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    sexta-feira, 27 de julho de 2012

    “Os comunista pira” [sic] com este blog, mais ainda após a demonstração de que o nazismo é ideologia de extrema-esquerda


    Luciano Ayan

    Ceticismo e dinâmica social na investigação da religião política

    Demonstrando que Dawkins não é um argumentador, mas sim um jogador político. Que joguem contra ele também.


    Em um post no Paulopes, mais uma vez os neo ateus se deleitaram com as respostas de efeito de Richard Dawkins, quando na verdade ele apenas nos mostrou que o neo ateísmo nada mais é que uma coleção de truques. Em uma forma resumida, basta compilar todos os truques mais sujos e desprezíveis (indignos de qualquer pessoa decente, diga-se) que sejam contra a religião tradicional, e empacotá-los. A isso é dado o nome de neo ateísmo.
    Dawkins se diz “revoltado” pelo Papa ter culpado os ateus “pelas atrocidades de Hitler e outras do século 20″. Eu até concordaria com Dawkins em críticas dirigidas à alegação do Papa. O ateísmo de fato não é culpado pelas atrocidades de Hitler, Mao e Pol Pot. Mas o humanismo, inimigo da religião tradicional, é culpado. Dawkins é um humanista, muito antes de ser um ateísta. Eu sou um ateísta, não um humanista. Por isso, não tenho co-responsabilidade pelas mortes do nazismo e o marxismo, mas Dawkins sim.
    Portanto, se Dawkins tivesse apenas criticado a falácia do Papa (a associação errada de ateus com o nazismo), tudo bem. O problema é que para emplacar sua campanha humanista, como sempre mentirosa do início ao fim, ele se sujou de lama. Aí fica divertido para um conservador cético.
    A cereja do bolo vem quando ele dá um argumento para Hitler ser católico. Veja a miséria: “Adolf Hitler foi um católico romano. Foi batizado e nunca renunciou ao batismo.” Quer dizer, agora para Dawkins se a pessoa não renuncia formalmente ao batismo, continua sendo católico. Mas como, se Hitler oficialmente disse que o cristianismo era um dos maiores males da humanidade (junto com o bolchevismo), e só fez uma manifestação de apoio ao cristianismo em uma versão “do avesso”, chamada cristianismo positivo? Obviamente, Dawkins mente e nem fica corado. Tal qual um psicopata. O curioso é que raros ateus fazem o desligamento formal do batismo. Eu mesmo sou ateu e nunca rejeitei formalmente o batismo, até por que isso seria uma “mania” boba. Ora, se o batismo nada significa para mim, para que eu precisaria fazer uma rejeição “formal” dele? É a mesma coisa que se alguém lhe desse um presente que não significa nada para você. É preciso fazer uma rejeição “formal” deste presente? Enfim, a escrotidão dele não tem limites.
    Dawkins prossegue citando o Mein Kampf, onde Hitler teria afirmado o seguinte:
    “Meu sentimento como cristão aponta-me para o meu Senhor e Salvador como um lutador. Aponta-me para o homem que, uma vez na solidão, cercado por poucos seguidores, reconheceu esses judeus por quem eles eram e clamou para que se lutasse contra eles e que – verdade de Deus – foi maior não como sofredor, mas como lutador. No meu amor sem limites como cristão e como homem, eu leio a passagem que nos conta como o Senhor finalmente se levantou em seu poder e tomou do chicote para expulsar do Templo a raça de víboras e vendilhões. Como foi maravilhosa a sua luta contra o veneno judeu. Hoje, depois de dois mil anos, com a mais profunda emoção, eu reconheço mais do que nunca o fato de que foi por isso que Ele teve de derramar o seu sangue na cruz.”
    Entretanto, a visão de Jesus como um “lutador” é obviamente o uso bizarro de uma crença, que não tem nada a ver com sua crença original. Aliás, está bem claro que este é o tal do cristianismo positivo, assim como a teologia da libertação faz um reviralho da crença cristã para tentar vender a idéia marxista. O uso destas vertentes (cristianismo positivo, teologia da libertação) não são “culpas” do cristianismo, mas do jogo político. No jogo político, os esquerdistas adaptam as crenças da maioria da população e, usando técnicas desconstrucionistas, criam uma nova crença para confundir a parcela mais ingênua do povo. Enfim, uma tática essencialmente humanista, portanto novamente podemos acusar Hitler de esquerdismo, e não de “cristianismo”.
    Quando Dawkins afirma que “não há nenhum caminho lógico do ateísmo para a maldade”, ele está correto, mas o fato é que há um caminho lógico do humanismo para as piores atrocidades. A fórmula é simples. Ao crer na “salvação” do homem, e permitir que lhe seja inserida na própria mente a idéia de que se é um “lutador pela salvação”, o sujeito começa a ver culpas só nos outros (“do mundo ruim”), jamais nele. Isso o torna não só neurótico, como alguém incapaz de assumir responsabilidades pelos seus atos. A partir daí, em nome “da causa”, todo ato se torna justificável a priori. Mesmo mentir o tempo todo contra os adversários, como faz Dawkins. Mesmo colocando-os na câmara de gás ou nos gulags, como fizeram Hitler e Stalin.
    É por tal crença no homem que Dawkins, insistentemente, termina o seu discurso revoltadíssimo com uma das alegações mais lúcidas do cristianismo, a de que o ser humano é falível por natureza (através da metáfora do pecado original). Veja como Dawkins perde o controle ao se referir a esta denúncia: “Pecado original significa que nascemos maus, corruptos, condenados, a menos que acreditemos no deus deles ou a menos que caíamos no conto do castigo do inferno.”
    Ué, qual o problema de acreditar que “nascemos maus e corruptos”? Se eu não creio no sobrenatural, a crença no inferno não me afeta. Mas o importante é que Dawkins se afetou. Para isto há uma explicação: Ratzinger e os cristãos dizem uma verdade extremamente inconveniente, a de que o ser humano é um animal imperfeito, tal qual os outros animais, e portanto não há esperanças de “paraíso na Terra”. Se Dawkins e seus amigos (beneficiários ou funcionais) querem obter o poder totalitário, assim como Stalin e Hitler conseguiram, através da “crença no homem”, antes de tudo eles tem que passar pela lucidez desta constatação do cristianismo em relação à falibilidade humana. É esta constatação que destrói seus projetos totalitários. É por isso que Dawkins é um inimigo natural de Ratzinger. Enquanto Dawkins quer ver o governo global totalitário e genocida, Ratzinger proclama uma mensagem para eliminar tais ilusões de “crença no governo global”.
    É por isso que Dawkins insistentemente tenta controlar o frame dizendo que “Joseph Ratzinger é um inimigo da humanidade” e que a idéia da falibilidade humana é uma “teoria vil, depravada e desumana para ter como base a vida”. Mas na verdade, são as idéias de Dawkins que carregam, por sua inominável crença no homem, as mesmas culpas que os regimes de Stalin e Hitler tiveram. Na verdade, sem a crença no homem, jamais teriam havido as mínimas esperanças para a crença nos regimes totalitários propostos. A crença em Deus ou ausência de crença em Deus não sustentam o totalitarismo, mas a crença no homem leva inevitavelmente a ele. Por saber que a “crença no homem” deve vencer o ceticismo quanto a ele, Dawkins empreende seus esforços contra os religiosos tradicionais.
    Outra pérola dawkinista é quando ele diz que “fica evidente que a igreja se preocupa menos em salvar os corpos das crianças e salvar a alma dos padres estupradores do inferno”. Ele também diz que o Papa teria acusado os ateus pelo genocídio hitlerista para distrair a mídia “da sodomia com os garotos”. O grande problema é que Dawkins, pelo contrário, é aquele que tenta distrair a mídia da “sodomia com os garotos” praticadas pelas outras profissões, inclusive os professores. Aliás, até hoje nunca vi um neo ateu denunciar os estupros de crianças cometidas por soldados representando a ONU. Uma frase de efeito para rebater Dawkins poderia ser: “Católicos, islâmicos, judeus e ateus se preocupam com todos os casos de pedofilia. Neo ateus, ao contrário, só denunciam a pedofilia se for na Igreja. Neo ateus: ignorando os direitos humanos das crianças”. Esta é uma sugestão de banner para a guerra política.
    Dawkins conclui fazendo o jogo político de forma mais explícita (embora ele tenha feito isso em toda sua vida), aplicando o jogo de rótulos, implementando-os de forma política ao Papa:
    • inimigo dos homossexuais. O que é uma sandice, pois o Papa somente considera o homossexualismo “errado” ou “um pecado”. Ora, segundo isso, Dawkins seria um “inimigo dos religiosos” por considerar a religião errada? Mas não é ele que diz que discorda das idéias e não das pessoas, portanto não poderia ser um “inimigo dos religiosos”?
    • inimigo das mulheres. Motivo: por que ele as “barraria ao sacerdócio”. Mas se a religião é algo ruim, segundo Dawkins, o Papa não estaria poupando as mulheres? Aliás, se a vida no sacerdócio exige o celibato, misturar homens e mulheres não seria um empecilho?
    • inimigo da verdade (por causa de uma suposta “mentira sobre preservativos que não protegeriam da AIDS”).
    • inimigo dos pobres (por que condenou eles a “ter famílias numerosas”). Segundo Dawkins, isso contrastaria com a “obscena riqueza do Vaticano”, esquecendo-se da “obscena riqueza” da Royal Society, da qual ele faz parte.
    • inimigo da ciência, por causa da oposição à pesquisa com células tronco, como se a ciência se resumisse a pesquisas com células tronco.
    • inimigo da educação, mas ele não disse o motivo. Só lançou o rótulo e deixou-o no ar.
    Essa sequência final de declarações, enfim, comprova tudo o que este blog tem afirmado sobre o neo ateísmo. Não é uma ideologia séria, mas uma simulação de ideologia que serve para o jogo político mais sujo, dentro de um contexto que defino como “luta na lama” (farei um verbete para isso no glossário do Ceticismo Político e a Dinâmica Social da Guerra Política). A idéia dele é baixar o nível e implementar um show de mentiras, fazer o jogo de rótulos e capitalizar, e, com a descida de nível tão grande, esperar que o adversário de cale diante de tamanha torpeza, pensando “não vou me rebaixar a este nível”. Que alguns ainda não tenham se apercebido de que o neo ateísmo se resume a isso e nada mais, é algo que me surpreende.
    A dica é: percam todo o respeito por Richard Dawkins. Tratem ele e a qualquer um de seus leitores como pessoas que não merecem ser respeitadas. Ao invés de debater com eles, façam o jogo de rótulos contra eles. Esta é a regra do jogo, definida por Dawkins. O menor debate respeitoso é sinônimo de fracasso, pois as regras são completamente diferentes para ele. A sequência de seis tentativas seguidas de implementações de rótulos negativos, totalmente desavergonhadas, nos habilita moralmente a jogar contra ele e sua turma. Ele não está aí para debater, mas para jogar. Ora, joguem com ele também.
    Escrito por lucianohenrique
    26 de julho de 2012 em 11:30 pm

    “Os comunista pira” [sic] com este blog, mais ainda após a demonstração de que o nazismo é ideologia de extrema-esquerda


    Carlos Marques e Hidemi Soares, sendo um o blogueiro do site comunista A Página Vermelha, e outro seu guarda-costas, fizeram um baita papelão no post “Será o nazismo de extrema-direita? Not so fast, Junior…”, onde destruí o mito de que o nazismo era de direita. Conforme demonstrei, era na verdade um regime de extrema-esquerda.
    Como sói ocorre nestes casos, a dupla lançou um sem-número de rotinas, repetindo-as à exaustão, tanto que a certo momento decidi banir ambos daqui, esclarecendo o seguinte a um deles: “Mas em nenhum momento eu disse que “comunismo é nazismo” (é, gente, eu falei que ele não tem vergonha na cara), eu disse que “tanto nazismo como comunismo são tipos de filosofias de esquerda”. Continue assim, Carlos Marques, mas se começar a ficar muito repetitivo vou te banir daqui. MUDE SUAS ROTINAS, pois estou fazendo uma compilação de seus truques. Se ficar repetindo “seu, seu fascista” ou “se não é comunismo, não é esquerda” ou “oposição de esquerda é capitalismo”, aí perdeu a graça e você não tem mais serventia aqui. Você serve para GERAR CONHECIMENTO a partir dos truques que usa. A cada truque novo, eu adiciono na base, e aí você lança novos truques. Com isso, criamos contra-medidas contra esses truques. Entendeu para que você serve aqui? Você é macaco de laboratório e seu comportamento está sob estudo. Você não serve para nada mais além disso.”
    Mas, infelizmente, ele não trocou as rotinas e começou a me fazer perder tempo. Mesmo assim, melhor aproveitar a participação de ambos para falar das rotinas tentadas.
    A maioria delas era focada em tentar iludir a plateia fingindo que “marxismo” e “esquerda” são idênticos. O truque neste caso tinha como objetivo simular que “nazismo não poderia ser de esquerda, pois não era o mesmo que comunismo”, quer dizer, supondo que a única forma de esquerdismo fosse o comunismo. É por isso que Carlos Marques conseguiu citar vários autores que diziam números diferentes para os genocídios da esquerda. O problema é que em uma das manchetes alguém falava do comunismo, e logo na seguinte um outro autor falava da esquerda. Ao simular que “esquerda=comunismo”, ele tenta ludibriar a plateia fingindo uma contradição que não existia. Em outro momento, Hidemi usou uma declaração de Hitler dizendo que “não era comunista”, e portanto isso refutaria a ideia de que ele era esquerdista. Mas, como já mostrei aqui, esquerdismo vai muito além do marxismo/comunismo. Na verdade, marxismo/comunismo é apenas uma forma de esquerdismo, do qual também fazem parte fascismo, nazismo, neo ateísmo, humanismo, positivismo, etc.
    Já havia tratado essa questão no passado com a refutação à rotina “Eu não sou comunista”. Em relação ao truque de chamar o conservador de fascista, essa é outra rotina também já facilmente desmascarável: “Seu, seu fascista”. Mas como essas rotinas não fossem suficientes, surgiram outras, e comento-as com vocês – até para que isso gere conhecimento do rol de mentiras comunistas, e facilite a vida dos leitores em geral para refutar essa matilha nas redes sociais, quando eles tentarem executar as rotinas.
    “Não há censura em país socialista, pois há quem discorde”.
    Segundo Carlos Marques, simulações de discordância são evidências de inexistência de censura. Entretanto, basta compararmos a liberdade de imprensa da Rússia comunista com a de um país não corroído inteiramente pelo socialismo, como Estados Unidos e Alemanha, onde se pode escrever uma crítica ácida DE FATO ao governo, para notarmos a fuga da realidade do comunista. Segundo Marques, a existência de Mihail Bulgakov, autor de O mestre e Margarita, é uma evidência de que não havia censura na URSS. Ora, e como se explica então que vários trabalhos de Bulgakov foram censurados no país de Stalin? Bulgakov também teve seu pedido de emigração negado. Pois é, a evidência dele o derrubou.
    “As FARC não são criminosas, pois protegem os habitantes locais que são pequenos plantadores de coca”
    Engraçado que essa rotina não explica os atentados a bomba que matam pessoas inocentes, inclusive crianças, e até o caso do sequestro e estupro de Ingrid Betancourt. Também não explica o envolvimento da FARC com o tráfico internacional de drogas, lucrando até um bilhão de dólares por ano com esse comércio. Mas comunista é assim: em nome da “causa”, tudo é permitido.
    “O HSBC (banco britânico) está envolvido com lavagem de dinheiro de drogas. Logo, um país de direita também financia as drogas, como as FARC fazem”.
    Comunistas tem a mania de pensar que os países capitalistas são iguais ao país comunista que tanto idolatram (a antiga União Soviética) em termos de prática criminosa. Mas há uma diferença gritante aqui. O que uma empresa faz não é o mesmo que um país faz. Países socialistas oficialmente apoiam o crime, já que as empresas pertencem ao governo. Portanto, se uma dessas empresas comete um crime, o delito é da nação (representada pelo estado). Mas se um banco privado de um país não-estatizado comete um crime, o delito não é da nação, mas do país. Portanto, o desespero da dupla em achar um crime cometido por uma entidade de um país de direita é patético, já que isso é totalmente diferente de crimes cometidos pelo estado russo, por exemplo.
    “Os Panteras Negras eram jovens de esquerda que somente se protegiam da polícia”
    O líder dos Panteras Negras, Huey Newton, assassinou de forma cruel um policial. Várias ações do mesmo tipo foram feitas pelo grupo, que foi definido pelo governo americano (mesmo que este fosse de esquerda moderada) como um grupo terrorista.
    “Breivik, na Noruega, lutou contra o marxismo cultural, e matou 92 pessoas, logo ficar contra o marxismo cultural é ruim”
    Essa falácia é estúpida. Em um cinema, recentemente um fã da série Batman matou 12 pessoas no Colorado. Pela mesma lógica do Carlos Marques, todos os fãs da série Batman são perigosos. O fato é que Breivik era um nazista, e, como já demonstrei, de extrema-esquerda. Breivik era contra o marxismo, mas não contra a esquerda.
    “A The Concise Columbia Encyclopedia diz que nazismo é de direita, então é de direita”.
    Quer dizer, agora se a The Concise Columbia Encyclopedia falou, está falado. Esse definitivamente é um comunista puro-sangue. Eles buscam uma única publicação que sustente suas mentiras, e depois a tomam como verdade.
    “Marxismo não é populista, pois não faz apelo ao povo, mas ao proletariado”
    Mas já foi colocado aqui, na série sobre a guerra política, que os apelos ao povo significam os apelos às camadas percebidas como desfavorecidas da população. É isso que significa “apelo ao povo” no contexto. Portanto, mais uma rotina que perde efeito.
    “Mises disse que fascismo foi um mal necessário em um dado período, portanto ele era fascista”
    Bobagem! Eu também já tratei a anti-religião como um mal necessário lembrando de seu uso quando foi preciso derrubar a monarquia, mas isso não implica que eu seja anti-religioso. Nota-se que aqui o comunista também se vale de truques como “Se não é comunismo, não é esquerda”, o que já foi devidamente refutado.
    “A morte dos 20.000 poloneses em Katyn, é irrelevante, pois eles ajudaram os alemães”
    O problema é que não estamos falando das mortes em guerra, mas sim do fato dos russos terem matado 20.000 poloneses em Katyn, e dito ao público que isso tinha sido feito pelos alemães. Estamos denunciando NESTE CASO uma mentira desavergonhada (ou seja, a prática da calúnia como forma padrão da ação comunista), e não apenas a violência de guerra.
    “A Operação Barbarrossa matou mais de 20 milhões de soviéticos”
    Não é verdade. Do lado russo, foram 802.000 mortes. O que provavelmente nos leva a conclusão de que os restantes foram mortos pelo próprio regime russo e, como sempre, os comunistas tentaram usar a desculpa da guerra para o sumiço de gente.
    “Organizações como Ford e Rockefeller atuaram para influenciar culturalmente outros países menores. Logo, isso é de direita”
    Aqui a confusão entre o que vem dos Estados Unidos com “ser de direita”. Na verdade, tais organizações são de caráter humanista (e focam no governo global para implantação da utopia humanista), portanto são de esquerda. Isso mostra que o esquerdismo causou danos terríveis aos cambodjanos, russos e chineses, mas também aos Estados Unidos.
    “O neo-fascismo transfere o poder do estado para as grandes empresas”
    Isso não faz o menor sentido, pois o fascismo defende o poder centralizado no estado. Se há poder nas grandes empresas, competindo com o estado, há um balanceamento de poderes, o que é exatamente o oposto do fascismo. Não faz sentido chamar uma doutrina (de livre mercado) oposta ao fascismo de neo-fascismo. Seria tão ridículo quanto dizer que o neo ateísmo é uma oposição ao ateísmo, invertendo a base central do ateísmo. Nota-se que Carlos foi desmoralizado ao tentar insultar o outro de fascista (e teve que aguentar a humilhação de ver minha demonstração de que é impossível ser a favor do estado mínimo e fascista ao mesmo tempo), e inventou uma distinção de emergência e criou o “neo-fascismo” de última hora. Ridículo e vergonhoso, no mínimo.
    “Ao matar a população indígena, os Estados Unidos cometeram genocídio igual o do governo russo”
    Novamente, uma besteira inominável. Pois o conflito entre colonizadores americanos e os indígenas era um conflito entre povos diferentes. Era praticamente como uma nação invadindo a outra. Quando criticamos os genocídios da Alemanha Nazista, Rússia e China, falamos de genocídios praticados de um país contra o seu próprio povo (que faz parte de sua cultura), por questões puramente políticas, que sequer tinham a ver com conflitos por recursos. O que mostra, aliás, que o comunismo, nazismo e o fascismo são muito mais perigosos que qualquer ideologia de direita.
    “Monarcas eram de direita”
    Delírio sem fim. O termo esquerda foi utilizado, ao que parece, somente ao final da queda da monarquia, e não tem absolutamente nada a ver com os conceitos de direita e esquerda utilizados atualmente. Tanto que as bases filosóficas da direita estão no iluminismo original, que era contra a monarquia. Ao passo que as bases filosóficas da esquerda estão naqueles que acharam que a sociedade resultante do iluminismo original poderia ser “replanejada” (o que sempre foi a base do positivismo, marxismo, humanismo, nazismo, etc.). Monarcas, portanto, não eram de direita nem de esquerda, pois em seu tempo não havia sequer espaço para a luta política democrática.
    “Reagan deu apoio diplomático ao Khmer Rouge, então é culpado pelo genocídio”
    Não, mil vezes não. Mas de jeito nenhum. Ninguém em sã consciência poderia considerar um suposto (e contestável, em termos de evidências) apoio diplomático a um governo com a prática de um genocídio. Aliás, é exatamente o oposto, pois pode-se supor o apoio de Reagan ao Khmer Rouge como uma forma de, enquanto lutava contra o poderio russo na Guerra Fria, amansar os esquerdistas de seu país mostrando que ele não era contra todos os vermelhinhos. Ou seja, o suposto apoio de Reagan ao Khmer Vermelho seria uma concessão ao esquerdismo, o que daria ainda mais sustentação à minhas críticas contra eles.
    “Lula não pode ser esquerdista, pois defende continuidade do capitalismo, enquanto Marx define seu fim”
    Já desmascarei este truque há muito tempo ao desmascarar a rotina “Comunismo dos genocídios é uma deturpação“. Além do mais, Lula é de esquerda, e faz um “mix” de marxismo, social democracia e uma variação bizarra do gramscismo. Técnicas usadas pela New Left, dos norte-americanos, também são observadas. Enfim, Lula é esquerdista até a medula. Só que ele varia o cardápio.
    “Roman Abramovich só pôde ser milionário por causa da abertura”
    Na verdade, é exatamente o oposto. Ninguém vira bilionário da noite para o dia. O que eu havia denunciado (e Carlos Marques  nem foi capaz de perceber) é o fato de que, após a abertura, surgiram vários bilionários da noite para o dia. Uma evidência de que o capitalismo sempre esteve sendo executado na Rússia. A verdade nua e crua é que o tal comunismo foi apenas um truque para enganar trouxas, pois, após conseguido o poder totalitário, o pessoal do Politburo executou o capitalismo conforme suas conveniências.
    “Associação de ‘fobia’ à voz discordante” (Estratégia)
    Aqui não é nem uma rotina, mas uma estratégia, para a qual ainda farei um verbete na seção “Arquitetura da Esquerda”. Para ele, quem não gosta de filme russo tem “russofobia”. O engraçado é que ele se esqueceu de que sou fã de John Woo, cineasta chinês. E a China é um país comunista. Que esse estratagema tenha demonstrado definitivamente que eles perdem toda a honra e dignidade em sua militância, quanto a isso não há mais dúvidas.
    “Não gostar de filmes russos é racismo”
    Agora, ele criou a raça russa. :)
    “A ONU diz que rejeitar nacionalidades e etnias é racismo, então é.”
    Se a ONU escreveu tamanha bobagem, o problema é da ONU, não meu.
    CONCLUSÕES FINAIS
    Conforme demonstrei, não há diálogo com comunista, especialmente com os mais fundamentalistas (como foi o caso da dupla em questão). Sei que fui até cruel ao deixá-los postar, tão empolgados, quando na verdade eu só estava atraindo-os para que eles repetissem de forma exaustiva suas rotinas. Sem querer, eles confirmaram tudo que este blog tem apontado: o esquerdismo (especialmente em suas variantes mais fundamentalistas) é uma religião política extremamente perigosa, pois devido a alta carga de neurose resultante em seus militantes, estes tendem a desenvolver comportamentos antisociais, sendo incapazes de distinguir a realidade de sua visão distorcida para se “encaixar” em seus dogmas. Dogmas, aliás, genocidas em essência.
    Escrito por lucianohenrique
    25 de julho de 2012 em 9:30 pm

    Humanismo: religião ou não?

    Templo positivista (clique para ampliar)
    Há alguns leitores deste blog que fazem ótimas objeções, como Eduardo, O Macartista e Leonardo Bruno, para os quais publiquei posts comentando suas objeções, de forma respeitosa. Entretanto, há alguns que são malucos de pedra, e não raro não entendem absolutamente nada do que está escrito aqui. Estes geralmente estão na esquerda, cada vez mais descontrolados de rancor e ódio por causa do desmascaramento implacável que a religião política aqui sofre. Um destes, claro, é Bruno Almeida, que escreveu o seguinte sobre mim: “Alguns vão querer cair da cadeira agora, mas ele chegou a declarar que o ensino do humanismo na escola fere o estado laico! Caraca, isso é o cúmulo extremo da falta de noção! É muito sem noção enlatada mesmo!”
    O que dá para notar é que no mundo fantástico de Bruno eu devo ter inventado que humanismo é uma religião, certo?
    Entretanto, nota-se que falta cultura a ele, pois caso tivesse investigado um pouco saberia que o conceito de religião politica é muito mais antigo do que ele pensa. Eric Voegelin publicou “As Religiões Políticas”, em 1938. Isso era a época em que meu avô nem sequer conhecia a minha avó. Portanto, eu não posso ter escrito esse livro para o Voegelin.
    John Gray escreveu “Cachorros de Palha” em 2003, época em que eu sequer tinha adentrado ao território dos debates políticos. Mas, como já disse, Gray não fez nada de novo. (E, por humanismo, não estou tratando da escola literária, mais antiga que a Renascença, mas sim a filosofia político/ideológica que nada mais é que uma adaptação secular do cristianismo, conforme disse Gray)
    Mas e se eu lhe dissesse que Voegelin e Gray somente nomearam algo já existente? Embora isso não seja uma surpresa para alguns dos leitores deste blog, com certeza para o Bruno será um choque do qual dificilmente ele se recuperará.
    O humanismo nada mais é que o positivismo com uma modificação de nomenclatura, mas com os mesmos ideais. E o criador do positivismo foi Auguste Comte, que sempre quis criar uma “nova religião” para substituir as religiões tradicionais. Comte, que morreu em 1857, sempre dizia que os “verdadeiros positivistas eram os religiosos” (o restante eram os positivistas incompletos). Nada mais justo, pois o humanismo (especialmente o humanismo secular), tal qual o positivismo, sempre foi uma religião. Uma evidência disso está no Manifesto Humanista, copiado ipsis literis do positivismo comtiano, e recheado de tons proféticos e apocalípticos, esperançoso (sem esquecer da estratégia de “fim da história”), dotado de uma cosmovisão completa, e, como não poderia deixar de ser, com âncoras adequadas para gerar a catarse no adepto. Mas é melhor que Auguste Comte nos diga mais (citações oriundas da Wikipedia):
    “O nome religião não apresenta, pela sua etimologia, nenhuma solidariedade necessária com as opiniões quaisquer que possam ser empregadas para atingir o fim que ele designa. Em si mesmo, este vocábulo indica o estado de completa unidade que distingue nossa existência, ao mesmo tempo pessoal e social, quando todas as suas partes, tanto morais como físicas, convergem habitualmente para um destino comum. Assim, este termo seria equivalente à palavra síntese, se esta não estivesse, segundo um uso quase universal, limitado hoje ao domínio só do espírito, ao passo que a outra compreende o conjunto dos atributos humanos. A religião consiste, pois, em regular cada natureza individual e em congregar todas as individualidades; o que constitui apenas dois casos distintos de um problema único. Visto que todo homem difere sucessivamente de si mesmo tanto quanto difere simultaneamente dos outros; de maneira que a fixidez e a comunidade seguem leis idênticas (“regular e congregar exigem necessariamente as mesmas condições fundamentais. A diversidade dos indivíduos não ultrapassa a dos estados sucessivos de cada espírito, de conformidade com o conjunto de suas dependências, exteriores e interiores. Toda doutrina própria para regular plenamente um só entendimento torna-se capaz de congregar gradualmente os outros cérebros, cujo número só pode influenciar na rapidez desse concurso. Este critério natural constituiu sempre a fonte secreta da confiança involuntária dos diversos renovadores filosóficos no ascendente social de todo sistema dignamente sancionado por essa prova pessoal. A fixidez de suas próprias convicções assegurava necessariamente a universalidade final dele”) (SPP, II, p. 10).
    “Não podendo semelhante harmonia, individual ou coletiva, realizar-se nunca plenamente em uma existência tão complicada como a nossa, esta definição da religião caracteriza, portanto, o tipo imutável para o qual tende cada vez mais o conjunto dos esforços humanos. Nossa felicidade e nosso mérito consistem sobretudo em nos aproximarmos tanto quanto possível dessa unidade, cujo surto gradual constitui a melhor medida do verdadeiro aperfeiçoamento, pessoal ou social. Quanto mais se desenvolvem os diversos atributos humanos, tanto mais importância adquire o concurso habitual deles; este, porém, se tornaria também mais difícil se essa evolução não tendesse espontaneamente a tornar-nos mais disciplináveis”.
    “O apreço que sempre se ligou a esse estado sintético devia concentrar a atenção sobre o modo de o instituir. Foi-se assim levado, tomando o meio pelo fim, a transferir o nome de religião ao sistema qualquer das opiniões correspondentes”.
    “Por mais inconciliáveis, porém, que pareçam à primeira vista, essas numerosas crenças, o positivismo as combina essencialmente, referindo cada uma ao seu destino temporário e local”.
    “ Não existe, no fundo, senão uma única religião, ao mesmo tempo universal e definitiva, para a qual tenderam cada vez mais as sínteses parciais e provisórias, tanto quanto o comportavam as respectivas situações. A esses diversos esforços empíricos sucede agora o desenvolvimento sistemático da unidade humana, cuja constituição direta e completa tornou-se enfim possível graças ao conjunto de nossas preparações espontâneas”.
    “É assim que o positivismo dissipa naturalmente o antagonismo mútuo das diferentes religiões anteriores, formando seu domínio próprio do fundo comum a que todas se reportaram de modo instintivo. A sua doutrina não poderia tornar-se universal, se, apesar de seus princípios antiteológicos, o seu espírito relativo não lhe ministrasse necessariamente afinidades essenciais com cada crença capaz de dirigir passageiramente uma porção qualquer da Humanidade”.
    E, para que Bruno tenha pesadelos recorrentes, nada mais justo que clicar na imagem que ilustra este post, e ver o Templo Positivista do Brasil, em Porto Alegre/RS. Também é possível ver que um dos símbolos/lemas nesse templo é “Ordem e Progresso”, presente na bandeira brasileira. Ou seja, uma religião política tem seu símbolo estampado em nossa bandeira e, enquanto eles gritam “se não tirar os crucifixos das repartições, não vira estado laico, mas se tirar, aí vira laico”, ignoram completamente (ou fingem ignorar) que sua religião política é estampada em nossa bandeira. Resumindo, um peso e duas medidas. Como sempre se espera dos crentes da religião política.
    Como se vê, constatar que o humanismo é uma religião (e uma religião política, perigosíssima) é apenas atentar para os fatos. Já para negar que o humanismo seja uma religião será preciso negar a confissão do líder espiritual da legião humanista.
    Assim como já dito algumas vezes, o humanismo é uma religião, que tem vários adeptos em grau extremo de fanatismo (os neo ateus, os humanistas seculares, etc.), que não possui crença em Deus, mas sim a crença no homem. E em várias escolas “seculares” norte-americanas e inglesas existem capelas humanistas.
    Ao questionarmos essa crença, humanistas tendem a perder o controle, pois o aspecto absolutista do humanismo tecnicamente considera os questionadores como inimigos de morte. Nada de novo, pois algumas adaptações do perfil humanista, como nazistas e marxistas, sempre foram totalitárias.
    Mas eu não tenho medo de cara feia. :)
    Escrito por lucianohenrique
    24 de julho de 2012 em 10:33 pm

    Os libertários fundamentalistas como idiotas úteis da direita (e da esquerda)


    Sempre que me afirmam que o libertarianismo é uma ideologia de direita, torço o nariz. Basicamente, o libertarianismo é uma variação bizarra do esquerdismo, que levou o mito central da religião política (a crença no homem) a um outro patamar. Mais que isso. Fizeram um reviralho geral no mito da perfectibilidade humana.
    É mais ou menos assim. Imagine se todos tomássemos por base o teísmo padrão, do cristianismo, judaísmo e islamismo, de que há um Deus criador de tudo, infinitamente bom e que se preocupa conosco, e que há um céu e um inferno, sendo o céu o lugar para os crentes em Deus e o inferno para os não crentes. Imagine agora que surja uma nova religião dizendo que há um Deus, com a maioria dessas características, mas que este Deus mandou tocar o terror, e para quem fizer isso direitinho há o céu, mas o inferno está reservado para os que se comportarem bem.
    Basicamente, o libertarianismo faz a mesma coisa com o mito da perfectibilidade humana, que eles aceitam de forma apaixonada. Só dessa forma podemos aceitar que é possível uma sociedade totalmente desregulada (em alguns casos, até sem a existência da polícia) em um mundo como o nosso, com tanta tecnologia de morte à disposição. Se antes a vida tribal e sem leis era perigosa, hoje seria muito mais.
    Por isso, não dá para definir os libertários senão como utópicos, e, como tal, adeptos da crença no homem. Uma sociedade definitivamente sem estado (ao passo que o conservador pede um estado mínimo, não ausência de estado), que só pode ser viável se nutrirmos confiança no homem.
    Mas é aí que surge o pulo do gato: mesmo confiando no homem, os libertários (esquerdistas no “core” de sua cosmovisão) fazem tamanho reviralho com esta crença, que esquecem-se que ela tem apenas uma serventia: dar poder aos interessados em poder totalitário. É justamente aí que eles, de forma rebelde, ignoraram a parte principal do programa para os funcionais. Com este programa, o esquerdista pode até dizer que luta por um estado inexistente (como os marxistas), mas somente após a ditadura do proletariado – ou seja, o “futuro sem estado” é a cenourinha atrás da qual os esquerdistas funcionais correrão, mas qualquer pessoa sem retardo sabe que no fundo o que importa mesmo é o estabelecimento do estado gigante, como ocorreu na Rússia e China. Mas ao fugir do programa, o libertário já cai lutando na luta pelo estado praticamente inexistente, e com isso sua crença possui um ar de direita.
    É mais ou menos como o budismo, que muitos chamam de religião ateísta, no contexto em que eles acreditam em espiritualidade, mas não acreditam em Deus.
    Pela manutenção deste perfil híbrido e bizarro, quando abre a boca para falar, geralmente um libertário acaba ajudando a esquerda em algumas vezes, mas em outras vezes ajudando a direita.
    Por exemplo, vários libertários, como Rodrigo Constantino e Daniel Fraga (foto), possuem tamanha ojeriza da religião tradicional que passam grande parte de seu tempo lutando contra ela, fazendo a alegria dos marxistas culturais (especialmente os neo ateus), que colocaram entre suas prioridades derrubar a religião cristã. Em momentos como esse, podemos chamar pessoas como Constantino e Fraga de idiotas úteis da esquerda. Eles estão falando, e a esquerda dizendo “continuem assim mesmo, mais, mais!”.
    Por outro lado, em sua luta contra o estado inchado, os libertários apontam todos os equívocos possíveis demonstrados nas formas tradicionais da esquerda, como o marxismo e o estado do bem estar social, mostrando as falhas destes sistemas. Nesse ponto, ajudam a direita. Muitos libertários são especialmente talentosos nas críticas aos governos de esquerda, especialmente os totalitários.
    Colocando as coisas na balança, o que fazemos com os libertários? A resposta é simples: usemos eles como nossos idiotas úteis também.  Sabemos que a utopia de um mundo “sem estado” é infantil, mas também sabemos que a utopia marxista “da sociedade com estado inchado, para depois entregar (haha) o poder ao povo, quando não existirá mais estado” é muito pior. Que usemos as críticas (boas) que eles fazem ao marxismo, enquanto rimos na cara deles enquanto defendem a utopia anarco-capitalista.
    E, justiça seja feita, alguns libertários são moderados e, nesse caso, a maioria deste texto não se encaixa a eles. Os libertários moderados não são foco de minha análise, mas sim os fundamentalistas.
    Essa espécie híbrida, de essência esquerdista, mas uma rebeldia ao pensamento consequente da esquerda, pode ser muito útil quando está atacando o esquerdismo tradicional. A dica é utilizá-los como idiotas úteis da direita nesses momentos, pois, em outros, a esquerda os está usando como idiotas úteis também.
    O negócio é usar e jogar fora.
    Escrito por lucianohenrique
    23 de julho de 2012 em 11:08 pm

    Por que a dinâmica social na guerra política é tão importante para o predomínio da verdade


    Uma pergunta: você se importa com a verdade? Não precisa me responder. Responda a si próprio. Até por que de acordo com o meu paradigma de ceticismo político, se alguém diz que está “do lado da verdade” ou ao menos é um “buscador da verdade”, automaticamente se torna um alegador sob investigação.
    Se você respondeu (a si próprio) positivamente, agora tenho outra pergunta: você se importa com que a verdade predomine sobre uma mentira? Um exemplo pode ser o de ver um grupo acusado injustamente de ser o responsável pela “crise econômica”, e portanto está para ter todos seus membros deportados do país. Caso eles sejam de fato inocentes e morram na cadeia, a mentira terá vencido, mas se forem inocentados, ao menos nesse caso, a verdade terá prevalecido.
    Logo, existem duas situações acima. Alguém poderá se importar com a verdade, mas não dar a mínima para  ela vencer uma mentira, assim como poderá se importar com o fato de que a verdade suplante a mentira.
    Vamos agora ao terceiro passo. Supondo que você tenha respondido positivamente às duas questões anteriores, há uma nova: você agiria de forma a ajudar que a verdade prevaleça sobre a mentira? Por exemplo, ao ver alguém mentindo no jogo político dizer, para a platéia, que ele é um mentiroso, e forma a neutralizar o efeito da mentira. Essa é uma forma de ação.
    Enfim, se você respondeu afirmativamente às três questões, temos uma situação em que você não apenas se importa com a verdade, mas quer que ela predomine sobre a mentira e ainda faria algo em prol disto.
    Mas, ainda assim, os esquerdistas estão ganhando de lavada na guerra política, pois usam a mentira em enorme quantidade e ainda assim saem incólumes, pois aprenderam há muito tempo a jogar o jogo político. Se não usam metodologias como a dinâmica social (ou talvez até a utilizem), ao menos utilizam outras, como desconstrucionismo, historicismo absoluto e inversão de significados (como Chomsky ensinou), que estão fazendo com que eles levem vantagem. Recentemente, descobri o material de Saul Alinsky, que fornece uma cartilha para uma ação política da esquerda – algo como um Maquiavel da esquerda. Alinsky foi guru de vários esquerdistas radicais americanos, incluindo Hillary Clinton e Barack Obama.
    Quer dizer, do outro lado temos pessoas que estão mentindo o tempo todo e usam técnicas para isso, e deste lado, mesmo que se importem com a verdade, isso não está sendo muito útil, pois as técnicas do outro lado estão prevalecendo. Em resumo, mesmo que os conservadores se importem em divulgar argumentos verdadeiros, isso não fará muita diferença, pois o frame está sendo controlado pela esquerda, devido ao uso extensivo de estratégias, técnicas, rotinas e metodologias para vencerem o jogo político. Se o argumento nosso vence o deles, isso ainda não significa muito em termos políticos.
    Quando apresentei a proposta de usar a dinâmica social para entendermos o que está acontecendo em nossa comunicação com eles (e deles conosco), isso pode ter parecido um tanto polêmico, pois significaria, de uma vez por todas, a vacuidade da política, e, como isso não fosse suficiente, de quase toda filosofia pós-iluminista.
    Foi quando alguns puristas me disseram que preferiam não participar do jogo político, ficando em paz apenas com sua consciência, sabendo que seus argumentos eram verdadeiros. Este é o tipo de perfil que posso dizer que, mesmo se preocupando com a verdade, não parece se importar em que ela prevaleça. E, mesmo que se importe, por causa de sua decisão anterior, naturalmente não fará nada para essa verdade suplantar a mentira do outro lado.
    O que quero dizer aqui é que a dinâmica social, antes de nos tornar hedonistas e pessoas cujos “meios justificam os fins”, nos dá uma chance de fazemos alguma coisa em prol do que tomamos por verdadeiro. Por sua vez, ao renegarmos metodologias que nos permitam jogar o jogo político, a constatação impiedosa e inexorável é que, mesmo que você acredite na verdade, não estará fazendo nada em prol dela. E inclusive chega a aparentar que não se importa.
    Hoje em dia, o debate filosófico padrão pode até significar uma exposição de argumentos, mas ultimamente pouco tem servido para fazer a verdade de um lado prevalecer sobre a mentira do outro. Pode até ser um discurso que alivie a consciência dos envolvidos, e não se pode esperar mais do que isso do debate em que os aspectos políticos são ignorados.
    Já a prática da dinâmica social permite que um grupo dizendo mentiras (usando as devidas técnicas) sobressaia sobre um grupo que está falando a verdade. Portanto, sem riscos de eu soar repetitivo, ressalto que a lógica desse cenário não permite dupla interpretação: sendo assim, a recusa de atuar de acordo com as regras do jogo, faz com que alguém, mesmo que se importe com a verdade, seja tecnicamente igual a alguém que não se importa tanto ou pelo menos não faz nada para que a verdade prevaleça. Mas, se o outro lado joga o jogo, somente ao entrar em campo, de acordo com as regras do jogo político, você poderá enfim fazer sua verdade superar a mentira do outro.
    Com tudo isso, a dinâmica social como norteador da guerra política não é uma ferramenta para manipulação da verdade. Pelo contrário, é uma forma eficientíssima de termos alguma chance de fazer a verdade prevalecer sobre a mentira.
    Escrito por lucianohenrique
    22 de julho de 2012 em 8:10 pm

    Dicas de guerra política na questão do apoio de Silas Malafaia à junção entre cristianismo e política


    Fonte: Notícias Gospel
    Com a proximidade das eleições um assunto que muito vem sendo discutido é a participação da Igreja e das lideranças religiosas no processo eleitoral. Nessa segunda feira, o pastor Silas Malafaia publicou em seu site um texto no qual apresenta cinco argumentos para que a religião e a política andem juntas.
    Malafaia publicou seus argumentos como comentário às declarações feitas pelo professor de filosofia da universidade de Harvard, o americano Michael Sandel, que declarou recentemente que a política precisa se abrir à religião e acolher as convicções religiosas no debate público.
    O professor afirma que o que deve ser afastado da política não é a religião, mas o dogmatismo e a intolerância, que podem ser provenientes tanto de ideologias religiosas quanto seculares.
    - A política diz respeito às grandes questões e aos valores fundamentais. Então, a política precisa estar aberta às convicções morais dos cidadãos, não importa a origem. Alguns cidadãos extraem convicções morais de sua fé, enquanto outros são inspirados por fontes não religiosas – disse o filósofo.
    De acordo com o pastor, em sua primeira razão para que a religião ande lado a lado com a política, a afirmação de Jesus “Dai a César o que é de César, dai a Deus o que é de Deus”, teria servido para mostrar o compromisso do cristão com a cidadania humana e celestial. A mesma razão é citada pelo pastor em seu segundo argumento, quando Romanos 13:7.
    Em seguida Malafaia afirma que a Igreja, enquanto corpo místico de Cristo, não precisa de nenhum político para se estabelecer, mas que os cristãos não devem se omitir nesse aspecto para que os “filhos das trevas” não venham influenciar e determinar sobre a vida social.
    - Existe um jogo pesado e creio que satanás está por trás disto. Todos podem influenciar na política: metalúrgicos, médicos, filósofos, sociólogos etc. Todo tipo de ideologia, inclusive a ideologia humanista/materialista, que nega a existência de Deus, pode influenciar na política. Mas o estilo de vida cristã, não! Isto é um absurdo! O povo de Deus não pode cair neste jogo. As nações mais poderosas e democráticas do mundo foram influenciadas, em todas as suas instâncias, pelo cristianismo – afirma o pastor em seu quarto argumento.
    Por último, Malafaia afirma que não foi levantado por Deus para ser um político, mas sim para influenciar em todos os campos da vida. Ele afirma ainda que o pastor tem “autoridade bíblica para orientar as ovelhas de Jesus em todas as áreas”.
    Meus comentários
    Devo deixar bem claro que tenho medo de uma teocracia, pois ateus como eu não se dariam muito bem em um ambiente teocrático. Entretanto, o que Silas pede é a participação ATIVA de cristãos na política, o que não tem nada a ver com teocracia.
    Ora, se um humanista pode participar da política, por que um cristão não pode? Essa é a concepção criada no imaginário popular por um grupo de interesse (esquerdistas), que NÃO QUEREM a participação dos religiosos tradicionais, mas sendo os esquerdistas os religiosos políticos da parada, isso significa que eles querem impor a religião deles sobre o restante. Algo como se dissessem: “A única religião permitida na atuação política é a religião política, que envolve o marxismo e humanismo, mas a religião cristã não pode ser permitida”. Não é preciso elaborar uma teoria complexa para notarmos que estamos diante de um caso de vested interest aí.
    Curiosamente, muitos ainda não perceberam e acabam caindo nos truques, como o deste comentarista da matéria, Victor Lima: “Há muito conquistamos a separação entre a igreja e o estado, um verdadeiro progresso. O que esse cara quer é um retrocesso, abandonando tudo o que já conseguimos e voltando à época em que a igreja e o estado de misturavam. Esse cara é uma ameaça à democracia.”
    Quais os truques que Vitor tenta? Para começar, de acordo com o jogo de rótulos, ele tenta impor a si mesmo (e ao seu grupo) o rótulo de “defensor do estado laico”. Esse rótulo, ao ser utilizado, tenta fazer com que a platéia o perceba como o defensor da liberdade de religião, enquanto o seu oponente seria rotulado como aquele que quer “tolher” sua liberdade. O problema é que o estado laico nem de longe proibe que pessoas de uma determinada religião participem politicamente. Pelo contrário, o BANIMENTO de um grupo de participação religiosa aí sim é uma violação dos princípios do estado laico. Por isso, Silas Malafaia, ao propor uma participação política democrática de seu grupo está mais a favor do estado laico do que os mentirosos do lado humanista. Essa é a mensagem que deve ser passada, e os que estão do lado conservador deviam transmiti-la.
    Além do truque básico, Vitor atribui ao oponente rótulos como “retrocesso” e “inimigo do estado laico”, além de uma “ameaça à democracia”. Notem que o jogo é exatamente esse, e este mapeamento comprova tudo o que este blog tem afirmado em termos de dinâmica social do jogo político. Entretanto, a verdade nos mostra que é Victor o obscurantista da questão, por tentar proibir um grupo de participar politicamente, o que poderia rotulá-lo como discriminador de grupos.
    Por outro lado, ainda temos alguns cristãos mansos que aceitaram a camisa de força imposta pelo adversário e, mesmo sendo cristãos, querem repelir o discurso de Silas. Alceu Santos disse: “Ô meu Deus!… Que tristeza ler isso de um homem que se diz profeta de Deus para nossa nação! Ainda bem que a minha pátria é a celeste e estou aqui de passagem!”. Oscar da Silva Santos afirma: “Só lembrando que a idolatria entrou no cristianismo quando se começou a fazer concessões para que  fosse melhor aceito em Roma.” Ou seja, eles estão colocando lenha na fogueira que está sendo armada para queimá-los, e jogando para o time adversário. Foi para tratar pessoas deste tipo que sugeri a técnica do esmagamento mental.
    Nas redes sociais, quem quiser atuar politicamente terá que ficar atento a detalhes como estes, em que temos oponentes ao conservadorismo que estão dominando o frame através de um efetivo jogo de rótulos (mesmo que mintam de forma contumaz), ao passo que muitos do lado conservador ainda estão embebidos de uma comovente ingenuidade. Ou a situação é mudada através da conscientização (e sugiro que vocês esclareçam os seus amigos conservadores a respeito desses truques o máximo possível), ou então a guerra política está perdida.
    A mensagem tem que ser clara: “Se há uma Bancada Gay, por que não pode existir uma Bancada Cristã?”. E em seguida acusar os esquerdistas de discriminadores de cristãos, rastrear as ações mais relevantes, e ainda questionar ferrenhamente os conservadores e/ou cristãos que caíram nas artimanhas do adversário. Nesse momento, a proposta de Silas Malafaia merece apoio, e quaisquer truques feitos pelo oponente devem ser desmascarados. E quanto aos cristãos mansos? Desculpem-me, fellas, não é momento de tolerar “fogo amigo”.
    Escrito por lucianohenrique
    20 de julho de 2012 em 10:34 am

    Ceticismo político, dinâmica social e guerra política: uma resposta ao colega Leonardo Bruno trazendo exemplos do paradigma deste blog


    Há uma semana, escrevi o texto “Um erro e um acerto estratégico de Leonardo Bruno no vídeo ‘Estudos Científicos Revelam’”, no qual fiz críticas em relação a um vídeo de Leonardo Bruno onde ele criticava o cientificismo do neo ateu Daniel Fraga quando este tentou provar que os ateus eram mais inteligentes que os religiosos, através de uma suposta pesquisa científica. Leonardo (que assim como eu, ocasionalmente escreve para o Mídia Sem Máscara), escreveu dois posts: “Resposta a Luciano Ayan” e “Outras Observações a Luciano Ayan: o Perigo das Armadilhas Retóricas”. Ambos textos muito interessantes e lúcidos, que merecem uma resposta.
    Essa minha resposta não é uma refutação, mas uma complementação ao que ele escreveu, além de alguns ajustes, pois vejo que minhas percepções e a dele estão um tanto diferentes em um aspecto: o da alegação política.
    O fato é que minha crítica não foi feita em cima do paradigma do debate filosófico, mas do debate político. Em termos de debate filosófico, quando Leonardo diz que a ciência não pode assumir o papel de definidora de toda a realidade, concordo com ele. Isso seria cientificismo, método facilmente ridicularizável. Entretanto, a forma como ele vê os neo ateus é totalmente diferente da que vejo. Por exemplo, enquanto Leonardo diz que os neo ateus acreditam na ciência como aquela que tem o monopólio da verdade, eu digo algo muito diferente, depois de minhas investigações sobre eles: neo ateus apenas ALEGAM que acreditam na ciência como a detentora de toda a busca de conhecimento (inclusive sobre como devemos agir moralmente), mas isso apenas é um truque, no máximo uma simulação comportamental, para obter perante a plateia o benefício psicológico que essa alegação possa causar, e, enfim, ganhar o jogo político.
    É justamente aí que entra em campo meu paradigma mudando totalmente o foco da análise. Leonardo critica os neo ateus por acreditarem na ciência como um Deus, enquanto eu nem de longe acredito que os neo ateus façam isso. Eu avalio os neo ateus como jogadores (inteligentes) de um jogo político na qual a repetição da expressão “representante da ciência” irá causar um benefício político através do efeito psicológico (incontornável, se avaliarmos pela ótica da dinâmica social) que essa expressão causará.
    Sei que o paradigma defendido aqui é inovador, e ainda não vi a mistura de dinâmica social com debate político em outros autores. É uma contribuição ousada ao debate político, e ainda está sob estruturação. E, além de tudo, temos o paradigma do ceticismo político junto. Se eu fosse definir minha abordagem neste blog, desde meu retorno no fim de 2011 até agora, seria: “Um blog sobre a dinâmica social dos debates políticos, com foco na guerra política da esquerda contra direita, embasado pelo uso do ceticismo político contra a esquerda, ou seja, a religião política”. Quer dizer, mesmo eu sendo um conservador, tenho um modelo de ação, que sem falsa modéstia reconheço como inovador (e defendo piamente que ele dê resultados), sendo bastante diferente da crítica tradicional à esquerda feita pelos conservadores. Ainda que sejam críticas muito interessantes, como as do próprio Leonardo Bruno em diversos casos.
    No modelo de ceticismo político, defino como alegação política toda alegação que, se aceita, irá gerar benefício para aquele que a propaga. Isso vale para indivíduos ou grupos. Como exemplo, poderíamos ter um gerente que queira se promover dizendo nos corredores que é “a favor de resultados”. Suponha que ele repita a rotina 200 a 300 vezes por semana, com pessoas diferentes. Na abordagem padrão, alguém o questionaria dizendo: “ser a favor de resultados de forma tão incisiva como ele é a forma certa de agir?”. Na abordagem do ceticismo político, o questionamento é totalmente diferente: “Como será que ele de fato prova que é adepto dos resultados tal como alega? Quais os resultados efetivos dele?”. Note que na primeira, eu aceitaria a alegação do gerente como verdadeira. Mas, como o ceticismo político diz que toda alegação que automaticamente beneficia seu propagador é política (e como tal devemos priorizar este questionamento), eu questiono a alegação.
    E onde entra a dinâmica social? Ela entra para explicar as relações humanas, em seu aspecto mais profundo, inclusive sobre como funciona nosso hardware. E por que o cérebro da maioria absoluta da população irá reagir de forma positiva (e instintiva) a quem diz estar “do lado dos resultados”. Com a dinâmica social, sabemos de forma mais prioritária o que não pode passar ileso ao questionamento.
    Em cima deste paradigma, comento alguns pontos interessantes de Leonardo, que me permitirão detalhar ainda mais o modelo de ceticismo (aliado à dinâmica social) defendido aqui.
    Embora os neo-ateus ajam com as armas da calúnia, da difamação e da injúria e usem das mesmas ações de propaganda terrorista que vemos no século XX, há elementos igualmente graves que acompanham o pensamento ateu, como a renovação ideológica do cientificismo e do ódio secularista anti-religioso, elevados a dogmas modeladores da realidade. Essas duas hipóteses alimentam a sedução demiúrgica de alguns se posicionarem como deuses, com a enganosa crença totalitária de que podem controlar a realidade. A ciência, na mentalidade destes indivíduos, tem autoridade absoluta sobre o mundo. Contudo, a ciência, como um método de conhecimento que apenas descreve um fragmento da realidade e um tipo determinado de objeto, não tem o poder de explicar a totalidade do mundo. É neste sentido que critico o mau uso do método científico e mesmo a própria autoridade científica. Ataco a forma esotérica com que muitos indivíduos a invocam para justificar questões, idéias ou paixões que estão completamente desvirtuadas de seu foco.
    No texto “O epicentro da crença esquerdista”,  eu mostro exatamente o oposto, embora à primeira vista possamos realmente tender a aceitar que os neo ateus aparentemente usam a ciência para “explicar a totalidade do mundo”. Nesse texto, tive um exemplo de como a mais robusta teoria científica sobre a biodiversidade (o Darwinismo) é solenemente ignorada por um marxista quando esta teoria nega seus principais cânones. O detalhe é que antes disso o marxista dizia que era “adepto da ciência”.
    Por que ele fazia isso? Por que ele se disse um adepto da ciência em um momento mas renegou-a assim que a mesma ciência destruiu a base de sua crença? A resposta, pela ótica da dinâmica social da guerra política, é de fato óbvia. O fato é que ele afirmava ser “do lado da ciência”, não por sê-lo de verdade, mas por ter um costume de usar esse rótulo e obter o benefício político unicamente pelo seu uso.
    Por isso onde Leonardo Bruno vê alguém que outorga a ciência o poder de todo o conhecimento, eu vejo alguém que apenas simula o discurso de “representante da ciência” para obter o benefício psicológico (perante a plateia) que esta auto-venda pode prover. É com essa perspectiva que escrevi meu texto criticando seu vídeo. Se eu acreditasse na verbalização de Daniel Fraga de que ele “está com estudos científicos em mãos”, com certeza abordaria a coisa de maneira totalmente diferente. Depois dos textos sobre o jogo de rótulos, o controle de frame e o self-selling, além dos vários exemplos que tenho fornecido mostrando que a esquerda sempre faz auto-rotulagem em cima de rótulos que não correspondem à realidade, não dá para aceitar, portanto, a auto-venda deles.
    Sob este novo paradigma, comentarei algumas observações de Leonardo, com todo o respeito.
    Preliminarmente, eu não dei o rótulo de “representante da ciência” a Daniel Fraga. Se houve algum tipo de epíteto neste sentido, a minha intenção foi no mínimo irônica. Em outros vídeos já denunciei o quanto essa chamada “militância ateísta” não consegue ter o menor domínio filosófico ou epistemológico do que seja método científico. Que dirá então de Daniel Fraga, que abusa de conceitos e preconceitos quando usa a palavra “ciência” para seus gostos e caprichos? No debate ateu X cristão, publicado no youtube, o máximo que Daniel Fraga consegue entender a respeito de ciência é uma repetição de lugares-comuns inspirados em revistas que lê, como Superinteressante ou algo do mesmo nível. Na prática, ao exemplificar até que ponto o discurso da ciência pode ser utilizado, eu denunciei, basicamente, a fraude implícita da ladainha dos arautos da autoridade científica.
    Entendido. E não tenho nada a contestar aqui. Só que eu preciso complementar ainda mais o que Leonardo afirma: Daniel Fraga é um animal de teta. Ele costuma dizer que defende a “razão, contra a superstição”, mas de racional o discurso dele não tem nada. Como já mostrei anteriormente aqui neste blog, esta é a rotina “Dono da razão”. Daniel também costuma dizer que “representa a ciência”, mas, sem exageros, tanto eu como Leonardo representamos MUITO MAIS a ciência do que ele. Mas isso não é um elogio. Representar mais a ciência do que Daniel Fraga não significa absolutamente nada. É como quando o filme “Hulk”, de Ang Lee, foi lançado em 2003. Li em uma crítica que o filme era melhor que o “Batman”, de Tim Burton. Mas a mesma crítica dizia que ser melhor que o “Batman” de Burton não significa absolutamente nada, pois não dava para ser pior que aquele filme. E exatamente da mesma forma digo que eu e Leonardo representamos muito mais a ciência que Daniel Fraga. Simplesmente por que é IMPOSSÍVEL representar menos a ciência do que ele.
    Um exemplo da irracionalidade da crença de Daniel é que ele é anarco-capitalista. Quanto ao capitalismo, nada contra, mas o aspecto “anarco” é facilmente ridicularizável. Daniel chega a acreditar que não precisamos de uma polícia oriunda do estado. Para crer nisso, ele precisa renegar tudo que a ciência nos diz a respeito da natureza humana, e do perigo que seria voltar à era tribal (exatamente em uma época em que temos muito mais tecnologia de morte do que naquela época). Daniel não só foge do que a ciência nos diz sobre a espécie humana (é por isso que digo que ele quer ser de direita, mas tem um “frame” de mente que o posiciona como idiota útil do esquerdismo na maioria do tempo), mas até do que o bom senso nos diz. Por isso, representar a ciência (muito) mais do que Daniel Fraga, repito novamente, não significa absolutamente nada. É bom que eu deixe isso bem claro, antes de comentar os próximos pontos.
    É bem verdade que a ciência tem algo de positivo para o ser humano. Eu não nego os benefícios que ela nos deu, como aliás, deixo bastante claro isso. O que nego é o dogmatismo positivista que faz do discurso científico um instrumento para defender superstições ideológicas e preconceitos pessoais. Na realidade, Luciano Ayan acaba por cair no perigoso engodo de Daniel Fraga, ao dar a ciência uma importância maior do que ela de fato possui. Afirmo que Daniel Fraga e outros neo-ateus são verdadeiras nulidades nestes assuntos. Contudo, rejeito essa glamourização do pensamento e do método científico. Na verdade, considero uma verdadeira superstição da modernidade, uma idolatria vulgar, que deve ser combatida, pela salvação do conhecimento.
    Em sequência ao que afirmei anteriormente, Daniel Fraga não dá à ciência importância alguma. Ele a renega, e ignora tudo que a ciência tem a dizer a respeito da espécie humana. Mas repete (em ritmo bate-estaca) que está “do lado da ciência”, pois espertamente ele sabe que obtém o ganho político de usar esta afirmação. Portanto, o que estou combatendo não é a “glamourização da ciência”, mas uma simulação de pessoas que fogem de tudo que a ciência tem a nos dizer, mas ao mesmo tempo simulam que estão “do lado da ciência” apenas para obter o benefício psicológico que esta afirmação pode prover.
    Esse é o engodo de Daniel Fraga. Fingir algo que ele não é (ele diz ser alguém que está de acordo com o que a ciência nos diz). O próprio dogmatismo positivista nunca foi científico. Mas, pior ainda, nunca foi uma declaração sobre a verdade do pensamento positivista. Sempre foi apenas um discurso de marketing para obter o mesmo benefício psicológico que Daniel Fraga está buscando.
    Enquanto eu digo que “glamourização da ciência” seria uma estupidez (no que concordo absolutamente com Leonardo), eu diria que nenhum dos neo ateus faz isso. Jamais fizeram. Mas, ao contrário, eles usam o discurso de “tudo pela ciência” apenas para a capitalização política.
    A ciência jamais foi uma superstição da modernidade. Acreditar na simulação de que humanistas e seus asseclas “cultuam a ciência” é que é uma superstição. Notem que essa é a grande mudança de paradigma defendida aqui, que é plenamente sustentada pela dinâmica social do debate político.
    E como é fácil chegar à esta conclusão? Basta estudar o que os humanistas supostos adeptos do “tudo pela ciência” sempre fizeram, renegando tudo o que a ciência tem a nos dizer a respeito da espécie humana para continuarem vendendo suas utopias. Não há uma teoria científica decente que sustente a crença no homem. Sendo assim, é óbvio que a declaração de “todo o conhecimento deve ser ditado pela ciência” não passa de uma trucagem para ganhar as mentes da platéia.
    Por isso, digo claramente que represento a ciência muito mais do que Daniel Fraga, Richard Dawkins, Carl Sagan… E isso não é nenhum elogio. É por que não é possível representar MENOS a ciência do que eles.
    Eric Voegelin, em seu livro “A Nova Ciência de Política”, já dizia que o positivismo, ao absolutizar o pensamento científico, acaba por destruir o próprio conhecimento. Ao cultuar o pensamento científico acima de outros métodos de análise, se está cometendo um erro epistemológico, e no final das contas, destruindo o conhecimento como um todo, como também o pensamento científico em particular.
    Esse é o erro que vejo na análise de Voegelin. Já tratei essa questão no texto “Por que a educação dada pelos nossos pais pode ter criado uma geração de pessoas sem preparo para a guerra política”. Quer dizer, basta alguém dizer que é “dos resultados, resultados, resultados” que já sairemos dizendo que ela é uma “pessoa orientada a resultados”? O que estou questionando aqui é exatamente o ato de aceitar esse tipo de alegação política. O pensamento científico JAMAIS foi usado de forma absoluta ou “adorado” por humanistas e esquerdistas em geral. O que defendo aqui (e sustento, com quantos exemplos forem necessários) é que os esquerdistas apenas repetiram o discurso de marketing de “estar do lado da ciência”.
    Eu não estou disputando nenhum sentido de autoridade científica maior do que os ateus, até porque as discussões relacionadas ao conhecimento vão muito além do método científico (se entendermos a “ciência” como “ciência natural”). Já expliquei, em artigos e vídeos, por que os usos e abusos da autoridade científica são, na prática, uma espécie de elevação do cientista a uma figura clerical e da ciência a uma caricatura da revelação religiosa. Não é a autoridade científica que importa, mas a verdade.
    Não é a autoridade científica que importa, é fato, pois pelo meu paradigma de ceticismo político apelos à autoridade não valem nada. Mas estudos científicos que tenham boa sustentação sempre são melhores do que nada.  O fato é que, se discutirmos itens que fazem parte do escopo da ciência, estar amparado por ela é sempre muito bom. Já o “abuso da autoridade científica” é uma fuga ao método científico (o qual é restrito, de forma coerente), para fazer a capitalização política necessária para obter o efeito psicológico de ser reconhecido pela  platéia como “representante da ciência”.
    Até aqui noto que a maior divergência entre eu e Leonardo é que ele aparentemente crê que alguém “adora a ciência” quando diz que “todo o conhecimento deve ser dado pela ciência”. E eu não acredito, e tenho motivos para questionar a alegação de que esta pessoa é “mais apegada à ciência do que eu”. Essa é a diferença (que faz toda a diferença) nesta análise.
    Por exemplo, Leonardo diz que “não é a autoridade científica que importa, mas a verdade”. Mas se a verdade importa, e se é um fato que o oponente neo ateu foge da ciência (mesmo quando diz “adorá-la”), devo dizer a verdade à platéia e desmascarar o fraudador, e não atribuir um valor de verdade à declaração puramente política dele.
    Luciano Ayan comete o erro de se importar mais com o método ou sua nomenclatura do que com o objeto de estudo. O método, em si mesmo, só é válido quando há eficácia na busca do objeto. Eu não posso avaliar a política, a ética, a metafísica, a filosofia ou o direito através do método da ciência natural. Chega a ser bizarro alguns ateus tentarem explicar a moral por argumentos científicos, até porque a ciência natural, como um método de investigação eminentemente descritivo, isenta-se de juízos de valor. Quando alguém tenta explicar “cientificamente” a ética ou a moral, na prática, nem sabe do que está falando. Que dirá então da política e dos assuntos humanos? Ademais, muitas questões relacionadas à mente, ao espírito, à personalidade, não pertencem ao jugo científico. Até porque não há instrumentos palpáveis da ciência em estudar aquilo que vai muito além de seu alcance, já que não está se falando de algo físico, mas algo que pertence ao mundo da abstração.
    Alguns (neo) ateus tentam explicar a moral por argumentos SIMULADAMENTE científicos, o que é bem diferente de explicá-la por argumentos científicos. De novo, a diferença que faz toda a diferença. Entretanto, discordo de que a ciência não pode explicar elementos da personalidade, assim como dar algumas explicações (bem básicas, é verdade) para o desenvolvimento da moral na espécie humana.
    Mas, de novo. O neo ateu tenta explicar a moral por “argumentos científicos”, não por que “adore a ciência”, mas por que conquistará a mente da platéia ao dizer isso. Mas duvido muito que qualquer neo ateu seja mais “apegado” à ciência do que Leonardo Bruno. Isso por que a declaração “sou apegado à ciência” é uma alegação política, que não passa em meu crivo cético. Se um neo ateu escrever um livro com 1.500 páginas, contendo apenas a repetição da frase “Eu amo a ciência”, no mínimo 50 vezes por página, isso não o fará um “adorador da ciência”. Eu vou TESTAR se ele realmente adora a ciência.
    O que noto é que a alegação política do neo ateu (“creio na ciência mais que tudo nesta vida”) não foi questionada por Leonardo, mas aceita, e daí críticada. Se eu tomasse a afirmação do neo ateu como verdadeira, concordaria com toda a essência da crítica de Leonardo. Mas quando um neo ateu diz “Amo a ciência, e só ouço o que ciência me sussurra no ouvido”, eu lhe diria em retorno: “Ama a ciência bosta nenhuma. Teu discurso nada tem de científico. Não tente me enrolar”.
    Os cientificistas acusam os religiosos de usarem Deus para cobrir as lacunas do universo. Entretanto, os ateus militantes e demais ideólogos da pretensa ciência cometem o mesmo erro, ao atribuir a ciência plena validade absoluta, pelo fato de certos fenômenos não serem alcançados por ela. É um sofisma repetido à exaustão por eles. A ineficácia da ciência não seria produto de suas limitações metodológicas, mas sim por conta de seu parco desenvolvimento. Na prática, as falhas da ciência são justificadas para tapar as próprias lacunas das ideologias materialistas, positivistas e atéias.
    Leonardo conclui corretamente que a ciência é ineficaz para determinadas abordagens por suas limitações metodológicas, mas creio que se equivoca ao achar que os “neo ateus cometem o erro” de usar a ciência para cobrir as lacunas do conhecimento. Na verdade, eles estão em um jogo político no qual, SE REPETIREM ESSE MANTRA, ganharão o debate. A constatação de que o discurso cientificista é repetido à exaustão é inegável, mas ele só é repetido por que FUNCIONA. Pior, eles repetem o discurso e, ao invés de mostrarmos ao público que eles são mentirosos praticando o controle de frame, dizemos que eles estão errados ao “adorar a ciência”. Daí é o mesmo que sair questionando o gerente picareta “pelo fato dele ser mais apegado a resultados”.
    De uma forma mais prática. Observe as seguintes afirmações abaixo:
    • Eu creio na ciência mais que tudo. (Eu duvido que ele creia de fato)
    • Creio que a ciência tem o domínio do conhecimento.  (Eu duvido que ele ache isso)
    Ao acreditar que as afirmações abaixo são manifestações de um sentimento verdadeiro, aí sim toda a crítica de Leonardo ao cientificismo estaria válida. O cientificismo seria uma estupidez, certo? Mas pela dinâmica social do debate politico, os neo ateus estão agindo de forma esperta politicamente, pois mesmo que as afirmações sejam falsas, a repetição delas causa um efeito psicológico positivo na platéia. É esse efeito que eles estão buscando. Minha crítica é pelo fato de, ao invés de apontarmos que eles dizem uma mentira, estamos tomando a mentira como verdade, e aí lançando uma crítica na qual só os ajudamos.
    No exemplo corporativo, se alguém criticar o malandro dizendo que ele “está errado por ser tão focado em resultados”, só o estará ajudando a propagar a mentira que ele criou. A ação correta seria questionar se ele é a favor dos resultados ou não.
    Relembrando: “uma alegação é política quando, se aceita, traz benefícios a quem a propaga”. Qual o benefício que um neo ateu quer ao dizer que “adora a ciência”? Ganhar psicologicamente a mente da platéia, e esse é um efeito inevitável. Ele adora a ciência de fato? Não mais que eu ou o Leonardo. Mas ao não questionarmos essa alegação dele, damos AUTOMATICAMENTE o benefício que ele buscou ao aplicar uma mentira.
    Talvez não tenha especificado nada naquele vídeo, onde só me limitei a criticar a mística do cientista, pois não somente comete erros de pesquisa e de método, como é idolatrado no plano de um novo clero da nossa época. Inclusive, essa idolatria da autoridade científica é menos produto de uma inteligência superior do que do controle que determinados grupos ideológicos possuem nos ambientes considerados “culturais” na sociedade.
    Vou deixar meu ponto mais claro ainda. Não existe idolatria da autoridade científica, mas sim um discurso de simulação de idolatria que jamais deveria ser aceito pelos conservadores. Enquanto o oponente diz que “idolatra a ciência”, deveria ser rebatido com “idolatra fugir da ciência, isso sim”. E é verdade afirmar isso.
    De fato o truque de SIMULAR idolatria da autoridade científica (enquanto ao invés de questionarmos essa idolatria, deveríamos questionar a alegação política de que eles “idolatram a ciência”) serve para controlar o frame na discussão. E ganhar o debate por antecipação. E é exatamente por isso que devíamos questioná-los.
    Eu aconselharia ao meu amigo Luciano Ayan a ler com detalhes alguns artigos e vídeos, pelos quais demonstro, através de alguns fatos, que a civilização que conhecemos é produto da Cristandade e que uma boa parte da história contada em universidades e escolas é pura propaganda ideológica.
    Eu já li alguns, e gostei do que li. Respeito o cristianismo por sua influência cultural, embora eu não seja cristão. Entretanto, essa influência toda tem sido demolida (o que é uma pena) por que os neo ateus estão controlando o frame da discussão, usando a  mentira de “representação da ciência”, além de outras mentiras.
    Eu não preciso de estatísticas ou de pressupostos de autoridade para provar o óbvio: basta apelar à filosofia, à história e à civilização em geral, para perceber que a contribuição dos ateus para a cultura é visivelmente inferior a de qualquer cultura religiosa.
    Aqui vou discordar, pois é natural que muitos teístas tenham feito muitas contribuições, pois eles sempre existiram em MAIOR QUANTIDADE. Eu sou ateu e não vejo uma explicação científica ou racional para um fato de um ateu ser menos capaz para produzir arte e conhecimento do que um teísta. Por exemplo, David Cronenberg, um dos melhores cineastas da atualidade, é ateu. Um dos maiores demolidores do humanismo hoje em dia é John Gray, também ateu. Portanto, esse discurso de que “ateu é inferior intelectualmente, cientificamente ou artisticamente” é algo que não comentarei mais.
    Na verdade, ela [a ideologia neo ateísta] é pura transmutação de uma das faces das ideologias revolucionárias que assolaram o século XX, que já dominou uma boa parte das academias e do universo cultural das universidades e a própria sociedade.
    É exatamente por isso que sugiro que passemos a controlar o frame das discussões, demolindo as alegações políticas MAIS QUERIDAS para eles. E uma das principais afirmações políticas que proferem é a de que “representam a ciência”, o que é uma mentira. Se eles dominaram as academias e o universo cultural, estão fazendo isso por usarem os rótulos a favor deles há muito tempo, mesmo mentindo. Por que não desmascarar essas mentiras ao invés de tomarmos a mentira como verdade?
    Quando os ateus militantes exigem “provas científicas” da existência de Deus ou elevam a ciência como uma explicação totalizante da realidade, eles, na prática, preparam uma falaciosa armadilha retórica. Pois qualquer discussão filosófica ou metafísica acerca de Deus vai muito além do método científico. Se alguém aceitar previamente os postulados dos ateus, obviamente as premissas viciadas vão comprometer qualquer justificativa acerca da existência de Deus, uma vez que a ciência, limitada que é, não abarca uma discussão que vai muito além dos seus fins. Ou seja, os ateus exigem que usemos os instrumentos inadequados para simplesmente não buscarmos o fim. Deus não pode ser mensurado num tubo de ensaio ou pela ciência, para comprovar sua existência. Mas o raciocínio desonesto dos ateus acaba por negar previamente qualquer forma de conhecimento que fuja dos postulados cientificistas. Em outras palavras, os ateus militantes limitam ao máximo o alcance e a análise do conhecimento, para justamente negar Deus.
    Se fazem isso, não é dizendo que eles “adoram a ciência” que vamos derrubá-los, mas dizendo à platéia que eles “fogem da ciência” quando mentem sobre o método científico. Ao ampliar o escopo do método científico, os neo ateus são inimigos da ciência por banalizá-la e transformá-la em instrumento de debate político. Esse é o tipo de denúncia que deve ser feita, ao contrário de aceitar a fraude de que “eles querem usar a ciência para todo o conhecimento”. Deve ser dito que “não, eles não querem a ciência, mas usam uma ‘versão pirata’ da ciência para fingirem representá-la”. Também pode ser dito: “Como pode um grupo ser tão abjeto a ponto de ignorar de forma tão torpe o que realmente é a ciência?”. De novo, essa é a diferença que faz toda a diferença. No meu caso, estou rebatendo todas as alegações políticas, mas Leonardo ao não questionar mesmas afirmações políticas, não conseguirá desarmar as armadilhas do adversário. Isso porque a própria crítica ao cientificismo não faz nada para demolir a alegação política do outro lado.
    Lembremos: a alegação “a ciência pode representar todo o conhecimento” pode até ser uma alegação política, mas a afirmação “eu represento a ciência” com certeza é política. Sob o paradigma proposto aqui, deve-se priorizar o questionamento desta última, portanto.
    É ainda paradoxal que a ciência, supostamente totalizante, seja um princípio que esterilize ao máximo a extensão do conhecimento. Não são os ateus e materialistas que afirmam que tudo que não abarque o pensamento científico necessariamente não existe? Ao determinarem o absolutismo da ciência, na prática, cerceiam e destroem o conhecimento. Dentre todos os dogmatismos, talvez o dogmatismo científico seja um dos mais perversos. Ele idiotiza, empobrece, estupidifica. É neste sentido que critico o chamado “culto da ciência”, uma vergonhosa idolatria, que consegue mais imbecilizar do que esclarecer, justificando e dando ares sérios a quaisquer tipos de superstições.
    Eu já trataria de forma diferente. Sobre a “simulação de culto a ciência”, não dá para dizer que é algo que idiotiza ou empobrece qualquer coisa, mas uma arma política que é utilizada para tirar o outro lado do debate público. Ao assistirmos alguém usando esse discurso e ao mesmo tempo ganhando as mentes da platéia, aprendemos muito sobre a natureza humana.  Entretanto, se eles usam uma arma política, é possível utilizar uma contra-medida, e este é o ceticismo político. Aliado à dinâmica social, ele se torna poderoso.
    Em suma, jamais devemos acatar as premissas do inimigo, quando elas são falsas. No caso em particular, a solução para isso é quebrar as premissas ateístas na raiz e demonstrar seu sofisma intrínseco. Foi isso que de fato fiz, quando provoquei este “culto à ciência”. Ademais, ao denunciar a superstição ideológica da ciência, não estou dando ares de autoridade científica aos ateus. Pelo contrário, estou demonstrando, com argumentos, que são uns notórios charlatães.
    A “simulação de representante da ciência” não é um truque ateísta, mas humanista/iluminista. Como já disse aqui, nem todo ateu é humanista. Eu sou ateu e não sou humanista. Mas a meu ver o erro de Leonardo está na “denúncia a superstição ideológica da ciência”, enquanto, como já deixei claro aqui, eu denuncio o truque de fingir “adoração à ciência”. Ora, se não devemos jamais acatar as premissas do inimigo quando elas são falsas, há premissa mais falsa do que aceitar que um neo ateu de fato “ame a ciência mais que tudo”?
    Ser mais “científico” do que os ateus, da forma como eles entendem, seria o mesmo que dizer que sou mais esquerdista do que os esquerdistas ou mais ateu do que os ateus. Afirmar-se com as armadilhas do inimigo é dar munição a ele. A solução mais lógica é quebrar o conceito de “ciência” no imaginário cultural, abarcado de ideologia positivista.
    Novamente, eu trato dos neo ateus, e não dos ateus. Se um neo ateu diz que é “científico”, eu digo que sou “mais científico” que ele, e ainda digo que ISSO NÃO SIGNIFICA ABSOLUTAMENTE NADA, pois nada é mais anti-científico que o neo ateísmo.
    Um exemplo? Vejamos quando Dawkins diz que o fim da religião pode ajudar na redução de conflitos, pois sem esse rótulo as pessoas não se dividiriam. Qual a base científica para ele dizer que o gregarismo (presente em todas as espécies) reduziria somente por isso? Nenhuma. Se eu quebro isso em um debate científico, obviamente que ao menos nesta questão estou mais do lado da ciência que ele.
    Ora, esse é o tom a ser adotado, e não dar o rótulo de “representante da ciência” de bandeja a alguém que foge do verdadeiro debate científico. Não há motivos para quebrar o conceito de ciência no imaginário cultural, pois, como já disse, o ser humano já reage instintivamente bem ao rótulo ciência. Há que se desmascarar os humanistas quando eles tentarem usurpar esse rótulo para eles.
    Se o argumentador destruir a premissa falaciosa dos ateus em buscar respostas cientificistas para tudo, sobrará a eles caírem na nossa linha de argumentação, filosófica, teológica e metafísica, já que a própria ciência para se respaldar precisa destes ramos especulativos de conhecimento. Não é por acaso que no debate em que participei sobre ateísmo e cristianismo, eles foram virtualmente massacrados no campo das idéias. Restou a eles se apegarem a fragmentações retóricas e pseudo-científicas, que na prática, confundiam, mas não explicavam nada.
    Pelo que conheço de Leonardo, não duvido do massacre, pelo qual já o parabenizo. Ainda assim, acrescento que não há momento melhor que este para expor à platéia que eles apanham de alguém no DEBATE CIENTÍFICO, pois não representam a ciência. Pode-se dizer, em um debate assim, que os neo ateus só prejudicam a ciência por desvirtuá-la. Isso não é “adorar a ciência”, mas fazer politicagem fingindo uma adoração que eles jamais possuíram. Se a ciência precisa de defensores, deve buscá-los nos oponentes dos humanistas. Esta é a mensagem que defendo. E ela é dificilmente refutável.
    Enfim, gosto muito do trabalho de Leonardo Bruno, somente preciso apontar que noto a abordagem dele especialmente filosófica (e respeitável), ao passo que temos uma diferença de percepção do inimigo em alguns pontos. O aceite do rótulo auto-imposto pelos neo ateus neles próprios faz com que Leonardo ataque uma idolatria que eu duvido que exista, assim como eu duvido que o hipotético “gerente que só pensa em resultados” realmente pense nisso mesmo. Mais uma vez, esta é a diferença que faz toda a diferença.
    Escrito por lucianohenrique
    20 de julho de 2012 em 1:15 am
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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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