trabalharão junto a povos ainda não alcançados pelo evangelho, e "Nova Evangelização", projetado para estudantes cujo trabalho será realizado em comunidades de territórios já secularizados e em sociedades de matriz cristã, mas com forte caráter pluralista.
A renovação formativa revela a atenção às preocupações do papa Bento XVI, o catequista incansável que convocou o Ano da Fé e o Sínodo sobre a Nova Evangelização.
Conversamos com a professora Ilaria Morali, pró-diretora do Departamento de Missiologia da Pontifícia Universidade Gregoriana.
Professora, neste mês de outubro vão começar dois eventos na Igreja sobre a fé e a sua proclamação. Estas são as questões mais prementes para o Santo Padre no momento?
Ilaria Morali: Quando eu era estudante na faculdade de teologia, fiquei muito impressionada com uma passagem da Introdução ao Cristianismo, do então cardeal Ratzinger, que lembrava que a fé é uma condição inerme. Também em 2005, na famosa conferência sobre a Europa de São Bento na crise das culturas, ele chamou a atenção com grande realismo para a necessidade de redescobrir o que significa acreditar. Diante da escolha de colocar o tema da fé no centro, não podemos deixar de pensar também nas excelentes catequeses sobre a fé que marcaram a vida da Igreja primitiva, ou mesmo no Catecismo Romano, no capítulo De Fide et Symbolo Dei, que foi esquecido em grande medida, mas que ainda é tão atual para nós em algumas das suas passagens. Desta "atenção pela fé" nasce uma energia extraordinária, e uma capacidade de difundir o evangelho em todos os contextos.
Este "retorno aos fundamentos" é também um convite para redescobrirmos a experiência cristã das origens?
Ilaria Morali: Se nós consideramos a Igreja primitiva, ela vivia e agia no anúncio sem medo e sem hesitação, mesmo tendo ficando durante um longo tempo na condição de minoria em uma sociedade pluralista, rica em tradições bem diferentes do cristianismo e ainda concorrentes do cristianismo. Assim como acontece hoje. O Ano da Fé, em certo sentido, é um retorno às nossas origens crentes, para redescobrirmos a seiva e a energia das primeiras gerações, a coragem e a determinação deles em tempos difíceis. Por outro lado, para aqueles que já estão trilhando o caminho da fé, eu acredito que o Ano proclamado pelo Santo Padre vai ser um momento de graça, para aprofundarmos naquilo que, na vida do batizado, é e deve ser a fé: a catolicidade tem que redescobrir a sua especificidade, no contexto dessas referências que são próprias dela e que a caracterizam de maneira peculiar.
Neste contexto, o Sínodo sobre a Nova Evangelização é igualmente uma oportunidade única para refletirmos sobre a situação atual de muitas nações, que, apesar de terem uma herança cristã notável, se encaminham ou já estão num estado avançado de "desertificação" da fé. Nós temos que nos questionar honestamente sobre o problema da extinção da fé e da presença dos crentes, refletindo cuidadosamente sobre as causas, mas também sobre as estratégias que precisam ser implantadas em nível eclesial.
Em 9 de julho, o papa afirmou que o decreto conciliar Ad Gentes é um "complemento muito bom da Lumen Gentium, porque encontramos nele uma eclesiologia trinitária". Muitas vezes, a missão é concebida como uma tarefa de alguns poucos...
Ilaria Morali: O sínodo sobre a Evangelização e o Ano Novo da Fé coincidem com as comemorações dos 50 anos da abertura do Vaticano II. Foi o concílio que nos lembrou que a Igreja é essencialmente missionária e que, como povo de Deus, todos os fiéis incorporados nela fazem parte dessa missão e participam dela. Hoje, a palavra "missiologia" soa misteriosa para a maioria, talvez enigmática. Para outros, ela pode parecer obsoleta. Em alguns setores do catolicismo, acredita-se que não se deve falar de "missão", porque seria um legado de uma visão antiquada, quase "colonialista" da ação da Igreja no mundo. Infelizmente, eles esquecem que a Igreja é essencialmente missionária, por mandado do próprio Jesus Cristo, em qualquer lugar onde ela esteja. O coração da missiologia é a teologia da missão. Na teologia, nós estudamos tratados individuais, como os sacramentos, a cristologia, a eclesiologia... Como esses nomes sugerem, nós estudamos em cada um deles, em profundidade, "um" aspecto essencial do edifício da fé católica. E a missão faz parte desse edifício. O fato de que uma faculdade seja dedicada a ela mostra que o estudo, a ciência da missão, envolve uma articulação complexa de disciplinas que requerem um caminho formativo específico e orgânico. Além disso, qualquer fiel católico deveria conhecer o significado profundo do mandado de Cristo aos seus discípulos.
Quais são as origens da "ciência da missão"? E para quem ela é voltada?
Ilaria Morali: Nas primeiras décadas do século passado, o mundo católico europeu foi varrido por um extraordinário zelo missionário que permeou não só comunidades inteiras de crentes, mas também os círculos teológicos da Alemanha e da França. Foi naquele clima de entusiasmo e de fervor que a necessidade de dar formação ad hoc sobre a missão foi tomando forma. Basta lembrar o papel fundamental de Josef Schmidlin, a contribuição de Henri de Lubac, a partir dos anos trinta, para o conhecimento do fundamento teológico da missão.
Hoje em dia, em uma sociedade pluralista, a formação para a missão é mais necessária ainda, justamente por causa da enorme responsabilidade de cada crente para com aqueles que não conhecem Cristo. E existe um novo aspecto, que foi abordado no que já se disse sobre o Ano da Fé e sobre o Sínodo: a missão não pode ser concebida como uma atividade que demarca uma área do mundo e um pequeno grupo de pessoas que partem em missão para o outro lado do globo, mas tem que voltar a ser considerada como parte integrante do agir cristão, como uma característica definidora de todo o Povo de Deus, não importa onde você está e quais são as pessoas em questão.
A formação para a missão, então, é essencial para todo cristão. A missiologia é uma ciência básica para o estudo das ciências sagradas: não é uma parte secundária da teologia, mas, em certo sentido, é o coração dela. Afinal, que sentido teria refletir teologicamente sobre Cristo, a Igreja, os sacramentos, sem incluir uma reflexão teológica sobre a missão, que também é desejada pelo Senhor?
O programa 2012-2013 do Departamento de Missiologia está disponível no site da Universidade Gregoriana em http://www.unigre.it/struttura_didattica/missiologia
[Trad. ZENIT]
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaA renovação formativa revela a atenção às preocupações do papa Bento XVI, o catequista incansável que convocou o Ano da Fé e o Sínodo sobre a Nova Evangelização.
Conversamos com a professora Ilaria Morali, pró-diretora do Departamento de Missiologia da Pontifícia Universidade Gregoriana.
Professora, neste mês de outubro vão começar dois eventos na Igreja sobre a fé e a sua proclamação. Estas são as questões mais prementes para o Santo Padre no momento?
Ilaria Morali: Quando eu era estudante na faculdade de teologia, fiquei muito impressionada com uma passagem da Introdução ao Cristianismo, do então cardeal Ratzinger, que lembrava que a fé é uma condição inerme. Também em 2005, na famosa conferência sobre a Europa de São Bento na crise das culturas, ele chamou a atenção com grande realismo para a necessidade de redescobrir o que significa acreditar. Diante da escolha de colocar o tema da fé no centro, não podemos deixar de pensar também nas excelentes catequeses sobre a fé que marcaram a vida da Igreja primitiva, ou mesmo no Catecismo Romano, no capítulo De Fide et Symbolo Dei, que foi esquecido em grande medida, mas que ainda é tão atual para nós em algumas das suas passagens. Desta "atenção pela fé" nasce uma energia extraordinária, e uma capacidade de difundir o evangelho em todos os contextos.
Este "retorno aos fundamentos" é também um convite para redescobrirmos a experiência cristã das origens?
Ilaria Morali: Se nós consideramos a Igreja primitiva, ela vivia e agia no anúncio sem medo e sem hesitação, mesmo tendo ficando durante um longo tempo na condição de minoria em uma sociedade pluralista, rica em tradições bem diferentes do cristianismo e ainda concorrentes do cristianismo. Assim como acontece hoje. O Ano da Fé, em certo sentido, é um retorno às nossas origens crentes, para redescobrirmos a seiva e a energia das primeiras gerações, a coragem e a determinação deles em tempos difíceis. Por outro lado, para aqueles que já estão trilhando o caminho da fé, eu acredito que o Ano proclamado pelo Santo Padre vai ser um momento de graça, para aprofundarmos naquilo que, na vida do batizado, é e deve ser a fé: a catolicidade tem que redescobrir a sua especificidade, no contexto dessas referências que são próprias dela e que a caracterizam de maneira peculiar.
Neste contexto, o Sínodo sobre a Nova Evangelização é igualmente uma oportunidade única para refletirmos sobre a situação atual de muitas nações, que, apesar de terem uma herança cristã notável, se encaminham ou já estão num estado avançado de "desertificação" da fé. Nós temos que nos questionar honestamente sobre o problema da extinção da fé e da presença dos crentes, refletindo cuidadosamente sobre as causas, mas também sobre as estratégias que precisam ser implantadas em nível eclesial.
Em 9 de julho, o papa afirmou que o decreto conciliar Ad Gentes é um "complemento muito bom da Lumen Gentium, porque encontramos nele uma eclesiologia trinitária". Muitas vezes, a missão é concebida como uma tarefa de alguns poucos...
Ilaria Morali: O sínodo sobre a Evangelização e o Ano Novo da Fé coincidem com as comemorações dos 50 anos da abertura do Vaticano II. Foi o concílio que nos lembrou que a Igreja é essencialmente missionária e que, como povo de Deus, todos os fiéis incorporados nela fazem parte dessa missão e participam dela. Hoje, a palavra "missiologia" soa misteriosa para a maioria, talvez enigmática. Para outros, ela pode parecer obsoleta. Em alguns setores do catolicismo, acredita-se que não se deve falar de "missão", porque seria um legado de uma visão antiquada, quase "colonialista" da ação da Igreja no mundo. Infelizmente, eles esquecem que a Igreja é essencialmente missionária, por mandado do próprio Jesus Cristo, em qualquer lugar onde ela esteja. O coração da missiologia é a teologia da missão. Na teologia, nós estudamos tratados individuais, como os sacramentos, a cristologia, a eclesiologia... Como esses nomes sugerem, nós estudamos em cada um deles, em profundidade, "um" aspecto essencial do edifício da fé católica. E a missão faz parte desse edifício. O fato de que uma faculdade seja dedicada a ela mostra que o estudo, a ciência da missão, envolve uma articulação complexa de disciplinas que requerem um caminho formativo específico e orgânico. Além disso, qualquer fiel católico deveria conhecer o significado profundo do mandado de Cristo aos seus discípulos.
Quais são as origens da "ciência da missão"? E para quem ela é voltada?
Ilaria Morali: Nas primeiras décadas do século passado, o mundo católico europeu foi varrido por um extraordinário zelo missionário que permeou não só comunidades inteiras de crentes, mas também os círculos teológicos da Alemanha e da França. Foi naquele clima de entusiasmo e de fervor que a necessidade de dar formação ad hoc sobre a missão foi tomando forma. Basta lembrar o papel fundamental de Josef Schmidlin, a contribuição de Henri de Lubac, a partir dos anos trinta, para o conhecimento do fundamento teológico da missão.
Hoje em dia, em uma sociedade pluralista, a formação para a missão é mais necessária ainda, justamente por causa da enorme responsabilidade de cada crente para com aqueles que não conhecem Cristo. E existe um novo aspecto, que foi abordado no que já se disse sobre o Ano da Fé e sobre o Sínodo: a missão não pode ser concebida como uma atividade que demarca uma área do mundo e um pequeno grupo de pessoas que partem em missão para o outro lado do globo, mas tem que voltar a ser considerada como parte integrante do agir cristão, como uma característica definidora de todo o Povo de Deus, não importa onde você está e quais são as pessoas em questão.
A formação para a missão, então, é essencial para todo cristão. A missiologia é uma ciência básica para o estudo das ciências sagradas: não é uma parte secundária da teologia, mas, em certo sentido, é o coração dela. Afinal, que sentido teria refletir teologicamente sobre Cristo, a Igreja, os sacramentos, sem incluir uma reflexão teológica sobre a missão, que também é desejada pelo Senhor?
O programa 2012-2013 do Departamento de Missiologia está disponível no site da Universidade Gregoriana em http://www.unigre.it/struttura_didattica/missiologia
[Trad. ZENIT]
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Vida e Dignidade humana (parte I)
Entrevista com Dr. Ivanaldo Santos, filósofo, pesquisador e professor universitário
Por Thácio Siqueira
BRASILIA, quinta-feira, 26 de julho de 2012 (ZENIT.org) – O atual debate sobre a Reforma do código penal brasileiro, com a proposta de descriminalização do aborto, etc, está mostrando que estamos vendo chegar ao Brasil propostas de leis contrárias à vida, à moral cristã, e, filosóficamente contrárias ao próprio desenvolvimento e progresso da nação.
Para ajudar nesse debate ZENIT entrevistou o Dr. Ivanaldo Santos, doutor em filosofia e autor de inúmeros artigos em revistas especializadas de todo o mundo, perguntado-lhe o significado da vida, visto desde a filosofia.
O Dr. Ivanaldo Santos é filósofo, pesquisador e professor universitário. Publicou mais de 70 artigos em revistas científicas nacionais e internacionais e tem 8 livros publicados.
Publicamos hoje a primeira parte da entrevista. A segunda parte será publicada amanhã, dia 27 de Julho.
ZENIT: O que é a vida, filosoficamente falando?
DR. IVANALDO:Do ponto de vista estritamente da filosofia não é possível se construir um conceito fechado de vida. Vale lembrar que as tentativas de conceitos fechados de vida conduziram a experiências trágicas, como é o caso dos campos de concentração no regime nazista. Na verdade vida, podemos assim falar, é a grande manifestação do logos, que engloba, entre outras coisas, a dimensão biológica, cultural, familiar, psicológica, social e religiosa. Vida é o mais amplo e complexo movimento que o ser humano tem acesso.
ZENIT: A vida é propriedade do homem?
DR. IVANALDO:Nos últimos séculos, devido, em grande medida, as experiências oriundas do capitalismo e do estatismo socialista, tem se discutido muito a noção de propriedade. Fala-se, por exemplo, em propriedade privada, em propriedade intelectual e em propriedade do Estado. Nos últimos anos essa discussão chegou até mesmo a vida humana. Com isso, passou-se a discutir sobre a propriedade de medicamentos, tratamentos de doenças e até mesmo do genoma humano. Além disso, é preciso esclarecer que contemporaneamente o mundo vive um retrocesso nas relações trabalhistas e nos direitos humanos. Por exemplo, temos o retorno da escravidão, a exploração de mulheres para fins sexuais, são as chamadas escravas do sexo, o trágico de sangue e órgãos humanos, uma política agressiva de legalização do aborto e do infanticídio, dentro do mercado de trabalho está sendo aceito largamente o trabalho precarizado e semi-escravizado, como o que acontece em muitas fábricas na China e em outros países que, são apresentados, como modelos de desenvolvimento econômico. Dentro desse triste quadro passa a haver uma visão reducionista que a vida é um simples objeto comercial, uma propriedade, que, como toda propriedade, é possível se vender e comprar. No entanto, a realidade ontoética do ser humano é bem diferente. O ser humano é a única espécie capaz de refletir filosoficamente sobre si mesma e sobre, a sociedade e o cosmo. Ele é capaz de construir a arte, a poesia e tudo mais que existe de belo e sublime na sociedade. Trata-se, por conseguinte, de uma grande responsabilidade. A vida humana é um patrimônio de Deus e de toda a sociedade. Por isso é preciso valorizar todas as formas e manifestações da vida humana, como, por exemplo, a vida das populações pobres, de regiões isoladas, de mulheres em risco de prostituição, dos deficientes físicos, e do feto, o bebê ainda no ventre da mãe. É por esse motivo que não se pode aceitar e incentivar a cultura da morte, uma cultura que tem como “comércio” a venda da morte para os seres humanos. Essa cultura, ou melhor uma anti-cultura, se manifesta, por exemplo, no retorno da escravidão, na exploração de mulheres para fins sexuais, na tentativa de legalização do aborto, da eutanásia, do infanticídio e de outras barbaridades.
ZENIT: Em ordem de importância, qual vida é mais importante: a vida humana ou a vida animal?
DR. IVANALDO:Inicialmente é preciso esclarecer que todas às formas de vida devem ser valorizadas, preservadas e respeitadas. Sem dúvida que os maus tratos a animais selvagens e domésticos não devem ser aceitos. Nesse sentido tem havido no mundo, inclusive no Brasil, um avanço na legislação de proteção aos animais. Entretanto, é preciso esclarecer que a proteção aos animais passa pela proteção e valorização da vida humana. Em muitas ocasiões, o ser humano é o destruidor da natureza e da vida selvagem, mas também é o promotor da cultura, da arte e da própria preservação da vida animal. Do ponto de vista ontoético, a vida humana é mais sublime e mais especial do que a vida animal. É claro que devemos promover a defesa da vida animal, mas, por compromisso ético, temos que respeitar, promover e garantir as condições socioculturais de desenvolvimento da vida humana. Neste sentido a vida humana tem prioridade sobre a via animal. Isso não significa que vamos sair por aí matando animais, mas, pelo contrário, temos que garantir a, num primeiro plano, a dignidade da vida humana e, num segundo plano, a vida animal. Levando em conta o desenvolvimento econômico e científico do mundo, afirma-se que há condições técnico-científicas suficientes para a realização dessa tarefa.
Para mais informações: Ivanaldo Santos, doutor em filosofia. Email: ivanaldosantos@yahoo.com.br.
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaBRASILIA, quinta-feira, 26 de julho de 2012 (ZENIT.org) – O atual debate sobre a Reforma do código penal brasileiro, com a proposta de descriminalização do aborto, etc, está mostrando que estamos vendo chegar ao Brasil propostas de leis contrárias à vida, à moral cristã, e, filosóficamente contrárias ao próprio desenvolvimento e progresso da nação.
Para ajudar nesse debate ZENIT entrevistou o Dr. Ivanaldo Santos, doutor em filosofia e autor de inúmeros artigos em revistas especializadas de todo o mundo, perguntado-lhe o significado da vida, visto desde a filosofia.
O Dr. Ivanaldo Santos é filósofo, pesquisador e professor universitário. Publicou mais de 70 artigos em revistas científicas nacionais e internacionais e tem 8 livros publicados.
Publicamos hoje a primeira parte da entrevista. A segunda parte será publicada amanhã, dia 27 de Julho.
ZENIT: O que é a vida, filosoficamente falando?
DR. IVANALDO:Do ponto de vista estritamente da filosofia não é possível se construir um conceito fechado de vida. Vale lembrar que as tentativas de conceitos fechados de vida conduziram a experiências trágicas, como é o caso dos campos de concentração no regime nazista. Na verdade vida, podemos assim falar, é a grande manifestação do logos, que engloba, entre outras coisas, a dimensão biológica, cultural, familiar, psicológica, social e religiosa. Vida é o mais amplo e complexo movimento que o ser humano tem acesso.
ZENIT: A vida é propriedade do homem?
DR. IVANALDO:Nos últimos séculos, devido, em grande medida, as experiências oriundas do capitalismo e do estatismo socialista, tem se discutido muito a noção de propriedade. Fala-se, por exemplo, em propriedade privada, em propriedade intelectual e em propriedade do Estado. Nos últimos anos essa discussão chegou até mesmo a vida humana. Com isso, passou-se a discutir sobre a propriedade de medicamentos, tratamentos de doenças e até mesmo do genoma humano. Além disso, é preciso esclarecer que contemporaneamente o mundo vive um retrocesso nas relações trabalhistas e nos direitos humanos. Por exemplo, temos o retorno da escravidão, a exploração de mulheres para fins sexuais, são as chamadas escravas do sexo, o trágico de sangue e órgãos humanos, uma política agressiva de legalização do aborto e do infanticídio, dentro do mercado de trabalho está sendo aceito largamente o trabalho precarizado e semi-escravizado, como o que acontece em muitas fábricas na China e em outros países que, são apresentados, como modelos de desenvolvimento econômico. Dentro desse triste quadro passa a haver uma visão reducionista que a vida é um simples objeto comercial, uma propriedade, que, como toda propriedade, é possível se vender e comprar. No entanto, a realidade ontoética do ser humano é bem diferente. O ser humano é a única espécie capaz de refletir filosoficamente sobre si mesma e sobre, a sociedade e o cosmo. Ele é capaz de construir a arte, a poesia e tudo mais que existe de belo e sublime na sociedade. Trata-se, por conseguinte, de uma grande responsabilidade. A vida humana é um patrimônio de Deus e de toda a sociedade. Por isso é preciso valorizar todas as formas e manifestações da vida humana, como, por exemplo, a vida das populações pobres, de regiões isoladas, de mulheres em risco de prostituição, dos deficientes físicos, e do feto, o bebê ainda no ventre da mãe. É por esse motivo que não se pode aceitar e incentivar a cultura da morte, uma cultura que tem como “comércio” a venda da morte para os seres humanos. Essa cultura, ou melhor uma anti-cultura, se manifesta, por exemplo, no retorno da escravidão, na exploração de mulheres para fins sexuais, na tentativa de legalização do aborto, da eutanásia, do infanticídio e de outras barbaridades.
ZENIT: Em ordem de importância, qual vida é mais importante: a vida humana ou a vida animal?
DR. IVANALDO:Inicialmente é preciso esclarecer que todas às formas de vida devem ser valorizadas, preservadas e respeitadas. Sem dúvida que os maus tratos a animais selvagens e domésticos não devem ser aceitos. Nesse sentido tem havido no mundo, inclusive no Brasil, um avanço na legislação de proteção aos animais. Entretanto, é preciso esclarecer que a proteção aos animais passa pela proteção e valorização da vida humana. Em muitas ocasiões, o ser humano é o destruidor da natureza e da vida selvagem, mas também é o promotor da cultura, da arte e da própria preservação da vida animal. Do ponto de vista ontoético, a vida humana é mais sublime e mais especial do que a vida animal. É claro que devemos promover a defesa da vida animal, mas, por compromisso ético, temos que respeitar, promover e garantir as condições socioculturais de desenvolvimento da vida humana. Neste sentido a vida humana tem prioridade sobre a via animal. Isso não significa que vamos sair por aí matando animais, mas, pelo contrário, temos que garantir a, num primeiro plano, a dignidade da vida humana e, num segundo plano, a vida animal. Levando em conta o desenvolvimento econômico e científico do mundo, afirma-se que há condições técnico-científicas suficientes para a realização dessa tarefa.
Para mais informações: Ivanaldo Santos, doutor em filosofia. Email: ivanaldosantos@yahoo.com.br.
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Vida e Dignidade humana (parte II)
Entrevista com Dr. Ivanaldo Santos, filósofo, pesquisador e professor universitário
Por Thácio Siqueira
BRASILIA, sexta-feira, 27 de julho de 2012 (ZENIT.org) – Ivanaldo Santos, doutor em filosofia e autor de inúmeros artigos em revistas especializadas de todo o mundo, concedeu uma entrevista à ZENIT com o tema: a vida e a dignidade humana.
Publicamos ontem a primeira parte da entrevista (para ler clique aqui). A segunda parte publicamos a seguir.
***
ZENIT: Um embrião humano é pessoa humana?
DR. IVANALDO: Graças ao projeto genoma e a decifração do DNA humano é possível afirmar que, a partir da primeira célula do novo ser, ou seja, do embrião, formado no ventre da mãe, temos um ser humano completo. O motivo disso é que durante os 9 meses de gestação e mais durante toda a vida pós-nascimento até a morte, nenhum material genético é acrescentado ao indivíduo. Além disso, um feto contém todas as características humanas (respira, sente dor, tem braços, pernas e outras). Vale lembrar que existem espécies na natureza que durante o período de gestação tem um formato e depois do nascimento desenvolvem outra forma. No entanto, não vemos na atual sociedade campanhas para exterminar, por meio do aborto, essas espécies. Em sua maioria são espécies protegidas por lei. Não há, até o presente momento, uma explicação filosófica aceitável para dizer que o embrião humano não é pessoa humana. Geralmente quem defende essa tese são grupos e lobbys pró-aborto e pró-cultura da morte. No entanto, é um argumento que não encontra fundamento nem na filosofia e nem na moderna biologia genética. Se realmente é ético e politicamente correto defender as espécies da natureza, também é ético e moralmente correto proteger o embrião humano.
ZENIT: Racionalmente falando, como provamos que um ser humano é espiritual e tem uma alma imortal?
DR. IVANALDO:Esse é um tema especifico da teologia, da mística e das religiões. A filosofia pode discutir sobre a alma e outras questões metafísica, mas não tem condições de efetivamente provar sua existência. É preciso esclarecer que nem tudo na vida pode e deve ser provado. A vida é a vida. É preciso aceitar que a vida humana, o grande logos, é cheia de mistérios que nem a filosofia e nem qualquer outro ramo das ciências humanas jamais poderão provar totalmente. No entanto, é preciso ter consciência que quando se trata de temas éticos, como, por exemplo, a vida embrionária, a maternidade e a proteção dos mais frágeis e inocentes, as religiões tem todo o direito de orientar seus fiéis e a sociedade. Vivemos oficialmente em uma sociedade democrática. E por isso não se pode negar o direito que as religiões possuem de cobrarem das autoridades e do Estado uma política e uma legislação que defenda a dignidade da vida humana. Não podemos voltar aos tempos antigos, da barbárie, onde a vida humana não tinha valor. Onde qualquer imperador ou funcionário público poderia condenar a morte qualquer indivíduo. O Ocidente evoluiu muito no campo técnico-científico. Agora precisamos evoluir no campo da ética e da proteção da dignidade da pessoa humana. Nesse processo as religiões e especialmente o Cristianismo tem um papel central, pois podem e devem conduzir um debate e ações com vistas à reforma do Estado e das estruturas de morte da sociedade, como, por exemplo, o aborto, o infanticídio e a escravidão. E a partir dessa reforma garantir que todas as formas de manifestação da vida humana sejam protegidas. Se isso acontecer finalmente a dignidade da pessoa humana estará assegurada e resguardada.
Para mais informações: Ivanaldo Santos, doutor em filosofia.
E-mail: ivanaldosantos@yahoo.com.br.
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaBRASILIA, sexta-feira, 27 de julho de 2012 (ZENIT.org) – Ivanaldo Santos, doutor em filosofia e autor de inúmeros artigos em revistas especializadas de todo o mundo, concedeu uma entrevista à ZENIT com o tema: a vida e a dignidade humana.
Publicamos ontem a primeira parte da entrevista (para ler clique aqui). A segunda parte publicamos a seguir.
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ZENIT: Um embrião humano é pessoa humana?
DR. IVANALDO: Graças ao projeto genoma e a decifração do DNA humano é possível afirmar que, a partir da primeira célula do novo ser, ou seja, do embrião, formado no ventre da mãe, temos um ser humano completo. O motivo disso é que durante os 9 meses de gestação e mais durante toda a vida pós-nascimento até a morte, nenhum material genético é acrescentado ao indivíduo. Além disso, um feto contém todas as características humanas (respira, sente dor, tem braços, pernas e outras). Vale lembrar que existem espécies na natureza que durante o período de gestação tem um formato e depois do nascimento desenvolvem outra forma. No entanto, não vemos na atual sociedade campanhas para exterminar, por meio do aborto, essas espécies. Em sua maioria são espécies protegidas por lei. Não há, até o presente momento, uma explicação filosófica aceitável para dizer que o embrião humano não é pessoa humana. Geralmente quem defende essa tese são grupos e lobbys pró-aborto e pró-cultura da morte. No entanto, é um argumento que não encontra fundamento nem na filosofia e nem na moderna biologia genética. Se realmente é ético e politicamente correto defender as espécies da natureza, também é ético e moralmente correto proteger o embrião humano.
ZENIT: Racionalmente falando, como provamos que um ser humano é espiritual e tem uma alma imortal?
DR. IVANALDO:Esse é um tema especifico da teologia, da mística e das religiões. A filosofia pode discutir sobre a alma e outras questões metafísica, mas não tem condições de efetivamente provar sua existência. É preciso esclarecer que nem tudo na vida pode e deve ser provado. A vida é a vida. É preciso aceitar que a vida humana, o grande logos, é cheia de mistérios que nem a filosofia e nem qualquer outro ramo das ciências humanas jamais poderão provar totalmente. No entanto, é preciso ter consciência que quando se trata de temas éticos, como, por exemplo, a vida embrionária, a maternidade e a proteção dos mais frágeis e inocentes, as religiões tem todo o direito de orientar seus fiéis e a sociedade. Vivemos oficialmente em uma sociedade democrática. E por isso não se pode negar o direito que as religiões possuem de cobrarem das autoridades e do Estado uma política e uma legislação que defenda a dignidade da vida humana. Não podemos voltar aos tempos antigos, da barbárie, onde a vida humana não tinha valor. Onde qualquer imperador ou funcionário público poderia condenar a morte qualquer indivíduo. O Ocidente evoluiu muito no campo técnico-científico. Agora precisamos evoluir no campo da ética e da proteção da dignidade da pessoa humana. Nesse processo as religiões e especialmente o Cristianismo tem um papel central, pois podem e devem conduzir um debate e ações com vistas à reforma do Estado e das estruturas de morte da sociedade, como, por exemplo, o aborto, o infanticídio e a escravidão. E a partir dessa reforma garantir que todas as formas de manifestação da vida humana sejam protegidas. Se isso acontecer finalmente a dignidade da pessoa humana estará assegurada e resguardada.
Para mais informações: Ivanaldo Santos, doutor em filosofia.
E-mail: ivanaldosantos@yahoo.com.br.
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"Caminhos de Jesus", peregrinação na Terra Santa
Entrevista com Pe. Arturo Diaz, criador do "Caminhos de Jesus"
Por Thácio Siqueira
JERUSALEM, quinta-feira, 26 de julho de 2012 (ZENIT.org) - Pontifical Institute Notre Dame Jerusalem Center, (http://www.notredamecenter.org/), é um centro da Santa Sé destinado a acolher os peregrinos católicos de todo o mundo que visitam a Terra Santa e querem ter a experiência de reviver os passos de Jesus.
ZENIT entrevistou um dos sacerdotes que trabalha no Centro, Pe. Arturo Diaz, LC, espanhol, com 21 anos de sacerdócio e com ampla experiência de missão ao redor do mundo.
Entre os seus trabalhos, Pe. Arturo criou uma peregrinação chamada "Caminhos de Jesus", que tem tido ampla aceitação entre peregrinos de diversas partes do mundo.
Publicamos a seguir a entrevista na íntegra:
ZENIT: O senhor mora na Terra Santa e atende os peregrinos? Como assim? Qual é a sua nacionalidade e há quanto tempo o senhor é sacerdote?
PE. ARTURO: Eu moro em Jerusalém há dois anos. Trabalho no Pontifício Instituto Notre Dame de Jerusalém, cujo principal propósito é servir os peregrinos e as peregrinações que vêm à Terra Santa. Minha nacionalidade é espanhola. Fui ordenado pelo Papa João Paulo II há 21 anos. Nestes anos, tenho desenvolvido o meu ministério sacerdotal em países como: Itália, Brasil, Argentina, México, Espanha e agora em Israel. Toda uma riqueza humana, espiritual e eclesial.
ZENIT: Vendo o vídeo "Caminhos de Jesus" (http://www.youtube.com/watch?v=u84S50ICle0&feature=email) dá para ficar com muita vontade de percorrer este caminho. Que transformação pode ter uma pessoa que faz este caminho?
PE. ARTURO: A melhor resposta seria a de que fizessem o caminho de Jesus. Transformando-o em palavras, é reviver o apaixonante convite de Jesus a seguí-lo. Neste caso, seguir os seus passos, percorrer seus caminhos, contemplar suas paisagens, encontrar o seu povo. Tudo isto, é claro, traz uma experiência única, transformadora. Faz reviver o evangelho. Nos coloca dentro da figura de Cristo. Em uma palavra: nos faz ser mais cristão.
ZENIT: Quais são os lugares que se visitam nesse Caminho de Jesus?
PE. ARTURO: Os lugares que se passa, se visita e em alguns se passa a noite, são: Nazaré, Séforis (cidade que José e Jesus provavelmente iam trabalhar), Caná, Chifres de Hattin (onde os Cruzados perderam para os muçulmanos em 1187), Vale das Pombas, Magdala (cidade de Maria Madalena), Tabgha (que comemora a multiplicação dos pães e dos peixes), Cafarnaum. Como pode ver, são muitos lugares e todos muito interessantes.
ZENIT: Por que esse nome: caminhos de Jesus, para a rota que o senhor propõe aos peregrinos?
PE. ARTURO: Quando comecei a trabalhar nestas terras, há dois anos, vinha repleto do Caminho de Santiago, na Espanha. Eu o fiz quatro vezes e percebi, todo o bem que fazia para os peregrinos. Esta convicção, levou-me a ver o modo como se poderia criar e transitar pelos caminhos de Jesus. Não era fácil, porque estes caminhos foram-se perdendo no tempo, nesses dois mil anos. Falando com franciscanos, arqueólogos, pessoas nativas e entendidas, aconselharam-me a fazer o Caminho pela região da Galiléia: de Nazaré para Cafarnaum, que é o caminho que atualmente propomos.
O nome vem porque percorremos os caminhos que Jesus percorreu.
ZENIT: Quantos dias de viagem? Há momentos de oração, reflexão, celebração dos sacramentos?
PE. ARTURO: Acontece como no Caminho de Santiago, os dias de viagem dependem do grupo e do tempo disponível. Nossa proposta básica é de três dias. Claro que há momentos de reflexão, oração e sacramentos. Destacaria: missas em Nazaré (a casa de Maria), Caná (renovação do sacramento do matrimônio, compromisso dos noivos), Magdala (perto das margens do lago de Galiléia). Além de momentos de reflexão evangélica nos lugares, e a recriação espiritual que supõe a contemplação dos lugares transitados por Jesus.
ZENIT: Como entrar em contato? Que línguas o senhor pode receber? Os peregrinos também vêm do Brasil e dos países de língua Português?
PE. ARTURO: Podem encontrar-me no Centro de Notre Dame de Jerusalém. Meu email é: adiaz.notredame@gmail.com Atendo especialmente os peregrinos de língua espanhola. Mas, também serão muito bem-vindos os de língua portuguesa. Pessoalmente só tenho boas lembranças do Brasil, onde trabalhei por quatro anos na PUC de Porto Alegre, com os gaúchos, algo inesquecível.
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaJERUSALEM, quinta-feira, 26 de julho de 2012 (ZENIT.org) - Pontifical Institute Notre Dame Jerusalem Center, (http://www.notredamecenter.org/), é um centro da Santa Sé destinado a acolher os peregrinos católicos de todo o mundo que visitam a Terra Santa e querem ter a experiência de reviver os passos de Jesus.
ZENIT entrevistou um dos sacerdotes que trabalha no Centro, Pe. Arturo Diaz, LC, espanhol, com 21 anos de sacerdócio e com ampla experiência de missão ao redor do mundo.
Entre os seus trabalhos, Pe. Arturo criou uma peregrinação chamada "Caminhos de Jesus", que tem tido ampla aceitação entre peregrinos de diversas partes do mundo.
Publicamos a seguir a entrevista na íntegra:
ZENIT: O senhor mora na Terra Santa e atende os peregrinos? Como assim? Qual é a sua nacionalidade e há quanto tempo o senhor é sacerdote?
PE. ARTURO: Eu moro em Jerusalém há dois anos. Trabalho no Pontifício Instituto Notre Dame de Jerusalém, cujo principal propósito é servir os peregrinos e as peregrinações que vêm à Terra Santa. Minha nacionalidade é espanhola. Fui ordenado pelo Papa João Paulo II há 21 anos. Nestes anos, tenho desenvolvido o meu ministério sacerdotal em países como: Itália, Brasil, Argentina, México, Espanha e agora em Israel. Toda uma riqueza humana, espiritual e eclesial.
ZENIT: Vendo o vídeo "Caminhos de Jesus" (http://www.youtube.com/watch?v=u84S50ICle0&feature=email) dá para ficar com muita vontade de percorrer este caminho. Que transformação pode ter uma pessoa que faz este caminho?
PE. ARTURO: A melhor resposta seria a de que fizessem o caminho de Jesus. Transformando-o em palavras, é reviver o apaixonante convite de Jesus a seguí-lo. Neste caso, seguir os seus passos, percorrer seus caminhos, contemplar suas paisagens, encontrar o seu povo. Tudo isto, é claro, traz uma experiência única, transformadora. Faz reviver o evangelho. Nos coloca dentro da figura de Cristo. Em uma palavra: nos faz ser mais cristão.
ZENIT: Quais são os lugares que se visitam nesse Caminho de Jesus?
PE. ARTURO: Os lugares que se passa, se visita e em alguns se passa a noite, são: Nazaré, Séforis (cidade que José e Jesus provavelmente iam trabalhar), Caná, Chifres de Hattin (onde os Cruzados perderam para os muçulmanos em 1187), Vale das Pombas, Magdala (cidade de Maria Madalena), Tabgha (que comemora a multiplicação dos pães e dos peixes), Cafarnaum. Como pode ver, são muitos lugares e todos muito interessantes.
ZENIT: Por que esse nome: caminhos de Jesus, para a rota que o senhor propõe aos peregrinos?
PE. ARTURO: Quando comecei a trabalhar nestas terras, há dois anos, vinha repleto do Caminho de Santiago, na Espanha. Eu o fiz quatro vezes e percebi, todo o bem que fazia para os peregrinos. Esta convicção, levou-me a ver o modo como se poderia criar e transitar pelos caminhos de Jesus. Não era fácil, porque estes caminhos foram-se perdendo no tempo, nesses dois mil anos. Falando com franciscanos, arqueólogos, pessoas nativas e entendidas, aconselharam-me a fazer o Caminho pela região da Galiléia: de Nazaré para Cafarnaum, que é o caminho que atualmente propomos.
O nome vem porque percorremos os caminhos que Jesus percorreu.
ZENIT: Quantos dias de viagem? Há momentos de oração, reflexão, celebração dos sacramentos?
PE. ARTURO: Acontece como no Caminho de Santiago, os dias de viagem dependem do grupo e do tempo disponível. Nossa proposta básica é de três dias. Claro que há momentos de reflexão, oração e sacramentos. Destacaria: missas em Nazaré (a casa de Maria), Caná (renovação do sacramento do matrimônio, compromisso dos noivos), Magdala (perto das margens do lago de Galiléia). Além de momentos de reflexão evangélica nos lugares, e a recriação espiritual que supõe a contemplação dos lugares transitados por Jesus.
ZENIT: Como entrar em contato? Que línguas o senhor pode receber? Os peregrinos também vêm do Brasil e dos países de língua Português?
PE. ARTURO: Podem encontrar-me no Centro de Notre Dame de Jerusalém. Meu email é: adiaz.notredame@gmail.com Atendo especialmente os peregrinos de língua espanhola. Mas, também serão muito bem-vindos os de língua portuguesa. Pessoalmente só tenho boas lembranças do Brasil, onde trabalhei por quatro anos na PUC de Porto Alegre, com os gaúchos, algo inesquecível.
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Van Thuan: um homem de esperança que amava os seus perseguidores
Entrevista com o postulador da causa de beatificação do cardeal vietnamita
José Antonio Varela Vidal
ROMA, quarta-feira, 25 de julho de 2012 (ZENIT.org) - Falar do Servo de Deus François-Xavier Nguyen Van Thuan significa tratar de uma vida provada pelo sofrimento, pela injustiça e pelas três virtudes teologais: fé, esperança e caridade.
Ele passou fome e frio e sofreu o desprezo da prisão. Foi vítima de um sistema totalitário e cego, que o prendeu sem acusação alguma, só porque era "perigoso". Mas ele estava convencido de que tudo fazia parte do plano de Deus, esperava contra toda esperança e amava os seus perseguidores a ponto de alguns deles terem se convertido durante a época em que o cardeal ficou na prisão.
ZENIT conversou com Waldery Hilgeman, postuladora do processo de beatificação.
De tudo o que aconteceu na vida do cardeal Van Thuan, o que a impacta mais?
Waldery Hilgeman: Ele é um personagem muito complexo, no sentido de que toda a vida dele foi como gotas contínuas de evangelho, uma chuva incessante de santidade, desde o início. Uma coisa que me impressiona em sua espiritualidade é a constância do amor ao próximo. Ele foi até preso, e, na cadeia, nunca deixou de amar aqueles que o perseguiam, desde os funcionários de mais alto grau do sistema até os carcereiros. Esse amor total de Cristo pelo inimigo, sem interesses pessoais, nos atinge com muita força ainda hoje, neste contexto social de tanto egoísmo.
De que exatamente ele foi acusado?
Waldery Hilgeman: O cardeal Van Thuan foi um prisioneiro sem culpa. Nunca houve uma acusação contra ele de verdade, assim como também nunca houve um julgamento, muito menos uma sentença. Então, dizer de que ele foi acusado é uma grande dificuldade até para nós. Há muitos fatores no ambiente social daquele período que indicam que esse bispo era "perigoso" para um sistema vazio, um sistema baseado em nada, como é o sistema comunista, mas ele nunca foi formalmente acusado de nada concreto.
A partir dos escritos do cardeal na prisão, qual era o seu espírito, a sua reflexão como prisioneiro?
Waldery Hilgeman: O pensamento mais frequente do cardeal desde o primeiro momento do cativeiro, que durou treze anos, era que Deus estava pedindo que ele desse tudo, que ele abandonasse tudo e vivesse para Deus. Ele sentiu, especialmente no primeiro período de prisão, algo muito forte: a obra de Deus é Deus. Já desde antes, como arcebispo coadjutor, Van Thuan vivia para a obra de Deus. E ele sentiu que, naquele cativeiro, Deus pedia que ele deixasse o trabalho e vivesse só para Ele.
Você deve ter lido muitas histórias e relatos de testemunhas oculares do período na prisão...
Waldery Hilgeman: A história mais bonita é a da conversão de um dos guardas. Vários daqueles guardas, responsáveis pelo acompanhamento dos presos, no final se converteram. O cardeal Van Thuan, com amor total por essas pessoas, mostrou o que é o amor de Cristo. Sem poder pregar, sem poder falar diretamente de Cristo com aquelas pessoas, ele conseguiu convertê-los ao longo do tempo com o seu exemplo de Cristo encarnado. Isto continua sendo muito peculiar.
Para o processo de beatificação, a Igreja conseguiu contatar esses guardas?
Waldery Hilgeman: O ambiente político torna muito difícil ter contato com essas pessoas. Eles não foram questionados durante o julgamento, mas, talvez de maneira muito excepcional, vamos colocar o depoimento deles nos documentos processuais, que reconstroem a vida e as virtudes heroicas do cardeal Van Thuan.
Depois da transferência para Roma, qual foi a principal contribuição do cardeal Van Thuan à Igreja, como chefe de dicastério do Vaticano?
Waldery Hilgeman: Na verdade, parece que Deus queria desde o início preparar o cardeal Van Thuan para o ministério na Cúria Romana e no serviço do papa e da Igreja. Porque, já como jovem bispo, ele tinha se concentrado muito no papel dos leigos na diocese dele e no maior envolvimento dos leigos na vida social vietnamita. Basta pensar que em poucos anos ele conseguiu dobrar o número de vocações: ele queria bons leigos a serviço da Igreja, que poderiam ser chamado por Cristo.
Ele também trabalhou no Pontifício Conselho para os Leigos...
Waldery Hilgeman: O cardeal Van Thuan sempre lutou pelo papel dos leigos no Vietnã, porque justificava a presença deles como testemunhas diretas de Cristo na vida política, social, no trabalho. Não foi à toa que ele foi um dos primeiros a serem chamados para o Pontifício Conselho para os Leigos, que ainda estava sendo criado. Apesar de viver a meio mundo de distância, a Santa Sé estava de olho desde o início no potencial desse homem.
Ele colaborou também no Conselho Justiça e Paz...
Waldery Hilgeman: Sim. Com a chegada dele a Roma, as coisas mudaram, porque o papel do Pontifício Conselho Justiça e Paz é de extrema sensibilidade no nosso contexto, porque ele monitora a economia, a justiça, a fome no mundo, a solidariedade, a paz, e assim por diante; ele abrange toda a doutrina social da Igreja. Um bispo que veio de um tecido social de extrema pobreza, como era o Vietnã, e que, além disso, tinha sido preso, viveu na própria pele o que é a injustiça no mundo pelo simples fato de ser cristão. Não há dúvidas de que Cristo o preparou muito bem para o ministério aqui em Roma.
Pode nos contar algo sobre o processo de beatificação?
Waldery Hilgeman: O processo é muito especial. E nós temos a sorte de que este processo está no Tribunal do Vicariato de Roma, que é um tribunal com grande experiência. É uma causa muito grande, de um personagem que viajou muito, que envolve fiéis e imigrantes que moram em todos os continentes. O trabalho é imenso. Desde que o processo começou, em outubro de 2010, na paróquia, até agora, nós já demos grandes passos, ouvimos cerca de 130 testemunhas, incluindo cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, toda a realidade da Igreja. Até o processo “viajou”, por assim dizer, já que nós fomos para a Austrália, onde ouvimos inúmeras testemunhas; nos Estados Unidos, onde uma proporção significativa da população é de imigrantes vietnamitas, também ouvimos muita gente. Fomos à Alemanha, onde encontramos muitos fiéis de países vizinhos, Holanda e Bélgica, e fomos também à França. Eu diria que estamos em um estágio bem avançado.
Há relatos de algum suposto milagre?
Waldery Hilgeman: Vários! Eu, como postuladora, juntamente com o Conselho Pontifício Justiça e Paz, que promove a causa, estou estudando com a ajuda de especialistas médicos qual seria a forma mais adequada de iniciar um processo sobre o milagre que poderia levar o cardeal à canonização.
Que mensagem você pode mandar para os muitos "devotos" do cardeal Van Thuan, que esperam vê-lo logo nos altares?
Waldery Hilgeman: Nos escritos e nos livros dele, existe um tema recorrente, que também aparece nos depoimentos que chegam ao tribunal: a esperança, não perder a esperançaem Deus. François-Xavier Nguyen Van Thuan vai ser o "santo da esperança".
(Tradução:ZENIT)
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaROMA, quarta-feira, 25 de julho de 2012 (ZENIT.org) - Falar do Servo de Deus François-Xavier Nguyen Van Thuan significa tratar de uma vida provada pelo sofrimento, pela injustiça e pelas três virtudes teologais: fé, esperança e caridade.
Ele passou fome e frio e sofreu o desprezo da prisão. Foi vítima de um sistema totalitário e cego, que o prendeu sem acusação alguma, só porque era "perigoso". Mas ele estava convencido de que tudo fazia parte do plano de Deus, esperava contra toda esperança e amava os seus perseguidores a ponto de alguns deles terem se convertido durante a época em que o cardeal ficou na prisão.
ZENIT conversou com Waldery Hilgeman, postuladora do processo de beatificação.
De tudo o que aconteceu na vida do cardeal Van Thuan, o que a impacta mais?
Waldery Hilgeman: Ele é um personagem muito complexo, no sentido de que toda a vida dele foi como gotas contínuas de evangelho, uma chuva incessante de santidade, desde o início. Uma coisa que me impressiona em sua espiritualidade é a constância do amor ao próximo. Ele foi até preso, e, na cadeia, nunca deixou de amar aqueles que o perseguiam, desde os funcionários de mais alto grau do sistema até os carcereiros. Esse amor total de Cristo pelo inimigo, sem interesses pessoais, nos atinge com muita força ainda hoje, neste contexto social de tanto egoísmo.
De que exatamente ele foi acusado?
Waldery Hilgeman: O cardeal Van Thuan foi um prisioneiro sem culpa. Nunca houve uma acusação contra ele de verdade, assim como também nunca houve um julgamento, muito menos uma sentença. Então, dizer de que ele foi acusado é uma grande dificuldade até para nós. Há muitos fatores no ambiente social daquele período que indicam que esse bispo era "perigoso" para um sistema vazio, um sistema baseado em nada, como é o sistema comunista, mas ele nunca foi formalmente acusado de nada concreto.
A partir dos escritos do cardeal na prisão, qual era o seu espírito, a sua reflexão como prisioneiro?
Waldery Hilgeman: O pensamento mais frequente do cardeal desde o primeiro momento do cativeiro, que durou treze anos, era que Deus estava pedindo que ele desse tudo, que ele abandonasse tudo e vivesse para Deus. Ele sentiu, especialmente no primeiro período de prisão, algo muito forte: a obra de Deus é Deus. Já desde antes, como arcebispo coadjutor, Van Thuan vivia para a obra de Deus. E ele sentiu que, naquele cativeiro, Deus pedia que ele deixasse o trabalho e vivesse só para Ele.
Você deve ter lido muitas histórias e relatos de testemunhas oculares do período na prisão...
Waldery Hilgeman: A história mais bonita é a da conversão de um dos guardas. Vários daqueles guardas, responsáveis pelo acompanhamento dos presos, no final se converteram. O cardeal Van Thuan, com amor total por essas pessoas, mostrou o que é o amor de Cristo. Sem poder pregar, sem poder falar diretamente de Cristo com aquelas pessoas, ele conseguiu convertê-los ao longo do tempo com o seu exemplo de Cristo encarnado. Isto continua sendo muito peculiar.
Para o processo de beatificação, a Igreja conseguiu contatar esses guardas?
Waldery Hilgeman: O ambiente político torna muito difícil ter contato com essas pessoas. Eles não foram questionados durante o julgamento, mas, talvez de maneira muito excepcional, vamos colocar o depoimento deles nos documentos processuais, que reconstroem a vida e as virtudes heroicas do cardeal Van Thuan.
Depois da transferência para Roma, qual foi a principal contribuição do cardeal Van Thuan à Igreja, como chefe de dicastério do Vaticano?
Waldery Hilgeman: Na verdade, parece que Deus queria desde o início preparar o cardeal Van Thuan para o ministério na Cúria Romana e no serviço do papa e da Igreja. Porque, já como jovem bispo, ele tinha se concentrado muito no papel dos leigos na diocese dele e no maior envolvimento dos leigos na vida social vietnamita. Basta pensar que em poucos anos ele conseguiu dobrar o número de vocações: ele queria bons leigos a serviço da Igreja, que poderiam ser chamado por Cristo.
Ele também trabalhou no Pontifício Conselho para os Leigos...
Waldery Hilgeman: O cardeal Van Thuan sempre lutou pelo papel dos leigos no Vietnã, porque justificava a presença deles como testemunhas diretas de Cristo na vida política, social, no trabalho. Não foi à toa que ele foi um dos primeiros a serem chamados para o Pontifício Conselho para os Leigos, que ainda estava sendo criado. Apesar de viver a meio mundo de distância, a Santa Sé estava de olho desde o início no potencial desse homem.
Ele colaborou também no Conselho Justiça e Paz...
Waldery Hilgeman: Sim. Com a chegada dele a Roma, as coisas mudaram, porque o papel do Pontifício Conselho Justiça e Paz é de extrema sensibilidade no nosso contexto, porque ele monitora a economia, a justiça, a fome no mundo, a solidariedade, a paz, e assim por diante; ele abrange toda a doutrina social da Igreja. Um bispo que veio de um tecido social de extrema pobreza, como era o Vietnã, e que, além disso, tinha sido preso, viveu na própria pele o que é a injustiça no mundo pelo simples fato de ser cristão. Não há dúvidas de que Cristo o preparou muito bem para o ministério aqui em Roma.
Pode nos contar algo sobre o processo de beatificação?
Waldery Hilgeman: O processo é muito especial. E nós temos a sorte de que este processo está no Tribunal do Vicariato de Roma, que é um tribunal com grande experiência. É uma causa muito grande, de um personagem que viajou muito, que envolve fiéis e imigrantes que moram em todos os continentes. O trabalho é imenso. Desde que o processo começou, em outubro de 2010, na paróquia, até agora, nós já demos grandes passos, ouvimos cerca de 130 testemunhas, incluindo cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, toda a realidade da Igreja. Até o processo “viajou”, por assim dizer, já que nós fomos para a Austrália, onde ouvimos inúmeras testemunhas; nos Estados Unidos, onde uma proporção significativa da população é de imigrantes vietnamitas, também ouvimos muita gente. Fomos à Alemanha, onde encontramos muitos fiéis de países vizinhos, Holanda e Bélgica, e fomos também à França. Eu diria que estamos em um estágio bem avançado.
Há relatos de algum suposto milagre?
Waldery Hilgeman: Vários! Eu, como postuladora, juntamente com o Conselho Pontifício Justiça e Paz, que promove a causa, estou estudando com a ajuda de especialistas médicos qual seria a forma mais adequada de iniciar um processo sobre o milagre que poderia levar o cardeal à canonização.
Que mensagem você pode mandar para os muitos "devotos" do cardeal Van Thuan, que esperam vê-lo logo nos altares?
Waldery Hilgeman: Nos escritos e nos livros dele, existe um tema recorrente, que também aparece nos depoimentos que chegam ao tribunal: a esperança, não perder a esperançaem Deus. François-Xavier Nguyen Van Thuan vai ser o "santo da esperança".
(Tradução:ZENIT)
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Angelus
"Não nos alimentemos só de pão, mas de amor e de verdade"
Durante o Angelus, o Papa convidou a redescobrir os gestos de amor e a implementar a paz na Síria e no Iraque
CASTEL GANDOLFO, domingo, 29 de julho de 2012 (ZENIT.org) – Às 12h de hoje o Santo Padre Bento XVI apareceu na varanda do Pátio interno do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo e recitou o Ângelus com os fiéis e os peregrinos presentes.
[Estas são as palavras do Papa na introdução da oração mariana]:
***
Queridos irmãos e irmãs,
Neste domingo começamos a leitura do capítulo 6º do Evangelho de João. O capítulo começa com a cena da multiplicação dos pães, que depois Jesus comenta na sinagoga de Cafarnaum, indicando em si mesmo o "pão" que dá a vida. As ações de Jesus são paralelas às da Última Ceia: "Tomou os pães e, depois de ter dado graças, entregou-os aos que estavam sentados" - assim diz o Evangelho (Jo 6,11). A insistência no tema do "pão", que é compartilhado, e no dar graças (v.11 em grego eucharistesas), lembram a Eucaristia, o Sacrifício de Cristo para a salvação do mundo.
O evangelista diz que a Páscoa, a festa, já estava próxima (cfr v. 4). O olhar é direcionado para a Cruz, o dom do amor, e à Eucaristia, a perpetuação deste dom: Cristo faz-se pão de vida para os homens. Santo Agostinho comenta assim: "Quem, senão Cristo, é o pão do céu? Mas para que o homem pudesse comer o pão dos anjos, o Senhor dos anjos se fez homem. Se isso não tivesse acontecido, não teríamos o seu corpo; não tendo o seu corpo, não teríamos o pão do altar" (Sermão 130,2). A Eucaristia é o maior grande encontro do homem com Deus, no qual o Senhor se faz nosso alimento, se dá a Si mesmo para transformar-nos Nele mesmo.
Na cena da multiplicação, também é relatada a presença de um menino que, diante da dificuldade de alimentar tantas pessoas, partilha aquele pouco que tinha: cinco pães e dois peixes (cfr Jo 6,8). O milagre não é produzido do nada, mas de uma primeira pequena partilha do que um simples rapaz tinha. Jesus não nos pede o que não temos, mas nos faz ver que, se cada um oferece o pouco que tem, repetidas vezes pode ser feito o milagre: Deus é capaz de multiplicar nosso pequeno gesto de amor e fazer-nos participantes da sua dádiva.
A multidão ficou impressionada com o prodígio: vê em Jesus o novo Moisés, digno do poder, e no novo maná, o futuro assegurado, mas pára no elemento material, que comeram, e o Senhor, “sabendo que o estavam levando para torná-lo rei, retirou-se novamente para a montanha, ele sozinho” (Jo 6,15). Jesus não é um rei terreno que exerce o domínio, mas um rei que serve, que se inclina ao homem para satisfazer não só a fome material, mas sobretudo a fome mais profunda, a fome de orientação, de sentido, de verdade, a fome de Deus
Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor para nos ajudar a redescobrir a importância de não só alimentar-nos de pão, mas de verdade, de amor, de Cristo, do corpo de Cristo, participando fielmente e com grande consciência da Eucaristia, para estar cada vez mais intimamente unidos a Ele. De fato "não é o alimento eucarístico que se transforma em nós, mas somos nós que misteriosamente somos transformados por ele. Cristo nos alimenta unindo-nos a si; nos atrai para si” (Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, 70). Ao mesmo tempo, queremos rezar para que não falte jamais a ninguém o pão necessário para uma vida digna, e desapareçam as desigualdades não com as armas da violência, mas com a partilha e o amor.
Nos confiamos à Virgem Maria, enquanto invocamos sobre nós e nossos seres queridos a sua materna intercessão.
[Depois do Angelus]:
Queridos irmãos e irmãs,
Continuo a acompanhar com preocupação os trágicos e crescentes episódios de violência na Síria com a triste sequência de mortos e feridos, também entre os civis, e um grande número de deslocados internos e de refugiados nos países vizinhos. Por isso peço que seja assegurada a necessária assistência humanitária e a ajuda solidária. Ao renovar a minha proximidade às pessoas que sofrem e a lembrança na oração, renovo um apelo urgente, para que termine toda violência e derramamento de sangue.
Peço a Deus a sabedoria do coração, especialmente por todos aqueles que têm mais responsabilidade, para que não se poupe nenhum esforço na busca da paz, também na comunidade internacional, através do diálogo e da reconciliação, para uma adequada resolução política do conflito. O meu pensamento se dirige também para a cara Nação iraquiana, golpeada nestes últimos dias por numerosos e graves atentados que causaram muitos mortos e feridos. Que este grande País encontre o caminho da estabilidade, da reconciliação e da paz.
Daqui a um ano, justo neste tempo, acontecerá a 28ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de janeiro, Brasil. É uma oportunidade valiosa para muitos jovens experimentarem a alegria e a beleza de pertencerem à Igreja e de viverem a fé. Olho com esperança para este evento e desejo incentivar e agradecer os organizadores, especialmente a Arquidiocese do Rio de Janeiro, comprometidos a preparar com diligência a acolhida dos jovens que de todo o mundo participarão deste importante encontro eclesial.
Acompanho com preocupação as notícias sobre o estabelecimento ILVA de Taranto e gostaria de expressar a minha proximidade aos trabalhadores e seus familiares, que vivem com ansiedade esses momentos difíceis. Enquanto asseguro a minha oração e o apoio da Igreja, exorto a todos para o sentido de responsabilidade e incentivo as instituições nacionais e locais para fazerem todos os esforços para alcançarem uma solução justa da questão, que proteja tanto o direito à saúde, quanto o direito ao trabalho, especialmente nestes tempos de crise econômica.
[Tradução Thácio Siqueira]
Envie a um amigo | Imprima esta notícia[Estas são as palavras do Papa na introdução da oração mariana]:
***
Queridos irmãos e irmãs,
Neste domingo começamos a leitura do capítulo 6º do Evangelho de João. O capítulo começa com a cena da multiplicação dos pães, que depois Jesus comenta na sinagoga de Cafarnaum, indicando em si mesmo o "pão" que dá a vida. As ações de Jesus são paralelas às da Última Ceia: "Tomou os pães e, depois de ter dado graças, entregou-os aos que estavam sentados" - assim diz o Evangelho (Jo 6,11). A insistência no tema do "pão", que é compartilhado, e no dar graças (v.11 em grego eucharistesas), lembram a Eucaristia, o Sacrifício de Cristo para a salvação do mundo.
O evangelista diz que a Páscoa, a festa, já estava próxima (cfr v. 4). O olhar é direcionado para a Cruz, o dom do amor, e à Eucaristia, a perpetuação deste dom: Cristo faz-se pão de vida para os homens. Santo Agostinho comenta assim: "Quem, senão Cristo, é o pão do céu? Mas para que o homem pudesse comer o pão dos anjos, o Senhor dos anjos se fez homem. Se isso não tivesse acontecido, não teríamos o seu corpo; não tendo o seu corpo, não teríamos o pão do altar" (Sermão 130,2). A Eucaristia é o maior grande encontro do homem com Deus, no qual o Senhor se faz nosso alimento, se dá a Si mesmo para transformar-nos Nele mesmo.
Na cena da multiplicação, também é relatada a presença de um menino que, diante da dificuldade de alimentar tantas pessoas, partilha aquele pouco que tinha: cinco pães e dois peixes (cfr Jo 6,8). O milagre não é produzido do nada, mas de uma primeira pequena partilha do que um simples rapaz tinha. Jesus não nos pede o que não temos, mas nos faz ver que, se cada um oferece o pouco que tem, repetidas vezes pode ser feito o milagre: Deus é capaz de multiplicar nosso pequeno gesto de amor e fazer-nos participantes da sua dádiva.
A multidão ficou impressionada com o prodígio: vê em Jesus o novo Moisés, digno do poder, e no novo maná, o futuro assegurado, mas pára no elemento material, que comeram, e o Senhor, “sabendo que o estavam levando para torná-lo rei, retirou-se novamente para a montanha, ele sozinho” (Jo 6,15). Jesus não é um rei terreno que exerce o domínio, mas um rei que serve, que se inclina ao homem para satisfazer não só a fome material, mas sobretudo a fome mais profunda, a fome de orientação, de sentido, de verdade, a fome de Deus
Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor para nos ajudar a redescobrir a importância de não só alimentar-nos de pão, mas de verdade, de amor, de Cristo, do corpo de Cristo, participando fielmente e com grande consciência da Eucaristia, para estar cada vez mais intimamente unidos a Ele. De fato "não é o alimento eucarístico que se transforma em nós, mas somos nós que misteriosamente somos transformados por ele. Cristo nos alimenta unindo-nos a si; nos atrai para si” (Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, 70). Ao mesmo tempo, queremos rezar para que não falte jamais a ninguém o pão necessário para uma vida digna, e desapareçam as desigualdades não com as armas da violência, mas com a partilha e o amor.
Nos confiamos à Virgem Maria, enquanto invocamos sobre nós e nossos seres queridos a sua materna intercessão.
[Depois do Angelus]:
Queridos irmãos e irmãs,
Continuo a acompanhar com preocupação os trágicos e crescentes episódios de violência na Síria com a triste sequência de mortos e feridos, também entre os civis, e um grande número de deslocados internos e de refugiados nos países vizinhos. Por isso peço que seja assegurada a necessária assistência humanitária e a ajuda solidária. Ao renovar a minha proximidade às pessoas que sofrem e a lembrança na oração, renovo um apelo urgente, para que termine toda violência e derramamento de sangue.
Peço a Deus a sabedoria do coração, especialmente por todos aqueles que têm mais responsabilidade, para que não se poupe nenhum esforço na busca da paz, também na comunidade internacional, através do diálogo e da reconciliação, para uma adequada resolução política do conflito. O meu pensamento se dirige também para a cara Nação iraquiana, golpeada nestes últimos dias por numerosos e graves atentados que causaram muitos mortos e feridos. Que este grande País encontre o caminho da estabilidade, da reconciliação e da paz.
Daqui a um ano, justo neste tempo, acontecerá a 28ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de janeiro, Brasil. É uma oportunidade valiosa para muitos jovens experimentarem a alegria e a beleza de pertencerem à Igreja e de viverem a fé. Olho com esperança para este evento e desejo incentivar e agradecer os organizadores, especialmente a Arquidiocese do Rio de Janeiro, comprometidos a preparar com diligência a acolhida dos jovens que de todo o mundo participarão deste importante encontro eclesial.
Acompanho com preocupação as notícias sobre o estabelecimento ILVA de Taranto e gostaria de expressar a minha proximidade aos trabalhadores e seus familiares, que vivem com ansiedade esses momentos difíceis. Enquanto asseguro a minha oração e o apoio da Igreja, exorto a todos para o sentido de responsabilidade e incentivo as instituições nacionais e locais para fazerem todos os esforços para alcançarem uma solução justa da questão, que proteja tanto o direito à saúde, quanto o direito ao trabalho, especialmente nestes tempos de crise econômica.
[Tradução Thácio Siqueira]
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Documentação
"Turismo e sustentabilidade energética: propulsores do desenvolvimento sustentável"
Mensagem por ocasião da Jornada Mundial do Turismo
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 25 de julho de 2012(ZENIT.org)- No dia 27 de Setembro celebra-se a Jornada Mundial do Turismo, promovida anualmente pela Organização Mundial do Turismo (OMT). A Santa Sé aderiu a esta iniciativa desde a sua primeira edição, considerando-a uma oportunidade para dialogar com o mundo civil, oferecendo a sua colaboração concreta, baseada no Evangelho, e considerando-a também como uma ocasião de sensibilização de toda a Igreja para a importância que este sector reveste ao nível económico, social e, particularmente, no contexto da nova evangelização.
Esta mensagem é publicada quando ainda ressoam os ecos do VII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, celebrado no passado mês de Abril em Cancún (México), por iniciativa do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes em colaboração com a Prelatura de Cancún-Chetumal e a Conferência Episcopal Mexicana. Os trabalhos e as conclusões daquele encontro iluminarão a nossa acção pastoral para os próximos anos.
Também nesta edição da Jornada Mundial assumimos como nosso o tema proposto pela OMT, "Turismo e sustentabilidade energética: propulsores do desenvolvimento sustentável", em sintonia com o presente "Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos", promulgado pelas Nações Unidas, com o objectivo de realçar "a necessidade de melhorar o acesso aos recursos e serviços energéticos para o desenvolvimento sustentável que sejam confiáveis, de custo razoável, economicamente viáveis, socialmente adaptáveis e ecologicamente racionais".1
O turismo cresceu a um ritmo importante nas últimas décadas. Segundo as estatísticas da Organização Mundial do Turismo, prevê-se que durante o corrente ano se chegue a um bilião de chegadas de turistas internacionais e que, no ano 2030, serão dois biliões. A estes devem ser acrescentados os números ainda mais elevados que representam o turismo local. Tal crescimento, que tem certamente efeitos positivos, pode causar um forte impacto ambiental, devido, entre outros factores, ao consumo desmesurado dos recursos energéticos, ao aumento de agentes poluentes e à produção de resíduos.
O turismo tem um papel importante na consecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, entre os quais o de "garantir a sustentabilidade ambiental" (objectivo 7), e o dever de fazer tudo o que está nas suas mãos para que eles sejam alcançados.2 Por isso, ele deve adaptar-se às condições da mudança climática, reduzindo as suas emissões de gases de efeito estufa, que actualmente representam 5% do total. Todavia, o turismo não só contribui para o aquecimento global como também é vítima do mesmo.
O conceito de "desenvolvimento sustentável" está já implementado na nossa sociedade e o sector do turismo não pode nem deve permanecer à margem. Quando falamos de "turismo sustentável" não nos referimos a uma modalidade entre outras, como poderia ser o turismo cultural, o de praia ou o de aventura. Toda a forma e expressão de turismo deve ser necessariamente sustentável, e não pode ser doutra forma.
Neste percurso, deve ter-se em devida conta os problemas energéticos. É um pressuposto errado pensar que "existe uma quantidade ilimitada de energia e de recursos a serem utilizados, que a sua regeneração seja possível de imediato e que os efeitos negativos das manipulações da ordem natural podem ser facilmente absorvidos".3
É verdade, assim como refere o Secretário-Geral da OMT, que "o turismo está na vanguarda de algumas das iniciativas sobre a sustentabilidade energética mais inovadoras do mundo".4 Não obstante, estamos de igual modo convictos do muito trabalho ainda a realizar.
Também, neste âmbito, o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes deseja oferecer o seu contributo, partindo da convicção que "a Igreja sente o seu peso de responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público".5 Não nos diz respeito propor soluções técnicas concretas, mas mostrar que o desenvolvimento não pode reduzir-se a simples parâmetros técnicos, políticos ou económicos. Desejamos acompanhar este desenvolvimento com algumas adequadas orientações éticas, que sublinham o facto de que todo o crescimento deve estar sempre ao serviço do ser humano e do bem comum. Na verdade, na Mensagem enviada ao referido Congresso de Cancún, o Santo Padre frisa a importância de "iluminar este fenómeno com a doutrina social da Igreja, promovendo uma cultura do turismo ético e responsável tal que chegue a ser respeitador da dignidade das pessoas e dos povos, acessível a todos, justo, sustentável e ecológico".6
Não podemos separar o tema da ecologia ambiental da preocupação por uma adequada ecologia humana, entendida como fundamental para o desenvolvimento integral do ser humano. Do mesmo modo, não podemos separar a nossa visão do homem e da natureza do vínculo que os une com o Criador. Deus confiou ao ser humano a boa gestão da criação.
É importante, em primeiro lugar, um grande esforço educativo, a fim de promover "uma real mudança de mentalidade que nos induza a adoptar novos estilos de vida".7 Esta conversão da mente e do coração "deve permitir que se chegue rapidamente a uma arte de viver juntos que respeite a aliança entre o homem e a natureza".8
É justo reconhecer que os nossos hábitos quotidianos estão a mudar e que existe uma maior sensibilidade ecológica. Todavia, também é igualmente verdade que se corre facilmente o risco de esquecer estas motivações durante o período de férias, procurando determinadas comodidades que consideramos ter direito, nem sempre reflectindo sobre as suas consequências.
É necessário cultivar a ética da responsabilidade e da prudência, interrogando-nos sobre o impacto e sobre as consequências das nossas acções. A este propósito, o Santo Padre afirma que "as modalidades com que o homem trata o ambiente influem sobre as modalidades com que se trata a si mesmo, e vice-versa. Isto chama a sociedade actual a uma séria revisão do seu estilo de vida que, em muitas partes do mundo, pende para o hedonismo e o consumismo, sem olhar aos danos que daí derivam".9 Sobre este ponto, será importante encorajar quer os empresários quer os turistas a fim de que tenham em conta as repercussões das suas decisões e comportamentos. Do mesmo modo, é crucial "favorecer comportamentos caracterizados pela sobriedade, diminuindo as próprias necessidades de energia e melhorando as condições da sua utilização".10
Estas ideias de fundo devem traduzir-se necessariamente em acções concretas. Portanto, e com o objectivo de tornar sustentáveis os destinos turísticos, devem-se promover e apoiar todas as iniciativas que sejam energeticamente eficientes e com o menor impacto ambiental possível, que levem a usar as energias renováveis, a promover a conservações dos recursos e a evitar a contaminação. Neste sentido, é fundamental que, tanto as estruturas turísticas eclesiais como as férias que a Igreja promove, sejam caracterizadas, entre outras coisas, pelo seu respeito para com o ambiente.
Todos os sectores envolvidos (empresas, comunidades locais, governos e turistas) devem estar conscientes das respectivas responsabilidades para chegarmos a formas sustentáveis de turismo. É necessária a colaboração entre todas as partes interessadas.
A Doutrina Social da Igreja recorda-nos que "a tutela do ambiente constitui um desafio para toda a humanidade: trata-se do dever, comum e universal, de respeitar um bem colectivo".11 Um bem do qual o ser humano não é patrão mas "administrador" (cf. Gn 1, 28), a quem Deus o confiou para que o governe adequadamente.
O Papa Bento XVI afirma que "a nova evangelização, para a qual todos estamos convocados, exige que tenhamos presente e aproveitemos as numerosas ocasiões que o fenómeno do turismo nos oferece para apresentar Cristo como resposta suprema às questões do homem actual".12 Convidamos, portanto, todos a promover e a utilizar o turismo de forma respeitosa e responsável, permitindo que ele desenvolva todas a suas potencialidades, na certeza de que, contemplando a beleza da natureza e dos povos, possamos chegar ao encontro com Deus.
Cidade do Vaticano, 16 de Julho de 2012
† Antonio Maria Card. Vegliò
Presidente
† Joseph Kalathiparambil
Secretário
______________
1 Organização das Nações Unidas, Resolução A/RES/65/151 aprovada pela Assembleia Geral, 20 de Dezembro de 2010.
2 Cf. Organização Mundial do Turismo, Tourism and the Millennium Development Goals: sustainable - competitive - responsible, 2010, 34.
3 Conselho Pontifício Justiça e Paz, Compêndio da doutrina social da Igreja, 2 de Abril de 2004, 462.
4 Taleb Rifai, Secretário-Geral da OMT, Mensagem para a Jornada Mundial do Turismo 2012.
5 Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 29 de Junho de 2009, 51.
6 Bento XVI, Mensagem por ocasião do VII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, Cancún (México), 23-27 de Abril de 2012.
7 Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 29 de Junho de 2009, 51.
8 Bento XVI, Discurso aos novos embaixadores acreditados junto da Santa Sé, 9 de Junho de 2011.
9 Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 29 de Junho de 2009, 51.
10 Bento XVI, Mensagem para a Jornada Mundial da Paz, 1 de Janeiro de 2010, 9.
11 Conselho Pontifício Justiça e Paz, Compêndio da doutrina social da Igreja, 2 de Abril de 2004, 466.
12 Bento XVI, Mensagem por ocasião do VII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, Cancún (México), 23-27 de Abril de 2012.
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaEsta mensagem é publicada quando ainda ressoam os ecos do VII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, celebrado no passado mês de Abril em Cancún (México), por iniciativa do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes em colaboração com a Prelatura de Cancún-Chetumal e a Conferência Episcopal Mexicana. Os trabalhos e as conclusões daquele encontro iluminarão a nossa acção pastoral para os próximos anos.
Também nesta edição da Jornada Mundial assumimos como nosso o tema proposto pela OMT, "Turismo e sustentabilidade energética: propulsores do desenvolvimento sustentável", em sintonia com o presente "Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos", promulgado pelas Nações Unidas, com o objectivo de realçar "a necessidade de melhorar o acesso aos recursos e serviços energéticos para o desenvolvimento sustentável que sejam confiáveis, de custo razoável, economicamente viáveis, socialmente adaptáveis e ecologicamente racionais".1
O turismo cresceu a um ritmo importante nas últimas décadas. Segundo as estatísticas da Organização Mundial do Turismo, prevê-se que durante o corrente ano se chegue a um bilião de chegadas de turistas internacionais e que, no ano 2030, serão dois biliões. A estes devem ser acrescentados os números ainda mais elevados que representam o turismo local. Tal crescimento, que tem certamente efeitos positivos, pode causar um forte impacto ambiental, devido, entre outros factores, ao consumo desmesurado dos recursos energéticos, ao aumento de agentes poluentes e à produção de resíduos.
O turismo tem um papel importante na consecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, entre os quais o de "garantir a sustentabilidade ambiental" (objectivo 7), e o dever de fazer tudo o que está nas suas mãos para que eles sejam alcançados.2 Por isso, ele deve adaptar-se às condições da mudança climática, reduzindo as suas emissões de gases de efeito estufa, que actualmente representam 5% do total. Todavia, o turismo não só contribui para o aquecimento global como também é vítima do mesmo.
O conceito de "desenvolvimento sustentável" está já implementado na nossa sociedade e o sector do turismo não pode nem deve permanecer à margem. Quando falamos de "turismo sustentável" não nos referimos a uma modalidade entre outras, como poderia ser o turismo cultural, o de praia ou o de aventura. Toda a forma e expressão de turismo deve ser necessariamente sustentável, e não pode ser doutra forma.
Neste percurso, deve ter-se em devida conta os problemas energéticos. É um pressuposto errado pensar que "existe uma quantidade ilimitada de energia e de recursos a serem utilizados, que a sua regeneração seja possível de imediato e que os efeitos negativos das manipulações da ordem natural podem ser facilmente absorvidos".3
É verdade, assim como refere o Secretário-Geral da OMT, que "o turismo está na vanguarda de algumas das iniciativas sobre a sustentabilidade energética mais inovadoras do mundo".4 Não obstante, estamos de igual modo convictos do muito trabalho ainda a realizar.
Também, neste âmbito, o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes deseja oferecer o seu contributo, partindo da convicção que "a Igreja sente o seu peso de responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público".5 Não nos diz respeito propor soluções técnicas concretas, mas mostrar que o desenvolvimento não pode reduzir-se a simples parâmetros técnicos, políticos ou económicos. Desejamos acompanhar este desenvolvimento com algumas adequadas orientações éticas, que sublinham o facto de que todo o crescimento deve estar sempre ao serviço do ser humano e do bem comum. Na verdade, na Mensagem enviada ao referido Congresso de Cancún, o Santo Padre frisa a importância de "iluminar este fenómeno com a doutrina social da Igreja, promovendo uma cultura do turismo ético e responsável tal que chegue a ser respeitador da dignidade das pessoas e dos povos, acessível a todos, justo, sustentável e ecológico".6
Não podemos separar o tema da ecologia ambiental da preocupação por uma adequada ecologia humana, entendida como fundamental para o desenvolvimento integral do ser humano. Do mesmo modo, não podemos separar a nossa visão do homem e da natureza do vínculo que os une com o Criador. Deus confiou ao ser humano a boa gestão da criação.
É importante, em primeiro lugar, um grande esforço educativo, a fim de promover "uma real mudança de mentalidade que nos induza a adoptar novos estilos de vida".7 Esta conversão da mente e do coração "deve permitir que se chegue rapidamente a uma arte de viver juntos que respeite a aliança entre o homem e a natureza".8
É justo reconhecer que os nossos hábitos quotidianos estão a mudar e que existe uma maior sensibilidade ecológica. Todavia, também é igualmente verdade que se corre facilmente o risco de esquecer estas motivações durante o período de férias, procurando determinadas comodidades que consideramos ter direito, nem sempre reflectindo sobre as suas consequências.
É necessário cultivar a ética da responsabilidade e da prudência, interrogando-nos sobre o impacto e sobre as consequências das nossas acções. A este propósito, o Santo Padre afirma que "as modalidades com que o homem trata o ambiente influem sobre as modalidades com que se trata a si mesmo, e vice-versa. Isto chama a sociedade actual a uma séria revisão do seu estilo de vida que, em muitas partes do mundo, pende para o hedonismo e o consumismo, sem olhar aos danos que daí derivam".9 Sobre este ponto, será importante encorajar quer os empresários quer os turistas a fim de que tenham em conta as repercussões das suas decisões e comportamentos. Do mesmo modo, é crucial "favorecer comportamentos caracterizados pela sobriedade, diminuindo as próprias necessidades de energia e melhorando as condições da sua utilização".10
Estas ideias de fundo devem traduzir-se necessariamente em acções concretas. Portanto, e com o objectivo de tornar sustentáveis os destinos turísticos, devem-se promover e apoiar todas as iniciativas que sejam energeticamente eficientes e com o menor impacto ambiental possível, que levem a usar as energias renováveis, a promover a conservações dos recursos e a evitar a contaminação. Neste sentido, é fundamental que, tanto as estruturas turísticas eclesiais como as férias que a Igreja promove, sejam caracterizadas, entre outras coisas, pelo seu respeito para com o ambiente.
Todos os sectores envolvidos (empresas, comunidades locais, governos e turistas) devem estar conscientes das respectivas responsabilidades para chegarmos a formas sustentáveis de turismo. É necessária a colaboração entre todas as partes interessadas.
A Doutrina Social da Igreja recorda-nos que "a tutela do ambiente constitui um desafio para toda a humanidade: trata-se do dever, comum e universal, de respeitar um bem colectivo".11 Um bem do qual o ser humano não é patrão mas "administrador" (cf. Gn 1, 28), a quem Deus o confiou para que o governe adequadamente.
O Papa Bento XVI afirma que "a nova evangelização, para a qual todos estamos convocados, exige que tenhamos presente e aproveitemos as numerosas ocasiões que o fenómeno do turismo nos oferece para apresentar Cristo como resposta suprema às questões do homem actual".12 Convidamos, portanto, todos a promover e a utilizar o turismo de forma respeitosa e responsável, permitindo que ele desenvolva todas a suas potencialidades, na certeza de que, contemplando a beleza da natureza e dos povos, possamos chegar ao encontro com Deus.
Cidade do Vaticano, 16 de Julho de 2012
† Antonio Maria Card. Vegliò
Presidente
† Joseph Kalathiparambil
Secretário
______________
1 Organização das Nações Unidas, Resolução A/RES/65/151 aprovada pela Assembleia Geral, 20 de Dezembro de 2010.
2 Cf. Organização Mundial do Turismo, Tourism and the Millennium Development Goals: sustainable - competitive - responsible, 2010, 34.
3 Conselho Pontifício Justiça e Paz, Compêndio da doutrina social da Igreja, 2 de Abril de 2004, 462.
4 Taleb Rifai, Secretário-Geral da OMT, Mensagem para a Jornada Mundial do Turismo 2012.
5 Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 29 de Junho de 2009, 51.
6 Bento XVI, Mensagem por ocasião do VII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, Cancún (México), 23-27 de Abril de 2012.
7 Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 29 de Junho de 2009, 51.
8 Bento XVI, Discurso aos novos embaixadores acreditados junto da Santa Sé, 9 de Junho de 2011.
9 Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 29 de Junho de 2009, 51.
10 Bento XVI, Mensagem para a Jornada Mundial da Paz, 1 de Janeiro de 2010, 9.
11 Conselho Pontifício Justiça e Paz, Compêndio da doutrina social da Igreja, 2 de Abril de 2004, 466.
12 Bento XVI, Mensagem por ocasião do VII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, Cancún (México), 23-27 de Abril de 2012.
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Bento XVI convida os casais cristãos a serem «o rosto sorridente e doce da Igreja»
Mensagem aos participantes do Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 23 de julho de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos o texto integral da mensagem do Cardeal Bertone em nome do Santo Padre enviada ao Cardeal Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, por ocasião do Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora (Equipe Notre Dame), divulgada pela Rádio Vaticana.
Eminência Reverendíssima,
O Sumo Pontífice, informado da realização em Brasília do XI Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, me incumbiu de vir por este meio fazer chegar a sua paterna saudação aos participantes e a todos casais do Movimento nascido duma clarividente intuição pastoral do Servo de Deus Henri Caffarel, sacerdote, e cuja missão não viu diminuir, com o passar do tempo, sua atualidade e urgência, antes de certa forma aumentou à luz dos problemas e dificuldades que o matrimônio e a família experimentam hoje rodeados por uma atmosfera de crescente secularização.
Neste contexto, os casais das Equipes de Nossa Senhora proclamam, não tanto com palavras como sobretudo com a vida, as verdades fundamentais sobre o amor humano e sobre o seu significado mais profundo: «Um homem e uma mulher que se amam, um sorriso de criança, a paz de um lar: eis uma pregação sem palavras, mas extraordinariamente persuasiva, na qual cada homem pode já pressentir, como que por transparência, o reflexo de outro amor e o seu apelo infinito» (Paulo VI, Aos casais das equipes de Nossa Senhora, 4 de maio de 1970).
Claro, este ideal pode parecer demasiado alto. Por isso mesmo, o Movimento incentiva os seus membros a beberem constantemente nas fontes da graça do sacramento do matrimônio e da participação na Eucaristia dominical; para além do recurso à graça dos sacramentos, lhes propõe, com grande sabedoria, um «método» rico de compromissos e sugestões simples e concretas para viverem no dia a dia a espiritualidade encarnada de esposos cristãos. Entre eles, sublinha-se o «dever de sentar-se», isto é, o compromisso de manter periodicamente um tempo de diálogo pessoal entre os cônjuges, durante o qual fazer presente um ao outro, com toda a sinceridade e num clima de escuta mútua, os problemas e os assuntos relevantes para a vida de casal. No nosso mundo tão marcado pelo individualismo, o ativismo, a pressa e a distração, o diálogo sincero e constante entre os esposos é essencial para evitar que surjam, cresçam e endureçam incompreensões que, infelizmente, muitas vezes acabam em rupturas insanáveis que já ninguém ajuda a consertar. Por isso, cultivem este valioso hábito de sentar-se um ao lado do outro para falarem e se ouvirem, para compreenderem um ao outro sempre de novo no meio das surpresas e dificuldades do longo caminho.
Dentro de três meses estaremos comemorando o cinqüentenário da abertura do Concilio Vaticano II, que, em muitos dos seus documentos, ofereceu à Igreja do nosso tempo uma visão renovada do valor do amor humano, da vida conjugal e da família; nessa ocasião começaremos o Ano da Fé, para reencontrar toda a vivacidade e a alegria do anúncio da fé no nosso mundo e no nosso tempo. Sua Santidade Bento XVI convida os casais cristãos a serem «o rosto sorridente e doce da Igreja», os melhores e mais convincentes arautos da beleza do amor sustentado e alimentado pela fé, dom de Deus oferecido com largueza e generosidade a todos, para que possam encontrar cada dia o sentido da sua vida. E, como sinal de gratidão eclesial, de estímulo para os novos desafios em aberto e como penhor de graças e luzes do Alto para os trabalhos do XI Encontro Mundial das Equipes de Nossa Senhora, o Santo Padre concede aos participantes e respectivas famílias a implorada Bênção Apostólica.
Aproveito o ensejo para testemunhar a Vossa Eminência Reverendíssima os meus sentimentos de fraterna estima em Cristo Senhor.
Vaticano, 5 de julho de 2012
Tarcisio Card. Bertone
Secretário de Estado de Sua Santidade
Envie a um amigo | Imprima esta notíciaEminência Reverendíssima,
O Sumo Pontífice, informado da realização em Brasília do XI Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, me incumbiu de vir por este meio fazer chegar a sua paterna saudação aos participantes e a todos casais do Movimento nascido duma clarividente intuição pastoral do Servo de Deus Henri Caffarel, sacerdote, e cuja missão não viu diminuir, com o passar do tempo, sua atualidade e urgência, antes de certa forma aumentou à luz dos problemas e dificuldades que o matrimônio e a família experimentam hoje rodeados por uma atmosfera de crescente secularização.
Neste contexto, os casais das Equipes de Nossa Senhora proclamam, não tanto com palavras como sobretudo com a vida, as verdades fundamentais sobre o amor humano e sobre o seu significado mais profundo: «Um homem e uma mulher que se amam, um sorriso de criança, a paz de um lar: eis uma pregação sem palavras, mas extraordinariamente persuasiva, na qual cada homem pode já pressentir, como que por transparência, o reflexo de outro amor e o seu apelo infinito» (Paulo VI, Aos casais das equipes de Nossa Senhora, 4 de maio de 1970).
Claro, este ideal pode parecer demasiado alto. Por isso mesmo, o Movimento incentiva os seus membros a beberem constantemente nas fontes da graça do sacramento do matrimônio e da participação na Eucaristia dominical; para além do recurso à graça dos sacramentos, lhes propõe, com grande sabedoria, um «método» rico de compromissos e sugestões simples e concretas para viverem no dia a dia a espiritualidade encarnada de esposos cristãos. Entre eles, sublinha-se o «dever de sentar-se», isto é, o compromisso de manter periodicamente um tempo de diálogo pessoal entre os cônjuges, durante o qual fazer presente um ao outro, com toda a sinceridade e num clima de escuta mútua, os problemas e os assuntos relevantes para a vida de casal. No nosso mundo tão marcado pelo individualismo, o ativismo, a pressa e a distração, o diálogo sincero e constante entre os esposos é essencial para evitar que surjam, cresçam e endureçam incompreensões que, infelizmente, muitas vezes acabam em rupturas insanáveis que já ninguém ajuda a consertar. Por isso, cultivem este valioso hábito de sentar-se um ao lado do outro para falarem e se ouvirem, para compreenderem um ao outro sempre de novo no meio das surpresas e dificuldades do longo caminho.
Dentro de três meses estaremos comemorando o cinqüentenário da abertura do Concilio Vaticano II, que, em muitos dos seus documentos, ofereceu à Igreja do nosso tempo uma visão renovada do valor do amor humano, da vida conjugal e da família; nessa ocasião começaremos o Ano da Fé, para reencontrar toda a vivacidade e a alegria do anúncio da fé no nosso mundo e no nosso tempo. Sua Santidade Bento XVI convida os casais cristãos a serem «o rosto sorridente e doce da Igreja», os melhores e mais convincentes arautos da beleza do amor sustentado e alimentado pela fé, dom de Deus oferecido com largueza e generosidade a todos, para que possam encontrar cada dia o sentido da sua vida. E, como sinal de gratidão eclesial, de estímulo para os novos desafios em aberto e como penhor de graças e luzes do Alto para os trabalhos do XI Encontro Mundial das Equipes de Nossa Senhora, o Santo Padre concede aos participantes e respectivas famílias a implorada Bênção Apostólica.
Aproveito o ensejo para testemunhar a Vossa Eminência Reverendíssima os meus sentimentos de fraterna estima em Cristo Senhor.
Vaticano, 5 de julho de 2012
Tarcisio Card. Bertone
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