FÉ SEM OBRAS
A EUCARISTIA-SACERDÓCIO DOS LEIGOS !(18)
"A Eucaristia não é apenas um ministério clerical !.
Será bastante difícil para a Igreja, Católica e Protestante, despojar-se do seu investimento no clericalismo.
Será mais fácil para as Igrejas Protestantes porque a Reforma já foi um ataque ao clericalismo do século XVI.
Os Reformadores de Genebra foram especialmente activos em introduzir uma estrutura na Igreja que tivesse uma orientação mais laica e igualitária.
A Eucariastia não é apenas um mistério clerical, isto é, não é o primeiro nem o primordial.
Este pensamento leva-nos à doutrina e à prática Tridentina.
Todavia, o Vaticano II, particularmente na revisão da liturgia, afirma bem claramente que a liturgia pertence ao povo.
É este o pensamento orientador da reforma, isto é, que o povo deve participar, não como espectador passivo, mas como participante activo na Liturgia :
- "Portanto, devem os pastores de almas vigiar por que não só se observem, na acção litúrgica, as leis que regulam a celebração válida e lícita, mas também que os fiéis participem nela consciente, activa e frutuosamente".(SC,11).
Se a reforma litúrgica do Vaticano II falhou na prática por causa dos abusos, foi basicamente por causa da dificuldade em se abster da percepção de que a liturgia pertence ao clero.
Fizeram-se muitos progressos nesta orientação mas, apesar disso, não foram suficientes.
A participação dos fiéis foi algumas vezes considerada como opcional, dando a impressão de que essa participação tornava a Liturgia melhor ou mais bela, mas que não era essencial.
Este facto não se observava no primeiro século do Cristianismo, porque os fiéis participavam de maneira normal.
Com a faculdade de usar a língua vernácula a participação tornou-se ainda cada vez menos possível.
Com a clericalização da Liturgia, a participação foi até, por muitos, consdiderada como indesejável.(espírito Tridentino).
A Teologia da Liturgia desde o século XII para a frente, foi mais um "drama" litúrgico do que o sacrifício de uma comunhão sacramental.
O Sacrifício foi compreendido mais como um "reatamento" para celebrar historicamente um acontecimento histórico..
Esta visão e esta teologia, ainda não morreram, embora tenham recebido um golpe mortal no Vaticano II.
A implementação de uma "nova Liturgia" continua, mas não sem dificuldades.
Há até quem veja a revisão da Liturgia como uma fonte da vários problemas da Igreja, especialmente na falta de disciplina que se observa especialmente na Litugia e nos abusos das práticas aconselhadas pela Pastoral.
Na visão do Vaticano II (e mais ainda ao longo da tradição cristã) a Liturgia é o trabalho da Igreja.
Esse é essencialmente o trabalho de Jesus Cristo ( o grande leiturgos), cabeça do Corpo, que é a Igreja.
A Liturgia é também o "trabalho" do Cristo total, dos membros do Corpo Místico.
A participação é por isso, não uma opção mas o essencial da Liturgia.
Se nós somos membros do Corpo Místico de Cristo, nós devemso estar envolvidos no que a cabeça e os membros fazem no culto.
Sobre este ponto de vista, a redescoberta do sacerdócio dos leigos é fortuita.
Esta realidade teológica dá o fundamento e a participação na Liturgia.
Pelo Baptismo nós ficamos incorporados no Corpo de Cristo; e assim, quando o Corpo Místico presta culto, através da Litgurgia, todo o Corpo está envolvido.
A participação activa simplesmente torna este sacerdócio activo e visível à medida que a Liturgia se realiza e desenvolve.
Assim, a importância de desempenhar actividades litúrgicas, como, leitores, ministros da comunhão, cantores, etc., está em que são maneiras de traduzir por acções, por obras, a nossa fé.
Todavia é bom não esquecer que, para os leigos participarem na Liturgia, eles devem estar bem preparados, segundo as práticas da lei e da moral da Igreja.
Assim, por exemplo, não pode nem deve ser ministro da comunhão quem, por qualquer motivo, não está preparado para comungar e, neste sentido, vêem-se por aí muitos abusos que fazem do sacerdócio dos leigos um degradante abuso da Liturgia.
Nascimento
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