HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(190)-ASCENSÃO AOS CÉUS !...
Quando afirmamos que Jesus, no fim da Sua missão como Verbo Incarnado, "subiu aos Céus e está sentado à Direita do Pai", devemos ter presente que não se trata simplesmente dum regresso.
Assim como o Filho de Deus, pela Incarnação, se une a toda a humanidade, assim, "subindo ao Céu", arrasta consigo, também, todos nós, na Sua elevação simbólica de comunhão com o Pai na unidade consagrada pelo Espírito.
Por isso a fé cristã, que alguns vivem apenas como uma crença religiosa como outra qualquer, ou um pouco mais especial, é, de facto, muito mais do que uma crença.
A fé cristã é acima de tudo, uma relação em que, como crentes, deixamos de estar apenas num face-a-face perante Deus, para passarmos a uma relação de comunhão com Deus Pai, tornada possível pelo Filho Jesus Cristo, e constituída como uma habitação na Trindade pelo Espírito.
Deste modo nos tornamos verdadeiros "com-templativos", porque a experiência do "templo" não a fazemos obrigatoriamente neste ou naquele "lugar" onde existe uma Igreja ou um santuário, mas sim, em "espírito de verdade" no íntimo do coração onde está presente o Espírito.
"Subir aos Céus", elevar-Se, é para Jesus ganhar perspectiva sobre a nossa realidade humana, para a assumir dum modo novo, tornando-Se presente a todos.
E isto é o Céu : uma Presença espiritual não localizável nem circunscrita, mas que nos envolve a todos e nos penetra.
Uma presença diferente da que Jesus tinha quando andava com os discípulos na Palestina.
Agora Jesus conhece o Céu e pode por isso aparecer e desaparecer sempre que quiser e onde quiser, bastando que para isso dois ou três dos seus se reúnam em seu Nome.
Aí haverá um pouco de Céu : uma experiência que pode tornar-se sempre mais densa e profunda, desde que nos abramos ao Espírito que a habita.
Assim, os Céus a que Jesus ascende são esta humanidade que, pela força do seu mistério Pascal se vai tornando Igreja, que é o Seu Corpo e que, com Jesus, é chamada a fazer cada vez mais Céu, começando já na terra.
Fazemos assim uma interioridade recíproca em que nos é dado um Espírito, que nos torna testemunhas da reciprocidade íntima que existe entre Jesus e o Pai e nos convida a entrar nessa mesma interioridade divina.
Só um amor divino pode abrir essa porta e só uma liberdade humana pode acolher esse dom, pelo qual poderemos ser inscritos no plano da História da Salvção.
John
Nascimento
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