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sábado, 28 de julho de 2012
A doutrina católica sobre a maledicência e a calúnia, segundo Adolphe Tanquerey
Sapientiam Autem Non Vincit Malitia - Foto da águia: Donald Mathis
A doutrina católica sobre a maledicência e a calúnia, segundo Adolphe Tanquerey
Desde há alguns anos, noto que quase ninguém no Brasil, nem mesmo os comunistas, pratica a arte da difamação e da calúnia com o entusiasmo feroz de alguns militantes católicos, seja leigos ou sacerdotes. Protestantes também: com que freqüência deprimente não vemos pastores acusando-se mutuamente, em público, de adultério, de simonia e de sei lá mais o quê? Mas o fato é que a mim nunca me atacaram, ao passo que aqueles católicos, à simples visão da minha pessoa, sentem a comichão irresistível de entregar-se, com deleites de sadismo, à demolição do Oitavo Mandamento.
A desculpa que encontram para tão singular exercício é o zelo pelas almas de meus alunos e leitores, aos quais desejam, segundo alegam, poupar o risco da minha companhia tentadora. Daí o teor geral de suas advertências: Afastem-se do Olavo. O tom é sempre o mesmo, mas as justificativas são de dois tipos: (1) mentiras substantivas, atribuindo-me atos que não pratiquei ou hábitos que não tenho; (2) mentiras adjetivas, isto é, fatos inócuos descritos em palavras que lhes dão o ar de crimes ou pecados. Exemplos misturados:
· Afastem-se do Olavo porque ele é herético.
· Afastem-se do Olavo porque ele é gnóstico e maçom.
· Afastem-se do Olavo porque ele é guénoniano.
· Afastem-se do Olavo porque ele é astrólogo.
· Afastem-se do Olavo porque ele foi tentar arrancar dinheiro no Opus Dei.
· Afastem-se do Olavo porque ele tentou o mesmo na TFP e levou a porta na cara.
· Afastem-se do Olavo porque ele pede esmolas [quer dizer, há um link para doações no meu site, como em todo site similar nos EUA].
· Afastem-se do Olavo porque ele não tem diploma de filosofia.
· Afastem-se do Olavo porque ele é gay.
· Afastem-se do Olavo porque ele é centralizador e autoritário.
· Afastem-se do Olavo porque ele fala palavrões.
· Afastem-se do Olavo porque a mulher dele é uma prostituta.
· Afastem-se do Olavo porque os cursos dele são uma seita.
· Afastem-se do Olavo porque ele usa métodos de manipulação hipnótica para dominar seus alunos.
· Afastem-se do Olavo porque ele é um covarde: fica lá no bem-bom nos EUA enquanto nós aqui agüentamos o rojão petista, ateísta etc.
E assim por diante. Não vejo por que me defender de acusações tão francamente imbecis e mal intencionadas. Quem quiser acreditar nelas só fará dano a si mesmo. O único ponto que interessa ressaltar – por ser em si mesmo um fenômeno sociológico de certa importância – é que cada um daqueles que as emitem jura não ter-me ofendido jamais e, ao menor revide da minha parte, sai chorando que foi difamado, atacado, vilipendiado etc. etc. Isso é uma regra geral absolutamente infalível em todos os casos – e, sem dúvida, uma expressão notável da logica brasiliensis.
Uma senhorita que recolocou em circulação um velho escrito difamatório anônimo, violando até mesmo meus direitos constitucionais, jamais demonstrou o menor arrependimento por isso, e não consegui por nada deste mundo fazê-la sentir que agira de maneira moralmente ilícita, além de criminosa; admoestada, recolheu-se à torre de marfim da sua religiosidade sublime, e declarou que não devia satisfações a um sujeito da minha baixa espécie.
Um rapaz que me chamara de herege assegurou, ato contínuo, que jamais me insultara de maneira alguma. Mostrou assim ignorar que, na religião que diz professar, a acusação de heresia é a mais grave de todas, superior mesmo à de homicídio, e que, nessas circunstâncias, qualquer insulto que eu lhe dirigisse em resposta seria, em comparação, um pecado venial na mais grave das hipóteses. Pior ainda: é impossível alguém ser até mesmo vagamente suspeito de heresia enquanto não se apresentar como portador de uma teologia católica legítima em oposição à doutrina da Igreja, coisa que obviamente nunca fiz, pela simples razão de que jamais ensinei teologia alguma, limitando-me a investigar assuntos terrenos acessíveis aos métodos da ciência e da filosofia e deixando a teologia para os mais capacitados. Imaginar que qualquer afirmação filosófica ou científica – para não dizer qualquer opinião jornalística – possa ser lida como preceito teológico, e julgada sob esse prisma, não é só um erro de leitura imperdoável em pessoas que dizem ter formação universitária: é ignorar, na base, o que seja teologia. Teologia é, como o próprio nome diz, a interpretação racional do discurso divino, a explicitação das verdades compactadas no livro sagrado. Só duas ou três vezes me aproximei vagamente desse campo, em mensagens de Natal que se contentavam em estimular a fé cristã dos leitores e de novidade teológica não tinham nada.
O mesmo cidadão assegurava que, com a minha insistência em combater o comunismo em vez de praticar as virtudes cristãs, eu me igualava aos próceres da Teologia da Libertação. Ou seja; de um lado, sem nada saber da minha vida nem me perguntar nada a respeito, baseado portanto só em zunzum de terceiros e na sua própria imaginação, ele dava por previamente demonstrada a minha indiferença ou hostilidade às virtudes cristãs, substituídas por um mero anticomunismo laico; de outro, condenava-me ao inferno com base no princípio de que combater os inimigos da Igreja é tão ruim quanto ser um deles.
Outro acrescentava à maledicência a calúnia, confundindo propositadamente as noções de erro e mentira, de tal modo que, ao me atribuir algum erro que não cometi, podia explicá-lo por uma intenção mendaz que também não tive.
Outro, que proclamava ser eu um boca-suja indigno de freqüentar os meios bem educados, somava a essa piedosa advertência a informação de que eu era um cafetão casado com uma prostituta, além de homossexual, formador de quadrilha e cavador de dinheiro de instituições católicas. Obviamente esse também não me insultou nem difamou nem caluniou, apenas praticou em meu benefício a mais pura caridade cristã.
Outro, ainda, sem medir o grotesco do que fazia, macaqueava a estrutura dialética das quaestiones disputatae medievais para discutir, com ares de Sto. Tomás na sua cátedra de Paris, esta questão transcendente: "É lícito ao filósofo usar palavras de baixo calão?" – concluindo, evidentemente, pela negativa, e deixando inculcada nos seus devotos discípulos imaginários a impressão enganosa de que o filósofo referido usara aquelas palavras em demonstrações filosóficas, como substitutivos da argumentação racional, e não apenas num programa informal de rádio destinado a responder e-mails e comentar, por alto, as notícias da semana.
Qualquer que seja a variedade das imputações, uma delas reaparece com a constância recorrente de um Leitmotiv destinado a sublinhar as outras. É a acusação de covardia: sou um covarde porque vivo bem protegido em Richmond, Virginia, EUA, enquanto eles correm toda sorte de riscos no Brasil.
Desde logo, sendo todos esses acusadores bem jovens, ele deveriam fazer as contas e notar que, como jornalista de oposição no regime militar e depois como principal inimigo do esquerdismo na grande mídia, corri perigo, inclusive de prisão e morte, durante um período bem maior que a duração das suas porcas vidas.
Se depois dessa longa batalha eu tivesse me retirado para os EUA na intenção de desfrutar um período de sossego, para me dedicar a atividades intelectuais de maior envergadura longe da agitação imediata, não haveria nisso covardia alguma, apenas o exercício de um direito inerente à velhice ao fim de uma vida de combates.
Não creio que seja tão difícil fazer esse raciocínio, quando se tem alguma intenção de saber a verdade.
No entanto, para piorar as coisas, é absolutamente falso que em Richmond eu esteja protegido do que quer que seja, e os inquisidores-mirins que me condenam não deveriam ter grande dificuldade em percebê-lo, mesmo de longe, se consentissem em pensar no assunto por uns minutos antes de lavrar suas sentencinhas. De um lado, a primeira coisa que fiz aqui foi aproximar-me do grupo conservador mais discriminado, atacado, perseguido e fisicamente agredido dos EUA, grupo cujo líder, Alan Keyes, arrisca a pele diariamente como autor do processo mais explosivo já instaurado contra o presidente Barack Obama e, no curso de uma manifestação abortista, foi parar até na cadeia.
A segunda coisa que fiz nos EUA foi uma série de conferências no Hudson Institute, na Atlas Foundation, na Georgetown University, na America's Future Foundation, na Academia de West Point e em outras instituições, acusando abertamente a mais poderosa central globalista do mundo, o CFR, de mentir para ocultar a existência do Foro de São Paulo e os laços entre a esquerda latino-americana e o terrorismo islâmico. Considerando-se que o autor dessas intervenções era um residente estrangeiro, cuja presença no país é uma concessão estatal que pode ser revogada a qualquer momento, não creio que elas tenham sido propriamente demonstrações de covardia. Exposto a todas as retaliações do establishment local, não me encontro mais a salvo de qualquer iniciativa vingadora do governo brasileiro, que tem recursos para processar qualquer um em tribunais do exterior, para negar ao infeliz a renovação do seu passaporte ou para agir contra ele de mil maneiras diversas: estariam aqueles meninos afetados de demência senil ao ponto de esquecer que foi já nos EUA que perdi meus empregos no Globo e no Jornal do Brasil, restando somente o do Diário do Comércio para garantir minha permanência nos EUA com visto de jornalista? Ou padecem de falta de imaginação ao ponto de não conceber a insegurança, a total ausência de garantias em que vive aqui o residente estrangeiro sem um Green Card?
Se alguma comodidade e proteção decorrem do fato de eu residir tão longe do Brasil, é para meus difamadores, que podem dizer o que bem entendem sem precisar temer os processos judiciais que merecem, mas que, à distância em que me encontro, com os recursos de que disponho, não posso lhes mover.
Se não fosse isso, não teriam crescido como cresceram, em número, em arrogância e em virulência, precisamente à medida da distância em que me enxergavam, como hienas que rosnam de longe a um leão do qual não ousariam aproximar-se. Com efeito, até a data da minha partida do Brasil, o contingente dos meus difamadores era recrutado quase que inteiramente na esquerda estudantil (os professores, tantas vezes humilhados em debates, já haviam desistido de me atacar e adotado a regra do Milton Temer: "Do Olavo de Carvalho não se fala"). Desde maio de 2005, quando cheguei aos EUA, hostilidades longamente reprimidas nos círculos liberais, conservadores e católicos começaram a brotar por toda parte, cada vez mais mais abertas e descaradas, sobretudo depois que perdi minhas colunas no Globo e no JB, ficando meus meios de defesa restritos a uma publicação regional, embora respeitável. Encorajados pela situação propícia, indivíduos que antes me repugnavam pela hipocrisia e pela bajulação passaram a fazê-lo pela prática da calúnia e pela ostentação de falsa valentia à distância.
Eles sabem perfeitamente disso, de modo que, se me chamam de covarde, é por pura projeção da má consciência que, no íntimo, lhes revela serem eles os únicos covardes nesta história.
Todos esses jovens escrevem naquele estilo untuoso, cardinalício, pontificando muito sobre as "virtudes", a "fé", a "humildade", o "coração contrito", etc., e praticamente não deixando passar três linhas sem alguma saudação litúrgica, quase sempre em latim.
Em nenhum momento mostram a menor hesitação ou dúvida quanto à bondade intrínseca de suas intenções e atos, na qual confiam tanto que se diria ser esse o dogma central da sua religião, acima dos Dez Mandamentos ou pelo menos do Oitavo.
A distância entre suas auto-imagens e a realidade dos seus atos é tão vasta e intransponível, que se diria tratar-se de casos de dupla personalidade, nos quais a regra evangélica "não veja a tua sinistra o que faz a tua destra" se transmutou psicoticamente em "Não veja a tua consciência o que fazem tuas duas mãos."
Não compreendo que tipo de formação religiosa recebem esses garotos nas instituições católicas que dizem freqüentar, mas certamente não é a que recebi dos padres carlistas na Igreja de Nossa Senhora da Paz, em São Paulo, onde fiz minha Primeira Comunhão. O que ali se ensinava, a respeito de julgamentos emitidos sobre o próximo, era, em versão simplificada, substancialmente o mesmo que constava do tratado clássico de Adolphe Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, então a obra-padrão para o ensino da matéria nos seminários.
Embora esses meninos se alardeiem conservadores, de vez em quando puxando as orelhas de algum teólogo da Libertação, sua conduta não se assemelha em nada ao que se esperaria dos católicos de antigamente. Ela vai até além do modernismo, dissolvendo a fé católica numa pasta indigesta de preconceitos burgueses que tudo julgam pelas aparências superficiais e consideram a impolidez um pecado mais chocante que a difamação e a calúnia, sem notar que o Primeiro Mandamento implica necessariamente, como regra máxima da moral, o senso da hierarquia dos valores.
Não sei se a leitura do excerto de Tanquerey que transcrevo abaixo servirá de alguma coisa a corações tão empedrados nas suas certezas autolisonjeiras ao ponto de tomá-las como altas expressões da fé. Mas, se não servir a eles, servirá aos demais.
Excerto de Adolphe Tanquerey
1045. B) Não é menos necessário respeitar a reputação e honra do próximo.
a) Evitar-se-ão, pois, os juízos temerários sobre o próximo: condenar os nossos irmãos por simples aparências e por motivos mais ou menos fúteis, sem conhecer a fundo as suas intenções, é usurpar o direito de Deus, único juiz supremo dos vivos e dos mortos, é cometer injustiça para com o próximo, pois se condena sem ser ouvido, nem conhecidos os motivos secretos das suas acções, e as mais das vezes sofre o império de preconceitos ou de qualquer paixão. A justiça e a caridade exigem, ao contrário, que nos abstenhamos de julgar e interpretemos o mais favoravelmente possível as acções do próximo.
c) Com mor força de razão nos devemos abster de maledicência, que manifesta aos outros as faltas ou defeitos secretos do próximo. Sejam muito embora reais esses defeitos; mas, enquanto não são do domínio público, não temos direito de os revelar. Se o fazemos : l) contristamos o próximo que, ao ver-se atingido na sua reputação, sofre com isso tanto mais quanto mais aprecia a honra; 2) abatemo-lo na estima dos seus semelhantes ; 3) enfraquecemos a autoridade, o critério de que ele tem necessidade para gerir os seus negócios ou exercer legítima influência, e deste modo causamos muitas vezes prejuízos quase irreparáveis.
Nem se diga que aquele, cujas faltas se divulgam, já não tem direito à fama ; conserva-o, enquanto as faltas não são públicas; e, seja como for, não se deve perder de vista a palavra de Jesus Cristo : "Quem de vós estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra" (Jo. VIII:7). É de notar que os Santos são extremamente misericordiosos, e buscam todos os meios de salvaguardar a reputação de seus irmãos. Imitemo-los.
e) E deste modo mais seguros estaremos de evitar a calúnia que, por meio de imputações mentirosas, acusa o próximo de faltas que ele não cometeu. O que é seguramente injustiça, tanto mais grave quanto é certo que muitas vezes é inspirada pela maldade ou pela inveja. E que de males não acarreta! Demasiado bem acolhida, infelizmente, pela malícia, circula rapidamente de boca em boca, destrói a reputação e a autoridade daqueles que dela são vítimas, e por vezes lhes causa prejuízo considerável até mesmo nos negócios temporais.
É, pois, dever estrito reparar as maledicências e os calúnias. É difícil, sem dúvida, pois custa retratar-se, e, depois, a retratação, por sincera que seja, não faz mais que paliar a injustiça cometida : a mentira, ainda quando se desdiz, deixa muitas vezes vestígios indeléveis. Isso, porém, não é razão para não reparar a injustiça cometida ; é dever até aplicar-se a isso com tanto mais energia e constância quanto maior é o mal. Mas a dificuldade duma reparação deve-nos levar a abstermo-nos de tudo quanto de perto ou de longe nos pudesse fazer cair nesse grave defeito.
Eis o motivo por que as pessoas, que aspiram à perfeição, cultivam não somente a justiça, senão também a caridade que, fazendo-nos ver a Deus no próximo, nos leva a evitar solicitamente tudo quanto o possa contristar.
(Adolphe Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, trad. João Ferreira Fontes, 4a. ed., Porto, Livraria Apostolado da Imprensa, 1948.)
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[Catolicos a Caminho] PROMESSA DA EUCARISTIA So
PROMESSA DA EUCARISTIA !
Jesus foi outra vez a Cafarnaum e entrou na Sinagoga, que estava cheia de pessoas, algumas das quais tinham comido dos cinco pães.
Estas pessoas queriam que Jesus as alimentasse outra vez da mesma maneira, mas Jesus disse-lhes,
- "Vós procurais-me não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará, pois a Este é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o Seu selo". (Jo. 6,26-27).
E depois de dialogar com os presentes e de lhes falar do maná, que seus pais tinham comido no deserto e morreram, Jesus continuou :
- "Eu sou o Pão da Vida ; o que vem a Mim jamais terá fome e o que acredita em Mim jamais terá sede. Eu já vos disse : Vós vedes-Me e não Me acreditais. Tudo o que o Pai Me dá virá a Mim ; e não repelirei aquele que vem a Mim, porque desci do Céu, não para fazer a Minha vontade, mas a d'Aquele que Me enviou".(Jo.6,35-38).
Esta linguagem era muito estranha para os que ouviam Jesus e todos começaram a murmurar, de modo que Jesus falou assim :
- "Eu sou o Pão vivo que desceu do Céu. Se alguém comer deste Pão viverá eternamente ; e o Pão que Eu hei-de dar é a Minha carne para a vida do Mundo".(Jo.6,51).
Mais se acendeu a discussão entre todos, porque não podiam compreender como é que podiam comer a Sua carne, e Jesus voltou a dizer com mais insistência :
- "Em verdade, em verdade vos digo : Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós.. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Porque a Minha carne é, em verdade, uma comida e o Meu sangue é, em verdade, uma bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue fica em Mim e Eu nele".(Jo.6,53-56).
Como todos se afastavam por "acharem duras estas palavras", Jesus perguntou aos seus discípulos :
- "Também vós quereis retirar-vos ? Pedro respondeu : Senhor, para quem havemos nós de ir ? Tu tens palavras de vida eterna".(Jo-6,67-68).
Estava assim prometida a Eucaristia, que Jesus viria a instituir na Última Ceia.
Mas para receber a Eucaristia na Comunhão Sacramental, há regras e condições para que este Sacramento possa produzir os seus efeitos espirituais nas almas e não se torne numa rotina que pode ir da ignorância à superstição e chegar mesmo ao sacrilégio.
S. Paulo escreveu :
- "Portanto, sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. E, assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.(...) Aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação".(1 Cor. 11,26-29).
Talvez pareça uma linguagem muito dura para os tempos de hoje, como o foi no tempo de Jesus, mas ela é uma doutrina que nos deve envolver e comprometer com o mistério da Presença Real, que talvez não esteja ainda bem esclarecido para uma grande parte das pessoas que habitualmente se aproximam da Sagrada Comunhão.
Esta doutrina é tão importante e sempre tão oportuna que a Igreja a coloca à nossa reflexão durante estes 5 domingos seguidos.
Sendo nós todos pecadores ( e quem disser que o não é, é mais do que os outros), como é que se compreende que toda a gente vai comungar e os confessionários estão a ficar vazios ?
Nascimento
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PROMESSA DA EUCARISTIA !
Jesus foi outra vez a Cafarnaum e entrou na Sinagoga, que estava cheia de pessoas, algumas das quais tinham comido dos cinco pães.
Estas pessoas queriam que Jesus as alimentasse outra vez da mesma maneira, mas Jesus disse-lhes,
- "Vós procurais-me não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará, pois a Este é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o Seu selo". (Jo. 6,26-27).
E depois de dialogar com os presentes e de lhes falar do maná, que seus pais tinham comido no deserto e morreram, Jesus continuou :
- "Eu sou o Pão da Vida ; o que vem a Mim jamais terá fome e o que acredita em Mim jamais terá sede. Eu já vos disse : Vós vedes-Me e não Me acreditais. Tudo o que o Pai Me dá virá a Mim ; e não repelirei aquele que vem a Mim, porque desci do Céu, não para fazer a Minha vontade, mas a d'Aquele que Me enviou".(Jo.6,35-38).
Esta linguagem era muito estranha para os que ouviam Jesus e todos começaram a murmurar, de modo que Jesus falou assim :
- "Eu sou o Pão vivo que desceu do Céu. Se alguém comer deste Pão viverá eternamente ; e o Pão que Eu hei-de dar é a Minha carne para a vida do Mundo".(Jo.6,51).
Mais se acendeu a discussão entre todos, porque não podiam compreender como é que podiam comer a Sua carne, e Jesus voltou a dizer com mais insistência :
- "Em verdade, em verdade vos digo : Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós.. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Porque a Minha carne é, em verdade, uma comida e o Meu sangue é, em verdade, uma bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue fica em Mim e Eu nele".(Jo.6,53-56).
Como todos se afastavam por "acharem duras estas palavras", Jesus perguntou aos seus discípulos :
- "Também vós quereis retirar-vos ? Pedro respondeu : Senhor, para quem havemos nós de ir ? Tu tens palavras de vida eterna".(Jo-6,67-68).
Estava assim prometida a Eucaristia, que Jesus viria a instituir na Última Ceia.
Mas para receber a Eucaristia na Comunhão Sacramental, há regras e condições para que este Sacramento possa produzir os seus efeitos espirituais nas almas e não se torne numa rotina que pode ir da ignorância à superstição e chegar mesmo ao sacrilégio.
S. Paulo escreveu :
- "Portanto, sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. E, assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.(...) Aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação".(1 Cor. 11,26-29).
Talvez pareça uma linguagem muito dura para os tempos de hoje, como o foi no tempo de Jesus, mas ela é uma doutrina que nos deve envolver e comprometer com o mistério da Presença Real, que talvez não esteja ainda bem esclarecido para uma grande parte das pessoas que habitualmente se aproximam da Sagrada Comunhão.
Esta doutrina é tão importante e sempre tão oportuna que a Igreja a coloca à nossa reflexão durante estes 5 domingos seguidos.
Sendo nós todos pecadores ( e quem disser que o não é, é mais do que os outros), como é que se compreende que toda a gente vai comungar e os confessionários estão a ficar vazios ?
Nascimento
[Catolicos a Caminho] Escuta da Palavra e Meditação - 29/7/2012 - pão para todos, sem discriminação...
Ef 4,1-6
Sl 145(144)
Leitura do santo Evangelho segundo São João 6,1-15
- Onde vamos comprar comida para toda esta gente?
Ele sabia muito bem o que ia fazer, mas disse isso para ver qual seria a resposta de Filipe. Filipe respondeu assim:
- Para cada pessoa poder receber um pouco de pão, nós precisaríamos gastar mais de duzentas moedas de prata.
Então um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse: - Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente? Jesus disse: - Digam a todos que se sentem no chão.
Então todos se sentaram. (Havia muita grama naquele lugar.) Estavam ali quase cinco mil homens. Em seguida Jesus pegou os pães, deu graças a Deus e os repartiu com todos; e fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. Quando já estavam satisfeitos, ele disse aos discípulos: - Recolham os pedaços que sobraram a fim de que não se perca nada. Eles ajuntaram os pedaços e encheram doze cestos com o que sobrou dos cinco pães.
Os que viram esse milagre de Jesus disseram: - De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo!
Jesus ficou sabendo que queriam levá-lo à força para o fazerem rei; então voltou sozinho para o monte."
(O que diz o texto para mim?)
Esse sistema cria uma forte dependência, já que a vida, expressa no alimento, não está diretamente ao alcance do ser humano, mas é mediada por certos indivíduos que tomaram o poder.
Jesus não assume esta estrutura econômica e, como resposta à necessidade que se apresenta, ensina seus discípulos uma maneira nova de se relacionar com os bens que possuem.
Entretanto, o milagre começa quando se compartilha o pouco que se tem, quando compreendemos que os bens que possuímos não nos pertencem, mas que são dons recebidos de Deus e, portanto, devem ser compartilhados com toda a humanidade.
Começa hoje a leitura do Capítulo 6º de João que apresenta dois sinais ou milagres: a multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) e o caminhar sobre as águas (Jo 6,16-21). Em seguida menciona-se o longo discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-71). João insere o fato perto da festa da Páscoa (Jo 6,4).
Na antiga páscoa, a multidão atravessa o Mar Vermelho. Na nova páscoa, Jesus atravessa o Mar da Galiléia. Uma grande multidão seguiu Moisés. Uma grande multidão segue Jesus neste novo êxodo.
No primeiro êxodo, Moisés sobe a Montanha. Jesus, o novo Moisés, também ele sobe a montanha. A multidão seguia Moisés que realiza grandes sinais. A multidão segue Jesus porque tinha visto os sinais que realizava a favor dos doentes.
Vendo a multidão, Jesus aponta aos discípulos a fome das pessoas e pede a Filipe: "Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?" No primeiro êxodo, Moisés tinha conseguido alimento para o povo faminto. Jesus, o novo Moisés, vai fazer a mesma coisa.
Filipe, em lugar de ver a situação à luz da Escritura, olhava com os olhos do sistema e respondeu: "Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um!"
Uma moeda era o salário mínimo de um dia. Felipe percebe o problema e reconhece sua total incapacidade em resolvê-lo. Lamenta o fato, mas não apresenta nenhuma solução.
André, em lugar de se lamentar, tenta uma solução. Encontra um garoto com cinco pães e dois peixes: cinco pães de cevada e dois peixes eram a alimentação diária de um pobre.
O garoto entrega sua alimentação diária! Ele poderia ter dito: "Cinco pães e dois peixes, mas o que é isto aqui diante de tanta gente? Não vai servir para nada! Vamos dividir isso aqui entre nós, entre duas ou três pessoas!". No entanto, tem a coragem de entregar os cinco pães e os dois peixes para alimentar 5.000 pessoas (Jo 6,10)!
Quem age assim, ou é louco ou tem muita fé, acreditando que por amor a Jesus, todos se dispõem a partilhar seu alimento como fez o garoto! • João 6,10-11: A multiplicação.
Jesus pede ao povo se sentar no chão. Depois multiplica o alimento, a comida do pobre. Afirma o texto: "Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes". Com esta frase, escrita por volta do ano 100 d.C., João lembra o gesto da Última Ceia (1Cor 11,23-24).
O número doze lembra a totalidade do povo com as suas doze tribos. João não informa se sobraram também peixes. Ele estava interessado em focalizar o pão como símbolo da Eucaristia.
O evangelho de João não traz a descrição da Ceia Eucarística, porém, descreve a multiplicação dos pães, símbolo daquilo que deve acontecer nas comunidades através da celebração da Ceia Eucarística. Se entre os povos cristãos existisse verdadeira partilha, haveria alimento suficiente e sobrariam doze cestos para mais pessoas ainda!
As pessoas interpretam o gesto de Jesus dizendo: "Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo!" A intuição do povo é correta. Jesus, de fato, é o novo Moisés, o Messias, aquele que o povo estava esperando (Dt 18,15-19).
Esta intuição tinha sido manipulada pela ideologia da época que queria um grande rei que fosse forte e dominador. Por isto, vendo o sinal, o povo proclama Jesus Messias e queria proclamá-lo rei!
Diante do problema da fome no mundo, você age como Filipe, como André ou como o garoto? O povo queria um messias que fosse um rei forte e poderoso. Hoje, muitos correm atrás de líderes populistas. O que nos diz o evangelho de hoje sobre isso?
Pois bem, o sinal dos pães aponta que alimento há para todos e ainda sobra. Este é o motivo pelo qual o povo pensa imediatamente em proclamar Jesus como rei; mas isso não é o que Jesus busca.
É hora de abandonar a interpretação tradicional espiritualista da passagem da multiplicação dos pães. Aqui há uma proposta de um ser humano novo e de uma sociedade concreta recriada.
Fechando assim todo o pensamento sobre as conseqüências do nosso livre arbítrio na comunidade chegamos a diversas reflexões:
- Fechar-se somente na Equipe, no Grupo ou na sua Pastoral precisa ser revisto. A identidade cristã está também em buscar quem se perdeu ou se afastou. Não posso ficar a esperar que nos procurem;
- A salvação não esta condicionada a aquela ou esta Pastoral, Movimento ou Serviço da Igreja. Ela está condicionada ao entendimento do que é mais importante para Deus e no seu projeto salvítico;
- Todo trabalho pastoral precisa de pessoas empolgadas e bem resolvidas. As comunidades precisam de operários e de lideranças que formem novas lideranças. Irmãos que ainda não olham a seu redor, ainda não têm maturidade para liderar, pois convém que "Cristo cresça e que eu desapareça";
- Nossa preguiça e nossa irresponsabilidade social nos privam de assumir o chamado individual que Deus nos faz de sermos semeadores da mensagem a toda criatura: "Vai, e também tu, faze o mesmo".
Preciso notar que Jesus usa o que tem em mãos, os que estão ao seu redor. Em meio às dúvidas e questionamentos de Felipe, Jesus torna o pouco de um pequeno garoto em muito para atender a muitos.
Jesus não mandou ninguém comprar nada, pois ali mesmo tinha alguém que podia ajudar com que possuía. Reclamamos (e como reclamamos) da falta de pessoas para proclamarem as leituras nas Missas, que são sempre as mesmas, e blá, blá, blá, (…), mas não vamos atrás da Pastoral da Catequese, da Crisma, onde existem muitos que esperam uma pequena oportunidade… E as Pastorais: Familiar, Carcerária, Esperança, Dízimo, Saúde... será que o seu público alvo também não é formado de pequeninos?
Jesus promove pequenas habilidades e singelos dons em grandes ministérios de serviço. Deus chama, mas por vezes não damos a devida oportunidade e crédito aos escolhidos.
E quanto a nós? Aonde entra o nosso livre arbítrio, nossa vontade? Estamos, muitas vezes, agarrados ao orgulho.
Se é mentira, por que não chamamos as pessoas? Por que não convidamos? Por que nos fechamos, fazemos "panelinhas" em nossas Comunidades? Por que não convencemos como antes? Por que segregamos?
O começo pode ser difícil, mas por que não OUSAR? Por que não mudar? Escolhemos demais com os nossos critérios. As pessoas têm necessidades de Deus que nosso orgulho não nos deixa ver e uma dessas necessidades é a de servir, ser útil. O serviço pastoral precisa de gente empolgada e Deus não cansa de trazê-los para Ele e nós... afugentá-los.
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)
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