Perante a incredulidade dos "Tomés" de todos os tempos, que se recusam a acreditar sem terem visto, nós, os discípulos de Jesus Cristo, somos a sua memória viva e a sua visibilidade sacramental.
Incorporados n'Ele, graças ao mistério da Sua Páscoa, nós mantemos viva a sua memória a vários títulos :
-Porque guardamos no coração e na vida as suas Palavras.
-Porque reproduzimos o seus gestos de Misericórdia e de amor recíproco.
-Porque continuamos a sua missão redentora.
-Porque congregamos aqueles que andam desgarrados do seu rebanho.
-Porque, mais ainda, damos visibilidade ao seu Corpo Místico – o seu Corpo Ressuscitado – que nos esrutura como a imagem palpável e sacramental dessa nova humanidade cosmic e eterna, que ainda não atingiu a sua maturidade, mas que o reconhece como a sua Cabeça e se sente habitada pelo Espírito que continuamente a renova e vitaliza, para continuar a obra que Deus Pai lhe confiou.
-Ainda há medos que nos bloqueiam,
-Inseguranças que nos retêm,
-Ignorâncias nos silenciam,
-Acomodações que se instalam…
Mas cresce nos nossos dias o número daqueles que, tendo-se encontrado com Ele :
-Partem convictamente em missão,
-Dão testemunho pelo exemplo e pela palavra da fé que os move.
Há quem queira reduzir Jesus a mais uma personalidade impar, na galeria daqueles que marcaram a história, porventura a uma relíquia cheia de licões para vida.
Mas o que distingue Jesus Cristo é a sua presença sempre viva, no quotidiano daqueles que O acolheram pela fé.
Trata-se duma forma de relação interpessoal única, que não assenta ne verifiação sensível, como Tomé pedia ou Madalena desejava, porque Jesus Cristo, uma vez ressuscitado, tem outra forma de Presença.
Não uma presença localizada ou limitada como quando caminhava pela Palestina, mas uma presença universal e cheia de Espírito, que atravessa as comunidasdes e os séculos, ganhando cada vez mais densidade e irradiação, graças ao acolhimento daqueles que continuam a reunir-se e a viver em seu nome.
Por isso, nós os Cristãos, não O procuramos no passado, esquadrinhando tudo o que a Ele se refere, mas procuramos viver contra toda a incredulidade dos nossos tempos, reafirmando a nossa fé profunda na Ressurreição de Jesus como protótipo da nossa ressurreição que havemos de alcançar com o testemunho da nossa vida, com o nosso exemplo vivo e evangelizador.
Nascimento
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