A SURPESA DE EMAÚS
"Quando tudo parece acabar é quando tudo pode começar de novo, porque até há males que podem vir por bem".
Palavras que fazem lembrar o desencanto ou a surpresa dos discípulos de Emaús, naquela tarde de abandono depois daquilo que eles interpretaram com o fim da sua ilusão.
Porém, julgando eles que tudo tinha acabado, são surpreendidos pela aproximação de Alguém , que interpela o seu ar sombrio e começa a fazer brilhar uma luz no horizonte fechado daquelas vidas.
A Paixão e morte do seu Mestre, não fora o final triste duma aventura efémera, mas antes o prólogo necessário, para uma nova e definitiva etapa, naquela odisseia dum Messias que rasga alternativas de eternidade, numa história condenada à morte.
Era aí que, verdadeiramente, tudo começava, e os discípulos começaram a sentir o ardor dessa nova etapa a reaquecer os seus corações.
Jesus é Deus, precisamente nesse transe, em que faz conpreender aos discípulos que, "quando tudo parece acabar é que, pelo poder do Espírito Criador, tudo pode começar de novo".
A Ressurreição de Jesus inaugurou um novo modo da sua presença no meio de nós.
Foi pela Ressurreição que Jesus se tornou plenamente "Emanuel"., ou seja, o Deus connosco.
Esta proximidade, porém, é doutra maneira, diferente daquela que até aí os seus discípulos tinham tido com Ele.
Um presença para a qual eles ainda não estavam preparados : "os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem", assinala S. Lucas a propósito dos discípulos de Emaús.
Porquê ?
Porque, doravante, a sua presença não está mais circunscrita a um lugar e a um tempo.
A sua presença adensa-se e universaliza-se, ao mesmo tempo.
Onde "dois ou três estiverem reunidos em Seu Nome", Ele aí estará no meio deles.
Foi a vivência que estes dois discípulos tiveram.
Não O tendo reconhecido enquanto caminhava com eles sentiram o efeito da sua presença ao partir do pão.
Reconheceram-n"O também na Palavra, quando Ele lhes éxplicou em todas as Escrituras o que elas diziam a Seu respeito, mas então já era tarde.
É pela fé que nos abrimos a esta Presença Nova, presença íntima e densa, sempre a fazer apelo à Comunidade, lugar por excelência desta verificação crente.
Comunidade ela própria sacramento da Presença celebrada e partilhada na Palavra e no Pãio Eucarístico.
Imaginamos, por vezes, um Deus impassível e imóvel.
Mas não é esse Deus que as Escrituras nos revelam.
O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo "
- É aquele que se comove com a situação do seu Povo no Egipto.
- É aquele que caminha à frente dele no deserto.
- É aquele que nos liberta no cativeiro.
- É aquele que escuta os nossos desabafos a caminho de Emaús.
- É aquele que tem pena de nós quando nos vê fatigados e abatidos.
Deus reage em função do que vê e escuta a nosso respeito e move-se para vir ao nosso encontro, justamente porque, ora se compadeceu, ora se alegra com as vicissitudes e alegrias do seu Povo.
É o amor que O move e, de certo modo, O torna sensível e vulnerável à nossa condição.
Dessa mesma compaixão nos quer fazer participantes, quando nos convida a olhar para aqueles e aquelas que andam por aí, errantes, como ovelhas sem pastor.
São estas, e muitas outras, as surpresas de Emaús que nos hão-de fazer chegar ao conhecimento de Jesus, quando conhecermos as mensagens da Escritura e O reconhecermos na partilha do pão.
Nascimento
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