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    quarta-feira, 19 de outubro de 2011

    `Leia a Bíblia?`

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    `Leia a Bíblia?`
    Orlando Fedeli
    I - Introdução
    II - A palavra de Deus exige elucidação, porque "a letra mata"
    III - O verbo ler na Sagrada Escritura
    IV - Sentidos das palavras e da Escritura
    Tipos de palavras
    Modos de empregar as palavras
    Figuras de retórica
    Gêneros literários
    Sentido Histórico
    Parábolas
    Sentidos das Sagradas Escrituras
    V - Conclusão

    --------------------------------------------------------------------------------



    "A glória de Deus está em encobrir a palavra,
    e a glória dos Reis é investigar o discurso"
    (Prov. XXV,2)


    I - Introdução

    Cada religião é conhecida por sua prática mais característica. Assim, o Catolicismo tem na Missa seu ato essencial de culto a Deus. Os espíritas têm como ação típica a invocação dos espíritos, para conhecer algo do além, isto é, a necromancia, e os protestantes de todos os naipes são conhecidos pela sua insistência na Bíblia, que eles lêem e recomendam ler com insistência, como se pela leitura se achasse a salvação.

    O pressuposto desses protestantes – hoje, para mascarar suas divisões, eles ocultam inicialmente o nome de sua seita, e se dizem genérica e vagamente "evangélicos" – é que qualquer pessoa, por mais desprovida de conhecimentos que seja, pode ler com fruto a Escritura, porque o próprio Espírito Santo vai inspirar a ela o sentido verdadeiro do que está escrito. A Bíblia seria, então, mais fácil de ser entendida do que um romance de banca de jornal, ou que um gibi. Além disso, cada um poderia dar a interpretação que desejasse, ou que julgasse ter entendido do texto sagrado. A Sagrada Escritura não teria um significado objetivamente correto. Todas as interpretações seriam sempre certas, ainda que fossem interpretações contraditórias. É o que se chama de livre exame da Bíblia, princípio proclamado por Lutero para destruir o poder do Papa.

    O resultado desse livre exame da Escritura Sagrada foi uma quase infinita multiplicação de seitas. Tal sistema instaurou uma verdadeira Babel bíblica. Hoje, há milhares de seitas "evangélicas", cada qual dando uma interpretação diferente do texto sagrado, e todas se proclamando verdadeiras.

    No fundo, cada protestante é uma "igreja", não podendo, de fato, existir a Igreja de Cristo. O protestantismo se ergue contra o poder infalível do Papa, e, para combatê-lo, proclama a infalibilidade individual de cada "crente".

    Cada um deveria ler a Bíblia, e cada um teria um entendimento diferente da Sagrada Escritura, negando-se, assim, que haja realmente um sentido objetivamente verdadeiro e desejado por Deus. Nega-se, desse modo, que haja "uma só fé". Deus teria feito a Bíblia como uma "Obra Aberta": ela teria milhares de sentidos possíveis, todos possivelmente verdadeiros, mas nenhum exclusivamente verdadeiro e único.

    Daí o slogan protestante: "Leia a Bíblia".

    Ora, curioso é que a própria Bíblia não contenha nenhum texto que diga: "Leia a Bíblia". Isso é bem natural, porque ninguém pode dar testemunho de si mesmo (Jo.V, 31). Nem nos dez mandamentos, dados por Deus a Moisés, nem nas palavras de Cristo se acha a recomendação de que os cristãos devessem ler a Bíblia.

    Por que essa omissão? De onde, então, tiram os protestantes, de todas as seitas e matizes, essa lei - ou recomendação - de que todos devem ler a Sagrada Escritura?

    Se fosse a leitura da Bíblia necessária para a nossa salvação, certamente Nosso Senhor Jesus Cristo teria dito aos Apóstolos que a lessem, e que ordenassem a todos sua leitura. Cristo teria ainda ordenado que se distribuíssem Bíblias a todos. Nesse caso, Ele talvez tivesse dito: "Ide e imprimi" em vez de "Ide, pois, e ensinai a todas as gentes..." (Mt. XXVIII, 19). Ele não ordenou: "Leiam a Bíblia" e nem "Distribuam Bíblias a todos os povos". Nem mesmo afirmou: "Recomendem que todos os homens leiam a Bíblia".

    E por que jamais disse isso? Evidentemente, os livros – mesmo os sagrados – são escritos para serem lidos. Portanto, Deus fez as Sagradas Escrituras para serem lidas. Mas lidas por quem? Por todos?

    É claro que não. Se nem todos têm competência para entender o que está nos livros comuns, e menos ainda nos livros especializados e científicos, muito menos ainda terão para compreender os livros da Escritura Sagrada, que são profundíssimos. Um leitor despreparado, ou sem conhecimento conveniente, não vai entender o texto, ou vai entendê-lo erradamente, ficando num estado pior do que o de ignorância. Porque pior que não saber, é entender errado.

    Por isso, Deus disse no Livro dos Provérbios: "assim como um espinheiro está na mão de um bêbado, assim está a parábola na boca do ignorante" (Prov. XXVI, 7).

    Os livros sagrados devem, então, ser lidos só por alguns? Por quem? Quem teria a missão de ler a Escritura e explicá-la aos sábios e ao povo mais simples?

    Antes de responder a essa questão, para efeito didático, vejamos algumas citações que facilitarão a compreensão da resposta.



    II - A palavra de Deus exige elucidação, porque "a letra mata"

    Das palavras dos Provérbios, que citamos em epígrafe, se depreende que Deus "encobre" sua palavra. Encobre, isto é, em latim "cela", oculta, vela suas palavras. Ora, se Deus visa salvar-nos por meio da Revelação, por que ocultar, encobrir o que Ele quer nos comunicar?

    Parece haver nisso uma contradição, porque o que se quer conhecido não deve ser ocultado. Entretanto, Deus como que cobriu com um véu suas palavras, envolvendo-as em mistério.

    Também os Apóstolos ficaram intrigados pelo fato de que Jesus só falava ao povo em parábolas e comparações, e perguntaram ao Divino Mestre: "Por que razão lhes falas por meio de parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: "Porque a vós é concedido conhecer os mistérios de Reino dos céus, mas a eles não lhes é concedido. (...) Por isso lhes falo em parábolas, porque, vendo, não vêem, e ouvindo, não ouvem, nem entendem" ( Mt, XIII, 10 e 13).

    Cristo, Nosso Senhor e nosso Redentor, nos mostra que a palavra de Deus, embora deva, em princípio, ser comunicada a todos, nem a todos deve ser comunicada a qualquer hora. Alguns, por seus pecados e dureza de coração, não devem recebê-la senão veladamente, pela parábola, para que não a profanem, e nem lhes seja ela uma causa de acréscimo de culpa. Por isso, também, é que Jesus nos disse: " Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis vossas pérolas aos porcos" (Mt, VII, 2).

    Há, pois, pessoas que, por seus pecados, estão reduzidas a tal estado, que a revelação, em vez de lhes fazer bem, lhes será ocasião de novas culpas. Nesses casos - nos quais se prevê antes um desprezo pelo que Deus revelou do que um acatamento pelo seu ensinamento – cabe muitas vezes evitar comunicar o que é santo.

    Portanto, nem a todos convém falar, a qualquer hora, das coisas de Deus, nem dar-lhes nas mãos a Escritura Sagrada, quando é previsível que irão debochar dela, ou deturpá-la. Quando se presume que isso será o mais provável, deve-se salvar a pérola preciosa e não dá-la aos porcos. Ou, pelo menos, esperar o tempo mais oportuno para falar. Porque... " há tempo de calar e tempo de falar" ( Ecles. III, 7).

    Por essas razões, é que a sabedoria de Deus muitas vezes encobre suas palavras. E a glória dos mestres autorizados consiste em investigar o discurso de Deus, por meio da exegese de suas parábolas. O próprio Cristo nos deu exemplo de como se deve fazer essa investigação, ao explicar aos Apóstolos a parábola do semeador (Mt. XIII, 18-23).

    A Sagrada Escritura foi, pois, dada para ser lida especialmente por alguns que tenham autoridade ou sabedoria, e que, depois, devem ensiná-la ao povo mais simples, que a deve ouvir.

    Por isso, está dito no Eclesiástico: "O sábio investigará a sabedoria de todos os antigos, e fará o seu estudo nos profetas. Conservará no seu coração as instruções dos homens célebres, e penetrará também nas subtilezas das parábolas. Indagará o sentido oculto dos provérbios, e ocupar-se-á dos enigmas das parábolas (Sir.XXXIX, 1-3).

    Não assim os iniciantes, não assim... Pois que está dito por Deus: "Eles [os operários, que fazem trabalhos com as mãos] não se assentarão na cadeira do juiz, e não entenderão as leis da justiça; não ensinarão as regras da moral nem do direito, e não se acharão ocupados na inteligência das parábolas" ( Sir. XXXVIII, 38).

    Para os protestantes – sempre igualitários – todos os homens são suficientemente sábios para ler e, principalmente, para interpretar a Escritura, indo, assim, contra o que diz a própria Escritura Sagrada.

    Mas Jeremias os contesta dizendo: "Como dizeis vós: Somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Verdadeiramente o estilete mentiroso dos escribas gravou a mentira. Os sábios estão confundidos, aterrados e presos, porque rejeitaram a palavra do Senhor e nenhuma sabedoria há neles" (Jer. VIII, 8).

    Voltaremos a esse verso misterioso sobre o estilete mentiroso dos escribas que gravou a mentira....

    Dissemos que a investigação da palavra de Deus exige uma certa sabedoria e uma certa autorização, e isso é dito também por São Paulo, ao prevenir que "a letra mata": "Deus nos fez idôneos ministros do Novo Testamento, não pela letra, mas pelo espírito, porque a letra mata, mas o espírito vivifica"(II Cor. III, 6).

    Portanto, é a própria Bíblia que nos previne que "a letra mata".

    Entretanto, os protestantes lêem essa palavra e confiam na letra.

    Não compreendendo que "a letra mata", os que se dizem hoje "evangélicos" passam por cima de outro texto de São Paulo que nos ensina: "Por isso Isaías diz: ‘Senhor, quem creu em nossa pregação?’ (Is. LIII,1 e LII, 7) "Logo, a Fé é pelo ouvido, e o ouvido pela palavra de Cristo" (Rom. X, 16-17).

    São Paulo deduz dos termos usados por Isaías - Diz e Pregação - que a Fé vem pelo ouvido e não pela leitura, embora Isaías tivesse escrito suas palavras, e não dito, ou pronunciado. O livro de Isaías devia, então, ser ouvido pelo povo judeu, isto é, explicado por alguém idôneo, e não simplesmente ser lido por todos.

    Essa explicação é confirmada noutro passo das Escrituras Sagradas, exatamente tratando da leitura de Isaías, nos Atos dos Apóstolos, quando o Diácono Felipe é enviado por Deus a falar com o eunuco da Rainha de Candace que, em viagem, lia a Sagrada Escritura: "Correndo Felipe, ouviu que lia o Profeta Isaías e disse: ‘Compreendes o que lês?’ Ele disse: ‘Como o poderei (eu compreender) se não houver alguém que me explique?" (At. VIII, 30-31).

    Portanto, é a própria Bíblia quem nos diz que não é possível compreendê-la, se não houver alguém que a explique!

    A Religião verdadeira tem por princípio o Verbo de Deus, isto é, a Palavra de Deus: "No princípio era o Verbo" (Jo. I, 1). Se, no plano divino, o princípio está no Verbo, no plano humano, o princípio da Fé é pelo ouvido, porque "a Fé vem pelo ouvido" (Rom. X, 16-17 ), e não pelo olho que lê. Pelo olho, vem a letra que mata" (II Cor. III,6).

    Por todas essas razões, Cristo Nosso Senhor não mandou ler a Bíblia, e sim ouvir o que Ele revelou na Bíblia, repetindo cinco vezes, no Sermão da Montanha, o verbo ouvir e não o verbo ler: "Ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás...’" (Mt. V, 21).

    Ora, isso não "foi dito aos antigos". Foi escrito.

    Apesar disso ter sido escrito e não dito, Jesus Cristo, ao citar o livro de Moisés, diz ao povo: "Ouvistes" e não "lestes". E diz "ouvistes", porque normalmente o povo judeu ouvia a leitura da Escritura nas Sinagogas, onde era lida pelos Mestres: os Rabis e Doutores da Lei.

    Por cinco vezes, no Sermão da Montanha, Cristo emprega a expressão "Ouvistes o que foi dito aos antigos", em vez de "lestes", embora se referisse a um texto escrito (Cfr. Mt V, 21, 27, 33, 38 e 43). Essa insistência no uso do verbo ouvir e não do verbo ler é significativa. Devemos ouvir, mais do que ler a palavra de Deus, porque a Fé vem pelo ouvido, enquanto a letra mata. Cabe aos mestres idôneos e autorizados ler e explicar ao povo o que está escrito. E esse foi também o exemplo deixado por Jesus Cristo que, quando ia à Sinagoga, tomava o Rolo das Escrituras, lia um trecho e o explicava ao povo, que ouvia e não lia: "Foi a Nazaré, onde se tinha criado, e entrou na Sinagoga, segundo o seu costume, em dia de sábado e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías..." (Luc. IV 16-17).

    O costume dos judeus era ir ouvir a leitura e a explicação das Escrituras na Sinagoga, aos sábados.

    Repetidamente, na Sagrada Escritura, Cristo diz que se deve ouvir a palavra de Deus. Praticamente Ele não usa o verbo ler. Só uma vez, no Apocalipse, aparece o verbo ler, mas imediatamente seguido do verbo ouvir: "Bem aventurado aquele que lê e aquele que ouve as palavras dessa profecia, e observa as coisas que nela estão escritas, porque o tempo está próximo"(Apoc. I, 3).

    E por que teria sido usado aí, no Apocalipse, o verbo ler?

    Julgamos que, sendo o Apocalipse um livro profético, o mais misterioso da Sagrada Escritura, Cristo usa nele o verbo ler imediatamente seguido do verbo ouvir, porque seria extremamente difícil captar e meditar as palavras desse livro apenas ouvindo. Cristo acrescenta ainda o verbo observar ao ler, porque não basta ler e ouvir se não se observar, isto é, se não se puser em prática o que se leu ou ouviu. Esse excepcional uso do verbo ler na Escritura não muda, porém, a regra geral com relação à importância e preponderância única do verbo ouvir.

    Aliás, para confirmar o que dissemos note-se que o verbo ouvir aparece sistematicamente no final de cada carta do Apocalipse. Sete vezes ali se utiliza a fórmula final: "Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" (Apoc. II, 7; II, 11; II, 17; II, 29; III, 6; III, 11; III, 22).

    Embora seja cansativo multiplicar as citações, é preciso repeti-las aos protestantes, pois não se está tratando com bons entendedores, para os quais meia palavra basta. Está se tratando com maus leitores, para os quais muitas letras não são suficientes.

    Vejamos, então, uma primeira citação dos Evangelhos: "Todo aquele que ouve minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna." (Jo. V,24).

    Note-se: tem a vida eterna quem ouve, não quem lê. Porque que adianta ler, se não houver quem explique (Cfr At. VIII, 30-31).

    E mais: "Todo aquele, pois, que ouve essas minhas palavras, e as observa, será semelhante ao homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha" (Mt. VII, 24).

    Notem-se três coisas:

    1) O uso do verbo ouvir e não do verbo ler, que seria o preferido pelos "evangélicos";

    2) Não basta ouvir. É preciso ainda observar as palavras de Deus. Não basta, então, a Fé. São necessárias as obras, pelas quais se observa a palavra de Deus;

    3) Quem ouve e observa as palavras de Cristo constrói sua casa sabiamente sobre a rocha, sobre a pedra, isto é, sobre Pedro.

    E assim como Cristo não ordenou aos Apóstolos: "Ide e imprimi e distribuí Bíblias", assim também não disse: "Quem vos lê, a Mim lê". Pelo contrário, Cristo disse: "Quem vos ouve, a Mim ouve" (Lc. X, 16).

    Não se pense que no Antigo Testamento fosse diferente, pois que no Livro da Sabedoria se pode encontrar a seguinte regra: "Qui audet me, non confundetur" "Aquele que me ouve, não será confundido" (Sir. XIV, 30).

    No Livro do Eclesiástico (Sirac) também se pode ter a confirmação do que dizemos: "Se inclinares teu ouvido, receberás a doutrina, e se amas escutar, serás sábio" (Sir. VI, 34).

    Conclui-se, então, que é também pelo ouvido - e não pela vista e pela leitura da letra - que se adquire a sabedoria. Pois, se a Fé vem pelo ouvido, como poderia a Sabedoria vir pela vista e pela leitura?

    E como poderia ser de outro modo, se Cristo é essa mesma Sabedoria feita Homem?

    Os protestantes gostam de se referir ao texto em que Cristo fala de seus "irmãos", isto é, de seus parentes, dizendo: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus, e a praticam" (Jo. VIII,21); e eles interpretam literalmente a palavra "irmãos" desse texto, dizendo que Cristo teve, então, irmãos carnais. Deveriam também interpretar literalmente o resto da frase, concluindo que eles (os protestantes) não são "irmãos" de Jesus, porque eles não ouvem, mas lêem as palavras de Cristo.

    Noutra ocasião disse Nosso Senhor: "Bem aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc. XI,28).

    Ao contar a parábola do semeador, Cristo conclui solenemente dizendo: " E dizia: ‘Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mc. IV, 9).

    Aliás, nessa parábola do semeador, no Evangelho de São Mateus, Cristo utiliza cinco vezes o verbo ouvir, e nenhuma vez o verbo ler. Se Ele quisesse que fizéssemos o que fazem os protestantes com a Bíblia, Ele bem facilmente poderia ter usado aí, pelo menos uma vez, o verbo ler. Não usou, para que – exatamente – não caíssemos no erro luterano de que é obrigatório ler a Bíblia para que nos salvemos (Cfr Mt. XIII, 18, 19, 20, 22, 23).

    Repetidamente, Cristo adverte aos judeus e a nós, dizendo: "Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mc. IV, 23).

    Também São Paulo prefere o verbo ouvir ao verbo ler - e poderia São Paulo ter um preferência diferente daquela de Cristo? - pois diz na I epístola a Timóteo: "... e fazendo isso, te salvarás a ti mesmo e àqueles que te ouvirem" (I Tim. IV 23).

    Já São João nos diz: "Quem conhece a Deus, nos ouve, quem não é de Deus, não nos ouve. Nisso distinguireis o espírito da verdade e o espírito do erro" (I Jo. IV,6).

    Claríssimo, pois. Para distinguir quem busca a verdade daquele que busca o erro, aí está a regra: quem tem o espírito do erro não quer ouvir! Mas o protestante só quer ler.

    Deus ordenou a Jeremias, o Profeta, que clamasse: "Anunciai isso à casa de Jacó, e fazei-o ouvir em Judá, dizendo: Ouve, povo insensato, que não tens coração; vós que tendes olhos, não vedes; tendes ouvidos, não ouvis" (Jer. V, 20-21). Isso se aplica tão perfeitamente aos hereges que parece até ter sido dito diretamente para os que se dizem "evangélicos", que lêem mas não entendem, e que se recusam a ouvir.

    O livro de Jó expõe a mesma doutrina: "Eis que tudo isso não é senão uma parte de suas obras, e, se apenas temos ouvido um ligeiro murmúrio de sua voz, quem poderá compreender o trovão de sua grandeza" (Job. XXVI, 14).

    Se as obras da criação são para nós, agora, como que um murmúrio da voz de Deus, que nos fala através delas - murmúrio, porque na criação material vemos apenas vestígios de Deus, e nelas vemos a Deus longinquamente - como poderemos compreender por nós mesmos - sem a orientação da autoridade posta por Cristo, Pedro, aquele que tem as chaves do reino dos Céus - como poderemos entender o trovão da voz de Deus na Sagrada Escritura?



    III - O verbo ler na Sagrada Escritura

    Vimos que, excepcionalmente, aparece na Sagrada Escritura o verbo ler junto com uma recomendação laudatória no Apocalipse (I, 3). Mas que, mesmo aí, esse verbo é imediatamente seguido do verbo ouvir e do verbo observar.

    Também noutras vezes em que é usado o verbo ler, sempre ele é seguido de alguma observação restritiva.

    Vimos a passagem muito notável dos Atos dos Apóstolos (VIII, 30 -31), na qual se observa que não adianta ler, se não houver quem explique o texto.

    Quando os Reis magos foram até Herodes perguntar onde nascera o Rei dos judeus, ele consultou os Príncipes dos Sacerdotes e os Escribas sobre a questão. Estes disseram que "Estava escrito" (Mt, II, 5) que era em Belém. Os Príncipes dos sacerdotes e os Escribas sabiam bem o que estava escrito: que era em Belém que nasceria o Messias. Mas não se abalaram para ir até lá. Os magos, que não leram, foram adorar o Redentor em Belém. Os escribas não foram porque não adianta ler sem compreender.

    Quando Cristo Deus entrou triunfante em Jerusalém as crianças o aclamaram, o que desgostou aos fariseus, que exigiram dele que fizesse calar as crianças. E Cristo, então, lhes disse, repreendendo-os: "Nunca lestes: da boca das crianças e dos meninos de peito fizestes sair um perfeito louvor?" (Mt. XXI, 16).

    Com essas palavras Cristo lhes mostrava que, embora tendo lido a Sagrada Escritura, isso de nada lhes tinha valido, pois eles não inclinavam seu ouvido à Sabedoria.

    São Paulo, repreendendo os Gálatas por se aterem às práticas da lei judaica, lhes diz: "Dizei-me, vós, os que quereis estar debaixo da lei, não lestes a lei?" (Gál. IV, 21). E, a seguir, lhes demonstra que eles não haviam entendido as Escrituras.

    A crítica aos que entendiam mal a Escritura é repetida várias vezes nos Evangelhos, sempre utilizando a expressão "Não lestes".

    Assim, São Mateus nos conta que Jesus, respondendo aos fariseus que criticavam os discípulos de Jesus por colher espigas no sábado - o que era proibido pela letra da lei - disse-lhes: "Não lestes o que fez Davi quando teve fome, e ele e os que com ele iam?" (Mt. XII, 3). "Não lestes na lei que aos sábados os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?" (Mt. XII, 5).

    Contradizendo a leitura dos fariseus sobre o direito de repúdio da mulher, Cristo lhes disse: "Não lestes que quem criou o homem no princípio, criou-os homem e mulher..." (Mt. XIX, 4)."Jesus disse-lhes: ‘Nunca lestes nas escrituras: "A pedra que fora rejeitada, pelos que edificavam, tornou-se a pedra angular (...)?"

    Em todos esses textos, o verbo ler é empregado contra os fariseus, mostrando que a simples leitura da Bíblia não lhes foi levada em mérito e sim em agravamento de culpa.

    Portanto, não basta ler a Bíblia.

    Quando Cristo se refere à profecia de Daniel de que um dia a "abominação da desolação" seria "posta no lugar santo", Ele previne: "Quem lê, entenda" (Mt, XXIV, 15). Esse "entenda" imediatamente depois do verbo ler, mostra que não adiantava ler sem entender. Quantos, hoje, que nem entendem um simples artigo de jornal, pretendem entender a Sagrada Escritura! Mal lêem e pior entendem!

    Noutra ocasião, quando um Doutor da Lei veio consultar a Jesus sobre o que deveria fazer para alcançar a vida eterna, Cristo lhe perguntou: "O que está escrito na Lei? E como lês tu?" (Lc. X, 26).

    A interrogação "como lês tu?" mostra que a leitura depende da compreensão. Portanto, a simples leitura da Bíblia não é suficiente. Para alcançar a vida eterna duas coisas são necessárias: compreender a Revelação e fazer o que se compreendeu que Deus exige de nós. Portanto, só ler não adianta.

    Os saduceus e fariseus - tais quais os protestantes, hoje - liam as escrituras e isso de nada lhes adiantou. Pelo contrário, aumentou-lhes a culpa.

    Aos saduceus que vieram questionar Cristo sobre a ressurreição, citando o texto da lei do sororato, Cristo respondeu: "Errais não compreendendo as escrituras, nem o poder de Deus" (Mt. XXII, 29).

    Em seguida, disse Jesus a esses mesmos saduceus: "E acerca da ressureição dos mortos, não tendes lido o que Deus disse, falando convosco: Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó. Ora, Ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos" (Mt XXII, 31).

    Porque o texto estava no livro sagrado, Cristo deveria ter dito que Deus havia escrito. Em vez disso, Ele usa os verbos dizer e falar e não escrever. De novo, fica claro que ler só, não adianta: é preciso bem entender.

    Os grandes leitores da Bíblia no tempo de Jesus eram os fariseus. Como os protestantes, hoje, eles eram capazes de citar capítulos e versículos dos livros sagrados que eles sabiam de memória, sem jamais bem compreender o que haviam decorado. Foram os fariseus leitores da Bíblia que não viram a luz e mataram o Filho de Deus. Diante da luz da verdade, eles não viram a luz. Eles foram "cegos ao meio dia" (Deut. XXVIII, 29). Por isso, Jesus os chamou de "cegos" (Mt XV, 14) e "guias de cegos" (Mt. XXIII, 16).

    Foi acerca dos fariseus, leitores e mestres da Bíblia, que profetizou Isaías, dizendo: "Surdos, ouvi, e vós, cegos, abri os olhos para ver. Quem é cego, senão o meu servo (Israel)? E quem é surdo, senão aquele a quem enviei os meus profetas? Quem é cego como o dileto, e surdo como o servo do Senhor? Tu, que vês tantas coisas, não as observarás? Tu, que tens os ouvidos abertos, não ouvirás?" (Is. XLII 18-20). Repare-se que, nesse texto, Deus não repreende os judeus por não lerem a Bíblia. Ler, eles liam. O mal é que não entendiam. Eram leitores cegos. Como tantos outros, hoje. Estultos e cegos" (Mt. XXIII, 17).

    Como castigo do orgulho com que os judeus liam os livros sagrados, sem quererem ouvir a palavra de Deus, a própria Sagrada Escritura diz: "Porque o Senhor espalhou sobre vós um espírito de adormecimento, ele fechará os vossos olhos, cobrirá (com um véu) os vossos profetas e príncipes, que têm visões. A visão de todos eles será para vós como as palavras de um livro selado, que, quando o derem a um homem que sabe ler, e lhes digam: ‘Lê esse livro’, ele responde: ‘Não posso, porque está selado’. Dar-se-á a um homem que não sabe ler e se dirá:‘Lê ‘; ele responderá: ‘Não sei ler" (Is. XXIX, 10-13).

    Desse texto se deduz que não adianta querer ler um livro selado. Ora, a Escritura é um livro selado, e suas chaves foram dadas a Pedro. Quem não tem as chaves não pode abrir esse livro. E quem pretende saber lê-lo sem ter as chaves ou sem saber ler, está fazendo isso com o véu do adormecimento e da ilusão sobre os olhos.

    Um homem que saiba ler deve ter a humildade de não pretender fazer isso sem a autorização e a aprovação daquele que tem as chaves. Só se deve ler a Bíblia com espírito de humildade, aceitando o que o Papa ligou e desligou a respeito do texto sagrado.

    Os fariseus - como os protestantes, hoje - eram desses pretensiosos que julgavam saber ler, e por isso Deus os castigou com a cegueira de seu próprio orgulho, pois que davam importância à letra da Escritura, letra que mata, julgando estar em sua leitura a salvação. Por isso, Nosso Senhor Jesus Cristo os advertiu, argumentando contra eles: "Examinai as Escrituras, visto que julgais ter nelas a vida eterna; elas são as que dão testemunho de Mim; e não quereis vir a Mim, para terdes vida. (...) Moisés, em quem vós confiais, é que vos acusa. Porque se vós crêsseis em Moisés, certamente creríeis em Mim; porque ele escreveu de Mim. Porém, se vós não dais crédito aos seus escritos, como haveis de dar crédito às minhas palavras?" (Jo. V, 39-40 e 45 a 47).

    Essas frases de Jesus Cristo são extremamente importantes para o tema que estamos analisando, e nelas sublinhamos as palavras decisivas.

    Em primeiro lugar, Cristo argumenta contra os fariseus dizendo que eles acreditavam - como os protestantes, hoje - que das Escrituras é que eles obteriam a vida eterna. Ora, a vida eterna só se obtém por meio de Cristo, e não da "letra que mata" (II Cor. III, 6). Não é lendo a Bíblia que se alcança a vida eterna.

    Em segundo lugar, note-se que Cristo, argumentando ad hominem, diz: já que vós, fariseus, dizeis crer nas Escrituras, examinai-as e nelas vereis que elas falam de Mim.

    Finalmente, repare-se que Cristo diz que os fariseus confiavam em Moisés, mas não davam crédito a seus escritos.

    Portanto, é possível ler a Escritura sem crer nela. Pois é assim também que fazem os protestantes de ontem e de hoje: dizem confiar na Bíblia, mas recusam crer no que ela ensina.

    Para forçar a Sagrada Escritura a concordar com eles, os fariseus deturpavam o que ela dizia, acusando Cristo de violar a Lei. O mesmo fizeram, depois, os primeiros hereges; e a mesma coisa fazem hoje; e farão no futuro, os hereges de amanhã. Por isso São Pedro escreveu, dos que lêem a Bíblia forçando interpretações falsas: "(...) os indoutos e inconstantes adulteram [as palavras de São Paulo] (como também as outras Escrituras) para a sua própria perdição" (II Pe. III,16).

    Que os rabinos dos judeus liam as Escrituras nas Sinagogas e não as entendiam, porque não davam crédito a seu significado e sim apenas à letra, está registrado em várias passagens da Bíblia. Assim: "Porque os habitantes de Jerusalém e os seus chefes, não conhecendo esse [Cristo] nem as vozes dos Profetas, que cada sábado lêem, condenando – O, as cumpriram" (At. XIII, 27).

    Portanto, os rabinos judeus liam as escrituras mas não as entenderam, pois não reconheceram a Cristo Redentor. O próprio Moisés, a quem os rabinos judeus diziam seguir e do qual liam com cuidado os textos, até contando as letras - as letras que matam - profetizou sobre eles ao dizer: "Eis que os filhos de Israel não me ouvem (Ex. VI, 12).

    Isso é confirmado noutra passagem que diz praticamente a mesma coisa: "Porque Moisés, desde tempos antigos, tem em cada cidade homens que pregam nas sinagogas, onde é lido todos os sábados" (At. XV, 21). Era lido e não era acreditado. Que adiantava, então, aos rabinos e judeus lerem a Bíblia nas suas sinagogas? Que adianta aos hereges lerem as letras da Escritura, se não as entendem, e por isso morrem, mortos pela letra?

    As Escrituras Sagradas eram lidas por autoridades idôneas, muitas vezes estabelecidas diretamente por Deus, as quais o povo devia ouvir, atendendo ao que era lido e explanado. Isso pode ser confirmado por inúmeros textos da Bíblia. Citaremos, com risco de sermos monótonos, alguns deles.

    Em primeiro lugar, cabia aos sacerdotes e anciãos ler a lei, para ensiná-la ao povo, que devia ouvir e não ler: "Escreveu, pois, Moisés, esta lei, e a entregou aos sacerdotes filhos de Levi, que levavam a arca da Aliança do Senhor, e a todos os anciãos de Israel. E ordenou-lhes, dizendo: "todos os sete anos, no ano da remissão, na solenidade dos tabernáculos, quando todos os filhos de Israel se juntarem para aparecer diante do Senhor, teu Deus, no lugar que o Senhor tiver escolhido, lerás as palavras desta lei diante de todo o povo, o qual OUVIRÁ, estando congregado todo o povo num mesmo lugar, tanto homens como mulheres, meninos e estrangeiros, que estão dentro de tuas portas, para que, OUVINDO, aprendam e temam o Senhor vosso Deus, e guardem e cumpram todas as palavras desta lei; e para que também seus filhos, que agora ignoram, as possam ouvir, e temam o Senhor seu Deus durante todos os dias que viverem na terra, da qual, passado o Jordão, ides tomar posse" (Deut. XXXI, 9 – 13).

    A passagem é claríssima. Não é o povo que deve ler. O povo comum deve ouvir. É o contrário do que querem os hereges protestantes: querem eles mesmo ler, embora não sejam idôneos nem capazes.

    No mesmo livro do Deuteronômio, há outra passagem que dá direito e obrigação também ao Rei, para ler a Escritura: "Depois que [o Rei] se tiver sentado no trono de seu reino, escreverá para si num livro o Deuteronômio desta lei, recebendo o exemplar dos sacerdotes, da tribo de Levi. Te-lo-á consigo e o lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, seu Deus, e a guardar as suas palavras e cerimônias que estão prescritas na lei" (Deut. XVII, 18-19).

    O rei - e não qualquer um - tem direito e obrigação de ler a lei, depois de recebê-la dos sacerdotes.

    Já no Exôdo, Moisés fez o mesmo: leu a lei para o povo que ouvia: "E tomando o livro da Aliança [Moisés] o leu na presença do povo, o qual disse: ‘Faremos tudo o que o Senhor disse [e não escreveu] e seremos obedientes (Ex. XXIV, 7).

    Josué, quando recebeu a autoridade sobre o povo, seguiu o mesmo costume: ele lia a lei. O povo a ouvia: "E primeiramente Josué abençoou o povo de Israel. Depois disso, leu todas as palavras da benção e da maldição e tudo o que estava escrito no livro da lei" (Jos. VIII, 34). Josué leu porque era a autoridade idônea. O povo apenas ouviu.

    Quando foi encontrado o livro da lei, no tempo do Rei Josias, ele reuniu o povo na casa do Senhor, "e, estando eles [membros do povo] a ouvir na casa do Senhor, o Rei leu todas as palavras do livro" (II Cr. XXXIV, 30).

    Que era direito e dever dos Reis e Sacerdotes ler a lei ao povo que ouvia, se constata na manutenção desse costume através dos tempos. Também Esdras agiu assim: "O Sacerdote Esdras levou, pois, a lei para diante da multidão dos homens e das mulheres. e de todos os que a podiam entender, no primeiro dia do sétimo mês. Leu naquele livro claramente, no meio da praça que fica diante da porta das águas, desde manhã até o meio dia, na presença dos homens, das mulheres e dos sábios. Todo o povo tinha os ouvidos atentos" (II Esd. VIII, 2-3).

    No Eclesiástico (Sabedoria de Sirac) se pode encontrar a seguinte lição: "Inclina o teu ouvido e recebe a palavra da Sabedoria" (Sir. II 2). E ainda: "Se me ouvires, receberás a instrução, e se fores amigo de ouvir serás sábio" (Sir. VI, 34). E mais: "Apliquei um pouco o meu ouvido e logo a recebi [a sabedoria]" ( Sir. LI, 21).

    Não é, portanto, a mera leitura da Bíblia que traz a sabedoria.

    Isaías não ensina diferentemente: "O Senhor deu-me uma língua erudita, para eu saber sustentar com a palavra o que está cansado; Ele me chama pela manhã, pela manhã chama aos meus ouvidos, para que eu o ouça como a um mestre" (Is. L, 4-5). "Ouvi-me com atenção, e comei o bom alimento e a vossa alma se deleitará com manjares substanciosos. Inclinai o vosso ouvido e vinde a mim. Ouvi e vossa alma viverá" (Is. LV, 2-3).

    Repetimos: não está dito: "Lêde e vossa alma viverá". E sim: "Ouvi e vossa alma viverá".

    Para o profeta Jeremias, Deus disse: "Vai e grita aos ouvidos de Jerusalém" (Jer. II,2). Deus não mandou que Jeremias mandasse o povo ler a profecia, nem que pusesse diante dos olhos a letra que mata, mas que gritasse aos ouvidos do povo a sua palavra. Por isso, logo depois, Jeremias recomenda: "Ouvi as palavras do Senhor" (Jer. II, 4).

    E ainda em outra passagem, Deus reitera ao profeta: "E o Senhor me disse: Prega em alta voz todas estas palavras, nas cidades de Judá e fora de Jerusalém, dizendo: ‘Ouvi as palavras desta aliança e observai-as’. Ouvi a minha voz". "E não a ouviram, nem prestaram ouvidos, mas cada um seguiu a depravação do seu coração maligno. "E o Senhor me disse: ‘Uma conjuração se descobriu entre os varões de Judá e entre os moradores de Jerusalém. Tornaram às suas antigas maldades de seus pais, que não quiseram ouvir as minhas palavras" ( Jer. XI, 6-9).

    E mais: "Porém, não ouviram, nem inclinaram o seu ouvido, mas endureceram a sua cerviz, para não me ouvirem, nem receberem a instrução. Apesar disso, se me ouvirdes..." (Jer. XVII, 23-24). "... e vossos pais não me ouviram, nem inclinaram o seu ouvido ( Jer. XXXIV,14). "Não ouviram, nem inclinaram o seu ouvido para se converterem de suas maldades e para não sacrificarem a deuses estranhos" (Jer. XLIV, 5).

    Nos Atos dos Apóstolos está dito: "Vai a esse povo e dize-lhes: ‘Com o ouvido ouvireis e não entendereis, e, vendo, vereis e não distinguireis. Porque o coração desse povo tornou-se insensível, e são duros dos ouvidos, e fecharam os seus olhos para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos e entendam com o coração, e se convertam, e Eu os sare" (Atos, XXVIII, 26-28).

    Como o protestante lê que "O ouvido do sábio busca a doutrina" (Prov. XVIII, 15), e continua apenas lendo?

    E como continua apenas lendo, se está dito que "o ouvido virtuoso ouvirá a Sabedoria" (Sir. III, 31), e não que "lerá" a sabedoria?

    Dirão: "Esses são livros que não aceitamos como inspirados". Confessarão, assim, que são eles que determinam o que foi inspirado ou não; que é sua opinião que vale, e não o que ensina a Igreja.

    Mesmo assim, por que não compreendem que os Salmos, que eles aceitam como inspirados, dizem a mesma doutrina? Nos salmos se pode encontrar esta palavra: "Escuta, ó filho, vê e inclina o teu ouvido" (Sl. XLIV, 5).

    E mais: "Ouvi todos isso, ó nações, estai atentos vós todos os que povoais a terra" (Sl XLVIII,2). "A minha boca falará a sabedoria e a meditação de meu coração é sensata. Inclinarei à parábola o meu ouvido..." (Sl. XLVIII 4-5).

    Também o salmo LXXVII, 20 repete a mesma lição: "Escuta - não diz lê - a minha lei, povo meu. Inclina os teus ouvidos às palavras de minha boca". A lei estava escrita; entretanto, Deus manda não que se leia, mas que se ouça.

    É monótono repetir tantas vezes a mesma coisa, mas a teimosia exige a repetição. Por isso, foi também que Deus insistiu tanto no uso do verbo ouvir e não do verbo ler.

    Tendo demonstrando que os Salmos ensinam a mesma coisa que os Provérbios, citaremos mais uma passagem desse livro: "Filho meu, ouve meus discursos e inclina o teu ouvido às minhas palavras" (Prov. IV, 20). "Inclina o teu ouvido, e ouve as palavras da sabedoria, e aplica o coração às minhas palavras" (Prov. XXII, 17).

    E mais uma vez: "Meu filho, atende à minha sabedoria, e inclina o teu ouvido à minha prudência" (Prov. V, 1). O ensinamento é constante e invariável: deve-se ouvir. O ensinamento que se repete não é: deve-se ler. Só os protestantes insistem em não ouvir. Eles só pensam que sabem, e que devem ler. Que todos sabem, e que todos devem ler. E exigem que se leia, não que se ouça. A recomendação deles, portanto, é contrária à de Deus.

    Às palavras sábias e inspiradas que até aqui reproduzimos, o protestante poderia responder: "Não ouvi a voz dos que ensinavam, nem dei ouvidos aos mestres" (Prov. V, 13). Nosso Senhor Jesus Cristo os previne, com as palavras do evangelho de São João, de que são seus discípulos os que ouvem a voz do pastor, daquele que foi posto pelo porteiro, pois ninguém pode se dar a si mesmo o título de pastor. Deve e só pode recebê-lo do porteiro. E o porteiro tem que ter as chaves da porta, para abrir e fechar. E as chaves foram dadas a Pedro. Portanto, quem não reconhece a voz do pastor autorizado pelo porteiro, não pode se salvar: "Mas o que entra pela porta é pastor das ovelhas. A este o porteiro abre e as ovelhas ouvem a sua voz, ele as chamará pelo nome e as tirará para fora" (Jo. X, 2).

    Inúmeros outros textos poderiam ser citados comprovando, todos, esta mesma lição: nem todos devem ler a Sagrada Escritura. Todos somos obrigados a ouvir o que Deus nos ensinou por ela. E quem Deus encarregou de ensinar a Revelação? Cristo deu a Pedro as chaves do Reino dos Céus (Cfr. Mt. XVI,13-20). É pois o papa, sucessor de Pedro, quem tem o munus de ensinar o que está contido na Revelação.

    É o que diz Leão XIII, na encíclica Providentissimus Deus: "É preciso observar que, se os escritos antigos são mais ou menos difíceis de serem entendidos, para entender a Bíblia há, em acréscimo, ainda outras razões particulares. Porque a linguagem bíblica é usada, sob inspiração do Espírito Santo, para expressar muitas coisas que estão além do poder e do alcance da razão; noutras palavras, os mistérios divinos e tudo o que está relacionado com eles. Há, muitas vezes, em algumas passagens uma plena e escondida profundidade de significado, que a letra expressa com dificuldade e que as leis da interpretação gramatical dificilmente garantem. Mais ainda, o próprio sentido literal freqüentemente admite outros sentidos, adaptados para ilustrar o dogma ou para confirmar a moral. Porque, é preciso reconhecer que a Sagrada Escritura está envolta em uma certa obscuridade religiosa, e que nem toda pessoa pode penetrar em seu interior sem um guia: Deus assim dispondo, como ensinavam comumente os Santos Padres, para que os homens pudessem investigar as Escrituras com mais ardor e seriedade, e para que, o que fosse atingido com mais dificuldade calasse mais profundamente na mente e no coração; e, mais que tudo, para que eles pudessem compreender que Deus entregou as Sagradas Escrituras para a Igreja, e que lendo e fazendo uso de sua palavra, eles deveriam seguir a Igreja como sua Guia e sua Mestra.

    A necessidade de haver uma Guia e Mestra para compreender a Sagrada Escritura decorre, então, do próprio modo como Deus a fez redigir.

    E por que Deus não fez os homens com capacidade de lerem e entenderem a Sagrada Escritura sem necessitar de outro homem como mestre e guia? Por que quer Deus que o homem aprenda pela boca de outro e receba a Fé pelo ouvido? Não poderia Deus ter feito como os protestantes pensam que Ele fez, inspirando cada um para que lesse a Escritura e dando ao leitor a compreensão de seu sentido objetivo por inspiração divina direta?

    Deus não fez assim porque Ele quer salvar os homens por meio de homens. Por isso, Ele escolheu Apóstolos e Discípulos e lhes ordenou: "Ide, pois, e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mat. XXVIII, 19).

    Deus quis que alguns homens fossem meio de salvação para outros para que os homens se amassem mutuamente, visto que ensinar a verdade a um homem é praticar um ato de sumo amor por ele.

    A posição protestante, que não admite nenhum homem como intermediário como meio de ensinar a verdade, é contrária ao que revela a própria Bíblia, que nos mostra que Deus incumbiu alguns de ensinarem outros, e que a Fé vem pelo ouvido. A recusa de ter qualquer mestre é reveladora de um profundo orgulho. E é uma atitude tão contrária à realidade que os mesmos que não admitem que um homem ensine outro, vão de porta em porta ensinando a outros que devem ler a Bíblia. E, depois, lêem na Bíblia que "A letra mata" (II Cor. III, 6).


    IV - Sentidos das palavras e da EscrituraErram também os protestantes ao supor que possam, sozinhos, compreender os vários sentidos da Sagrada Escritura. Antes de qualquer análise desses sentidos, porém, haver-se-ia que levantar um problema preliminar: quais os livros que fazem parte da Bíblia? Os judeus tinham muitos outros livros religiosos que, entretanto, não foram considerados inspirados por Deus, e, por isso, nunca fizeram parte da lista dos livros da Sagrada Escritura. Eram os chamados livros apócrifos. Também depois da ressureição de Cristo e de sua Ascenção ao Céu surgiram muitos livros apócrifos que não foram tidos como inspirados e nem foram incluídos no rol dos livros do Novo Testamento. Tipos de palavras



    Quem julgou quais livros fazem parte dos textos inspirados por Deus? Essa é uma questão fundamental. De sua solução dependerá a fé. Entre os antigos judeus, foi a tradição que estabeleceu os critérios de inspiração. No Novo Testamento, foram a Tradição e a Igreja que determinaram quais os livros inspirados por Deus e que devem fazer parte do cânon das Escrituras.

    Conhecidos quais os livros componentes da Bíblia, há que tratar ainda de outros problemas de interpretação.



    Não pretendemos fazer, neste simples artigo, uma exposição exaustiva de exegese. Visamos apenas indicar certos problemas existentes na leitura da Bíblia. Por isso, nos ateremos apenas a aludir a alguns pontos mais importantes da exegese bíblica.

    As palavras humanas são de três tipos diferentes.

    Algumas palavras têm um só sentido: são as palavras unívocas. Ex. copo, giz, vento, água.

    Um segundo tipo de palavras é o daquelas que têm vários sentidos diferentes, sem qualquer relação entre si: são as palavras equívocas. Ex. manga, que tanto pode significar uma fruta quanto uma parte do vestuário. Vela é um segundo exemplo de palavra equívoca, porque pode significar um objeto para ser aceso e iluminar, ou uma tela para captar o vento e mover um barco. E não há relação alguma entre vela de pavio e vela de navio.

    O terceiro tipo de palavras é o daquelas que têm vários sentidos com alguma relação entre si. Essas são as chamadas palavras análogas. Por exemplo, a palavra pé pode ser usada para designar uma parte do corpo humano, uma parte de um animal, ou ainda o pé de uma cadeira. É claro que essas três coisas designadas pela palavra pé têm algo em comum que as torna semelhantes. Todas sustentam algo. Mas é claro também que o pé de uma cadeira só é pé por analogia ou semelhança com o pé humano: ambos dão sustentação, ao corpo do homem e à cadeira. Pé é uma palavra análoga.

    Ora, ao falarmos ou escrevermos, usamos os três tipos de palavras, o que pode provocar enganos ou erros de interpretação do que queremos dizer. Com as Sagradas Escrituras ocorre o mesmo: Deus usou os três tipos de palavras, o que pode provocar erros de interpretação.

    Tome-se, por exemplo, a palavra irmão. Se a palavra irmão for tida como unívoca – significando filhos de um mesmo casal – então, quando se lê que os irmãos de Jesus foram a seu encontro, se concluirá que Nossa Senhora teve vários filhos, e que, portanto, não permaneceu virgem. E essa é a interpretação seguida pelos pastores protestantes.

    Ora, esses mesmo pastores, ao falarem a seus correligionários na praça, se referem a eles como irmãos. Considerando, eles, que a palavra irmão é unívoca, estarão dizendo que todos os que estão na praça são seus irmãos carnais, e estarão afirmando que houve com os pais deles um número enorme de adultérios. O pastor estaria ofendendo a todos, chamando-os de filhos adulterinos. Evidentemente, isso é um absurdo.

    Quando o pastor chama seus correligionários de irmãos, ele está usando o termo em sentido análogo: ele quer dizer que todos os correligionários são irmãos numa mesma crença, no caso, crença herética.

    Portanto, o termo irmão é análogo, e não unívoco. Irmãos de Jesus, então, não significa irmãos carnais. Na linguagem bíblica, irmão quer dizer apenas parente. Por isso, Abraão chamava Lot de irmão (Gn. XIII, 8) quando este era, na verdade, seu sobrinho (Gn. XII, 5).

    O fato de haver nas Sagradas Escrituras termos unívocos, análogos e equívocos pode provocar interpretações falsas, que redundam até em heresia.

    De que nos adiantaria termos a Bíblia se, não tendo meio de distinguir o sentido das palavras - que variam conforme o seu tipo - não a interpretaríamos segundo o sentido que Deus quis usar? Modos de empregar as palavras

    Há ainda outra dificuldade proveniente dos vários sentidos que pode ter uma palavra, conforme é empregada de modo relativo ou absoluto.

    Veja-se outro exemplo: a palavra odiar.

    Essa palavra normalmente significa querer o mal, isto é, a perda de um bem. Deus condena o ódio, e Cristo ordenou que amássemos o nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus. Entretanto, Cristo disse: "Aquele que não odiar seu pai e sua mãe por minha causa, não pode ser meu discípulo" (Luc. XIV, 26)

    Isso parece, à primeira vista, ser o contrário do que Deus ordenou no quarto mandamento do Decálogo: "Honra teu pai e tua mãe para que tenhas uma vida dilatada sobre a terra que o Senhor teu Deus te dará" (Ex. XX,12).

    Evidentemente, Cristo não pode ter ordenado que se odeie aos pais, nem pode ter posto o ódio aos pais como condição para ser seu discípulo. Cristo empregou o verbo odiar em sentido relativo, e não em sentido absoluto. Ele quis dizer que, havendo oposição entre o amor aos pais e o amor a Deus, deve-se preferir o serviço de Deus e até abandonar os pais, se for necessário, para servir a Deus, praticando com relação aos pais um ato de ódio relativo. Entre o amor absoluto, que devemos somente a Deus, e o amor relativo aos pais, devemos, caso seja necessária uma opção, preferir o amor a Deus.

    Figuras de retórica

    A Sagrada Escritura, como qualquer outro tipo de texto, emprega as figuras de estilo próprias da linguagem humana: usa de metáforas, comparações, hipérboles, sinédoques, etc.

    Freqüentemente, é impossível, portanto, tomar as palavras em seu sentido próprio. Deve-se entendê-las figuradamente, de acordo com o tipo de figura de retórica utilizada.

    Assim, quando Cristo chama Herodes de "essa raposa" (Luc. XIII, 32) seria absurdo entender o termo de modo literal e não metafórico. Quando Ele chama os fariseus de "filhos do demônio" (Jo. VIII 44), embora o demônio não possa de fato ter filhos de modo próprio - pois ele não tem corpo nem capacidade de gerar filhos - ele pode ter "filhos" de modo analógico. Portanto, a expressão "filhos do demônio" aplicada aos fariseus não é propriamente uma metáfora, e sim uma outra forma de analogia.

    Gêneros literários

    A Sagrada Escritura contém livros de vários gêneros literários diferentes. Lá, existem livros históricos, proféticos, hinos, orações, textos jurídicos ou legais, livros sapienciais. Conforme o gênero literário empregado, há um modo diverso de entender as palavras. O que é contado num livro histórico são fatos realmente acontecidos. As imagens empregadas nas profecias são figuras simbólicas de fatos futuros não acontecidos. Assim, os animais da profecia de Daniel são símbolos de reinos que haveriam de vir, e a própria Bíblia os explica assim (Dan. VII, 17).

    Sentido Histórico

    É importante compreender que as palavras podem ter variações de significado conforme a época em que foram usadas. Hoje, a palavra "formidável" significa coisa de grande valor, excelente, como quando se diz: "Esse livro é formidável". Entretanto, a palavra formidável, originalmente, queria dizer "coisa que dá medo". Esse significado desapareceu em nossos dias. Por essa razão, deve-se conhecer o significado e o contexto histórico de um texto.

    Cada autor emprega as palavras no sentido em que eram usadas em sua época. É necessário, pois, conhecer o contexto histórico em que viveu o autor de um livro sagrado.

    Parábolas

    Nosso Senhor Jesus Cristo, para ensinar ao povo, freqüentemente empregava parábolas, que são pequenas histórias fictícias, contendo ensinamentos doutrinários, morais e místicos.

    O Evangelho contém inúmeras parábolas, a ponto de São Marcos dizer: "Não lhes falava sem parábolas, porém tudo explicava em particular a seus discípulos" (Mc. IV, 34).

    Por que falar em parábolas? Por que, muitas vezes, Nosso Senhor se exprimia parabolicamente e não falava diretamente?

    Os próprios Apóstolos, certa vez, fizeram essa pergunta a Jesus, que lhes respondeu, dizendo: "Porque a vós é concedido conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é concedido. Porque ao que tem lhe será dado, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo em parábolas, porque vendo não vêem, e ouvindo não ouvem, nem entendem" (Mt. XIII, 11 –13).

    A parábola contém um ensinamento literal facilmente acessível aos homens simples, mas, sem qualquer violação do sentido literal primeiro, pode conter outros ensinamentos doutrinários, morais, ou místicos.

    Sentidos das Sagradas Escrituras

    Isso nos conduz à questão dos sentidos das Sagradas Escrituras.

    Normalmente distinguem-se quatro sentidos fundamentais nas Sagradas Escrituras:

    1 - O Sentido Literal;
    2 - O Sentido Doutrinário;
    3 - O Sentido Moral;
    4 - O Sentido Místico.

    O sentido literal é o fundamental, e nele, sem violação ou sem forçar o texto, podem ser encontrados os outros três sentidos fundamentais.

    Daí, os famosos versos: "Littera gessa docet; quid credas, allegoria;
    Moralis, quid agas; quo tendas, anagogia"

    (A letra ensina os fatos; o que deves crer, a alegoria;

    O que deves fazer, o moral; a que deves tender, a anagogia)

    Sentido literal é aquele que é expresso de modo verdadeiro, real, atual, imediato e desejado pelo autor do texto sagrado. É o sentido que decorre diretamente do texto, sem que seja feita uma dilatação, ou extensão, do sentido das palavras além do normal; é o sentido atual, e não uma dedução silogística; imediato, e não por analogia ou simbolicamente.

    O sentido literal, ele mesmo, pode ter vários sentidos diversos. Por exemplo, na profecia de Caifás. Ao dizer ele: "Convém que morra um homem pelo povo" (Jo XI, 50). A própria seqüência do Evangelho explica que Caifás, ao dizer isso, profetizou, dizendo de fato outra coisa (Cfr. Jo. XI, 51).

    Além disso, pode-se inferir, legitimamente, um sentido derivado do literal: é o Sentido Derivativo, ou conseqüente, que é aquele que legitimamente decorre do sentido genuíno literal.

    É o que faz São Paulo ao citar a frase de Jeremias "Não se glorie o sábio no seu saber, nem o forte na sua força, nem se glorie o rico em suas riquezas" (Jer. IX, 23). São Paulo diz: "O que se gloria, glorie-se no Senhor" (I Cor. I, 31).

    Do sentido literal pode-se ainda fazer uma acomodação, quer extensiva, quer alusiva. Pela acomodação, as palavras da Sagrada Escritura são aplicadas analogicamente a um outro sujeito ou a coisa diferente daquela a que se aplicava originalmente um texto escriturístico anterior, ou ainda fazendo-se alusão a palavras usadas na Escritura em outro contexto.

    Acomodação extensiva é aquela que foi feita usando o texto do Eclesiástico: "Noé foi encontrado perfeito e justo, e no tempo da ira tornou-se a reconciliação dos homens" (Jer XLIV, 17"), aplicando-se o que foi dito de Noé para outros personagens santos.

    Acomodação alusiva foi o que fez Nosso Senhor Jesus Cristo ao usar as palavras do Salmo VI, 9: "Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniqüidade, porque o Senhor ouviu a voz de meu pranto", no Sermão da Montanha: "Então eu lhes direi bem alto: "Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniqüidade" (Jo. VII, 23).

    O sentido literal inclui o sentido próprio e o sentido figurativo.

    Quando a Bíblia fala do braço de Deus, ela não quer dizer que Deus, de fato, tenha braço. É um modo figurado de dizer que Deus tem poder. Esse sentido figurativo sempre tem base no sentido literal, mas não deve ser entendido de modo próprio.

    No sentido literal está incluído o sentido típico.

    Chama-se típico esse sentido porque usa um "tipo" (pessoa, animal, coisa ou fato acontecido) como imagem ou figura de outro, que seria o antitipo.

    O Tipo conduz ao sentido espiritual, isso é, ao Antitipo.

    Exemplos de Tipo e de Antitipo são Isaac e Cristo, o sacrifício de Abraão e o sacrifício do Calvário, o sono de Adão e morte de Cristo, e tantos outros mais.

    O sentido típico difere do sentido acomodatício, porque é realmente expresso. Difere da conseqüência, porque é atualmente expresso, e não deduzido. Difere do literal, porque não é expresso imediatamente.

    O Sentido Típico é chamado Alegórico, ou doutrinário, quando exprime uma verdade em que se deve crer.

    Chama-se Sentido Moral, quando exprime o que se deve fazer.

    Finalmente, chama-se Sentido Místico, quando exprime aquilo que devemos amar, e a que devemos tender.

    Assim, Jerusalém, a cidade santa dos judeus, alegoricamente, significa a Igreja Católica; moralmente, significa o céu, o bem esperado, que só se alcança pela prática dos mandamentos; e, misticamente, representa a alma.



    V - Conclusão

    Levando em conta tudo isso, compreende-se que é extremamente difícil interpretar corretamente a Bíblia, e que imensa confusão produz o livre exame.

    Por isso, São Pedro previne em sua segunda Epístola: "Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular" (II Pe. I, 20).

    Daí a necessidade de Deus ter dado a alguém "as chaves" de sua interpretação. Foi Pedro quem recebeu essas chaves, quando o próprio Cristo lhe disse: "Bem aventurado és tu, Simão Bar Jonas, porque não foi a carne, ou o sangue que te inspiraram, mas meu Pai que está nos céus. E eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra eu edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra será ligado também nos céus; e tudo o que desligares sobre a terra será desligado também nos céus" (Mt. XVI, 17-20)

    Portanto, somente o Papa pode dar a interpretação certíssima e indubitável das Sagradas Escrituras, devendo os fiéis ouví - la e observá-la docilmente.

    Compreende-se agora claramente o que disseram os Provérbios:

    "Assim como o espinheiro está na mão do bêbado, assim está a parábola no boca dos ignorantes" (Mt. XXI, 42)



    --------------------------------------------------------------------------------
    Para citar este texto:
    Fedeli, Orlando - "`Leia a Bíblia?`"
    MONTFORT Associação Cultural
    http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=apologetica&artigo=leiabiblia1&lang=bra
    Online, 19/10/2011 às 10:46h

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    Virgem Maria, Mãe de Deus
    PERGUNTA
    Nome: Saul
    Enviada em: 20/02/2000
    Local: Belo horizonte -
    Religião: Protestante


    --------------------------------------------------------------------------------

    Estive ausente, mas voltei para, com mais cautela, exorta-vos a ti e teus seguidores.

    "Belo Horizonte, 17 de janeiro de 2000

    Caro Orlando, Que a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo Esteja Sempre Convosco.

    Inicialmente, peço - lhe perdão a V.Sª e em seguida à Deus, pela maneira pouco tratável que me dirigi a V.sª. e por conseguinte, à toda Igreja Católica. Creio ter sido levado pelo espírito beligerante travado entre o professor Orlando e o Estrebuchante Artur, lembra-se, o Ateu defensor das Satânicas Bandas de Rock?

    Uma vez perdoado, venho transmitir a V.Sª. e por conseguinte à todos os seus leitores, o consenso entre nós da IGREJA BATISTA DE LAGOINHA, Belo Horizonte - MG, sobre Maria, mãe de Jesus.

    Vamos por parte:

    Quando você caminha pelos Evangelhos querendo conhecer Maria, verdadeiramente, observa que ela falou poucas coisas. Existem na Bíblia, vários episódios em que Maria esteve envolvida e as últimas palavras que ela proferiu estão registradas no Evangelho de João, no Capítulo 2, versículo 5. Maria, Jesus e seus discípulos foram convidados para um casamento e, de repente, acabou o símbolo da alegria da festa: o vinho. Maria passou, então a solução desse problema para Jesus e disse aos serventes: "fazei tudo o que vos disser." É quase um mandamento de Maria, se assim pudéssemos dizer. "fazei tudo o que Ele vos disser." Ela estava dizendo a eles: Façam tudo e, somente, o que Jesus os mandar fazer. "Maria era a mãe de Jesus, contudo, não temos nunhum registro bíblico em que Jesus a chamasse de mãe. Vejamos o que disse Jesus a ela, momentos antes de render Seu espírito na cruz do Calvário: "E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas e Maria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e, junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa". (Jo 19:25-27). Nessa ocasião, como um filho expressando o seu cuidado com a mãe, Ele disse: "Mulher, eis aí o teu filho". Ele confiou Maria à João, seu discípulo tão querido. João era jovem e Jesus sabia que ele poderia cuidar com zelo e carinho de sua mãe. Jesus estava falando com João para que ele tivesse cuidados com Maria, e a tratasse como se ela também fosse sua mãe. Não apenas João tratou outra mulher como mãe. O apóstolo Paulo faz referências a algumas mulheres, que cuidaram dele como se ele fosse um filho e ele as considerava como se fossem suas mães.

    Além do Evangelho de João, escrito na cidade de Éfeso, João também escreveu três cartas e o livro do Apocalipse. É interessante observarmos que nos escritos de João não há uma única referência à Maria, embora Jesus tenha dada a ele, a incumbência de cuidar dela.

    Com relação a Família de Jesus, tenho a lhe dizer, Professor Orlando e leitores do site Montfort, que Jesus, realmente teve família: pai, mãe, irmãs e irmãos. Como negar esse Fato?. O Senhor, conhecendo o coração do homem, queria mostrar a realidade do aspecto familiar, a importância para o ser humano e o faz através do relacionamento entre pais e filhos e deles com os outros. No Evangelho de Mateus, no verso 46, do capítulo 12 está escrito: "Falava Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar - lhe. E alguém lhe disse: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar - te. Porém Jesus respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem é a minha mãe e quem são meus irmão? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer um que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.". Com essa atitude, Jesus não estava desprezando Sua família, nem tampouco Maria, da qual se lembrou no momento da Sua morte, entregando - a a João. Naquele momento, Ele dava à família, um sentido muito forte, de amplitude. Jesus os amava, mas Seu amor era o amor àgape, de Deus. Ele não era limitado a seus parentes. Seu amor se estendia a todos os Seus discípulos e a todos quantos fizessem a vontade do Pai, porque Ele, Jesus, haveria de morrer por toda humanidade, inclusive por aqueles que constituíam a Sua família terrena.

    A última menção feita a Maria está no livro dos Atos dos Apóstolos 1.14, quando, antes do Pentecostes, os discípulos estavam no cenáculo. Está escrito (para ser lido e não só ouvido): "Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele". Maria estava com os discípulos, como UM DELES, buscando o Senhor Jesus em oração, fazendo tudo o que Jesus havia ordenado A SEUS SEGUIDORES.

    Em TODA A ESCRITURA, caro Professor Orlando, e caríssimos leitores do Site Montfort, vocês não vão encontrar um único texto que nos oriente a orar a Maria. Vocês também, com certeza, não vão encontrar nenhum texto afirmando que Maria é a co - redentora, nem sugerindo que ela também conduza ao caminho da salvação. Há uma citação bíblica que atesta exatamente o contrário. Está escrito (para ser lido e só não ouvido): "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos." (At. 4.12). Não salvação em nenhum outro nome. Isso significa que Jesus é o único que pode salvar. Ele é o único caminho para a salvação do homem. É interessante observarmos que durante os quatro primeiros séculos do cristianismo, não havia nenhum culto, absolutamente nada, que se referisse às Maria. Jesus era absoluto até o quarto século, quando Constantino (me corrija caso tenha me enganado), cristianizou o império romano. Através de um decreto, da noite para o dia, o imperado Constantino obrigou todo o império romano a se tornar cristão. No início do Cristianismo, as pessoas precisavam da fé para se tornarem cristãs. Era preciso ter uma experiência com Cristo, as pessoas tinham que nascer de novo, experimentar o novo nascimento, entronizar Jesus no coração. Mas, com a imposição à fé cristã, as pessoas passaram a ser cristãs por decreto, ou seja, sem terem tido uma experiência profunda com o Senhor. Todos os ídolos, tanto os em figuras de homem como em figuras de mulheres, trazidos de outras religiões foram cristianizados. Por exemplo, caro Professor Orlando, e caríssimos leitores do Site Montfort: O ídolo romano chamado de SÃO PEDRO, era a imagem de JÚPITER CAPITULINO. Isso é SICRETISMO RELIGIOSO, um fato bastante antigo como com certeza é do conhecimento do caro Professor Orlando, e passa a ser dos caríssimos leitores do Site Montfort .No sincretismo, ocorre a fusão de elementos culturais diferentes e até antagônicos em um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originários. Outro exemplo bastante conhecido do caro Professor Orlando, e dos caríssimos leitores do Site Montfort, é o de Maria. Para os católicos, ela é Maria mesmo, a mãe de Jesus, mas, no espiritismo, ela tem outro nome, e a Iemanjá.

    Entretanto, o cristianismo condena a adoração a imagens, a idolatria. A idolatria cega às pessoas. Essa não é uma citação própria de nós, evangélicos da IGREJA BATISTA DA LAGOINHA, (faço menção para que o caro Professor Orlando, não esqueça de onde sou e de onde vem o consenso). Veja o que está está escrito (para ser lido e não só ouvido) : "Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veêm; têm ouvidos mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam. (Salmos 115.4-8)

    "Referindo - se aos ídolos, o salmista diz que eles têm boca mas não falam têm olhos mas não vêm, têm mão mas não apalpam, e nenhum som sai de suas bocas. Mas, ao se referir àqueles que os cultuam, o texto diz.: "... semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam". É fácil deduzir que o idólatra se torna semelhante ao objeto do seu culto, do seu ídolo. Ele tem olhos, mas não consegue ver; tem ouvidos, mas não houve. Por que? Há um espírito que envolve toda essa situação.

    Embora seja cansativo multiplicar as citações, é preciso repeti-las à alguns católicos, pois não se está tratando com bons entendedores, para os quais meia palavra basta. Está se tratando com não leitores, para os quais muitas letras não são suficientes.( qualquer semelhança com outro texto, não é mera coincidência)

    Pois bem, continuando. Na Bíblia, há um relato muito interessante sobre a influência dos ídolos nas pessoas de uma importante cidade da Ásia Menor, Éfeso. Ali, eles cultuavam a deusa Diana, até que Paulo chegou àquela região e começou a falar do Senhor Jesus. Éfeso era uma cidade extremamente idólatra (talvez comparada à uma certa cidade paulista) e o culto à deusa Diana era profuso. Quando Paulo começou a pregar sobre Jesus e as pessoas começaram a se entregar a Ele, houve como que uma revolução na cidade. O povo se levantou contra Paulo e durante quase duas horas, eles gritaram: "Grande é a Diana dos Efésios!"

    Na mesma cidade de Éfeso foi realizado no ano de 431, que certamente é do conhecido do caro Professor Orlando, e passa a ser dos caríssimos leitores do Site Montfort, um Concílio em que foi decretada a posição de Maria como "Mãe de Deus."A partir dessa declaração: Maria, mãe de Deus" é que começou o desvio da valorização de Maria e de sua importância para o cristianismo. Apesar de Maria ter sido colocada nessa posição, ela não é a mãe de Deus, porque Deus sempre existiu. Maria foi um instrumento para que Jesus fosse gerado em seu ventre. Ela era uma virgem dotada de virtudes: pureza, obediência, fé e disposição. Quando o Senhor se manifestou a Maria através de um anjo, dizendo - lhe que seria a mãe do Messias, ela declarou: Veja o que está está escrito (para ser lido e não só ouvido): "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra - se em mim conforme a tua palavra." (Lc 1.38) Ela acatou a ordem de Deus e se ofereceu para que a ordem divina fosse cumprida. Contudo, se Maria tivesse dito: "Não, eu não quero, não me disponho a esse propósito", Deus poderia ter cumprido o Seu plano, através de outra virgem.

    Assim também acontece na vida cotidiana. Muitas vezes Deus tem um ministério para alguém que se recusa a aceitá - lo. O Senhor fará de outra maneira, mas realizará Seus propósitos conforme a Sua vontade, porque sobre Ele afirma Jó que "nenhum dos Teus propósitos pode ser impedido" (para ser lido e não só ouvido) Jó 42.2). (

    Se não fosse Maria, uma outra virgem seria a mão do Senhor, outra se disporia para que Jesus fosse gerado nela.

    Hoje, caro Professor Orlando e caríssimos leitores do site Montfort, dois mil anos depois, com a tecnologia que existe na área da genética, há uma situação muito peculiar e paralela. Algumas mulheres oferecem o seu ventre para que uma criança seja gerada nele, são as chamadas "mães de aluguel". Maria não foi uma mãe de aluguel, e , sim, de anunciação. Ela anunciou ao mundo que o Salvador havia se encarnado. Ela foi um instrumento de Deus para que Sua promessa de salvação se cumprisse. Em toda a Bíblia, caro Professor Orlando e caríssimos leitores do Site Montfort, vocês vão encontrar (experimentem), esta expressão: "Maria, mãe de Jesus" e, não " Maria, mãe de Deus", Ela não foi "mãe de Deus", porque Deus não tem princípio nem fim. Deus é eterno. Jesus, sendo Deus, precisou tomar a forma humana. Em para que Ele assumisse a forma humana precisou nascer de uma mulher, Maria.

    Num certo momento, quando os fariseus insistentemente questionavam a Jesus sobre sua vida e o seu ministério, Ele lhes respondeu: Está escrito (para ser lido e não só ouvido) "Em verdade, em verdade eu vos digo: Antes que Abraão existisse, EU SOU" (Jo 8.58). Ou seja, Jesus não passou a existir quando Ele foi gerado no ventre de Maria, pelo contrário, Ele já existia antes de todas as coisas. A Bíblia diz: Está escrito (para ser lido e não só ouvido) "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus) (Jo 1.1) Entretanto, houve um momento em que o Verbo Jesus, se encarnou, tomando forma humana. O Espírito do Senhor veio, então, sobre Maria, cobriu - a e Jesus foi gerado. Com esse entendimento, conclui - se que a expressão "mãe de Deus" não procede.

    Jesus possui duas naturezas. Jesus é plenamente Deus e também é plenamente homem. Ainda hoje, Ele continua assumindo essas duas naturezas. Por isso a Palavra diz (para ser lido e não só ouvido) "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" ( I Tm 2.5) Jesus tem figura humana, ou seja, tem olhos, nariz, boca, mãos... E, como todo homem, Ele foi gerado. Addim, se fosse tomada no sentido literal, a expressão "mãe de Deus" distorceria ainda mais o sentido da família de Jesus. Se Maria fosse mesmo mãe de Deus, os irmãos de Jesus seriam filhos de Deus também ( em genealogia direta). Os primos, primos de Deus. Isabel seria tia de Deus. E José? Seria padrasto de Deus. Essa expressão encerra, como apresentei, um absurdo inaceitável.

    A partir do concílio de Éfeso, a Igreja, até então chamada "a noiva" (Confere, Caro Professor Orlando? ), começou a tomar um outro caminho, não é Professor Orlando?, que influenciou a humanidade por mil anos. Estou certo Professou Orlando ?. Durante esse período houve uma deturpação tremenda na Igreja que passou de noiva a meretriz. No livro de Apocalipse, o Professor Orlando e seus leitores do site Montfort, vão perceber, se lerem, todo o processo que levou a ser chamada ( a Igreja) de a grande Meretriz ou Babilônia. A Igreja foi tomando um caminho contrário ao da simplicidade, ao caminho da fé. Lendo o livro de Atos, todos que lerem poderão perceber, se movidos pelo Espírito Santo de Deus, que a Igreja Primitiva não cultuava Maria. Se pudéssemos transportar um membro da Igreja Primitiva para a atualidade, ele ficaria transtornado, porque eles não concebiam nem cultuavam ídolos. Ao contrário de hoje, não dariam a Maria, a honra devida somente a Deus. Na reza romana do terço, por exemplo, caro Professor Orlando e caríssimos leitores do site Montfort, existe um PAI NOSSO para cada dez AVES - MARIAS, ou seja, para cada uma oração de Jesus, há dez dirigidas a Maria. A porcentagem é de dez para um, corrijam - me se estiver errado. Os romanos de todo mundo, dedicam os meses de maio e de outubro, a Maria. Como a Igreja Primitiva, nós os EVANGÉLICOS, temos a mesma e única regra de fé, A BÍBLIA e confiamos no que ela diz. Não temos, nós os evangélicos, outro modelo, a não ser a Palavra de Deus e por ela pautamos nossa vida. No livro de Apocalipse está escrito (para ser lido e não só ouvido) "Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão ESCRITAS neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida e da cidade santa, que estão descritas neste livro"(Ap 22.18,19).

    Maria era uma irmã muito querida. Ela amava Jesus e O tinha como SALVADOR, por isso pôde dizer: (A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador" (Lc 1.46-47). Quem é que precisa de um Salvador, hein Professor Orlando ?, senão os pecadores, hein Professor Orlando?, nesse cântico ela (Maria, imaculada ?) declara que também precisa de um Salvador, de que também precisa do Senhor Jesus.

    Caro Professor Orlando, e caríssimos leitores do Site Montfort, sobre Maria existe ainda uma afirmativa de que ela é imaculada, de que ela foi gerada sem pecado nenhum. "Maria nasceu sem pecado!" Essa afirmação é totalmente inverídica, porque a Palavra dia que todos pecaram e foram afastados da glória de Deus.

    Professor Orlando, em Romanos, no capítulo 3, versículo 23 está escrito, (para ser lido e não só ouvido) que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Maria também foi descendente de Adão, consequentemente, herdou a semente do pecado como todos os seres humanos. O único ser sobre a Terra que não pecou e foi concebido sem pecado foi o Senhor Jesus. Por entender esses fato a igreja primitiva não admitia ídolos ou ícones (figuras) e também não cultuava ninguém além do Senhor Jesus. Algumas pessoas, como o meu caro Professor Orlando, se desculpam dizendo: "Nós não cultuamos Maria, apenas veneramos..." Volto a repetir, caro professor Orlando, como pai do dicionário que sou (palavras suas), que se procurar no dicionário a palavra "culto", encontrará: veneração ou adoração a uma pessoa ou coisa.

    Outra doutrina fora da realidade bíblica é a de que Maria continuou sendo a "virgem Maria". Depois de dar a luz, segundo acreditam alguns, dentre estes, o meu Caro Professor Orlando, Maria teria permanecido virgem. Ao observar as Escrituras, caros leitores do site Montfort, temos, à luz, a confirmação daquilo que vos digo. Prestem atenção!

    (para ser lido e não só ouvido)


    " Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, desposada com José, ante de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo. E como José, seu esposo, era justo, e não a queria difamar, intentou deixá - la secretamente. E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo [...] E Jose’, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher. Contudo, não a conheceu enquanto ela não deu à luz a um filho;(grifo meu) e pôs - lhe o nome de Jesus"(Mt 1.18-20;24,25).
    Professor é o o caro Orlando, ele poderá de uma forma bem real, mostrar à todos os leitores do site Montfort, o que Mateus quis dizer com a expressão "enquanto" ela não deu à luz a um filho, talvez ele, o Caro Professor Orlando, possa dizer a vocês, o que aconteceu entre o MARIDO JOSÉ e a ESPOSA MARIA, virgem? , imaculada?, depois que Jesus nasceu e cumpriu - se o tradicional período de resguardo pós parto.

    Caros leitores deste site, os Católicos de todos os naipes, consideram Maria como virgem perpétua, mas a realidade não é essa. Não é pecado que o marido e mulher se conheçam intimamente e que o casal tenha filhos. Ao contrário, na Bíblia está escrito: (para ser lido e não só ouvido)(Hb 13-4). Caríssimos leitores, o professor Orlando talvez concorde comigo, que a palavra leito (sem dicionário), neste contexto, se refere à relação sexual.

    " Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula"

    A relação íntima entre marido e mulher não é pecado, foi Deus que a criou e a institui para o casamento.

    Jesus foi filho PRIMOGÊNITO de Maria, não o UNIGÊNITO. Ela teve outros filho, sendo esses, inclusive mencionados na Bíblia. Quando Jesus, depois de ter iniciado Seu ministério, voltou a Nazaré, cidade pequena, foi logo reconhecido, pois Ele já havia morado ali. Está escrito (para ser lido e não só ouvido).

    Evangelho de Marcos 6.3 - " Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós? "
    Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas, nona edição - revisada.

    Aqui, meus caros, se vocês lerem, encontraram a relação dos nomes dos irmãos de Jesus e a referência às Suas irmãs. Mesmo assim ainda existem falsos argumentos, dentre os quais, com certeza, o meu Caro Professor Orlando, certamente compartilha com algum, qual sera?

    ( ) Eles não eram filhos de Maria, eram de José.
    ( ) José era viúvo e tinha filho.
    ( ) Esses filhos eram primos.

    Ah, meus caros leitores, a Bíblia não precisa usar de qualquer subterfúgio. Se eles fossem primos, estaria escrita a palavra primos. Se fossem filhos de José, estaria escrito filhos de José. Nenhuma das alternativas, assinaladas pelo Professor Orlando, que com certeza me dirá: protestador Saul, naquela época não existia a palavra primo, todos eram irmãos, independente se serem primos ou sobrinhos...blá, blá, blá... é mencionada na Bíblia, que inclusive atesta ao contrário: "não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós? ".

    Mais um pouquinho de história para o Professor Orlando que muito gosta e, não é a toa que é expert no assunto.

    Durante a Idade Média, no período de mil anos de trevas, a igreja foi se desviando da verdade, tomando um caminho tortuoso, irreal e antibíblico. Toda a simplicidade e verdade da fé cristã foram deturpadas.

    Se vocês, admiradores do Professor Orlando, confrontarem a doutrina católico - romana e aquilo que a Bíblia diz, vão ficar estarrecidos por verem comprovado que deram à Maria, o lugar que pertence exclusivamente a Cristo. Usurparam, meus amigos, a posição de Jesus para colocarem Maria, exatamente aquela que havia declarado: "fazei tudo o que ele vos disser"(Jo 2.5) . Acredita - se que ela verdadeiramente é uma medianeira de paz entre os pecadores e Deus. Os pecadores recebem perdão por intermédio dela. Há os que dizem, aposto que o ilustre Professor Orlando é um deles: Maria é a nossa vida, a nossa intercessora. Por meio dela obtemos as graças pedidas. Aquele que não recorre a Maria está perdido !!!!". Como foi que chegaram a essa crença? Deus era apresentado como um Deus duro, e Jesus, como um filho irado. Contam uma história que ilustra bem o pensamento que têm sobre Jesus e Maria. Havia duas escadas e um pecador queria subir por uma delas. No alto de uma, estava Jesus, irado contra o pecado. Ao olhar para o rosto de Jesus, o pecador não conseguia subir. Ele desistia e descia. No topo da outra escada estava Maria. Com rosto e a atitude serenos, ela conduzia o pecador até Jesus.

    Muitos adesivos são espalhados e afixados nos veículos, divulgando a seguinte mensagem: "Peça à mãe que o filho atende". Essas palavras encerram um tremendo desvio da Escritura, que, com certeza o Professor Orlando e seus admiradores, ainda não conseguiram ver ou fazem de conta que não estão enxergando. Cuidado queridos leitores, a palavra nos diz que se um cego conduzir outro, ambos cairão no abismo.

    O ensino bíblico é bem diferente, nesses adesivos deveria estar escrito: "Peça ao Pai, em nome do Filho que ele lhe atenderá." Prova cabal de minha afirmação está no Evangelho de João 15.16, onde o próprio Jesus afirma: "a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome. Ele vo - lo conceda". Para todos os que têm a Bíblia como regra de fé e vida, é inadmissível aceitar Maria como medianeira; pois os que agem assim, negam a verdade de Deus explicitada na primeira carta de Paulo a Timóteo, no capítulo 2, verso 5: "Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem". Há um só Deus e um só mediador entre os homens e Deus: Jesus. Mediador e aquele que intervém. Se Maria pudesse ter conhecimento desse fato, certamente ela oraria ao Pai, em Nome de Jesus, para que todos compreendessem o verdadeiro lugar que ela ocupa e devolvessem a Jesus a posição que ela nunca almejou para si. A afirmação de que Maria é a "medianeira de todas as graças" é totalmente sem base bíblica. Somente os católicos de todos os naipes, ortodoxos, carismáticos, praticantes ou relaxados é que professam tal absurdo. Através de qual linhagem de católicos está o Professor Orlando?, atrás de qual engano o Professor Orlando se garante salvo ?.

    Ainda em meus aprofundados estudos da doutrina católica romana, palmilhando pelos textos das rezas, vãs repetições, dedicadas à Maria, pude constatar, ( Agora o Protestante, passará a ser o Professor Orlando e seus admiradores) que são realizadas mais orações à Maria, do que a Jesus. Um dos exemplos está na reza "Ave Maria". "Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sós vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós (católicos), pecadores, agora e na hora de nossa morte, Amém.

    Ao rezar desta forma, caríssimos admiradores do Professor Orlando, as pessoas pedem a Maria para rogar por eles, mas a Bíblia diz que só Jesus pode rogar por nós junto ao Pai. É Ele quem faz a mediação, que roga e intercede. Alguns poderão questionar: "Mas a Palavra afirma que o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis!". Ora, caríssimos leitores deste site e meu Caro Professor Orlando, Sendo o nosso Deus, um Deus Trino, é fácil entendermos essa colocação. Junto ao Pai, os dois como um, o Espírito Santo e Jesus intercedem por nós. Meus amigos e irmãos, a fé cristã é baseada na Escritura. Vivemos conforme os seus mandamentos. Qualquer ensino, por mais douto que seja, ainda que vindo do Papa, do Bispo, de Padres, sejam pops ou não, ainda que venha do Professor Orlando ou de um anjo de luz, por mais veemência que qualquer ministrante, seja ele o bispo Macedo, Mário de Oliveira, Paiva Neto, Márcio Valadão ou até mesmo do Saul, se ele não for alicerçado na Palavra de Deus, tendo a Bíblia como fonte de ensino , não poderá ser aceito como conduta de vida. Vigiai !. Por essa razão, disse Jesus: "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim", (Jo 5.39). O Apóstolo Paulo também nos exorta, não é mesmo professor Orlando?, a estarmos atentos às Escrituras: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema"(maldito) (Gl 1.8). Portanto caríssimos leitores, não escute outra voz que não a de Deus.

    No que se refere à oração para Maria, a Palavra diz, de forma clara e sem subterfúgios, ainda que alguns queiram desvirtuá - la, que Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e o homem. No texto do Verso 16, do capítulo 14 do Evangelho de João, Jesus esclarece quem Ele é e esse versículo fundamenta a nossa fé "Respondeu - lhe Jesus: Eu sou o Caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim".

    Embora seja cansativo multiplicar as citações, é preciso repeti-las à alguns católicos, pois não se está tratando com bons entendedores, para os quais meia palavra basta. Está se tratando com não leitores, para os quais muitas letras não são suficientes.( qualquer semelhança com outro texto, não é mera coincidência)

    Jesus, caríssimos leitores do site Montfort e o caro Professor Orlando há de convir, para o seu próprio bem, é o único meio para nos levar a Deus. Ele é a verdade absoluta e irrevogável. Ele é um com o Pai. Mesmo assim, alguns soberbos insistem em fazer suas petições a Maria, esquecendo - se, nunca é demais repetir, que ela nunca pretendeu ser alvo de culto. Muitos, dentre eles, com certeza o Professor Orlando, não é mesmo professor?, afirmam que suas preces só foram respondidas, quando as dirigiram à Maria. Podem até mesmo ter tido suas orações respondidas, mas não será pela boca de Deus, por que Maria, não a mãe de Jesus, mas essa, entronizada por usurpação, é a rainha do inferno, senhora absoluta dos demônios.

    Vocês podem até se assustar com tais afirmações, mas os que cultuam a ídolos tornam - se semelhantes ao objeto do seu culto, cegos, surdos! Lembre - se, se o povo soubesse mesmo o que é certo, jamais teria dito: " crucifica - O, crucifica - O", incitando a que matassem seu Salvador, o próprio Filho de Deus. Pensem nisso!

    A doutrina católico romana, defendida com unhas, dentes e coração por pessoas como o Professor Orlando, não é professor?, apresenta Maria como a porta do céu, pois de acordo com o seu pensamento, ninguém pode entrar no Reino de Deus sem passar por ela.

    O meu objetivo, não é apresentar sugestões ou provocar discussões, mas unicamente apresentar, na autoridade do Nome de Jesus, a verdade da Palavra de Deus. Leiam o que Jesus fala em relação a isso: "Tornou, pois, Jesus a dizer - lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta da ovelhas [...] Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem" (Jo 10.7,9). Meus caríssimos, tudo está tão claro ! Somos as ovelhas, porque Jesus é o nosso Bom Pastor; Ele nos guia e nos conduz a verdes pastos e nada há que nos falte. Leiam e comprovem, ainda que alguns tentem lhes dizer que a Bíblia foi escrita, mas não para ser lida, não é mesmo professor?, por eu, Saul, na autoridade do nome de Jesus, vos digo, leiam e comprovem! Está escrito: que está Nele "entrará e sairá e achará pastagem": Entrada e saída falam de liberdade. Meus queridos, leitores assíduos deste site Montfort, destarte falsos profetas, destarte àqueles que tentam confundir, sejam ousados, leiam a Bíblia, pois Nela, está escrito: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" Lá, também está escrito "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."(Jo 8.36) Quando Jesus fala em achar pastagens, Ele fala de alimento. O pasto é o alimento das ovelhas. Nós, como ovelhas de Jesus, O temos como alimento, o Nosso Pão e a Nossa Água. Que verdade tremenda! "Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus"(Mt 4.4). "Declarou - lhes Jesus: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede"(Jo 6.35) "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne"( Jo 6.51) .

    Queridos leitores do site Montfort, a Palavra de Deus fala por si mesma. Que outra interpretação, o Caro Professor Orlando, poderá dar a esses textos? De onde o Caro Professor Orlando, irá tirar coragem para deturpar a Palavra de Deus? Desta vez, Professor, é para valer, sei que estou me delongando, mas estou me valendo do seu estilo de lutar, estou usando as armas que o professor Orlando escolheu, a escrita, a redundância, como uma diferença, eu sei de quem aprendi, sei quem me revestiu de autoridade, sei de quem será a vitória. Atrás de qual autoridade, de qual seita, de qual pessoa o nobre cavaleiro errante , se esconde?

    Mas, para sua infelicidade ou quem sabe felicidade plena, o Saul não vai parar por aqui não !, viu Professor Orlando?

    Outro ponto, caros leitores, a questionar é o fato de atribuírem à Maria, o mesmo, ou até maior poder que o conferido à Cristo. Ao proclamarem : "Peça à mãe que o filho responde, ou atende", nas entrelinhas, a doutrina católica romano, afirma: "Todo o poder lhe foi dado no céu e na terra, portanto às ordem de Maria, todos obedecem. Deus colocou toda a igreja sobre o domínio de Maria". Nunca houve isso. Ao contrário, veja o que está escrito no Evangelho de Mateus 28.18 "E, aproximando-se Jesus, falou - lhes, dizendo: Foi - me dada toda a autoridade no céu e na terra". Atentem - se, caros leitores do site Montfort, de que foi exatamente a questão da autoridade que o diabo enganou Eva, distorcendo a verdade de Deus. "Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás."( Gn 2.16-17). "Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis."(Gn 3.4). Vejam caríssimos leitores do site Montfort, a sutileza do inimigo: com apenas uma palavra mudou a verdade de Deus e tirou o homem da comunhão com o Pai, impondo-lhes, à Eva, a Adão e a toda a humanidade, o pecado e morte.

    Outra declaração, com certeza também ferrenhamente defendida por alguns, dentre eles o Professor Orlando, estou certo Professor?, e de que Maria é a pacificadora, Rainha da Paz, em lugar de Jesus Cristo que é verdadeiramente a nossa Paz. Colocando Maria como a fonte da paz e novamente opondo - se à Palavra de Deus. Outro engano de Satanás. Jesus disse: "Deixo - vos a paz, a minha paz voz dou; eu não vo - la dou como o mundo a dá. Não turbe o vosso coração, nem se atemorize."(Jo 14:27) "Cristo Jesus [...] ele é a nossa paz."(Ef 2.14). Ele não só trouxe a paz, como também é a nossa paz.

    Muitas pessoas, dentre elas, com certeza o Professor Orlando, não será mesmo professor?, oferecem à Maria toda a glória que pertence só a Jesus. É dito nos compêndios romanos: (disso certamente o Professor Orlando, é conhecedor) "Toda a trindade à Maria, acima de todo outro nome, para que, diante do teu nome, dobre - se todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra".

    Caríssimos, aprofundando - me na doutrina católica romano, deparei - me com uma menção (reza) que diz:

    "Salve, rainha, mãe de misericórdia, vida nossa; doçura esperança, salve. A ti, clamamos, filhos banidos de Eva. A ti, suspiramos, gememos e choramos neste vale de lágrimas. Voamos para debaixo de teu abrigo. Ó santa mãe de Deus, não despreze nossos pedidos em nossa necessidade e livra - nos sempre de todos os perigos, ó gloriosa e bendita virgem. Coração de Maria, mãe de Deus, digna de toda veneração de todos os anjos e homens, que, em ti, a santa igreja encontre abrigo. Protege - a e sê seu asilo, a sua torre, a sua força. Doce coração de Maria, sê minha salvação! Não me deixes, minha mãe, em minhas próprias mãos ou estarei perdido. Deixa agarrar - me a ti, salva - me, minha esperança. Salva - me do inferno."

    Caríssimos, alguém dentre vós, pode indicar - me, nas Escrituras, onde, um só verso dessa reza, "salve rainha", encontra respaldo ???

    São tantas rezas e textos que estão em total desacordo com a Palavra de Deus! O culto a Maria, volto a repetir, é totalmente oposto a todo o ensino da Escritura, e, mesmo assim, desde o quarto século, continua sendo o culto mais espontâneo entre os católicos romanos, que dentre eles está algemado o Caro Professor Orlando, não é mesmo Professor???

    O cumprimento usado pelo professor Orlando, como soberbo e dito entendedor das coisas de Deus, é: "Salve Maria". Somente Jesus, caríssimos leitores, tem direito à nossa adoração. Vejam o que diz o texto a seguir: "No dia seguinte, as grandes multidões que tinham vindo à festa, ouvindo dizer que Jesus vinha a Jerusalém, tomaram ramos de palmeira, e saíram - lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o rei de Israel!"(Jo 12.12,13). Portanto Caro Professor Orlando e seus admiradores: HOSANA, SALVE! SÓ A JESUS!

    Caro Professor Orlando, estou quase terminando com você.

    Tantos nomes foram atribuídos à Maria... Misericórdia, digo! Ela é chamada: Maria, mãe de Deus, rainha dos apóstolos, rainha dos céus, rainha dos anjos, a porta do paraíso, a porta do céu, a nossa vida, mãe das graças, mãe de misericórdia, nossa mãezinha, mãe rainha, rainha da paz e tantos outros nomes. Entretanto, Maria, a mãe de Jesus, nada tem com toda essa heresia. Maria, é a Maria da Bíblia, é a Maria que honrou o seu filho Jesus Cristo, que Lhe obedeceu. Não essa Maria caricaturada pelo homem.

    Desde o nascimento de Jesus, toda adoração foi dirigida a Ele. Quando os magos vieram do longínquo Oriente, guiados pela estrela, seus corações ardiam pela adoração. Conforme o Evangelho de Mateus, capítulo 2, verso 11, eles não renderam adoração a Maria, e, sim, Jesus. "E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe. Prostrando - se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, ofertaram - lhe dádivas: ouro, incenso e mirra". Presentes e adoração para Jesus. Por termos essa compreensão é que nós louvamos:

    "Ao único que é digno de receber, a honra e a glória, a força e o poder. Ao Deus eterno, imortal, invisível, mas real, a Ele ministramos o louvor. Coroamos a Ti, ó Rei Jesus. Adoramos o Teu nome, nos rendemos a Teus pés, consagramos todo o nosso ser a Ti"

    Todo o nosso louvor e a nossa adoração, caríssimos leitores desse site, Montfort, todo nosso ser, a nossa vida, entregamos àquele que é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Isso é bíblico !!!

    Aqueles, como o Professor Orlando, não é mesmo Professor?, que não nasceram de novo, têm grande dificuldade para entender essa questão, por mais douto que sejam. Para muitos, como certamente para o professor Orlando, não é mesmo?, Maria é tudo. É uma questão de tradição, de cegueira espiritual.

    O Atual Papa, ao ser entronizado revelou ter escolhido como "Texto Chave"da sua vida a seguinte expressão: "Todo teu". Era como se ele dissesse isso para a própria Maria. Sobre pessoas, como o próprio Professor Orlando e seus seguidores, que ignoram as verdades bíblicas Jesus diz que: ´são guias cegos; ora se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco."(Mt 15.14). Essa fala é do Senhor Jesus. Todos nós, antes de conhecermos Jesus como verdadeiramente Ele é, éramos como cegos. O Espírito Santo tem o poder para tirar toda cegueira espiritual, porque cremos que o único mediador entre Deus e os homens é Jesus. Ele é o objeto da nossa fé, merecedor de nossa adoração e nosso louvor.

    Quanto ao mais, caro Professor Artur, digo Orlando, que Deus tenha misericórdia de Ti e de todos os seus seguidores.

    Um forte abraço
    De quem ora todos os dias pela tua vida

    Saul"


    Versículo 8 do Salmo 69(68), por ser uma salmo messiânico, não é mesmo Professor Orlando?, é comumente usado para a afirmação da idéia de que Maria, mãe de Jesus, não teve outros filhos. A interpretação dada a ele é bem diferente do que está, de fato, sendo dito nesse salmo. Prestem bem atenção, caros leitores ao que está escrito aqui, à relação que o próprio Senhor Jesus faz entre ele e sua família: "... É por tua causa que eu suporto insultos, que a confusão me cobre o rosto, que me tornei um estrangeiro aos meus irmãos, um estranho para os filhos de minha mãe" . Não fica, caro Professor Orlando, nenhuma dúvida que Maria só esteve virgem até o nascimento de Jesus, tendo depois outros filhos, passando a ser Maria, mulher, e, não mais Maria virgem, ou Virgem Maria ou como se diz na terra do tal de "Padim Padi Cíço" (Vixi Maria), como a querem consagrar. O fato de ter outros filhos, meus queridos leitores e admiradores do Professor Orlando, não denigre, de forma alguma, a imagem de Maria, porque o casamento é uma glória, é benção de Deus para a humanidade. Contudo, houve todo um desenvolvimento histórico que a colocou nessa posição, na qual Maria nunca quis estar. Podemos, Caro Professor Orlando e seus admiradores, afirmar isso, porque Maria reconheceu um de seus filhos, Jesus Cristo, como seu Salvador pessoal. Ao saudar Maria, Isabel disse: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto de teu ventre: (Lc 1.42) . Na Palavra está escrito (para ser lido e não só ouvido).: "Bendita és tu entre as mulheres" e não bendita és tu ACIMA das mulheres. Maria é bendita entre as mulheres. Bendita é o mesmo que dizer, Professor Orlando, aquela que foi abençoada. Maria, Professor Orlando, é bendita entre sua esposa, nem sei se o Sr. é casado, entre suas parentas todas, entre todas as mulheres e não acima. O vocábulo "entre" tem conotação de "estar junto", viu Professor Raimundo, digo Orlando?.





    RESPOSTA


    São Paulo, 22 de fevereiro de 2.000

    "E o espírito maligno, mandado pelo Senhor, apoderou-se de Saul que tinha transportes de furor no meio de sua casa " (I Sam. XVIII, 10).
    "Saul, Saul, por que me persegues? " (At. IX, 4).

    Untuoso e Furioso sr. Saul,

    "Salve Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo" (Luc. I, 28) "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre" (Luc I, 42)

    Recebi sua mensagem lagoinhenta, na qual o senhor mistura tratamentos cordiais de "caros", e "caríssimos" com ofensas pessoais e ódio muito mal disfarçado à Virgem Maria, Mãe de Deus, e à Igreja Católica.
    O senhor me desafia a ler sua carta, se tivesse eu coragem. Para ler sua missiva não é preciso coragem. É preciso muita paciência, quer para conter a indignação que ela provoca, quer para conter o fastio pela vulgaridade de seu estilo.
    Além disso, a única coisa que sua leitura causa é espanto, por verificar quanta presunção pode caber num recipiente tão grande de ignorância. O senhor bateu um recorde, que deveria ir para o Guiness.

    O senhor começa sua carta com um espírito aparentemente humilde, pois pede perdão a mim e a Deus, dizendo:
    "Inicialmente, peço-lhe perdão a V.Sª e em seguida à Deus, pela maneira pouco tratável que me dirigi a V.sª. e por conseguinte, à toda Igreja Católica."
    Se fosse só a mim que o senhor houvesse tratado sem respeito, já estaria perdoado. Aliás, nem me lembrava mais do que o senhor me dissera, nem de como me ofendera. Não tenho memória para ofensas e elogios. Só me ficou na lembrança um vago Saul que queria bancar Davi. Portanto, quanto à minha pessoa, já está perdoado de antemão.

    Só que logo no segundo parágrafo o senhor - ainda antes de receber meu perdão, que estou lhe mandando só agora - já se diz "perdoado".
    Precipitado Saul. Espere pelo menos meu perdão chegar até Lagoinha, para se dizer perdoado. Devagar com o meu perdão. E muito mais com o de Deus, que não lhe posso garantir.
    Aliás, para ser perdoado, é preciso ter o propósito firme de não reincidir na mesma falta. E, nesse sentido, sua carta é decepcionante.

    Ao ler seu primeiro parágrafo, julguei-o, de fato, arrependido e sincero. Todavia, à medida que fui lendo sua longa e ultrajante missiva, cheia de ódio e blasfêmia, fui vendo que o humilde perdão inicial era só para iludir e dar o bote venenoso com sua cauda.
    In cauda, venenum, se diz do escorpião. De sua carta, se pode dizer o mesmo: no início brandura; na cauda, o veneno cheio de ódio. E se fosse ódio por mim, chamando-me de "cego", "guia de cegos", "surdo", "mudo", escritor de "blá, blá, blá"; "Professor Raimundo", "algemado", "professor Artur", e insinuando que sou ignorante, isso não teria nenhuma importância. Dou tanto valor a seus insultos quanto a seus aplausos.
    Aliás, melhor, prefiro muito receber seu ódio do que sua estima e seus elogios, porque ser odiado por quem odeia a Virgem Maria me honra muitíssimo.

    Dizia que seus insultos a minha pessoa não têm importância porque:
    1. Porque eu mesmo não tenho importância alguma, se comparado com a Virgem Maria Santíssima, Mãe de Deus;
    2. Porque o senhor, pobre escorpiãozinho de Lagoinha, tem menos importância ainda.

    Escorpião Saul, repito-lhe, se seu ódio se limitasse a minha pessoa, não teria importância. Mas, o senhor se atreve a voltar seu ódio e furor contra a Virgem Mãe de Deus, e lançar contra Ela todo seu vômito venenoso, pretendendo, com isso, agradar a Cristo Deus, Filho dela.

    Como pode agradar a Cristo quem insulta sua Mãe Santíssima?
    Escorpião !

    Repare que, no início desta carta, coloquei minha saudação de praxe à Virgem Maria, trocando a palavra "Ave", dita pelo anjo Gabriel a Maria, por "Salve". Porque "Ave" quer dizer exatamente "salve". Salve Maria significa "que Deus te salve, Maria.
    De que adianta ler, se não se entende o que se lê? O senhor lê a Bíblia como o eunuco da rainha de Candace: lê, mas não entende o que lê.
    "A letra mata" (II Cor. III,6), Saul, e a letra o matou.

    Sim senhor, Maria foi também Ela salva por Cristo, Redentor de todos os seres humanos. O que não quer dizer que Maria teve pecado original, mas que, tendo em vista os futuros méritos de Cristo, ele foi preservada por Deus do pecado original. Compreendeu, ó ignorante e venenoso escorpião da Lagoinha?

    E o senhor me previne que o que vai escrever reflete "o consenso entre nós da IGREJA BATISTA DE LAGOINHA, Belo Horizonte - MG sobre Maria, mãe de Jesus."
    Imagine: o Consenso da Igreja Batista da Lagoinha de Belo Horizonte!
    Mas o que é a Lagoinha? E que é o Saul da Lagoinha? E que importância tem o consenso de pobres sectários hereges batistas da Lagoinha?
    Minha mera opinião nada vale, e a sua também não. E que vale então o consenso dos batistas da Lagoinha?
    Ponha-se no seu lugar, pretensioso Saul. Não queira profetizar como o seu pretensioso homônimo. Quem o senhor pensa que é? O senhor por acaso recebeu de Cristo "as chaves do Céu"?

    O senhor não é São Pedro. O senhor não é o Papa. O senhor é só um escorpião furiosamente cheio de ódio a Nossa Senhora.
    Como se atreve a me escrever:
    "O meu objetivo, não é apresentar sugestões ou provocar discussões, mas unicamente apresentar, na autoridade do Nome de Jesus, a verdade da Palavra de Deus."?

    E quem lhe deu a autoridade para falar em nome de Cristo?

    Dezesseis vezes o senhor repetiu, em sua carta, que a Bíblia "também deve ser lida, e não só ouvida". O que me demonstra que o senhor leu e gemeu com o meu trabalho: "Leia a Bíblia?". E o número de vezes que o senhor gemeu aludindo a meu trabalho sobre a leitura da Bíblia demonstra que atinge meu objetivo: provei que a Bíblia não deve ser posta em mãos de ignorantes trocaletras.

    Saul da Lagoinha leu. E não entendeu. Não refutou.

    O senhor lê, mas não entende. Que adianta ler o que não se entende? Se nem um trabalho simples e didático como o meu o senhor alcança compreender, que dirá a Sagrada Escritura, ó presunçoso Saul?

    Eu não disse que a Bíblia não deve ser lida. O que eu demonstrei é que a Bíblia não pode ser lida por qualquer Saul da Lagoinha. Ela era lida, sim, no Antigo Testamento, pelos profetas, pelos rabinos, que a explicavam ao povo, e não por qualquer Saul que pretendesse profetizar entre os Profetas.

    Por isso, diz a Escritura:

    "Como um espinheiro que nascesse na mão de um bêbado, assim é a parábola na boca do insensato" (Prov. XXVI, 9)
    "A ciência dos insensatos se reduz a palavras mal digeridas" (Ecto, XXI,22).
    "A glória de Deus está encobrir a palavra, e a glória dos reis é investigar o discurso" (Prov. XXV, 2).

    E quer o senhor uma prova de que o senhor lê, mas não entende?

    Em carta anterior, porque o senhor viera contra mim carregando um dicionário, provei-lhe eu que o senhor não sabia ler o dicionário, que chamei de "pai dos burros". Ora, em sua última atrevida e blasfema missiva o senhor me diz que eu chamei ao senhor de "pai dos burros".
    O senhor leu e não entendeu que "pai dos burros" é um modo de designar o dicionário. O senhor não é, não, o "pai dos burros". Seu parentesco com ele não é esse.

    Sua falta de sabedoria provém - além de seu orgulho e pretensão monumentalmente lagoinhentos - de dois erros fundamentais em que incorrem todos os hereges protestantes:

    I) A falsa tese de que toda a Revelação está na Bíblia;

    II) O princípio luterano de que a interpretação da Sagrada Escritura é absolutamente livre.

    REFUTAÇÃO DA TESE PROTESTANTE DE QUE A BÍBLIA CONTÉM TODA A REVELAÇÃO

    Grande parte de sua argumentação, escorpião Saul, se baseia nesta tese errada. Só vale o que está na Bíblia, porque a Bíblia seria a única fonte da revelação.

    Ora, essa tese é refutada pelo próprio Evangelho.

    No final do Evangelho de São João nos foi dito:

    " Muitas outras coisas, porém, há ainda, que fez Jesus, as quais se se escrevessem uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que delas se houvessem de escrever" (Jo XXI, 25).

    Então, furioso Saul, está na Bíblia, que nem tudo o que Deus revelou foi posto na Bíblia! Se o que Cristo fez, e não foi posto na Bíblia, não deve ser acreditado, então não se tem Fé em Cristo, mas só na Bíblia: colocou-se um livro no lugar de Cristo. Transformou-se a Bíblia em ídolo. E é exatamente o que faz Saul, na sua Lagoinha.

    E Nosso Senhor Jesus Cristo anunciou que o Espírito Santo completaria a instrução dos Apóstolos:

    "Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas vós não as podeis compreender agora. Quando vier, porém, o Espírito de verdade, ele vos guiará no caminho da verdade integral, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e anunciar-vos-á as coisas que estão para vir" (Jo. XVI, 12-113).

    E o que Cristo ensinou e fez nos foi transmitido pela Tradição Apostólica.

    Por isso, duas são as fontes da Revelação: a Sagrada Escritura e a Tradição.

    Também os Atos dos Apóstolos nos dizem que Cristo ensinou outras coisas mais que não foram postas nos livros sagrados, mas guardadas pela Tradição:

    "Na primeira narração, ó Teófilo, falei de todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até o dia em que, tendo dado as suas instruções por meio do Espírito Santo, foi arrebatado ao (céu); aos quais também se manifestou vivo, depois de sua paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes por quarenta dias e falando do reino de Deus". (Atos I, 1-3)

    Será que aquilo que Jesus fez e ensinou nesses quarenta dias não tem valor? Falou, ensinou e fez Ele coisas inúteis?

    E as Instruções que Ele deu, e o que Ele falou então aos Apóstolos sobre o Reino de Deus - a Igreja - não teriam nenhum valor?

    É evidente que essas instruções e ensinamentos têm valor sim, porque provém de Deus, apesar de não terem sido registradas na Sagrada Escritura. Elas nos foram guardadas pela Tradição.

    Urrará o consenso da Lagoinha - será Estígia o nome dessa Lagoinha? - que não está na Bíblia que se deva guardar o que foi ensinado por Cristo e pelos Apóstolos, só pela palavra falada. Que só vale o que foi escrito.

    Ora, em São Paulo foi escrito o contrário:

    "Permanecei, pois constantes, irmãos, e conservai as tradições que aprendesses, ou por nossas palavras ou por nossa carta" (II Tess. II, 14).

    Veja então como o consenso da Lagoinha de nada vale, porque vai contra a palavra que está escrita na Bíblia, a qual afirma que se devem conservar as tradições, que se deve conservar também o que foi ensinado só por palavra, além do que foi ensinado por escrito.

    Portanto, a tese protestante de que se deve crer só no que está na Bíblia é negada pela própria Bíblia.

    E há muitas coisas que os Apóstolos praticaram e ensinaram que não foram registradas antes na Bíblia. Assim, por exemplo, a "imposição de mãos". Dela não se acha menção nos Evangelhos, e, entretanto, os Apóstolos a praticaram. Teriam eles inventado da própria cabeça tal costume? Claro que não! Cristo deve tê-los instruído a fazer a "imposição de mãos" (Atos, VIII, 14-17; e Heb VI, 1-2).

    São Tiago - embora os protestantes, seguindo Lutero, recusem essa epístola -- nos fala da unção sobre os enfermos: "Está entre vós algum enfermo? Chame os presbíteros da Igreja, e [esses] façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor; a oração da Fé salvará o enfermo e o Senhor o aliviará; se estiver com pecados, ser-lhe-ão perdoados" (S. Tiago, V, 15). E também essa unção dos enfermos não aparece nos evangelhos.

    Ora, nem a imposição de mãos (Sacramento da Confirmação), nem a unção dos enfermos (Sacramento da Extrema Unção) poderiam transmitir a graça, se não tivessem sido instituídos pelo próprio Cristo.

    Cristo legou aos Apóstolos um conjunto de verdades reveladas e de sacramentos instituídos por Ele mesmo que formam o "Depósito da Fé" que deveria ser guardado:

    "Ó Timóteo, guarda o depósito (da Fé), evitando as novidades profanas de palavras e as contradições de uma ciência de falso nome, professando a qual alguns se desviaram da Fé"(I Tim . VI, 20)

    Concluindo: a Bíblia não é a única fonte da Revelação.

    Contra o consenso da Lagoinha .

    ***


    REFUTAÇÃO DA SEGUNDA TESE PROTESTANTE: O LIVRE EXAME DAS ESCRITURAS

    Foi Lutero quem, revoltando-se contra o Papa, levantou o princípio do livre exame da Bíblia, afirmando que toda pessoa é livre de interpretar a Escritura como lhe parecer.

    Daí a multiplicação de seitas protestantes, cada uma dela arvorando-se como verdadeira igreja. O que leva qualquer Saul, de qualquer Lagoinha, a se arvorar como infalível intérprete da palavra de Deus.

    O senhor, por exemplo, é batista, e diz acreditar na divindade de Cristo. Os Testemunhas de Jeová, baseados na mesma Escritura, fundados no mesmo princípio de livre interpretação da Bíblia, concluem que Cristo não é Deus. Quem estaria certo?

    Qual das mais de mil seitas - há quem diga que já são dez mil - estaria com a verdadeira interpretação da Bíblia? O protestantismo é uma nova Torre de Babel, na qual cada um se proclama infalível.

    E repare a loucura e a contradição dos "evangélicos": eles afirmam que toda interpretação da Bíblias é livre, e por isso, é também válida. Mas afirmam ao mesmo tempo que a interpretação da Igreja Católica é falsa.

    A única coisa em que os protestantes estão de acordo entre si, é no ódio à Igreja Católica. "Vêde como eles odeiam, e como se odeiam", poderia ser dito deles.

    O livre exame protestante fez da Bíblia um livro "chicletes", que cada um puxa e estica para onde quer. E não podia ser diferente. Na realidade, cada protestante é, ele sozinho, uma seita, visto que ele crê que é o único intérprete infalível da Bíblia. Negando a autoridade e a infalibilidade de Pedro, o protestantismo, pela afirmação do livre exame, proclama que todo leitor da Bíblia é Papa, e Papa infalível.

    Quando Saul era possuído pelo tenebroso espírito de furor, Davi o acalmava - um tanto, e muito precariamente - com sua cítara. Não tenho cítara, mas vejamos se a verdade e a lógica conseguem penetrar as densas e profundas trevas enfurecidas de seu espírito. Ponha sua lança atrevida e blasfema no chão, Saul, e escute.

    A Sagrada Escritura utiliza palavras. Ora, as palavras podem ter vários sentidos.

    Manga, por exemplo, significa uma fruta, mas também uma parte do vestuário. Vela significa uma lona para impulsionar um barco, e também um objeto para iluminar.

    Essas são palavras equívocas, pois têm vários sentidos sem relação entre si.

    Outras palavras possuem um só sentido. Por exemplo, óculos. Essas são chamadas palavras unívocas.

    Há ainda um terceiro tipo de palavras, chamadas análogas. Essas têm vários sentidos com relação entre si. Exemplo, a palavra irmão, a palavra pé, etc.

    Pé de mesa não usa meia. O pé de um animal é pé também. Mas pé, propriamente, é só o pé humano. Pé de mesa, pé de cavalo, são "pés" por analogia, por semelhança.

    Assim, "irmãos", em sentido próprio, são aqueles que foram gerados pelos mesmos pais. Entretanto, o infeliz pastor de Lagoinha, quando prega, berra para seus ouvintes: "Irmãos"! , ele não quer dizer que todos os que o estão - infelizmente - escutando tenham sido todos gerados pelo mesmo pai, fisicamente. Apenas quer dizer que todos se pretendem filhos de Abraão, quando, na verdade, são irmãos dos fariseus, que liam a Bíblia e mataram Cristo.

    Ora, se a Bíblia -- como todo livro - usa palavras unívocas, equívocas e análogas, é claro que a interpretação do que está escrito vai ser variada.
    Entretanto, Deus é um só, e quis nos comunicar também pela Bíblia, uma só Fé. Há um só Deus, uma só Fé, um só batismo, e, portanto, tem que haver uma só Igreja verdadeira.

    Mas como manter a unidade da Fé, se cada um interpretará a Bíblia a seu modo, livremente, como disse Lutero?
    Com o livre exame é impossível a unidade da Fé.
    Só a verdade é una, como só Deus é uno.
    O erro é múltiplo. E o protestantismo é múltiplo. Logo, os protestantes estão errados. Consenso, nem entre os jacarés da Lagoinha.

    Se Deus na Bíblia usou palavras unívocas, análogas e equívocas, Ele sabia que isso poderia produzir interpretações variadas e, portanto, erradas.
    Além desse problema dos vários tipos de palavras, há ainda o dos quatro sentidos fundamentais da Sagrada Escritura: o literal, o doutrinário, o moral e o místico. Tudo isso torna a Escritura de difícil interpretação. Para evitar desvios doutrinários é que Deus tinha que providenciar uma solução.

    Como Deus não nos pode induzir em erro, Ele deve ter providenciado um meio para evitar que o que Ele nos revelou fosse interpretado livremente e erradamente.

    Deve haver uma chave para interpretar corretamente a Bíblia.
    Ora, pelo Evangelho se conhece que Cristo deu as chaves do reino do Céu (isso é, da Igreja) a Simão Bar Jonas:

    "Bem aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas Deus que está nos céus. E Eu te digo que

    TU ÉS PEDRO, E SOBRE ESSA PEDRA EDIFICAREI A MINHA IGREJA,

    E AS PORTAS DOS INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA ELA.

    EU TE DAREI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS;

    TUDO O QUE LIGARES SOBRE A TERRA, SERÁ LIGADO TAMBÉM NOS CÉUS;

    E TODO O QUE DESATARES SOBRE A TERRA, SERÁ DESATADO TAMBÉM NOS CÉUS"

    (Mt XVI, 17-19)

    Somente havendo um intérprete da Sagrada Escritura estabelecido pelo próprio Cristo, é possível haver uma só interpretação da Escritura, uma só Fé e uma só Igreja.

    E que o Papa - sucessor de São Pedro -- seja infalível em matéria de Fé e de Moral, quando ensina para toda a Igreja, com os poderes dados por Cristo a Pedro, está estabelecido pela promessa de Jesus: Tudo o que ligares na Terra, será ligado também nos céus, tudo o que desatares sobre a terra, será também desatado nos céus".

    Sem o Papa, a leitura da Bíblia vira Babel. Babel de Wittemberg ou até uma Babel caipirenta como a de Lagoinha. Cada um dando sua interpretação pessoal da Bíblia, quando a própria Bíblia nos previne, com São Pedro, ao dizer-nos:

    "Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular" (II Epís. de São Pedro, I, 20).

    E Saul lê a Bíblia e interpreta a Escritura como bem entende, recusando aplicar o que lê. É assim que os protestantes respeitam a Bíblia: fazendo o contrário do que ela manda.

    O próprio Jesus Cristo prometeu, então, a Pedro que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" [a Igreja] (Mt. XVI, 18).

    Prometeu ainda: "Eis que estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo" (Mt. XXVIII, 20)

    Se Cristo prometeu que as portas do inferno, isso é, as heresias, os erros contra a Moral, e a falsa mística, jamais prevaleceriam contra a Igreja; se Cristo prometeu que estaria com a Igreja "todos os dias, até o fim do mundo", e que "as portas do inferno não prevaleceriam contra Ela", como é que um presunçoso escorpião da Lagoinha ousa negar a promessa de Cristo ao afirmar que a Igreja se corrompeu com Constantino?

    E já que o senhor alude ao fato de que sou professor de História - e me chama de "Professor Raimundo"- , e já que me pede que o corrija, do ponto de vista histórico, deixe-me dar-lhe uma pequena lição de História.

    Registro seu pedido, seu erro histórico, e - bem pior - seu erro doutrinário:

    "É interessante observarmos que durante os quatro primeiros séculos do cristianismo, não havia nenhum culto, absolutamente nada, que se referisse a Maria. Jesus era absoluto até o quarto século, quando Constantino (me corrija caso tenha me enganado), cristianizou o império romano. Através de um decreto, da noite para o dia, o imperado Constantino obrigou todo o império romano a se tornar cristão. No início do Cristianismo, as pessoas precisavam da fé para se tornarem cristãs." (Palavras do furioso Saul da Lagoinha).

    Cuidemos, primeiro do erro histórico.

    O Imperador Constantino não obrigou ninguém a se tornar cristão. O decreto que o senhor inventou nunca existiu. Constantino somente determinou o fim das perseguições aos cristãos. Ele mesmo só se fez batizar apenas na hora da morte, e por um Bispo semi-ariano, Eusébio de Nicomédia, de alguma Lagoinha herética daqueles tempos infestados de arianismo.

    Quem tornou o Cristianismo religião oficial do Império foi Teodósio, no final do século IV. Mas também isso não significava que todos eram obrigados a se tornarem cristãos. O Estado é que passou a ser oficialmente cristão. Cultos aos ídolos continuaram a existir na Grécia até o século VI.

    Mais adiante, o senhor diz outra imensa tolice histórica:
    "O ídolo romano chamado de SÃO PEDRO, era a imagem de JÚPITER CAPITULINO (Sic !). Isso é SINCRETISMO RELIGIOSO, um fato bastante antigo como com certeza é do conhecimento do caro Professor Orlando, e passa a ser dos caríssimos leitores do Site Montfort".

    Em que gibi cheio de ódio o senhor encontrou tal loucura? Essa eu não conhecia. Já ouvi muita besteira dita por hereges de todos os tipos e naipes, mas igual a essa, nunca! Deve ser original de Lagoinha...

    O nome do deus romano não era CAPITULINO. Era chamado Júpiter Capitolino, porque seu templo estava situado na colina do Capitólio. Aí, em Lagoinha mineira, abrasileirou-se para "Capitulino".

    Essa identificação de São Pedro, Apóstolo de Cristo, com Júpiter é uma tolice, porque há séculos os romanos adoravam Júpiter no Capitólio. E São Pedro combateu o culto aos ídolos. Nunca houve, depois, essa identificação sincrética, a não ser em sua cabeça nada histórica. E se o Cristianismo, desde o início, tivesse caído no erro do sincretismo, por que o senhor se diz cristão?

    Agora a besteira doutrinária:

    "No início do Cristianismo, as pessoas precisavam da fé para se tornarem cristãs."

    Uái?! Só no início do cristianismo era preciso ter Fé verdadeira para ser cristão? Hoje também isso é necessário. O primeiro requisito para ser cristão é ter Fé. Sem ter Fé em tudo o que Cristo nos ensinou - por exemplo, que a Igreja de Cristo foi fundada sobre Pedro - nem pode ser cristão.

    O senhor diz que para ser cristão não era preciso ter Fé, e sim uma "experiência com Cristo", "nascer de novo ", "ENTRONIZAR Jesus no coração".
    Mas, com a imposição da fé cristã, as pessoas passaram a ser cristãs por decreto, ou seja, sem terem tido uma experiência profunda com o Senhor.
    Na verdade, o senhor confunde, ou substitui, Fé por "experiência", acrescentando à sua heresia protestante, a heresia modernista.
    E que significa ter uma "experiência com Cristo"?

    Ainda outro dia, veio me ver um pobre coitado de outra seita que não a sua. O pobrezinho estava para receber - melhor seria dizer usurpar -- o título de "pastor". Ele também me garantia que tivera uma "experiência com Cristo".

    Que provas dava disso?
    Nenhuma.
    Que provas tinha disso?
    Nenhuma.
    Que garantias tinha ele - ou o senhor - de que a "experiência " que tivera era com Cristo?
    Nenhuma.
    Por acaso esse Cristo experimental e ecumênico, que concede sua "experiência" em qualquer seita suburbana, dá um diploma de garantia de que a "experiência" alegada foi com Cristo e não com o demônio?
    Não dá nem garantia, nem diploma de "experiência" mística com Cristo.
    Única "prova" da "experiência" com Cristo é a sua palavra. Que não é infalível, nem confiável teologicamente.

    O Saul moderno tem tanta ortodoxia quanto o Saul do Antigo Testamento, que foi consultar pitonisas. E tem também o seu mesmo espírito de furor...

    Passemos agora a refutar suas heresias, blasfêmias e insultos contra Nossa Senhora, a Mãe de Deus.

    1ª Heresia dos fariseus da Lagoinha: Nossa Senhora não é Mãe de Deus.

    Escreve-me Saul, transportado em furor de ódio:

    "Apesar de Maria ter sido colocada nessa posição, ela não é a mãe de Deus, porque Deus sempre existiu".

    E justifica essa heresia com uma mentira histórica e uma falsidade doutrinária:

    "Na mesma cidade de Éfeso foi realizado no ano de 431, que certamente é do conhecido do caro Professor Orlando, e passa a ser dos caríssimos leitores do Site Montfort, um Concílio em que foi decretada a posição de Maria como "Mãe de Deus". A partir dessa declaração: Maria, "mãe de Deus" é que começou o desvio da valorização de Maria e de sua importância para o cristianismo"

    Essa sua afirmação é completamente falsa. Mais falsa do que o seu "caro" e os seus "caríssimos" esparramados por sua carta em meio a ofensas e blasfêmias.

    Em primeiro lugar, está dito inúmeras vezes no Evangelho que a Virgem Maria foi a mãe de Jesus Cristo. Por isso, ela é a Mãe do Senhor, isso é, de Deus encarnado.

    Você, Saul, que diz que só crê na Bíblia e garante que só aceita o que está escrito lá; você, que pensa que sabe ler, você então nunca leu o que está escrito no Evangelho de São Lucas?

    És corajoso?
    Leia, Saul, leia o que está escrito no Evangelho e que você nega:

    "Donde a mim esta dita de que a MÃE DE MEU SENHOR venha ter comigo?" (Luc. I, 43).

    E "Mãe de meu Senhor" quer dizer Mãe de Deus.

    Entendeu, ó cabeçudo Saul? Compreendeu que você, ao dizer que Maria "não é Mãe de Deus, porque Deus sempre existiu", ao mesmo tempo que diz uma tolice, afirma algo contra o que está expressamente no Evangelho?
    Então você mente, quando diz que "Como a Igreja Primitiva, nós os EVANGÉLICOS, temos a mesma e única regra de fé, A BÍBLIA e confiamos no que ela diz."
    É falso. Você nega o que diz o evangelho de São Lucas sobre Maria "Mãe do Senhor" (Luc. I, 43).

    Inúmeras vezes aparece no Evangelho que Maria é Mãe de Jesus. Ora como Jesus Cristo é Deus, Maria necessariamente é Mãe de Deus.

    Evidentemente, sendo Deus eterno, é claro que Nossa Senhora não pode ter gerado Deus na eternidade. Maria não é mãe do Verbo de Deus quanto à sua origem divina, procedente e gerado pelo Pai desde toda eternidade. Ela é Mãe do Filho de Deus encarnado, no tempo; é Mãe do Filho de Deus feito homem.

    Cristo tinha duas naturezas - como confessa até Saul em meio a seu furor - mas tinha uma só pessoa, a do Filho de Deus. Dizer que a Virgem Maria foi só a Mãe de Jesus, mas não a Mãe de Deus, é atribuir duas pessoas a Cristo.

    Sua mãe, ó Saul tão cheio de ódio, sua mãe gerou apenas o seu corpo, e não sua alma. Mas ela é mãe de Saul inteiro. Se alguém lhe dissesse que sua mãe, por não ter gerado sua alma, criada por Deus, não é mãe de Saul, estaria dizendo uma besteira, porque se ela é mãe da pessoa de Saul, ela é mãe de Saul todo.

    Do mesmo modo Maria, tendo sido Mãe de Jesus Cristo, cuja pessoa é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, é Mãe de Deus. Por isso, os santos da Igreja sempre perceberam que quem negava a Maternidade divina de Maria, estava, no fundo, querendo negar a divindade de Cristo.

    Depois de lhe provar que no Evangelho está escrito que Maria foi a Mãe do Senhor, seria desnecessário provar que antes do Concílio de Éfeso se acreditava na Maternidade divina de Maria Santíssima. Mas, como o senhor é o erudito e sábio "pastor" de Lagoinha, que lê mas nunca entende, vou lhe dar provas de seu erro histórico.

    Também não é verdade que antes do Concílio de Éfeso não se dava a Nossa Senhora o título de Mãe de Deus. Quando o senhor diz isso, só revela a sua grande ignorância religiosa e histórica. Veja, por exemplo, algumas provas de que antes do Concílio de Éfeso (431) se dava a Maria Virgem o título glorioso de Mãe de Deus, e que só os hereges daqueles tempos recusavam. Desgraçadamente sempre houve, no mundo, Lagoinhas hereticamente infectas, e sempre houve homens com o espírito furioso de Saul...
    Importa que haja Lagoinhas, mas ái do mundo por causa das Lagoinhas.

    Santo Inácio de Antioquia, que conheceu São João e São Paulo, e que morreu em 110, escreveu:
    "A verdade é que o nosso Deus, Jesus, o Ungido, foi concebido de Maria segundo a economia divina; nasceu da estirpe de Daví, mas também do Espírito Santo" (Santo Inácio de Antioquia, Carta aos efésios, PG. 644 ss).

    Santo Irineu, que morreu em 202, e que foi discípulo de São Policarpo, bispo de Esmirna, o qual foi discípulo de São João Evangelista, escreveu sobre a Virgem Maria:
    "A Virgem Maria... sendo obediente à sua palavra, recebeu do anjo a boa nova de que ela daria à luz Deus".

    Santo Efrém que viveu na Síria e morreu no ano 373, (antes do Concílio de Éfeso) escreveu : "A obra prima da Sabedoria de Deus tornou-se a Mãe de Deus".

    Santo Alexandre, morto em 328 - você percebe que é antes de 431, data do Concílio de Éfeso, percebe, não é Saul, ou sua raiva e ódio o cegam a ponto de não saber fazer contas? - Santo Alexandre, Bispo de Alexandria, escreveu que "Jesus Cristo .. teve um corpo gerado, não em aparência, mas verdadeiramente, derivado da Mãe de Deus".

    Santo Atanásio (U386), que foi secretário e sucessor de Santo Alexandre na diocese de Alexandria, afirmou que "o Verbo gerado pelo Pai, nas alturas, de modo inefável, inexplicável, incompreensivelmente e eternamente, foi Ele que nasceu no tempo aqui em baixo, da Virgem Maria, a Mãe de Deus". Em seu livro sobre A encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, Santo Atanásio usa oito vezes a palavra téotokos - Mãe de Deus - para designar a Virgem Maria.

    São Cirilo (U386) ( eparou que ainda é antes do Concílio de Éfeso?) Bispo de Jerusalém, referia-se à Virgem Maria Mãe de Deus".

    São Gregório de Nazianzeno (U382), Bispo de Constantinopla, afirmou fortemente que "Se alguém não concorda que a Santa Virgem Maria é a Mãe de Deus, ele está em oposição à Divindade".

    São Gregório de Nyssa (U371) (antes de Éfeso) proclamou a virgindade de Maria, referindo-se a ela como "Mãe de Deus".

    Santo Ambrósio (340-397) - portanto, ainda antes do Concílio de Éfeso; compreendeu, ó teimoso Saul?), Bispo de Milão, em seu livro De Virginitate, (II, 65 in PL 16, 282C), empregou a expressão Mãe de Deus (Mater Dei).

    Santo Agostinho (354-430), o famoso Bispo de Hipona, escreveu uma página belíssima sobre Maria, mãe de Deus:

    "A verdade nasceu da terra e a Justiça inclinou-se do céu" (Sl LXXXIV,12).
    "Cristo nasceu da mulher. A Verdade nasceu da terra. O Filho de Deus procedeu da carne.
    "E o que é a Verdade? - O Filho de Deus!"
    "E o que é a terra? - A carne!"
    "Procura de onde nasceu Cristo e verás que a Verdade nasceu da terra. Mas a verdade que nasceu da terra existia antes da terra e por ela foram feitos o céu e a terra...
    "Mas para que a Justiça olhasse do céu, isto é, para que os homens se justificassem pela graça divina, a Verdade nasceu da Virgem Maria." (Santo Agostinho, Comentário ao salmo LXXXIV,13).

    Santo Epifânio (U431; ainda antes de Éfeso, entendeu, ó teimoso Saul?) e que era Bispo de Salamina, escreveu que "O santo salvador que desceu a nós desde os Céus... uniu a humanidade com a Divindade... encarnado-se entre nós, não em aparência, mas em verdade... de Maria, a Mãe de Deus".

    São Cirilo de Alexandria (U444) escreveu: " Tenho ficado espantado que alguns, ultimamente, puseram em dúvida se a Virgem Maria poderia ser chamada ou não a Mãe de Deus. Porque, se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, como a Virgem Maria, que O gerou, não seria a Mãe de Deus?".

    Até parece que São Cirilo escreveu para você, hein, Saul?

    E São Cirilo de Alexandria fez, no Concílio de Éfeso, um discurso admirável, resumindo o que se acreditava sobre a Virgem Maria até então:

    "Salve, Ó Maria, Mãe de Deus ! Vós enclausurastes em vosso sagrado seio o Deus Único que é incontenível. Ó Maria, Mãe de Deus ! Com os pastores nós cantamos o louvor de Deus, e com os anjos o canto de agradecimento: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade. Ó Maria, Mãe de Deus! Por meio de ti nos veio o Conquistador e Vencedor triunfante do inferno".

    Que tal, ó Saul da Lagoinha? Veja se ensina seus consensuais a rezar como rezava São Cirilo, nos tempos anteriores ao Concílio de Éfeso.

    Está satisfeito?

    Compreendeu como você mentiu quando disse que antes do Concílio de Éfeso não se dizia que Maria era a Mãe de Deus?

    E, para completar, embora o testemunho de demônios não tenha valor, vou citar o que pensavam dois deles, pais de sua heresia: Lutero e Calvino.

    Pois até Lutero, ao comentar o Magnificat, escreveu:

    "Que são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra, comparados com a Virgem Maria, que, nascida de descendência real (descendente do Rei Daví) é, além disso, mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é na Cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar bastante (nunca poderemos exaltar o suficiente), a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade" (Martinho Lutero, Comentário ao Magnificat, apud M. Basilea Schlink, - autora protestante - in revista Jesus Vive e é o Senhor).

    E o azedo e luciferino Calvino escreveu: "Não podemos reconhecer as bençãos que nos trouxe Jesus sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus" (João Calvino, Sur L’Harmon. Évangélique"20).

    Pois então, se até seus pais na heresia reconheceram que a sempre Virgem Maria é a Mãe de Deus, de que valem as blasfêmias anti evangélicas saídas do consenso da Lagoinha?

    Passemos a outra heresia lagonhenta.

    2ª Heresia dos fariseus da Lagoinha: Negação da Virgindade perpétua de Maria.

    Dá-me o atrevido Saul, em meio a ofensas e "caríssimos", um texto da Escritura:

    "E Jose’, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher. Contudo, não a conheceu enquanto ela não deu à luz a um filho; (grifo meu) e pôs - lhe o nome de Jesus" (Mt 1.18-20;24,25).

    E interpreta particularmente esse texto com um cediço e mentiroso argumento:

    "Professor é o caro Orlando, ele poderá de uma forma bem real, mostrar à todos os leitores do site Montfort, o que Mateus quis dizer com a expressão "enquanto" ela não deu à luz a um filho, talvez ele, o Caro Professor Orlando, possa dizer a vocês, o que aconteceu entre o MARIDO JOSÉ e a ESPOSA MARIA, virgem? , imaculada?, depois que Jesus nasceu e cumpriu - se o tradicional período de resguardo pós parto."

    Toda sua argumentação se fundamenta na palavra "enquanto" do texto de São Mateus, que até a bíblia protestante de Ferreira de Almeida traduz por "até que".
    Ora, há outros textos da Sagrada Escritura que mostram o que significa a palavra enquanto.
    "Micol, filha de Saul, não teve filhos até (ou enquanto) o dia de sua morte" (II Reis, VI, 3).
    Quer dizer então que -- seguindo o entendimento de Saul - Micol teve filhos depois do dia de sua morte?
    Evidentemente é um absurdo. Até que ou enquanto, na linguagem da Escritura, quer dizer nunca. É uma forma hebraisante de dizer nunca.

    Outro exemplo se tem no texto que trata do corvo da arca de Noé:
    "... e soltou [Noé] um corvo, o qual saiu e não tornou mais, até que as águas que estavam sobre a terra se secaram" (Gen. VIII, 6-7).
    Quer dizer que o corvo voltou para a arca depois que terminou o dilúvio e as águas baixaram? É claro que não. O corvo não voltou mais.

    Terceiro exemplo, porque para empedernidos são necessárias muitas provas:
    "Entregar-te-á nas tuas mãos os seus reis, e fará que não fique memória de seus nomes debaixo do céu; ninguém te poderá resistir até que (ou enquanto) os tenhas feito em pó." (Deut. VII, 24).
    Quer dizer, ó exímio Saul, que depois de terem sido feitos em pó, os reis poderiam resistir?

    Da mesma forma então, o "enquanto" da frase de São Mateus não indica que, depois, Maria perdeu sua virgindade.
    E se ela colocou uma ressalva ao anjo, perguntando como conceberia, pois "não conhecia homem" se para ser Mãe de Jesus ela condicionou essa honra à manutenção de sua virgindade, porque aceitaria depois perdê-la para ter filhos comuns?

    E se o sinal dado pela profecia era que "uma virgem daria à luz", se ela, depois, se tornasse mãe de outros filhos de modo normal, se poria muito mais em dúvida sua virgindade e sua honestidade no caso da geração de Jesus.

    2º argumento dos fariseus da Lagoinha contra a virgindade perpétua da Mãe de Deus.

    Escreve-me atrevidamente Saul, com o apoio e consenso universal de todos os hereges da famosa Lagoinha de Belo Horizonte:

    "Outra doutrina fora da realidade bíblica é a de que Maria continuou sendo a "virgem Maria". Depois de dar a luz, segundo acreditam alguns, dentre esses, o meu Caro Professor Orlando, Maria teria permanecido virgem. Ao observar as Escrituras, caros leitores do site Montfort, temos, à luz, a confirmação daquilo que vos digo. Prestem atenção! Jesus foi filho PRIMOGÊNITO de Maria, não o UNIGÊNITO. Ela teve outros filho, sendo esses, inclusive mencionados na Bíblia."

    Ignorante Saul! Como faz mal dar a Bíblia a uma pessoa cheia de ódio e sem sabedoria como você!
    Por acaso você não leu o que está escrito na Bíblia que você diz aceitar?
    Leia então o que diz ela no livro do Êxodo.
    Nesse livro é contado como Deus puniu todos os primogênitos do Egito, e poupou os de Israel. (Ex. XII, 29), e que, por isso, Deus determinou: "Consagra-me todo o primogênito" (Ex. XIII, 2). E ainda: "Dar-me-ás o primogênito de teus filhos" (Ex XXII, 29).
    E no livro dos Números, Deus determinou: " Todo primogênito é meu. Desde o dia em que feri os primogênitos na terra do Egito, consagrei para mim todo o que nasce primeiro em Israel, desde o homem até o animal: são meus. Eu sou o Senhor" (Núm. III, 13).
    Por isso, todo primogênito devia ser apresentado resgatado no Templo. São José e a Virgem Maria foram obedientes à lei, e apresentaram seu primogênito no Templo e pagaram por Ele dois pombinhos, que eram o resgate imposto aos pobres. (Luc.II, 21-25).

    Se a mulher tivesse ou não outros filhos, o primeiro tinha E TEM sempre o título de primogênito. O fato de que Cristo tenha sido o primogênito não significa absolutamente que a Virgem Maria tenha tido outros filhos depois do Primogênito.
    Compreendeu , ó insolente e desrespeitoso Saul?

    Foi achada uma antiga inscrição hebraica em Tell el Yedouihie, que fala de uma mulher chamada Arsinoé, que morreu ao dar à luz seu primogênito (cfr. Lucio Navarro, Legítima interpretação da Bíblia, Campanha de Instrução religiosa Brasil Portugal, Recife, 1938, p.587). Se aplicarmos a lógica de Saul, o fato de ela ter tido um primogênito exigiria que ela tivesse também filhos depois da morte!

    Que lógica, hein, Saul?

    Daí, Saul, o herege, vem com outro "argumento", o famoso texto que fala dos "Irmãos de Jesus":

    Evangelho de Marcos 6.3 - " Não é esse o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?"

    Pois vou fazer o próprio Santo Agostinho responder aos hereges da Lagoinha. Escreveu sobre esse problema o grande Bispo de Hipona:

    "Segundo observa o evangelista João: "Jesus desceu de Cafarnaum, Ele, sua mãe, seus irmãos e seus discípulos" (Jo. II, 12). Portanto, Jesus possuía mãe, irmãos e discípulos. E se ele possuía irmãos é porque tinha mãe.
    "O hábito de nossa Escritura Santa, com efeito, é de não restringir esse nome de "irmãos" unicamente aos filhos nascidos do mesmo homem e da mesma mulher. Nem àqueles que nascem de uma só e mesma mulher, ou só do mesmo pai, ainda que nascidos de mães diferentes. Nem mesmo de restringir o nome de irmãos a primos de primeiro grau, como são os filhos de dois irmãos ou de duas irmãs. Não são esses, unicamente, os que a Escritura costuma chamar de irmãos."
    "É preciso penetrar o sentido das expressões empregadas pelas Escritura Sagrada. Ela tem sua maneira de dizer. Possui sua linguagem própria. Quem ignora essa linguagem - [é todo o pessoal da Lagoinha. E quem ignora é ignorante.] - pode ficar perturbado e perguntar-se: Então, o Senhor tem irmãos ? Será que Maria teve ainda outros filhos?"
    "Não! De modo algum! Foi desde o seu parto virginal que principiou a dignidade das virgens. Essa filha do gênero humano pôde ser mãe, mas foi "mulher", sem dúvida, em consideração a seu sexo, mas não por ter perdido a virgindade. Isso é assim deduzido, se considerarmos a linguagem da Escritura. (...)"
    "Qual é, pois, a razão de ser da expressão "irmãos do Senhor"? Irmãos do Senhor eram os parentes de Maria. Parentes, em algum grau que seja. Como se demonstra isso? Pela própria Escritura, que chama, por exemplo, Lot de irmão de Abraão (Gen, XIII, 18e XIV, 14). E ele era um filho de seu irmão. Lede e vereis que Abraão era tio de Lot, e, todavia, chamavam-se ambos de irmãos. Perante esses fatos, ficareis sabendo que todos os consangüíneos de Maria eram considerados irmãos de Cristo" (Santo Agostinho, Comentário do Evangelho de São João, X, 2).

    Entendeu, ó cabeçudo e pretensioso Saul?
    Você viu de onde vem o que você chamou de meu "blá blá blá? O que você julgou ser um blá, blá, blá, digno de um "professor Raimundo", era um texto de Santo Agostinho.
    Ficou-lhe patente sua presunção e sua ignorância, blasfemador Saul?

    Cometendo um grosseiro erro de interpretação, você me ousa escrever:

    "Prestem bem atenção, caros leitores ao que está escrito aqui, à relação que o próprio Senhor Jesus faz entre ele e sua família: "... É por tua causa que eu suporto insultos, que a confusão me cobre o rosto, que me tornei um estrangeiro aos meus irmãos, um estranho para os filhos de minha mãe" ...

    Como se a palavra "irmãos", nesse texto, significasse irmãos carnais, filhos do mesmo pai e de mesma mãe, quando é evidente que aí, nesse texto que você cita, a palavra "irmãos" designa os judeus que não receberam a Cristo Jesus como Redentor.

    E também a virgindade de Maria, no gerar Cristo, foi defendida pela Igreja primitiva.

    Dou-lhe apenas três provas disso, já que a virgindade de Maria, na concepção de Jesus, não foi negada pelo "consenso" da Lagoinha.

    Santo Inácio, que morreu em 107 -- bem no início da era cristã - Bispo de Antioquia e considerado como herdeiro de São João, foi o primeiro a usar a expressão Igreja Católica escreveu:

    "E permaneceram ocultos ao príncipe desse mundo a virgindade de Maria e seu parto, bem como a morte do Senhor: três mistérios de clamor, realizados no silêncio de Deus" (Santo Inácio de Antioquia, Carta aos Efésios, PG. V, 644 ss.).

    São Justino, mártir no ano 165, no Diálogo com Trifão, confessou que:

    "Dizia-se [Jesus] portanto, filho do homem, seja em razão de seu nascimento de uma Virgem que, como assinalei, era da raça de Daví, de Jacó, de Isaac e de Abraão, etc..." (São Justino, mártir, Diálogo com Trifão, cap.94-100, PG VI, 701ss).

    Santo Irineu (U202) refere-se a Jesus como sendo "O próprio Verbo, nascido de Maria que era ainda Virgem".

    Dir-me-á atrevidamente Saul, enfurecido contra a virgindade perpétua da Mãe do Senhor Jesus Cristo, da qual ele faz questão de diminuir a honra: a virgindade perpétua de Maria só começa a ser afirmada com força a partir do século IV.

    Quer dizer, Saul, que agora você dá valor ao ensino da Tradição?
    Já é um progresso.
    De fato, a defesa da Virgindade perpétua de Maria só começa a ser feita a partir do século IV (antes do Concílio de Éfeso de 431).
    E sabe por que isso, ó insolente Saul?
    Porque até então, estando bem viva a tradição apostólica e bem viva a devoção que se tributava à Mãe do Senhor, não aparecera ainda - graças a Deus! -- nenhum homem da linhagem e do espírito de Saul.

    Graças a Deus não havia ainda Lagoinhas...

    Quando apareceram os primeiros hereges negando a verdade da virgindade perpétua de Nossa Senhora, aí apareceram os primeiros textos de Doutores e Padres da Igreja defendendo a verdade e a honra virginal e perpétua da Mãe do Senhor e Mãe nossa.

    Santo Agostinho (354-430), que viveu antes do Concílio de Éfeso, escreveu:

    "Concebeu-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, uma Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, Virgem permaneceu" ( Santo Agostinho, Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107).

    E diante de Santo Agostinho, que é Saul da Lagoinha? Cale-se a ignorância ante a sabedoria. Cale-se a heresia em face da ortodoxia. Cale-se a insolência dos soberbos face a humildade do grande Doutor de Hipona.

    E que vale o consenso da Lagoinha face a palavra do Santo Doutor de Hipona?

    Santo Atanásio (295-386?), o grande defensor da divindade de Cristo Jesus contra os hereges arianos, proclamou também a virgindade perpétua de Maria Santíssima.
    "Jesus tomou carne da sempre virgem Maria".

    Dídimo, o cego (U380), que foi mestre de São Jerônimo, escreveu a respeito de Nossa Senhora:
    "Mesmo depois do nascimento, ela permaneceu sempre e para sempre virgem imaculada".

    Santo Ambrósio de Milão (U397), citando a profecia de Ezequiel - "Essa porta é para permanecer fechada; ninguém pode abri-la para entrar por ela. De modo que, desde que o Senhor, Deus de Israel entrou por ela, ela permanecerá fechada" (Ez. XLIV, 2) -- ele então comenta:
    "Quem é essa porta, senão Maria?"

    Santo Epifânio, bispo de Salamina, explica que "ao nome de Santa Maria invariavelmente se acrescenta o epíteto de Virgem, porque essa Santa Mulher permaneceu inviolada".

    São Jerônimo (U420, antes de Éfeso), atacando o herege Helvidius, disse:
    "Você diz que Maria não permaneceu virgem "Quanto a mim, eu proclamo que o próprio José era virgem, de modo que, o filho da Virgem nascesse através de Maria, de um matrimônio virginal".

    São Cirilo de Alexandria (U444), em seu discurso defendendo a maternidade divina de Maria contra o herege Nestório, proclamou:
    "A paz que o blasfemo Nestório perturbara, negando que de Maria Virgem nasceu o Verbo e Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. Ele não quis reconhecer a inviolável virgindade de Maria, nem crer na palavra do arcanjo: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo". (São Cirilo de Alexandria, Discurso no Concílio de Éfeso, P.L. LXXVII, 1029-1040).

    Percebeu como o que diz São Cirilo do ímpio Nestório cabe para você, Saul?


    A questão das imagens

    Numa insolente e petulante carta de um protestante inspirada apenas no ódio à Igreja Católica, não poderia faltar a questão das imagens. Não importa que a acusação protestante tenha sido refutada mil vezes, inclusive com citações bíblicas. Como o protestante lê mas não entende, porque está morto pela letra, ele jamais entende, ainda que se lhe dêem muitas palavras.

    Às tolices comuns você acrescentou uma de sua invenção.

    Você me diz:
    "a igreja primitiva não admitia ídolos ou ícones (figuras) e também não cultuava ninguém além do Senhor Jesus."

    É evidente que na Igreja primitiva não se admitiam ídolos, mas o que você quis dizer é que na Igreja primitiva não se cultuavam nem os santos nem se faziam imagens, porque você imagina que os cristãos dos tempos dos mártires tinham a mesma mentalidade tacanha dos protestantes de qualquer Lagoinha.

    Para refutar essa tolice basta enviar-lhe as imagens existentes nas catacumbas onde a Igreja primitiva se reunia.

    Veja as fotos das catacumbas: .
    Nossa Senhora e o Menino Jesus:
    Batismo:


    Cinco Santos:
    Corredor da Catacumba:


    Corredor da Catacumba:
    Cristo Pastor:


    Cubículo dos Sacramentos:


    Eucaristia:
    Bom Pastor:


    Capela Cinco Santos:


    Cristo com os apóstolos:


    Fração do Pão:


    O Orante:


    São Sisto::


    Monograma de Cristo:
    Âncora:



    Veja nelas a prova que a Igreja Primitiva não tinha, de fato, ídolos, mas cultuava imagens de Cristo, da Virgem e dos santos mártires.

    E agora, Saul?
    Como fica seu argumento furado de que na Igreja primitiva não se cultuavam os santos, nem se faziam imagens?
    Mas será que a evidência vai convencê-lo?
    Duvido.

    Você negará essas fotos das imagens da Igreja Primitiva nas catacumbas de Roma, porque você negaria até Cristo em pessoa, se Ele lhe aparecesse dizendo o contrário do que pensa o "consenso da lagoinha". Você só crê em você. Você é seu próprio ídolo. Aliás, tenho certeza de que você guarda as fotos suas e de seus filhos e amigos. Mas não os cultua, não é ? Você só se cultua no templo escondido de seu coração.

    Você mesmo, teimoso Saul, certamente já leu (porque já lhe escrevi sobre isso) - e ficou tomado de fúria, como o seu homônimo bíblico - as refutações dessa tolice protestante no site da Montfort. Releia o que já escrevi sobre as imagens e o que diz a Bíblia sobre elas.

    Quanto a Maria santíssima ser a medianeira de todas as graças, isso também decorre da Escritura e da Tradição.
    Evidentemente, Cristo é o único mediador absolutamente necessário de nossa redenção, porque só Ele, sendo Deus e Homem, poderia ter méritos infinitos para pagar a dívida infinita do pecado de Adão.
    Entretanto, Ele quis vir nos redimir por meio de Nossa Senhora. Ele poderia ter vindo ao mundo de qualquer outro modo, poderia ter escolhido qualquer outro meio. Escolheu a Virgem Maria.
    Por isso você tem razão ao escrever:
    "Maria foi um instrumento para que Jesus fosse gerado em seu ventre."
    Foi então por meio da Virgem Maria que nos vieram todas as graças. E quem é meio, é mediador.
    Maria é mediadora secundária, por mediação hipotética, isso é, mediadora por que Deus quis - foi sua vontade - vir a nós por meio de Maria.

    Por isso ela é - por vontade de Deus - a mediadora de todas as graças. Assim, se lê em São Lucas:
    "Aconteceu que, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou em seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo" (Luc. I, 41).
    Repare que com o senhor, Saul acontece o contrário: basta ouvir a "saudação de Maria", você não fica cheio do Espírito Santo, mas sim, cheio de furor contra a Virgem Maria.

    Qual será então o espírito que enfurece Saul?
    Medite bem nisso, mas não é difícil descobrir.

    E prossegue o Evangelho de São Lucas, dizendo:
    "Exclamou ela [Isabel] em alta voz e disse: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. De onde me vem a dita que a Mãe do meu Senhor venha ter comigo? Porque, logo que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino saltou de alegria no meu ventre. Bem aventurada a que acreditou, porque hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor te foram ditas" (Luc. I , 42-45).

    E o senhor me vem com a idéia "genial" de que, se Maria é dita "bendita entre todas as mulheres", ela não está acima das mulheres.
    Ó "genial" Saul, de onde lhe vem tanta "genialidade"?

    É claro que pela natureza, Maria, mesmo sendo Mãe de Deus, continuava sendo uma simples mulher. Mas pela graça de ter sido escolhida como o meio querido por Deus para a vinda de Cristo, ela ficou acima não só de todas as mulheres e de todos os homens - inclusive acima do "genial" Saul da Lagoinha - mas até acima dos anjos, pois está na Bíblia que o anjo saudou a Maria e não ao contrário. Até a anunciação do Anjo a Maria, sempre que na Escritura Sagrada se fala que um anjo aparece a uma pessoa humana, é essa que saúda o anjo. Com Maria se dá o oposto: é o anjo que saúda aquela que Deus escolheu para ser sua Mãe.

    Portanto, a Virgem Maria é superior aos anjos em graça e em glória.

    Estrebuche agora de furor, ó Saul, com essa glorificação da Virgem Maria, Mãe de Deus.

    Sendo, pois, Maria a mais santa criatura de Deus, e tendo sido escolhida por vontade de Deus, como o meio santíssimo para Ele vir a se encarnar e estar entre nós, é natural que ela seja a mediadora de nossos pedidos.

    O senhor lembra que Cristo disse que deveríamos pedir tudo ao Pai por meio dele. E isso é certíssimo. Porque, sendo Cristo nosso único Redentor, todas as graças nos são concedidas pelos méritos infinitos de Cristo.

    Entretanto, se lê na Escritura que Deus admite que um homem reze pelos outros. Em várias passagens São Paulo pede que os fiéis de um lugar rezem pelos de outros locais.

    Ora, se um homem pode rezar por outro, se Deus atende os pedidos de um homem pelo outro, por que não se poderia pedir à Virgem Mãe de Deus, a criatura mais amada por Cristo, que peça por nós ao único mediador absoluto, que nos conceda suas graças?

    Em Caná, foi a pedido de Maria que Cristo transformou a água em vinho.
    O primeiro milagre na ordem sobrenatural - a santificação de São João, no seio de Isabel - veio por meio da voz de Maria Santíssima. O primeiro milagre de Cristo, na ordem natural - o vinho das bodas de Caná - foi a pedido de Maria.

    E não venha me dizer que Deus não admite intercessores secundários, porque na Bíblia se lê que Deus mandou os amigos de Jó recorrerem à sua intercessão:
    "Tomai, pois, sete touros e sete carneiros, ide a meu servo Jó e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão" (Jó, XLII, 8).

    Recorra a Maria, insolente Saul, e ela lhe alcançará o perdão de tantas ofensas que fez à Mãe de Cristo. Ou presume o senhor que entrará no céu, tendo ódio à Mãe de Deus?

    Que filho receberia em sua casa aquele que ofendeu sua mãe? E Cristo seria um filho tão pouco amante da honra de sua Mãe santíssima que o admitiria no céu, apesar de tantas negações da honra de Maria? Aquela que o anjo saudou por ordem de Deus, poderia ser ofendida por um Saul da Lagoinha sem que Deus se incomodasse? Pensa o senhor que Deus tolera a desonra de sua própria Mãe? O senhor imagina possível esse absurdo e essa blasfêmia?

    O senhor me pergunta através de que engano me acredito salvo.
    Pois esse é outro engano seu.
    Eu não sou protestante para me acreditar salvo.

    Nenhum católico se acredita salvo; por isso é que dizemos, na Ave Maria, que somos pecadores, e pedimos à Mãe de Deus que rogue pela nossa salvação. E todas as orações da Igreja se concluem sempre pela fórmula "Pelo mesmo Jesus Cristo Senhor nosso, que vive e reina na unidade do Espírito Santo, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém", mostrando que todas as orações somente podem ser atendidas por causa dos méritos infinitos de Cristo.

    O senhor diz que sou um cavaleiro "errante", dando ao adjetivo errante o sentido de ser capaz de erro. Nisso o senhor está certíssimo. Por isso não tenho seguidores meus, já que está escrito: "Maldito o homem que confia no homem" (Jer. XVII, 5).

    Diz ainda Saul:
    "A doutrina católico romana, defendida com unhas, dentes e coração por pessoas como o Professor Orlando, não é professor?, apresenta Maria como a porta do céu, pois de acordo com o seu pensamento, ninguém pode entrar no Reino de Deus sem passar por ela."

    O senhor não imagina que honra me concedeu com essas palavras. Tomara Deus que sempre eu seja como o senhor diz. Porque não poderia eu ter maior honra do que defender com unhas, dentes e coração - o senhor esqueceu de colocar com argumentos - que Maria Santíssima é a porta do Céu, Janua Coeli.

    A Virgem Mãe de Deus é sim a PORTA DO CÉU.

    É Porta do Céu, porque foi por essa porta - como explicou Santo Ambrósio na citação que lhe dei acima - foi por essa porta que Deus desceu até nós. Portanto, para ir até Deus é preciso passar por essa mesma porta. Por Maria, Cristo veio ao mundo. Só por Maria se vai do mundo até Cristo, no Céu.

    E, para concluir, e demonstrar-lhe que sempre na Igreja se honrou a Mãe de nosso único Deus Jesus Cristo, cito-lhe o discurso de São Cirilo de Alexandria no Concílio de Éfeso para combater o herege Nestório, o negador da dignidade de Maria.

    "Salve, ó Maria, Mãe de Deus, virgem e mãe, estrela e vaso de eleição! Salve, Maria, virgem, mãe e serva: virgem, na verdade, por virtude daquele que nasceu de ti; mãe, por virtude que cobriste com panos e nutriste em teu seio; serva, por aquele tomou de servo a forma! Como Rei, quis entrar em tua cidade, em teu seio, e saiu quando lhe aprouve, cerrando para sempre sua porta, porque concebesse sem concurso de varão, e foi divino teu parto."
    "Salve Maria, templo santo, como o chama o profeta Daví, quando diz: "O teu templo é santo e admirável em sua justiça" (SlLXIV, 6)
    "Salve Maria, criatura mais preciosa da criação; salve, Maria, puríssima pomba; salve, Maria, lâmpada inextinguível; salve, porque de ti nasceu o sol de justiça".
    "Salve, Maria, morada da infinitude, que encerraste em teu seio o Deus infinito, o Verbo unigênito, produzindo sem arado e sem semente a espiga incorruptível!"
    "Salve, Maria, mãe de Deus, aclamada pelos profetas, bendita pelos pastores, quando, com os anjos, cantaram o sublime hino de Belém: "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade" (Lc. II, 14).
    Salve, Maria, Mãe de Deus, alegria dos anjos, júbilo dos arcanjos que te glorificam no céu!"
    "Salve, Maria, Mãe de Deus: por ti adoraram a Cristo os Magos guiados pela estrela do Oriente; salve, Maria, Mãe de Deus, honra dos apóstolos!"
    Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem João Batista, ainda que no seio de sua mãe, exultou de alegria, adorando como luzeiro a perene luz!"
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, que trouxesse ao mundo graça inefável, da qual diz São Paulo: "apareceu a todos os homens a graça de Deus salvador" (Tt. II, 1).
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, que fizesse brilhar no mundo aquele que é luz verdadeira, a nosso Senhor Jesus Cristo, que diz em seu Evangelho: "Eu sou a luz do mundo" (Jo. VIII, 12).
    "Deus te salve, Mãe de Deus, que alumiaste aos que estavam nas trevas e sombras de morte; porque o povo que jazia nas trevas viu uma grande luz (Is. IX,2), uma luz não outra senão Jesus Cristo, nosso Senhor, luz verdadeira que ilumina todo homem que vem a esse mundo (Jo. I, 9).
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem se apregoa no evangelho: "bendito que vem em nome do Senhor" (Mt. XXI, 9), por quem se encheram de igrejas nossas cidades, campos e vilas ortodoxas!"
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem veio ao mundo o vencedor da morte e o destruidor do inferno!"
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem veio ao mundo o autor da criação e o restaurador das criaturas, o Rei dos Céus!"
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem floresceu e refulgiu o brilho da ressurreição!"
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem luziu o sublime batismo da santidade no Jordão!"
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem o Jordão e o batista foram santificados e o demônio foi destronado!"
    "Salve, Maria, Mãe de Deus, por quem é salvo todo espírito fiel!"

    (São Cirilo de Alexandria, PG. LXXVII, 1029 -1040, apud C. Folch Gomes, Antologia dos Santos Padres, ed. Paulinas, São Paulo, 1973, pp.389-390).

    Que Deus e a Santíssima Virgem tenham piedade do senhor, pobre herege e blasfemador.

    Orlando Fedeli




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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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