HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(111)-29º DOMINGO COMUM – B
DESPREZO OU SOLIDARIEDADE...
Certo dia, os dois filhos de Zebedeu, numa demonstração absolutamente compreensível para quem convivia com Jesus e já estava bem certo do seu poder, fizeram-lhe este pedido :
- "Concede-nos que, na Tua glória, nos sentemos, um à Tua direita e outro à Tua esquerda".
Para além de qualquer desejo de muita grandeza, os filhos de Zebedeu, estavam também a menosprezar o valor dos outros discípulos, na escolha de um bom lugar e não estavam, portanto a ser muito solidários com eles, que até começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Mas este sentimento está exactamente na linha da vida moderna dos interesses dos homens do nosso tempo que não se importam nada de arriscar tudo e mais alguma coisa para atingirem os seus objectivos de grandeza e bem-estar na vida.
E o que é pior é que, nas suas aventuras mais ousadas, caminham muitas vezes pela ilegalidade, pelo desprezo de todas as leis e de todas as pessoas, com tantas actividades duvidosas ou intencionalmente agressivas, que não se poupam ao crime.
É ver quantas pessoas andam envolvidas no chorudo negócio da droga, no roubo e nos atentados à mão armada, que as levam a enfrentar pesados castigos de prisão e quantas vezes são vítimas mortais de confrontos com a autoridade.
Nestas coisas não pode haver nenhuma solidariedade, porque a ilegalidade é um sentimento que não respeita nada nem ninguém.
Ninguém está imune da tentação de, fechando-se em si mesmo, julgar os outros do alto da sua torre de marfim.
Uma tentação que pode atingir qualquer um, quer como indivíduo, quer como membro de algum grupo.
A verdade é que, quem despreza os outros, está sem o saber, a desprezar-se a si mesmo e, por arrastamento, a desprezar o próprio Deus.
Há dois atributos em Deus que são incompatíveis com essa atitude : um é a paternidade e o outro é exactamente a solidariedade.
Deus Pai não pode tomar, nem toma o partido de uns contra o partido de outros.
O seu amor paterno leva-o a solidarizar-se com a condição e o drama de toda a humanidade justificada no seu sangue.
Por isso, quando Deus olha a humanidade, contempla-a projectada nesse horizonte de justiça de que o Filho, o novo Adão, é o paradigma.
Confrontados com o coração de Deus, a nossa atitude, religiosamente correcta, só pode ser a da solidariedade humilde e a do serviço generoso.
Assumindo essa atitude damos um testemunho de auto-estima, porque começamos por nos amarmos a nós próprios, com o aparente desprezo dos outros.
Então Jesus, disse aos filhos de Zebedeu o que queria dizer a toda a humnidade :
- " O cálice que Eu vou beber, haveis de bebê-lo, e o baptismo que eu vou receber, haveis de o receber. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não Me pertence concedê-lo, é para aquele a quem está reservado".
Jesus parece querer dizer também o que nós todos já sabemos, "que o crime não compensa", pois que dá como regra :
- "Quem, entre vós, quiser tornar-se grande, tem de ser vosso servo, e quem quiser, entre vós ser o primeiro, tem de ser escravo de todos".
Para estarmos realmente tranquílos na vida não há como viver na legalidade, no respeito pelas leis de Deus e pelas leis dos homens que não contrariam a Lei de Deus, porque só assim estaremos a dar cumprimento ao plano da História da Salvação.
Nascimento
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