- HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(Sagrada Família A)
«...Retirou-se para os lados da Galileia e foi instalar-se numa cidade chamada Nazaré...»
Quando folheamos o álbum de imagens da Sagrada Família, chegamos à conclusão de que não foi nada idílica a existência das três pessoas que a compuseram.
* Passaram por provações e vicissitudes no decurso de toda a sua história, desde o noivado até à morte violenta de Jesus no Calvário.
* Passou-se a perplexidade de José perante a gravidez de Maria.
* Aconteceu um enorme desconforto para Maria na sua viagem para Jerusalém no fim do seu tempo para ser Mãe.
* Foi enorme apreensão na viagem dos três para o Egipto.
* Grande foi também inquietação de José e Maria quando Jesus ficou no Templo.
* Uma vida de trabalho oculto de Jesus até começar a sua Vida Pública.
Apesar de tudo e talvez por isso mesmo ela foi :
* Uma Família Sagrada, mas profundamente inserida na nossa história e no nosso destino, para que nela todos pudéssemos encontrar algo de comum connosco.
* Uma Família Modelo onde se aprendeu dolorosamente a respeitar a vocação singular de cada um dos seus membros, sem pretender em momento algum retê-los ou marginalizá-los.
* Uma Família Santuário do Amor onde se praticou essa forma eminente do Amor que é a de ajudar cada um a assumir a sua missão na vida e a partir no momento próprio.
* Uma Família segundo a vontade de Deus onde cada um dos seus membros fez a oração da vida, experimentou a serenidade duma fé amadurecida na fidelidade à Palavra de Deus e acreditou no cumprimento das promessas, mesmo quando só a esperança lhes servia de suporte.
A forma como esta Família Sagrada viveu e geriu cada uma das crises que teve de enfrentar, torna-se exemplar para as nossas famílias e leva-nos a pensar o que deve ser a Família do nosso tempo.
Por respeito pelo direito à diferença, pelo respeito pela escolha que fizeram, por respeito pela autonomia que reivindicam :
* Não vamos agora equiparar a um Casamento as uniões de facto ou outras formas de ligação entre pessoas, que se tonou lei vigente em algumas nações e ameaçam a destruição da Família e da Sociedade.
* Não se queiram equiparar a Famílias porque outra é a estrutura e outros são os contornos da Família enquanto base da sociedade.
Na Família trata-se de um célula de pai, mãe e filhos, unidos por laços afectivos no seio duma comunidade que reconhecem, e perante a qual se comprometem, na certeza de que também são reconhecidos e apoiados universalmente.
São, por vezes, imperceptíveis os vínculos que unem a Família ao tecido social e a integram na grande aventura de um povo, mas trata-se de laços indeclináveis, que o individualismo da nossa cultura tende a ignorar e o mercantilismo da nossa civilização pretende secularizar,
O pragmatismo retrógrado de certos grupos ou correntes, que julgam anunciar com pretensões de profetismo um futuro mais auspicioso, leva-os a agitar bandeiras que julgávamos para sempre enterradas.
Mas o bom senso visceral, a seu tempo regressará, como transparece já de certos movimentos que parecem emergir nas sociedades renovadas, dando a estes movimentos mal radicados uma aparência de fogos-fátuos ou acontecimentos meramente esporádicos, que devemos ultrapassar para ficarmos incluídos no plano da História da Salvação.
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