HISTÓRIA DA IGREJA
Ano 1738.
A Maçonaria foi condenada por Clemente XII (1730-1740), e os Católicos foram proibidos de se alistarem nela, sob pena de excomunhão; esta proibição foi renovada por Bento XIV (1740-1758) em 1751 e por outros papas posteriores.
(091) – MAÇONARIA !
Qualquer que venha a ser, em última instância, o significado mais recôndito do esoterismo maçónico, a verdade é que o seu advento e irradiação europeia no decurso do século XVIII se inserem num dado contexto social, mental e político, que se diria preparado para acolher a "boa nova" dos pedreiros - livres.
Por seu turno, o conjunto de aspirações maçónicas, que, segundo Saint Martin, se concretizariam no lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", não deixaram de contribuir para a levedação desse período instável no qual se prepara o social e legislativo da Revolução Francesa.
Surgida em Londres, no primeiro quartel do século XVIII (1717), em breve a seita tinha enxameado por toda a Europa, no sulco das rotas comerciais, fixando-se, primeiramente, nos portos ou nas grandes cidades, donde, em cada país, os "irmãos", pouco a pouco, lançavam a sua teia para os aglomerados urbanos do interior, social e ideologicamente mais evoluídos.
O primeiro Grande Mestre foi Antony Sayer ; o primeiro "moderno" Livro das Constituições foi compilado por James Anderson e publicado em 1723.
Londres, Roma, Paris, Berlim, Haia e Lisboa, depressa se encontram ligadas pela confraria laica dos irmãos que, infatigavelmente pelejam no sentido do estabelecimento do reinado da concórdia universal e no da iluminação dos espíritos ao calor dos generosos ideais do século.
Todavia, a Maçonaria foi proscrita pelos Fascistas de Itália, pelos Nazis da Alemanha, pela Igreja Católica Romana e pelos países comunistas.
Os seus princípios e rituais básicos incorporam uma religião naturalística, uma participação activa, absolutamente incompatível com a fé e a prática cristãs.
Nos países latinos desenvolveu-se como um movimento ateísta, irreligioso e anticlerical e até subversivo contra o Estado em alguns lugares. Foi, portanto, considerada como hostil para com a Igreja e a sua doutrina.
O estabelecimento em Portugal da primeira loja maçónica situa-se em Lisboa de 1735 a 1743 e, naturalmente, teria sido devido à acção de estrangeiros - João Custon e Jacques Mouton, suíço o primeiro e francês o segundo.
Com efeito, em auto-de-fé realizado em Junho de 1744, ante a corte de D. João V, foram sentenciados pela Inquisição os primeiros maçãos radicados no país.
Em 1801, segundo as informações de Pina Manique, haveria 5 lojas em Lisboa e a elas pertenceriam indivíduos das classes abastadas e intelectuais, nos quais se contavam alguns eclesiásticos.
De 1804 dataria a eleição do primeiro grão-mestre português, o desembargador Sebastião José de Sampaio e Melo Castro e Luzignano.
Não obstante a perseguição iniciada em 1810, dois anos após haveria já 13 lojas a funcionar regularmente em Lisboa.
Oito papas diferentes, com 17 condenações diferentes e em seis concílios locais diferentes, foi condenada a Maçonaria.
A primeira condenação foi de Clemente XII (1730-1740), em 1738, proibindo também o clero de se inscrever nas lojas maçónicas.
Depois foi ainda condenada entre outros, por Bento XIV (1740-1758), por Pio VII (1800-1823), por Pio IX (1846-1878), e por Leão XIII (1878-1903).
Posteriormente foi proscrita pelo Direito Canónico de 1917, com o Cânon 2335.
No Novo Código de 1983 não se faz menção da Maçonaria nem há censura ou excomunhão para os Católicos que se inscrevam nela, mas há uma disposição canónica que diz :
Cân.1374. - Quem der o nome a uma associação, que maquine contra a Igreja, seja punido com pena justa; quem promover ou dirigir tal associação seja punido com interdito.
Uma nota da Congregação da Doutrina da Fé de 1983 refere que ser membro da Maçonaria é "pecado grave".
Eis a Nota :
Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da Maçonaria pelo facto que no novo Código de Direito Canónico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.
Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redaccional seguido também quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.
Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas.
Os fiéis que pertencem às associações maçónicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.
Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçónicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de Fevereiro de 1981(cf. AAS 73, 1981, p.240-241).
O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente Declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação-
Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de Novembro de 1983.
Joseph Card. RATZINGER Prefeito.
Ao todo ainda hoje há cerca de seis milhões de Maçónicos em todo o mundo.
Ao que parece, o movimento Republicano que levou ao assassínio do rei D. Carlos e seu filho herdeiro Luís Filipe, foi atribuído à Maçonaria.
Temas relativos: Arianismo. Guilhotina. Inquisição. Jacobinos. Revolução Francesa. Sociedades Secretas.
Naascimento
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