LUZ E TREVAS E LUZ DO MUNDO!
Na Liturgia da Palavra de hoje 30 de Abril e 4ª-Feira da 2ª Semana da Páscoa A, apresenta-nos mais uma vez Jesus e Nicodemos numa conversa em que Jesus volta a falar na vida eterna para a qual Jesus é a verdadeiora Luz e sem obras o homem condena-se porque não a pode alcançar :
-"E a causa da condenação é esta : A Luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más".(Jo,3,19).
Estas palavras de Jesus vieram no seguimento do Mistério da Páscoa em que foram baptizados os Catecúmenos, e S. João, seguidamente apresenta o seu último testemunhoi que foi o Baptismo em que se ocuparam os discípulos :
-"Depois disto, foi Jesus com os Seus discípulos para a terra da Judeia, permaneceu ali com eles e baptizava".(Jo.3,22).
* A primeira vez que o Antigo Testamento fala de Luz é no princípio da Criação :
- "Deus disse : "Faça-se a Luz". E a Luz foi feita. Deus viu que a Luz era boa e separou a Luz das trevas". (Gen. 1,3).
E desde logo sempre apareceu a Luz em oposição às Trevas :
- "Deus chamou dia à Luz e trevas à noite".(Gen. 1,5).
Assim Deus mostra que está acima da Luz e das Trevas.
É o que se opera exactamemnte na administração do Baptismo
«Recebei a Luz de Cristo» !
No dia do nosso Baptismo, o sacerdote, como numa transmissão de poderes, fez entrega de uma vela acesa, cuja luz foi tirada do Círio Pascal, e, antes da Reforma do Concílio Vaticano II, diziam-se estas palavras rituais :
- «Recebe esta vela acesa(símbolo da fé e da caridade. Conserva irrepreensível a graça do teu Baptismo. Cumpre os divinos mandamentos. Assim, quando o Senhor te vier chamar poderás sair ao encontro d'Ele, rodeado de todos os santos, na Bem-aventurança do céu onde viverás por toda a eternidade».
Depois da Reforma, o ritual ficou mais simplificado e o ministro do sacramento do Baptismo, toma o Círio ou a vela acesa e diz simplesmente :
- «Recebei a luz de Cristo».
Depois, dirigindo-se aos pais e padrinhos, o ministro diz :
- «A vós pais a padrinhos, se confia o encargo de velar por esta luz para que este(s) pequenino(s), iluminado(s) por Cristo, viva(m) sempre como filho(s) da luz, persevere(m) na fé e, quando o Senhor vier, possa(m) ir ao Seu encontro, com todos os santos, no reino dos céus».
Esta luz é símbolo da fé que se acendeu na alma da criança baptizada.
Precisa de ser alimentada e defendida para não enfraquecer nem se apagar.
Agora, a fé da criança é apenas uma semente de luz que a educação cristã deverá fazer desabrochar e crescer, para que ela possa ser pela vida fora a «Luz do Mundo», como membro da Igreja.
O Círio Pascal que se acende e alumia a noite da Páscoa é símbolo de Cristo Ressuscitado.
A Constituição Dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, diz :
- «Os fiéis, incorporados na Igreja pelo Baptismo, são destinados pelo carácter baptismal ao culto da religião cristã e, regenerados para filhos de Deus, devem confessar diante dos homens, a fé que de Deus receberam por meio da Igreja».(LG 11).
Por outras palavras isto significa que devem ser «Luz do Mundo».
O Catecismo da Igreja Católica, diz também :
1243 . A vela, acesa no círio pascal, significa que Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os baptizados são «a luz do mundo».(Mt.5,14).
2105 . - ...Os cristãos são chamados a ser a luz do mundo. A Igreja manifesta assim a realeza de Cristo sobre toda a Criação, e em particular sobre as sociedades humanas.
É este o sentido da Liturgia da Palavra que nos lembra que é preciso manter acesa a Luz da Fé que recebemos no nosso Baptismo, porque, segundo o Mesmo Catecismo da Igreja Católica (1785), «na formação da consciência, a Palavra de Deus é a Luz que mostra o caminho».
A Igreja, que somos todos nós os baptizados, talvez hoje mais do que nunca, tem que ser o «Sal da Terra e a Luz do Mundo» e nós devemos viver e proclamar o nosso Baptismo
Nascimento
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