HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(142)-MISTÉRIO DAS ÁGUAS PROFUNDAS...
- "Lançai a rede para a direita do barco e haveis de encontrar".
Era pela manhã e eles tinham labutado a noite inteira num faina piscatória estéril.
Aquela não era a hora mais propícia para uma nova tentativa e eles bem o sabiam, por muitas lições aprendidas ao vivo naquela escola cujo espaço era o mar de Tiberíades e cujas carteiras eram as suas barcas de pescadores.
Porém, aquele Rabi que lhes apareceu nas margens, sem que eles o conhecessem, tinha qualquer coisa de sedutor que os intrigava e que os arrastava na intuição dum mistério alucinante.
- "Lançai a rede"!...
Fora a sugestão ou a ordem do Mestre, num desafio irresistível.
Pedro e os outros, num gesto de rendição, com alguma desconfiança, mas fiéis à palavra do Mestre, lançaram de novo as redes e foram tantos os peixes, que já não podiam puxá-la.
Foi então, na experiência dessas águas mais fundas, que o inigma daquele Rabi começou a desevendar-se...
É que Jesus tinha uma surpresa para Pedro, aquele a quem Ele queria dar a primasia sobre os outros e a responsabilidade sobre toda a Igreja e então, depois de comerem, Jesus, perguntou por três vezes a Pedro :
- "Pedro, tu amas-Me mais do que estes"?
E Pedro sempre foi dizendo que sim, mas depois da terceira vez, Pedro sentiu que Jesus queria uma certeza e uma confiança muito maior e respondeu :
- "Tu sabes tudo, Senhor, bem sabes que Te amo".
E Jesus terminou assim :
- "Apascenta as Minhas ovelhas".
E de então para cá, através de todos os tempos, todas estas cenas de amor e confiança se têm repetido na Igreja.
Jesus continua a dizer com a mesma insistência :
- Lançai a rede "!...
Jesus continua a perguntar a cada um de nós :
- "Tu amas-Me mais do que os outros"?
É a nossa vez de dizermos como Pedro :
- " Tu sabes tudo, Senhor, bem sabes que Te amo".
A densidade do mistério interpessoal só se manifesta àqueles que vão lançando sempre as redes da evangelização e se deixam envolver pelo mistério do amor com que temos que responder às interpelações do mundo em que vivemos e às exigências da nossa civilização empobrecida por uma faina estéril.
Os Evangelhos não são reportagens jornalísticas; são memórias vivas daqueles que seguiram Jesus e viveram com Ele os acontecimentos que eles relatam.
Por isso resultaram dessa experiência afectos e laços que fizeram dos discípulos, testemunhas e, das tesetmunhas, apóstolos que, por todos os meios e em toda a parte continuam a lançar as redes, proclamando com entusiasmo a bem-aventurança que só é possível viver junto de Jesus.
A mesma experiência devem viver os evangelizadores dos nossos tempos que a Igreja convida a fazerem-se ao largo, a lançarem as redes.
À palavra de Jesus, os resultados não serão estéreis, e a nossa fidelidade aos apelos do Senhor, é que nos dará a garantia de caminharmos segundo o plano da História da Salvação.
- "Pedro, tu amas-Me mais do que estes"?
Nascimento
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