- PEDRO O PRIMEIRO SACERDOTE..
«És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos Céu».
A Liturgia da Palavra de hoje 13 de Janeiro A, lembra-nos a escolha de alguns discípulos, entre os quais Pedro, que deveriam ser os Seus Apóstolos, os primeiros sacerdotes para a Missão da Igreja que Jesus queria instituir e para que foi enviado por Seu Pai.
Naquela altura, nenhum dos discípulos sabia ainda o que sinificava aquele chamamento e aquela missão de ser pescador de homenes, porta-voz universal do próprio Deus e, apesar disso todos deixaram tudo e seguiram Jesus.
Quem é que não fez ainda a experiência surpreendente de se sentir porta-voz de mensagens que o ultrapassam e que, proclamadas por si, encontram em si o primeiro destinatário ?!
E perguntamos a nós próprios :
- Como é que isto me surgiu agora ?
E ao mesmo tempo sentimo-nos possuídos por uma presença e uma inspiração que não sabemos explicar.
O sacerdote continua a ser esse porta-voz de uma mensagem que o ultrapassa e que ele deve cumprir sob a luz do Espírito Santo, que é a força da Igreja.
- «Não foi a carne e o sangue»...replica Jesus a Pedro, quando ele, possuído pelo Espírito, reconhece o seu Messianismo.
Não foi o homem considerado no seu todo e na sua limitação e finitude.
Outra força, outra fé habita o sacerdote nessas horas.
Uma fé e uma inspiração que o Espírito transforma de tal maneira que :
* De uns faz profetas.
- * De outros faz fundamento duma nova humanidade.
- * De outros faz evangelizadores e missionários.
- * De outros faz testemunhas da misericórdia divina.
- * De outros faz paladinos da justiça e da solidariedade entre os homens.
Este «suplemento de alma» é para os cristãos aquilo a que chamamos «Graça», esse dom divino, essa semente transcendental que faz de nós participantes da divindade e testemunhas da presença de Deus no meio da humanidade.
Jesus comparou-nos, na pessoa de Pedro, a essa «pedra» que se coloca como fundamento duma construção capaz de resistir aos abalos dos inimigos do homem e pronta para abrigar e dar corpo a uma esperança e a uma aventura inauditas a que chamamos «Igreja».
E quando assumimos este apelo e esta missão Jesus garante-nos que o próprio Pai do Céu o nosso Deus se deixará determinar pelas promessas de Seu Filho :
- «Eu também te digo a ti : Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja, e as forças do Inferno não levarão a melhor contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na Terra ficará ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra ficará desligado nos Céus». (Mt.16,18-19).
Palavras da Escritura que revelam a vontade de Deus, transmitida pela voz de Seu Filho Jesus Cristo, para a fundação da Sua Igreja na Pessoa de Pedro, como o primeiro vigário de Cristo nessa Igreja, com poderes sobrenaturais garantidos.
Nesta Igreja edificada por Cristo, Pedro recebe as chaves dela gesto simbólico que significa a entrega do seu governo.
E esta mesma Igreja, neste mesmo dia, nos vai dizendo com a mesma convicção, que as palavras de Cristo são para se cumprirem com as mesmas características de ligar e desligar, em ordem à Vida Eterna.
Só que, para muitos cristãos, elas parecem letra morta porque presentemente já não têm o mesmo impacto e o mesmo valor de reconciliação e de perdão...
Pois sem elas, o homem não poderá atingir o seu fim, porque não ficará abrangido pelo Plano da História da Salvação, como Cristo o estabeleceu.
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