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    domingo, 20 de maio de 2012

    [ZP120520] O mundo visto de Roma

    ZENIT

    O mundo visto de Roma

    Portugues semanal - 20 de maio de 2012

    CRUZ PEREGRINA – Rumo ao rio 2013

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    CRUZ PEREGRINA – Rumo ao rio 2013


    Abraço ao maior hospital de Brasília
    Visita dos Símbolos da JMJ ao Hospital de Base da Capital Federal do Brasil

    Por Amandda Souza, da Equipe Jovens Conectados

    BRASILIA, terça-feira, 15 de maio de 2012 (ZENIT.org) - A cruz da Jornada Mundial da Juventude e o Ícone de Nossa Senhora estiveram no Hospital de Base de Brasília, na tarde do domingo, para rezar pelos doentes, e contou com a presença de mais de 2000 jovens. A visitação fez parte do Bote Fé Brasília, evento de preparação para a JMJ e foi uma alusão à Campanha da Fraternidade de 2012, que tem como lema “que a saúde se difunda sobre a Terra”.

    O objetivo da visita foi rezar pelos doentes, apresentar Cristo e sua cruz como esperança aos que sofrem, a seus familiares e, para manifestar a ideia, os milhares de jovens se abraçaram em volta do hospital. Durante o momento, era possível ver alguns enfermos da janela do hospital emocionados com o entusiasmo dos jovens e a visita dos símbolos.

    Dom Sérgio iniciou seu discurso e manifestou carinho, solidariedade e orações a todos os doentes desse de outros hospitais. “Através deste abraço, nos aproximamos a todos que sofrem e suplicam a Deus, a graça da saúde. Também estamos abraçando todos os enfermos do mundo. Queremos envolver aqueles que mais sofrem e nem sempre conseguem acesso aos serviços de saúde. Que jamais falte a nossa oração, apoio, serviço, presença amiga, a todos que necessitam da nossa atenção como Igreja”, destacou.

    Em seguida, o bispo convidou a todos que se voltassem aos ícones para rezar pelos doentes. “Nesse momento, olhemos para essa cruz que nos deu a vida e salvação, e para o ícone de Nossa Senhora, que nos acompanha durante todas as dificuldades. Eles nos trazem a certeza da presença de Cristo e de Maria ao nosso lado”. Voltando as mãos aos ícones, todos disseram: “que a saúde se difunda sobre a terra e sobre o Hospital de Base”.

    Padre Rosivaldo, que está há cinco anos trabalhando no Hospital de Base, conta que sua experiência é uma realidade paradoxal. “Somos samaritanos a essas famílias. Às vezes, encontro pessoas alegres, pelo nascimento de uma criança ou pela alta que alguém recebe, mas também, existe a realidade triste, quando há morte, angústia, insegurança, medo, dor. Nossa missão, como cristãos, é entregar nossa vida com amor, como Cristo fez, a serviço dos irmãos. Temos que acolher os doentes, e promover a saúde”, afirma.

    O sacerdote também disse que as pessoas quando estão doentes, tendem a se afastarem de Cristo. “Essa também é nossa missão como católicos. Até quem tem fé, sofre com a enfermidade, imagina quem não tem?”, indaga.

    A todos que passam por algum momento difícil, o capelão afirma os católicos devem dar testemunho da vitória de Cristo. “Precisamos mostrar aos doentes, que Deus jamais nos abandona, assim como não abandonou Cristo quando foi crucificado. Na experiência da dor, essas pessoas podem redescobrir a fé. Quando unimos nosso sofrimento ao de Cristo, somos vitoriosos. É possível ser forte em meio a dor. Todos os dias sou transformado aqui, quando muitos enfermos nos evangelizam, ao revelarem serenidade, experiência de Deus, esperança”, ressalta.

    A cruz, sinal de esperança

    Um dos médicos do hospital, o Doutor Marcos, citou a importância da Campanha da Fraternidade neste ano levar o tema da saúde e ressaltou que, antes de qualquer cura, as pessoas precisam do amor de Cristo. “Nosso Senhor prega que devemos visitar aos doentes, pois é como visitá-Lo. Hoje, realizamos aquilo que Ele nos pede. Não tenho palavras para descrever este momento. Passo por muitas dificuldades no hospital, mas agora, renovo minha esperança. A cura de cada doente começa aqui, com a visita de Jesus e de Maria”, disse, emocionado.

    Maria Roseli da Costa, mãe de Giovani, de oito anos, que tem uma síndrome rara, contou que foi ao encontro dos símbolos, desta vez, para rezar pelos doentes.

    “Eu precisava vir ao encontro da cruz e de Nossa Senhora. Essa força vem de Deus, pois só com eles eu posso carregar a cruz diária. Assim como graças diariamente, eu vim dar este abraço a esses doentes. Muitos não aceitam a enfermidade na família, mas é um caminho que nos leva até Ele. Todo sofrimento aqui na terra, não será nada em comparação com a glória que teremos no céu”, afirmou.

    Já Lívia Azevedo, 21 anos, foi voluntária do Bote Fé Brasília e estava ansiosa para ver os símbolos ao vivo que conhecia apenas da televisão. “Me sinto privilegiada, pois ano passado vi os jovens carregando a cruz lá em Madri e, agora, ela está aqui, ao meu lado. Esse momento me mostra o tamanho da Igreja. É emocionante ver esses doentes pela janela, e ver que eles estão sofrendo com Jesus, carregando a cruz junto com Ele”, disse.


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    Cultura


    Cardeal Ravasi: "Buscar o invisível no visível"
    Primeiro dia do Átrio dos Gentios debateu arte, cultura e transcendência

    BARCELONA, sexta-feira, 18 de maio de 2012 (ZENIT.org)- Começou ontem (17) em Barcelona uma nova sessão do Átrio dos Gentios, valiosa iniciativa que o Conselho Pontifício da Cultura vem organizando em diversas cidades do mundo, em harmonia com o pensamento do papa Bento XVI, que pede novos átrios para o homem contemporâneo entrar em contato com Deus, "aquele desconhecido".

    Crentes e não crentes, unidos sob o Cristo Pantocrátor de Taüll no Museu Nacional de Arte de Barcelona, escutaram ideias e conceitos de grande profundidade sobre a arte como caminho de transcendência, multiplicados instantaneamente por milhares de tweets, um dos novos átrios dos nossos tempos.

    O cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, motivou os presentes ao afirmar que a "arte impressiona como a fé", porque "a verdadeira arte gera inquietação e não nos deixa indiferentes". O prelado convidou todos a "lutarem contra a superficialidade da arte" e a buscarem "o invisível no visível, dado que a arte e a fé querem ser uma abertura para o absoluto".

    Após a abertura, que contou com a presença do conselheiro de Cultura do governo da Catalunha, Ferran Mascarell, os presentes no Museu e aqueles que acompanhavam o evento ao vivo pela internet puderam apreciar a arte em forma de música na interpretação de Lidia Pujol, que subiu duas vezes ao palco para cantar composições dos séculos XI e XII.

    O evento prosseguiu com novas ideias, agora comentadas pelo antropólogo e monge de Montserrat Lluís Duch, que garantiu que "o símbolo é fundamental, inerente à condição humana, que torna presente o ausente". Na mesma mesa, o crítico e historiador da arte Daniel Giralt-Miracle destacou "a grande necessidade da arte na vida humana".

    O evento foi encerrado pelo poeta e professor de estética Rafael Argullol, cuja análise afirmou que "na arte encontramos a unidade enquanto dura a experiência estética", e pela diretora da seção de arte contemporânea dos Museus Vaticanos, Micol Forti, que identificou a arte como "autêntico lugar de revelação".

    O Átrio dos Gentios em Barcelona, que terminou hoje (18), contou ainda com a participação do cardeal Gianfranco Ravasi, que dialogou com os presentes sob a moderação de Esther Giménez-Salinas, reitora da Universidade Ramon Llull.

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    Familia e Vida


    Life Day 2012 reúne os católicos em defesa da vida
    Domingo, festa pró-vida na Sala Paulo VI

    ROMA, sexta-feira, 18 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Pelo menos sessenta ônibus levarão até Roma os voluntários do movimento pró-vida das regiões mais distantes da Itália. Eles se juntarão aos milhares vindos de trem da Itália Central, por conta própria ou convidados pelos muitos grupos que compõem “o povo da vida”. Todos serão uma multidão festiva única na Sala Paulo VI durante o LifeDay 2012, neste domingo, 20 de maio, das 10h às 13h30.

    Entre as razões desta celebração, estão a premiação dos vencedores do XXV Concurso Escolar Europeu, que nos últimos anos envolveu mais de um milhão de estudantes, e o lançamento da iniciativa "Um de nós", que pede o reconhecimento dos direitos humanos desde o momento da concepção e protesta contra a lei 194, que, autorizando a interrupção da gravidez, já eliminou 5 milhões de fetos.

    O LifeDay tem transmissão ao vivo para a Praça de São Pedro, permitindo que os fiéis acompanhem o evento e as saudações do papa.

    O encontro será encerrado pelo cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família.

    O mundo das associações católicas estará presente com força total. Entre os palestrantes, estarão o presidente do Fórum das Associações de Família, Francesco Belletti, o presidente da Reti in Opera, Franco Pasquali, e Lucio Romano, presidente da Scienza&Vita.

    Participam também Luigi Borgiani, secretário-geral da Ação Católica; Carlo Costalli, presidente do Movimento dos Trabalhadores Cristãos; Eli Folonari, do Movimento dos Focolares; Salvatore Martinez, presidente da Renovação Carismática italiana; Andrea Olivero, presidente da ACLI; Luca Pezzi, secretário-geral do Centro Internacional Comunhão e Libertação; Paolo Ramonda, presidente da Associação Papa João XXIII; Giovanni Stirati, do Caminho Neocatecumenal; e o padre Stefano Manelli, fundador dos Franciscanos da Imaculada.

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    O necessário equilíbrio entre o trabalho e a família
    Mensagem do Secretário da ONU para o Dia mundial da família

    Por Pe. Rafael Cerqueira Fornasier*

    BRASILIA, segunda-feira, 15 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Por ocasião do Dia Internacional da Família, dia 15 de maio, o Secretário Geral da ONU propôs ao mundo uma instigante mensagem sobre o necessário equilíbrio entre o trabalho e a família, a fim de que esta possa ser sustentada financeira e emocionalmente. E para que a própria família contribua com o desenvolvimento sócio-econômico da sociedade. 

    Nesta mensagem, aparece evidente aquilo que alguns autores têm apresentado, ao se afirmar que a “família constitui o maior recurso humano e social disponível, e é de interesse dos poderes públicos não desperdiçar esses recursos.” (Pierpaolo Donati, Sociologia delle politiche familiari. Roma: Carocci, 2003)

    “A Família: o trabalho e a festa” é o tema do VII Encontro Mundial das Famílias com o Papa Bento XVI, em Milão, de 29 de maio a 3 de junho. As catequeses elaboradas como subsídio de preparação para este encontro revelam a urgente reflexão sobre o tema do trabalho e da festa (da celebração) no seio da família, sobretudo num mundo sobre o qual paira a crise econômica. Crise esta que também é a da ética e dos valores nas relações familiares.

    As catequeses foram publicadas na íntegra pelas Edições da CNBB. Para facilitar sua abordagem, a Comissão Vida e Família da CNBB e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar retomaram, num subsídio intitulado “Hora da Família”, o conteúdo das catequeses, adaptando-o ao grande público.

    Este subsídio já começou a ser empregado, e continuará a sê-lo, sobretudo durante a Semana Nacional da Família, realizada em todas as comunidades católicas do Brasil, no mês de agosto, quando o tema “A Família: o trabalho e a festa”, e seus desdobramentos, continuarão sendo aprofundados através de encontros temáticos propostos pelo subsídio.

    O mesmo pode ser adquirido através dos casais coordenadores da Pastoral Familiar ou diretamente por telefone ou e-mail: (61) 34432900; secren@cnfp.org.br

    *Pe. Rafael Cerqueira Fornasier é sacerdote da Arquidiocese de Niterói, membro da Comunidade Emanuel, mestre em Antropologia Teológica e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB.

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    Santa Sé


    "Que a Igreja Americana abrace a riqueza espiritual dos imigrantes"
    Bento XVI recebe em visita "ad Limina Apostolorum" um novo grupo de bispos dos EUA

    Por Lucas Marcolivio

    CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 18 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Concluiu-se o ciclo de cinco anos de audiências do Papa Bento XVI aos bispos dos Estados Unidos. Esta manhã, o Santo Padre recebeu em visita ad Limina Apostolorum os bispos das Regiões XIV e XV, incluindo os bispos dos diversos ritos orientais.

    Saudando os presentes, Bento XVI recordou os "urgentes desafios culturais e espirituais" que existem nos Estados Unidos e a conseqüente necessidade de uma "nova evangelização".

    A Igreja americana, observou o Papa, sempre “lutou para reconhecer e incorporar a diversidade e conseguiu, não sem dificuldade, forjar uma comunhão em Cristo e na fé apostólica, que reflete a catolicidade, marca infalível da Igreja."

    Entre as dificuldades e os desafios da Igreja americana Bento XVI identificou aquela da "imigração", elogiando os "esforços incansáveis" dos pastores do além oceano pela resposta dada até agora a este desafio, especialmente com relação à "reunificação familiar". Para a Igreja, então, causa "profunda preocupação", a defesa da "dignidade humana dos imigrantes", que deve ser reservado o "tratamento adequado".

    Ainda hoje a Igreja norte-americana "é chamada a abraçar, incorporar e cultivar o rico patrimônio de fé e cultura, presente em muitos importantes grupos de imigrantes”, entre os quais aqueles ligados aos ritos orientais mas também “os católicos asiáticos, africanos e hispânicos", disse o Papa

    A integração entre os vários grupos etno-linguísticos deve ser, portanto, considerada “de importância especial no exercício do vosso ministério", disse o Pontífice dirigido aos bispos presentes.

    Na obra catequética e pastoral que é responsabilidade da Igreja norte-americana, não deve-se descuidar, de acordo com o Papa, "a promessa imensa e as energias vibrantes de uma nova geração de Católicos" que esperam ser envolvidos na “renovação da vida da Igreja e na reconstrução do tecido da sociedade americana”, indispensável não somente pela recristianização da sociedade mesma mas também para freiar “a dissolução na Igreja, que é cada vez mais um obstáculo para a sua missão nos Estados Unidos. "

    Depois Bento XVI recordou as suas palavras durante a sua visita pastoral nos EUA em 2008: "Nós só podemos avançar se voltarmos nosso olhar para Cristo", na esperança de que a renovação espiritual desejada pelo Concílio fortaleça concretamente a unidade e a santidade da Igreja.

    O Santo Padre exortou os pastores americanos a “estarem especialmente perto dos homens e mulheres das vossas igrejas locais que estão empenhados em seguir a Cristo de um modo sempre mais perfeito, abraçando os preceitos evangélicos."

    Expressou também depois palavras de gratidão pela mulheres consagradas americanas, pedindo que “este momento de discernimento produza abundantes frutos espirituais para a revitalização e o fortalecimento das suas comunidades na fidelidade a Cristo e à Igreja, bem como para os seus carismas fundadores".

    O desejo do Papa para as comunidades católicas americanas para o Ano da Fé, que começará no próximo 12 de outubro - 50 º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – foi o de "reapropriar-se com alegria e gratidão do tesouro inestimável da sua fé”.

    No climax de um processo de enfraquecimento dos valores tradicionais e da fidelidade ao Evangelho, “a verdade de Cristo não somente tem necessidade de ser compreendida, articulada e defendida, mas deve ser proposta alegremente e confiadamente como chave de uma autêntica realização humana para o bem de toda a sociedade”

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    Examinado da Santa Sé a resposta da Fraternidade Sacerdotal Pio X
    As posições dos bispos lefevriani Galarreta, Wiliamson e Tissier serão examinadas "separadamente e individualmente"

    CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 17 maio, 2012 (ZENIT.org) - Reuniu-se ontem em sessão ordinária, a Congregação para a Doutrina da Fé. Na ocasião, também abordou se  a questão da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X.


    A declaração da Sala de imprensa do Vaticano disse que os cerca de 30 membros do dicasterio avaliaram a resposta do Bispo Bernard Fellay, recebida em 17 de Abril. "Foram feitas - diz - algumas observações que serão tomadas em consideração nas discussões posteriores entre a Santa Sé e a Fraternidade."


    Quanto às posições dos outros três bispos da Fraternidade fundada pelo cismático do falecido arcebispo francês Marcel Lefebvre, ou seja, Alfonso de Galarreta, Richard Williamson e Bernard Tissier de Mallerais, o comunicado diz que "a situação deles deve ser tratada separadamente e individualmente".

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    Giuseppe Verdi contempla o Cristo encarnado, que abre o reino dos céus
    Bento XVI agradece o concerto oferecido pelo presidente italiano

    CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 14 de maio de 2012 (ZENIT.org) – Nesta sexta-feira, 11, a Sala Paulo VI foi palco de um concerto oferecido por Giorgio Napolitano, presidente da República Italiana, em homenagem ao Santo Padre Bento XVI, por ocasião do sétimo aniversário de seu pontificado.

    A Orquestra e Coro do Teatro da Ópera de Roma, dirigidos respectivamente pelo maestro Riccardo Muti e pelo Maestro Roberto Gabbiani, executaram o Magnificat em Sol menor, RV 611, de Antonio Vivaldi, e o Stabat Mater e o Te Deum das Quatro Peças Sacras de Giuseppe Verdi.

    Antes do concerto, o presidente da República manifestou ao Santo Padre os seus votos de feliz aniversário.

    No final da apresentação, o papa Bento XVI se pronunciou:

    "Minhas cordiais e respeitosas saudações ao presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, e à sua gentil esposa, às quais eu acrescento os mais sinceros agradecimentos pelas palavras amáveis, pelos presentes de um violino e de uma bela partitura, e por este concerto de música sacra de dois grandes autores italianos. São sinais que mostram, mais uma vez, a ligação entre o Sucessor de Pedro e esta amada nação. Uma saudação ao Presidente do Conselho, senador Mario Monti, e a todas as autoridades. Sinceros agradecimentos à Orquestra e ao Coro do Teatro da Ópera de Roma, às duas sopranos e, especialmente, ao maestro Riccardo Muti pela intensa interpretação e execução. A sensibilidade do maestro Muti pela música sacra é notável, bem como o compromisso de tornar mais conhecido este rico repertório que expressa a fé da Igreja através da música. É uma alegria, para mim, oferecer a ele um reconhecimento honorífico pontifício. Quero expressar gratidão à cidade de Cremona, ao Centro de Musicologia Walter Stauffer e à Fundação Antonio Stradivari - La Triennale, por ter disponibilizado às primeiras partes da orquestra alguns antigos e preciosos instrumentos das suas coleções.

    Antonio Vivaldi é um grande expoente da música tradicional veneziana. Quem não conhece dele ao menos as Quatro Estações? Mas ainda é pouco conhecida a sua produção sacra, que ocupa um lugar significativo em seu trabalho e é de grande valor, especialmente porque expressa a sua fé. O Magnificat que ouvimos é o cântico de louvor de Maria e de todos os humildes de coração, que reconhecem e celebram com alegria e gratidão a ação de Deus na sua vida e na história. Deus tem um "estilo" diferente do estilo do homem, porque ele se coloca ao lado do homem para lhe dar esperança. E a música de Vivaldi expressa o louvor, a exultação, a gratidão e também a admiração diante da obra de Deus, com uma extraordinária riqueza de sentimentos: do solene coral no início, no qual se encontra toda a Igreja que venera o Senhor, até ao "Et exultavit" e ao belíssimo coral do "Et misericordia", onde a música pousa com ousadas harmonias, ricas de modulações inesperadas, que nos convidam a meditar sobre a misericórdia do Deus fiel, que se estende a todas as gerações.

    Já com as duas peças sacras de Giuseppe Verdi, que escutamos, o registro é outro: nos deparamos com a dor de Maria ao pé da cruz. Stabat Mater dolorosa. O grande compositor italiano, assim como tinha manifestado a tragédia de tantos personagens em suas obras, aqui penetra no drama de Maria, que contempla o Filho na cruz. A música se torna mais essencial, quase "agarrando-se" às palavras para expressar da maneira mais intensa possível o seu conteúdo, numa vasta gama de sentimentos. Basta pensar no doloroso sentimento de "piedade" com que a sequência começa; no dramático "Pro peccatis suae gentis"; no sussurrado "dum emisit spiritum"; nas invocações corais carregadas de emoção, mas também de serenidade, dirigidas a Maria, "fons amoris", para podermos compartilhar da sua dor de mãe e fazer os nossos corações arderem de amor por Cristo, até a última estrofe, súplica intensa e poderosa a Deus para que a alma receba a glória do Paraíso, aspiração última da humanidade.

    O Te Deum também é um subseguir-se de contrastes, mas o foco de Verdi no texto sagrado oferece uma interpretação diferente da tradição. Ele não vê tanto o canto de vitórias e de coroações, mas uma sucessão de situações: a euforia inicial, "Te Deum", "Sanctus"; a contemplação do Cristo encarnado, que liberta e abre o Reino dos Céus; a invocação ao "Judex Venturus" para que tenha misericórdia e, finalmente, o grito repetido pelo soprano e pelo coro, "In te, Domine, speravi", que fecha a peça, quase um pedido do próprio Verdi de esperança e luz no último trecho da vida. As peças que ouvimos esta noite são as últimas duas composições escritas pelo autor, não destinadas à publicação, mas escritas para si próprio. Mais ainda: ele queria ter sido sepultado com a partitura do Te Deum.

    Queridos amigos, faço votos de que nesta noite possamos repetir a Deus, com fé: em ti, Senhor, eu deposito com alegria a minha esperança; faz-me amar-te como a tua Santa Mãe, para que à minha alma, no final da jornada , seja dada a glória do Paraíso. Ao senhor presidente da República Italiana, às solistas, ao complexo do Teatro da Ópera de Roma, ao maestro Muti, aos organizadores e a todos os presentes, novamente os meus agradecimentos. O Senhor abençoe vocês e os seus entes queridos. Muito obrigado de coração!"

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    Espírito da Liturgia


    Quando celebrar? / 2: O Dia do Senhor (CIC 1166-1167)
    Rubrica de teologia litúrgica aos cuidados do Pe. Mauro Gagliardi

    Natale Scarpitta *

    ROMA, quarta-feira, 16 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Todo o ano litúrgico está marcado pelo ritmo regular da sucessão dos domingos em que a Igreja, ao longo dos séculos, reúne-se em assembléia litúrgica para celebrar o Mistério pascal de Cristo. «O Domingo é por excelência o dia da assembléia litúrgica, dia em que os fiéis se reúnem» (Catecismo da Igreja Católica [CIC], 1167).

    Mas por que um domingo? A resposta encontra as suas raízes profundas no Novo Testamento. Segundo os unânimes testemunhos dos Evangelhos, no «primeiro dia depois do sábado» o Senhor aparece primeiro às mulheres e depois aos discípulos (cf. Mc 16,2.9, Lc 24,1; Jo 20,1.19). Naquele mesmo dia, Jesus aparece aos discípulos de Emaús (cf. Lc 24:13-35) e depois aos onze Apóstolos (cf. Lc 24,36, Jo 20,19) e lhes dá o Espírito Santo (cf. Jo 20, 22-23). Oito dias depois, o Ressuscitado encontra novamente os seus (cf. Jo 20, 26). Ainda era domingo quando, cinqüenta dias depois da ressurreição, o Espírito Santo, como "vento impetuoso" e "fogo" (At 2.23), é derramado sobre os Apóstolos reunidos com Maria no Cenáculo.

    Permanecendo no contexto bíblico, é importante notar que no Apocalipse (cf. 1,10) encontramos a única reivindicação do Novo Testamento do novo nome que é atribuído ao «primeiro dia depois do sábado». Esse é «o dia do Senhor – kyriaké heméra» (cf. também Didaqué, 14,1), em latim dies dominicus , do qual temos «domingo».

    A partir da ressurreição do Senhor, os primeiros cristãos, à espera do retorno glorioso do Salvador, manifestavam o seu fiel compromisso com Cristo reunindo-se a cada domingo para a «fração do pão». São várias as fontes que atestam a origem apostólica desta prática. Um testemunho é encontrado já na primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (cf. 16,2) e no Livro dos Atos (cf. 20,7-8). Santo Inácio de Antioquia, então, significativamente apresentava os cristãos como iuxta dominicam viventes (Epístola aos Magnésios, 9,1), ou seja, aqueles que vivem segundo o domingo. São Jerônimo definia o domingo «o dia dos cristãos, o nosso dia» (In die dominica Paschae, II, 52). Um autor oriental do início do III século, Bardesane, relata que em todas as regiões os fiéis, já então, santificavam regularmente o domingo (cf. Diálogo sobre o destino, 46). Até Tertuliano não hesita em dizer que o domingo «nós celebramos a cada semana a festa da nossa Páscoa» (De sollemnitate paschali, 7). O Papa Inocêncio I, nos primórdios do século V, escrevia: «Nós celebramos o domingo por causa da venerável ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, não só a Páscoa, mas também a cada ciclo semanal» (Epist. ad Decentium, XXV, 4 ,7).

    Um heróico testemunho desta prática litúrgica, consolidada desde o tempo apostólico, vem até nós por Abitene, onde 49 mártires, surpreendidos no domingo na tentativa de celebrar a Eucaristia (que tinha sido proibida por Diocleciano), não hesitaram em afrontar a morte exclamando: «Sine dominico non possumus», ou seja, que eles não podiam viver sem celebrar o dia do Senhor. Estavam cientes de que a sua íntima identidade manifestava-se celebrando a Eucaristia no dia memorial da ressurreição de Cristo.

    Igualmente rica é a imagem que conota o domingo como «dia do sol». Cristo é a luz do mundo (cf. Jo 9,5;. Cf 1,4-5.9), o «sol que surge para iluminar aqueles que estão nas trevas e na sombra da morte» (Lc 1,78-79); «luz para iluminar as nações» (Lc 2,32). O dia em que comemoramos o resplendor da sua ressurreição marca assim a epifania luminosa da sua glória.

    De fato na liturgia cantamos: «O dia primeiro e último, dia radiante e brilhante do triunfo de Cristo». O domingo é o dia em que celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte; o dia que completa a primeira criação e, ao mesmo tempo, inaugura a nova criação (cf. 2 Cor 5, 17). Na sucessão semanal dos dias o domingo, além de ser o primeiro dia, representa também o oitavo: isso, na simbologia tão querida dos Padres da Igreja, indica o dia último, aquele escatológico, que não conhece pôr do sol. O Pseudo Eusébio de Alexandria definia admiravelmente o dia do Senhor como o «senhor dos dias» (cf. Sermão 16).

    De tudo isto emerge que o domingo não é o dia da memória, que lembra nostalgicamente um evento passado. É, antes de mais nada, a celebração atual da presença viva de Cristo morto e ressuscitado na Igreja, sua esposa e seu Corpo Místico.

    A Constituição Sacrosanctum Concilium, invocando vigorosamente o irrenunciável valor eclesial do dia dominical, ensina que, à imagem da primeira comunidade dos discípulos descrita nos Atos, no domingo «os fiéis reunam-se para participarem na Eucaristia e ouvirem a palavra de Deus, e assim recordarem a Paixão, Ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os regenerou para uma esperança viva pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos» (n. 106).

    A celebração da Páscoa semanal representa a pedra angular de toda a vida da Igreja (cf. CIC, 2177) porque nela se realiza a santificação do povo de Deus, até o domingo sem ocaso, até a Páscoa eterna e definitiva de Deus com as suas criaturas.

    * Padre Natale Scarpitta, sacerdote da arquidiocese de Salerno - Campanha - Acerno é doutorando em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

    [Tradução Thácio Siqueira]

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    Mundo


    O homem propõe e Deus dispõe
    Sétimo aniversário de dom Sigalini à frente da diocese prenestina

    Paul Schiavella

    PALESTRINA, Itália, quinta-feira, 17 de maio de 2012 (ZENIT.org) - A comunidade eclesial de Palestrina manifestou o seu carinho pelo bispo, dom Domenico Sigalini, lotando a missa solene presidida por ele neste dia 15 de maio, na catedral de Santo Agapito, em comemoração do seu sétimo aniversário à frente da diocese.

    "Começo hoje o último período de serviço episcopal em nossa diocese. Sete anos já se passaram, outros cinco ainda faltam. Isto se eu não sofrer nenhuma outra queda! O homem propõe e Deus dispõe. Agradeço novamente pelas orações que vocês elevaram a Deus por mim. Peço perdão pelas ansiedades que provoquei em vocês. A famosa crise do sétimo ano eu encarei com um salto de 15 metros! Para mim, foi tudo um grande bem".

    O bispo se referiu à queda que sofreu em setembro de 2011 nas montanhas, durante a peregrinação a pé ao Santuário da Santíssima Trindade de Vallepietra. Após o acidente, o pastor da diocese de Palestrina sentiu toda a proximidade do “povo prenestino” que rezou incessantemente pela sua recuperação.

    Como quem renasce todos os dias, dom Sigalini presidiu a cerimônia em que foram ungidos novos ministros do leitorado e do acolitado, além de ministros extraordinários da eucaristia. O bispo anunciou também sua intenção de fazer outra visita pastoral a todas as paróquias depois de 3 de novembro de 2013, quando deixará o atual cargo que exerce na Ação Católica.

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    Uma original pesquisa polonesa sobre as relíquias de Cristo
    Livro foi escrito pelo jornalista Grzegorz Górny, com fotografias de Janusz Rosikoń

    Mariusz Frukacz

    CZESTOCHOWA, quarta-feira, 16 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Testemunhas do mistério: a investigação das relíquias de Cristo é o nome do livro apresentado em 14 de maio no auditório da redação do Niedziela, semanário católico polonês, escrito pelo jornalista Grzegorz Górny em parceria com Janusz Rosikoń, fotógrafo e autor de vários álbuns sobre temas históricos e religiosos.

    Os autores realizam uma investigação jornalística sobre as relíquias de Cristo: a cruz, os pregos, o sudário de Oviedo, uma túnica de Argenteuil, uma túnica de Trier, a capa de Manoppello, a coluna da flagelação e a coroa de espinhos. Os autores dedicam um capítulo ao Calvário e ao túmulo vazio de Cristo e descrevem elementos relacionados com a paixão e morte de Jesus.

    “As relíquias de hoje são o lugar onde a ciência e a fé se encontram”, disse Grzegorz Górny a Zenit. “Vemos um grande interesse, hoje, pelas relíquias de Cristo".

    O conhecido jornalista confirmou que a ciência moderna tenta explicar a historicidade e autenticidade de algumas das relíquias de Cristo. Parte delas ainda permanece um mistério. Mas não temos ainda a palavra final da ciência sobre a autenticidade de muitas relíquias, observa Górny.

    O livro recém-publicado é uma novidade no estudo das relíquias, que, segundo o autor, “são agrupadas em vários graus. A mídia menciona com frequência o Santo Sudário de Turim, mas o livro traz ao leitor as histórias de muitas outras relíquias”.

    O fotógrafo Janusz Rosikoń enfatiza: "Eu não queria apenas fotografar as relíquias em locais diferentes. Então fotografei não só as relíquias como objetos, mas como sinais do estado de espírito da fé, a religiosidade dos peregrinos em torno das relíquias. Em muitos casos, as minhas fotografias mostram as emoções presentes nos rostos dos peregrinos".

    Górny e Rosikoń realizaram a obra ao longo de dois anos. Percorrendo o caminho das relíquias de Cristo, foram aos lugares onde esses objetos maravilhosos estão guardados, mas também se encontraram com os cientistas especialistas no assunto, como Barrie M. Schwortz, um dos mais célebres estudiosos do Sudário de Turim.

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    Um missionário católico foi o descobridor da nascente do Rio Nilo
    O jesuíta espanhol Pedro Páez a descobriu dois séculos antes dos britânicos Richard Francis Burton e John Hanning Speke

    Marco Tosatti

    ROMA, segunda-feira, 14 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Richard Francis Burton e John Hanning Speke entraram para a história como os descobridores das nascentes do Rio Nilo, em 1858, no Lago Vitória. Mas, na realidade, foi um jesuíta espanhol, o padre Pedro Páez, quem descobriu, dois séculos antes, qual era a nascente principal de um dos maiores rios do mundo, aquele que, na Fonte dos Quatro Rios da Piazza Navona, é representado cobrindo a face.

    A "reivindicação" é de um escritor espanhol, Fernando Paz, em seu livro "Antes de Todos". Paz dedica um capítulo ao heroísmo do jesuíta de Madri, que antecipou em dois séculos a revelação de um dos grandes mistérios da história. Burton e Speke, na verdade, descobriram a origem do Nilo Branco, no ponto mais distante da foz, no Lago Vitória. Mas o que importa no caso de um rio é o fluxo de água, e é o Nilo Azul que “transporta” 80% das águas do rio, até Omdurman. São estas as águas que Páez encontrou.

    O jesuíta nasceu em 1654 em Olmeda de la Cebolla, estudou em Coimbra, tornou-se sacerdote em Goa e começou uma viagem para chegar à costa da Somália. A odisseia o levou a enfrentar todos os tipos de aventuras: malária, piratas, captura pelos turcos, tortura, prisão, até ser vendido como escravo para o sultão do Iêmen.

    Depois de atravessar descalço o deserto, comendo gafanhotos, Páez descreveu áreas como Habramaut e Rub Al-Khali, de cuja descoberta, dois séculos mais tarde, outros europeus levaram o crédito.

    Em 1603 ele decidiu evangelizar a Etiópia, mudou de nome para Abdullah e partiu para aquele país. Permaneceu vinte anos na Abissínia, e, acompanhando o rei em uma cavalgada, descobriu as fontes do Nilo. Era 21 de abril de 1618. "Confesso que exultei ao ver o que desejaram ver o rei Ciro e seu filho Cambises, ou Alexandre, o Grande, e o famoso Júlio César", escreveu ele em sua "História da Etiópia", em 1620, obra em que aborda a sua descoberta com desapego. Seu interesse, afinal de contas, era apenas batizar.

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    Entrevistas


    É no ouvir e no silêncio que se compreende as razões do outro
    Dom Claudio Celli comenta a mensagem de Bento XVI por ocasião da Jornada Mundial das Comunicações Sociais

    Por José Antonio Varela Vidal

    CIDADE DO VATICANO, sábado, 19 de maio de 2012(ZENIT.org) – Todo Domingo da Ascensão do Senhor, a Igreja celebra a Jornada Mundial das Comunicações Sociais. Este ano o tema escolhido por Bento XVI foi: Silêncio e Palavra: caminho de evangelização.

    Para falar sobre a importância do magistério de Bento XVI neste campo, assim como dos desafios da Igreja no mundo da comunicação moderna, ZENIT entrevistou Dom Claudio Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

    Qual é a idéia do silêncio na mensagem do Papa?

    Dom Celli: No tema escolhido pelo Santo Padre para este Dia Mundial das Comunicações Sociais, a ênfase é sobre os fenômenos de comunicação atuais em dia que nos convida a refletir sobre este ponto fundamental: o silêncio é parte integrante da comunicação. É por isso que quando queremos que a comunicação seja autenticamente humana -porque parte de um homem e se dirige a outros homens - essa palavra que é comunicada deve ser alimentada no silêncio para ser mais significativa, mais verdadeira. Por que é no silêncio que eu escuto, é no silêncio que eu compreendo melhor quais são as necessidades, os sofrimentos, a busca do bem e da verdade que está no coração dos outros homens.

    A mensagem diz que devemos saber escutar. Onde devemos colocar-nos para sermos ouvidos?

    Dom Celli:Eu acredito que seja uma dimensão muito típica de Bento XVI. Quando propusemos abrir o canal do Vaticano no Youtube, o Papa aceitou prontamente.

    O papa sempre quis estar onde os homens de hoje se encontram. Todos somos conscientes deste rápido e imenso desenvolvimento das redes sociais. Hoje, segundo dados internacionais que possuímos, mais de um bilhão de pessoas estão no Facebook. Parece-nos importante estar presente nas redes sociais porque o homem busca a verdade, busca dar respostas às grandes interrogações da própria vida:Quem sou? Qual o sentido da minha vida? Para onde vou? Diria que temos necessidade de estarmos presentes nestas redes para sermos anunciadores, testemunhas.

    O queo Papa quer dizer com a palavra"ecossistema"?

    Dom Celli: O problema é que há uma proliferação de mensagens, informações, notícias e palavras, mas nem todas são palavras autenticas, nem todas são palavras verdadeiras para o caminho do homem. Falar sobre ecologia no sistema de comunicação para o Papa, eu acho que significa exatamente isso: fazer com que,na medida do possível, as palavras que formam a nossa comunicação sejam sempre palavras verdadeiras, palavras autenticas, palavras que respeitem a dignidade do homem que a pronúncia e respeitosa para com os que as recebem.

    Comovão os meios de comunicaçãodo Vaticanonos novos espaços digitais?

    Dom Celli: Eu diria que tivemos uma experiência maravilhosa com a mensagem do Papa para a Quaresma, que foi reduzida em 40 tweets, de acordo com o Pontifício Conselho Cor Unum, e lançamos um tweet por dia que a juventude, em seguida,'re-tweetou' todos os dias. Acho que nunca uma mensagem do Papa para a Quaresma,  foi tão conhecida e difundida entre os jovens. 

    Então estamos falando de evangelização através dos meios digitais?

    Dom Celli:  As palavras de Jesus devem repercutir o mais amplamente possível. Acreditamos que, nas maiores vias do mundo cibernético, o homem ainda pode encontrar o amor de um Deus que os procura, incansavelmente, pois Deus ama o homem e Deus pode comunicar esse amor e encontrar o homem de hoje também ao longo destes grandes vias do mundo cibernético.

    Quais são os projetosque estão sendo desenvolvidos naPCCS?
    Dom Celli
    : Os projetos são baseados principalmente na formação. O PCCS ajuda jovens sacerdotes de vários países a entrar no mundo da comunicação e a obter o doutorado em universidades pontifícias. Estamos fazendo treinamento para os bispos e padres. Fizemos um no Brasil no ano passado. Não muito tempo atrás, eu estava no Líbano para se encontrar com os bispos do Oriente Médio, onde tivemos um maravilhoso seminário com cinqüenta bispos e muitos padres, freiras e leigos, todos que trabalham no mundo das comunicações. No domingo, 20 de junho, vou para a Ucrânia, onde, também alí, teremos reuniões com bispos, sacerdotes e leigos juntos para descobrir, como a Igreja deve enfrentar o desafio da cultura digital e como, neste contexto,pode soar a Palavra do Senhor.

    Qualé a sua mensagem paranossosleitores, que irão celebrar o Dia da Comunicação,no próximo domingo?
    Dom Celli:
    Eu acho que a mensagem é esta: vivamos com alegria e responsabilidade a missão que o Senhor nos confiou.Nós não somos enviados a proclamar a nós mesmos, somos chamados a proclamar Jesus Cristo, somos chamados a proclamar a única palavra que salva o homem. Então precisamos viver com muita dedicação, elevado profissionalismo, mas também felizes de ser capaz de ser instrumentos deste anúncio de verdade.

    Para maiores informações: www.pccs.va

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    A catequese deve chegar ao coracao das pessoas
    Entrevista com o bispo de Plasencia, Espanha

    José Antonio Varela Vidal

    ROMA, quinta-feira, 17 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Aconteceu em Roma neste fim de semana o XII Congresso Europeu de Catequese, com o tema “Iniciação cristã e nova evangelização”, organizado pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE). ZENIT conversou com dom Amadeo Rodríguez Magro, bispo de Plasencia, Espanha, e membro da comissão de Ensino e Catequese da Conferência Episcopal Espanhola.

    Dom Amadeo, qual é o desafio principal da catequese na Europa?

    Dom Rodríguez - A secularização. Nós vemos, hoje, que muita gente na Europa vive como se Deus não existisse. E alguns jovens pensam que ele não é importante para a vida. O desafio é falar de Cristo com eles, dizer que Cristo é importante e necessário para a vida deles.

    A nova evangelização vai ajudar para isto?

    Dom Rodríguez – Eu acredito que a nova evangelização é um processo histórico que vem dos papas anteriores. A convocação de João XIII para o Concílio Vaticano II já era uma nova evangelização… O importante é que ela responda às necessidades e às urgências de um mundo que está mudando muito. Deus está presente na vida da sociedade, sejam quais forem as condições desta sociedade e as relações dela com Deus.

    Como levar esta mensagem para os jovens?

    Dom Rodríguez - Os jovens, muitas vezes, vivem em certas circunstâncias em que praticamente nem ouviram falar de Deus ou de Cristo. Existem jovens que nasceram em famílias que não os educaram na fé. Eles se encontram em certos contextos ou diante de meios de comunicação em que Deus não está presente como nós gostaríamos. Nós temos que falar dele e colocar esses jovens em contato com Jesus.

    Quais são os pontos principais desta mensagem?

    Dom Rodríguez – Nós temos que dizer para eles que Deus é importante para a vida. Que você tem muitas coisas, e muitas coisas já estão resolvidas mesmo no meio da crise, mas existe algo na sua vida que é mais importante do que tudo que você possui. Algo que vai dar a solução para a sua vida, para os seus problemas, a solução que no fundo do seu coração você procura, e que não vem com as muitas coisas materiais que você possui. E isso, modestamente, nós temos e oferecemos para você, e é Jesus Cristo.

    O que precisa melhorar do ponto de vista metodológico na catequese?

    Dom Rodríguez – Eu acho que nos últimos anos foi falado muito de método e houve avanços. Mas isto é no sentido formal. Sim, agora nós sabemos como fazer as coisas, mas o que nós temos que fazer, fundamentalmente, é tentar chegar até a vida e até o coração das pessoas, e lá se chega com o testemunho. Há quem diga que a catequese é um ato de amor, porque ela é um encontro da pessoa com Jesus, da sua própria liberdade com Jesus. Temos que oferecer uma proposta pessoal transformada em vida, com testemunho, para que aconteça essa paixão por Cristo.

    Qual é o papel da família neste processo?

    Dom Rodríguez - É fundamental! Nada pode ser feito sem a família. Nós temos que envolver a família também nos processos da catequese. Hoje falamos da “catequese inter-gerações”. É a família que fecunda a fé da criança, mas as crianças também fecundam a fé dos seus pais. Eu vejo na minha diocese, são tantos pais que recuperam o sentido da fé e da vida cristã no contato com a paróquia e com a comunidade cristã por causa dos sacramentos dos filhos. Basta fazermos bem o trabalho, convidar os pais e explicar: sem vocês, não podemos educar os seus filhos na fé. Eles precisam da credibilidade da vida de vocês, da credibilidade da mensagem vivida, acolhida e valorizada pelos pais.

    Fale-nos um pouco da sua diocese de Plasencia.

    Dom Rodríguez - É uma diocese belíssima. Nós temos duzentas e duas paróquias, e nas visitas pastorais eu encontro comunidades cristãs que acolhem o bispo como pastor e esperam que a palavra dele os encoraje e anime na fé. Tenho uma diocese onde há muito para trabalhar e servir, onde ainda se acolhe a mensagem, e, apesar de termos dificuldades, podemos fazer catequese de iniciação cristã.

    O senhor gostaria de mandar uma mensagem para os leitores da ZENIT?

    Dom Rodríguez - Com muito prazer! Quero saudar os leitores, que são muitos, e são muitos porque através da ZENIT nós recebemos a vida da Igreja, o pensamento, as opiniões, os fatos e acontecimentos, e entramos em contato com a universalidade da Igreja. Às vezes eu vejo que os folhetos diocesanos utilizam matérias da ZENIT. Tenho que parabenizá-los, porque vocês estão nos nutrindo de atualidade e do pensamento cristão.

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    A Virgem Maria caminha conosco!
    As declarações do padre Caesar Atuire do Orp e do Bispo Bento Tuzia na chegada da imagem peregrina de Nossa Senhora

    Por Salvatore Cernuzio e Ir. Sergio Mora

    ROMA, terça-feira, 15 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Uma recepção calorosa deu as boas-vindas à imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, chegada nesse passado domingo, 13 de maio, na Capital da Itália, Roma. A primeira etapa na basílica de São João de Latrão, onde um concerto e a recitação do rosário homenagearam Nossa Senhora “peregrina”, antes de começar a celebração da Santa Missa presidida pelo Cardeal vigário Agostino Vallini.

    "Esta é a oitava edição e como todos os anos, no 13 de maio, recebemos aqui em Roma a imagem de Nossa Senhora de Fátima no dia do peregrino unifos virtualmente ao Santuário de Fátima”, declarou ao ZENIT, o administrador delegado da Obra Roma Peregrinações, padre Caesar Atuire.

    "Neste ano, por causa também da crise – continuou – muitas pessoas não conseguiram visitar o Santuário de Fátima, e portanto nós da Orp lançamos uma idéia em todos as redes sociais de internet: “Quem tiver uma intenção para pedir a Nossa Senhora, escreva-a e envie para nós”. Em duas semanas chegaram 720 petições de mais de 20 países, que depois colocamos num envelope e aos pés de Nossa Senhora”.

    Para concluir o evento, o Cardeal Vallini, que convidou os presentes a terem dois compromissos: um em favor de todos aqueles jovens "que se sentem desanimados porque lhes é negado o direito de construir um futuro por causa das muitas dificuldades", para que "na família onde vivem possam encontrar testemunhos de amor e de esperança”.

    O segundo, no entanto, a favor dos pequenos. "Ensinamos a orar - disse - começando pelas crianças pequenas, nas casas, onde quer que vivam, e continuando com as crianças, os adolescentes, os jovens, porque a oração é um raio de sol que nos faz encontrar o amor infinito por Deus".

    "Nunca deixem a Santa Missa no domingo", exortou o Cardeal Vigário, acrescentando: "não a deixem com facilidade e depois venham somente rezar diante da Imagem de Nossa Senhora de Fátima. Pedimos, antes, à Virgem de Fátima para abrir-nos o coração e suscitar em nós, neste tempo de Páscoa, o desejo de uma vida santa”.

    Da Basílica de Latrão, a imagem de Maria seguirá para a paróquia de Santa Maria das Graças, em Fornace, onde ficará até o domingo, 20 de maio. Grandes manifestações de alegria saudou acolheram a chegada de Maria, carregada nos ombros por alguns jovens paroquianos.

    Aplausos e cantos ecoaram na praça da paróquia, perto do “Grande Cúpola”, antes que Nossa Senhora entrasse na Igreja, onde, além de inúmeros fiéis que a estavam aguardando, estava Mons. Bento Tuzia, bispo auxiliar para o setor ocidental de Roma, entrevista por nós do ZENIT imediatamente após a celebração.

    ***

    Excelência, na sua homilia, o senhor afirmou que as palavras pronunciadas pela Virgem de Fátima em 1917 não se dirigem somente aos três pastorinhos a quem ela apareceu, mas, ainda hoje, para todos nós. De que modo pode-se considerar atual a mensagem de Nossa Senhora de Fátima?

    Mons. Tuzia: A sua atualidade se vê nas grandes inspirações que tem comunicado. São inspirações que sublinham as necessidades do nosso tempo: antes de mais nada a paz, reclamada em tantos pequenos ou grandes eventos; depois a conversão, ou seja, a capacidade de renovar-nos e não ser prisioneiros de situações que não estão bem. Estas situações, na verdade, não são apenas negativas, mas bloqueiam nosso caminho para Deus, o ser nós mesmos nas formas mais elevadas e mais nobres. Acima de tudo a mensagem de Maria é um convite à oração, que é o apoio de todas as nossas ações, o grande serviço que fazemos pelo mundo.

    Com relação a estas situações negativas, o senhor, na homilia, destacou uma em especial: o medo. O medo parece ser, de fato, uma característica da sociedade moderna: basta pensar no medo dos outros ou no medo dos jovens pelo futuro. De que modo é que Nossa Senhora pode ser uma ajuda para superá-lo?

    Mons. Tuzia: O medo é superado com a consciência de que o Senhor está conosco e isso a presença de Maria nos lembra constantemente. Ela mesma experimentou, quando o Arcanjo Gabriel a convidou para não ter medo de tomar certas decisões, porque "o Senhor está contigo". Portanto, também para nós, a inspiração para assumir uma atitude de esperança deve vir do acreditar realmente que o Senhor está conosco. A Virgem, neste caminho, se faz nossa companheira de estrada e nos diz: “Olhem, estou do vosso lado! Não estais sozinhos ao ter que resolver os vossso problemas, mas tendes a minha força e a minha intercessão”.

    A este respeito, o Santo Padre, na Audiência geral da quarta-feira passada, exortou os jovens a não abandonarem, especialmente neste mês de Maria, a oração do Terço....

    Mons. Tuzia: Realmente! O Rosário é, infelizmente, visto como uma prática repetitiva. E talvez seja verdade, é repetitivo! Mas é da mesma forma que é repetitivo o diálogo com o próprio amado, no sentido de que as palavras e as expressões são sempre as mesmas - "Eu te amo, eu te quero o teu bem, etc" - porque querem confirmar os nossos sentimentos. Celebrar, portanto, ou louvores de Maria por meio da oração do Terço, é um modo para afirmar, em cada momento, os nossos sentimentos de amor e de fé com a Mãe misericordiosa.

    Podemos dizer, portanto, que é essencial rezar o Terço?

    Mons. Tuzia: Não só é importante, mas também é bonito! Espero que especialmente os jovens, acostumados hoje á orações mais espontâneas e entusiastas, possam redescobrir a beleza desta forma de oração. O Terço, com sua repetição, é como se "ditasse o ritmo”, organizasse a “respiração” da nossa vida.

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    Espiritualidade


    "Não rezemos o terço mecanicamente, mas com o coração"
    Entrevista ao cardeal Prosper Grech, depois da Missa de Nossa Senhora de Fátima celebrada em Santa Maria delle Grazie alle Fornaci, em Roma

    Por Salvatore Cernuzio

    ROMA, quinta-feira, 17 de maio de 2012 (ZENIT.org) - "Vocês conhecem as fontes da Praça de São Pedro? Aquelas de dois andares, onde da fonte principal jorra a água que molha o primeiro nível e depois cai para o segundo? Pois, esta é a graça de Maria: uma graça que superabunda, que a preenche primeiro e depois chega a todos nós".

    Este é um dos muitos exemplos significativos utilizados pelo Cardeal maltese Prosper Grech, na Missa vespertina de ontem, junto à igreja de Santa Maria das Graças à noite, na Igreja de Santa Maria delle Grazie alle Fornaci, em Roma, onde a imagem da Virgem de Fátima estará até o dia 20 de maio, juntamente com as relíquias dos Beatos Francisco e Jacinta.

    Ontem foi a jornada dedicada aos doentes e aos que sofrem. No final da sua homilia, toda voltada para a oração da Ave Maria, o cardeal distribuiu o óleo sagrado para unção dos enfermos para muitos fiéis enfermos que foram à igreja para cumprimentar a Virgem peregrina.

    "Maria é saúde dos enfermos", lembrou em sua meditação, "Ela dá a força para suportar o sofrimento e os males”. Lembrando a importância da oração e convidando os fiéis a "não abandoná-la neste mês mariano", o cardeal Grech destacou que Nossa Senhora "é caminho seguro que conduz a Cristo, refúgio certo para a salvação".

    Em uma entrevista concedida à Zenit, o cardeal explicou que "depende da nossa fé" acreditar no poder de intercessão de Maria e, portanto, na eficácia da oração.

    "Também é possível rezar para Maria sem fé – afirmou – e Ela, na sua misericórdia, também pode escutar." Mas só através de "uma relação pessoal com Cristo e, em seguida, com Sua Mãe", é possível chegar a "uma oração que sai do coração e que responde com o coração de Maria".

    "Quantas Ave-Marias nós rezamos na nossa vida? Milhares e milhares, eu acredito ", continuou o cardeal," e o que é que nós rezamos? Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. "

    "Maria naquele último momento – explicou – nos segurarará a mão, não só para confortar-nos, mas para dar-nos a fé para dar aquele pulo nos braços de Cristo, para que ele nos apresente a Jesus e Jesus ao Pai".

    "A penitência, o jejum e a oração, são formas concretas de salvação ensinadas por Maria", disse na sua homilia, o Cardeal.

    Mesmo durante a entrevista, combateu esse conceito, dizendo: "Jesus pregou em todo o seu Evangelho a penitência pelos nossos pecados para entrar no Reino de Deus. E a Sua Mãe o repete em toda aparição: a confissão, ato de verdadeira e sincera contrição, e a oração”.

    A oração, em particular, é um ato fundamental para a vida cristã, especialmente aquela dirigida à Nossa Senhora: "Aquilo que não nos atrevemos a pedir ao Pai ou por medo ou por falta de fé – disse – o colocamos nas mãos da Mãe".

    E Ela, acrescentou o cardeal, muitas vezes “indicou o Terço como un instrumento forte nas mãos do Cristão, ao qual devemos retornar. Um caminho não só de oração, mas de meditação”.

    Uma forma de oração que parece passada ou que, como observou o cardeal, é recitada mecanicamente.

    "No terceiro mistério glorioso, por exemplo, dizemos: o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos ... Pai nosso que estais no céu ... Ave Maria, e assim por diante. Mas o que isso significa para nós? Realmente estamos refletindo sobre o fato de que o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos, sobre a Igreja e, portanto, sobre mim? Temos de entrar plenamente no significado dessas palavras ", afirmou.

    Quando perguntado sobre o significado deste mês mariano, tempo de graça onde florecem tantas iniciativas que fazem voltar o coração à Maria, o cardeal Grech disse que esse é "um momento cheio de oportunidades para nós, porque redescobrimos a devoção pela Mãe de Deus que na Igreja Católica começou desde o início e vai continuar  sempre enquanto unida intimamente ao Senhor. "

    Um último pensamento o Cardeal dirigiu aos doentes e  aos que sofrem, na jornada de ontem, dedicada a eles: “No meu brasão está escrito ‘In te Domine speravi’ e naturalmente ‘non confundar in aeternum’, ou seja, Em Ti, Senhor, esperei, em Ti confio para que não esteja perdido para sempre. Esta deveria ser a nossa oração constante. A entreguemos à Maria, a Mãe, para que ela a ofereça a Jesus"

    [Tradução Thácio Siqueira]

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    «Regina Caeli»


    A solenidade da Ascensão do Senhor
    As palavras de Bento XVI durante o Regina Caeli

    CIDADE DO VATICANO, domingo, 20 de maio de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos as palavras de Bento XVI  dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para o Regina Caeli.

    ***

    Queridos irmãos e irmãs!

    Quarenta dias depois da Ressurreição - o Livro dos Atos dos Apóstolos- Jesus subiu ao céu, isto é voltou para o Pai, pelo qual foi enviado ao mundo. Em muitos países, esse mistério não é comemorado na quinta-feira, mas hoje, no domingo seguinte. A Ascensão marca o cumprimento da salvação iniciada com a Encarnação. Depois de ter ensinado pela última vez aos seus discípulos, Jesus subiu ao céu (cf. Mc 16,19). Ele, no entanto, "não abandonou a nossa condição" (cf. Prefácio); de fato, na sua humanidade, levou os homens consigo na intimidade do Pai, e assim revelou o destino final da nossa peregrinação terrena. Como desceu do céu por nós e por nós sofreu e morreu na cruz, assim por nós ressucitou e retornou a Deus, de modo que não é mais distante. São Leão Magno diz que com este mistério "não só proclamou a imortalidade da alma, mas também a da carne. Hoje, na verdade, não apenas fomos confirmados detentores do paraíso, mas também estamos em Cristo nas alturas do céu (De Ascenzione Domini, Tractatus 73, 2,4: CCL138 A, 451453). 

    “Por isso os discípulos, quando viram o Mestre levantar-se da terra e elevar-se para o alto, não foram tomados pelo desconforto, mas sentiram uma grande alegria e sentiram-se encorajados a proclamar a vitória de Cristo sobre a morte" (cfr Mc 16,20). E o Senhor Ressuscitado operava com eles, distribuindo a cada um, um carisma próprio. São Paulo escreve: "Ele deu dons aos homens ... deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres ... para edificar o Corpo de Cristo ... para alcançar a medida da plenitude de Cristo "(Ef 4,8.11-13).

    Queridos amigos, a Ascensão nos diz que em Cristo, a noosa humanidade é levada às alturas de Deus, assim, cada vez que rezamos, a terra une-se ao Céu. E como o incenso, queimando, faz subir às alturas a sua fumaça de suave perfume, de forma que, quando elevamos ao Senhor a nossa fervorosa e confiante oração, em Cristo, ela atravessa os céus e alcança o Reino de Deus, é por ele ouvida e atendida.

    Na célebre obra de São João da Cruz,  A Subida ao Monte Carmelo, lemos que para ver realizados os desejos do nosso coração, não há modo melhor que colocar a força da nossa oração naquilo que agrada a Deus. Ele nos dará não somente o que pedimos, ou seja, a salvação, mas também o que Ele considerar que seja conveniente e bom para nós, mesmo se não o pedimos” (Livro III, cap. 44, 2, Roma 1991, 335).

    Supliquemos enfim à Virgem Maria para nos ajudar a contemplar os bens celestiais, que o Senhor nos promete, e a tornar-nos testemunhas mais credíveis de Sua Ressurreição, da vida verdadeira.

    (Após o Regina Caeli)

    Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular o grupo brasileiro da paróquia Nossa Senhora Aparecida de Piabetá, a quem agradeço o apoio espiritual e material que dão ao meu serviço de Sucessor de Pedro. Sobre todos invoco os dons do Espírito Santo, para serem verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, fazendo jorrar a sua Vida no meio das respectivas famílias e comunidades, que de coração abençôo.

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    Documentação


    "Silêncio e Palavra: caminho de evangelização"
    Mensagem do Papa Bento XVI para o 46° Dia Mundial das Comunicações Sociais.

    CIDADE DO VATICANO, sábado, 19 de maio de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos a mensagem do Papa Bento XVI para o 46° Dia Mundial das Comunicações Sociais. O tema escolhido pelo Papa foi: "Silêncio e palavra: caminho de evangelização".

    Amados irmãos e irmãs,

    Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspecto do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.

    O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente intensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços. Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório. Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons.

    Grande parte da dinâmica actual da comunicação é feita por perguntas à procura de respostas. Os motores de pesquisa e as redes sociais são o ponto de partida da comunicação para muitas pessoas, que procuram conselhos, sugestões, informações, respostas. Nos nossos dias, a Rede vai-se tornando cada vez mais o lugar das perguntas e das respostas; mais, o homem de hoje vê-se, frequentemente, bombardeado por respostas a questões que nunca se pôs e a necessidades que não sente. O silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente importantes. Entretanto, neste mundo complexo e diversificado da comunicação, aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana: Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um diálogo profundo, feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem.

    No fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano, sempre à procura de verdades, pequenas ou grandes, que dêem sentido e esperança à existência. O homem não se pode contentar com uma simples e tolerante troca de cépticas opiniões e experiências de vida: todos somos perscrutadores da verdade e compartilhamos este profundo anseio, sobretudo neste nosso tempo em que, «quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011).

    Devemos olhar com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem actual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade. Não há que surpreender-se se, nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio constituem espaços privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela Verdade que dá sentido a todas as coisas. O Deus da revelação bíblica fala também sem palavras: «Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Omnipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada. (...) O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio» (Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 30 de Setembro de 2010, n. 21). No silêncio da Cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando «o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos» (cfr Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade.

    Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. «Temos necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra redentora» (Homilia durante a Concelebração Eucarística com os Membros da Comissão Teológica Internacional, 6 de Outubro de 2006). Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de «anunciar o que vimos e ouvimos», a fim de que todos estejam em comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1, 3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva.

    Depois, na contemplação silenciosa, surge ainda mais forte aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito, e identifica-se aquele desígnio de salvação que Deus realiza, por palavras e gestos, em toda a história da humanidade. Como recorda o Concílio Vaticano II, a Revelação divina realiza-se por meio de «acções e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal modo que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido» (Const. dogm. Dei Verbum, 2). E tal desígnio de salvação culmina na pessoa de Jesus de Nazaré, mediador e plenitude da toda a Revelação. Foi Ele que nos deu a conhecer o verdadeiro Rosto de Deus Pai e, com a sua Cruz e Ressurreição, nos fez passar da escravidão do pecado e da morte para a liberdade dos filhos de Deus. A questão fundamental sobre o sentido do homem encontra a resposta capaz de pacificar a inquietação do coração humano no Mistério de Cristo. É deste Mistério que nasce a missão da Igreja, e é este Mistério que impele os cristãos a tornarem-se anunciadores de esperança e salvação, testemunhas daquele amor que promove a dignidade do homem e constrói a justiça e a paz.

    Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da acção comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A Maria, cujo silêncio «escuta e faz florescer a Palavra» (Oração pela Ágora dos Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de Setembro de 2007), confio toda a obra de evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social.

    Vaticano, 24 de Janeiro – dia de São Francisco de Sales – de 2012.

    BENEDICTUS PP. XVI

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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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