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    quinta-feira, 7 de março de 2013

    Voz da Igreja +


    Voz da Igreja +


    Posted: 06 Mar 2013 06:47 PM PST
    Cortesia de Simone Fiorelli - Secretária Casa Episcopal - Dom Odilo Pedro Scherer

    Dom Odilo se despede do Papa Bento XVI, após último encontro do Pontífice com o Colégio Cardinalício, no dia 28.02

    Por Rafael Alberto, especial para O SÃO PAULO, Direto do Vaticano

    ** Ler a entrevista completa
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    Posted: 06 Mar 2013 05:50 PM PST

    Este grandioso milagre, cuja relíquia está guardada até os dias de hoje em Andechs, Alemanha, é confirmado por numerosos documentos. Aconteceu em Roma no ano 595, durante uma Celebração Eucarística presidida pelo Papa São Gregório Magno. Uma nobre dama romana, assaltada pela dúvida sobre a Presença real do Senhor no pão consagrado, deu uma gargalhada no momento em que ia receber a Comunhão. O Pontífice, perturbado, não permitiu que ela comungasse e nesse mesmo instante as espécies se transformaram em Carne e Sangue.

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    Direto do Vaticano, Dom Odilo Scherer fala sobre Bento XVI e o Conclave

    Posted: 06 Mar 2013 06:52 PM PST
    Entrevista concedida por Dom Odilo Pedro Scherer ao jornal arquidiocesano "O São Paulo"

    Cortesia de Simone Fiorelli - Secretária Casa Episcopal - Dom Odilo Pedro Scherer


    Dom Odilo se despede do Papa Bento XVI, após último encontro do Pontífice com o Colégio Cardinalício, no dia 28.02


    Por Rafael Alberto, especial para O SÃO PAULO

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    'Renúncia foi aula de eclesiologia'



    Para Arcebispo de São Paulo, Bento XVI será lembrado como um dos grandes Papas teólogos; Dom Odilo está em Roma desde quarta-feira, 27/2.

    Diretamente de Roma, o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo metropolitano de São Paulo, falou com exclusividade sobre suas percepções a respeito dos quase oito anos do pontificado de Bento XVI. Dom Odilo, que participará pela primeira vez de um Conclave, também orientou os católicos sobre como viver este tempo tão importante para a vida da Igreja. Veja a íntegra:


    O que significou o pontificado de Bento XVI para a Igreja e quais foram suas principais contribuições?

    Dom Odilo – Bento XVI deixa um legado importante para a Igreja e será certamente recordado como um dos grandes Papas teólogos; tanto pelo que escreveu e falou quando já era Sumo Pontífice, quanto pelo que escreveu antes disso. Será recordado também pelo seu esforço em ajudar a Igreja a voltar-se para a essência de sua fé e de sua missão. Mostram isso suas encíclicas sobre a esperança e a caridade, as Exortações Apostólicas sobre a Eucaristia e a Palavra de Deus. Mas será recordado, também, por ter estimulado o clero a buscar a autenticidade na vivência de sua vocação e toda a Igreja, na revalorização de sua fé e no esforço renovado para transmiti-la aos outros. Enfim, a própria renúncia é um gesto que ajudará a Igreja a voltar-se mais para o essencial de sua vida e missão, a partir de um renovado encontro com sua própria razão de ser e existir; um professor de teologia, em Roma, observou: a renúncia foi sua última aula de eclesiologia...

    E o que significou a atuação de Bento XVI para a humanidade?

    Dom Odilo – Isso ainda será melhor avaliado com o passar do tempo. De toda forma, continuando a tradição de seus predecessores, Bento XVI manifestou-se sobre todos os assuntos e fatos relevantes deste momento da vida e da história humanas. Sua contribuição para a cultura, a filosofia, a busca da verdade e do bem são extraordinárias; como teólogo e humanista tem largos horizontes e teve sua palavra geralmente acolhida com respeito e consideração; estimulou o mundo a pensar e a ir além das superficialidades de uma cultura consumista e imediatista. Sua encíclica social – Caritas in veritate – é uma contribuição importante para o discernimento sério sobre as questões que atualmente afligem a humanidade. Estimulou muito, também, o diálogo entre as religiões e as culturas. Teve sempre a preocupação da justiça, da paz e da solidariedade entre os povos.

    Como os católicos devem encarar as críticas e este clima de "denuncismo" que se instaurou na mídia após o anúncio de que o Papa iria renunciar?

    Dom Odilo – Com muita serenidade e discernimento. É um fato interessante que, de um momento a outro, todos começaram de novo a falar da Igreja, mesmo sem conhecer bem as questões abordadas. Muita matéria produzida foi sensacionalista ou simplesmente marcada pelo preconceito contra a Igreja, sem o interesse de conhecer ou comunicar a verdade. É sempre importante tentar saber de qual púlpito vem o sermão e perguntar se merecem crédito certas afirmações bombásticas, de efeito retórico (ex. "guerra civil no Vaticano"...), que não se sustentam em fatos, mas em suposições e conjecturas que visam jogar no descrédito a Igreja perante o mundo e perante seus próprios fieis. É preciso lembrar que cada um deverá prestar contas a Deus pelas afirmações mentirosas e injuriosas ditas contra o próximo ou também a Igreja. Recomendo que não se dê crédito fácil a certas caricaturas que se fazem da Igreja; quem conhece a Igreja e vive dentro dela sofre com o desprezo à Igreja. Infelizmente, as palavras do próprio Papa, proferidas no anúncio do dia 11 de fevereiro sobre sua renúncia, foram deixadas de lado, como sendo não-verdadeiras, para dar largas a todo tipo de suspeitas, especulações e conjecturas sobre os "reais motivos" da renúncia. Alguém nas condições e na autoridade do Papa deveria merecer mais crédito e respeito.

    O senhor poderia descrever algum episódio mais pessoal de seus contatos com Bento XVI?

    Dom Odilo – Lembro da vigília na Jornada Mundial da Juventude em Madrid, em julho de 2011. Veio um temporal muito forte durante a fala do Papa; o vento balançava até a estrutura do palco, onde estavam o Papa, os bispos e muitas outras pessoas. Mais de um milhão de jovens estavam à frente do Papa, apanhando toda aquela chuva. Os seguranças sugeriram várias vezes que ele se retirasse para um lugar mais seguro, mas Bento XVI quis permanecer ali, com os jovens... No final da celebração, parecia que não queria ir embora, preocupado com os jovens... Aproximou-se deles, de maneira muito paternal, e desejou que, apesar de tudo, eles repousassem ao menos um pouquinho... Na manhã seguinte, já debaixo de muito sol, a primeira coisa que fez foi perguntar aos jovens como tinham passado a noite. Achei isso de uma sensibilidade finíssima, que emocionou e cativou o coração dos jovens.

    A partir dos momentos reservados que teve com Bento XVI, que características o senhor destacaria dele?

    Dom Odilo - Um homem sereno, simples, inteligente, atento ao interlocutor, interessado em ouvir, extremamente gentil e fino no trato com as pessoas. Nunca pude ver nele aquele homem "autoritário" ou "duro", como algumas vezes foi descrito; isso não corresponde à verdade. Quando visitou o Brasil, em 2007, fiquei perto do Papa durante alguns dias, na sua estadia em São Paulo. Eu lia os títulos na imprensa e me perguntava: de qual Papa estão falando? Não era do Papa Bento XVI, que eu conheço...

    Estamos aguardando a escolha do novo Pontífice. A Igreja está "acéfala" até que o próximo Papa seja eleito?

    Dom Odilo - Não, a Igreja nunca fica acéfala (sem cabeça, ou sem chefe) durante o período da vacância, porque o verdadeiro Chefe da Igreja é Jesus Cristo glorificado, que nunca abandona o seu Corpo, a Igreja. Além disso, durante a sede vacante, o Colégio dos Cardeais responde pela Igreja, segundo as competências que lhe são próprias.

    Quais as características que o novo Papa deve ter?

    Dom Odilo - O escolhido terá as qualidades que tiver, e não podemos idealizar demais. Nenhum Papa é igual a outro. Ele deverá ser dócil às inspirações e à ação do Espírito Santo, inteiramente fiel a Cristo e à própria Igreja. Podemos, humanamente, desejar que seja uma pessoa muito capaz, cheia de virtudes, preparada do ponto de vista intelectual e teológico, homem de grande fé e vigor espiritual, capaz de liderança e de comunicação, segundo as condições do nosso tempo. Mas também neste caso, precisamos ter a consciência de que ninguém nasce Papa, mas aprende a desempenhar essa árdua missão enquanto a exerce.

    Quais são os principais desafios que o próximo Papa vai encontrar?

    Dom Odilo - São os desafios de toda a Igreja, que se manifestam em toda parte: a nova evangelização, a transmissão da fé, a perseverança na fé e a operosidade dos filhos da Igreja para a irradiação da luz e da força viva do Evangelho no mundo... Há os desafios internos da renovação constante da Igreja, para que ela viva no compasso do tempo e da cultura, sem deixar de ser ela mesma; há os desafios externos, representados pela cultura do nosso tempo, muitas vezes fechada ao Evangelho, senão, contrária a ele. Há os desafios da presença pública da Igreja no mundo, no contexto da política, da economia, da educação, das relações sociais e internacionais. De fato, o Evangelho não é um bem privado da Igreja, mas uma "luz" para o mundo, que não deve ser ocultada, mas irradiada. Enfim, o desafios podem ser muitos, mas não devemos esperar que eles sejam enfrentados pelo Papa sozinho, nem sempre em primeira pessoa. A missão e a responsabilidade pela Igreja são compartilhadas, com o Papa, por todos os bispos em comunhão com ele. E em cada Igreja local, com os bispos, também os sacerdotes e todos os fiéis assumem essa mesma responsabilidade. A Igreja não depende só do Papa.

    Qual deve ser a atitude dos católicos neste tempo de espera para a eleição do novo Papa?

    Dom Odilo - Antes de tudo, uma serena fé e confiança na Igreja e na ação do Espírito de Cristo, que não abandona a Igreja. Talvez foi essa a mensagem mais insistente de Bento XVI nesses últimos dias de seu Pontificado: não estamos sozinhos; o Senhor não abandona a sua Igreja. Portanto, ninguém desanime, nem se deixe levar pelo pânico. Este é um tempo de espera e de serena esperança. A Igreja não conta apenas com as próprias forças e fragilidades. Ela pode continuar a contar com o seu supremo Pastor, que é o próprio Senhor Jesus.
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    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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