FÉ SEM OBRAS !
A EUCARISTIA-UMA FESTA DE AMOR NO ESPÍRITO.(16)
"Um acto de amor pode ser prosaico ou pedânte, conforme o permitirem".
Na Eucaristia nós exercemos o nosso sacerdócio baptismal através de Jesus Cristo e do seu Corpo que é a Igreja.
Um ministro ordenado preside ao banquete, orquestra os sons, os sinais, os gestos e o total efeito.
Mas nós devemos celebrar a festa sobre o Altar.
Por mais pobre que seja o sinal, a realidade é o mistério pascal do Senhor que é trazido ao Altar para que nós possamos festejar com Cristo no louvor do Espírito Santo.
Prosaico ou pedânte, um acto de amor, ele deve ser tanto mais excitante e apaixonado quanto o possa ser.
E assim é que se compreende o banquete.
Alimento é alimento, mas o cuidado com a sua apresentação e a sua aparência é que agrada aos olhos e satisfaz o apetite.
O alimento deve ser apresentado às pessoas que o vão tomar, que têm apetite e já sentem a água a nascer na boca.
Em última análise, o Cristão que se aproxima da Eucaristia, deve levar consigo a vida e a alma.
A vida que ele vive é o que ele oferece.
A alma que ele cultiva é a fome e a sede de Deus que o alimenta sobre o Altar.
O sacerdócio foi um tópico verdadeiramente controverso para a Reforma.
Lutero acreditava que era essencial a reavaliação do sacerdócio comum dos baptizados para uma agradável renovação das necessidades da Igreja.
Ele acreditava que a Igreja se tinha completamente clericalizado; e isto era especialmente verdadeiro a respeito da Eucaristia.
Em vez do banquete da celebração, a Eucaristia tornou-se o sacrifício dos sacerdotes, recitado em latim, em silêncio e, muitas vezes, sem a presença de qualquer pessoa.
Infelizmente no calor da polémica alguns exageraram a reclamação a respeito do sacerdócio dos leigos até ao ponto de negarem a sacramentalidade da Ordenação.
A Ordenação, no esquema dos Protestantes, era um chamamento da Igreja e da congregação para servirem como líderes para pregar e ensinar a Palavra.
Assim não passaria de uma actividade meramente artificial ou simbólica sem o seu valor Sacramental, que o mesmo é dizer, uma fé sem obras.
Na verdade, a Eucaristia como Presença Real, só existe verdadeiramente na Igreja Católica.
Nas outras facções religiosas dissidentes da Igreja Católica, tanto quanto eu julgo saber em termos gerais há apenas alguns ritos simbólicos em referência ao símbolo eucarístico, sem a Presença Real, pelo que não são requeridas disposições interiores da graça e, talvez por isso, muitas das pessoas que na Igreja Católica recebem a Comunhão, o fazem apenas como um rito simbólico e o fazem sem as devidas exigências do estado de graça.
Um assunto que a Igreja precisa de esclarecer, e que nem sempre o terá feito.
Comungar de pé ou de joelhos, na mão ou na boca, numa só espécie ou nas duas, são aspectos litúrgicos ou pastorais que, para um verdadeiro cristão, pouco ou nada contam, apesar de serem muito discutidos, porque a fé está no coração e na inteligência, mas comungar em estado de graça, é que é o mais importante, o essencial, a realização duma fé em obras, e de que, afinal, pouco se fala, quando nós sabemos que toda a gente comunga e os confessionários continuam vazios e inúteis.
Nascimento
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