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    quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

    [Novo post] A dinâmica dos jogos políticos de Gregório Duvivier no texto “Péssimo mau gosto”




    lucianohenrique publicou: " Desde o começo, eu já sabia que na arte da guerra política os esquerdistas do Porta dos Fundos sabem o que fazem, enquanto boa parte de seus adversários reage principalmente com base nas emoções. Exemplos do que falo: Esquerdista ofende com pia" 



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    Nova publicação em Ceticismo Político 











    Desde o começo, eu já sabia que na arte da guerra política os esquerdistas do Porta dos Fundos sabem o que fazem, enquanto boa parte de seus adversários reage principalmente com base nas emoções.

    Exemplos do que falo: 
    Esquerdista ofende com piadas? Estímulo automático dessa parte da direita: se declarar ofendida. 
    Direitista cristã reage às piadas? Estímulo automático de Duvivier e seus amigos: aproveitar o momento para capitalizar politicamente. 

    Leia o texto "Péssimo mau gosto", de Gregório Duvivier:


    Caro Cardeal arcebispo,

    Vossa Eminência disse em vosso Twitter que o especial de Natal do Porta dos Fundos era de "péssimo mau gosto". Poderia dizer que V. Emª cometeu um pleonasmo, pois na palavra "péssimo" já está incluída a palavra "mau", mas vou supor que V. Emª tenha "redundado" propositalmente, para fins estilísticos. Entristece-me, pois gostaria que o nosso especial de Natal tivesse agradado a todos (embora o homenageado em questão não tenha agradado).

    O que me consola é que não somos os primeiros a termos o gosto julgado mau ou péssimo ou ambos pela vossa Igreja. Na realidade, arrisco-me a dizer que estamos em boa (e vasta) companhia. Entre os numerosos condenados, está um astrônomo de nome tão redundante quanto a vossa expressão.

    Como V. Emª deve saber, não foi a teoria heliocêntrica que causou a condenação de Galileu Galilei. Copérnico já havia dito que a Terra girava em torno do Sol e a Igreja não se importou. O que provocou a ira papal foi o humor.

    Para defender o heliocentrismo, Galileu criou um diálogo fictício entre um personagem sábio, Salviati, e um personagem imbecil, Simplício. O sábio acreditava que a Terra girava ao redor do Sol e o imbecil achava o contrário. O livro foi um sucesso retumbante. E a Igreja vestiu a carapuça do imbecil. Galileu foi obrigado a negar tudo o que havia dito para escapar da fogueira. Negou e ainda assim foi condenado à prisão perpétua.

    Giordano Bruno, contemporâneo de Galileu, acreditava que o universo era infinito. Negou-se a se negar. Foi queimado vivo.

    Somente em 1983, quase quatro séculos depois, o Vaticano absolveu Galileu, provando ter um sistema judiciário ainda mais lento que o brasileiro. Apesar da retratação tardia, o gosto episcopal continua controverso.

    Acho um péssimo mau gosto, por exemplo, V. Emª ser contrária ao sacerdócio de mulheres, ao uso de métodos contraceptivos, ao aborto de fetos anencéfalos, ao aborto em casos de estupro, ao amor entre pessoas do mesmo sexo, à eutanásia e às pesquisas com célula-tronco.

    Contudo, confesso que, apesar de nossas divergências, não pude deixar de ficar feliz em saber que o Porta dos Fundos está sendo assistido na arquidiocese. Peço que V. Emª, futuramente, não pule aqueles anúncios que antecedem o vídeo, para que nós ganhemos um cascalhinho. Obrigado pela atenção e, como diria Jesus, desculpe qualquer coisa.

    Eu já havia escrito que reclamações em direção a piada nunca funcionam (a não ser que exista uma estratégia de auto-vitimismo em larga escala, o que não é o caso da direita cristã, que nem sabe fazer isso), mas, pelo que se nota, o Cardeal Dom Odilo Scherer não é muito chegado em estratégia. Não surpreenda que sob sua batuta os marxistas culturais tenham conseguido até atrapalhar a posse da reitora Anna Cintra. Um verdadeiro assombro em termos de administração ingênua.

    De qualquer forma, Duvivier sabe jogar o jogo político, e tinha plena certeza de que qualquer questionamento moral às suas piadas seria a oportunidade dele jogar um dos jogos que reputo como legítimos na guerra política: atacar moralmente o adversário.

    Cá entre nós, o efeito desse tipo de ataque é geralmente implacável, pois nós somos máquinas de avaliação moral contínua. Não foi esse o foco de Duvivier e sua turma nos vídeos satíricos do Porta dos Fundos. Por outro lado, ele tinha na manga o recurso prontinho para quando surgissem reclamações quanto às suas piadas para satirizar os religiosos. (Não estou entrando no mérito do discurso de Duvivier, mas sim de sua estratégia. Portanto, não faço juízo de valor sobre a veracidade das afirmações dele.)

    O que a direita deve aprender com isso? Que não importa o momento, quase sempre há um evento para demonstrarmos a amoralidade de um oponente. Duvivier entendeu isso direitinho.

    O mais irônico de tudo é que Duvivier é o apoiador das maiores barbáries da história recente, por causa de seu apreço pelo esquerdismo. Por causa de ideias que ele promove, mais de 100 milhões de pessoas foram vitimadas no século XX. Ele também defende grupos antissociais, como o movimento LGBT (que vivem agredindo opositores), e não raro defende endeusamento de criminosos. Tudo, é claro, motivado pelo seu esquerdismo.

    Perto das coisas que Duvivier apóia, qualquer atrocidade praticada pelos religiosos católicos na época da Inquisição vira um bullying de jardim da infância. Mas, enquanto isso, uma boa parte da direita (seja ela cristã ou não) perde tempo se ofendendo com piadas, quando, na denunciação moral, teriam potencial para fazer Duvivier urinar nas calças.















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    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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