IGREJA CATÓLICA
(069) – ECUMENISMO-UNITATIS REDINTEGRATIO !
IGREJAS E COMUNIDADES ECLESIAIS SEPARADAS...
13. – Temos diante dos olhos as duas principaiss categorias de cisões que ferem a túnica inconsútil de Cisto.
As primeiras divisões sobrevieram no Oriente, já por contestação das fórmulas dogmáticas dos Concílios de Éfeso e Calcedónia, já em tempo posterior, pela ruptura da comuhão eclesiástica entre os Patriarcados orientais e a Sé de Roma.
As outras, após mais de quatro séculos, originaram-se no Ocidente, provocadas pelos acontecimentos comumente conhecidos com o nome de Reforma.
Desde então, muitas comunhões, nacionais ou confessionais, se separaram da Sé Romana.
Entre aquelas nas quais continuam parcialmente as Tradições e as estruturas católicas, ocupa um lugar especial a Comunhão Anglicana.
Estas diversas divisões, todavia, diferem muito entre si, não apenas em razão da origem, lugar e tempo, mas principalmente pela natureza e gravidade das questões relativas à fé e à estrutura eclesiástica.
Por isso, sem querer minimizar as diferenças entre os vários grupos cristãos e sem desconhecer os laços que, não obstante a divisão entre elas existem, este sagrado Concílio determina propor as seguintes considerações para levar a cabo uma prudente acção ecumenical.
I.CONSIDERAÇÃO PECULIAR SOBRE AS IGREJAS SEPARADAS
Carácter e história própria dos orientais.
14. - Durante não poucos séculos, as Igrejas do Oriente e do Ocidente seguiram por caminhos próprios, unidas, contudo pela fraterna comunhão da fé e da vida sacramental.
Quando entre elas surgiram dissenções acerca da fé ou da disciplina, era a Sé Romana quem, de comum acordo, as resolvia.
Entre outras coisas de grande importância, é grato ao sagrado Concílio trazer à memória de todos o facto de que no Oriente florescem muitas Igrejas particulars ou locais, entre as quais sobressaem as Igrejas Patriarcais; não poucas delas se gloriam de ter origem nos próprios Apóstolos.
Por isso entre os orientais prevaleceu e prevalece a solicitude e o cuidado de conservar na comunhão de fé e caridade aquelas relações fraternas que devem vigorar entre as igrejas locais como entre irmãs.
Semelhantemente, não se deve esquecer que as Igrejas do Oriente, têm desde a origem um tesouro, do qual a Igreja do Ocidente herdou muitas coisas em Liturgia, tradição espiritual e ordenação jurídica.
Nem se deve subestimar o facto de que os dogmas fundamentais da fé cristã sobre a Trindade e o Verbo de Deus encarnado da Virgem Maria, foram definidos em Concílios Ecuméniocos celebrados no Oriente.
Para preservar esta fé, muito sofreram e ainda sofrem aquelas Igrejas.
Mas a herança deixada pelos Apóstolos foi aceite de formas e modos diversos e desde os primórdios da Igreja cá e lá foi explicada de maneira diferente, também por causa da diversidade de génio e condições de vida.
Tudo isso, além das causas externas e também por falta de mútua compreensão e caridade, deu ocasião às separações.
Em vista disto, o sagrado Concílio exorta a todos, mormente aos que pretendem dedicar-se à restauração da plena comunhão desejada entre as Igrejas Orientais e a Igreja Católica a que tenham na devida consideração esta peculiar condição da origem e do crescimento das Igrejas do Oriente e da índole das relações que vigoravam entre elas e a Sé Romana antes da separação.
Procurem apreciar rectamene todos estes factores.
Acuradamente observadas, estas coisas contribuirão muito para o desejado diálogo.
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