O DESAFIO DOS SINAIS ...
A Liturgia da Palavra de hoje, - 2 de Maio e 6ª-feira da 2ª Semana da Páscoa A, é um texto de S. João, sobre a multiplicação dos pães, e que ele apresemnta depois da Páscoa, para se referir especialmente ao milagre, como sinal da divindade de Jesus e numa terminologia eucarística.
- «Não murmureis entre vós; ninguém pode vir a Mim, se o Pai que me enviou o não atrair».
Tudo começou com o entusiasmo desmedido daquela multidão, que até o queria fazer rei, após a multiplicação do pão.
Mas Jesus tinha outras ideias e o milagre era apenas o pretexto, ou o sinal, para um desafio mais sério.
Na sua materialidade extraordinária, o milagre era, pois, um sinal, que continha em si um alcance que ninguém, a não ser Jesus, podia prever.
Aquele pão multiplicado era prenúncio duma vida partilhada e consumida por outras fomes e outras sedes.
Quando se começaram a aperceber do carácter autoimplicativo daquele sinal, os judeus desatam a murmurar entre si e os discípulos começaram a duvidar.
A crise instalou-se, porque não era mais possível fingir que não se tinham apercebido para onde é que Jesus apontava.
Jesus, porém, tenta tranquilizá-los perante o escândalo que as suas palavras pereciam provocar : «não murmureis entre vós ; ninguém pode vir a Mim, se o Pai que Me enviou o não atrair».
Ao decidir-se por Jesus que lhes aparece como o único que «tem palavras de vida eterna», eles apenas estão a acolher a iniciativa do Pai.
A sua decisão não seria possível, «se isso não lhes fosse concedido pelo Pai».
Este desafio continua a provocar crise no meio de nós, que nos apercebemos que o apelo de Jesus contém significados que não são perceptíveis imediatamente.
Acolher o seu desafio é sobretudo confiar :
* Confiar na promessa do Pai que nos assistirá com o seu Espírito para sermos fiéis.
* Confiar no Senhor Jesus que é Ele mesmo o caminho e guia da aventura que vamos aceitar na fé.
* Confiar no Espírito Santo que é a força da Igreja, que a assistirá em todas as suas tarefas da moral e da doutrina para o cumprimento da sua missão.
* Confiar no Magistério da Igreja sobre o qual assenta a garantia desta promessa reconfortante :
- «Eu estarei sempre convosco até ao fim do mundo».(Mt.28,20).
Nem todos os homens e mulheres da nossa sociedade de hoje estão confiantes nesta promessa de Jesus ou fazem que não entendem, por uma questão de conveniência de quem perdoa o mal que faz com o bem a que sabe.
Não sabemos o que nos espera, mas sabemos seguramente com Quem vamos e por Quem vamos no cumprimento do Plano da História da Salvação !.
Nascimento
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