ZENIT
O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 28 de Abril de 2014
Pensamento do dia, segunda-feira, 28 de abril
"Devo estar convencido de que meu próximo é sempre melhor do que eu, e por isso, digno do maior respeito" São João XXIII (1881-1963)
Papa Francisco
- Francisco: João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restaurar e atualizar a Igreja
Texto completo da homilia do Santo Padre na missa de canonização de João XXIII e de João Paulo II - "Voltemo-nos para Maria, que os dois Santos Papas amaram como verdadeiros filhos"
Concluindo a celebração da canonização, antes do Regina Caeli, Francisco agradece e cumprimenta todos aqueles que realizaram e participaram desta histórica jornada - Homilia do Papa Francisco na Vigília Pascal na Noite Santa
Basílica Vaticana, Sábado Santo, 19 de Abril - Mensagem Urbi et orbi do Santo Padre Francisco
Sacada Central da Basílica Vaticana, domingo, 20 de Abril
Santa Sé
- Porta-voz do Vaticano divulga esclarecimentos sobre as ligações telefônicas do papa
Não é atividade pública: as notícias divulgadas e amplificadas pela mídia não são confiáveis e podem ser fonte de confusão
Igreja e Religião
- Arquidiocese do RJ promove diálogo em busca de soluções para desalojados da Oi/Telerj
Setenta e cinco famílias ocupam terreno da Catedral carioca desde 18 de abril - CNBB comemora canonização de João XXIII e João Paulo II
Dom Leonardo Steiner: os dois santos ajudam na vivência do Evangelho - João XXIII e João Paulo II agora santos
Francisco e Bento XVI se cumprimentam na praça de São Pedro. Quase um milhão de pessoas em Roma testemunhas da canonização - Navarro Valls: A oração era para João Paulo II como respirar
O ex porta-voz vaticano destaca que as três características da santidade do Papa Wojtyla eram rezar, trabalhar e sorrir - Escutei João Paulo II me dizer: Levante-se e não tenhas medo
Entrevista com Floribeth Mora, a costarriquenha que foi curada milagrosamente de um aneurisma cerebral, quando lhe restava só um mês de vida - Fotógrafo de João Paulo II: Eu o vi sofrer muito, nunca reclamar
Arturo Mari, fotógrafo de Wojtyla, que tirou umas 6 milhões de fotos durante o seu pontificado explica como foi poder acompanha-lo durante este período - Histórias de dois papas santos
João XXIII e João Paulo II serão canonizados no dia 27 de abril na Praça de São Pedro - Terminou a Megamissão 2014
Dezoito mil missionários participaram da iniciativa, que chegou agora à sua 21ª edição, organizada pela Juventude Missionária do Regnum Christi e dos Legionários de Cristo no México - Religiosa denuncia crucificação de cristãos na Síria
Grupos extremistas exigem que cristãos apostatem e se convertam ao islã para evitar a morte
Comunicar a fé hoje
- Biblioteca digital da nova evangelização
Leitor, sua sugestão é muito importante para nossa equipe. Projeto de livros digitais. - Catequese para Adultos: Formação de catequistas (III)
A tradição bíblica como primeira fonte
Homens e Mulheres de Fé
- Monges Cistercienses de São José do Rio Pardo (I)
História da vida monástica de São José do Rio Pardo, SP
Familia e Vida
- Câmara Federal aprova artigo do PNE sem ideologia de gênero
Dos 26 deputados presentes na votação, 15 votaram a favor da retirada da questão do gênero no artigo 2º e 11 contra
Entrevistas
- Marco Roncalli fala do tio, São João XXIII
O sobrinho do "Papa Bom" compartilha lembranças de família e testemunhos sobre o tio que será canonizado em 27 de abril
Espiritualidade
- Santos por amor
Reflexões de Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
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Papa Francisco
Francisco: João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restaurar e atualizar a Igreja
Texto completo da homilia do Santo Padre na missa de canonização de João XXIII e de João Paulo II
Por Redacao
ROMA, 27 de Abril de 2014 (Zenit.org) - No centro deste domingo, que encerra a Oitava de Páscoa e que São João Paulo II quis dedicar à Misericórdia Divina, encontramosas chagas gloriosas de Jesus ressuscitado.
Já as mostrara quando apareceu pela primeira vez aos Apóstolos, ao anoitecer do dia depois do sábado, o dia da Ressurreição. Mas, naquela noite – como ouvimos –, Tomé não estava; e quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, respondeu que, se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no meio dos discípulos, no Cenáculo, encontrando-se presente também Tomé; dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, aquele homem habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).
Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé, são também a verificação da fé. Por isso, no corpo de Cristo ressuscitado, as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade. Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas, fostes curados» (1 Ped 2, 24; cf. Is 53, 5).
São João XXIII e SãoJoão Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d'Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.
Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.
Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8). A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.
Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que falam os Actos dos Apóstolos (cf. 2, 42-47), que ouvimos na segunda Leitura. É uma comunidade onde se viveo essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.
E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si.João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio,São João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à Igreja; por isso gosto de pensar nele como o Papa da docilidade ao Espírito Santo.
Neste serviço ao Povo de Deus, São João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu.
Que estes doisnovos santos Pastores do Povode Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes doisanos de caminho sinodal, seja dócilao Espírito Santono serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.
Copyright - Libreria Editrice Vaticana
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Já as mostrara quando apareceu pela primeira vez aos Apóstolos, ao anoitecer do dia depois do sábado, o dia da Ressurreição. Mas, naquela noite – como ouvimos –, Tomé não estava; e quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, respondeu que, se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no meio dos discípulos, no Cenáculo, encontrando-se presente também Tomé; dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, aquele homem habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).
Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé, são também a verificação da fé. Por isso, no corpo de Cristo ressuscitado, as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade. Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas, fostes curados» (1 Ped 2, 24; cf. Is 53, 5).
São João XXIII e SãoJoão Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d'Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.
Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.
Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8). A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.
Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que falam os Actos dos Apóstolos (cf. 2, 42-47), que ouvimos na segunda Leitura. É uma comunidade onde se viveo essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.
E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si.João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio,São João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à Igreja; por isso gosto de pensar nele como o Papa da docilidade ao Espírito Santo.
Neste serviço ao Povo de Deus, São João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu.
Que estes doisnovos santos Pastores do Povode Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes doisanos de caminho sinodal, seja dócilao Espírito Santono serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.
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"Voltemo-nos para Maria, que os dois Santos Papas amaram como verdadeiros filhos"
Concluindo a celebração da canonização, antes do Regina Caeli, Francisco agradece e cumprimenta todos aqueles que realizaram e participaram desta histórica jornada
Por Redacao
ROMA, 27 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Uma "festa da fé". Dessa forma o Papa Francisco define a Missa celebrada no átrio da Basílica Vaticana para a Canonização de João XXIII e João Paulo II. Ao final da solene celebração, e antes da oração do Regina Caeli, o Papa se dirige aos fieis e aos peregrinos presentes na Praça de São Pedro, nas ruas adjacentes e em diferentes outros lugares de Roma, cumprimentando-os e agradecendo-os com afeto.
Expressa depois o seu reconhecimento pelos "irmãos Cardeais" e pelos "vários Bispos e sacerdotes de todas as partes do mundo", como também as Delegações oficiais de tantos Países, que – afirma – "vieram para homenagear os dois Pontífices que contribuíram de forma indelével para a causa do desenvolvimento dos povos e da paz".
Em particular, uma calorosa saudação aos peregrinos das dioceses de Bérgamo e de Cracóvia. A eles o convite "a honrar a memória dos dois santos Papas seguindo fielmente os seus ensinamentos".
"Agradeço todos aqueles que com grande generosidade prepararam estas jornadas memoráveis", acrescenta Bergoglio. E elenca: "... a Diocese de Roma com o Cardeal Vallini, a Prefeitura de Roma com o prefeito Ignacio Marino, as forças de segurança e as várias Organizações, as Associações e os vários voluntários".
Por fim, um pensamento a todos aqueles que se juntaram à cerimônia por meio da rádio e da televisão; portanto, o agradecimento "aos diretores e aos operadores dos meios, que deram a tantas pessoas a possibilidade de participar".
Antes da oração mariana, o Papa não deixa, por fim de dirigir uma "especial saudação" aos enfermos e aos ancião, aos quais – afirma – os novos Santos estavam especialmente próximos". Depois conclui: "E agora nos dirigimos em oração à Virgem Maria, que São João XXIII e são João Paulo II amaram como seus verdadeiros filhos. Regina caeli..."
(S.C/ Trad.TS)
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Expressa depois o seu reconhecimento pelos "irmãos Cardeais" e pelos "vários Bispos e sacerdotes de todas as partes do mundo", como também as Delegações oficiais de tantos Países, que – afirma – "vieram para homenagear os dois Pontífices que contribuíram de forma indelével para a causa do desenvolvimento dos povos e da paz".
Em particular, uma calorosa saudação aos peregrinos das dioceses de Bérgamo e de Cracóvia. A eles o convite "a honrar a memória dos dois santos Papas seguindo fielmente os seus ensinamentos".
"Agradeço todos aqueles que com grande generosidade prepararam estas jornadas memoráveis", acrescenta Bergoglio. E elenca: "... a Diocese de Roma com o Cardeal Vallini, a Prefeitura de Roma com o prefeito Ignacio Marino, as forças de segurança e as várias Organizações, as Associações e os vários voluntários".
Por fim, um pensamento a todos aqueles que se juntaram à cerimônia por meio da rádio e da televisão; portanto, o agradecimento "aos diretores e aos operadores dos meios, que deram a tantas pessoas a possibilidade de participar".
Antes da oração mariana, o Papa não deixa, por fim de dirigir uma "especial saudação" aos enfermos e aos ancião, aos quais – afirma – os novos Santos estavam especialmente próximos". Depois conclui: "E agora nos dirigimos em oração à Virgem Maria, que São João XXIII e são João Paulo II amaram como seus verdadeiros filhos. Regina caeli..."
(S.C/ Trad.TS)
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Homilia do Papa Francisco na Vigília Pascal na Noite Santa
Basílica Vaticana, Sábado Santo, 19 de Abril
Por Redacao
ROMA, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O Evangelho da ressurreição de Jesus Cristo começa referindo o caminho das mulheres para o sepulcro, ao alvorecer do dia depois do sábado. Querem honrar o corpo do Senhor e vão ao túmulo, mas encontram-no aberto e vazio. Um anjo majestoso diz-lhes: «Não tenhais medo!» (Mt 28, 5). E ordena-lhes que levem esta notícia aos discípulos: «Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia» (28, 7). As mulheres fogem de lá imediatamente, mas, ao longo da estrada, sai-lhes ao encontro o próprio Jesus que lhes diz: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão» (28, 10). «Não tenhais medo», «Não temais»: essa é uma voz que encoraja a abrir o coração para receber este anúncio.
Depois da morte do Mestre, os discípulos tinham-se dispersado; a sua fé quebrantara-se, tudo parecia ter acabado: desabadas as certezas, apagadas as esperanças. Mas agora, aquele anúncio das mulheres, embora incrível, chegava como um raio de luz na escuridão. A notícia espalha-se: Jesus ressuscitou, como predissera... E de igual modo a ordem de partir para a Galileia; duas vezes a ouviram as mulheres, primeiro do anjo, depois do próprio Jesus: «Partam para a Galileia. Lá Me verão». «Não temais» e «ide para a Galileia».
A Galileia é o lugar da primeira chamada, onde tudo começara! Trata-se de voltar lá, voltar ao lugar da primeira chamada. Jesus passara pela margem do lago, enquanto os pescadores estavam a consertar as redes. Chamara-os e eles, deixando tudo, seguiram-No» (cf. Mt 4, 18-22).
Voltar à Galileia significa reler tudo a partir da cruz e da vitória; sem medo, «não temais». Reler tudo – a pregação, os milagres, a nova comunidade, os entusiasmos e as deserções, até a traição – reler tudo a partir do fim, que é um novo início, a partir deste supremo acto de amor.
Também para cada um de nós há uma «Galileia», no princípio do caminho com Jesus. «Partir para a Galileia» significa uma coisa estupenda, significa redescobrirmos o nosso Baptismo como fonte viva, tirarmos energia nova da raiz da nossa fé e da nossa experiência cristã. Voltar para a Galileia significa antes de tudo retornar lá, àquele ponto incandescente onde a Graça de Deus me tocou no início do caminho. É desta fagulha que posso acender o fogo para o dia de hoje, para cada dia, e levar calor e luz aos meus irmãos e às minhas irmãs. A partir daquela fagulha, acende-se uma alegria humilde, uma alegria que não ofende o sofrimento e o desespero, uma alegria mansa e bondosa.
Na vida do cristão, depois do Baptismo, há também outra «Galileia», uma «Galileia» mais existencial: a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, que me chamou para O seguir e participar na sua missão. Neste sentido, voltar à Galileia significa guardar no coração a memória viva desta chamada, quando Jesus passou pela minha estrada, olhou-me com misericórdia, pediu-me para O seguir; voltar para Galileia significa recuperar a lembrança daquele momento em que os olhos d'Ele se cruzaram com os meus, quando me fez sentir que me amava.
Hoje, nesta noite, cada um de nós pode interrogar-se: Qual é a minha Galileia? Trata-se de fazer memória, ir de encontro à lembrança. Onde é a minha Galileia? Lembro-me dela? Ou esqueci-a? Procura e a encontrarás! Ali o Senhor te espera. Andei por estradas e sendas que ma fizeram esquecer. Senhor, ajudai-me! Dizei-me qual é a minha Galileia. Como sabeis, eu quero voltar lá para Vos encontrar e deixar-me abraçar pela vossa misericórdia. Não tenhais medo, não temais, voltai para a Galileia!
O Evangelho é claro: é preciso voltar lá, para ver Jesus ressuscitado e tornar-se testemunha da sua ressurreição. Não é voltar atrás, não é nostalgia. É voltar ao primeiro amor, para receber o fogo que Jesus acendeu no mundo, e levá-lo a todos até aos confins da terra. Voltai para a Galileia sem medo.
«Galileia dos gentios» (Mt 4, 15; Is 8, 23): horizonte do Ressuscitado, horizonte da Igreja; desejo intenso de encontro... Ponhamo-nos a caminho!
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Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Depois da morte do Mestre, os discípulos tinham-se dispersado; a sua fé quebrantara-se, tudo parecia ter acabado: desabadas as certezas, apagadas as esperanças. Mas agora, aquele anúncio das mulheres, embora incrível, chegava como um raio de luz na escuridão. A notícia espalha-se: Jesus ressuscitou, como predissera... E de igual modo a ordem de partir para a Galileia; duas vezes a ouviram as mulheres, primeiro do anjo, depois do próprio Jesus: «Partam para a Galileia. Lá Me verão». «Não temais» e «ide para a Galileia».
A Galileia é o lugar da primeira chamada, onde tudo começara! Trata-se de voltar lá, voltar ao lugar da primeira chamada. Jesus passara pela margem do lago, enquanto os pescadores estavam a consertar as redes. Chamara-os e eles, deixando tudo, seguiram-No» (cf. Mt 4, 18-22).
Voltar à Galileia significa reler tudo a partir da cruz e da vitória; sem medo, «não temais». Reler tudo – a pregação, os milagres, a nova comunidade, os entusiasmos e as deserções, até a traição – reler tudo a partir do fim, que é um novo início, a partir deste supremo acto de amor.
Também para cada um de nós há uma «Galileia», no princípio do caminho com Jesus. «Partir para a Galileia» significa uma coisa estupenda, significa redescobrirmos o nosso Baptismo como fonte viva, tirarmos energia nova da raiz da nossa fé e da nossa experiência cristã. Voltar para a Galileia significa antes de tudo retornar lá, àquele ponto incandescente onde a Graça de Deus me tocou no início do caminho. É desta fagulha que posso acender o fogo para o dia de hoje, para cada dia, e levar calor e luz aos meus irmãos e às minhas irmãs. A partir daquela fagulha, acende-se uma alegria humilde, uma alegria que não ofende o sofrimento e o desespero, uma alegria mansa e bondosa.
Na vida do cristão, depois do Baptismo, há também outra «Galileia», uma «Galileia» mais existencial: a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, que me chamou para O seguir e participar na sua missão. Neste sentido, voltar à Galileia significa guardar no coração a memória viva desta chamada, quando Jesus passou pela minha estrada, olhou-me com misericórdia, pediu-me para O seguir; voltar para Galileia significa recuperar a lembrança daquele momento em que os olhos d'Ele se cruzaram com os meus, quando me fez sentir que me amava.
Hoje, nesta noite, cada um de nós pode interrogar-se: Qual é a minha Galileia? Trata-se de fazer memória, ir de encontro à lembrança. Onde é a minha Galileia? Lembro-me dela? Ou esqueci-a? Procura e a encontrarás! Ali o Senhor te espera. Andei por estradas e sendas que ma fizeram esquecer. Senhor, ajudai-me! Dizei-me qual é a minha Galileia. Como sabeis, eu quero voltar lá para Vos encontrar e deixar-me abraçar pela vossa misericórdia. Não tenhais medo, não temais, voltai para a Galileia!
O Evangelho é claro: é preciso voltar lá, para ver Jesus ressuscitado e tornar-se testemunha da sua ressurreição. Não é voltar atrás, não é nostalgia. É voltar ao primeiro amor, para receber o fogo que Jesus acendeu no mundo, e levá-lo a todos até aos confins da terra. Voltai para a Galileia sem medo.
«Galileia dos gentios» (Mt 4, 15; Is 8, 23): horizonte do Ressuscitado, horizonte da Igreja; desejo intenso de encontro... Ponhamo-nos a caminho!
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Mensagem Urbi et orbi do Santo Padre Francisco
Sacada Central da Basílica Vaticana, domingo, 20 de Abril
Por Redacao
ROMA, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Amados irmãos e irmãs, boa e santa Páscoa!
Ressoa na Igreja espalhada por todo o mundo o anúncio do anjo às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou (...). Vinde, vede o lugar onde jazia» (Mt 28, 5-6).
Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado, ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte.
Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído... «Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescer a esperança no deserto.
Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado!
Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos.
Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices.
Tornai-nos capazes de proteger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objecto de exploração e de abandono.
Fazei que possamos cuidar dos irmãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daqueles que são afectados por tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema.
Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos porque foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo.
Confortai aqueles que deixaram as suas terras emigrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar livremente a sua fé.
Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente!
Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada.
Jesus glorioso, pedimo-vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos.
Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul.
Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.
Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que seguem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País.Que eles como irmãos possam cantar Хрhctос Воскрес.
Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz! Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!
Renovo os meus votos de feliz Páscoa a todos vós reunidos nesta Praça, vindos de todas as partes do mundo. Estendo as minhas felicitações pascais a todos que, de diversos países, estão conectados através dos meios de comunicação social. Levai às vossa famílias e às vossas comunidades o feliz anúncio que Cristo nossa paz e nossa esperança ressuscitou!
Obrigado pela vossa presença, pela vossa oração e pelo vosso testemunho de fé. Um pensamento particular e de reconhecimento pelo dom das belíssimas flores, oriundas dos Países Baixos. Feliz Páscoa para todos!
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Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado, ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte.
Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído... «Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescer a esperança no deserto.
Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado!
Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos.
Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices.
Tornai-nos capazes de proteger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objecto de exploração e de abandono.
Fazei que possamos cuidar dos irmãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daqueles que são afectados por tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema.
Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos porque foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo.
Confortai aqueles que deixaram as suas terras emigrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar livremente a sua fé.
Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente!
Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada.
Jesus glorioso, pedimo-vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos.
Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul.
Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.
Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que seguem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País.Que eles como irmãos possam cantar Хрhctос Воскрес.
Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz! Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!
Saudação
Queridos irmãos e irmãs,Renovo os meus votos de feliz Páscoa a todos vós reunidos nesta Praça, vindos de todas as partes do mundo. Estendo as minhas felicitações pascais a todos que, de diversos países, estão conectados através dos meios de comunicação social. Levai às vossa famílias e às vossas comunidades o feliz anúncio que Cristo nossa paz e nossa esperança ressuscitou!
Obrigado pela vossa presença, pela vossa oração e pelo vosso testemunho de fé. Um pensamento particular e de reconhecimento pelo dom das belíssimas flores, oriundas dos Países Baixos. Feliz Páscoa para todos!
Vídeo
Galeria fotográfica
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Santa Sé
Porta-voz do Vaticano divulga esclarecimentos sobre as ligações telefônicas do papa
Não é atividade pública: as notícias divulgadas e amplificadas pela mídia não são confiáveis e podem ser fonte de confusão
Por Redacao
CIDADE DO VATICANO, 24 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O pe. Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, considerou oportuno fazer alguns esclarecimentos sobre a chamada telefônica que o Santo Padre fez no dia 21 de abril a uma senhora argentina, casada com um divorciado. Ela tinha escrito um e-mail para o papa no mês de setembro dizendo sentir-se "uma católica de segunda classe".
A mídia fez diversas interpretações sobre a ligação do papa, algumas forçadas, como a suposta "autorização a uma divorciada para comungar".
Em um breve comunicado divulgado hoje, o pe. Lombardi afirma que o papa costuma telefonar para vários fieis a fim de conversar com eles. "Nas relações pessoais pastorais do papa Francisco, ele já fez várias ligações para conversar com as pessoas".
Lombardi precisou, como adiantado ontem por ZENIT, que "não se trata, absolutamente, de atividade pública do papa. Não se devem esperar informações ou comentários da assessoria de imprensa [da Santa Sé]".
Lombardi também afirma que esse tipo de notícia, apoiada apenas no relato de quem conversou com o papa, costuma ser fonte de confusão e sofrer uma amplificação midiática desproporcional: "As notícias difundidas sobre essa matéria, bem como a sua amplificação midiática, não têm confirmação alguma de confiabilidade e são fontes de mal-entendidos e de confusão", diz o comunicado.
Neste caso, em particular, as interpretações foram muito forçadas e imprecisas. Chegou-se a interpretar que uma mulher casada com um divorciado era divorciada também e que a ligação do papa significava que os divorciados poderiam passar a comungar.
"Deve-se evitar deduzir consequências relativas à doutrina da Igreja a partir destas circunstâncias", avisa Lombardi.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A mídia fez diversas interpretações sobre a ligação do papa, algumas forçadas, como a suposta "autorização a uma divorciada para comungar".
Em um breve comunicado divulgado hoje, o pe. Lombardi afirma que o papa costuma telefonar para vários fieis a fim de conversar com eles. "Nas relações pessoais pastorais do papa Francisco, ele já fez várias ligações para conversar com as pessoas".
Lombardi precisou, como adiantado ontem por ZENIT, que "não se trata, absolutamente, de atividade pública do papa. Não se devem esperar informações ou comentários da assessoria de imprensa [da Santa Sé]".
Lombardi também afirma que esse tipo de notícia, apoiada apenas no relato de quem conversou com o papa, costuma ser fonte de confusão e sofrer uma amplificação midiática desproporcional: "As notícias difundidas sobre essa matéria, bem como a sua amplificação midiática, não têm confirmação alguma de confiabilidade e são fontes de mal-entendidos e de confusão", diz o comunicado.
Neste caso, em particular, as interpretações foram muito forçadas e imprecisas. Chegou-se a interpretar que uma mulher casada com um divorciado era divorciada também e que a ligação do papa significava que os divorciados poderiam passar a comungar.
"Deve-se evitar deduzir consequências relativas à doutrina da Igreja a partir destas circunstâncias", avisa Lombardi.
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Igreja e Religião
Arquidiocese do RJ promove diálogo em busca de soluções para desalojados da Oi/Telerj
Setenta e cinco famílias ocupam terreno da Catedral carioca desde 18 de abril
Por Lilian da Paz
BRASíLIA, 28 de Abril de 2014 (Zenit.org) - No último sábado (26), o Cardeal Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, promoveu uma reunião de mediação entre desalojados da Oi/Telerj e os governos municipal e estadual do estado. No encontro, a sociedade civil convocada discutiu aspectos acerca das políticas públicas sobre o uso do solo urbano.
Realizada na cúria da arquidiocese – bairro da Glória –, a reunião contou com 44 participantes: representantes do governo e do poder judiciário, defensoria pública, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) e entidades sociais. De acordo com levantamento feito pela Pastoral do Menor, 74 famílias estão acampadas na Catedral - 194 pessoas ao todo, das quais metade menores de 18 anos.
Em entrevista coletiva, Dom Orani sublinhou que o caso da Oi/Telerj é somente a ponta do iceberg dos problemas relacionados ao uso do solo no estado. "A questão relativa aos desalojados da Oi/Telerj é apenas algo pontual, que precisa ser visto com muito carinho, mas é a ponta de muitas outras situações amplas da cidade do Rio de Janeiro. O grupo que se formou aqui se prontificou a se reunir outras vezes para fazer um estudo e uma proposta para a ocupação do solo urbano, talvez um projeto de lei, mas que não seja uma medida apenas para resolver um problema pontual, e sim para direcionar o futuro da cidade".
A principal reivindicação dos desalojados da Catedral é a moradia. Como já vinha fazendo, a Igreja se propôs a intermediar o diálogo e auxiliar as famílias com ações assistenciais e obras de promoção humana, mas não a solucionar o problema sozinha. Esta responsabilidade cabe ao poder público. Na tentativa de resolver a questão, foi criada uma comissão com 17 integrantes, do governo e da sociedade civil. A comissão vai acompanhar as pessoas na Catedral na busca por caminhos para a solução.
Entenda o caso
No dia 11 de abril deste ano, a 1650 policiais militares do Rio de Janeiro cumpriram mandato de reintegração do terreno pertencente à Oi/Telerj, localizado no Engenho Novo, subúrbio da cidade. Cinco mil pessoas ocupavam ilegalmente o local desde 30 de março. A retirada das famílias da área começou pacífica, mas acabou em confronto entre os moradores e os militares.
Com a desocupação, várias famílias de dirigiram, no dia 18 de abril (Sexta-Feira da Paixão), para o terreno da Catedral do Rio de Janeiro pedindo apoio para moradia. Na ocasião, a arquidiocese carioca emitiu nota de suspensão das celebrações da Semana Santa no templo, por questões de segurança, e ofereceu ajuda às pessoas lá presentes, mesmo não chegando a um acordo satisfatório.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Realizada na cúria da arquidiocese – bairro da Glória –, a reunião contou com 44 participantes: representantes do governo e do poder judiciário, defensoria pública, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) e entidades sociais. De acordo com levantamento feito pela Pastoral do Menor, 74 famílias estão acampadas na Catedral - 194 pessoas ao todo, das quais metade menores de 18 anos.
Em entrevista coletiva, Dom Orani sublinhou que o caso da Oi/Telerj é somente a ponta do iceberg dos problemas relacionados ao uso do solo no estado. "A questão relativa aos desalojados da Oi/Telerj é apenas algo pontual, que precisa ser visto com muito carinho, mas é a ponta de muitas outras situações amplas da cidade do Rio de Janeiro. O grupo que se formou aqui se prontificou a se reunir outras vezes para fazer um estudo e uma proposta para a ocupação do solo urbano, talvez um projeto de lei, mas que não seja uma medida apenas para resolver um problema pontual, e sim para direcionar o futuro da cidade".
A principal reivindicação dos desalojados da Catedral é a moradia. Como já vinha fazendo, a Igreja se propôs a intermediar o diálogo e auxiliar as famílias com ações assistenciais e obras de promoção humana, mas não a solucionar o problema sozinha. Esta responsabilidade cabe ao poder público. Na tentativa de resolver a questão, foi criada uma comissão com 17 integrantes, do governo e da sociedade civil. A comissão vai acompanhar as pessoas na Catedral na busca por caminhos para a solução.
Entenda o caso
No dia 11 de abril deste ano, a 1650 policiais militares do Rio de Janeiro cumpriram mandato de reintegração do terreno pertencente à Oi/Telerj, localizado no Engenho Novo, subúrbio da cidade. Cinco mil pessoas ocupavam ilegalmente o local desde 30 de março. A retirada das famílias da área começou pacífica, mas acabou em confronto entre os moradores e os militares.
Com a desocupação, várias famílias de dirigiram, no dia 18 de abril (Sexta-Feira da Paixão), para o terreno da Catedral do Rio de Janeiro pedindo apoio para moradia. Na ocasião, a arquidiocese carioca emitiu nota de suspensão das celebrações da Semana Santa no templo, por questões de segurança, e ofereceu ajuda às pessoas lá presentes, mesmo não chegando a um acordo satisfatório.
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CNBB comemora canonização de João XXIII e João Paulo II
Dom Leonardo Steiner: os dois santos ajudam na vivência do Evangelho
Por Lilian da Paz
BRASíLIA, 28 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Mais de 800 mil fieis estiveram presentes em Roma na manhã deste Domingo da Misericórdia, 27 de abril, para a canonização dos Papas João XXIII e João Paulo II. O fato histórico foi celebrado pelo Papa Francisco e acompanhado pelo Papa Emérito Bento XVI, que participou ativamente da beatificação do amigo Karol Wojtyla. No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também seguiu de perto a celebração.
Em entrevista concedida ao site da CNBB, Dom Leonardo Steiner, secretário geral do organismo e bispo auxiliar da arquidioceses de Brasília, destacou que os dois Papas canonizados "são grandes homens colocados diante de nós como exemplos de pessoas que poderão nos ajudar a viver o Evangelho".
De fato, Papa Francisco frisou na homilia da canonização o exemplo de santidade destes dois homens para o mundo: "Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, de sua misericórdia, à Igreja e ao mundo".
Dom Leonardo ainda lembrou o grande caráter humano que os pontífices carregavam. Sobre João XXIII, afirmou: "Ele mudou o modo de ser papa. Um homem simples, relacional, próximo das pessoas, tinha a linguagem do povo. Um grande homem, com muito amor à Igreja". Já sobre João Paulo II, destacou: "Não teve receio de dizer o que pensava, sempre soube marcar a presença da Igreja. Ao final da sua vida, João Paulo II, ofereceu o próprio sofrimento a Deus por amor à Igreja".
A Igreja em todo o Brasil também se uniu para comemorar a canonização. As arquidioceses de Olinda (PE) e Maringá (PR) expuseram durante todo este domingo relíquias destes santos da Igreja Católica. Em Salvador (BA), Dom Murilo Krieger, arcebispo e primaz do Brasil, assinou decreto que instituiu João Paulo II como co-padroeiro da paróquia Nossa Senhora dos Alagados. E na cidade de Criciúma (SC), a paróquia Santo Antônio de Pádua – que ainda será criada – terá João Paulo II como padroeiro.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Em entrevista concedida ao site da CNBB, Dom Leonardo Steiner, secretário geral do organismo e bispo auxiliar da arquidioceses de Brasília, destacou que os dois Papas canonizados "são grandes homens colocados diante de nós como exemplos de pessoas que poderão nos ajudar a viver o Evangelho".
De fato, Papa Francisco frisou na homilia da canonização o exemplo de santidade destes dois homens para o mundo: "Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, de sua misericórdia, à Igreja e ao mundo".
Dom Leonardo ainda lembrou o grande caráter humano que os pontífices carregavam. Sobre João XXIII, afirmou: "Ele mudou o modo de ser papa. Um homem simples, relacional, próximo das pessoas, tinha a linguagem do povo. Um grande homem, com muito amor à Igreja". Já sobre João Paulo II, destacou: "Não teve receio de dizer o que pensava, sempre soube marcar a presença da Igreja. Ao final da sua vida, João Paulo II, ofereceu o próprio sofrimento a Deus por amor à Igreja".
A Igreja em todo o Brasil também se uniu para comemorar a canonização. As arquidioceses de Olinda (PE) e Maringá (PR) expuseram durante todo este domingo relíquias destes santos da Igreja Católica. Em Salvador (BA), Dom Murilo Krieger, arcebispo e primaz do Brasil, assinou decreto que instituiu João Paulo II como co-padroeiro da paróquia Nossa Senhora dos Alagados. E na cidade de Criciúma (SC), a paróquia Santo Antônio de Pádua – que ainda será criada – terá João Paulo II como padroeiro.
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João XXIII e João Paulo II agora santos
Francisco e Bento XVI se cumprimentam na praça de São Pedro. Quase um milhão de pessoas em Roma testemunhas da canonização
Por Rocio Lancho García
ROMA, 27 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Com a alegria que caracteriza uma celebração importante como a de hoje, concluiu-se a missa em que Francisco canonizou os seus antecessores, agora sim, São João XXIII e São João Paulo II. Umas 800.000 pessoas - 500.000 na praça, Via da Conciliação e em outras partes, e o resto em outros pontos da cidade – celebraram em Roma esta festa da fé.
A celebração vai entrar para a história como "o dia dos quatro papas" começou por volta das 9 da manhã, com orações em preparação para a Eucaristia, que começou às 10h. Na chegada do Papa Francisco o mundo testemunhou um dos momentos mais esperados do dia, a saudação entre o Santo Padre e o papa emérito. Emoção e aplausos na entrada de Bento XVI na praça, que chegou às 9h30 acompanhado por monsenhor Ganswein, seu secretário pessoal e prefeito da Casa Pontifícia.
A canonização ocorreu no início da celebração eucarística, quando o cardeal Amato perguntou três vezes ao Santo Padre se procedia. Com a fórmula estabelecida, Francisco canonizou João XXIII e João Paulo II. Em seguida Francisco beijou e venerou as relíquias. Os relicários dos novos santos foram colocados em uma mesa à esquerda do altar. Ambas relíquias são de primeiro grau: a relíquia do "Papa Bom" é um pedaço de péle, tirado no ano 2000 na exumação para a beatificação e do Papa Wojtyla uma gotas do seu sangue.
Ao finalizar o rito de canonização, o Cardeal Amato fez um agradecimento e retomou a missa no Gloria. O Evangelho do dia, foi cantado em latim e grego. De outras confissões religiosas, haviam ortodoxos, anglicanos e judeus.
A celebração eucarística foi presidida pelo Santo Padre e concelebrada por uns 150 cardeais e uns 1000 bispos, todos eles à esquerda do altar. Também nessa área, porém mais abaixo do átrio, havia uns 6000 sacerdotes. No altar, junto ao Santo Padre, concelebraram o cardeal Vallini, o cardeal Stanislaw, monsenhor Francisco Beschi, o cardeal Re e o cardeal Sodano.
Na homilia, o Santo Padre indicou que "João XXIII e João Paulo II tiveram a coragem de olhar as feridas de Jesus, de tocas as suas mãos chagadas e o seu lado transpassado. Não se envergonharam da carne de Cristo, não se escandalizaram dele, da sua cruz; não se envergonharam da carne do irmão, porque em cada pessoa que sofria viam Jesus". Reconheceu que "foram dois homens corajosos, cheios de parresia do Espírito Santo, e deram testemunho perante a Igreja e o mundo da bondade de Deus, da sua misericórdia".
Da mesma forma afirmou que "foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não se oprimiram. Neles, Deus foi mais forte".
João XXIII e João Paulo II – observou o Pontífice – "colaboraram com o Espírito Santo para restaurar e atualizar a Igreja segundo a sua fisionomia original, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam adiante e fazem crescer a Igreja".
Por outro lado, destacou que "são João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo" e "João Paulo II foi o Papa da família".
Seis mil sacerdotes distribuíram a comunhão aos fieis que estavam na Praça de São Pedro e na Praça Pio XII, 70 diáconos para dar a comunhão aos concelebrantes e finalmente 200 diáconos para os fieis que estavam na Via da Conciliação. E também chegou a comunhão ao Media Center do Vaticano, onde chegaram alguns sacerdotes para os jornalistas que quisessem pudessem comungar.
A missa terminou com a oração do Regina Coeli. Na introdução à oração mariana, o Papa agradeceu a todos aqueles que tornaram possível a realização deste dia, incluindo os meios de comunicação, graças aos quais muita gente pôde acompanhar a celebração.
Em seguida, o Santo Padre começou a cumprimentar as delegações presentes no átrio. Haviam 120 delegações procedente de todo o mundo que quiseram participar hoje na canonização. De todos eles, havia 24 entre reis e chefes de Estado, e 10 chefes de governo. Enquanto o Papa cumprimentava os membros das delegações, se escutava música e cantos. Entre eles, a canção do jovem ítalo-argentino Odino Faccia, intitulada "Busca a Paz", um reflexo de um poema de João Paulo II.
Às 12h45 Francisco subiu no Papamóvel, o que causou os aplausos dos peregrinos já que sabiam que o momento de vê-lo passar perto estava se aproximando. Enquanto isso os sinos da Basílica tocaram para recordar que hoje a Igreja está em festa, porque dois grandes pontífices subiram aos altares e agora os fieis podem venerá-los como santos.
O acesso à Basílica estará aberto a partir das 14h para a veneração dos túmulos dos novos santos. Por esta razão, hoje a Basílica de São Pedro permanecerá aberta até às 22h.
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A celebração vai entrar para a história como "o dia dos quatro papas" começou por volta das 9 da manhã, com orações em preparação para a Eucaristia, que começou às 10h. Na chegada do Papa Francisco o mundo testemunhou um dos momentos mais esperados do dia, a saudação entre o Santo Padre e o papa emérito. Emoção e aplausos na entrada de Bento XVI na praça, que chegou às 9h30 acompanhado por monsenhor Ganswein, seu secretário pessoal e prefeito da Casa Pontifícia.
A canonização ocorreu no início da celebração eucarística, quando o cardeal Amato perguntou três vezes ao Santo Padre se procedia. Com a fórmula estabelecida, Francisco canonizou João XXIII e João Paulo II. Em seguida Francisco beijou e venerou as relíquias. Os relicários dos novos santos foram colocados em uma mesa à esquerda do altar. Ambas relíquias são de primeiro grau: a relíquia do "Papa Bom" é um pedaço de péle, tirado no ano 2000 na exumação para a beatificação e do Papa Wojtyla uma gotas do seu sangue.
Ao finalizar o rito de canonização, o Cardeal Amato fez um agradecimento e retomou a missa no Gloria. O Evangelho do dia, foi cantado em latim e grego. De outras confissões religiosas, haviam ortodoxos, anglicanos e judeus.
A celebração eucarística foi presidida pelo Santo Padre e concelebrada por uns 150 cardeais e uns 1000 bispos, todos eles à esquerda do altar. Também nessa área, porém mais abaixo do átrio, havia uns 6000 sacerdotes. No altar, junto ao Santo Padre, concelebraram o cardeal Vallini, o cardeal Stanislaw, monsenhor Francisco Beschi, o cardeal Re e o cardeal Sodano.
Na homilia, o Santo Padre indicou que "João XXIII e João Paulo II tiveram a coragem de olhar as feridas de Jesus, de tocas as suas mãos chagadas e o seu lado transpassado. Não se envergonharam da carne de Cristo, não se escandalizaram dele, da sua cruz; não se envergonharam da carne do irmão, porque em cada pessoa que sofria viam Jesus". Reconheceu que "foram dois homens corajosos, cheios de parresia do Espírito Santo, e deram testemunho perante a Igreja e o mundo da bondade de Deus, da sua misericórdia".
Da mesma forma afirmou que "foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não se oprimiram. Neles, Deus foi mais forte".
João XXIII e João Paulo II – observou o Pontífice – "colaboraram com o Espírito Santo para restaurar e atualizar a Igreja segundo a sua fisionomia original, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam adiante e fazem crescer a Igreja".
Por outro lado, destacou que "são João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo" e "João Paulo II foi o Papa da família".
Seis mil sacerdotes distribuíram a comunhão aos fieis que estavam na Praça de São Pedro e na Praça Pio XII, 70 diáconos para dar a comunhão aos concelebrantes e finalmente 200 diáconos para os fieis que estavam na Via da Conciliação. E também chegou a comunhão ao Media Center do Vaticano, onde chegaram alguns sacerdotes para os jornalistas que quisessem pudessem comungar.
A missa terminou com a oração do Regina Coeli. Na introdução à oração mariana, o Papa agradeceu a todos aqueles que tornaram possível a realização deste dia, incluindo os meios de comunicação, graças aos quais muita gente pôde acompanhar a celebração.
Em seguida, o Santo Padre começou a cumprimentar as delegações presentes no átrio. Haviam 120 delegações procedente de todo o mundo que quiseram participar hoje na canonização. De todos eles, havia 24 entre reis e chefes de Estado, e 10 chefes de governo. Enquanto o Papa cumprimentava os membros das delegações, se escutava música e cantos. Entre eles, a canção do jovem ítalo-argentino Odino Faccia, intitulada "Busca a Paz", um reflexo de um poema de João Paulo II.
Às 12h45 Francisco subiu no Papamóvel, o que causou os aplausos dos peregrinos já que sabiam que o momento de vê-lo passar perto estava se aproximando. Enquanto isso os sinos da Basílica tocaram para recordar que hoje a Igreja está em festa, porque dois grandes pontífices subiram aos altares e agora os fieis podem venerá-los como santos.
O acesso à Basílica estará aberto a partir das 14h para a veneração dos túmulos dos novos santos. Por esta razão, hoje a Basílica de São Pedro permanecerá aberta até às 22h.
[Trad.TS]
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Navarro Valls: A oração era para João Paulo II como respirar
O ex porta-voz vaticano destaca que as três características da santidade do Papa Wojtyla eram rezar, trabalhar e sorrir
Por Sergio Mora
ROMA, 25 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O porta-voz, durante 22 dos 26 anos que durou o pontificado de João Paulo II, o espanhol Joaquín Navarro Valls, sublinhou hoje que uma pessoa que rezava como o pontífice polonês "estava em contato direto com Deus e, portanto, já era um santo". "Desde os primeiros tempos, quando eu estava perto dele, quando trabalhava com ele, e desde as primeiras vezes que o vi simplesmente orar; nesses momentos tive rapidamente a certeza de que este homem era um santo", assegurou.
A Sala de Imprensa da Santa Sé convidou na manhã de hoje o Dr. Navarro Valls para oferecer uma coletiva de imprensa por ser uma das pessoas mais próximas do beato João Paulo II, frente à sua canonização, juntamente com o Papa João XXIII, no próximo domingo.
Durante o seu discurso, o ex-porta-voz do Vaticano destacou que os três traços da santidade do Papa Wojtyla foram: "rezar, trabalhar e sorrir", mas principalmente valorizou a sua maneira de rezar. "A oração era para ele como respirar, era constante, necessária e intensa", disse Navarro Valls, que recordou entre as várias anedotas, vividas pessoalmente, esta característica do Papa Polonês, que às vezes se esquecia de quem estivesse do seu lado e perdia a noção do tempo que passava, devido à sua concentração na oração.
Neste mesmo sentido, relatou que João Paulo II ia à capela perto do seu refeitório para rezar três minutos antes e depois de jantar, e revelou que Karol Wojtyla rezava "levando na mão pequenos pedaços de papel". "Certa vez, perguntei ao seu secretário: 'Que diabo são esses papeizinhos?'", revelou. Nesses pedacinhos de papel, que ficavam no genuflexório da sua capela particular, os seus colaboradores tinham escrito, por petição do Papa Polonês, o nome e a causa pela qual pediam para rezar nas várias cartas que recebia a cada dia. "O papa rezava pelas necessidades dos outros, jamais por si mesmo", observou.
Em alguns dias das suas férias no Vale d' Aosta, localidade italiana da cordilheira dos Alpes, a luz da capela da casa onde se hospedava permanecia acesa desde as três da manhã até o amanhecer, disse. "Não sabia perder um minuto sem dedicar à oração. Ele nunca tinha pressa", insistiu.
Navarro Valls também destacou o "grande senso de humor do Papa" e seu sorriso sempre presente. "Uma das coisas mais tristes para mim foi como, devido à doença de Parkinson, desapareceu o sorriso no rosto", assegurou e sublinhou que "um santo nunca pode ser triste" e João Paulo II estava sempre sorrindo. "Apesar de seus problemas de saúde, da quantidade de problemas que chegavam à sua mesa... nunca perdeu o bom humor", acrescentou.
Além disso, o colaborador próximo do Papa polonês explicou que "a santidade não existe em abstrato, no testemunho bíblico diz que só Deus é santo, a Igreja não faz santos, confirma a vida de santidade que a pessoa levou nesta terra". Neste sentido, observou que "se alguém quiser ser santo deverá começar o quanto antes porque quando morrer, nunca mais terá essa oportunidade".
Por fim, o ex- porta-voz do Vaticano afirmou que "João Paulo II tinha uma enorme capacidade de trabalho. Um trabalho que era intenso e surpreendente. Era o trabalho de um santo". "Posso dizer-lhes que em toda a minha vida nunca vi alguém que trabalhasse como ele. João Paulo II não sabia fisicamente como perder um só minuto, porém nunca tinha ansiedade", continuou. E concluiu reconhecendo que "os seus colaboradores tiveram que aprender a levar esse estilo de vida e ele tinha uma capacidade muito grande conectar as menores coisas com os maiores valores".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A Sala de Imprensa da Santa Sé convidou na manhã de hoje o Dr. Navarro Valls para oferecer uma coletiva de imprensa por ser uma das pessoas mais próximas do beato João Paulo II, frente à sua canonização, juntamente com o Papa João XXIII, no próximo domingo.
Durante o seu discurso, o ex-porta-voz do Vaticano destacou que os três traços da santidade do Papa Wojtyla foram: "rezar, trabalhar e sorrir", mas principalmente valorizou a sua maneira de rezar. "A oração era para ele como respirar, era constante, necessária e intensa", disse Navarro Valls, que recordou entre as várias anedotas, vividas pessoalmente, esta característica do Papa Polonês, que às vezes se esquecia de quem estivesse do seu lado e perdia a noção do tempo que passava, devido à sua concentração na oração.
Neste mesmo sentido, relatou que João Paulo II ia à capela perto do seu refeitório para rezar três minutos antes e depois de jantar, e revelou que Karol Wojtyla rezava "levando na mão pequenos pedaços de papel". "Certa vez, perguntei ao seu secretário: 'Que diabo são esses papeizinhos?'", revelou. Nesses pedacinhos de papel, que ficavam no genuflexório da sua capela particular, os seus colaboradores tinham escrito, por petição do Papa Polonês, o nome e a causa pela qual pediam para rezar nas várias cartas que recebia a cada dia. "O papa rezava pelas necessidades dos outros, jamais por si mesmo", observou.
Em alguns dias das suas férias no Vale d' Aosta, localidade italiana da cordilheira dos Alpes, a luz da capela da casa onde se hospedava permanecia acesa desde as três da manhã até o amanhecer, disse. "Não sabia perder um minuto sem dedicar à oração. Ele nunca tinha pressa", insistiu.
Navarro Valls também destacou o "grande senso de humor do Papa" e seu sorriso sempre presente. "Uma das coisas mais tristes para mim foi como, devido à doença de Parkinson, desapareceu o sorriso no rosto", assegurou e sublinhou que "um santo nunca pode ser triste" e João Paulo II estava sempre sorrindo. "Apesar de seus problemas de saúde, da quantidade de problemas que chegavam à sua mesa... nunca perdeu o bom humor", acrescentou.
Além disso, o colaborador próximo do Papa polonês explicou que "a santidade não existe em abstrato, no testemunho bíblico diz que só Deus é santo, a Igreja não faz santos, confirma a vida de santidade que a pessoa levou nesta terra". Neste sentido, observou que "se alguém quiser ser santo deverá começar o quanto antes porque quando morrer, nunca mais terá essa oportunidade".
Por fim, o ex- porta-voz do Vaticano afirmou que "João Paulo II tinha uma enorme capacidade de trabalho. Um trabalho que era intenso e surpreendente. Era o trabalho de um santo". "Posso dizer-lhes que em toda a minha vida nunca vi alguém que trabalhasse como ele. João Paulo II não sabia fisicamente como perder um só minuto, porém nunca tinha ansiedade", continuou. E concluiu reconhecendo que "os seus colaboradores tiveram que aprender a levar esse estilo de vida e ele tinha uma capacidade muito grande conectar as menores coisas com os maiores valores".
[Trad.TS]
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Escutei João Paulo II me dizer: Levante-se e não tenhas medo
Entrevista com Floribeth Mora, a costarriquenha que foi curada milagrosamente de um aneurisma cerebral, quando lhe restava só um mês de vida
Por Sergio Mora
ROMA, 24 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A senhora costarriquenha Floribeth Mora, que foi curada de forma inexplicável de um aneurisma cerebral, por intercessão de João Paulo II, veio à Roma para a canonização do Papa polonês. A surpresa que teve quando lhe disseram que tinha só mais um mês de vida, o medo, o assombro dos médicos ao ver os exames posteriores ao momento do milagre, a voz que escutou e a segurança de que era a de João Paulo II.
ZENIT esteve com ela hoje, que contou vários detalhes para os nossos leitores.
***
ZENIT: O que aconteceu quando disseram que você tinha um aneurisma cerebral e que não havia saída?
- Floribeth Mora: Quando recebi o diagnóstico fiquei surpresa porque ninguém espera isso, pois se considera uma pessoa saudável. Fui ao hospital várias vezes para ter meus cinco filhos. O pior foi dias depois quando me disseram que me restava somente um mês de vida, esse foi o pior momento.
ZENIT: E, então, os médicos disseram pra você ir para casa?
- Floribeth Mora: Sim, foi incrível, eu nunca esperei receber uma notícia tão forte, no entanto, estava segurando firme nas mãos de Deus, pedindo a intercessão de João Paulo II. E quando se aproximava o momento pedia a Deus para me dar força, porque tinha medo, mas que Deus realizasse a sua vontade e não a minha, porque a sua é a que deve prevalecer em tudo.
ZENIT: Houve algum momento determinado em que você pediu a intercessão do Papa?
- Floribeth Mora: Ainda não tinha sido beatificado, embora sempre pensei que João Paulo II fosse um santo, não somente agora que vão canoniza-lo, já estando em vida o considerava um santo, desde sempre, uma pessoa tão especial.
ZENIT: Como foi que você se deu conta do milagre?
- Floribeth Mora: Quando ouvi uma voz no meu quarto que me disse "levante-se" e pela segunda vez, "levante-se e não tenhas medo". Havia ali uma revista que na capa trazia a foto de João Paulo II e vi as mãos do Papa sobressair, então me levantei da cama e sabendo que estava curada. E desde aquele dia estou de pé para a glória de Deus.
ZENIT: Quantos exames fizeram em você antes? Consultaram em outros países?
- Floribeth Mora: Em outros países não podíamos consultar porque não tinha os meios econômicos para isso. Porém, fui vista por vários médicos neurólogos de Costa Rica. Primeiro me fizeram um TAC, depois a ressonância magnética e depois a artereografía.
ZENIT: O aneurisma foi visto na artereografia ou em outros exames?
- Floribeth Mora: Em todos os exames o aneurisma aparecia. De minha parte estava certa da minha cura imediata, embora não tivesse os meios econômicos para comprovar o que estava dizendo. Só foi visto seis meses depois quando me fizeram uma ressonância magnética. Lembro e tenho muito clara em minha mente a cara de susto do médico, correndo de um lado para outro para ver se eram os exames certos. Não entendia esses últimos exames, correu para os arquivos, porque disse que uma mulher que teve o impacto cerebral como o que eu tinha sofrido não podia estar assim bem. Eu lhe disse: 'sei que estou curada' pela intercessão de João Paulo II, estou curada. Então, para mim, eram importantes os exames médicos porque eram uma prova do que dizia, e não apenas minhas palavras.
ZENIT: E depois?
- Floribeth Mora: Depois fui analisada por vários neurólogos de Costa Rica e também do setor privado. E sempre se surpreendiam. Eu ria muito quando me diziam: 'Mulher e quem foi que te disse que tinha um aneurisma?'. E depois aqui em Roma estive internada em outubro de 2012 no policlínico Gemelli onde fui analisada por vários médicos neurólogos, e me fizeram vários exames: ressonância magnética, arteriografia e outros.
ZENIT: E ficou alguma cicatriz ou algum traço?
- Floribeth Mora: Isso é o mais importante , não há nada nos exames que indique que em algum momento sofri um aneurisma, e nem sequer uma sequela na minha parte física que indique que sofri um dano ou uma paraplegia do meu lado esquerdo.
ZENIT: Por que se confiou a João Paulo II e não a outros santos?
- Floribeth Mora: Sempre admirei o padre Pio e creio na sua intercessão, mas com João Paulo II foi diferente, era o primeiro papa que chegou em Costa Rica e chocou a todos nós. Nesse momento eu era jovem e tinha 19 anos. O vi quando passou pela avenida segunda e depois pude participar de uma missa que o Papa celebrou na La Sabana, onde havia muitos jovens. E, embora o visse de longe, não precisei mais que isso para entender quem fosse.
ZENIT: Quando ouviu essa voz interior, em que idioma a ouviu?
- Floribeth Mora: Em espanhol, era a sua voz forte, sem dúvida, não posso duvidar do que eu ouvi, estou muito certa disso.
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online ZENIT esteve com ela hoje, que contou vários detalhes para os nossos leitores.
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ZENIT: O que aconteceu quando disseram que você tinha um aneurisma cerebral e que não havia saída?
- Floribeth Mora: Quando recebi o diagnóstico fiquei surpresa porque ninguém espera isso, pois se considera uma pessoa saudável. Fui ao hospital várias vezes para ter meus cinco filhos. O pior foi dias depois quando me disseram que me restava somente um mês de vida, esse foi o pior momento.
ZENIT: E, então, os médicos disseram pra você ir para casa?
- Floribeth Mora: Sim, foi incrível, eu nunca esperei receber uma notícia tão forte, no entanto, estava segurando firme nas mãos de Deus, pedindo a intercessão de João Paulo II. E quando se aproximava o momento pedia a Deus para me dar força, porque tinha medo, mas que Deus realizasse a sua vontade e não a minha, porque a sua é a que deve prevalecer em tudo.
ZENIT: Houve algum momento determinado em que você pediu a intercessão do Papa?
- Floribeth Mora: Ainda não tinha sido beatificado, embora sempre pensei que João Paulo II fosse um santo, não somente agora que vão canoniza-lo, já estando em vida o considerava um santo, desde sempre, uma pessoa tão especial.
ZENIT: Como foi que você se deu conta do milagre?
- Floribeth Mora: Quando ouvi uma voz no meu quarto que me disse "levante-se" e pela segunda vez, "levante-se e não tenhas medo". Havia ali uma revista que na capa trazia a foto de João Paulo II e vi as mãos do Papa sobressair, então me levantei da cama e sabendo que estava curada. E desde aquele dia estou de pé para a glória de Deus.
ZENIT: Quantos exames fizeram em você antes? Consultaram em outros países?
- Floribeth Mora: Em outros países não podíamos consultar porque não tinha os meios econômicos para isso. Porém, fui vista por vários médicos neurólogos de Costa Rica. Primeiro me fizeram um TAC, depois a ressonância magnética e depois a artereografía.
ZENIT: O aneurisma foi visto na artereografia ou em outros exames?
- Floribeth Mora: Em todos os exames o aneurisma aparecia. De minha parte estava certa da minha cura imediata, embora não tivesse os meios econômicos para comprovar o que estava dizendo. Só foi visto seis meses depois quando me fizeram uma ressonância magnética. Lembro e tenho muito clara em minha mente a cara de susto do médico, correndo de um lado para outro para ver se eram os exames certos. Não entendia esses últimos exames, correu para os arquivos, porque disse que uma mulher que teve o impacto cerebral como o que eu tinha sofrido não podia estar assim bem. Eu lhe disse: 'sei que estou curada' pela intercessão de João Paulo II, estou curada. Então, para mim, eram importantes os exames médicos porque eram uma prova do que dizia, e não apenas minhas palavras.
ZENIT: E depois?
- Floribeth Mora: Depois fui analisada por vários neurólogos de Costa Rica e também do setor privado. E sempre se surpreendiam. Eu ria muito quando me diziam: 'Mulher e quem foi que te disse que tinha um aneurisma?'. E depois aqui em Roma estive internada em outubro de 2012 no policlínico Gemelli onde fui analisada por vários médicos neurólogos, e me fizeram vários exames: ressonância magnética, arteriografia e outros.
ZENIT: E ficou alguma cicatriz ou algum traço?
- Floribeth Mora: Isso é o mais importante , não há nada nos exames que indique que em algum momento sofri um aneurisma, e nem sequer uma sequela na minha parte física que indique que sofri um dano ou uma paraplegia do meu lado esquerdo.
ZENIT: Por que se confiou a João Paulo II e não a outros santos?
- Floribeth Mora: Sempre admirei o padre Pio e creio na sua intercessão, mas com João Paulo II foi diferente, era o primeiro papa que chegou em Costa Rica e chocou a todos nós. Nesse momento eu era jovem e tinha 19 anos. O vi quando passou pela avenida segunda e depois pude participar de uma missa que o Papa celebrou na La Sabana, onde havia muitos jovens. E, embora o visse de longe, não precisei mais que isso para entender quem fosse.
ZENIT: Quando ouviu essa voz interior, em que idioma a ouviu?
- Floribeth Mora: Em espanhol, era a sua voz forte, sem dúvida, não posso duvidar do que eu ouvi, estou muito certa disso.
[Trad.TS]
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Fotógrafo de João Paulo II: Eu o vi sofrer muito, nunca reclamar
Arturo Mari, fotógrafo de Wojtyla, que tirou umas 6 milhões de fotos durante o seu pontificado explica como foi poder acompanha-lo durante este período
Por Rocio Lancho García
ROMA, 23 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O fotógrafo Arturo Mari teve a honra de seguir durante 27 anos a João Paulo II e imortalizar através da câmera o seu pontificado. Mari afirma que o papa polonês foi "um santo em vida por tudo o que pude ver, escutar", disse em uma coletiva com jornalistas na Universidade da Santa Cruz, por causa da próxima canonização de Wojtyla , que será realizada neste domingo, 27 de abril.
Da mesma forma, recorda que junto a ele percorreu o mundo, "tocamos todas as piores situações" e mencionou alguns encontros que recorda de forma especial, destacando que foi uma vida muito intensa. Desta forma, na sua opinião, a viagem mais bela foi a da Terra Santa, que aconteceu em março do ano 2000.
Desta viagem em concreto, destaca que "era preciso ver a atmosfera com os olhos". Ele recorda de uma forma especial do olhar do Santo Padre nessa peregrinação, que Mari podia observar com facilidade porque encontrava-se muito perto dele e afirma que "não era o Papa, não era João Paulo II", mas "era Deus que fez esse percurso na frente dos nossos olhos". E de um modo concreto, quis destacar a subida ao Calvário, que fisicamente supunha um esforço para ele, e ali João Paulo II chorou. "São momentos que não podem ser esquecidos, são momentos que tocam o coração, que nos fazem crescer na fé, na adesão à Igreja", diz emocionado o fotógrafo.
Respondendo à pergunta de uma jornalista sobre como é que o Papa fazia nas viagens de avião, o fotógrafo disse que João Paulo II não dormia durante o vôo. "Ele revisava todos os discursos, do primeiro ao último, retocando, detalhando, porque não confiava muito nas traduções, ele queria ver se tinham entendido bem o seu pensamento em um discurso", recorda Arturo Mari. E sobre isso acrescenta que também preparava outros discursos durante os vôos. Menciona por exemplo voltando de Angola, depois de meia hora de vôo pegou umas folhas e uma hora mais tarde o Santo Padre chamou a um monsenhor da Secretaria de Estado para avisar-lhe que tinha preparado o seu trabalho para a audiência geral da quarta-feira. Nestes momentos no avião, também se dedicava à leitura de livros, explica o fotógrafo.
Das 6 milhões de fotografias estimadas que Arturo Mari fez durante o pontificado do Papa João Paulo II, ele reconhece que "não tenho uma fotografia mais bonita, para mim todas são boas e bonitas porque sempre quis dar e comunicar os momentos mais interessantes do Papa e acho que consegui". Ainda assim, fala especialmente dessa famosa imagem do Santo Padre beijando a cruz na sua última Sexta-feira santa. O pontífice polonês naquela ocasião não pôde ir ao Coliseu para a tradicional Via Sacra. Mari afirma que "nessa fotografia pode-se resumir, na minha opinião, 27 anos de um pontificado". Desde a capela na qual João Paulo II acompanhava a retransmissão da Via Sacra, tomou a cruz, apoiou-a na testa, beijou o Cristo e apoiou-a no seu coração. "Para mim, estando perto, pude assistir os momentos mais interessantes, mais duros, mais fortes, ele sempre mencionou o mistério da Cruz, essa Cruz na qual sempre se apoiou no trabalho pastoral, com essa Cruz foi em meio a milhões de pessoas", explica o fotógrafo. Voltando a essa fotografia da Sexta-feira Santa, Mari explica que nas mãos do Papa polonês podem-se ver as unhas vermelhas de sangue pela força com que aperta a cruz.
Por outro lado, o fotógrafo de João Paulo II, destaca que para ele Woytyla não escreveu 14 encíclicas, mas 15. A número 15, diz ele, não a escreveu, mas a viveu com a sua vida, "foi o sofrimento da doença que viveu". Da mesma forma afirma que "pude ver o sofrimento e nunca escutei uma lamentação".
Falando sobre a relação que o papa polonês tinha com a sua imagem e como ela era percebida no mundo, o fotógrafo observa que não era algo que o preocupasse, "eram outros os problemas que tinha em mente". A este respeito acrescenta que "poder acariciar com a minha pele a sua pele, este carisma que ele exalava. Este carisma que me deu um privilégio, poder captar durante o tempo algo novo".
Para finalizar, deteve-se no período de maior sofrimento de Wojtyla. Durante este tempo, afirma, "nunca se envergonhou de nada. Talvez fosse eu que de minha parte quisesse captar o melhor possível algumas situações que em princípio tentei. Depois não porque parecia que tinha que tirar o seu pensamento, o seu credo". E conclui indicando que "ele, com esta doença, tem ensinado muitas coisas" e "ensinou-me o passo de uma vida à outra com muita serenidade, não falo de normalidade, mas de serenidade. E são momentos em que você entende que Deus existe".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Da mesma forma, recorda que junto a ele percorreu o mundo, "tocamos todas as piores situações" e mencionou alguns encontros que recorda de forma especial, destacando que foi uma vida muito intensa. Desta forma, na sua opinião, a viagem mais bela foi a da Terra Santa, que aconteceu em março do ano 2000.
Desta viagem em concreto, destaca que "era preciso ver a atmosfera com os olhos". Ele recorda de uma forma especial do olhar do Santo Padre nessa peregrinação, que Mari podia observar com facilidade porque encontrava-se muito perto dele e afirma que "não era o Papa, não era João Paulo II", mas "era Deus que fez esse percurso na frente dos nossos olhos". E de um modo concreto, quis destacar a subida ao Calvário, que fisicamente supunha um esforço para ele, e ali João Paulo II chorou. "São momentos que não podem ser esquecidos, são momentos que tocam o coração, que nos fazem crescer na fé, na adesão à Igreja", diz emocionado o fotógrafo.
Respondendo à pergunta de uma jornalista sobre como é que o Papa fazia nas viagens de avião, o fotógrafo disse que João Paulo II não dormia durante o vôo. "Ele revisava todos os discursos, do primeiro ao último, retocando, detalhando, porque não confiava muito nas traduções, ele queria ver se tinham entendido bem o seu pensamento em um discurso", recorda Arturo Mari. E sobre isso acrescenta que também preparava outros discursos durante os vôos. Menciona por exemplo voltando de Angola, depois de meia hora de vôo pegou umas folhas e uma hora mais tarde o Santo Padre chamou a um monsenhor da Secretaria de Estado para avisar-lhe que tinha preparado o seu trabalho para a audiência geral da quarta-feira. Nestes momentos no avião, também se dedicava à leitura de livros, explica o fotógrafo.
Das 6 milhões de fotografias estimadas que Arturo Mari fez durante o pontificado do Papa João Paulo II, ele reconhece que "não tenho uma fotografia mais bonita, para mim todas são boas e bonitas porque sempre quis dar e comunicar os momentos mais interessantes do Papa e acho que consegui". Ainda assim, fala especialmente dessa famosa imagem do Santo Padre beijando a cruz na sua última Sexta-feira santa. O pontífice polonês naquela ocasião não pôde ir ao Coliseu para a tradicional Via Sacra. Mari afirma que "nessa fotografia pode-se resumir, na minha opinião, 27 anos de um pontificado". Desde a capela na qual João Paulo II acompanhava a retransmissão da Via Sacra, tomou a cruz, apoiou-a na testa, beijou o Cristo e apoiou-a no seu coração. "Para mim, estando perto, pude assistir os momentos mais interessantes, mais duros, mais fortes, ele sempre mencionou o mistério da Cruz, essa Cruz na qual sempre se apoiou no trabalho pastoral, com essa Cruz foi em meio a milhões de pessoas", explica o fotógrafo. Voltando a essa fotografia da Sexta-feira Santa, Mari explica que nas mãos do Papa polonês podem-se ver as unhas vermelhas de sangue pela força com que aperta a cruz.
Por outro lado, o fotógrafo de João Paulo II, destaca que para ele Woytyla não escreveu 14 encíclicas, mas 15. A número 15, diz ele, não a escreveu, mas a viveu com a sua vida, "foi o sofrimento da doença que viveu". Da mesma forma afirma que "pude ver o sofrimento e nunca escutei uma lamentação".
Falando sobre a relação que o papa polonês tinha com a sua imagem e como ela era percebida no mundo, o fotógrafo observa que não era algo que o preocupasse, "eram outros os problemas que tinha em mente". A este respeito acrescenta que "poder acariciar com a minha pele a sua pele, este carisma que ele exalava. Este carisma que me deu um privilégio, poder captar durante o tempo algo novo".
Para finalizar, deteve-se no período de maior sofrimento de Wojtyla. Durante este tempo, afirma, "nunca se envergonhou de nada. Talvez fosse eu que de minha parte quisesse captar o melhor possível algumas situações que em princípio tentei. Depois não porque parecia que tinha que tirar o seu pensamento, o seu credo". E conclui indicando que "ele, com esta doença, tem ensinado muitas coisas" e "ensinou-me o passo de uma vida à outra com muita serenidade, não falo de normalidade, mas de serenidade. E são momentos em que você entende que Deus existe".
[Trad.TS]
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Histórias de dois papas santos
João XXIII e João Paulo II serão canonizados no dia 27 de abril na Praça de São Pedro
Por Redacao
MADRI, 23 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Muitas são as histórias relatadas sobre a vida de João XXIII que demostram o seu singelo e espontâneo senso de humor. Contam que, na sua primeira noite como pontífice, ele pediu ao cardeal Nasalli que ficasse para jantar com ele. Mas o purpurado lhe respondeu que era costume que os papas comessem sozinhos. O recém-eleito respondeu: "Mas nem sequer como papa vão me deixar fazer o que me der na telha?". O cardeal, aceitando então o convite, perguntou: "Santidade, posso trazer champanhe?". João XXIII respondeu: "Pode sim, por favor, mas não me chame de Santidade, porque cada vez que você faz isso parece que está brincando comigo!".
Conta-se também que o seu primeiro gesto, horas depois de ser eleito como Sucessor de Pedro, foi aumentar o salário dos carregadores da cadeira papal, que era usada até aquela época: "Eu peso quase cem quilos a mais que Pio XII", brincou João XXIII. Ele mesmo aboliria, pouco depois, esse antigo uso da cadeira papal.
O Papa Bom tinha sido sargento sanitário durante a Primeira Guerra Mundial e, com bom humor, recordava esse fato aos mais pomposos. Um dia, um capitão da Gendarmaria Vaticana se ajoelhou aos seus pés e João XXIII lhe disse: "Mas levante-se, homem! Você é um capitão e eu sou só um sargento!".
No começo do seu pontificado, João XXIII teve que posar para os fotógrafos para tirar as fotos oficiais como novo pontífice. Em certa ocasião, imediatamente depois de posar diante das câmaras, ele recebeu em audiência o famoso monsenhor Fulton Sheen, que era um bispo muito conhecido nos Estados Unidos porque pregava na televisão. Ao saudá-lo, o pontífice lhe disse com toda a simplicidade: "Veja só. Deus nosso Senhor já sabia muito bem, há setenta e sete anos, que eu iria ser eleito papa. Será que Ele não podia ter me feito mais fotogênico?".
De João Paulo II também há uma grande quantidade de relatos que refletem uma personalidade singelamente humana. No dia do início do conclave que resultaria na sua eleição, o carro que levava o futuro papa João Paulo II sofreu uma pane. O cardeal Wojtyla então pediu carona e um caminhoneiro o levou diretamente à Praça de São Pedro. Ele chegou tão apertado de tempo que quase não pôde participar do conclave. De fato, Wojtyla foi o último purpurado a entrar na Capela Sistina.
Certo dia, recém-chegado do hospital Gemelli, onde tinha sido operado por causa de uma ruptura de fêmur, o pontífice polonês recebeu um bispo, que se entreteve elogiando o bom aspecto físico que o papa apresentava. "Sabe o que lhe digo, Santidade? O hospital lhe fez muito bem. Está inclusive melhor do que antes de entrar no Gemelli". O papa o olhou fixamente, com ar de quem ia fazer uma piada, e respondeu: "Pois então, meu caro, por que você não se interna lá também?".
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Conta-se também que o seu primeiro gesto, horas depois de ser eleito como Sucessor de Pedro, foi aumentar o salário dos carregadores da cadeira papal, que era usada até aquela época: "Eu peso quase cem quilos a mais que Pio XII", brincou João XXIII. Ele mesmo aboliria, pouco depois, esse antigo uso da cadeira papal.
O Papa Bom tinha sido sargento sanitário durante a Primeira Guerra Mundial e, com bom humor, recordava esse fato aos mais pomposos. Um dia, um capitão da Gendarmaria Vaticana se ajoelhou aos seus pés e João XXIII lhe disse: "Mas levante-se, homem! Você é um capitão e eu sou só um sargento!".
No começo do seu pontificado, João XXIII teve que posar para os fotógrafos para tirar as fotos oficiais como novo pontífice. Em certa ocasião, imediatamente depois de posar diante das câmaras, ele recebeu em audiência o famoso monsenhor Fulton Sheen, que era um bispo muito conhecido nos Estados Unidos porque pregava na televisão. Ao saudá-lo, o pontífice lhe disse com toda a simplicidade: "Veja só. Deus nosso Senhor já sabia muito bem, há setenta e sete anos, que eu iria ser eleito papa. Será que Ele não podia ter me feito mais fotogênico?".
De João Paulo II também há uma grande quantidade de relatos que refletem uma personalidade singelamente humana. No dia do início do conclave que resultaria na sua eleição, o carro que levava o futuro papa João Paulo II sofreu uma pane. O cardeal Wojtyla então pediu carona e um caminhoneiro o levou diretamente à Praça de São Pedro. Ele chegou tão apertado de tempo que quase não pôde participar do conclave. De fato, Wojtyla foi o último purpurado a entrar na Capela Sistina.
Certo dia, recém-chegado do hospital Gemelli, onde tinha sido operado por causa de uma ruptura de fêmur, o pontífice polonês recebeu um bispo, que se entreteve elogiando o bom aspecto físico que o papa apresentava. "Sabe o que lhe digo, Santidade? O hospital lhe fez muito bem. Está inclusive melhor do que antes de entrar no Gemelli". O papa o olhou fixamente, com ar de quem ia fazer uma piada, e respondeu: "Pois então, meu caro, por que você não se interna lá também?".
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Terminou a Megamissão 2014
Dezoito mil missionários participaram da iniciativa, que chegou agora à sua 21ª edição, organizada pela Juventude Missionária do Regnum Christi e dos Legionários de Cristo no México
Por Redacao
ROMA, 23 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A vigésima primeira edição da Megamissão organizada pela Juventude Missionária, apostolado dos Legionários de Cristo e do Regnum Christi, terminou com duas missas de Páscoa.
Este ano, 18 mil missionários responderam ao convite para servir e levar o amor de Cristo aos necessitados, alcançando mais de 2000 comunidades espalhadas por todo o México. As Missas conclusivas aconteceram em Guadalajara, na presença de 2.500 missionários, e na Universidade Anahuac na Cidade do México, com a participação de mais de 12 mil missionários.
Esta última missa foi celebrada pelo padre Ricardo Sala, LC, diretor territorial do Regnum Christi e da Legião de Cristo no México. Durante a sua homilia, padre Sada convidou a todos a fazer-se a pergunta sobre o que aconteceria com cada um se levasse a sério a realidade da Ressurreição e da mensagem de Cristo. Além do mais recordou o convite do Santo Padre de serem generosos para serem missionários de Cristo todos os dias.
"O fato de famílias inteiras e jovens irem compartilhar a sua fé durante a Semana Santa é muito encorajador", disse P. Rafael Pacanins, LC, que realizou a missão com um grupo de jovens na Cidade do México na Sierra de Puebla. "O convite do Papa Francisco de ir às periferias é algo que a Igreja tomou muito a sério e os 18 000 missionários da Juventude Missionária que apoiou os pastores nas comunidades necessitadas são a prova disso", disse. "Deu-nos muita alegria encontrar-nos também com outros grupos missionários, como La Salle, e muitas outras paróquias. Isso demonstra que a Igreja está viva", disse Pacanins.
Durante o Megamissão deste ano, 260 sacerdotes Legionários de Cristo acompanharam os missionários. Foi-se casa por casa escutando as pessoas, compreendendo os seus problemas, orando juntos e compartilhando a fé. Dentro de muitos grupos estavam presentes médicos, psicólogos, dentistas e terapeutas familiares que oferecem os seus serviços gratuitamente para as pessoas. Além do mais se apoiou trabalhos para a construção ou a manutenção das casas, e foram distribuídos alimentos e medicamentos.
Os missionários foram enviados pelo Núncio Apostólico no México, mons. Christophe Pierre, no dia 12 de abril, da Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe. Em sua homilia, o Núncio exortou os missionários a "estar com Jesus para serem seus amigos, ou seja, tornar-se sempre mais semelhantes a Ele para serem assim capazes de apoiar outros por amor. [...] Caros amigos, cada um de vocês pode ser alegre testemunha do amor de Jesus e do seu Evangelho, se Cristo mesmo vive em vocês e se permaneceis sempre unidos a Ele como os ramos à videira. Deixai-vos, pois, encontrar Jesus intimamente a cada dia, deixai-vos amar por Jesus: o amigo que realmente não decepciona jamais".
Entre os promotores da Megamissão, Cristina Danel, consagrada do Regnum Christi. "É um exemplo da grande contribuição das mulheres para a Igreja e para a chamada de todos os batizados de evangelizar", disse Javier Bravo, porta-voz do Regnum Christi no México.
Outras missões deste tipo foram organizadas na Espanha, EUA, Itália , Haiti, Alemanha , Venezuela , Colômbia, Brasil, Polônia e outros países da América do Sul, Ásia e África.
"Acabamos cansados e felizes por termos podido viver uma semana santa levando esperança a muitas pessoas", disse o sacerdote legionário Tomas Guerrero, LC, missionário na Serra de Nayarit.
Juan Antonio Muñoz, natural de Guadalajara que compareceu com sua esposa e filhas para a missão no Tequila, afirma: "Para mim, é uma benção poder ter essa experiência missionária, e acho que é muito importante que as minhas filhas também a vivam. Acho que a chave do sucesso tenha sido ter tido adoração durante todo o tempo da missão em uma capela no Camp Siamo. Dali tiramos a força para evangelizar. Agora a coisa importante é que a atitude missionária continue quando voltemos para casa, como pede o Papa Francisco"
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Este ano, 18 mil missionários responderam ao convite para servir e levar o amor de Cristo aos necessitados, alcançando mais de 2000 comunidades espalhadas por todo o México. As Missas conclusivas aconteceram em Guadalajara, na presença de 2.500 missionários, e na Universidade Anahuac na Cidade do México, com a participação de mais de 12 mil missionários.
Esta última missa foi celebrada pelo padre Ricardo Sala, LC, diretor territorial do Regnum Christi e da Legião de Cristo no México. Durante a sua homilia, padre Sada convidou a todos a fazer-se a pergunta sobre o que aconteceria com cada um se levasse a sério a realidade da Ressurreição e da mensagem de Cristo. Além do mais recordou o convite do Santo Padre de serem generosos para serem missionários de Cristo todos os dias.
"O fato de famílias inteiras e jovens irem compartilhar a sua fé durante a Semana Santa é muito encorajador", disse P. Rafael Pacanins, LC, que realizou a missão com um grupo de jovens na Cidade do México na Sierra de Puebla. "O convite do Papa Francisco de ir às periferias é algo que a Igreja tomou muito a sério e os 18 000 missionários da Juventude Missionária que apoiou os pastores nas comunidades necessitadas são a prova disso", disse. "Deu-nos muita alegria encontrar-nos também com outros grupos missionários, como La Salle, e muitas outras paróquias. Isso demonstra que a Igreja está viva", disse Pacanins.
Durante o Megamissão deste ano, 260 sacerdotes Legionários de Cristo acompanharam os missionários. Foi-se casa por casa escutando as pessoas, compreendendo os seus problemas, orando juntos e compartilhando a fé. Dentro de muitos grupos estavam presentes médicos, psicólogos, dentistas e terapeutas familiares que oferecem os seus serviços gratuitamente para as pessoas. Além do mais se apoiou trabalhos para a construção ou a manutenção das casas, e foram distribuídos alimentos e medicamentos.
Os missionários foram enviados pelo Núncio Apostólico no México, mons. Christophe Pierre, no dia 12 de abril, da Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe. Em sua homilia, o Núncio exortou os missionários a "estar com Jesus para serem seus amigos, ou seja, tornar-se sempre mais semelhantes a Ele para serem assim capazes de apoiar outros por amor. [...] Caros amigos, cada um de vocês pode ser alegre testemunha do amor de Jesus e do seu Evangelho, se Cristo mesmo vive em vocês e se permaneceis sempre unidos a Ele como os ramos à videira. Deixai-vos, pois, encontrar Jesus intimamente a cada dia, deixai-vos amar por Jesus: o amigo que realmente não decepciona jamais".
Entre os promotores da Megamissão, Cristina Danel, consagrada do Regnum Christi. "É um exemplo da grande contribuição das mulheres para a Igreja e para a chamada de todos os batizados de evangelizar", disse Javier Bravo, porta-voz do Regnum Christi no México.
Outras missões deste tipo foram organizadas na Espanha, EUA, Itália , Haiti, Alemanha , Venezuela , Colômbia, Brasil, Polônia e outros países da América do Sul, Ásia e África.
"Acabamos cansados e felizes por termos podido viver uma semana santa levando esperança a muitas pessoas", disse o sacerdote legionário Tomas Guerrero, LC, missionário na Serra de Nayarit.
Juan Antonio Muñoz, natural de Guadalajara que compareceu com sua esposa e filhas para a missão no Tequila, afirma: "Para mim, é uma benção poder ter essa experiência missionária, e acho que é muito importante que as minhas filhas também a vivam. Acho que a chave do sucesso tenha sido ter tido adoração durante todo o tempo da missão em uma capela no Camp Siamo. Dali tiramos a força para evangelizar. Agora a coisa importante é que a atitude missionária continue quando voltemos para casa, como pede o Papa Francisco"
[Trad.TS]
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Religiosa denuncia crucificação de cristãos na Síria
Grupos extremistas exigem que cristãos apostatem e se convertam ao islã para evitar a morte
Por Redacao
MADRI, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Combatentes muçulmanos na Síria estão exigindo que os cristãos se convertam ao islã. Caso se neguem, são ameaçados de crucificação, como Jesus. Alguns cristãos se recusaram e já foram crucificados pelos islamistas radicais. A denúncia foi feita nesta Sexta-Feira Santa pela irmã Raghida.
A religiosa síria dirigia a escola do patriarcado greco-católico de Damasco e hoje vive na França. Ela relatou à Radio Vaticano que, "tanto nas cidades quanto nos povoados ocupados por extremistas armados, os cristãos são obrigados a se converter ao islã ou a morrer. Algumas vezes, eles pedem também um resgate para libertá-los".
"Alguns deles sofrem o martírio de uma forma extremamente desumana, com uma terrível violência que não tem nem nome. Em Maalula foram crucificados dois jovens cristãos. Um deles foi crucificado diante do pai dele. Em Abra, uma cidade industrial da província de Damasco, houve casos semelhantes".
Depois dos crimes, militantes chegaram a cortar as cabeças dos cristãos assassinados e jogar futebol com elas. Mulheres grávidas tiveram seus bebês arrancados do ventre e enforcados em árvores com os próprios cordões umbilicais, declarou ainda a irmã Raghida.
Maalula, na periferia de Damasco, foi cenário de duros combates entre o exército e os rebeldes durante meses, até que as forças leais a Assad recuperassem o controle. Com 5.000 habitantes, o povoado ainda fala e reza em aramaico, a língua de Jesus Cristo, transmitida de pais para filhos. Hoje, a cidade é símbolo do martírio dos cristãos na Síria.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A religiosa síria dirigia a escola do patriarcado greco-católico de Damasco e hoje vive na França. Ela relatou à Radio Vaticano que, "tanto nas cidades quanto nos povoados ocupados por extremistas armados, os cristãos são obrigados a se converter ao islã ou a morrer. Algumas vezes, eles pedem também um resgate para libertá-los".
"Alguns deles sofrem o martírio de uma forma extremamente desumana, com uma terrível violência que não tem nem nome. Em Maalula foram crucificados dois jovens cristãos. Um deles foi crucificado diante do pai dele. Em Abra, uma cidade industrial da província de Damasco, houve casos semelhantes".
Depois dos crimes, militantes chegaram a cortar as cabeças dos cristãos assassinados e jogar futebol com elas. Mulheres grávidas tiveram seus bebês arrancados do ventre e enforcados em árvores com os próprios cordões umbilicais, declarou ainda a irmã Raghida.
Maalula, na periferia de Damasco, foi cenário de duros combates entre o exército e os rebeldes durante meses, até que as forças leais a Assad recuperassem o controle. Com 5.000 habitantes, o povoado ainda fala e reza em aramaico, a língua de Jesus Cristo, transmitida de pais para filhos. Hoje, a cidade é símbolo do martírio dos cristãos na Síria.
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Comunicar a fé hoje
Biblioteca digital da nova evangelização
Leitor, sua sugestão é muito importante para nossa equipe. Projeto de livros digitais.
Por Redacao
ROMA, 25 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Leitor(a), pedimos sua sugestão sobre qual temática, dentre as várias já publicadas em nosso site você acharia mais relevante para se ter em formato de livro em sua biblioteca digital. Você pode votar nesses temas abaixo ou dar a sua sugestão de tema:
Tema 1 - O Papa Francisco - Um ano de Pontificado
Tema 2 - Catequese para Crianças
Tema 3 - Preparação ao Matrimônio
Tema 4 - A Defesa da Vida no Mundo
Tema 5 - Vocação e vida religiosa
Tema 6 - Entrevistas temáticas
Tema 7 - Outro: Qual sua sugestão?
Sua sugestão é parte de um novo projeto que ZENIT vai apresentar-lhe em breve. Por isso, para enviar sua sugestão e solicitar maiores informações deste novo projeto envie um email para: thacio.siqueira@zenitteam.org, colocando no Assunto da mensagem as palavras: Livros Digitais.
Vários leitores já enviaram sugestões! Participe você também!
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Tema 1 - O Papa Francisco - Um ano de Pontificado
Tema 2 - Catequese para Crianças
Tema 3 - Preparação ao Matrimônio
Tema 4 - A Defesa da Vida no Mundo
Tema 5 - Vocação e vida religiosa
Tema 6 - Entrevistas temáticas
Tema 7 - Outro: Qual sua sugestão?
Sua sugestão é parte de um novo projeto que ZENIT vai apresentar-lhe em breve. Por isso, para enviar sua sugestão e solicitar maiores informações deste novo projeto envie um email para: thacio.siqueira@zenitteam.org, colocando no Assunto da mensagem as palavras: Livros Digitais.
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Catequese para Adultos: Formação de catequistas (III)
A tradição bíblica como primeira fonte
Por José Barbosa de Miranda
BRASíLIA, 25 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A Bíblia é a primeira fonte da formação catequética (CT, 27). O amor de Deus foi semeado no coração das pessoas pela Sagrada Escritura. Ela é o retrato falado de Deus. Ele usou os homens para se tornar visível: "imagem e semelhança de Deus" (Gn 1,22). De tal modo que alguém, ao ver o outro, possa dizer: você me lembra de Deus. Nossa vocação é muito forte e real. Para me parecer com Deus preciso saber como Ele é. É o que a Igreja chama de CATEQUESE BÍBLICA.
AS FONTES DA CATEQUESE
Vamos caminhar, nos próximos artigos, com as primeiras fontes da catequese, os elementos basilares da formação de catequistas. É preciso entrar nessas fontes de coração aberto ao Espírito Santo que nos faz entender todas as coisas (cf. Jo 14,26). O Diretório Geral da Catequese reúne, como fontes que se completam, Sagrada Tradição, Sagrada Escritura, enquanto redigida, Magistério da Igreja que faz a sua autêntica interpretação. Essas fontes têm cada uma a sua mensagem edificadora da fé. "Todas estas fontes, principais ou subsidiárias, da catequese, as quais, de modo algum, devem ser entendidas em sentido unívoco. A Sagrada Escritura 'é a Palavra de Deus enquanto é redigida sob a moção do Espirito Santo' (DV, 9), e a Sagrada Tradição 'transmitida integralmente aos sucessores dos Apóstolos, a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo' (CV 10). O Magistério tem a tarefa de 'interpretar autenticamente a Palavra de Deus' (DV 10b), cumprindo, em nome de Jesus Cristo, um serviço eclesial fundamental. Tradição, Escritura e Magistério, intimamente conexos e unidos, são cada qual a seu modo, as fontes essenciais da catequese" (DGC, n. 96).
A SAGRADA TRADIÇÃO, PRIMEIRA REVELAÇÃO DE DEUS
É impossível, em um artigo, penetrar no todo da Sagrada Tradição. Daremos os primeiros passos abrindo a porta ao Deus que se revela, e depois alguém poder aprofundar nesta Revelação. Continuaremos nos próximos artigos.
Para chegarem até nós, as mensagens divinas foram assimiladas por Israel, primeiramente de forma oral, dentro das famílias, e repetidas de pai para filhos (cf. Dt 6, 4-7), só mais tarde, pelos escritos, temos a Tradição Escrita. O Concílio do Vaticano II, na sua Constituição Dogmática Dei Verbum, assim nos ensina sobre a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura: "Os Apóstolos transmitindo aquilo que eles próprios receberam, exortam os fiéis a manter as tradições que aprenderam, seja oralmente, seja por carta (cf. 2Ts 2,15) e a combater pela fé que se lhes transmitiu uma vez para sempre. [...]. Pela mesma Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nele cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar atuantes" (DV 8). E continua: "A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura estão, portanto, entre si estreitamente unidas e comunicantes" (DV 9). "A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só sagrado deposito da palavra de Deus confiado à Igreja" (DV 10).
Qual é a finalidade da Tradição? Ela é comum em todas as sociedades humanas e em todas as épocas:
Assegura a continuidade das culturas e dos costumes às gerações futuras.Do lado religioso, assegura a continuidade na transmissão das crenças, fé, ritos, orações, celebrações, ensinamentos, quer de forma oral quer por escritos.As civilizações antigas asseguraram a sua continuidade pela tradição oral e, às vezes, escrita. Israel, povo eleito de Deus (cf. Dt 7,6-9), assimilou e adaptou as tradições cultuais egípcias às suas formas de culto a Javé, seu Deus único, deixando-nos o maior legado da comunicação de Deus aos homens.
Vemos Deus se revelando aos homens na história da salvação. A partir do primeiro pecado, Deus está sempre a lado da sua obra que "era muito boa" (cf. Gn 1, 31). Promete uma descendência salvadora (cf. Gn 3,15). Realiza uma nova criação (Cf. Gn 9, 1-17). Celebra uma aliança com toda a descendência (cf. Gn 17, 4-8). Funda em Jacó o seu novo povo, Israel (cf. Gn 35, 10). Promete e liberta seu povo do cativeiro egípcio (Livro do Êxodo). Dá-lhe um estatuto (cf. Ex 20, 1-20). Entrega a terra da promessa a seu povo (Livro de Josué). Ratifica com seu povo a Aliança (Js 24, 1-16). Constitui a dinastia davídica da qual nascerá entre nós o Salvador (1Sm 16,13). E a tradição messiânica passa pelos profetas até chegar à plenitude do tempo em Cristo (Gl 4,4).
Toda essa lembrança rápida da Revelação Divina foi guardada pela Tradição Oral. Ela faz parte da Bíblia, pois é seu santo embrião gerado de geração em geração: "É a transmissão desse depósito que confere a Israel sua fisionomia própria e que assegura sua continuidade espiritual desde a época patriarcal até o limiar do NT. Se esse depósito é sagrado, não o é somente por ser um legado das gerações como em todas as tradições humanas. É antes de tudo por ser de origem divina" (Vocabulário de Teologia Bíblica, Xavier Léon-Dufour, SJ, Ed. Vozes, 2008, p.1035).
A PRAXE CATEQUÉTICA
A catequese consiste em ensinar as verdades reveladas como aconteceram. Ela parte de sua origem, seu princípio vivificador e chega até nós pelo anúncio missionário. É vivida intensamente pela Igreja que a repassa a toda comunidade, como aprendemos com os Pais e testemunhamos com os Apóstolos. A formação para a catequese deve responder aos anseios do povo de Deus desde a sua origem, saber da expectativa do Messias para viver plenamente o Cristo que habita entre nós (Jo 1,14). A Tradição Oral não é uma repetição de estórias, mas deixar-se encontrar por Deus como Ele achou seu povo numa terra de deserto vazio e solitário (cf. Dt 32,10), e para fazê-lo seu herdeiro (Dt 7,6; 14,2).
PARA REFLETIR
1) A catequese com adultos está orientada para o encontro histórico do homem com Deus?
2) Como introduzir o adulto nessa Tradição Bíblica, fazendo-o herdeiro dessa Revelação divina?
Para ler os artigos anteriores:
Catequese para Adultos: Formação de catequistas (I)
Catequese para Adultos: Formação de catequistas (II)
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online AS FONTES DA CATEQUESE
Vamos caminhar, nos próximos artigos, com as primeiras fontes da catequese, os elementos basilares da formação de catequistas. É preciso entrar nessas fontes de coração aberto ao Espírito Santo que nos faz entender todas as coisas (cf. Jo 14,26). O Diretório Geral da Catequese reúne, como fontes que se completam, Sagrada Tradição, Sagrada Escritura, enquanto redigida, Magistério da Igreja que faz a sua autêntica interpretação. Essas fontes têm cada uma a sua mensagem edificadora da fé. "Todas estas fontes, principais ou subsidiárias, da catequese, as quais, de modo algum, devem ser entendidas em sentido unívoco. A Sagrada Escritura 'é a Palavra de Deus enquanto é redigida sob a moção do Espirito Santo' (DV, 9), e a Sagrada Tradição 'transmitida integralmente aos sucessores dos Apóstolos, a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo' (CV 10). O Magistério tem a tarefa de 'interpretar autenticamente a Palavra de Deus' (DV 10b), cumprindo, em nome de Jesus Cristo, um serviço eclesial fundamental. Tradição, Escritura e Magistério, intimamente conexos e unidos, são cada qual a seu modo, as fontes essenciais da catequese" (DGC, n. 96).
A SAGRADA TRADIÇÃO, PRIMEIRA REVELAÇÃO DE DEUS
É impossível, em um artigo, penetrar no todo da Sagrada Tradição. Daremos os primeiros passos abrindo a porta ao Deus que se revela, e depois alguém poder aprofundar nesta Revelação. Continuaremos nos próximos artigos.
Para chegarem até nós, as mensagens divinas foram assimiladas por Israel, primeiramente de forma oral, dentro das famílias, e repetidas de pai para filhos (cf. Dt 6, 4-7), só mais tarde, pelos escritos, temos a Tradição Escrita. O Concílio do Vaticano II, na sua Constituição Dogmática Dei Verbum, assim nos ensina sobre a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura: "Os Apóstolos transmitindo aquilo que eles próprios receberam, exortam os fiéis a manter as tradições que aprenderam, seja oralmente, seja por carta (cf. 2Ts 2,15) e a combater pela fé que se lhes transmitiu uma vez para sempre. [...]. Pela mesma Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nele cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar atuantes" (DV 8). E continua: "A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura estão, portanto, entre si estreitamente unidas e comunicantes" (DV 9). "A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só sagrado deposito da palavra de Deus confiado à Igreja" (DV 10).
Qual é a finalidade da Tradição? Ela é comum em todas as sociedades humanas e em todas as épocas:
Assegura a continuidade das culturas e dos costumes às gerações futuras.Do lado religioso, assegura a continuidade na transmissão das crenças, fé, ritos, orações, celebrações, ensinamentos, quer de forma oral quer por escritos.As civilizações antigas asseguraram a sua continuidade pela tradição oral e, às vezes, escrita. Israel, povo eleito de Deus (cf. Dt 7,6-9), assimilou e adaptou as tradições cultuais egípcias às suas formas de culto a Javé, seu Deus único, deixando-nos o maior legado da comunicação de Deus aos homens.
Vemos Deus se revelando aos homens na história da salvação. A partir do primeiro pecado, Deus está sempre a lado da sua obra que "era muito boa" (cf. Gn 1, 31). Promete uma descendência salvadora (cf. Gn 3,15). Realiza uma nova criação (Cf. Gn 9, 1-17). Celebra uma aliança com toda a descendência (cf. Gn 17, 4-8). Funda em Jacó o seu novo povo, Israel (cf. Gn 35, 10). Promete e liberta seu povo do cativeiro egípcio (Livro do Êxodo). Dá-lhe um estatuto (cf. Ex 20, 1-20). Entrega a terra da promessa a seu povo (Livro de Josué). Ratifica com seu povo a Aliança (Js 24, 1-16). Constitui a dinastia davídica da qual nascerá entre nós o Salvador (1Sm 16,13). E a tradição messiânica passa pelos profetas até chegar à plenitude do tempo em Cristo (Gl 4,4).
Toda essa lembrança rápida da Revelação Divina foi guardada pela Tradição Oral. Ela faz parte da Bíblia, pois é seu santo embrião gerado de geração em geração: "É a transmissão desse depósito que confere a Israel sua fisionomia própria e que assegura sua continuidade espiritual desde a época patriarcal até o limiar do NT. Se esse depósito é sagrado, não o é somente por ser um legado das gerações como em todas as tradições humanas. É antes de tudo por ser de origem divina" (Vocabulário de Teologia Bíblica, Xavier Léon-Dufour, SJ, Ed. Vozes, 2008, p.1035).
A PRAXE CATEQUÉTICA
A catequese consiste em ensinar as verdades reveladas como aconteceram. Ela parte de sua origem, seu princípio vivificador e chega até nós pelo anúncio missionário. É vivida intensamente pela Igreja que a repassa a toda comunidade, como aprendemos com os Pais e testemunhamos com os Apóstolos. A formação para a catequese deve responder aos anseios do povo de Deus desde a sua origem, saber da expectativa do Messias para viver plenamente o Cristo que habita entre nós (Jo 1,14). A Tradição Oral não é uma repetição de estórias, mas deixar-se encontrar por Deus como Ele achou seu povo numa terra de deserto vazio e solitário (cf. Dt 32,10), e para fazê-lo seu herdeiro (Dt 7,6; 14,2).
PARA REFLETIR
1) A catequese com adultos está orientada para o encontro histórico do homem com Deus?
2) Como introduzir o adulto nessa Tradição Bíblica, fazendo-o herdeiro dessa Revelação divina?
Para ler os artigos anteriores:
Catequese para Adultos: Formação de catequistas (I)
Catequese para Adultos: Formação de catequistas (II)
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Homens e Mulheres de Fé
Monges Cistercienses de São José do Rio Pardo (I)
História da vida monástica de São José do Rio Pardo, SP
Por Vanderlei de Lima
AMPARO, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Não é raro, em nossos dias, encontrar pessoas desejosas de conhecerem ou tentarem entender melhor a vida em um mosteiro ou apenas de saberem como vivem os monges católicos, qual sua origem e função na Igreja.
Esta série de artigos busca responder, didaticamente, a essa dúvida sadia a partir da vida monástica cultivada na Abadia de Nossa Senhora de São Bernardo, em São José do Rio Pardo (SP), fundada em 1939, no mesmo local em que se encontra atualmente: ao lado do Santuário São Roque na Praça Mons. Guilherme Arnould, 51.
Iniciamos esclarecendo que o termo monge vem do grego monachós e designa aquele fiel que deixou casa, parentes, bens materiais e se retirou para a solidão a fim de ali servir, no desprendimento do mundo, a Deus como o Único Necessário em sua vida. No início desse modelo de vida religiosa, esses homens e mulheres se retiravam, solitariamente, para lugares desertos ou ermos (daí o nome eremita) a fim de ali rezarem, trabalharem e, com o fruto de seus trabalhos, praticarem a caridade para com os mais necessitados. Embora isolados uns dos outros, visitavam-se e trocavam experiências da vida a fim de se amadurecerem, reciprocamente, no progresso espiritual.
Nos séculos IV e V, começa a aparecer ao lado da vida eremítica, o modo de viver cenobítico (de Koinós = comum e bios = vida), ou seja, de vida em comunidade, cuja primeira Regra foi escrita por São Pacômio (†346), no Egito, seguida pela de São Basílio (†379) e pela mais conhecida, hoje, que é a de São Bento (†547), merecedor do título de "Pai dos Monges do Ocidente". Esta regra prescreve, basicamente, que o monge se entregue a Deus pela consagração em uma família, que é o mosteiro, sob a orientação segura de um Pai (Abade), exercitando-se no serviço do Senhor por meio da oração e do trabalho, bases da vida monástica beneditina.
No século X, no entanto, em meio a tantas dificuldades na Igreja, as abadias beneditinas também não passaram ilesas pela corrupção dos costumes, de modo que os santos Abades Alberto, Alberico e Estevão, junto com outros companheiros, iniciaram, na França, um mosteiro capaz de reformar a vida de seus membros. Esse cenóbio se chamava Cîteaux, daí o nome Cisterciense.
Essa reforma deu origem à espiritualidade dos monges cistercienses que se resume no seguinte: combinar, de modo harmonioso, dois elementos do monaquismo, ou seja, a vida eremítica – cuja solidão e silêncio muito favorecem a oração – e a cenobítica ou fraterna proposta pela Regra de São Bento, por ela se realiza o ideal de vida apostólica das comunidades primitivas que tinham "um só coração e uma só alma" (At 4,32; cf. At. 2,42-47). Nesse quadro, aparecem também outros importantes elementos desta vida: o afastamento do mundo, o despojamento na pobreza e simplicidade, o regime alimentar sóbrio e a fecunda monotonia dos trabalhos realizados (cf. Cister 1098-1998. Escola de Caridade. Folheto explicativo, s/d).
Quem toma contato com os horários do Mosteiro de São José do Rio Pardo percebe o quanto ele está realmente voltado para o louvor a Deus por meio da oração e do trabalho que pode ser manual (faxina, preparação dos alimentos, cuidado de animais etc.), intelectual (estudos acadêmicos ou internos sempre a serviço da Igreja) e pastoral (no caso dos sacerdotes, a capelania de colégios ou hospitais, atendimento na portaria do mosteiro, na paróquia etc.).
Na Abadia de Nossa Senhora de São Bernardo, os horários são, salvo raras variações em alguns dias, os seguintes: 4h40, despertar; 5h Ofício de Vigílias (também chamado de Leituras), seguido de Laudes; 6h15, Santa Missa; 6h50, Capítulo (reunião em uma sala própria do mosteiro para a leitura da Santa Regra de São Bento no trecho correspondente àquele dia com um comentário da mesma pelo Abade) seguido do café da manhã e da LectioDivina (Leitura orante da Bíblia); 8h, Ofício de Terça; 8h15, início dos trabalhos ou estudos; 12h, Ofício de Sexta seguido do almoço acompanhado de um breve tempo livre; 14h, Ofício de Noa; 14h15 aulas ou trabalhos; 17h, banho; 17h30, Ofício de Vésperas após o qual vem o jantar e o recreio (momento de confraternização entre os monges); 19h45 Ofício de Completas seguido do repouso noturno.
Nos próximos dois artigos, trataremos sobre o significado de cada Ofício Divino bem como da importância do trabalho na vida monástica.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Esta série de artigos busca responder, didaticamente, a essa dúvida sadia a partir da vida monástica cultivada na Abadia de Nossa Senhora de São Bernardo, em São José do Rio Pardo (SP), fundada em 1939, no mesmo local em que se encontra atualmente: ao lado do Santuário São Roque na Praça Mons. Guilherme Arnould, 51.
Iniciamos esclarecendo que o termo monge vem do grego monachós e designa aquele fiel que deixou casa, parentes, bens materiais e se retirou para a solidão a fim de ali servir, no desprendimento do mundo, a Deus como o Único Necessário em sua vida. No início desse modelo de vida religiosa, esses homens e mulheres se retiravam, solitariamente, para lugares desertos ou ermos (daí o nome eremita) a fim de ali rezarem, trabalharem e, com o fruto de seus trabalhos, praticarem a caridade para com os mais necessitados. Embora isolados uns dos outros, visitavam-se e trocavam experiências da vida a fim de se amadurecerem, reciprocamente, no progresso espiritual.
Nos séculos IV e V, começa a aparecer ao lado da vida eremítica, o modo de viver cenobítico (de Koinós = comum e bios = vida), ou seja, de vida em comunidade, cuja primeira Regra foi escrita por São Pacômio (†346), no Egito, seguida pela de São Basílio (†379) e pela mais conhecida, hoje, que é a de São Bento (†547), merecedor do título de "Pai dos Monges do Ocidente". Esta regra prescreve, basicamente, que o monge se entregue a Deus pela consagração em uma família, que é o mosteiro, sob a orientação segura de um Pai (Abade), exercitando-se no serviço do Senhor por meio da oração e do trabalho, bases da vida monástica beneditina.
No século X, no entanto, em meio a tantas dificuldades na Igreja, as abadias beneditinas também não passaram ilesas pela corrupção dos costumes, de modo que os santos Abades Alberto, Alberico e Estevão, junto com outros companheiros, iniciaram, na França, um mosteiro capaz de reformar a vida de seus membros. Esse cenóbio se chamava Cîteaux, daí o nome Cisterciense.
Essa reforma deu origem à espiritualidade dos monges cistercienses que se resume no seguinte: combinar, de modo harmonioso, dois elementos do monaquismo, ou seja, a vida eremítica – cuja solidão e silêncio muito favorecem a oração – e a cenobítica ou fraterna proposta pela Regra de São Bento, por ela se realiza o ideal de vida apostólica das comunidades primitivas que tinham "um só coração e uma só alma" (At 4,32; cf. At. 2,42-47). Nesse quadro, aparecem também outros importantes elementos desta vida: o afastamento do mundo, o despojamento na pobreza e simplicidade, o regime alimentar sóbrio e a fecunda monotonia dos trabalhos realizados (cf. Cister 1098-1998. Escola de Caridade. Folheto explicativo, s/d).
Quem toma contato com os horários do Mosteiro de São José do Rio Pardo percebe o quanto ele está realmente voltado para o louvor a Deus por meio da oração e do trabalho que pode ser manual (faxina, preparação dos alimentos, cuidado de animais etc.), intelectual (estudos acadêmicos ou internos sempre a serviço da Igreja) e pastoral (no caso dos sacerdotes, a capelania de colégios ou hospitais, atendimento na portaria do mosteiro, na paróquia etc.).
Na Abadia de Nossa Senhora de São Bernardo, os horários são, salvo raras variações em alguns dias, os seguintes: 4h40, despertar; 5h Ofício de Vigílias (também chamado de Leituras), seguido de Laudes; 6h15, Santa Missa; 6h50, Capítulo (reunião em uma sala própria do mosteiro para a leitura da Santa Regra de São Bento no trecho correspondente àquele dia com um comentário da mesma pelo Abade) seguido do café da manhã e da LectioDivina (Leitura orante da Bíblia); 8h, Ofício de Terça; 8h15, início dos trabalhos ou estudos; 12h, Ofício de Sexta seguido do almoço acompanhado de um breve tempo livre; 14h, Ofício de Noa; 14h15 aulas ou trabalhos; 17h, banho; 17h30, Ofício de Vésperas após o qual vem o jantar e o recreio (momento de confraternização entre os monges); 19h45 Ofício de Completas seguido do repouso noturno.
Nos próximos dois artigos, trataremos sobre o significado de cada Ofício Divino bem como da importância do trabalho na vida monástica.
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Familia e Vida
Câmara Federal aprova artigo do PNE sem ideologia de gênero
Dos 26 deputados presentes na votação, 15 votaram a favor da retirada da questão do gênero no artigo 2º e 11 contra
Por Lilian da Paz
BRASíLIA, 23 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Mesmo com pressão do governo e de diversos movimentos favoráveis à causa LGBT, o artigo 2º do Plano Nacional de Educação (PNE 2011 – 2020 / PL 8035/2010) foi aprovado com a exclusão do item remetente à questão da ideologia de gênero. A votação deve terminar nesta quarta-feira (23), na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Agora será necessário retirar toda menção referente ao termo gênero no destaque da meta 3 do PNE para que o texto seja aprovado conforme votação do Senado, realizada no fim de 2013. Nesta Casa, o artigo 2º sofreu interferência do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que tentou protocolar o texto da seguinte forma:
Art. 2º São diretrizes do Plano Nacional de Educação:
III – A superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual.
Atentos a esta tentativa de mudança, a maioria dos senadores vetou a redação de Vital no plenário da Casa. Já na Câmara, com a redação aprovada ontem, o texto permanece não destacando a ideologia de gênero:
III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação
Dos 26 deputados presentes na votação da Comissão Especial, 15 votaram a favor da retirada da questão do gênero no artigo 2º e 11 contra – uma decisão acirrada que elevou a tensão no plenário.
Pedro Augusto Palmeira, jovem estudante católico de Brasília, que acompanhava a votação conta que houve agressões verbais e físicas por parte dos militantes a favor da ideologia. "Usaram termos pejorativos e gestos obscenos. Mas mesmo com isso, a gente espera uma grande quantidade de pessoas, que têm uma preocupação com a família, presentes na próxima votação".
O PNE e a ideologia
Enviado ao Congresso Nacional em 15 de dezembro de 2010, o PNE apresenta 10 diretrizes e 20 metas para as políticas voltadas à educação no próximo decênio. Entre as propostas está a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública e/ou privada. Mas um ponto grave em uma destas propostas é a inclusão da ideologia de gênero, que pode ser introduzida já nos primeiros anos de ensino das crianças em escolas brasileiras.
Sobre esta tentativa de inclusão desta ideologia, Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), foi taxativo: "A questão da ideologia de gênero precisa ser discutida em outros fóruns. Nós não podemos propor isso como um elemento normal dentro de algumas perspectivas de educação no Brasil".
A próxima votação dos destaques incluindo a ideologia de gênero acontece às 14h30, no Anexo II, Plenário 01, da Câmara dos Deputados.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Agora será necessário retirar toda menção referente ao termo gênero no destaque da meta 3 do PNE para que o texto seja aprovado conforme votação do Senado, realizada no fim de 2013. Nesta Casa, o artigo 2º sofreu interferência do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que tentou protocolar o texto da seguinte forma:
Art. 2º São diretrizes do Plano Nacional de Educação:
III – A superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual.
Atentos a esta tentativa de mudança, a maioria dos senadores vetou a redação de Vital no plenário da Casa. Já na Câmara, com a redação aprovada ontem, o texto permanece não destacando a ideologia de gênero:
III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação
Dos 26 deputados presentes na votação da Comissão Especial, 15 votaram a favor da retirada da questão do gênero no artigo 2º e 11 contra – uma decisão acirrada que elevou a tensão no plenário.
Pedro Augusto Palmeira, jovem estudante católico de Brasília, que acompanhava a votação conta que houve agressões verbais e físicas por parte dos militantes a favor da ideologia. "Usaram termos pejorativos e gestos obscenos. Mas mesmo com isso, a gente espera uma grande quantidade de pessoas, que têm uma preocupação com a família, presentes na próxima votação".
O PNE e a ideologia
Enviado ao Congresso Nacional em 15 de dezembro de 2010, o PNE apresenta 10 diretrizes e 20 metas para as políticas voltadas à educação no próximo decênio. Entre as propostas está a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública e/ou privada. Mas um ponto grave em uma destas propostas é a inclusão da ideologia de gênero, que pode ser introduzida já nos primeiros anos de ensino das crianças em escolas brasileiras.
Sobre esta tentativa de inclusão desta ideologia, Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), foi taxativo: "A questão da ideologia de gênero precisa ser discutida em outros fóruns. Nós não podemos propor isso como um elemento normal dentro de algumas perspectivas de educação no Brasil".
A próxima votação dos destaques incluindo a ideologia de gênero acontece às 14h30, no Anexo II, Plenário 01, da Câmara dos Deputados.
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Entrevistas
Marco Roncalli fala do tio, São João XXIII
O sobrinho do "Papa Bom" compartilha lembranças de família e testemunhos sobre o tio que será canonizado em 27 de abril
Por Salvatore Cernuzio
CIDADE DO VATICANO, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Marco Roncalli era criança quando, em sua casa, já se respirava o "perfume de santidade" do tio sacerdote, Angelo Giuseppe, futuro papa João XXIII.
O perfume ficou impresso na sua alma e marcou toda a sua vida. Ele acabou dedicando 30 anos a estudar apaixonadamente a grande figura desse pontífice revolucionário, que, no próximo dia 27 de abril, será elevado aos altares junto com João Paulo II.
Hoje, Marco Roncalli, presidente da Fundação Papa João XXIII, é um dos maiores especialistas do mundo no pontificado do "Papa Bom". ZENIT foi entrevistá-lo.
***
O que significa para você e para a sua família ter um santo em casa?
Marco Roncalli: É um momento de alegria compartilhada, em família, na paróquia, na diocese, mas também na comunidade civil. É um convite a uma responsabilidade maior. Mas isto vale não só para mim ou para a minha família. O Santo, como dizia um grande jesuíta, Xavier Léon-Dufour, é antes de tudo um chamamento e uma pergunta: "O santo se torna palavra de Deus. É um êxito de Deus. Deus conseguiu, com a terra de que somos feitos, plasmar um ser em que a graça venceu a força da natureza"... Acho que essa frase pode se aplicar muito bem a João XXIIII.
O Papa Bom foi chamado de papa de transição; depois, de papa revolucionário, que abriu as portas da Igreja para o Concílio. Agora, ele é um papa santo. O que mais temos que conhecer sobre João XXIII?
Marco Roncalli: Há uma complexidade por trás da aparente simplicidade dele. Não se conhece suficientemente a sua cultura, o seu conhecimento da história, não só da Igreja. Não se conhecem muitos gestos de solidariedade oculta. Não se conhece totalmente a consciência e a coragem com que ele assumiu decisões importantes, por causa das quais ele foi acusado de ingenuidade. Há períodos da sua vida que temos que aprofundar, como os de jovem seminarista e sacerdote. Ainda precisam ser publicados alguns cadernos sobre os estudos juvenis dele, sobre o interesse, por exemplo, no americanismo. Ou algumas cartas de grande importância trocadas com amigos como o cardeal Gustavo Testa, e as homilias que remontam à Primeira Guerra Mundial. Mas já desfrutamos de um grande número de fontes. De nenhum outro papa temos um "Diário da alma", diários de quase toda uma vida. E há numerosas cartas, homilias, notas de todo tipo. Eu posso dizer, com certa segurança, que as contínuas publicações de material inédito dão mais plenitude a uma parábola humana e espiritual vivida com fé sólida em Deus e confiança natural nos homens.
Você dedicou muitos escritos ao seu tio. Em termos pessoais, o que você descobriu? Por exemplo, você publicou a correspondência entre Roncalli e Montini...
Marco Roncalli: São cartas de fé e de amizade, mas há também outras cartas como a de Schuster ou as cartas intercambiadas com dom Giuseppe De Luca. Os tons são diferentes, mas Angelo Giuseppe Roncalli foi realmente o homem do encontro: com Deus e com as pessoas.
Para você, como historiador da Igreja, qual é o momento atual da Igreja? Qual é a herança atual do pontificado de João XXIII?
Marco Roncalli: Acho que estamos vivendo uma segunda primavera conciliar. Como se Deus tivesse nos dado o papa que queria e de que precisávamos... Sem esquecer que a renúncia de Bento XVI permitiu o que temos diante dos olhos: a resposta a uma vasta necessidade de misericórdia, que é uma palavra-chave deste pontificado. Um pontificado pastoral, mas, como no caso de João XXIII, menos simples do que parece. É um pontificado com o apoio de uma robusta bagagem cultural, do conhecimento da história e de muitos homens encontrados longe de Roma. Para não falar da cultura espiritual que inunda o papa Francisco, precisamente como a do papa João.
Muitos comparam Francisco com João XXIII: estilo de comunicação, atitude com as pessoas, ternura... Você vê essa relação entre os dois papas?
Marco Roncalli: Sim, vejo uma "união" bastante evidente. E também foi a primeira impressão que eu tive diante da "surpresa Bergoglio". Há traços comuns na serenidade, no amor pela verdade e pela caridade, pela pobreza em sentido franciscano e no remédio da misericórdia. E também no otimismo cristão, na alegria do encontro contínuo com Deus e com todos os homens, sempre com grande respeito.
A família era consciente da santidade de Roncalli?
Marco Roncalli: Eu escutava em casa, com frequência, de quem esteve realmente perto dele, muitos testemunhos da bondade, da caridade silenciosa, da contínua confiança em Deus. Quando eu era pequeno, fazia companhia ao meu avô Giuseppe, o irmão mais jovem do papa, que ficou viúvo muito jovem. À noite, ele se ajoelhava no genuflexório que tinha ao lado da cama. E depois, quando deitava, falava muitas vezes do irmão papa, de como tinham crescido, dos seus encontros antes e depois da eleição... O meu pai também conta muitas histórias. Meu pai o via muito quando estava em Veneza, porque fez o serviço militar lá. Eles jantavam juntos e o meu pai fazia algumas pequenas tarefas para ele. Roncalli vivia no patriarcado, com grande sobriedade. Na maioria das histórias, era fácil conhecer o papa João e o seu desejo de santidade. Sempre ouvi falar dele como uma pessoa verdadeira, um "papa de carne e osso", como dizia Mazzolari, e gostaria que ele fosse lembrado assim. Não é boa, para nenhum papa, a mitificação, a "papolatria". Acho que as imperfeições podem fazer de João XXIII uma pessoa como todas as outras.
Você acha que o seu tio chegou a pensar que seria elevado aos altares?
Marco Roncalli: Ele mesmo, ainda como sacerdote em Bergamo, escrevia que queria buscar "o substancial, não o acidental", e anotava frases como "ser santo deve ser a minha contínua preocupação, serena e tranquila, não pesada e tirânica". Preocupação de um homem vivido, "sempre com Deus e com as coisas de Deus", e adesão completa à Palavra. Preocupação de um pontífice que, meditando sobre o elogio do Breviário Romano a Santo Eugênio Papa, ("foi benévolo, manso e humilde e, o que é mais importante, distinto pela santidade de vida"), escreveu: "Não seria bonito chegar pelo menos até ali?".
Por que um processo de canonização tão lento e depois tão repentino, sem nem sequer esperar um milagre?
Marco Roncalli: É verdade que não foi exigido o segundo milagre. O cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, disse que não era uma questão de privilégios ou exceção, mas que o papa Francisco só quis reduzir os tempos para dar à Igreja inteira a grande oportunidade de celebrar a canonização de dois papas santos: João XXIII, o iniciador do Concílio Vaticano II, e João Paulo II, o realizador dos fermentos pastorais, espirituais e doutrinais dos documentos conciliares. A vontade do papa é clara. São duas personalidades bem diferentes, com histórias e características diferentes, mas há traços que os unem. Foram dois homens capazes de assumir grandes responsabilidades, pessoais e universais, que marcaram a história.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online O perfume ficou impresso na sua alma e marcou toda a sua vida. Ele acabou dedicando 30 anos a estudar apaixonadamente a grande figura desse pontífice revolucionário, que, no próximo dia 27 de abril, será elevado aos altares junto com João Paulo II.
Hoje, Marco Roncalli, presidente da Fundação Papa João XXIII, é um dos maiores especialistas do mundo no pontificado do "Papa Bom". ZENIT foi entrevistá-lo.
***
O que significa para você e para a sua família ter um santo em casa?
Marco Roncalli: É um momento de alegria compartilhada, em família, na paróquia, na diocese, mas também na comunidade civil. É um convite a uma responsabilidade maior. Mas isto vale não só para mim ou para a minha família. O Santo, como dizia um grande jesuíta, Xavier Léon-Dufour, é antes de tudo um chamamento e uma pergunta: "O santo se torna palavra de Deus. É um êxito de Deus. Deus conseguiu, com a terra de que somos feitos, plasmar um ser em que a graça venceu a força da natureza"... Acho que essa frase pode se aplicar muito bem a João XXIIII.
O Papa Bom foi chamado de papa de transição; depois, de papa revolucionário, que abriu as portas da Igreja para o Concílio. Agora, ele é um papa santo. O que mais temos que conhecer sobre João XXIII?
Marco Roncalli: Há uma complexidade por trás da aparente simplicidade dele. Não se conhece suficientemente a sua cultura, o seu conhecimento da história, não só da Igreja. Não se conhecem muitos gestos de solidariedade oculta. Não se conhece totalmente a consciência e a coragem com que ele assumiu decisões importantes, por causa das quais ele foi acusado de ingenuidade. Há períodos da sua vida que temos que aprofundar, como os de jovem seminarista e sacerdote. Ainda precisam ser publicados alguns cadernos sobre os estudos juvenis dele, sobre o interesse, por exemplo, no americanismo. Ou algumas cartas de grande importância trocadas com amigos como o cardeal Gustavo Testa, e as homilias que remontam à Primeira Guerra Mundial. Mas já desfrutamos de um grande número de fontes. De nenhum outro papa temos um "Diário da alma", diários de quase toda uma vida. E há numerosas cartas, homilias, notas de todo tipo. Eu posso dizer, com certa segurança, que as contínuas publicações de material inédito dão mais plenitude a uma parábola humana e espiritual vivida com fé sólida em Deus e confiança natural nos homens.
Você dedicou muitos escritos ao seu tio. Em termos pessoais, o que você descobriu? Por exemplo, você publicou a correspondência entre Roncalli e Montini...
Marco Roncalli: São cartas de fé e de amizade, mas há também outras cartas como a de Schuster ou as cartas intercambiadas com dom Giuseppe De Luca. Os tons são diferentes, mas Angelo Giuseppe Roncalli foi realmente o homem do encontro: com Deus e com as pessoas.
Para você, como historiador da Igreja, qual é o momento atual da Igreja? Qual é a herança atual do pontificado de João XXIII?
Marco Roncalli: Acho que estamos vivendo uma segunda primavera conciliar. Como se Deus tivesse nos dado o papa que queria e de que precisávamos... Sem esquecer que a renúncia de Bento XVI permitiu o que temos diante dos olhos: a resposta a uma vasta necessidade de misericórdia, que é uma palavra-chave deste pontificado. Um pontificado pastoral, mas, como no caso de João XXIII, menos simples do que parece. É um pontificado com o apoio de uma robusta bagagem cultural, do conhecimento da história e de muitos homens encontrados longe de Roma. Para não falar da cultura espiritual que inunda o papa Francisco, precisamente como a do papa João.
Muitos comparam Francisco com João XXIII: estilo de comunicação, atitude com as pessoas, ternura... Você vê essa relação entre os dois papas?
Marco Roncalli: Sim, vejo uma "união" bastante evidente. E também foi a primeira impressão que eu tive diante da "surpresa Bergoglio". Há traços comuns na serenidade, no amor pela verdade e pela caridade, pela pobreza em sentido franciscano e no remédio da misericórdia. E também no otimismo cristão, na alegria do encontro contínuo com Deus e com todos os homens, sempre com grande respeito.
A família era consciente da santidade de Roncalli?
Marco Roncalli: Eu escutava em casa, com frequência, de quem esteve realmente perto dele, muitos testemunhos da bondade, da caridade silenciosa, da contínua confiança em Deus. Quando eu era pequeno, fazia companhia ao meu avô Giuseppe, o irmão mais jovem do papa, que ficou viúvo muito jovem. À noite, ele se ajoelhava no genuflexório que tinha ao lado da cama. E depois, quando deitava, falava muitas vezes do irmão papa, de como tinham crescido, dos seus encontros antes e depois da eleição... O meu pai também conta muitas histórias. Meu pai o via muito quando estava em Veneza, porque fez o serviço militar lá. Eles jantavam juntos e o meu pai fazia algumas pequenas tarefas para ele. Roncalli vivia no patriarcado, com grande sobriedade. Na maioria das histórias, era fácil conhecer o papa João e o seu desejo de santidade. Sempre ouvi falar dele como uma pessoa verdadeira, um "papa de carne e osso", como dizia Mazzolari, e gostaria que ele fosse lembrado assim. Não é boa, para nenhum papa, a mitificação, a "papolatria". Acho que as imperfeições podem fazer de João XXIII uma pessoa como todas as outras.
Você acha que o seu tio chegou a pensar que seria elevado aos altares?
Marco Roncalli: Ele mesmo, ainda como sacerdote em Bergamo, escrevia que queria buscar "o substancial, não o acidental", e anotava frases como "ser santo deve ser a minha contínua preocupação, serena e tranquila, não pesada e tirânica". Preocupação de um homem vivido, "sempre com Deus e com as coisas de Deus", e adesão completa à Palavra. Preocupação de um pontífice que, meditando sobre o elogio do Breviário Romano a Santo Eugênio Papa, ("foi benévolo, manso e humilde e, o que é mais importante, distinto pela santidade de vida"), escreveu: "Não seria bonito chegar pelo menos até ali?".
Por que um processo de canonização tão lento e depois tão repentino, sem nem sequer esperar um milagre?
Marco Roncalli: É verdade que não foi exigido o segundo milagre. O cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, disse que não era uma questão de privilégios ou exceção, mas que o papa Francisco só quis reduzir os tempos para dar à Igreja inteira a grande oportunidade de celebrar a canonização de dois papas santos: João XXIII, o iniciador do Concílio Vaticano II, e João Paulo II, o realizador dos fermentos pastorais, espirituais e doutrinais dos documentos conciliares. A vontade do papa é clara. São duas personalidades bem diferentes, com histórias e características diferentes, mas há traços que os unem. Foram dois homens capazes de assumir grandes responsabilidades, pessoais e universais, que marcaram a história.
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Espiritualidade
Santos por amor
Reflexões de Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
Por Dom Alberto Taveira Corrêa
BELéM DO PARá, 24 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Nos primeiros séculos, os que tinham sido batizados na Vigília pascal se vestiam de branco até o segundo domingo da Páscoa, oferecendo a todos o testemunho externo da vida nova recebida no Sacramento. Neste final de semana, é toda a Igreja, vestida de gala, que deseja oferecer ao mundo inteiro a roupa da alegria, chamada santidade, com a canonização de João XXIII e João Paulo II, duas pérolas da coroa da Igreja em nosso tempo, cujos exemplos são oferecidos como referência para a maravilhosa aventura cristã. São dois contemporâneos, com os quais muitos de nós compartilharam diálogo e convivência. Seu modo de viver está bem ao nosso alcance, suas palavras e ensinamentos ecoaram pelo mundo através dos meios de comunicação de nossa época. Mostram que a santidade é atual e possível.
Os santos são homens e mulheres que levaram a sério a graça do Batismo e decidiram viver não para si, mas para Deus e para o serviço dos outros. Não programaram ser canonizados, mas quiseram ser bons cristãos. João XXIII, em seu diário, descreveu com simplicidade e profundidade o seu dia a dia, seus roteiros de oração e meditação, suas decisões cotidianas de perdão, alegria, seriedade no seguimento de Nosso Senhor. João Paulo II, que viveu na infância e na juventude capítulos dolorosos provocados pelas ideologias e autoritarismos do século XX, conduziu a Igreja à virada do milênio e nos brindou justamente com o convite à santidade: "Se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial. Perguntar a um catecúmeno: 'Queres receber o Batismo?' significa ao mesmo tempo pedir-lhe: 'Queres fazer-te santo?' Significa colocar na sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: 'Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste' (Mt 5,48). Este ideal de perfeição não deve ser objeto de equívoco vendo nele um caminho extraordinário, percorrível apenas por algum gênio da santidade. Os caminhos da santidade são variados e apropriados à vocação de cada um. Agradeço ao Senhor por me ter concedido beatificar e canonizar muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos que se santificaram nas condições ordinárias da vida. É hora de propor de novo a todos, com convicção, esta medida alta da vida cristã ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta direção" (Novo millenio ineunte, 31).
João XXIII viveu as duras realidades das duas guerras mundiais e veio a suceder, visto como eventual papa "de transição", o grande Papa Pio XII. Como alguém que trata de amenidades, fez saber aos que com ele trabalhavam, no início de seu pontificado, que convocaria um Concílio Ecumênico. Dali para frente, provocou na Igreja a oração e a preparação efetiva para o que o próprio Papa chamou de nova primavera, desejando uma nova estação de abertura e diálogo com todas as realidades de nosso tempo. Os cinco anos de pontificado valeram séculos! "Mater et Magistra" e "Pacem in terris" foram duas Encíclicas que firmaram princípios e práticas para a ação social da Igreja. Abriu e conduziu a primeira Sessão de trabalhos do Concílio Vaticano II, mostrou ao mundo a face da bondade, abriu sorrisos, foi ao encontro dos mais sofredores, pintou de bom humor o rosto da Igreja! Viveu a dura experiência de uma enfermidade dolorosa, com o câncer que o levou à morte, parecido com tanta gente de nosso tempo. Sim, foi homem, Papa, irmão, sorriso de Deus para sua época. No próximo Domingo, elevado definitivamente à glória dos altares, resplandece como presente de Deus à Igreja e à humanidade.
De João Paulo II nunca se falará suficientemente. Um magistério pontilhado pela sensibilidade inusitada a todas as situações humanas e desafios a serem enfrentados pela Igreja. Uma presença universal efetiva, indo até os confins da terra para levar a Boa Nova do Evangelho. Aquele que nas lides da Polônia havia enfrentado nazistas e comunistas, corajoso na liderança dos católicos para se manterem fiéis à fé cristã, tesouro maior de sua nação, foi conduzido ao sólio de Pedro em mil novecentos e setenta e oito, permanecendo à frente da Igreja até o dia dois de abril de dois mil e cinco, na véspera da Festa da Divina Misericórdia. E no próprio Domingo da Misericórdia é agora canonizado. Quantos adultos, jovens e crianças só tiveram esta figura de Papa em seu horizonte de Igreja, até que o Senhor o chamou para a sua Páscoa pessoal. Naquele início de noite de sua partida, desejoso de ir para estar com o Senhor, tinha o coração agradecido especialmente aos jovens aos quais tantas vezes se dirigiu e ali se encontravam, bem perto dele. Apagou-se como uma chama, deu tudo de si à Igreja e ao mundo. Em seus funerais, uma faixa emergia no meio da multidão - "Santo subito" - pedindo que fosse logo aclamado santo. Seu sucessor, o grande Bento XVI, teve a alegria de beatificá-lo, numa apoteótica afluência de gente do mundo inteiro, no dia primeiro de maio de dois mil e onze. Seus ensinamentos continuam a ser conhecidos e aprofundados na Igreja e no mundo. O convite feito, no início de seu pontificado, continua atual e provocante: "Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem 'o que é que está dentro do homem'. Somente Ele o sabe!" (Homilia da Missa de inauguração do Pontificado de João Paulo II, 22 de outubro de 1978).
Agora, Papa Francisco canoniza os dois Papas. A Igreja oferece, na Festa da Divina Misericórdia, dois presentes de amor. Fizerem-se santos pela Igreja e pela humanidade, foram homens de nosso tempo, amaram a Igreja e se entregaram por ela. Louvado seja o Senhor, pela história, o exemplo e a intercessão dos dois heróis de nosso tempo.
São João XXIII, rogai por nós!
São João Paulo II, rogai por nós!
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Os santos são homens e mulheres que levaram a sério a graça do Batismo e decidiram viver não para si, mas para Deus e para o serviço dos outros. Não programaram ser canonizados, mas quiseram ser bons cristãos. João XXIII, em seu diário, descreveu com simplicidade e profundidade o seu dia a dia, seus roteiros de oração e meditação, suas decisões cotidianas de perdão, alegria, seriedade no seguimento de Nosso Senhor. João Paulo II, que viveu na infância e na juventude capítulos dolorosos provocados pelas ideologias e autoritarismos do século XX, conduziu a Igreja à virada do milênio e nos brindou justamente com o convite à santidade: "Se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial. Perguntar a um catecúmeno: 'Queres receber o Batismo?' significa ao mesmo tempo pedir-lhe: 'Queres fazer-te santo?' Significa colocar na sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: 'Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste' (Mt 5,48). Este ideal de perfeição não deve ser objeto de equívoco vendo nele um caminho extraordinário, percorrível apenas por algum gênio da santidade. Os caminhos da santidade são variados e apropriados à vocação de cada um. Agradeço ao Senhor por me ter concedido beatificar e canonizar muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos que se santificaram nas condições ordinárias da vida. É hora de propor de novo a todos, com convicção, esta medida alta da vida cristã ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta direção" (Novo millenio ineunte, 31).
João XXIII viveu as duras realidades das duas guerras mundiais e veio a suceder, visto como eventual papa "de transição", o grande Papa Pio XII. Como alguém que trata de amenidades, fez saber aos que com ele trabalhavam, no início de seu pontificado, que convocaria um Concílio Ecumênico. Dali para frente, provocou na Igreja a oração e a preparação efetiva para o que o próprio Papa chamou de nova primavera, desejando uma nova estação de abertura e diálogo com todas as realidades de nosso tempo. Os cinco anos de pontificado valeram séculos! "Mater et Magistra" e "Pacem in terris" foram duas Encíclicas que firmaram princípios e práticas para a ação social da Igreja. Abriu e conduziu a primeira Sessão de trabalhos do Concílio Vaticano II, mostrou ao mundo a face da bondade, abriu sorrisos, foi ao encontro dos mais sofredores, pintou de bom humor o rosto da Igreja! Viveu a dura experiência de uma enfermidade dolorosa, com o câncer que o levou à morte, parecido com tanta gente de nosso tempo. Sim, foi homem, Papa, irmão, sorriso de Deus para sua época. No próximo Domingo, elevado definitivamente à glória dos altares, resplandece como presente de Deus à Igreja e à humanidade.
De João Paulo II nunca se falará suficientemente. Um magistério pontilhado pela sensibilidade inusitada a todas as situações humanas e desafios a serem enfrentados pela Igreja. Uma presença universal efetiva, indo até os confins da terra para levar a Boa Nova do Evangelho. Aquele que nas lides da Polônia havia enfrentado nazistas e comunistas, corajoso na liderança dos católicos para se manterem fiéis à fé cristã, tesouro maior de sua nação, foi conduzido ao sólio de Pedro em mil novecentos e setenta e oito, permanecendo à frente da Igreja até o dia dois de abril de dois mil e cinco, na véspera da Festa da Divina Misericórdia. E no próprio Domingo da Misericórdia é agora canonizado. Quantos adultos, jovens e crianças só tiveram esta figura de Papa em seu horizonte de Igreja, até que o Senhor o chamou para a sua Páscoa pessoal. Naquele início de noite de sua partida, desejoso de ir para estar com o Senhor, tinha o coração agradecido especialmente aos jovens aos quais tantas vezes se dirigiu e ali se encontravam, bem perto dele. Apagou-se como uma chama, deu tudo de si à Igreja e ao mundo. Em seus funerais, uma faixa emergia no meio da multidão - "Santo subito" - pedindo que fosse logo aclamado santo. Seu sucessor, o grande Bento XVI, teve a alegria de beatificá-lo, numa apoteótica afluência de gente do mundo inteiro, no dia primeiro de maio de dois mil e onze. Seus ensinamentos continuam a ser conhecidos e aprofundados na Igreja e no mundo. O convite feito, no início de seu pontificado, continua atual e provocante: "Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem 'o que é que está dentro do homem'. Somente Ele o sabe!" (Homilia da Missa de inauguração do Pontificado de João Paulo II, 22 de outubro de 1978).
Agora, Papa Francisco canoniza os dois Papas. A Igreja oferece, na Festa da Divina Misericórdia, dois presentes de amor. Fizerem-se santos pela Igreja e pela humanidade, foram homens de nosso tempo, amaram a Igreja e se entregaram por ela. Louvado seja o Senhor, pela história, o exemplo e a intercessão dos dois heróis de nosso tempo.
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