(17)-RESPONSABILIDADE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL !
31. – Para que cada homem possa cumprir mais perfeitamente os seus deveres de consciência quer para consigo quer em relação aos vários grupos de que é membro, deve-se ter o cuidado de que todos recebam uma formação mais ampla, empregando-se para tal os consideráveis meios de que hoje dispõe a humanidade.
Antes de mais, a educação dos jovens, de qualquer origem social, deve ser de qualquer maneira organizada que suscite homens e mulheres não apenas cultos mas também de forte personalidade, tão urgentemente exigidos pelo nosso tempo.
Mal poderá, contudo, o homem chegar a este sentido de responsabilidade, se as condições de vida lhe não permitirem tornar-se conscientes da própria dignidade e responder à sua vocação, empenhando-se no serviço de Deus e dos outros homens.
Ora a liberdade humana com frequência se debilita quando o homem cai em extrema miséria, e degrada-se quando ele, cedendo às demasiadas facilidades da vida, se fecha numa espécie de solidão dourada.
Pelo contrário, ela robustece-se quando o homem aceita as inevitáveis dificuldades da vida social, assume as multiformes exigências da vida em comum e se empenha no serviço da comunidade humana.
Deve, por isso, estimular-se em toda a vontade de tomar parte nos empreendimentos comuns.
E é de louvar o modo de agir nas relações em que a maior parte dos cidadãos participa, com verdadeira liberdade, nos assuntos públicos.
É preciso, porém, ter sempre em conta a situação real de cada povo e o necessário vigor da autoridade pública.
Mas para que todos os cidadãos se sintam inclinados a participar na vida dos vários grupos de que se forma o corpo social, é necessário que encontrem nesses grupos bens que os atraiam e os predisponham ao serviço dos outros.
Podemos legitimamente pensar que o destino futuro da humanidade está nas mãos daqueles que souberem dar às gerações vindouras razões de viver e de esperar.
32. – Do mesmo modo que Deus não criou os homens para viverem isolados, mas para se unirem em sociedade, assim também Lhe "aprouve...santificar e salvar os homens não individualmente e com exclusão de qualquer ligação mútua, mas fazendo deles um povo que O reconhecesse em verdade e O service santamemnte".
Desde o começo da história da salvação, Ele escolheu os homens não só como indivíduos mas ainda como membros duma comunidade.
Com efeito, manifestando o seu desígnio, chamou a esses escolhidos o "seu povo".(Êx.3,7-12), com o qual estabeleceu aliança no Sinai.
Esta índole comunitária aperfeiçoa-se e completa-se com a obra de Jesus Cristo.
Pois o próprio Verbo encarnado, quis participar da vida social dos homens :
- Tomou parte nas Bodas de Caná, entrou na casa de Zaqueu, comeu com os publicanos e pecadores.
- Revelou o amor do Pai e a sublime vocação dos homens, evocando realidades sociais comuns e servindo-se de modos de falar e de imagens da vida de todos os dias.
- Santificou os laços sociais e antes de mais os familiares, fonte da vida social; e submeteu-se livremente às leis do seu país.
- Quis levar a vida dum operário do seu tempo e da sua terra.
- Na sua pregação claramente mandou aos filhos e Deus que se tratassem como irmãos.
- E na sua oração pediu que todos os seus discípulos fossem "um".
- Ele próprio se ofereceu à morte por todos, de todos foi Redentor.
- "Não há maior amor do que dar alguém a vida pelos seus amigos"(Jo.15,13).
- E Mandou aos Apóstolos pregar a todos a mensagemn evangélica para que a humanidade se tornasse a família de Deus, na qual o amor fosse toda a lei.
- Primogénito entre muitos irmãos, estabeleceu, depois da sua morte e ressurreição, com o dom do seu Espírito, uma nova comunhão fraterna entre todos os que O recebem com fé e caridade, a saber, na Igreja, que é o seu corpo, no qual todos, membros uns dos outros, se prestam mutuamente serviços segundo os diversos dons a cada um concedidos.
Esta solidariedade deve crescer sem cessar, até se consumar naquele dia em que os homens, salvos pela graça, darão prefeita glória a Deus, como família amada do Senhor e de Cristo seu irmão..
Nota. É este o sentido da responsabilidade e participação social que a Igreja, através do Sagrado Concílio, recomendou a toda a humnaidade, com fundamento na vida e na pregação de Cristo em ordem à solidariedade humana.
Mas para que isto não ficasse apenas em palavras de doutrina e de pastoral, porventura arquivadas nas bibliotecas, com receio de de tornarem letra morta para as pessos e para os grupos mais responsáveis pela evangelização, o Concílio tratou ainda muito em particular de dar orientação para que a Igreja desempenhe os meios próprios e necessários que se exerça a Actividade Humana no Mundo, perante os problemas da Actividade humana e segundo o seu valor e a sua ordenação, usando para isso todas as técnicas modernas de que dispomos, não só, difundindo as verdades, mas também combatendo os erros particulares e de cariz pública sem escrúplos.
Nascimento
catolicosacaminho-unsubscribe@yahoogroups.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário