Grupo de Resgate Anjos de Adoração - GRAA |
- Feliz Natal e Feliz Ano Novo - Que 2012 seja um ano santo!
- A dor humana após a Cruz
- A terrível experiência de Comungar
Feliz Natal e Feliz Ano Novo - Que 2012 seja um ano santo! Posted: 31 Dec 2011 02:37 PM PST
E chegamos ao último dia do ano. Só mais um pouco e estaremos em 2012, o ano do fim do mundo (hahaha)... Alguns já lerão esta postagem depois da transição. Muitas pessoas na blogosfera têm feito os seus tradicionais votos de um ano feliz e próspero e tal. Eu, particularmente, não me comovo muito com estes festejos de fim de ano. Reconheço, no entanto, a sua legitimidade. Mas, a princípio, parece-me estranho que, embora estejamos ainda na oitava de Natal, ninguém mais pareça lembrar. Mas isto é muito ilustrativo. Como se sabe, nós, católicos, costumamos lutar contra o pecado, contra os erros, contra as falsas filosofias, etc. Todos estes inimigos têm em comum o fato de serem produzidos a partir da nossa soberba, do nosso egoísmo, da satisfação de nós mesmos. O que é o pecado senão isso? O que são as falsas filosofias imanentistas senão a renúncia à transcendência para que o indivíduo assuma o centro da existência e se explique a partir de si mesmo? Nós só chegamos a um nível tão profundo de decadência quando excluímos do nosso horizonte o campo da metafísica ou das realidades transcendentes. Cortamos da nossa vida a dimensão do mistério e do absoluto. Tendo-o feito, não nos resta mais senão absolutizar o efêmero, o curso da história, o processo do devir. Trocamos Deus pelo tempo. Eis Marx, eis Freud, eis Darwin. E eis o ano novo... Esquecemos o menino de Belém e celebramos a mera transição cronológica impessoal. Na nossa superstição de divinizarmos o que não é divino, até chegamos a vestir branco como se isto fosse resultar em qualquer efeito mágico no futuro curso dos eventos. Deus, se não é absolutamente posto de lado, torna-se algo acidental, secundário, ritual, de tradição, reduzido ao costume, isto é, submetido ao tempo. A Missa de ano novo é assistida por costume, porque todo ano tem... "Não terás outros deuses diante de Mim", disse uma vez o Deus ciumento. E na substituição do Absoluto pelo tempo, terminamos por aviltar a nossa própria condição, que é a de sermos indivíduos eternos, altas imortais. Feitas estas precauções, desejo, eu também, um feliz Ano Novo a todos, desde que fique entendido que esta felicidade não provém da novidade do ano, mas somente pode ser dada por Nosso Senhor, o Deus Verdadeiro, Aquele que transcende o Tempo, sendo este apenas uma criatura Sua. Que neste novo ano, Deus possa nos dar forças para renovar também a nossa vida, pondo-a sob a sombra da eternidade. Consideremos que um novo ano, ou um novo tempo, é sempre uma nova oportunidade para que nos emendemos e nos tornemos melhores, mais puros, mais bondosos, mais santos. Sobre isto, meditava o Gustavo Corção: "A vida é longa de mais. Ou será o tempo uma frase e a repetição dos dias e dos anos um sinal de divina paciência, duma paciência que espera resposta e não cansa de chamar? Mas ninguém ouve e cá estamos..." Escutemos o apelo que Deus nos faz neste passar dos anos, nesta Santa Missa de hoje, e no decorrer dos dias. Busquemos, caríssimos, primeiramente e até unicamente o agrado divino; conformar a nossa vida com Ele é o mais importante. Se o fizermos, como Ele mesmo disse, tudo o mais virá por acréscimo. Deixemos, enfim, as superstições, quaisquer que sejam. Que a Virgem Santíssima nos ensine a ter um coração que adore somente ao Verbo divino. Eis a vida nova que devemos ter. Que Nosso Senhor, pela intercessão de Maria Santíssima, no-la conceda. "Quem perseverar até o fim será salvo", isto é, quem não se curvar ao tempo. Feliz Natal. Feliz Ano Novo. Que Deus nos abençoe e guarde a todos. Ad Iesum Per Mariam Fábio | ||
Posted: 31 Dec 2011 07:13 AM PST "Desde então (desde a Cruz), toda dor sofrida por um cristão está liberada desse terrificante Indefinido, desse insondável vinco do sofrimento que devia, antes, torná-la tão terrível, e que a torna ainda tal aos olhos dos descrentes que, para não vê-la, precipitam-se na morte. A doutrina católica circunscreve toda a possibilidade da dor humana nos intransponíveis limites de uma Dor divina, absoluta e sinteticamente perfeita. E, como essa Dor é o contrário de uma prodigiosa prevaricação - posto que se tratava de remediar, sem destruir a liberdade do homem -, torna-se evidente que ela não podia realmente se produzir senão com o acompanhamento do perpétuo entusiasmo de um amor sem limites. É o que a linguagem católica chama, energicamente, de a Loucura da Cruz." Léon Bloy | ||
A terrível experiência de Comungar Posted: 31 Dec 2011 06:56 AM PST "Vou comungar. O padre pronunciou as terríveis palavras que a piedade carnal chama de consolantes: DOMINE, NON SUM DIGNUS... Jesus vai chegar e não tenho senão um minuto para me preparar para recebê-Lo... Em um minuto, Ele estará sob o meu teto. Não me recordo de ter varrido essa morada em que Ele vai penetrar como um rei e como um ladrão, pois não sei o que pensar dessa visita. Tê-la-ei mesmo varrido, essa minha morada de impudicícia e carnificina? Lanço um olhar, um pobre olhar apavorado, e vejo-a cheia de poeira e de porcarias. Por toda a parte há como que um cheiro de putrefação e de imundícies. Não ouso olhar nos cantos sombrios. Em lugares menos obscuros, percebo nódoas horríveis, antigas ou recentes, que me recordam de que massacrei inocentes. E quantos! E com que crueldade! Meus muros estão cheios de bichinhos nojentos e neles escorrem gotas frias que me fazem pensar nas lágrimas de muitos desgraçados que me imploraram em vão, ontem, anteontem, há dez anos, há vinte, há quarenta anos... E eis! Ali, diante daquela pobre porta, quem é aquele monstro acocorado, que até agora não tinha notado, e que se assemelha a alguém que algumas vezes entrevi em meu espelho? Parece dormir na placa de bronze que tranquei e aferrolhei com tanto cuidado de modo a não ouvir o clamor dos mortos e seu lamentável Miserere. Ah, é preciso realmente ser Deus para não temer entrar numa tal casa! E ei-Lo aqui! Qual será a minha atitude? E que vou dizer ou fazer? Absolutamente nada. Antes mesmo que tenha transposto meu limiar, terei cessado de pensar n'Ele, não estarei mais presente, terei desaparecido. Não sei como, mas estarei infinitamente longe, entre as imagens das criaturas. Ficará só. E Ele mesmo limpará a morada, ajudado por Sua Mãe, de que pretendo ser o escravo, e que é, na verdade, minha humilde serva. Quando tiverem ido embora, Um e Outra, para visitar outras cavernas, voltarei. E trarei comigo outras imundíceis." Léon Bloy |
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