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    domingo, 5 de fevereiro de 2012

    [ZP120205] O mundo visto de Roma

    ZENIT PRECISA DE VOCÊ! Campanha de doações 2012

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    ZENIT

    O mundo visto de Roma

    Portugues semanal - 5 de fevereiro de 2012

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    O patriota cubano Félix Varela poderia ser declarado venerável
    No contexto da próxima visita de Bento XVI ao país

    ROMA, sexta-feira, 03 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) .- Bento XVI na Havana, provavelmente, anunciará que o patriota e sacerdote cubano Felix Varela é um novo Venerável da Igreja.

    Tudo vai depender do parecer emitido no dia 06 de março pela comissão teológica, composta de cerca de vinte prelados entre cardeais e bispos, pertencentes à Congregação para a Causa dos Santos.

    ZENIT, tomando conhecimento do fato, de uma fonte não oficial, perguntou ao postulador geral da causa, o lassalista Rodolfo Meoli, se era verdade. Meoli apenas confirmou que a Congregação para a Causa dos Santos se reunirá no 6 de março para discutir sobre o servo de Deus Félix Varela com base em documentos apresentados na 'positio'.

    Ao contrário da canonização ou beatificação, a proclamação de Venerável não requer uma cerimônia. Ou seja, o Papa poderia, no meio de uma homilia ou discurso na Havana, indicar que Felix Varela é venerável.

    A figura de Felix Varela como venerável poderia despertar muito entusiasmo na ilha, o que contribuiria para o fervor que surgiu no ano passado, com a peregrinação da Virgem do Cobre, padroeira de Cuba.

    A figura do Padre Varela é bem conhecida e popular em Cuba. Se alguém perguntar a qualquer cubano quem é este herói, a resposta mais comum é: "Varela é aquele que nos ensinou a pensar." Uma frase que resume este escritor, filósofo, educador e sacerdote.

    Na história da cultura cubana o padre Felix Varela ocupa um lugar de prioridade absoluta pela sua contribuição para o desenvolvimento da cultura nacional, pelo seu marcado patriotismo e sua virtude ilustre.

    Sua figura nobre foi fonte de inspiração para as gerações cubanas do início do século XIX até hoje. Nascido na etapa crucial de dois séculos, interiorizou os questionamentos da razão preservando a essência da cultura cristã e ao mesmo tempo abrindo às novas exigências do pensamento.

    Foi professor, educador e modelo de piedade para seus discípulos. Em 1821 foi eleito e enviado como representante de Cuba às Cortes de Madri.

    Os três projetos de lei que fez durante sua estada na Espanha foram: de um Governo para as províncias ultramarinas; a independência e a abolição da escravatura.

    Não conseguiu fazer passar nenhuma dessas propostas e após a restauração do absolutismo real em 1823 teve que deixar a Espanha; não podendo voltar a Cuba foi forçada a se exilar nos Estados Unidos, em Nova Iorque, onde continuou sua batalha.

    Ao mesmo tempo foi um sacerdote exemplar, realizando escolas, construiu igrejas e evangelizou os imigrantes e pobres, ajudando-os a se integrar.

    Uma vez que o servo de Deus torna-se venerável, será necessário um primeiro milagre para a beatificação e um segundo milagre para a canonização.

    H. Sergio Mora

    [Tradução TS]

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    "Eu não sou um padre anti-máfia"
    Ennio Stamile, o pároco ameaçado pela 'Ndrangheta

    ROMA, quarta-feira, 1º de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - O carro arrombado e uma cabeça de porco decepada, com uma mordaça na boca, em frente ao portão de casa. Esta foi a intimidação perpetrada recentemente contra o pe. Ennio Stamile, pároco de Cetraro, na província de Cosenza, pela organização mafiosa 'Ndrangheta, da Calábria, no sul da Itália.

    "Eu não sou nem um padre anti-máfia nem um herói. Sou apenas um padre que faz o seu dever: diante do mal, não podemos ficar em silêncio", afirmou o sacerdote, em entrevista à Rádio Vaticano.

    "Essas duas intimidações, ou ameaças, são simplesmente uma reação à nossa ação pastoral, que às vezes tem que assumir o tom da denúncia, como aprendemos da doutrina social da Igreja", disse o pe. Stamile, em referência à Solicitudo Rei Socialis, de João Paulo II, que sugere que a denúncia faz parte da ação profética do sacerdote.

    "A denúncia vem depois do anúncio, mas também faz parte da nossa ação profética. É claro que, quando vemos o mal, o mal que atinge níveis preocupantes, porque envolve os pobres, os solitários, idosos e deficientes, é óbvio que não podemos permanecer em silêncio".

    Pe. Ennio, na entrevista, reafirma que na hora em que se faz uma denúncia, "essa denúncia não é entendida como um convite à conversão, mas, em alguns contextos, infelizmente, em alguns círculos da subcultura e do subdesenvolvimento, como uma espécie de desafio".

    Um desafio que é alimentado por rótulos da mídia, como “o padre contra a máfia”.

    "O sacerdote, como cristão, não é contra ninguém. Nós estamos do lado de cada ser humano, inclusive daquele que obviamente erra", afirma, convicto, o jovem sacerdote.

    "Esta é a nossa missão. Não temos interesses a defender, mas um papel profético a cumprir. Infelizmente, isso não é compreendido. E eu estou muito triste porque isso ameaça manchar a imagem da Calábria, que é uma terra extraordinária, de gente extraordinária, que faz o bem e o faz silenciosamente, se entregando todo dia ao serviço, ao voluntariado, ao compromisso pastoral especialmente com os mais fracos".

    Fica clara nas palavras do pe. Ennio a intenção de não querer ser apresentado como um "padre herói", um "padre anti-máfia", porque, diz ele, "não precisamos de heróis, mas de pessoas que simplesmente façam o seu dever, dentro dos seus limites, mesmo com as suas fraquezas. Pessoas que se esforcem todos os dias para lutar pelo bem, pela justiça, pela lei, pela solidariedade", acrescenta, observando que Cetraro "não precisa de heróis porque já tem vários: Giannino Losardo, que foi morto pela ' Ndrangheta, e tantos outros políticos, magistrados ou padres da terra da Calábria".

    Perguntado sobre quem se incomoda com o seu compromisso pastoral com a legalidade, Stamile diz que ele incomoda "aqueles que usam ferramentas criminosas, como a agiotagem, a ameaça, todas as formas de violência e de terror, especialmente contra os mais fracos".

    Uma situação dramática, e, infelizmente, comum entre muitos jovens, que, "com a desculpa de que não há trabalho na Calábria", se filiam à 'Ndrangheta pensando que "ela dará trabalho".

    Apesar dos dois episódios de intimidação, o padre diz que vai continuar a sua jornada: "Nós não podemos parar. E não vamos parar nem nos intimidar", afirma.

    "Não estamos sozinhos, e não só porque muitas pessoas estão do nosso lado, mas porque o Senhor está conosco. Como São Paulo nos ensina, quem poderá jamais nos separar do amor de Cristo? A tribulação? A nudez? O perigo? A espada?".

    Rádio Vaticano

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    Brasil


    Nota da CNBB por ocasiáo do dia nacional de combate ao trabalho escravo
    Conselho Episcopal Pastoral da CNBB divulga Nota Oficial sobre Trabalho Escravo

    BRASÍLIA, terça-feira, 31 de janeiro de 2012 (ZENIT.org).- O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) da CNBB emitiu Nota Oficial, assinada por Dom Leonardo Steiner, secretário geral da Conferência, por ocasião da celebração da Jornada Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, realizada neste sábado, 28 de janeiro:

    ****

    O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reitera, neste 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, seu apoio a todas as iniciativas que visam a erradicação deste mal que afronta a lei e desrespeita os direitos da pessoa humana. Toda forma de escravidão é um atentado à dignidade dos filhos e filhas de Deus e um pecado social que clama aos céus.

    Não obstante o esforço da Igreja, de Instituições do Estado e da Sociedade Civil, o trabalho escravo ainda é uma realidade deplorável, no campo, na indústria, no turismo, no setor imobiliário e em outras atividades econômicas. As vítimas são homens, mulheres, jovens, crianças e imigrantes de alguns países latinos que têm em comum a pobreza e o desejo de viver com dignidade.

    A Igreja, desde a década de 1970, por meio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e, mais recentemente, pelo Mutirão Pastoral Contra o Trabalho Escravo, tem denunciado este crime. Segundo dados do Ministério do Trabalho, até novembro de 2011, foram libertadas 2. 203 pessoas em situação de trabalho escravo. Muitos irmãos e irmãs ainda esperam esta libertação que só se realizará com a implementação de medidas que acabem com a impunidade dessa prática abominável.

    A CNBB faz veemente apelo ao Congresso Nacional para que aprove a PEC 438/2001, que destina para a Reforma Agrária as terras onde comprovadamente existe a prática trabalho escravo. Passados dez anos de tramitação dessa PEC, não é possível que o clamor dos que a defendem como um dos eficazes instrumentos de combate ao trabalho escravo soe como voz no deserto.

    É importante que se faça memória dos que perderam suas vidas no cumprimento de seu dever de combater o trabalho escravo, como os profissionais do Ministério do Trabalho assassinados em Unai-MG, aos 28 de janeiro de 2004. Seu sangue não pode ficar impune e seu trabalho deve continuar no compromisso de todos com a justiça.

    Nossa solidariedade se estende, ainda, a todas as pessoas vitimadas pelo trabalho escravo, no campo e na cidade. Lembramos ao Estado sua responsabilidade na defesa e proteção tanto dos combatem a chaga social do trabalho escravo quanto dos que dela são vítimas.

    Somos anunciadores do reino da esperança cuja raiz é Jesus Cristo, príncipe da paz, Senhor da vida, mestre da justiça. A Ele confiamos a vida e o sonho dos que trabalham na construção da justiça e da paz em nosso país.

    Leonardo Ulrich Steiner

    Bispo Auxiliar de Brasília

    Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

    (Fonte CNBB)

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    Cultura


    FILME: E agora, para onde vamos?
    Um filme que é um hino à paz e à harmonia entre as religiões

    ROMA, sábado, 04 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org) -. Num vilarejo libanês cristãos e muçulmanos convivem pacificamente, isolados do resto do mundo, graças ao colapso providencial de uma ponte. Mas de vez em quando os ecos da guerra, que recomeçou no país, chegam a eles, por meio de uma televisão improvisada, e as mulheres se reúnem em segredo para encontrar um modo de dissuadir os homens do revoltar-se novamente uns contra os outros...

    O filme E agora para onde vamos? é um hino à paz e à harmonia entre as religiões sem qualquer retórica, porque é baseado na realidade de muitas comunidades multiétnicas do Oriente próximo.

    Algumas linguagens são um pouco explícitas entre as mulheres, alguma cena sensual.

    Grande habilidade da diretora (também protagonista) no saber dirigir grande diversidade de características e conseguir dar-nos a imagem de uma comunidade viva, apaixonada e cheia de humanidade.

    O filme, se não prestarmos atenção a algumas perdoáveis arritmias, é uma obra-prima.

    A ambientação num pequeno vilarejo isolado do resto do mundo por causa da guerra, em um tempo não especificado, dá ao filme características de uma história que pode falar-nos sobre um tema universal, a paz.

    Misturando comédia, fábula, drama e musical com uma capacidade de fazer-nos sorrir com coisas muito sérias, de uma forma que não se via desde os tempos de La Vita è Bella (1997) de Roberto Benigni.

    Nesta pequena comunidade vivem juntos cristãos e muçulmanos que se conhecem desde crianças e gerenciam pacificamente seus negócios na sombra de uma mesquita e de uma igreja; porém mais para além de uma ponte, que foi providencialmente destruída, há a guerra que de vez em quando, por meio de imagens de uma TV improvisada, derrama a carga de ódio. O pequeno cimitério do vilarejo, dividido inexoravelmente em dois setores, já está repleto de sepulturas de maridos, filhos e pais que as mulheres de ambos os lados já estão cansadas ​​de ir visitar para renovar as flores e limpar as fotos de lembrança.

    Desde os tempos da Lisístrata de Aristófanes é a mulher que sempre demonstrou uma vocação firme para a paz; agora também Nadine Labaki, diretora e ao mesmo tempo atriz (como no seu anterior Caramel), juntamente com outras mulheres do vilarejo inventam de tudo e de todos os encantamentos que podem para distrair os seus homens e evitar que se matem uns aos outros pelo ódio religioso, pela vingança ou simplesmente para defender seu orgulho.

    O filme entretém e nos diverte ao mostrar a imaginação dessas mulheres, que conhecendo seus bebezões, procuram distraí-los com um grupo de bailarinas russas que estavam na cidadezinha, sem dúvida não por acaso, ou tentam fazê-los acreditar nas mensagens de uma presunta aparição de uma Nossa Senhora, muito informada sobre todas fofocas do vilarejo... Mas a comédia não é o único registro do filme: quando a tragédia chega inesperada e uma mãe se depara com seu filho morto por uma bala perdida, a tonalidade torna-se heróica e a mulher sabe sufocar seu ressentimento enterrando secretamente a criança para evitar que se torne um pretexto para começar uma cadeia de vinganças.

    Poderíamos ficar perplexos, diante da complexidade das problemáticas do mundo meio oriental, pela forma simples e direta com que as mulheres, apesar das várias provocações, são capazes de manter a coerência de pensar sempre e em todos os momentos em como manter em vida os seus maridos (usando às vezes métodos pouco ortodoxos) considerando-se satisfeitas só quando conseguem enterrar as armas fornecidas para o vilarejo. E talvez este seja o modo de afirmar o absurdo de todas as guerras: como é fácil pensar na paz e como se torna estúpido e irracional aqueles que vêem na guerra uma solução para seus problemas.

    Muito bonitas são as figuras do imame e do pároco da cidade, unidos primeiramente na harmonia das duas comunidades... e quando se unem com as mulheres na implementação dos subterfúgios destinados a pacificar os ânimos, não se sentem muito confiantes de terem cumprido atos agradáveis às suas respectivas Superioridades Celestes.

    Nadine Labaki esteve muito boa ao caracterizar todos os personagens: poucas cenas são suficientes e alguns toques para fazer-nos entrar na vida desta simpática comunidade. É verdade, é uma comunidade de fábula, mas poderia perfeitamente ser o modelo para tantas realidades multiétnicas.

    Se tivéssemos que reprovar algo à autora, não é possível negar que o seu ponto de vista seja exclusivamente feminino: enquanto as mulheres são sábias e controladas, os homens são vítimas dos seus instintos, sejam esses de natureza bélica ou simplesmente os de perder a cabeça diante da primeira mini-saia que passa na sua frente.

    *

    Título Original: Et maintenant on va ou?

    País: França, Líbano, Itália, Egito

    Ano: 2011

    Direção: Nadine Labaki

    Encenação: Nadine Labaki, Jihad Hojeily, Rodney El-Haddad

    Produção: LES FILMS DES TOURNELLES, PATHÉ, LES FILMS DE BEYROUTH, UNITED ARTISTIC GROUP, CHAOCORP, FRANCE 2 CINÉMA, PRIMA TV CON LA PARTECIPAZIONE DI CANAL +, CINECINEMA, FRANCE 2

    Duração: 100

    Elenco: Nadine Labaki, Claude Baz Moussawbaa, Layla Hakim, Yvonne Maalouf

    Para saber mais: http://www.familycinematv.it/

    Franco Olearo

    [Tradução Thácio Siqueira]

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    Familia e Vida


    Pelo menos o 65% dos bispos Americanos contra o plano sanitário de Obama
    Aborto e esterilização impostos às Instituições católicas

    ROMA, quarta-feira, 1 fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Pelo menos o 65% dos bispos dos EUA se manifestaram em defesa da liberdade religiosa na últimas duas semanas. A divergência do episcopado americano diz respeito à prestação da administração Obama que impõe às instituições católicas o financiamento do plano sanitário nacional, que compreende fármacos abortivos e a esterilização.

     O blogger católico Thomas Peters atualizou a lista dos bispos que fizeram declarações públicas - muitas delas feitas durante as homilias de domingo - sobre o plano de governo. O número dos bispos que se pronunciaram foram 126, enquanto que as dioceses são 197 em todo os Estados Unidos.

     "A administração Obama traçou uma linha na areia sem precedentes", disse o cardeal designado Timothy Dolan, Arcebispo de Nova York, na data da aprovação do plano.

     "Os bispos católicos estão empenhados a colaborar com os nossos compatriotas americanos para reformar a lei e mudar essa regra injusta", disse Dolan, que ocupa também o cargo de Presidente da Conferência Episcopal dos Bispos dos EUA.

     "Nós continuaremos a avaliar todas as implicações desta decisão chocante", disse o prelado.

     [Tradução Thácio Siqueira]

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    Deus chora na Terra


    Freiras de clausura rezam pela Igreja na China
    Iniciativa envolve cerca de 530 conventos de clausura da Itália

    ROMA, segunda-feira, 30 de janeiro de 2012 (ZENIT.org) - As notícias sobre a situação da Igreja na China são preocupantes. Os padres Angelo Lazzarotto e Piero Gheddo, missionários do Pontifício Instituto de Missões Exteriores (o Pime, que está presente no "Império do Meio" desde 1858), tiveram a iniciativa de envolver cerca de 530 conventos de clausura da Itália em uma campanha de orações: eles enviaram a cada convento o livro A Life in China (EMI 2011), que reúne as cartas do padre mártir Cesare Mencattini (1910-1941) comentadas pelo padre Lazzarotto, juntamente com duas cartas para as freiras explicando o porquê desta iniciativa.

    A Igreja na China "é hoje uma bela esperança para a Igreja universal e, especialmente, para a missão na Ásia, o continente em que vivem de 80 a 82% dos não-cristãos de todo o mundo", mas que "atravessa o momento mais difícil e decisivo da sua história recente, correndo até o perigo de cair num cisma, palavra que lembra outros momentos dramáticos e tristes na história milenar da Igreja de Cristo", escreve o pe. Gheddo, que, há mais de trinta anos, manda para conventos femininos de clausura os seus livros sobre as missões e sobre o trabalho do Pime.

    O pe. Angelo Lazzarotto, que já foi missionário em Hong Kong e é um profundo conhecedor da Igreja na China, graças às dezenas de viagens que fez ao país, falou brevemente, em declarações veiculadas pela Asia News, sobre a crise "desencadeada em 20 de novembro de 2010, quando as autoridades comunistas decidiram impor uma ordenação de bispos na cidade de Chengde, província de Hebei, sem o consentimento do Papa". "No verão de 2011, o governo impôs outras duas ordenações episcopais, uma no dia 29 de junho, em Leshan, na província de Sichuan, e a outra em 14 de julho, em Shantou, na província de Cantão, apesar de ter sido informado das razões pelas quais o papa não poderia dar a sua aprovação. Assim, a Santa Sé teve que declarar que os dois padres que concordaram em ser ordenados bispos contra as leis da Igreja tinham incorrido em excomunhão automática. A China protestou".

    "Infelizmente, o governo comunista não hesita em usar nem bajulação nem da violência física para atingir os seus objetivos. No ano passado, eles chegaram a mandar a polícia para forçar vários bispos a participarem da assembleia de dezembro de 2010 e também das ordenações episcopais. O governo criou para isto a Associação Patriótica Católica, que acaba marginalizando os bispos. Esse uso absurdo da força para impor determinadas opções religiosas desonra o prestígio da Nova China no mundo".

    Vários observadores e estudiosos dizem que há facções de extrema-esquerda que estão tentando assumir o comando na máquina administrativa chinesa. Aliás, um importante congresso do Partido Comunista está sendo preparado para renovar a cúpula do poder.
    Quanto às perspectivas para a Igreja na China, "há necessidade, é claro, dos novos bispos", prossegue o padre. "Mas a Igreja no país está em emergência, porque faz 30 anos, com o fechamento de todos os seminários, que nenhum padre é ordenado. Hoje, os possíveis candidatos para o episcopado têm de 35 a 40 anos de idade. Falta experiência. Então, enquanto muitos bispos e outros delegados tentaram de todas as maneiras recusar a participação nos eventos mencionados acima, outros não foram capazes de resistir. É difícil saber até que ponto eles aceitaram de forma voluntária, porque muitas vezes a preocupação deles é garantir o funcionamento das infra-estruturas essenciais para a vida da Igreja, considerando que o controle das finanças diocesanas está nas mãos dos membros da Associação Patriótica. É sabido que muito dinheiro flui através da Associação para um crescente número de dioceses, paróquias e seminários. Por isso, quem não coopera com o governo acaba pagando um enorme custo financeiro. E, como sempre, aceitar o dinheiro significa perder independência".

    Neste contexto, "as diversas tentativas do passado para se chegar a um entendimento com as autoridades comunistas na China falharam, por causa da sabotagem das forças interessadas em manter o estado de conflito. Mas Bento XVI, como os seus antecessores, nunca perde uma oportunidade de expressar a sua confiança na Igreja presente na China, bem como a alta estima que ele tem pelo povo chinês e o seu respeito pelo governo que o guia". E "as autoridades de Pequim não ignoram o prestígio considerável da figura do Papa em âmbito internacional, e por isso repetem que elas também estão disponíveis para melhorar as relações com o Vaticano".

    "Um diálogo construtivo precisa ser fomentado, na minha opinião, no campo prático. As comunidades católicas querem trabalhar pela paz social e fazer os seus esforços para o bem comum. Mas tem que ser assegurado que a Igreja possa operar de acordo com as suas tradições. Na escolha dos candidatos ao episcopado, é essencial que sejam sacerdotes adequados, em termos de requisitos pessoais e eclesiásticos. Não podemos aceitar que entidades impostas pelo Estado e estranhas à estrutura da Igreja se coloquem acima dos bispos na liderança da comunidade da Igreja. Isto foi dito claramente pelo papa Bento XVI".

    Para que se consiga chegar a um acordo válido e duradouro, o pe. Lazzarotto considera que "é preciso acontecer um verdadeiro milagre. Precisamos de uma cruzada de oração, sabendo que nada é impossível para Deus. O papa Bento XVI tem feito apelos reiterados aos católicos de todo o mundo para se juntarem à invocação dos irmãos e das irmãs da República Popular da China. Eles têm uma grande fé na Virgem Maria, que é venerada em muitos santuários, especialmente em Sheshan (perto de Xangai), onde ela é invocada como Auxílio dos Cristãos. O papa convida os católicos a pedirem a intercessão de Maria para "iluminar todos os que estão em dúvida, reconvocar os que se desviaram, consolar os que sofrem e dar força para aqueles que são atraídos pela sedução do oportunismo".

    Pe. Piero Gheddo

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    Mundo


    Preso na Nigéria o porta-voz de Boko Haram
    Após os ataques que mataram centenas de cristãos

    ROMA, sexta-feira, 03 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) .- Foi preso o porta-voz da seita terrorista islâmica, Boko Haram, na Nigéria. A prisão veio como resultado dos vários ataques contra os cristãos protagonizados por esta seita que deixou centenas de mortos e feridos em várias cidades do país.

    Os serviços secretos nigerianos – segundo informa a agência Reuters – deteram nesta quarta-feira, 1 de Fevereiro, o porta-voz do grupo terrorista islâmico, Boko Haram.

    A notícia foi divulgada pelas forças de segurança, acrescentando que o ativista fundamentalista, Abu Qaqa, foi preso na cidade setentrional de Kaduna.

    Qaqa foi o artífice das declarações à imprensa após os violentos ataques do grupo terrorista.

    Nos últimos meses, os de Boko Haram, que querem impor a lei islâmica na Nigéria, se declararam autores de uma longa série de atos de violência e de atentados, especialmente contra os cristãos, para forçá-los a deixar o norte do país Africano .

    Na semana passada, militantes extremistas tiveram como objetivo a cidade de Kano, matando dezenas de pessoas.

    [Tradução TS]

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    Dignidade e direitos dos imigrantes nos Estados Unidos
    Palavras do arcebispo de San Francisco, George Hugh Niederauer

    ROMA, quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - O respeito pela dignidade das pessoas não conhece fronteiras, não leva em consideração a cor da pele, não depende da existência ou não de documentos válidos de identificação. E, acima de tudo, não pode ser suspenso dentro dos presídios. Estas afirmações foram feitas pelo arcebispo de San Francisco, nos Estados Unidos, George Hugh Niederauer, no último dia 28 de janeiro, durante um encontro inter-religioso na catedral de Santa Maria, do qual participaram centenas de imigrantes, a maioria de origem hispano-americana.

    O discurso recebeu o apoio do jornal vaticano L'Osservatore Romano.

    O arcebispo de San Francisco questionou energicamente o programa federal de combate à imigração ilegal, em particular quando as medidas (que incluem a expulsão do território dos Estados Unidos) são cumpridas estritamente no âmbito da população carcerária, provocando sofrimento e profundas divisões entre as numerosas famílias de imigrantes presentes na arquidiocese californiana.

    "Não podemos permitir a dor das famílias, nem deixar que continue nas nossas comunidades esta separação e esse medo", afirmou o arcebispo, ressaltando que "precisamos respeitar a dignidade de todos os nossos irmãos e irmãs, com documentos ou sem".

    O programa federal de combate à imigração ilegal (a Califórnia é o estado com o maior número de trabalhadores imigrantes no mundo) inclui controles dentro dos presídios. As digitais dos detentos são comparadas com as de arquivos da agência de Imigração e Controle de Aduanas (ICE), e os que entraram no país ilegalmente são expulsos. A aplicação do programa, segundo os funcionários de ICE, levou à repatriação forçada de 110.000 imigrantes até agora.

    Segundo o diário vaticano, os defensores dos direitos dos imigrantes denunciam que a regra é aplicada muito facilmente às pessoas condenadas por delitos ou faltas leves. Em muitos casos, a polícia continua prendendo imigrantes com base em suspeitas genéricas, sem existirem particulares motivos de interesse público. "Este programa permite que os nossos irmãos e irmãs sejam mandados para centros de detenção por simples violações de trânsito", exemplifica Moisés Agudo, da arquidiocese de San Francisco.

    No mês passado, 33 bispos católicos dos Estados Unidos pediram "uma reforma na política de imigrações que seja justa, humana e eficaz", garantindo que os imigrantes sem documentos "não estão sozinhos nem esquecidos".

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    A solidariedade é o caminho contra a crise
    Economista Geert Noels reafirma o sentido da mensagem cristã

    ROMA, quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - "A mensagem cristã faz muito sentido e eu espero que ela permaneça em pé". São palavras do economista belga Geert Noels à revista de cultura, economia e política Tertio. Para superar a crise atual, diz Noels, co-fundador e chefe da Econopolis, precisamos de um retorno à "solidariedade".

    Noels analisa a crise de uma perspectiva mais ampla e crê que devemos retornar à sobriedade. "A revolução sustentável está acontecendo. A mentalidade muda. Já abraçamos a energia alternativa. A parcimônia ganha novas oportunidades", disse o economista, nascido em 1967. "A crise não vai poupar ninguém", alertou. "Temos que lidar com as armas do passado para a construção da solidariedade. A primeira linha de defesa são a família e os amigos. A solidariedade na base vai ajudar a levar a bom termo o processo de mudança".

    Segundo ele, o renascimento parte da base, inspirada no essencial. Embora Noels não frequente a igreja há anos, ele não exclui um retorno. "Muitas pessoas da minha geração têm dificuldades com a Igreja como instituição", mas " ver gente que se reúne no domingo e que arruma tempo para refletir é algo que sem dúvida atrai um bom número de pessoas".

    "Você pode sempre contar com os princípios cristãos e percebe isto cada vez mais quando vai avançando na idade. Eu acredito profundamente nisso", afirmou Noels. "São princípios encontrados em livros escritos décadas após a morte de Cristo e que têm muitas interpretações. Sua essência é uma doutrina que pode permitir que as pessoas vivam de forma adequada na comunidade e possam se ajudar a superar os maus momentos e vencer o desespero".

    "Os problemas variam, mas correm em paralelo. A fome física se transformou em fome espiritual. A mensagem cristã faz muito sentido e eu espero que ela permaneça em pé. Sinto que ela une muitas pessoas".

    Quanto ao transcendente e a Deus, Noels diz seguir o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, que conhece há 25 anos. "Ele já pensou muito nisso e precede o que eu estou atravessando. Estamos todos em busca do significado daquilo que fazemos e queremos saber se existe um depois. Há algo depois da morte? Eu me sinto incapaz de fazer grandes declarações sobre isso. Mas noto que, com a idade, encaro as coisas com muito mais serenidade. A vida não é sem sentido", disse o economista.

    Noels está "muito otimista" em relação à redescoberta da espiritualidade, mas menos otimista quanto ao seu encaminhamento. Ele se refere à radicalização dos cristãos nos EUA e ao fundamentalismo em outras religiões. "As pessoas estão procurando sentido e são suscetíveis aos abusos. Esperamos que a aspiração espiritual vá na direção certa e que as pessoas ouçam a boa notícia", conclui Noels.

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    Novo site dos religiosos camilianos
    Para celebrar o IV centenário da morte de S. Camilo de Lellis

    MADRI, quinta-feira 02 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) .- A Ordem Religiosa Camiliana abriu um site para marcar a celebração do IV centenário, que começará no dia 14 de julho de 2013 e finalizará um ano depois.

    O www.camillodelellis.org trará todas as notícias, atividades e eventos que se organizem no mundo sobre este aniversário da morte de São Camilo. O Padre Renato Salvatore MI, superior geral da Ordem dos Ministros dos Enfermos disse na sua apresentação que o novo site é uma amostra da intensidade e seriedade com que o comitê central organizador desta efeméride está trabalhando. Uma celebração que, segundo ele, deve ser da mesma magnitude do santo que nós lembramos.

    E acrescentou: "Celebrar não é apenas para lembrar, mas também para fazer que ressoe no coração a paixão por Cristo, sua humanidade e seu sofrimento como Camilo de Lellis o experimentou".

    Finalmente, o Padre Renato convidou os membros de sua família espiritual para se prepararem para viver intensamente este quarto centenário, já que é uma oportunidade de reviver cada dia o “amor misericordioso” que viveu São Camilo colocando “mais coração nas mãos”, no cuidado dos pobres e doentes.

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    O mundo de hoje tem necessidade dos consagrados
    Arquidiocese de Braga promove a III Semana do Consagrado

    ROMA, quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) - A Arquidiocese de Braga, Portugal, informou que entre os dias 29 de janeiro e 5 de fevereiro promove a III Semana do Consagrado, sob o tema: “A vida Consagrada no Coração da Evangelização, 50 anos depois do começo do Concílio Vaticano II”.

    ***

    A Arquidiocese apresentou a mensagem de D. Virgílio do Nascimento Antunes, Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios para a Semana do Consagrado 2012 e também orientações para a Vigília de Adoração.

    “Entre os maiores dons de Deus à Igreja, conta-se a vida consagrada, nas suas variadas manifestações, fruto de um caminho já longo de escuta e discernimento da voz do Espírito Santo”, assim inicia a mensagem de D. Virgilio.

    No contexto da evangelização a mensagem recorda que “a fé cristã chegou mais longe graças à sua disponibilidade de homens e mulheres seduzidos por Cristo, dispostos a deixar tudo para O seguir e O anunciar”.  

    O mundo de hoje tem necessidade dos consagrados: “A sua palavra suportada por um estilo de vida aberto aos outros, por uma fé incarnada e por uma esperança alicerçada em Deus, tem força persuasiva. O seu amor partilhado em gestos quotidianos de caridade, leva a marca inconfundível e inegável do Filho de Deus que morreu por aqueles que ama”; prossegue o texto.

    A mensagem recorda que a Semana do Consagrado, acontece 50 anos após o início do Concílio Vaticano II que “ao contextualizar a vida consagrada no mistério da Igreja, realça o dinamismo espiritual de que é portadora” , para depois afirmar que dele “nasce o dever de trabalhar na implantação e consolidação do reino de Cristo nas almas e de o levar a todas as regiões com a oração ou também com a ação, segundo as próprias forças e a índole da própria vocação” (Lumen gentium, 44).

    A mensagem termina afirmando que “A Igreja tem, por isso, muito a esperar da vida consagrada, neste tempo em que urge um novo ardor e uma nova metodologia na ação evangelizadora, ao mesmo tempo que 'defende e favorece a índole própria dos vários Institutos religiosos'(Lumen gentium, 44)".

    A Eucaristia de encerramento no último dia decorrerá pelas 16h na Cripta do Sameiro, presidida pelo arcebispo Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga.

    Maria Emília Marega

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    Colaboração entre sacerdotes, religiosos e leigos para construir juntos a Igreja
    Hong Kong apresenta "As estatísticas da diocese"

    ROMA, segunda-feira, 30 de janeiro de 2012(ZENIT.org) – A diocese de Hong Kong que celebra o Ano dos Leigos e encoraja os fiéis a participar da vida nas comunidades e da formação da fé paroquial, apresenta “As estatísticas da Diocese”.

    ***

    Segundo a Agência Fides de notícia a diocese de Hong Kong está celebrando o Ano dos Leigos e como resposta às exigências deste evento, a Comissão diocesana para a construção e o desenvolvimento da diocese publicou recentemente "As Estatísticas da Diocese". Este apresenta os números sobre paróquias, sacerdotes, religiosos/as, centros educativos e de serviço social, e todas as informações sobre as estruturas e o empenho eclesial em Hong Kong.

    Durante a apresentação do estudo, de acordo com a notícia, Dom Domenico Chang, Vigário diocesano, hoje a Igreja em Hong Kongconta 350 mil fiéis locais, aos quais se acrescentam os colaboradores domésticos filipinos e outros estrangeiros, alcançando assim a cifra de 530 mil. Em 2011, houve 6.200 batismos (2.700 recém-nascidos, 3.500 adultos). Atualmente, a porcentagem de fiéis por cada sacerdote é de 2.300 pessoas. Em 2009, cada sacerdote se ocupava de 1.200 fiéis, no ano seguinte esta cifra aumentou a 1.715. 

    O texto também recorda o desenvolvimento da Igreja em Hong Kong, que no período de 1954 a 1974 os católicos aumentaram em cerca de 200 mil, com a chegada dos refugiados de todo o continente.

    A Comissão destacou que a publicação constitui uma resposta às exigências do Ano dos Leigos que a diocese está celebrando:"Das estatísticas, resulta um aumento dos fiéis e uma diminuição dos sacerdotes. Disso provém uma solicitação a uma maior e mais profunda colaboração entre sacerdotes, religiosos e leigos para construir juntos a Igreja, sobretudo no Ano dos Leigos".

    Segundo informado pelo Kong Ko Bao (boletim diocesano em chinês), em setembro de 2011, Dom Domenico Chan, anunciou o programa do Ano dos Leigos 2012 para ajudar os fiéis a viver a iniciativa com continuidade e encoraja os fiéis a participar da vida nas comunidades e da formação da fé paroquial.

    Maria Emília Marega

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    Em foco


    As escolhas de Dom Bosco dependem dos apelos de Deus
    Mensagem do Reitor-Mor dos Salesianos e as estatísticas atualizadas da Congregação Salesiana.

    ROMA, segunda-feira, 30 de janeiro, 2012 (ZENIT.org) .- "No coração do Antigo Testamento está o chamado de Deus a Moisés, no dia da sarça ardente. O Senhor no livro do Êxodo (3, 7-8) disse: "Eu vi a aflição do meu povo no Egito e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores; porque conheço os seus sofrimentos. Desci para liberá-lo das mãos do Egito e para fazê-lo sair deste país a um país belo, e dizendo os quatro verbos: "Eu vi ... Eu ouvi ... eu conheço ..., eu desci para resgatá-lo", mostrou de forma clara e significativa a paternidade perfeita, expressão de não-abandono dos seus filhos."

    A partir desta consideração Pe. Pascual Chávez Villanueva, Reitor-Mor dos Salesianos, em uma mensagem enviada a todos os seus irmãos e membros da Família Salesiana (cooperadores, ex-alunos, voluntários, congregações femininas fundadas pelos salesianos em várias partes do mundo) coloca bastante em evidência que Dom Bosco foi chamado a encarnar a paternidade de Deus no nosso tempo, o que significa que "vivia e trabalhava em um período de rápidas transformações epocais, sobretudo na área social e eclesial. Em particular, acelerou-se o processo iniciado com o Iluminismo, que terminou com a societas cristã, através do triunfo das ideologias agnósticas e anti-cristãs, a ostensiva incompatibilidade entre razão-ciência e fé, o progressivo afastamento das classes médias e populares das instituições eclesiais (mais rápido na cidade, gradualmente, na zona rural). Na Itália, a questão romana abriu uma grave ferida na alma dos fiéis. Sob a pressão da inteligência secular anti-clerical e da burguesia empreendedora, que com a arma da editorial orientava a opinião pública e os estilos de vida, as novas gerações, gradualmente formadas em uma escola progressivamente agnóstica, ficavam desorientadas,  presas fáceis de idéias e costumes cristãos. Ao mesmo tempo surgiam pobrezas novas, grandes migrações internas e externas, desenraizamentos culturais, exploração do trabalho e decadência moral das classes mais pobres."

    Consciente de que a missão confiada pelo Senhor era aquela de salvar os jovens, Don Chávez lembrou que em um contexto histórico caracterizado por traumas e tensões sociais Dom Bosco  entrou "amorosamente e criativamente no seu tempo, vivendo todos os acontecimentos com participação muitas vezes dolorosa, convencido de que a graça de Deus é mais forte do que qualquer obstáculo humano e sustenta eficazmente aqueles que trabalham para difundir o Reino de Cristo nos corações. "É por isso que a situação dos jovens pobres que encontrou na Turim dos anos 40 e 50 do século XIX, estimulou e orientou operacionalmente a sua sensibilidade educativa, o seu zelo pastoral e os seus dons naturais que o levaram a realizar um discernimento em função pró-ativa e preventiva , dando origem não só às iniciativas em sintonia com as necessidades e gostos dos tempos e dos jovens, mas elaborando "respostas adequadas e eficazes (porque de longo alcance e fruto do discernimento e da genuína caridade) para novos problemas, novos desafios, novas necessidades, novos ataques "satânicos", a partir de uma fé fortíssima, de uma esperança firme, de uma doação absoluto a Deus e aos irmãos, de uma liberdade interior fruto de purificação e desprendimento de si."

    Para colaborar na sua lição de esperança e de coragem Dom Bosco convidou alguns dos meninos que freqüentavam o Oratório de Valdocco para escolher o sacerdócio e a vida religiosa, e assim deu origem à Congregação Salesiana, que, lentamente e bravamente, se espalhou pelo mundo, comprometidos a realizar iniciativas educativas especialmente relevantes com uma clara marca religiosa.

    Atualmente, e o Reitor-Mor o tem anunciado no final dos trabalhos do Conselho Geral, realizado há poucos dias atrás, os salesianos no mundo são um total de 16.000. O número total é composto por 15.439 professos (há um ano eram 15 162), aos quais se acrescentam 414 noviços (no ano passado eram 481) e 121 bispos; no cálculo não está considerado Dom Daniel Sturla, nomeado Bispo Auxiliar de Montevidéu no 10 dezembro, mas ainda não consagrado.

    Sabendo que os Salesianos podem ser sacerdotes ou leigos (chamados "coadjutores"), temos que no âmbito de quem já professou os votos perpétuos os salesianos coadjutores são 1609 (1664 no ano passado), enquanto que os padres salesianos são 10.433 (10.503 há um ano atrás).

    Embora haja uma diminuição no número dos irmãos nota-se um crescimento global do número de salesianos na Regional Sul da Ásia, Leste da Ásia, Oceania e África-Madagascar. E, sobre os noviços, as Inspetorias que tem o maior número são quase todas Asiáticas: Índia-Guwahati 24, a Indonésia-Timor Leste 21, o Vietnã 20, A África Central 22.

    As obras salesianas erigidas canonicamente no mundo são 1823, enquanto há 142 presenças ainda não erigidas canonicamente. Os países em que trabalham os Filhos de Dom Bosco tornaram-se 131 em 2011, um a mais que em 2010, devido à separação do Sudão em dois países separados, Norte e Sul do Sudão, onde os salesianos já estavam presentes com algumas obras.

    Enquanto no 2011 o número das Inspetorias e das Visitadorias manteve-se inalterado (são 89), na reunião do Conselho Geral do janeiro de 2012 foi criada a nova Inspetoria da Índia-Silchar e nos próximos meses haverá uma reorganização da Circunscrição Especial Europa do Leste.

    É interessante também saber que a Inspetoria com o maior número de salesianos - 520 entre professos e noviços - é aquela original de Don Bosco, a Circunscrição Especial Piemonte-Vale de Aosta, enquanto a Inspetoria da Hungria tem apenas 37 irmãos. E é também significativo saber que o primado da presença dos salesianos ​​por nações individuais é da Índia com 2537 irmãos, enquanto na Namíbia são apenas 2, onde estão presentes há apenas 15 anos.

    Eugenio Fizzotti

    [Tradução Thácio Siqueira]

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    Entrevistas


    Desafios da vida religiosa na nova evangelização
    Zenit entrevistou Pe. Santino Brembilla, Superior Geral dos Missionários Monfortinos

    ROMA, quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) - Zenit entrevistou o Padre Santino Brembilla, Superior geral dos Missionários Monfortinos. O padre Santino Brembilla é o primeiro italiano a conduzir a congregação e vem exercendo a função pelo segundo período. Foi missionário durante muitos anos na América Latina, e fala com clareza sobre os desafios da vida religiosa na nova evangelização e de outros aspectos da atualidade desta família fundada por São Luis Maria Grignion de Monfort.

     ***

    Há algumas semanas atrás, estiveram reunidos os superiores gerais das Congregações Religiosas de todo o mundo para falarem sobre o tema da: NOVA EVANGELIZAÇÃO. A questão que mais se ouviu falar foi esta: “Que mudanças terão que haver, dentro de pouco tempo, nos religiosos”?

    Falou-se deste assunto e foi com grande satisfação que constatei que estamos todos regressando ao essencial da vida religiosa: a conversão da comunidade e, mais particularmente dos indivíduos, ao Evangelho.Para essa finalidade é preciso ter uma especial atenção à formação permanente, que deverá entender-se de viver com paixão, intensidade e profundidade a vida quotidiana, sempre à luz da Palavra de Deus. É fundamental ser coerente: antes de se falar de evangelizar os outros, é preciso que nós mesmos e as nossas comunidades sejam as primeiras a deixarem-se evangelizar, segundo o Evangelho. Deixámos a reunião dos nossos trabalhos, todos bem convencidos de que há a fazer um trabalho aprofundado no interior das nossas Congregações.

    Na sua opinião: porque foi deixada essa “paixão”?

    São muitas as causas. Penso, por exemplo, na introdução de uma certa cultura de secularização nas congregações. Ainda que digamos acreditar e viver a nossa vocação, mas o estilo de vida e os nossos pensamentos refletem muito, pelo contrário, a mentalidade secularizada. E nos países nórdicos, onde faltam novas vocações, existe outra causa:  sem aparecerem novas gerações que dinamizem com entusiasmo  o desejo sincero de mudança, as pessoas que avançam nas suas idades e vão-se acostumando,  perdendo assim também aquela paixão e aquele entusiasmo necessário para um contínuo renovamento ao serviço da evangelização.

    Quais pistas e orientações são aconselhas para retomar essa fidelidade evangélica?

    No nosso capítulo geral do mês de Maio 2011 traçamos algumas linhas orientativas para seguir esse caminho que deve mexer conosco, entre nós, e nos outros através de nós. Sem uma mudança profunda em nós e na nossa comunhão fraterna, passando de uma “vida comum” a uma “comunhão de vida”, não poderemos ser sinais da boa nova do Reino nasociedade hodierna.

    Na assembleia dos Superiores Maiores do ano passado foram identificados vários e difíceis contextos da vivência da fé: a indiferença, aqueles que abandonaram, outros que acham que “não têm necessidade”…: que tipo de resposta poderão dar as congregações  a estes desafios?

    Exige-se de nós um novo modo de aproximação com quem vive no ateísmo prático, com quem se afastou da fé ou do caminho da vida espiritual. Devemos ser luz, sinais, viver em coerência com o Evangelho. Hoje as pessoas, apesar da secularização e do desinteresse por um caminho de fé, têm sede de valores e de contato, de diálogo, de escuta; há que ter a capacidade de acompanhar em situações difíceis, por exemplo, a família, em tempos de crise económica, como os atuais. É importante que os religiosos estejam presentes e atentos já que, estando receptivos às interrogações das pessoas do nosso tempo, possam enveredar por caminhos de uma recuperação do sentido profundo da vida.

    Alguns interrogam-se sobre qual é o papel da nova evangelização, diferente da “missão ad gentes”… Para os Monfortinos que se encontram nestes dois campos de ação: como se deverá atuar nestes dois campos de missão?

    Até há umas dezenas de anos atrás só se falava de evangelização “ad gentes; agora, porém, que muitas regiões, outrora católicas, se afastaram da fé, fala-se de uma “nova evangelização”.Essa…é muito pluri-direcional, não apenas do Norte para o Sul do mundo, mas diz respeito a todos. Por diversos anos eu mesmo desenvolvi um trabalho apostólico no Perú e, no aspecto de ação missionária, encontrei aí mais satisfação do que em qualquer outro País. A Europa encontra-se hoje a ter que dar resposta a um desafio verdadeiramente importante.

    E qual ajuda missionária poderá oferecer o “Sul” ao “Norte”?

    São necessárias hoje pessoas verdadeiramente apaixonadas. A missão de anunciar o Evangelho só será possível se existir essa paixão que fez arder o coração dos discípulos de Emaús…Daqui surge a importância de formar com muito cuidado as vocações à vida religiosa, que provêm do Sul. Não se esqueça que não devemos preocupar-nos tanto com números, mas sim mais com qualidade, ou seja, com profundidade e coerência de vida. 

    E como “fazer morrer” o secularismo que você identifica nas congregações e ordens religiosas?

    Não é fácil, já que está de tal forma enraizado que não se  vê o fim…E refiro-me a uma vida muito cómoda, direi mesmo burguesa, onde se fala dos três votos e, apesar disso, frequentemente não se vê nada de pobreza nem de obediência; o individualismo está de tal forma enraizado na vida religiosa que torna-se difícil encontrar disponibilidade para os serviços apostólicos necessários. São comportamentos que nos próximos anos terão que desaparecer se quisermos renovar-nos.

    Está-se afirmando nestes dias na Itália que a Igreja tem muitas facilidades, benesses, e por isso está aberta a discussão sobre o que a igreja deverá, ou não, pagar…

    Para mim é importante que a informação seja exata e real. Se as instituições religiosas tiverem atividades de lucro, estas deverão estar sujeitas à lei do Estado, pagando os devidos impostos para o bem comum. No entanto, as obras caritativas e de solidariedade deverão ser públicas e reconhecidas para que haja consentimento nas pessoas acerca das isenções. Por exemplo na Itália, no mundo da emigração que é uma nova forma de pobreza, há religiosos prestando serviços excelentes e necessitam ser apoiados.

    A Congregação dos Missionários Monfortinos fez 300 anos, com uma importante presença de 150 anos no Haiti, e de 50 anos no Perú. Que significa tudo isso?

    Estive no Perú nesse aniversário dos 50 anos e muita gente me dizia: “estamos muito agradecidos por todo o bem que têm feito no nosso país; a presença da comunidade monfortina foi um grande dom do Senhor.” Para nós este é um motivo também para continuarmos com a mesma paixão e dedicação, vivendo o nosso carisma ao serviço do Evangelho.

    Falando de evangelização na América Latina, esta também recebe críticas…Que lhe parece o trabalho que se está desenvolvendo neste continente?

    A falta de uma maior presença, com mais profundidade e autoridade da igreja católica, é um problema muito sério. Estou a lembrar-me  da minha missão no Perú, quando cheguei à selva de Uchiza, região de São Martinho; a zona que aí me confiaram era composta de 80 lugares (aldeias) e com uma única igreja na cidadezinha de Uchiza, frequentada apenas por pessoas de uma certa idade. Quando comecei a trabalhar nas comunidades e a visitar os aldeamentos logo uma senhora veio dizer-me que apesar de ser católica, todos os fins de semana frequentava um grupo evangélico para poder escutar a Palavra de Deus e para cantar, uma vez que os católicos não se reuniam. Outra senhora dizia-me que ela não participava no culto deles porque ela era católica, mas que mandava lá os seus filhos, caso contrário, quando é que eles iriam aprender a Palavra de Deus? Julgo que o vazio ali deixado pela nossa igreja católica tenha sido o gradual afastamento das pessoas que desejavam viver a sua fé. Trabalhei ali com muitos leigos, reunindo-me mensalmente com eles, a fim de que eles estivessem em grau de animar as comunidades cristãs. Era essa a maneira de encontrar comunidades preparadas e animadas na ocasião da minha passagem. A formação dos leigos deverá ser continuada ou retomada como uma prioridade, a fim de que, com essa preparação, os leigos empenhados venham a assumir as suas responsabilidades e sejam reforçadas as comunidades católicas.

    E como poderão os Monfortinos responder à nova evangelização?

    Celebramos há pouco os 300 anos do início da Congregação e em 2016 iremos celebrar os 300 anos da morte do Fundador. Por essa razão pensamos – sobretudo a partir do ano 2012, ano em que se celebra o 300º aniversário da redação do TRATADO da Verdadeira Devoção a Maria, escrito por Montfort – de propor aos membros da Congregação uma séria reflexão para nos apropriamos com maior consciência da espiritualidade monfortina, alargando esse estudo também às outras obras. Dessa forma poderemos vir a celebrar os 300 anos da morte do Fundador não apenas com gestos exteriores, mas através de um caminho que nos leve à renovação  da vida pessoal e da vida da comunidade. Quando no mês de Maio de 2011 pude cumprimentar o Papa, eis que ele, com um grande sorriso no seu rosto, disse que agora o Papa João Paulo II é a grande figura que divulgou por todo o mundo a profundidade da espiritualidade do nosso santo fundador. Até na homilia da sua beatificação, o atual papa citou Montfort duas vezes, indicando-o como um Santo que teve uma enorme influência na espiritualidade do novo Beato.

    Tem qualquer outra “perspectiva” que possa partilhar com os leitores?

    A nova Administração geral exprimiu o desejo de que se coloque ao centro o carisma herdado de Montfort uma vez que a nossa congregação – por razões históricas – desenvolveu atividades  muito diversificadas tais como paróquias, escolas, e outras, esquecendo a própria especificidade da evangelização através de missões para renovar o espírito cristão e redescobrir a fidelidade ao batismo. O nosso Capítulo geral lançou o apelo para que façamos escolhas corajosas e audazes para retomar aquele percurso da coerência com o carisma do Fundador.

    Qual é o atual desenvolvimento da Congregação?

    Não somos muitos;  à volta de 900 religiosos, e com uma presença em 27 países. Nestes últimos anos estamo-nos estabilizando no número em virtude das vocações que provêm das Filipinas, Indonésia, Índia, assim como também da África e da América Latina. E uma vez que na Europa há um forte declínio, estamos iniciando caminhos de colaboração internacional naquelas realidades históricas que apresentam desafios novos, criando assim comunidades internacionais que aprofundem a formação na espiritualidade monfortina. Dêmos o exemplo da França, lugar do nosso nascimento. As iniciativas aí obrigar-nos-ão a ter que deixar certos empenhos pastorais, por exemplo paróquias, entregando-as ao clero diocesano.

    A que ponto se encontra o processo do doutoramento de S.Luís Maria de Montfort como “ Doutor da Igreja”?

    Ainda que o processo tenha ficado parcialmente parado,  o próprio Papa convidou a trabalhar neste projeto. O Padre Lethel, carmelita, que no ano passado pregou o retiro quaresmal à Cúria do Vaticano, na presença do Papa, ficou com a nítida sensação que Bento XVI, tendo ouvido as reflexões  sobre Montfort, ficou assim com uma nova visão sobre a figura de Montfort.

    O que é que a Igreja exige para lhe atribuir tal título?  

    É importante que a sua obra seja apresentada no seu conjunto completo e não de maneira truncada, como fazem alguns movimentos que lhe desvirtuam o conteúdo. É necessário estudar Montfort mais aprofundadamente e organizar encontros, em diversas partes do mundo, que ponham em relevo a grande influência que Montfort exerce, ainda hoje, na espiritualidade da Igreja.

    Por: José Antonio Varela Vidal

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    Ideologia de Gênero: neototalitarismo e a morte da família
    Entrevista com Jorge Scala

    Por Thácio Siqueira

    BRASILIA, terça-feira, 31 de janeiro de 2012 (ZENIT.org).- O livro “Ideologia de Gênero: neototalitarismo e a morte da família”, cuja versão em português esteve aos cuidados da editora Katechesis, é um livro do advogado pró-vida, argentino, Jorge Scala, lançado no Brasil em Outubro do ano passado. Zenit entrevistou o autor, que nos explicou brevemente o significado do seu livro e os perigos desta ideologia nas nossas sociedades.

    Por que um livro sobre a ideologia de gênero?

    A razão é simples: a ONU criou uma Agência do Gênero. Essa agência se dedica a controlar que todos os organismos e programas da ONU incluam o gênero. Por sua vez, a União Européia e o Banco Mundial condicionam os empréstimos para o desenvolvimento dos países pobres, por cláusulas da difusão de Gênero. Finalmente, se incorporou o gênero no sistema educacional dos nossos países. Dado tudo isto, é necessário investigar o que é o gênero.

    O que significa dizer que a ideologia de gênero é uma ideologia e não uma teoria ou uma descoberta científica?

    Uma teoria é uma hipótese verificada experimentalmente. Uma ideologia é um corpo fechado de idéias, que parte de um pressuposto básico falso – que por isto deve impor-se evitando toda análise racional -, e então vão surgindo as conseqüências lógicas desse princípio falso. As ideologias se impõem utilizando o sistema educacional formal (escola e universidade) e não formal (meios de propaganda), como fizeram os nazistas e os marxistas.

    O que é, então, a ideologia do gênero? Como você a descreveria para nossos leitores?

    Seu fundamento principal e falso é este: o sexo seria o aspecto biológico do ser humano, e o gênero seria a construção social ou cultural do sexo. Ou seja, que cada um seria absolutamente livre, sem condicionamento algum, nem sequer o biológico -, para determinar seu próprio gênero, dando-lhe o conteúdo que quiser e mudando de gênero quantas vezes quiser.

    Agora, se isso fosse verdade, não haveria diferenças entre homem e mulher – exceto as biológicas -; qualquer tipo de união entre os sexos seria social e moralmente boas, e todas seriam matrimônio; cada  tipo de matrimônio levaria a um novo tipo de família; o aborto seria um direito humano inalienável da mulher, já que somente ela é que fica grávida; etc. Tudo isso é tão absurdo, que só pode ser imposto com uma espécie de "lavagem cerebral" global.

    Você, em seu livro, a chama de “ideologia totalitária”. Há alguma relação com as ideologias totalitárias que a humanidade tem experimentado na história? Ou é um passo para chegar a estas situações de políticas totalitárias?

    O gênero destrói a estrutura antropológica íntima do ser humano, por tanto quem fique à mercê dessa ideologia o fará “voluntariamente”. Não é mais do que uma ferramenta de poder global que, se imposta, levará a um regime totalitário – ainda quando haja eleições e partidos políticos como na Alemanha nazista -. Em contraste, nas outras ideologias conhecidas, o Estado dominava - ou domina como na Coréia do Norte ou em Cuba - pela força bruta.

    Parece uma ideologia que entra nos países pelo aspecto legal e jurisdicional. Não será a falta de reconhecer uma lei natural, e a adoção do positivismo, os alicerces deste totalitarismo?

    O problema parece mais profundo e complexo. O ethos é aquilo que um povo estima o que está bem e o que está mal, desde as profundezas do seu coração, não importando o que digam as leis e até mesmo o que cada um faça na própria vida. O problema é que o Ocidente perdeu o seu ethos comum, até 30 ou 40 anos atrás, era o cristianismo. O liberalismo fez que muitas pessoas acreditassem que a moral fosse um assunto privado de cada pessoa. Então, para alguns, é bom mentir, roubar, matar e fornicar - em certas circunstâncias -; e como todas as opiniões são iguais, a única maneira de viver em sociedade é que as leis “imponham” um certo ethos, que deve ser aceito por todos, sob certas penalidades. Por isso, nos nossos parlamentos promove-se todos os tipos de leis de gênero. Busca-se com elas que – junto com a educação -, formem o novo ethos dos nossos povos. E se o gênero se converte em ethos, o sistema totalitário funcionará plenamente.

    A teoria do gênero é totalitária, mas não vemos ninguém perdendo as suas vidas. Então, por que ter medo de algo que não passa de leis e de idéias? Não é melhor respeitar a opinião de cada um?

    Em 2010 a Espanha reformou a sua lei do aborto conforme a ideologia do gênero, considerando-o "direito humano" essencial da mulher. Naquele ano houve 113.031 abortos na Espanha. Essa "lei" e essa "idéia" mataram - só na Espanha e só nesse ano -, muitas pessoas. Não é pra ter medo da ideologia do gênero, mas é necessário enfrentá-la no campo das idéias, que é onde ela pode ser vencida mais facilmente.

    Sempre é necessário respeitar as pessoas - independentemente dos seus pensamentos-. No entanto, as opiniões não se respeitam: se discernem. O livro ajudará o leitor a fazer seu próprio discernimento sobre o gênero.

    Qual é, então, as conseqüências para nossos filhos, para a próxima geração?

    Eu respondo com um fato real. Dei uma palestra sobre esta ideologia, a todos os professores de uma cidade de 7.000 habitantes, numa área rural da minha província. Gente simples e trabalhadora. Ao concluí-la, uma professora comentou em voz alta: 'Agora eu entendo porque há alguns dias atrás meu filho de 7 anos me perguntou: mamãe eu sou menino ou menina ...? As pessoas formadas e maduras estão imunes dessa ideologia, mas se a permitirmos penetrar nas crianças desde tenra idade - cinema, rádio, TV, escola, revistas -, em muitos casos, teremos que lamentar com o tempo tragédias de todo tipo.

    "Onde haja um homem – mulher ou varão - , sua inteligência buscará a verdade, sua vontade tentará amar e autodirigir-se para o bem ", é o que você afirma no seu livro. Qual seria a melhor maneira de combater esta e outras ideologias semelhantes que tendem a penetrar nas Constituições e leis dos países? É a formação de homens e mulheres verdadeiros? O que significa um homem ou uma mulher verdadeiros?

    Ante todas as idéias insalubres ou absurdas que giram pelo mundo atual, o mais importante não são outras idéias que as combatam; Mas sim, testemunhas da verdade. Mulheres e homens sinceros, de carne e osso. A mulher é a mãe, ou seja: o amor incondicional e que sempre está presente. O varão é o pai, ou seja: a autoridade, o amor que põe limites e condições, para tirar o melhor de si de cada um. Ambos amores são necessários para chegar à maturidade humana. Conhecer um homem e uma mulher assim, é a melhor "vacina" contra a ideologia do gênero.

    Todo o dinheiro da venda desse livro no Brasil é revertido para o movimento Pró-vida do Brasil. O livro é distribuído no Brasil pelo Prof Felipe Nery (proffnery@hotmail.com)

    Jorge Scala - Argentino. Advogado. Professor de Bioética na Universidad Libre Internacional de las Américas. Professor honorário da Universidad Ricardo Palma. Prêmio Thomas More do Instituto Tomas Moro. Prêmio João Paulo II à defesa da vida da Universidad Fasta. Autor e co-autor de vários livros. Deu mais de 600 palestras em 17 países.

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    Espiritualidade


    Jó: a fé revela o amor no sofrimento
    Evangelho do V Domingo do Tempo Comum

    ROMA, sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- Publicamos para os nossos leitores de lingua portuguesa as reflexões para o V domingo do Tempo Comum, feitas pelo sacerdote italiano Pe. Ângelo del Favero:

    ***

    Jó 7,1-4.6-7
    "Jó disse: Não toca ao homem um duro serviço na terra, e não são os seus dias como os dias de um mercenário? Como o escravo suspira pela sombra e o mercenário espera pela paga, assim me couberam meses de ilusão e noites de ansiedade me tocaram. Se eu me deito e digo ‘Quando me levantarei?’, a noite se mostra longa e estou cansado de mal dormir até o amanhecer. Meus dias escorrem mais rápido que uma corrida, desaparecem sem deixar um rastro de esperança. Lembra-te: um sopro é minha vida: meus olhos nunca mais verão o bem".

    Mc 1,29-39

    "Naquele tempo, saindo da sinagoga, foi logo à casa de Simão e André, com Tiago e João. A sogra de Simão jazia no leito com febre e imediatamente lhe falaram dela. Ele se aproximou e levantou-a, tomando-lhe a mão. A febre a deixou e ela os servia. Naquela noite, depois do sol se pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos. A cidade inteira estava reunida junto à porta. Ele curou muitos que estavam enfermos de várias doenças e expulsou muitos demônios, não permitindo que os demônios falassem, porque o conheciam. No início da manhã, quando ainda estava escuro, ele se levantou, saiu e retirou-se para um lugar solitário e ali orava. Simão e os que estavam com ele o seguiram. Encontrando-o, disseram: Todos estão à tua procura. Ele respondeu-lhes: Vamos para outro lugar, para as aldeias próximas, a fim de que lá também eu pregue, pois é para isto que vim". E ele percorreu a Galiléia inteira, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios".

    Jesus nos fala hoje do sofrimento e da cura, dos doentes e dos possuídos, da oração noturna e solitária.

    Duas vezes o evangelista Marcos fala em paralelo de demônio e doença, como para indicar que a fé em Jesus, que veio revelar o amor do Pai e para destruir as obras do diabo, tem o poder de curar todos os males da alma e do corpo.

    Temos assim três pontos a considerar: Deus-Amor, satanás e o sofrimento, e todos têm a ver com Jesus, que veio para salvar o homem inteiro.

    Destes três, "Deus já tinha falado muitas vezes, nos tempos antigos" (Hb 1,1), especialmente no Livro de Jó (primeira leitura), mas apenas no Evangelho (especialmente no de Marcos), no mistério da dor, é que se revelou a face oculta do Filho de Deus (Mc 15,39).

    "Jó talvez seja o mais elevado texto que a revelação bíblica nos oferece sobre o mistério do mal e de Deus, ‘escandalosamente’ interligados entre si ao longo da história. Mas o sentido supremo do livro é precisamente o de se chegar até Deus, atravessando-se a dramática estrada do sofrimento" (G. Ravasi, Obras e Dias do Senhor, pág. 753).

    Sabemos que o justo Jó, atingido por um furacão de sofrimento, é uma prefiguração de Cristo, "que foi condenado à morte por causa dos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação" (Rm 4,25).

    Comentando a angústia de Jesus pouco antes da Paixão, São Tomás Moro escreve: "Na verdade, uma imensa quantidade de dor se abateu sobre o corpo delicado e terno do santíssimo Salvador. Ele já sentia como iminentes, mesmo que ainda não presentes, o infiel traidor, os inimigos implacáveis, as correntes, as calúnias, os insultos, os chicotes, os espinhos, os cravos, a cruz e a agonia que duraria muitas horas. Mais do que isso, perturbava-lhe o terror dos discípulos, a perdição dos judeus e até mesmo a morte do pérfido traidor; finalmente, a dor inexprimível de sua amada mãe. Estes sofrimentos, todos juntos, caindo sobre ele como um furacão, inundariam o seu coração cheio de piedade como o oceano uma vez que rompe as barreiras" (T. Moro, Jesus no Getsêmani, I, nº 4).

    Marcos conta que Jesus "curou muitos que estavam enfermos de várias doenças", sendo a primeira a sogra de Simão, "tão logo lhe falaram dela" (Mc 1,34.30).

    Se neste primeiro dia do ministério tivessem falado a Jesus do pobre Jó, ele o teria tocado e curado, movido de compaixão, como levam a acreditar os seguintes versículos de Mc 1,39, que leremos no próximo domingo: Veio até ele um leproso, suplicando-lhe de joelhos e dizendo: Se quiseres, podes limpar-me. E ele teve compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: Eu quero, sê limpo. E imediatamente desapareceu dele a lepra e ficou limpo (Mc 1,40-42).

    Esta vontade divina de curar o homem é uma certeza reconfortante, mesmo para aqueles cujo sofrimento, apesar das longas e sinceras orações, o Senhor parece não querer findar.

    Os cristãos, de fato, se esforçam para acreditar que a dor aceita é criadora de uma obra de salvação tão grandiosa e necessária que justifique o desejo paradoxal de sofrer como um caminho para uma real e misteriosa plenitude de vida sobre esta terra.

    O sofrimento humilha o homem, mas tem o poder de aproximá-lo da verdade sobre si mesmo em relação com Deus. Blaise Pascal o exprime muito bem com este pensamento: "O conhecimento de Deus sem a própria miséria produz orgulho. O conhecimento da própria miséria sem o conhecimento de Deus produz desespero. O conhecimento de Jesus Cristo está no meio, porque nele encontramos Deus e a nossa miséria".

    Jó se encontra exemplarmente nesse meio: ele sabe da generosidade de Deus e experimenta de forma dramática o próprio estado lastimável.

    Como Jesus, o inocente Jó sabe bem o que é o pecado, mas não pela ação. Ela não conhece o pecado como desobediência a Deus, mas apenas como tentação.

    O pecado é uma força do mal também presente na existência dos justos, razão pela qual satanás pode pô-los à prova, dominando-os se eles cederem.

    Jesus nunca foi infectado pelo pecado, mas destruiu o pecado na sua dimensão objetiva, tomando-o sobre si mediante o amor e a vontade de sofrer por nós, pois Ele é "o Cordeiro de Deus" (Jo 1,36). O sofrimento humano é, portanto, o sacramento da presença do Senhor.

    Agora nos perguntamos: onde está Deus no tempo da provação?

    A provação é o tempo entre o estado inicial de felicidade (Jó antes do furacão) e a felicidade final restituída e multiplicada: "O Senhor abençoou o futuro de Jó mais do que o seu passado" (Jó 42,12).

    Nos tempos de prova, Deus está escondido e silencioso, como se esconde o sol durante um furacão, e se faz conhecer apenas "por se ouvir falar" (Jó 42,5). Deus fala quando se vê o arco-íris, mas o seu silêncio anterior não prova que ele não estava presente durante a prova. Ausência não quer dizer não-existência: "A ausência de Deus é o modo da presença de Deus que corresponde ao mal" (Simone Weil).

    Jó sabe que o aspecto esmagador do sofrimento cobre a face providente de Deus com um véu impenetrável (o furacão que cobre o sol a partir de baixo), e tenta de toda maneira rejeitar as alegações racionais dos amigos, baseadas na ideia da justiça divina retributiva, mas seus esforços fracassam.

    Sem a fé, a razão não pode ir além do furacão, onde o sol permanece em seu lugar de sempre, porque a fé só pode colocar o sofrimento em relação salvadora com Deus, fazendo-o entrar no mistério da verdade e do amor, que Cristo crucificado e ressuscitado revelou.

    Isto significa que aceitar ou rejeitar o sofrimento é aceitar ou rejeitar Jesus. A carne não é levada a aceitar a dor, mas o Espírito, que habita na carne, sim.

    Pela graça e pela liberdade desta escolha, é necessário que a consciência entre em íntima amizade com o Pai através da oração noturna, como Jesus nos ensinou: "Ainda estava escuro quando ele se levantou e saiu. Retirou-se para um lugar deserto e ali orava "(Mc 1,35).

    O beato João Paulo II escreveu: "O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem: é um daqueles pontos em que o homem é, em certo sentido, ‘destinado’ a ir além de si mesmo, e é chamado a isso de maneira misteriosa"(Carta Apostólica Salvifici Doloris, sobre o sentido cristão do sofrimento, nº2).
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    * Pe. Angelo del Favero, cardiologista, co-fundou em 1978 um dos primeiros Centros de Ajuda à Vida nos arredores da catedral de Trento. Tornou-se carmelita em 1987 e sacerdote em 1991. Foi conselheiro espiritual no santuário de Tombetta, perto de Verona. Atualmente se dedica à espiritualidade da vida no convento carmelita de Bolzano, na paróquia de Nossa Senhora do Monte Carmelo.

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    A esperança cristã é a solução para a crise
    Dom Rino Fisichella discursa no encontro da Comunidade Emanuel

    ROMA, quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - "Cristo, minha esperança, ressuscitou e nos precede na Galiléia". Evocando o poder do anúncio da Páscoa, Dom Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, animou os participantes da conferência Em Tempo de Crise, Qual é a Esperança?, organizada pela Comunidade Emanuel, em Roma, no último dia 27 de janeiro.

    A partir do kerigma apostólico, o bispo observou que, "há dois mil anos, caminhamos pelas estradas do mundo, repetindo inalteradamente esse anúncio, que é antigo, porque remonta às nossas origens, e é novo, porque compromete a nossa fé de hoje e resolve a originalidade da fé cristã".

    "Cristo ressuscitou de verdade", continuou o prelado, ressaltando que, se não acreditamos nisto, então "Jesus de Nazaré não passa de um grande evento na história, que trouxe uma forte mensagem de sabedoria, e a Igreja não passa de uma grande empresa que não pode ser qualificada como ‘sacramento e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de toda a humanidade’".

    Falando sobre o presente, época em que "já não se distingue entre a realidade e a fantasia, entre o bem e o mal, entre o que é fruto da fé e o que é meramente produto ideológico", Dom Rino convidou a questionar por que "o Ocidente mostra sempre com mais ênfase os sintomas de uma loucura generalizada".

    "Há em muitos uma situação patológica de angústia, que vem das dúvidas e termina no desespero, levando a uma forma de depressão que se espalha como um incêndio, especialmente entre os jovens. O que frequentemente as pessoas vivem é uma tragédia que as impede de enxergar uma solução positiva".

    Para se entender o estado de crise, é preciso fazer uma breve revisão histórica: "A grande desilusão toma forma no início do século passado. Como todo início de século, o nosso também parecia um prenúncio de grandes tempos, o progresso se mostrava como a verdadeira conquista para um salto na qualidade de vida".

    Mas duas guerras mundiais, junto com os totalitarismos, com a mentalidade marxista e a vontade de prevalecer uns sobre os outros, mostraram que "a sociedade, mesmo avançada, não conseguiu achar formas de convivência internacional que respeitassem as peculiaridades de cada um".

    Além dos problemas nacionais, "apareceram depois outros globais, planetários", que levaram alguns analistas a falarem de uma "terceira guerra mundial, travada não nos campos de batalha, mas em seletas sedes das bolsas mundiais".

    "O fracasso das organizações das Nações Unidas mostram a incapacidade de resolver problemas que vão desde os econômicos e financeiros até os problemas de armamento e segurança, além de uma fraqueza política geral que permitiu o predomínio de um poder econômico que, sem princípios éticos, criou uma situação de crise generalizada".

    Nesta perspectiva, não podemos esquecer a evolução da ciência e o espaço aberto pela pesquisa biogenética, que, embora positivo para a pesquisa de doenças hereditárias, introduziu algumas formas de eugenia "que conflitam com as conquistas científicas e com os progressos conseguidos pela sociedade", criando "conflitos cada vez mais profundos nas determinações éticas da vida social".

    Um exemplo é a "falta de esperança na continuação da vida em situações de sofrimento ou a falta de dignidade que parece se abater sobre as pessoas de idade avançada", levando muitos a considerar sempre mais frequentemente a "auto-determinação até mesmo da morte, como um fardo do qual livrar-se aos primeiros sintomas da velhice".

    Estamos diante, portanto, de "uma expansão dos direitos individuais que leva a relegar toda decisão ética ao âmbito privado" e que evidencia a natureza da crise que estamos vivendo: cultural e antropológica.

    "O homem, ao se acreditar totalmente dono de si próprio e independente de toda autoridade, não é mais capaz de encontrar a si mesmo, e esse homem cada vez mais no centro de tudo, incapaz de alcançar a verdade porque se priva de toda base, carece apenas da última peça para se tornar plenamente autônomo: a separação de Deus".

    O produto de tudo isso "é um homem confuso, sem certezas, incapaz de encontrar uma saída real do túnel da crise, porque o seu desejo de esperança se choca com muitas formas que a negam e a contradizem".

    "O mundo precisa de uma esperança viva", diz Fisichella, relembrando as palavras finais da Gaudium et Spes. Mas "qual esperança?", como indaga o título do encontro. "A esperança cristã", responde o bispo. "A presença de Cristo na vida de cada crente, mistério pleno e total que Deus quis revelar".

    "Na perspectiva cristã, a esperança não é um fruto da consciência do homem, mas um ato pleno, total e gratuito do amor de Deus, que consiste no chamado à salvação através da participação na sua própria vida".

    Esta esperança, no entanto, não surge na hora do sofrimento e do desânimo, "ou não se distinguiria do sentimento genérico do agarrar-se a alguma coisa como um último recurso para o mal". Ao contrário, a esperança cristã tem duas "irmãs mais velhas", como escreveu Peguy, "que jamais a abandonam: a fé e a caridade".

    Neste período, em que "assaltaram o nosso vocabulário palavras como precariedade, degradação, crise, entra em jogo a missão dos crentes de testemunhar a esperança", ou a capacidade "de superar as dificuldades do presente descobrindo que já temos a posse de um grande dom".

    Há uma necessidade, então, de "novos profetas", que, em nome da Igreja, assumam o compromisso petrino de estar "sempre prontos a dar razão da esperança presente em vocês a quem quer que a peça".

    A esperança cristã, se vivida na sua dimensão comunitária, é a verdadeira forma da Nova Evangelização: "Não é um assunto privado, mas ação de toda a comunidade crente, que, desta forma, se mostra como um sinal para a humanidade inteira e nos permite entender por que os crentes devem esperar por todos e pela salvação de todos".

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    Análise


    As igrejas não querem ser obrigadas a financiar a contracepção
    Liberdade religiosa em risco nos EUA

    ROMA, segunda-feira, 30 de de janeiro de 2012 (ZENIT.org) .- A decisão do Governo Federal dos Estados Unidos de obrigar as igrejas a reembolsarem os custos de contraceptivos tem causado uma onda de críticas.

    A nova lei sobre os serviços nacionais de saúde, aprovada pelo Congresso de Washington, deixa para o Departamento de Saúde e de Serviços Humanos (HHS, na sigla em Inglês) a decisão sobre quais instituições ficarão isentas da obrigação de pagar as despesas dos seus empregados com contraceptivos em seus planos de saúde.

    Neste 20 de janeiro, o Departamento anunciou que as igrejas ficarão isentas, mas não as associações relacionadas com as igrejas, como escolas, hospitais e instituições de caridade, que deverão reembolsar seus empregados.

    A única concessão do ministério foi dar os empregadores um tempo adicional para se adequarem à lei, até agosto de 2013. Esta concessão, como foi ressaltado por alguns observadores, apenas desloca a obrigação para depois da próxima eleição.

    "Acredito que esta proposta consegue um justo equilíbrio entre a liberdade religiosa e o aumento do acesso a importantes serviços de prevenção", disse a ministra da Saúde, Kathleen Sebelius, em comunicado de imprensa.

    A posição não foi compartilhada por muitas pessoas que, nos dias seguintes, se manifestaram a respeito.

    "O presidente está nos dizendo que temos um ano para descobrir como violar as nossas consciências", disse o cardeal nomeado Timothy Dolan, arcebispo de Nova Iorque e presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB, em inglês), através de comunicado de imprensa datado de 20 de janeiro.

    De acordo com Dolan, a norma significa que a esterilização e os contraceptivos de efeito abortivo devem ser incluídos nos planos de saúde.
    "O governo não deve obrigar os americanos a agirem como se a gravidez fosse uma doença a ser evitada a todo custo", disse ele.

    "Isso nunca aconteceu na história dos Estados Unidos: o governo federal obrigar os cidadãos a pagarem por algo que viola as nossas crenças", disse o cardeal Daniel DiNardo em 22 de janeiro, em homilia na missa de abertura da Vigília Nacional pela Vida. O que está em jogo, segundo ele, "é a sobrevivência de uma liberdade fundamental constitucionalmente protegida, que garante o respeito pela consciência e pela liberdade religiosa".

    A irmã Carol Keehan, DC, presidente da Associação Católica de Saúde dos Estados Unidos, manifestou a sua decepção com a decisão. "Esta foi uma oportunidade perdida de promover a proteção da liberdade de consciência".

    As críticas vieram de todos os lados. "Eu não consigo imaginar um ataque mais direto e frontal à liberdade de consciência do que a decisão de hoje", escreveu o cardeal Roger Mahony, em comunicado publicado em seu blog no dia 20 de janeiro. O arcebispo emérito de Los Angeles disse: "Para mim há outra questão fundamental, tão importante quanto esta, agora que entramos em campanha para eleger o presidente e o Congresso".

    Até o Washington Post condenou a decisão do Departamento. Em editorial do dia 23 de janeiro, o jornal escreveu: "O governo fingiu ceder a um compromisso, dando aos empregadores mais um ano para se adaptarem à medida. É uma decisão improdutiva, que não resolve o problema fundamental de obrigar as instituições religiosas a gastarem seu dinheiro de uma forma que contradiz os princípios da sua fé".

    "É imperativo", disse o papa Bento XVI a um grupo de bispos americanos, no dia anterior à decisão do Departamento, "que toda a comunidade católica nos Estados Unidos esteja ciente das ameaças graves para o testemunho público moral da Igreja, apresentadas por um laicismo radical que se expressa cada vez mais na política e na cultura".

    "Particularmente preocupantes são algumas tentativas de limitar a liberdade mais apreciada na América, que é a liberdade de religião", insistiu o papa.

    Há conjecturas sobre o impacto que esta decisão possa vir a ter sobre as eleições em novembro. Em texto de 24 de janeiro no site do The Wall Street Journal, William McGurn comenta que Barack Obama conseguiu em 2008 a maioria dos votos católicos. Mas agora, muitos católicos que apoiaram Obama estão indignados com a decisão do Departamento. Entre eles há pessoas como o presidente da Universidade Notre Dame, pe. John Jenkins, fortemente criticado por convidar o presidente a discursar e a receber um diploma honorário. McGurn considera paradoxal que "a decisão tenha sido imposta por uma Ministra da Saúde e dos Serviços Humanos que é católica, Kathleen Sebelius, e que trabalha em uma administração cujo vice-presidente, Joe Biden, também é católico".

    Não são apenas os católicos que estão incomodados. Em 21 de dezembro, mais de sessenta líderes protestantes e judeus ortodoxos escreveram uma carta ao presidente Obama pedindo-lhe a não exigência de que as seguradoras privadas cubram a contracepção e a esterilização.

    "Não são só os católicos que se opõem profundamente à condição de pagar planos de saúde que cobrem anticoncepcionais abortivos", escreveram eles. "Acreditamos que o governo federal é obrigado pela Primeira Emenda a respeitar as convicções religiosas de organizações baseadas em todo tipo de fé, tanto católica quanto não católica", insistiram.

    Esta declaração, sem dúvida, será repetida durante os próximos meses, ao se aproximarem as eleições.

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    Fórum


    Diante do pecado: cura e renovação
    A Igreja discute como prevenir e tratar casos de abuso sexual

    ROMA, sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org). Um Simpósio realizado em Roma, de 06 a 09 de fevereiro com o título "Rumo a cura e a renovação" permitirá que a Igreja dê uma resposta abrangente sobre abusos de crianças por membros do clero. Será  discutido também sobre como proteger as pessoas em risco, através de um sistema de prevenção e formação.

    ***
    Será criado um centro, uma plataforma na Alemanha, acessível a partir de qualquer lugar do mundo com um e-mail, onde será possível indicar situações existentes ou em risco. A plataforma deverá explicar como lidar em situações de abuso ou quando se tem conhecimento de fatos e situações deste tipo. Poderá ser  escrito em qualquer idioma, mas as recomendações e as respostas serão em quatro línguas, por enquanto.

    Enfim, mais um sinal da estratégia firme e decidida com a qual o Vaticano está  enfrentando a luta contra qualquer tendência de pedofilia dentro da Igreja.

    A conferência internacional foi organizada pela Pontifícia Universidade Gregoriana e será atendida por 110 representantes das Conferências Episcopais. A princípio, participará o bispo encarregado de casos de abuso em suas respectivas conferências episcopais , participarão também os Superiores de mais de 30 ordens religiosas e cerca de 70 especialistas em direito canônico, psiquiatria e psicoterapia, que trabalham com as vítimas e com os agressores.

    Entrevistado pela Rádio Vaticana, o monsenhor Charles Scicluna, promotor de justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, reiterou a vontade clara de prevenir e erradicar este flagelo, porque o abuso é "um fenômeno muito triste que não apenas é pecado, mas também delito. Como delito, está sob a jurisdição do Estado e tem o dever de cooperar com a autoridade judiciária e penal do Estado”.

    Monsenhor Scicluna também destacou "a determinação de agir bem, porque a Igreja Católica, pode neste assunto tão delicado, fornecer um ótimo exemplo para a missão evangelizadora”.

    Na entrevista de Fabio Colagrande o prelado explicou que será uma conferência onde em nome das vítimas, uma pessoa dolorosamente atingida por esta triste realidade, se pronunciará.

    "Nós somos  Igreja e temos o dever de agir como o Bom Pastor" - disse Scicluna - ou seja, "ir em busca da ovelha perdida e trazê-la de volta ao redil tentando curar as feridas".

    O simpósio vai ajudar a compreender e aplicar as diretrizes da carta circular que a Congregação para a Doutrina da Fé, emitiu em maio de 2011. Na verdade, o próprio Cardeal William Joseph Levada, Prefeito da Congregação abrirá as atividades.

    Mons. Charles Scicluna disse que, na carta circular foi solicitado a  todas as Conferências Episcopais a elaboração de orientações para dar respostas adequadas ao problema.

    O pedido foi também pensando nas soluções que levam em conta o ambiente cultural.

    Neste sentido, durante o simpósio, participarão talentosos especialistas de diferentes áreas do conhecimento e da saúde, a fim de ajudar as Igrejas locais e as Ordens religiosas a praticarem uma política clara e eficaz como resposta para o fenômeno do abuso sexual infantil.

    Será discutido também a prevenção, incentivando a formação de agentes pastorais: do clero, dos leigos e dos catquistas.

    A prevenção deve vir não apenas de cima, mas da base. Uma formação cultural que deve ser difundida também nas famílias, escolas e  paróquias.

    Em particular, será explicado como detectar e se defender contra os comportamentos de risco. Como ajudar meninos e meninas, os jovens, a se defenderem contra a interferência maliciosa.

    Por Sérgio Mora

    (Tradução:MEM)

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    Angelus


    A fé no amor de Deus afugenta radicalmente o mal
    Palavras o Papa durante a oração do ângelus no V domingo do tempo ordinário

    BRASILIA, domingo, 05 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- Publicamos abaixo as palavras do Santo Padre Bento XVI durante a oração do Ângelus dirigida aos fiéis e aos peregrinos reunidos na Praça de S. Pedro.

    ***

    Tradução CN


    Queridos irmãos e irmãs!

    O Evangelho deste domingo nos apresenta Jesus que cura os doentes: primeiro, a sogra de Simão Pedro, que estava de cama com febre e Ele, pegando-a pelas mãos, restaurou-a e a febre baixou; depois todos os doentes de Cafarnaum , testados no corpo, na mente e no espírito, e Ele “curou muitos... e expulsou muitos demônios” (Mc 1,34). 

    Os quatro Evangelistas concordam ao atestar que a liberação das doenças e enfermidades de cada gênero constitui, junto com a pregação, a principal atividade de Jesus na Sua vida Pública. De fato, os doentes são um sinal da ação do Mal no mundo e no homem, enquanto a cura demonstra que o Reino de Deus está próximo.

    Jesus Cristo veio para derrotar o Mal pela raiz e as curas são uma antecipação de Sua vitória, obtida com Sua Morte e Ressurreição. Um dia Jesus disse: “Os sãos não precisam de médico, mas os enfermos” (Mc 2,17). Nesta circunstância se referia aos pecadores que Ele veio para chamar e salvar.

    Permanece verdadeiro, porém, que a doença é uma condição tipicamente humana, na qual experimentamos fortemente que não somos auto-suficientes, mas precisamos dos outros. Neste sentido, podemos dizer, com um paradoxo, que a doença pode ser um momento de saudável para experimentar a atenção dos outros e dar atenção aos outros! Todavia, essa é sempre uma provação, que pode se tornar longa e difícil. 

    Quando a cura não chega e os sofrimentos se prolongam, podemos permanecer como que esmagados, isolados, e ainda a nossa existência se deprimi e se desumaniza. 

    Como devemos reagir a este ataque do Mal? Certamente com as curas apropriadas – a medicina nas últimas décadas tem dado grandes passos – mas a Palavra de Deus nos ensina que existe uma atitude decisiva, de base para enfrentar a doença: aquela da fé. Isso repetia sempre Jesus às pessoas que curava: a tua fé te salvou (cfr Mc 5,34-36).

    Mesmo diante da morte, a fé pode tornar possível aquilo que humanamente é impossível. Mas fé em quê? No amor de Deus, eis a verdadeira resposta que derrota radicalmente o Mal. Como Jesus enfrentou o Maligno com a força do amor que vinha do Pai, assim também nós podemos enfrentar e vencer a provação da doença tendo o coração mergulhado no amor de Deus.

    Todos nós conhecemos pessoas que suportaram sofrimentos terríveis porque Deus dava a elas uma serenidade profunda. Penso no exemplo recente da beata Chiara Badano, atingida, na flor de sua juventude, por uma doença sem cura; quantos lhe faziam visitas e recebiam dela luz e confiança!

    Todavia, na enfermidade, todos nós precisamos de calor humano: para confortar uma pessoa doente, mais que palavras, conta a proximidade sincera. 

    Queridos amigos, no próximo sábado, dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes, é o Dia Mundial do Enfermo. Façamos também nós como as pessoas dos tempos de Jesus: espiritualmente apresentemos a Ele todos os doentes, confiantes que Ele quer e pode curá-los. E invoquemos a intercessão de Nossa Senhora, especialmente pelas situações de maior sofrimento e abandono. Maria, Saúde dos doentes, rogai por nós!

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    Audiência de quarta-feira


    Somente no "sim" a Deus, somos completamente livres
    A catequese de Bento XVI durante a Audiência Geral

    CIDADE DO VATICANO, 01 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) - Publicamos a seguir a catequese de Bento XVI, realizada esta manhã, durante a Audiência Geral, na Sala Paulo VI.

    ***

    Queridos irmãos e irmãs,

    Hoje gostaria de falar sobre a oração de Jesus no Getsêmani, no Horto das Oliveiras. O cenário da narração evangélica desta oração é particularmente significativo. Jesus parte para o Monte das Oliveiras, depois da Última Ceia, enquanto reza com os seus discípulos. Narra o Evangelista Marcos: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras”(Marcos 14,26). Faz alusão provavelmente ao canto de alguns Salmos do Hallel com os quais se agradece a Deus pela libertação do povo da escravidão e se pede ajuda para as dificuldades e ameaças sempre novas do presente. O percurso até o Getsêmani é composto por expressões de Jesus que torna iminente seu destino de morte e anunciam a impendente dispersão dos discípulos.

    Chegando ao Monte das Oliveiras, também naquela noite Jesus se preparaem oração. Masdesta vez acontece algo novo: Ele parece não querer ficar só. Muitas vezes Jesus se retirava à parte da multidão e dos próprios discípulos, se resguardando “em lugares desertos” (cfr Marcos 1,35) ou subindo “no Monte”, diz São Marcos (cfr Marcos 6,46). No Getsêmani, ao invés, Eli convida Pedro, Tiago e João para ficarem próximos. São os mesmos discípulos chamados para estarem com Ele no Monte da Transfiguração (cfr Marcos 9,2-13). Esta proximidade entre os três durante a oração no Getsêmani é significativa. Também naquela note Jesus rezará ao Pai “sozinho”, porque o seu relacionamento com Ele é totalmente único e singular: é o relacionamento do Filho Unigênito. Dir-se-ia, sobretudo naquela noite que ninguém poderia aproximar-se do Filho, que se apresenta ao Pai na sua identidade absolutamente única, exclusiva. Jesus, porém, mesmo chegando “sozinho” no ponto onde irá rezar, quer que pelo menos os três discípulos permaneçam não muito longe, em uma relação mais estreita com Ele. Trata-se de uma aproximação espacial, um pedido de solidariedade no momento no qual se sente aproximar-se da morte, mas é sobretudo uma proximidade na oração, para exprimir, de algum modo, a sintonia com Ele, no momento em que se aproxima o cumprimento até o fim da vontade do Pai e é um convite para que cada discípulo  o siga no caminho da Cruz. O Evangelista Marco narra: “Levou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir medo e angústia. Disse a eles: “A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai”(14,33-34).

    Na Palavra que se dirige aos três, Jesus, mais uma vez, se exprime com a linguagem dos Salmos: “A minha alma está profundamente triste”, uma expressão do Salmo 43 (cfr Sal 43,5). A dura determinação “até a morte”, depois, recorda uma situação vivida por muitos enviados de Deus no Antigo Testamento, a qual é expressa na oração deles. Não raramente, de fato, seguir a missão que lhes é confiada significa encontrar hostilidade, rejeição, perseguição. Moisés sente de maneira dramática a prova que sofre enquanto guia seu povo no deserto, e diz a Deus: “Eu só não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim. E se assim fazes comigo, mata-me, peço-te, se tenho achado graça aos teus olhos”(Números11,14-15). Também para o profeta Elias não é fácil levar adiante o serviço a Deus e ao seu povo. No Primeiro Livro dos reis se narra: “Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais”. (19,4)

    As palavras de Jesus aos três discípulos que os quer próximos durante a oração no Getsêmani, revelam como Ele experimenta o medo e angustia naquela “hora”, experimenta a última profunda solidão enquanto o designo de Deus se está realizando. E em tal medo e angústia de Jesus se recapitula todo o horror do homem diante da própria morte, a certeza de sua inexorabilidade e a percepção do peso do mal que perpassa a nossa vida.

    Depois do convite para permanecer e vigiar em oração dirigido aos três, Jesus “sozinho” se dirige ao Pai. O Evangelista Marco narra que Ele “tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora”(14,35). Jesus prostrou-se em terra: é uma posição de oração que exprime a obediência à vontade do Pai, o abandonar-se com plena confiança nEle.

    É um gesto que se repete no inicio da Celebração da Paixão, na Sexta-feira Santa, como também na profissão monástica e nas Ordenações diaconais, presbiteriais e episcopais, para exprimir, na oração, também corporalmente, o confiar-se completamente a Deus, o confiar nEle. Depois Jesus pede ao Pai que, se possível, passasse daquela hora. Não é apenas o medo e a angústia do homem diante da morte, mas o envolvimento do Filho de Deus que vê a terrível massa de mal que deverá assumir sobre Si para superar-lo, para privá-lo de poder.

    Queridos amigos, também nós, na oração devemos ser capazes de levar diante de Deus os nossos cansaços, os sofrimentos de certas situações, de certos dias, o compromisso cotidiano de segui-lo, de ser cristãos, e também o peso do mal que vemos em nós e ao redor de nós, para que Ele nos dê esperança, nos faça sentir a sua proximidade, nos doe um pouco de luz no caminho da vida.

    Jesus continua a sua oração: “Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres”. (14,36). Nesta invocação estão três passagens reveladoras. Ao inicio temos o dúplice termo com o qual Jesus se dirige a Deus: “Aba! Pai!”(Mc14,36 a). Sabemos bem que a palavra aramaica Abbá é aquela que era usada pelas crianças para dirigir-se ao papai e exprimir, portanto, o relacionamento de Jesus com Deus Pai, uma relação de ternura, de afeto, de confiança, de abandono. Na parte central da invocação existe o segundo elemento: a consciência da onipotência do Pai – “tudo é possível para ti” -, que introduz um pedido que, mais uma vez, aparece o drama da vontade humana de Jesus diante da morte e do mal: “afasta de mim este cálice!”. Mas existe a terceira expressão da oração de Jesus que é aquela decisiva, na qual a vontade humana adere plenamente à vontade divina.

    Jesus, de fato, conclui dizendo com força: “Entretanto, que não seja aquilo que quero, mas aquilo que queres” (Marcos 14,36a). Na unidade da pessoa divina do Filho a vontade humana encontra sua plena realização no abandono total do Eu ao Teu do Pai, chamado Aba. São Máximo, o Confessor, afirma que desde o momento da criação do homem e da mulher, a vontade humana é orientada àquela divina e exatamente no “sim” a Deus que a vontade humana é plenamente livre e encontra a sua realização.

    Infelizmente, por causa do pecado, este “sim” a Deus se transformou em oposição: Adão e Eva pensaram que o “não” a Deus fosse o cume da liberdade, o ser plenamente eles mesmos. Jesus no Monte das Oliveiras reporta a vontade humana ao “sim” pleno a Deus; nEle a vontade natural é plenamente integrada na orientação que lhe dá a Pessoa Divina.

    Jesus vive a sua existência segundo o centro da sua Pessoa: o seu ser Filho de Deus. A sua vontade humana é puxada para dentro do Eu do Filho, que se abandona totalmente ao Pai. Assim Jesus nos diz que somente conformando a sua própria vontade àquela divina, o ser humano chega à sua verdadeira altura, torna-se “divino”; somente saindo de si, somente no “sim” a Deus, se realiza o desejo de Adão, de todos nós, aquele de ser completamente livre. É isto que Jesus realiza no Getsêmani: transferindo a vontade humana na vontade divina nasce o verdadeiro homem, e nós somos redimidos.

    O Compendio do Catecismo da Igreja Católica ensina sinteticamente: “A oração de Jesus durante a sua agonia no Horto do Getsêmani e as suas últimas palavras na cruz revelam a profundidade da sua oração filial: Jesus leva a cumprimento o desígnio de amor do Pai e toma sobre si todas as angústias da humanidade, todos os pedidos e as intercessões da história da salvação. Ele os apresenta ao Pai que os acolhe e atende, além de toda esperança, ressuscitando-o dos mortos” (n.543). Na verdade, “em nenhuma outra parte da Sagrada Escritura vemos tão profundamente o mistério interior de Jesus como na oração no Monte das Oliveiras” (Jesus de Nazaré II,177).

    Queridos irmãos e irmãs, todos os dias na oração do Pai Nosso nós pedimos ao Senhor “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu” (Mt,6,10). Reconhecemos, isto é, que existe uma vontade de Deus conosco e para nós, uma vontade de Deus sobre a nossa vida, que deve se tornar cada dia mais uma referência do nosso querer e do nosso ser; reconhecemos ainda que é no “céu” onde se faz a vontade de Deus e que a “terra” se torna “céu”, lugar da presença do amor, da bondade, da verdade, da beleza divina, somente se na mesma é feita a vontade de Deus. Na oração de Jesus ao Pai, naquela noite terrível e estupenda do Getsêmani, a “terra” se tornou “céu”; a “terra” da sua vontade humana, tomada pelo medo e pela angustia, foi assumida pela vontade divina, assim foi que a vontade de Deus se realizou na terra.

    E isto é importante também na nossa oração: devemos aprender a confiarmos mais na Providencia divina, pedir a Deus a força de sairmos de nós mesmos para renovarmos o nosso “sim”, para repetir-lhe “seja feita a vossa vontade”, para conformar a nossa vontade à sua. É uma oração que devemos fazer cotidianamente, porque nem sempre é fácil confiar-nos à vontade de Deus, repetir o “sim” de Jesus, o “sim” de Maria. As narrações evangélicas do Getsêmani mostram dolorosamente que os três discípulos, escolhidos por Jesus para estarem próximos dEle, não foram capazes de vigiar com Ele, de compartilhar a sua oração, a sua adesão ao Pai e foram envolvidos pelo sono.

    Queridos amigos, peçamos ao Senhor para que sejamos capazes de vigiar com Ele na oração, de seguir a vontade de Deus todos os dias mesmo quando se fala de Cruz, de viver uma intimidade sempre maior com o Senhor, para trazer nesta “terra” um pouco do “céu” de Deus.

    No final da catequese o Papa saudou aos peregrinos nas seguintes línguas:

    Je salue les pèlerins francophones, particulièrement le groupe du Collège du Sacré-Cœur d’Aix-en-Provence. Chers amis, dans la prière, n’hésitons pas à confier à Dieu ce qui fait notre vie, nos joies et nos soucis. Je vous invite à chercher en tout sa volonté, et à renouveler votre engagement à vivre en chrétien, en suivant Jésus, la lumière de notre vie. Avec ma bénédiction à tous, et particulièrement aux personnes consacrées, dont nous célébrerons la fête demain !

    I offer a warm welcome to the group of British Army Chaplains taking part in today’s Audience. My greeting also goes to the many student and parish groups present. Upon all the English-speaking pilgrims and visitors, including those from Hong Kong and the United States of America, I cordially invoke God’s blessings of joy and peace!

    Mit Freude grüße ich die deutschsprachigen Pilger und Besucher. Wollen wir immer wieder Zeiten der Stille und des persönlichen Gebetes suchen und gerade in Stunden der Not vertrauensvoll unsere Sorgen dem himmlischen Vater übergeben. Wir wissen: ihm ist alles möglich und er kann auch das Schwere zum Guten führen. Gott segne euch alle!

    Saludo cordialmente a los peregrinos de lengua española, en particular a los grupos provenientes de España, Chile, Argentina, México y otros países latinoamericanos. Queridos amigos pidamos al Señor para que seamos capaces de vigilar con Él en oración, de cumplir su voluntad cada día aunque comporte sacrificio. Que estemos dispuestos a vivir una intimidad cada vez más grande con Él. Muchas gracias.

    Amados peregrinos de língua portuguesa, a todos dou as boas-vindas, pedindo a Deus que vos encha de esperança e conceda a luz para descobrir a sua vontade sobre a vossa vida e fazer dela o ponto de referimento diário do vosso querer e do vosso ser. E que as Suas Bênçãos sempre vos acompanhem. Ide em paz!

    Pozdrawiam polskich pielgrzymów. Modlitwa Jezusa w ogrodzie Getsemani jest wyrazem całkowitego poddania swojej woli i zawierzenia życia Bogu Ojcu. Wszyscy jesteśmy zaproszeni do tej ufności i pełnienia woli Bożej. Jednak szczególnymi świadkami takiego oddania są w Kościele osoby konsekrowane. Obchodząc jutro ich dzień, prośmy Boga, aby mocą Ducha Świętego umacniał je na drodze pełnienia Jego woli. Wam wszystkim tu obecnym niech Bóg błogosławi.

     ***

     Desejo dirigir minha saudação aos jovens, aos doentes e aos recém casados. A figura de São João Bosco, que recordamos ontem, nos leva a considerar o quanto é importante educar as novas gerações com os autênticos valores humanos e espirituais da vida. Queridos jovens, invoco sobre vós a especial proteção do Santo da juventude e desejo que encontrem sempre educadores sábios e guias seguros. Queridos doentes, o vosso sofrimento, oferecido com generosidade ao Senhor, possa tornar fecundo o compromisso que a Igreja dedica ao mundo jovem. E vós, recém casados, estejais preparados para serem os primeiros e insubstituíveis educadores dos filhos que o Senhor vos dará.

    (Tradução:MEM)

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    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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