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    sábado, 25 de agosto de 2012

    Refutando mito nº 1: as Cruzadas foram contra pacíficos muçulmanos que nada fizeram contra o Ocidente

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    http://ascruzadas.blogspot.com.br/2012/08/refutando-mito-n-1-as-cruzadas-foram.html

    Refutando mito nº 1: as Cruzadas foram contra pacíficos muçulmanos que nada fizeram contra o Ocidente


    Altar em Gante, cavaleiros de Cristo, Jan van Eyck

    continuação do post anterior

    Não há nada de mais falso.

    Desde os tempos de Maomé, os muçulmanos lançaram-se à conquista do mundo cristão.

    E fizeram um ótimo trabalho: após poucos séculos de incessantes conquistas, os exércitos muçulmanos tomaram todo o norte da África, o Oriente Médio, a Ásia Menor e a maior parte da Península Ibérica.

    Em outras palavras: ao findar o século XI, as forças islâmicas já haviam capturado dois terços do mundo cristão.

    A Palestina, terra de Jesus Cristo; o Egito, berço do monaquismo cristão; a Ásia Menor, onde São Paulo estabeleceu as primeiras comunidades cristãs.

    Não conquistaram a periferia da Cristandade, mas o seu núcleo. E os impérios muçulmanos não pararam por aí: continuaram pressionando pelo leste em direção a Constantinopla, até que finalmente a tomaram e invadiram a própria Europa.

    Se uma agressão não-provocada existiu, foi a muçulmana. Chegou-se a um ponto em que só restava à Cristandade defender-se ou simplesmente sucumbir à conquista muçulmana.

    A Primeira Cruzada foi convocada pelo Papa Urbano II em 1095 para atender aos apelos urgentes do Imperador bizantino de Constantinopla, Aleixo I Comneno (1081-1118).

    Urbano convocou os cavaleiros cristãos para irem em socorro dos seus irmãos do Leste.

    Foi uma obra de misericórdia: livrar os cristãos do Oriente de seus conquistadores muçulmanos.

    Em outras palavras, as Cruzadas foram desde o início uma guerra defensiva.

    Toda a história das Cruzadas do Ocidente foi a história de uma resposta à agressão muçulmana.



    Thomas F. Madden, Professor de História
    e Diretor do Centro de Estudos Medievais
    e Renascentistas na Universidade
    de Saint Louis, EUA


    (Autor: Thomas F. Madden. Fonte: Ignatiusinsight.com)



    continua no próximo post






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    Postado por Luis Dufaur às 03:30 2 comentários
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    Marcadores: Refutando mitos
    segunda-feira, 6 de agosto de 2012

    Toda a verdade sobre as Cruzadas. Refutando falsos mitos


    O Beato Papa Urbano II prega a I Cruzada


    Muitas pessoas, no Oriente e no Ocidente, consideram as Cruzadas uma mancha negra na História da Civilização Ocidental em geral, e da Igreja Católica em particular.

    Citadas por ambas as partes no conflito entre os Estados Unidos e os terroristas árabes, as Cruzadas voltaram aos noticiários, aos filmes e às séries de televisão.

    Propalam-se velhos mitos e reacendem-se discussões. Um bom exame da História das Cruzadas é, portanto, indispensável.

    O Presidente George W. Bush foi infeliz quando chamou a guerra contra o terrorismo de “Cruzada”, tendo recebido inúmeras críticas por empregar uma palavra que seria tão ferina e ofensiva para com os muçulmanos de todo o mundo.

    No entanto, os próprios árabes também fazem uso desse termo. Osama bin Laden e o Mulá Omar com frequência chamaram os norte-americanos de “cruzados”, e qualificaram os atuais conflitos como uma “Cruzada contra o Islã”.

    De fato, as Cruzadas estão bem presentes na memória do mundo muçulmano.

    O Ocidente, por sua vez, também não esqueceu as Cruzadas. Qualquer um que queira intimidar os católicos não demorará a jogar-lhes no rosto as Cruzadas e a Inquisição.


    As Cruzadas estão bem presentes na memória do mundo muçulmano

    As Cruzadas são com frequência apresentadas como um exemplo clássico do mal que pode ser feito por uma religião organizada.

    O homem médio, tanto no Cairo como em Nova York, tende a concordar com a ideia de que as Cruzadas foram um ataque não-provocado, cínico e insidioso, promovido por fanáticos contra o pacífico, próspero e sofisticado mundo muçulmano da época.

    Isso não foi sempre assim. Na Idade Média, não havia cristão na Europa que não tivesse certeza de que as Cruzadas eram sumamente boas e justas.

    Os próprios muçulmanos respeitavam os ideais das Cruzadas e a nobreza dos homens que nelas lutavam.

    As coisas começaram a mudar com a Reforma Protestante. Para Martinho Lutero – que já havia rejeitado a autoridade do Papa e a doutrina sobre as indulgências – as Cruzadas não passavam de manobras de um papado sedento de poder.

    Chegava a afirmar que lutar contra os muçulmanos equivalia a lutar contra o próprio Cristo, pois Ele tinha enviado os turcos para punir a Cristandade pelos seus pecados.

    Quando o sultão Suleiman, o Magnífico (1495-1566) começou a invadir a Áustria com os exércitos otomanos, Lutero mudou de opinião sobre a necessidade de lutar, mas manteve-se firme em suas críticas às Cruzadas.


    As Cruzadas foram vituperadas por Lutero e distorcidas pelo Iluminismo

    Ao longo dos duzentos anos seguintes, as pessoas tendiam a ver as Cruzadas com olhos confessionais: os protestantes lançavam-lhes vitupérios e os católicos, elogios. Quanto a Suleiman e seus sucessores, ambos concordavam: queriam livrar-se dele.

    A atual visão a respeito das Cruzadas nasceu do Iluminismo do século XVIII. Muitos dos então chamados “filósofos”, como Voltaire, pensavam que a Cristandade medieval fora apenas uma vil superstição.

    Para eles as Cruzadas foram uma migração de bárbaros devida ao fanatismo, à ganância e à luxúria.

    A partir desse momento, a versão iluminista sobre as Cruzadas entrou e saiu de moda algumas vezes.

    As Cruzadas receberam boa imprensa e foram consideradas como guerras de nobreza (mas não de religião) durante o Romantismo e até o início do século XX.

    Depois da Segunda Guerra, contudo, a opinião geral voltou-se decisivamente contra as Cruzadas. Na esteira de Hitler, Mussolini e Stalin, os historiadores concluíram que a guerra por motivos ideológicos – seja qual for a ideologia em questão – é abominável.

    Esse sentimento de aversão foi resumido por Steven Runciman nos três volumes do seu livro “A History of the Crusades” (“Uma História das Cruzadas”, 1951-1954).

    Para Runciman, as Cruzadas foram atos de intolerância moralmente repugnantes praticados em nome de Deus. Os homens medievais que brandiam a cruz e marchavam rumo ao Oriente Médio eram ou perversos cínicos, ou avarentos vorazes, ou crédulos ingênuos.

    Esse livro, aliás literariamente bem escrito, tornou-se logo o padrão: com esse único golpe, Runciman conseguiu definir a moderna visão popular sobre as Cruzadas.

    A partir de 1970, as Cruzadas receberam a atenção de centenas de pesquisadores, que as esquadrinharam meticulosamente.

    Como resultado, sabemos hoje muito mais a respeito das guerras santas da Cristandade do que jamais soubemos.

    Contudo, os frutos de décadas de pesquisa histórica só lentamente vão penetrando nas mentes do grande público. Isso se deve em parte aos próprios historiadores profissionais, sempre propensos a publicar estudos que pela sua própria natureza exigem uma linguagem muito técnica, de difícil compreensão para quem não é especialista.


    Verdadeira Cruzada: empresa religiosa militar convocada pelo Papa

    Contribui também para essa situação a clara relutância das elites contemporâneas em abandonar a visão “runcimaniana” das Cruzadas.

    Sendo assim, os livros populares sobre o tema – livros que as pessoas continuam querendo ler, apesar de tudo – tendem a repetir a conversa de Runciman.

    O mesmo vale para as outras mídias, como o cinema e a televisão. Um exemplo é o documentário As Cruzadas, uma produção da BBC/A&E de 1995, estrelada por Terry Jones.

    Para dar um certo ar de autoridade ao que mostravam, os produtores intercalaram as cenas com entrevistas a importantes historiadores das Cruzadas, que expressavam suas opiniões sobre cada evento retratado.

    O problema é que os historiadores de hoje discordam das ideias de Runciman. Mas os produtores não se importaram com isso: simplesmente editaram as gravações das entrevistas, selecionando fragmentos e sequências que, uma vez montados, davam a impressão de que os historiadores concordavam com Runciman.

    Um deles, o Dr. Jonathan Riley-Smith, veio dizer-me depois, num tom irado: “Eles me mostraram dizendo coisas nas quais eu não acredito!”

    Mas afinal, qual é a verdadeira história das Cruzadas?

    Como o leitor pode imaginar, trata se de uma longa história. Mas existem muitos bons historiadores que ao longo dos últimos vinte anos vêm colocando as coisas no seu devido lugar.

    Por agora, tendo em vista o bombardeio que as Cruzadas vêm recebendo atualmente, o melhor será esclarecer justamente o que as Cruzadas não foram.

    Enumeramos a seguir alguns dos mitos mais comuns, dizendo por que eles são falsos.






    (Autor: Thomas F. Madden. Fonte: Ignatiusinsight.com)


    http://ascruzadas.blogspot.com.br/2012/08/refutando-mito-n-1-as-cruzadas-foram.html



    continua no próximo post








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    Postado por Luis Dufaur às 03:30 0 comentários
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    Marcadores: Refutando mitos
    segunda-feira, 30 de julho de 2012
    "Com que alegria, no tempo das cruzadas, teria partido para combater os hereges"
    As Cruzadas foram emprendimentos históricos. Porém, elas nasceram de um ideal que trascende o tempo. Esse ideal palpita ainda hoje nas almas de inúmeros católicos, em pleno III Milênio.

    Esse ideal ardeu intensamente na alma dos santos, embora se fale pouco disso. Eis um dos tantos exemplos: Santa Teresinha do Menino Jesus.

    Santa Teresinha do Menino Jesus, que desejava passar o Céu fazendo o bem na Terra, não tinha uma alma débil, desprovida de personalidade e força de caráter, que fugia do sofrimento e da luta.

    Se assim o fosse, não teria sido elevada às honras dos altares, nem teria sido apresentada ao mundo católico como "uma nova Joana d'Arc" pelo Papa Pio XI (a 18 de maio de 1925).

    É muito oportuno e mesmo necessário, pois, considerarmos este aspecto de sua alma, freqüentemente esquecido ou falseado em imagens e santinhos, onde ela aparece com a fisionomia impregnada por um adocicamento sentimental e romântico, totalmente inexistente em sua forte e marcante personalidade.
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    Postado por Luis Dufaur às 03:30 0 comentários
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    Marcadores: Santa Joana d'Arc, Santa Teresinha
    segunda-feira, 23 de julho de 2012
    A morte de São Luis no comando da 9ª Cruzada. Seu testamento.

    Em 1270, na cidade de Cartago, enquanto preparava o assalto de Túnis, no Norte da África, São Luis IX, chefe da 9ª Cruzada foi atingido pela peste. Sentindo a morte se aproximar, mandou chamar seu filho e lhe disse:

    “’Beau fils’, caro filho, a primeira coisa que eu te ensino e te ordeno guardar, é que de todo coração ames a Deus. Porque sem isto, nenhum homem pode ser salvo. E cuida bem de nada fazer que Lhe desagrade. Porque deverias antes desejar sofrer todos os tipos de tormentos, do que pecar mortalmente.

    “Se Deus te envia a adversidade, recebe-a benignamente, e dá-Lhe graças: pensa que tu O desserviste freqüentemente, e que o todo redundará em teu favor. Se te dá prosperidade, agradece-Lhe muito humildemente, e atenta para que não fiques pior pelo orgulho ou por outra razão. Porque não se deve tentar a Deus por seus dons.

    “Toma muito cuidado de ter em tua companhia homens prudentes e leais, que não sejam cheios de cobiças, sejam homens da Igreja, de religião, seculares ou outros. Foge da companhia dos maus, e esforça-te em escutar as palavras de Deus, e retém-nas em teu coração.
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    Postado por Santiago Fernandez às 03:30 0 comentários
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    Marcadores: São Luís rei
    terça-feira, 3 de julho de 2012
    A legenda de Fernán Gonzales
    Estava o conde Fernán Gonzales caçando com os seus cavaleiros na vila de Lara. De repente, um feroz javali saiu disparado de um matagal. O conde, desejoso de caçar tão boa presa, sem esperar por seus companheiros, saiu a cavalo em perseguição ao animal, que corria velozmente.

    Por fim chegou a uma ermida desconhecida, onde o javali se meteu pela porta. Então o conde, pegando a espada, se dirigiu à ermida, onde a fera tinha entrado.

    O javali havia se refugiado atrás do altar. O conde se ajoelhou diante do altar e começou a rezar. Neste momento saiu da sacristia um monge de venerável aspecto e avançada idade, apoiado num rude e retorcido cajado. Aproximou-se do conde e saudou-o, dizendo:

    — Vinde em paz, conde! A caçada te trouxe até aqui, mas prepara já as montarias, pois te aguarda o Rei Almanzor, o terrível inimigo dos cristãos. Dura batalha te aguarda, pois o mouro traz muitos guerreiros. Mas alcançarás grande vitória. E ainda te digo que antes de começar a batalha terás um sinal, que te fará arrepiar a barba e aterrorizará a todos os teus cavaleiros. Agora vai, vai lutar, que hás de alcançar a vitória.
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    Postado por Santiago Fernandez às 14:00 1 comentários
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    Marcadores: Fernan Gonzales
    segunda-feira, 25 de junho de 2012
    Balduíno IV: o rei-herói em meio a decadência do reino de Jerusalém

    Renaud de Chatillon, turbulento e belicoso vassalo
    continuação do post anterior

    Nesse momento reapareceu, libertado dos cárceres muçulmanos, o antigo príncipe de Antioquia, Renaud de Châtillon.

    Logo recomeçou suas aventuras, assaltando uma importante caravana de peregrinos com destino a Meca.

    Esse ato rompia a trégua assinada por Balduíno IV e Saladino e ofendia as convicções religiosas dos muçulmanos, a cujos olhos o atentado afigurava-se monstruoso.

    Intimado pelo rei a devolver os prisioneiros e o produto da pilhagem, ele recusou-se com arrogância, tornando assim evidente a incapacidade do doente de se fazer obedecer.

    Imediatamente Saladino acorreu do Egito e invadiu a Galiléia, incendiando e devastando as colheitas, capturando rebanhos e semeando pânico por toda parte.

    Renaud de Châtillon suplicou ao rei que salvasse seus feudos. Balduíno concedeu, vencendo Saladino em julho de 1182.

    Em agosto, o infatigável maometano tentou tomar Beyrouth por uma ação combinada por terra e mar.

    Uma vez mais Balduíno afastou o perigo. Impediu Saladino de se apoderar de Alepo e conduziu uma expedição até os subúrbios de Damasco.

    Assim, por toda parte, graças à sua energia sobre-humana, e ainda que daí em diante ele se fizesse carregar em liteira para as batalhas, o heróico leproso levava vantagem sobre o genial muçulmano.

    Ele começava entretanto a perder a vista, a não poder mais se servir de seus membros. Os que lhe eram mais chegados o pressionavam a abandonar os afazeres do reinado, ou ao menos passar parte de suas responsabilidades a Guy de Lusignan.
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    Postado por Luis Dufaur às 03:00 0 comentários
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    Marcadores: Balduíno IV, Jerusalém, Saladino
    segunda-feira, 11 de junho de 2012
    Balduíno IV: o santo rei leproso que espantou a Saladino

    Balduíno IV na batalha de Montgisard
    continuação do post anterior


    Um novo cruzado — Filipe de Alsácia, conde de Flandres e parente próximo de Balduíno IV — acabava de desembarcar. O pequeno rei Balduíno esperava muito desse apoio.

    Estava claro que era necessário ferir Saladino no coração de seu poderio — isto é, no Egito — se se quisesse abalar a unidade muçulmana. Era isso, precisamente, o que propunha o basileus, imperador de Bizâncio.

    O Egito, uma vez conquistado em parte, Damasco não poderia deixar de subtrair-se ao poder cambaleante de Saladino.

    Mas Filipe de Alsácia opinava de outra forma. Ninguém poderia impedi-lo de ir guerrear na Síria do Norte, e, o que era mais grave, de levar consigo parte do exército franco.

    Saladino respondeu invadindo a Síria do Sul. Balduíno reuniu o que lhe restava da tropa, desguarneceu audaciosamente Jerusalém e partiu para Ascalon, onde Saladino investia. Este, logo que foi informado, subestimou seu adversário. Ele acreditava que a queda de Ascalon era uma questão de dias, e marchou sobre Jerusalém com o grosso de seu exército.

    Balduíno compreendeu suas intenções. Saiu de Ascalon, fez um longo périplo e caiu repentinamente sobre as colunas de Saladino, em Montgisard.
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    Postado por Luis Dufaur às 03:30 2 comentários
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    Marcadores: Balduíno IV, Jerusalém, Montgisard, Saladino
    segunda-feira, 28 de maio de 2012
    Balduíno IV: o rei cruzado que atingido pela lepra venceu Saladino e o Islã

    Vitral do rei Balduino na Basílica de Saint-Denis, França
    Balduíno IV foi o último rei de Jerusalém com espírito de Cruzada. Guy de Lusignan, seu sucessor, foi um interesseiro, sob cujo reinado a Civilização Cristã perdeu a posse da Cidade Santa.

    Na história das Cruzadas, nada é mais emocionante que o reinado doloroso de Balduíno IV.

    Nada, entre os vários exemplos famosos, pode atestar melhor o império de um espírito de ferro sobre uma carne débil.

    Foi um rei sublime, que os historiadores tratam só de passagem, o que faz perguntar por que até aqui nenhum escritor se inspirou nele, exceto talvez o velho poeta alemão Wolfram von Eschenbach.

    Nem o romance nem o teatro o evocam, entretanto sua breve existência cheia de acontecimentos coloridos forma uma apaixonante e dilacerante tragédia.

    O destino sorria à sua infância. Robusto e belo, ele era dotado da inteligência aguçada de sua raça angevina (de Anjou).

    Tinha sido dado a ele por preceptor Guilherme de Tiro, que se tomou de “uma grande preocupação e dedicação, como é conveniente a um filho de rei”. O pequeno Balduíno tinha muito boa memória, conhecia suficientemente as letras, retinha muitas histórias e as contava com prazer.

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    Postado por Luis Dufaur às 04:00 2 comentários
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    Marcadores: Balduíno IV, Jerusalém, Saladino
    segunda-feira, 14 de maio de 2012
    Santa Joana de Arco ameaça com uma Cruzada aos hereges Hussitas da Bohemia

    Jesus Maria, letra de Santa Joana de Arco

    Santa Joana de Arco, estátua em Paris
    Jesus, Maria

    Há muito o rumor e a voz do povo têm informado a mim, Joana A Virgem, que de verdadeiros cristãos vocês se transformaram em hereges, e semelhante aos Sarracenos vocês destruíram a verdadeira Fé e culto, e abraçaram uma superstição deplorável e ilegítima; e o desejo de sustentá-la e difundi-la aí não seriam um ato desgraçado nem uma crença tola a que vocês se atreveriam.

    Vocês estão corrompendo os sacramentos da Igreja, extirpando as bases da Fé, destruindo as igrejas, quebrando e queimando as estátuas que foram levantadas como memoriais, vocês estão massacrando os cristãos porque eles preservam a verdadeira Fé.

    Que fúria é essa? Ou que raiva ou loucura consomem vocês?

    Essa Fé que o Deus Todo-Poderoso, o Filho e o Espírito Santo revelaram, estabeleceram, elevaram ao poder e glorificaram de mil maneiras através de milagres – vocês perseguem essa Fé, vocês desejam derrubá-la e destruí-la.

    Vocês estão cegos, mas não porque lhes faltam olhos ou compreensão. Vocês acreditam que ficarão sem punição por isto?

    Ou vocês não estão conscientes de que Deus se opõe aos seus esforços ilegais e não permitirá que permaneçam na escuridão e no erro?
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    Postado por Luis Dufaur às 03:30 1 comentários
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    Marcadores: hereges, hussitas, Santa Joana d'Arc
    quarta-feira, 2 de maio de 2012
    Montgisard: Balduíno IV leproso e 500 templários desfazem o exército de Saladino

    Saladino viu aparecer subitamente o rei leproso e seu pequeno exército
    Em 1177, o rei de Jerusalém Balduíno IV, cedendo às instâncias do Conde de Flandres, emprestou-lhe grande parte de suas tropas para que este tentasse uma expedição contra Hamas.

    Sabendo que Jerusalém estava assim desguarnecida, Saladino reuniu todas suas tropas para invadir o reino cristão. A situação neste era trágica. Balduíno não dispunha senão de 500 cavaleiros.

    À aproximação do inimigo, reunindo tudo que podia encontrar de combatentes, saiu com a relíquia da Santa Cruz e chegou a Ascalon.

    Julgando-se já dono da situação, o sultão ismaelita permitiu que suas tropas se dispersassem, pilhando, matando, fazendo prisioneiros por toda parte.

    Ébrio pelo sucesso, Saladino mostrou-se de uma crueldade inaudita. Mandou reunir os prisioneiros e lhes esmagou a cabeça.

    O sultão viu aparecer subitamente o rei leproso e seu pequeno exército, em Montgisard, no dia 25 de novembro de 1177.
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    Postado por Luis Dufaur às 03:00 2 comentários
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    Marcadores: Balduíno IV, Montgisard, Saladino, templários
    segunda-feira, 16 de abril de 2012
    Coragem e obediência dos cruzados
    Os inimigos dos cristãos, durante as Cruzadas, muitas vezes admiravam sua coragem invencível e sua resignação, que chegava a tocar as raias do sublime.

    Uma carta escrita pelo Patriarca da Armênia a Saladino relata como os soldados e os companheiros de Frederico Barbarroxa tiveram bastante força para resistir às terríveis provações:

    "Os alemães são homens extraordinários. Têm uma vontade inquebrantável, e nada os pode desviar de seus desígnios. O exército está sujeito à disciplina mais severa, jamais uma falta fica sem castigo.

    "Coisa singular: eles evitam todo prazer! Ai daquele que se permita alguma voluptuosidade! Tudo isso é causado pela tristeza de ter perdido Jerusalém.
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    Postado por Santiago Fernandez às 03:00 1 comentários
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    Marcadores: Armenia, cruzados, Saladino
    segunda-feira, 2 de abril de 2012
    Cartas de São Pio V incitando os Reis católicos a combater contra os muçulmanos

    São Pio V com Maria Auxiliadora na mão
    Aos Reis Católicos contra os turcos (8-12-1567):

    Eis o que foi bem estabelecido e é bem certo: nosso poderoso inimigo, o Sultão dos Turcos, prepara com os mais minuciosos cuidados uma frota considerável, sem precedente, uma armada e exército importantíssimos.

    Ele completa todos os preparativos que se fazem necessários, com o único fim de se precipitar o mais cedo possível contra Malta, para abater a Ordem Militar de São João, por ele particularmente odiada, e submeter essa ilha. Diz-se que dela deseja se apoderar, não só pelas grandes vantagens que oferece sob o ponto de vista estratégico, mas também, e mais ainda, em razão da humilhação por ele sofrida no sítio precedente.

    Como a tais forças a Ordem não pode de forma alguma resistir, nosso caro filho Jean de la Valette, seu Grão-Mestre, é obrigado a implorar o socorro dos príncipes cristãos contra o inimigo comum, o inimigo do Cristianismo. Não duvidamos que Vossa Majestade e seu povo venham em nosso socorro, tanto mais espontaneamente aliás, pois é de seu maior interesse que uma ilha assim próxima da Sicília e da Itália não caia em mãos inimigas.

    * * *

    A nosso caríssimo filho em Cristo, Carlos, Rei cristianíssimo da França (12-12-1567):

    Jean de la Valette vê-se na obrigação de apelar para todos os príncipes cristãos contra o inimigo comum do Cristianismo.

    A defesa da ilha de Malta parece, no momento, ser mais importante para alguns povos do que para outros. Entretanto, trata-se incontestavelmente da salvação de todos os príncipes cristãos e de toda a Cristandade. Não ignoramos, filho cristianíssimo, quais dificuldades deveis enfrentar... .

    * * *
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    Postado por Luis Dufaur às 02:00 1 comentários
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    Marcadores: França, Malta, São Pio V, Veneza
    segunda-feira, 19 de março de 2012
    Jocelin de Courtenay

    Jocelin I de Courtenay foi senhor do Condado de Edessa, limite norte do Reino Latino de Jerusalém. Era neto dos cruzados que conquistaram a Cidade Santa.

    O Condado de Edessa, que havia sido invadido por um lugar-tenente de Zengi, principal guerreiro maometano da época, perdeu ao norte seu velho senhor, Jocelin I de Courtenay.

    Esmagado pelo desabamento de uma torre que fora minada, ele foi retirado dos escombros todo desfeito.

    Em seguida os infiéis se precipitaram para cercar Kaisun, residência do Patriarca de Edessa. Quase morrendo, Jocelin se fez levar para socorrer a fortaleza.

    Tal era seu prestígio, que mesmo carregado numa liteira ele amedrontou os turcos, a tal ponto que fugiram diante de sua presença.

    Vencedor sem batalha, Jocelin rendeu graças a Deus nesses termos, dignos de uma canção de gesta:

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    Marcadores: Jocelin de Courtenay
    segunda-feira, 5 de março de 2012
    Restauração de Nossa Senhora da vitória de Lepanto

    Nossa Senhora do Rosário, estava na nau capitânia em Lepanto
    e foi atingida pelo fogo mouro
    Na manhã de 7 de outubro de 1571, as naves de guerra da Santa Liga, embora minoritárias e em posição desfavorável, lançaram-se ao ataque contra a poderosa frota turca do almirante otomano Ali-Pachá que vinha a invadir Europa.

    A batalha aconteceu nas proximidades de Lepanto, porto no estreito de igual nome que liga o Golfo de Patras ao de Corinto, na Grécia. Veja a localização da batalha.


    Exibir mapa ampliado

    À testa da frota católica estava a “Galera Real”, a nave de guerra mais formidável do Ocidente, propriedade de Sua Majestade Católica Felipe II, da Espanha.
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    Marcadores: Islã, Lepanto, milagres, muçulmanos, São Pio V
    segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
    A Batalha de Hastings, marco na história inglesa com imponderável de Cruzada (1)


    No Ano do Senhor de 1066, perto da abadia de Hastings, Inglaterra, deu-se um dos acontecimentos que mais marcaram a história medieval. E que ainda continua marcando o presente. Veja fotos da re-encenação da batalha, e ainda mais AQUI.

    Guilherme, o Conquistador, duque de Normandia, venceu o príncipe anglo-saxão Haroldo, tornando-se Rei da Inglaterra. Os leões da Normandia são até hoje símbolo da monarquia inglesa.

    A luta pela sucessão após a morte do rei Santo Eduardo, o Confessor, fora difícil. Pelo costume inglês da época, o rei agonizante dava a conhecer o nome daquele que deveria lhe suceder. A escolha de Santo Eduardo era indubitável: o duque Guilherme. O rei doente o fez assim saber mais de uma vez.

    Porém, Santo Eduardo veio a falecer enquanto Guilherme cuidava de seus feudos na sua Normandia natal, na França, do outro lado do Canal da Mancha.

    Prevalecendo-se dessa ausência, o cobiçoso Haroldo declarou que o santo rei agonizante escolhera a ele, aduzindo o falso testemunho de alguns cúmplices.
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    Postado por Luis Dufaur às 03:00 0 comentários
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    Marcadores: Grã-Bretanha, Guilherme o Conquistador, Hastings
    segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
    A Batalha de Hastings, marco na história inglesa com imponderável de Cruzada (2)

    William of Malmesbury
    continuação do post anterior

    Em post anterior, reproduzimos a famosa descrição da batalha de Hastings feita por Guilherme de Malmesbury (c. 1095/96 – c. 1143, foto ao lado).

    Neste segundo post, reproduzimos as análises dos pródromos religiosos e sociais do conflito e as conseqüências positivas da vitória de Guilherme de Normandia para a história da Inglaterra, segundo o mesmo historiador.

    Inglaterra, a “Ilha dos Santos”

    Havia muito que a Inglaterra adotara os costumes dos anglos, e de fato os havia alterado com o tempo, pois nos primeiros anos de sua chegada, eles foram bárbaros na aparência e nos modos, bélicos em seus costumes e pagãos em suas leis.

    Depois de abraçar a fé de Cristo, em consequência da paz de que gozavam, relegaram a força bruta a um segundo plano e aplicaram toda sua atenção na religião.

    Falo dos príncipes que, na grandeza de seu poder, tinham toda a liberdade para se jogarem nos prazeres. Contudo alguns deles, no seu próprio país e outros em Roma, mudaram seus hábitos e instalaram um reino celestial e um relacionamento santo.

    Muitos outros se dedicaram durante toda a vida aos assuntos terrenos, para encher seus tesouros e esgotá-los com os pobres ou dividi-los entre os mosteiros.

    O que posso dizer da multidão de bispos, eremitas e abades?

    Não está a ilha toda repleta de tão numerosas relíquias de santos de seu próprio povo que mal se pode passar por uma aldeia de qualquer relevância sem ouvir o nome de algum novo santo? E de quantos outros a lembrança pereceu pela falta de registros?
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    Postado por Luis Dufaur às 03:00 0 comentários
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    Marcadores: Grã-Bretanha, Guilherme o Conquistador, Hastings
    segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
    Papa Celestino III: é louvável tomar armas contra os fautores do mal

    Celestino, Bispo, servo dos servos de Deus. Ao caríssimo filho em Cristo, o Rei de Portugal, saudação e bênção apostólica.

    Como pelos sagrados cânones seja cominada igual pena aos autores e aos fautores do mal, e não seja menor desprezo impugnarem a fé católica os que se têm por cristãos, porque seria se a deixassem, ou a perseguissem e adotassem a superstição dos bárbaros, pareceu-nos que não deveríamos faltar com o favor apostólico à petição que fazeis, de que a vós e a todos os que fizerem guerra ao Rei de Leão sejam concedidas as mesmas indulgências que a Santa Sé Apostólica tem outorgado aos que militam contra os infiéis e defendem a Cristandade de Espanha, porquanto ele tem tomado à sua conta a defesa dos mesmos infiéis, e em companhia dos mouros luta contra os cristãos.

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    Postado por Luis Dufaur às 03:00 0 comentários
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    segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
    Cidade dos cruzados atrai crescente interesse

    São João de Acre: fortaleza dos monges-cavaleiros hospitalários

    Escavações recentes em São João de Acre, cidade da Galiléia de 50 mil habitantes, desvendaram uma cidade da era dos cruzados.

    A prefeitura vai abrir ao público um bairro inteiro da Idade Média, quando Acre era a porta de entrada dos cruzados que iam libertar ou proteger Jerusalém.

    A cidade foi conquistada pelos cruzados em 1104 e se tornou um centro de soldados e peregrinos católicos, que defendiam Jerusalém dos infiéis muçulmanos que ocuparam a região por volta do ano 632.

    O bairro cruzado ficou tal como era em 1291, quando Acre foi conquistada subitamente por muçulmanos egípcios.
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    Postado por Luis Dufaur às 04:51 0 comentários
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    terça-feira, 15 de novembro de 2011
    Fisionomia moral de um cruzado
    O primeiro aspecto que chama atenção na escultura do homem que figura nesta foto é o modo de estar de pé.

    Tal escultura pode bem representar o cruzado no apogeu da Idade Média.

    Ele apresenta um equilíbrio de corpo perfeito.

    Os pés não são pés chatos, como os de pato, com a precária firmeza deste. Não. É a estabilidade corporal do homem, na qual não falta uma certa nota de elegância, em que entra algo de espiritual.

    As pernas, o tronco, os braços, representam a solidez física perfeita de um homem que venceu a ação da gravidade.

    Ele não cedeu em nada à preguiça.

    Mas também não está efervescente, não tem a mentalidade do homem de negócios, que fala em cinco telefones ao mesmo tempo...

    Mantém-se inteiramente tranqüilo, mas de uma tranqüilidade tal, que seu repouso se volta inteiro para a ação.
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    Postado por Luis Dufaur às 21:06 0 comentários
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    Marcadores: cruzados, idade média
    segunda-feira, 31 de outubro de 2011
    Castelo de Lourdes: marco vitorioso contra o Islã

    No pináculo de um rochedo, protegendo, como um guerreiro, a pequena cidade onde Nossa Senhora quis se manifestar, ergue-se altaneiro o castelo-fortaleza de Lourdes, numa posição de domínio sobre o verdejante vale que se estende a seus pés.

    Como fundo de quadro, nos confins do horizonte, parecendo desafiar o castelo-fortaleza, sobressaem grandiosas montanhas nevadas - contrafortes dos Pirineus.
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    Postado por Luis Dufaur às 02:33 0 comentários
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    Marcadores: Carlos Magno, cruzados, idade média, Islã, Lourdes
    segunda-feira, 17 de outubro de 2011
    O cerco de Arsur e o triunfo da intransigência

    Godofredo de Bouillon, vitral na abadia de Saint-Denis, Paris
    Após a conquista de Jerusalém, na primeira Cruzada, os principais chefes cristãos escolheram rei o Duque de Lorena, Godofredo de Bouillon.

    Era um cavaleiro intrépido, famoso pela sua coragem, e a quem mais se devia a vitória.

    Quando lhe perguntavam de onde vinha a força para cortar um homem ao meio só com um golpe, ele dizia que suas mãos nunca se tinham manchado com pecados de impureza.

    Ao ser eleito rei de Jerusalém, recusou dizendo que “não queria ser coroado com ouro onde Jesus o fora com espinhos”. Aceitou somente o título de Barão e Defensor do Santo Sepulcro.

    A cidade muçulmana de Arsur se rebelou. O exército cristão veio então cercá-la com torres rolantes e aríetes.
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    Postado por Santiago Fernandez às 11:04 1 comentários
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    Marcadores: cruzados, Godofredo de Bouillon, idade média
    segunda-feira, 3 de outubro de 2011
    São Luís, o mameluco Octai e a honra do cavaleiro cristão
    A cavalaria católica deu à Igreja muitos santos, como São Luís IX, rei da França. Alcançou sua maior perfeição nas Ordens Religiosas militares, como a do Santo Sepulcro, a dos Hospitalários e a dos Templários.

    O cavaleiro era respeitado e amado. Mesmo entre os infiéis o prestígio da instituição era extraordinário. Seus brasões e cruzes infundiam terror e admiração.
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    Postado por Santiago Fernandez às 05:19 3 comentários
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    Marcadores: cavalaria, idade média, São Luís rei
    segunda-feira, 19 de setembro de 2011
    Santa Aliança católica contra a expansão muçulmana

    Papa São Pio V vê miraculosamente a vitória das armadas católicas contra os turcos em Lepanto
    O músico Fernando de las Infantas (Córdoba, 1534-1609) quis comemorar a união das forças católicas para enfrentar a expansão do poder otomano no Mediterrâneo sob o impulso do Papa São Pio V.

    E compôs a partitura “Ecce quam bonum” – “Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos”, Salmo 132 (133).

    A partitura leva o o subtítulo “com motivo do Sagrado Convênio”. Quer dizer, a Santa Aliança formada pelos Estados Pontifícios, Espanha, Veneza e Malta, no fim de 1570, por iniciativa do glorioso São Pio V.


    “Oh, como é bom
    e agradável para irmãos
    viverem juntos”

    A Santa Aliança visava cortar o passo à expansão turco-maometana.

    E resultou na histórica – e miraculosa – vitória sobre a frota muçulmana em Lepanto.
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    Postado por Luis Dufaur às 02:26 0 comentários
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    Marcadores: Lepanto, São Pio V
    domingo, 11 de setembro de 2011
    Covadonga: onde o milagre parou a invasão muçulmana


    Gruta de Covadonga: local do milagre

    No ano 722, em Covadonga começou a reconquista da Espanha invadida pelos árabes muçulmanos.

    Foi ali que, segundo as crônicas, Pelayo (primeiro rei das Astúrias), derrotou aos seguidores de Maomé, com o auxílio miraculoso de Nossa Senhora.

    Aquela vitória milagrosa deu início a 800 anos de Cruzada nos quais se constituiu a Espanha católica.

    Cangas de Onís foi a capital do novo Reino de Astúrias até o ano 774.

    Nela se estabeleceu o rei Don Pelayo, e desde ela empreendeu com seus homens diversas campanhas no norte da Espanha.

    Cangas de Onís ficou com seu heróico rei como único foco de resistência ao expansionismo muçulmano até então invicto.
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    Postado por Luis Dufaur às 22:58 0 comentários
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    Montgisard: um rei leproso e 500 cavaleiros desfazem o exército de Saladino
    São João Damasceno, Doutor da Igreja, sobre os muçulmanos:

    “Até o momento a superstição dos ismaelitas, arautos do Anticristo, continua a enganar os povos.
    “São descendentes de Ismael, filho de Abraão e de Agar; os ismaelitas são também chamados comumente de agarianos.

    “Eram idólatras, adoravam a estrela Lúcifer e Vênus, que chamavam, Chabar ou grande, até o tempo de Heráclio.

    “Então levantou-se entre eles um falso profeta, chamado Maomé, que havendo encontrado os livros dos Antigo e Novo Testamentos, e tido contato com um monge ariano, formulou uma heresia nova.

    “Conseguido o favor de seu povo por uma aparência de piedade, difundiu o rumor que os escritos lhe vinham do céu.

    “Escreveu um livro eriçado de coisas ridículas, onde expõe a sua religião.

    “Estabelece um Deus do universo, que não foi engendrado, nem engendrou nada.

    “Diz que Cristo é o Verbo de Deus e seu Espírito, mas criado e servidor que nasceu sem cooperação humana, de Maria, irmã de Moisés e de Aarão, por operação do Verbo de Deus, que nela entrou; que os judeus, havendo querido, por um crime detestável, pregá-lo numa cruz, apoderaram-se dele, mas não crucificaram senão sua sombra: de sorte que Jesus Cristo não sofreu nem a cruz nem a morte, tendo Deus, a quem era todo querido, arrebatado o Verbo aos céus”.

    (Fonte: “Fount of Knowledge, part two entitled Heresies in Epitome: How They Began and Whence They Drew Their Origin”, The Fathers of the Church, vol. 37 (Washington, DC: Catholic University of America Press, 1958), pp. 153-160).

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    São Bernardo aos Templários

    São Bernardo abade de Claraval, falou sobre a vida que devem levar aqueles que combatem por Jesus Cristo, com estas palavras:
    “Quando se aproxima a hora do combate, armam-se de fé os cavaleiros, abrem-se a Deus em sua alma e cobrem-se, por fora, de ferro, não de ouro, a fim de que assim sejam bem apercebidos de armas, não adornados com jóias, infundam medo e pavor aos seus inimigos, sem excitar sua cobiça.

    “É preciso ter cavalos fortes e velozes, não formosos e bem ajaezados pois o verdadeiro cavaleiro pensa mais em vencer do que em fazer proezas e os cavaleiros mundanos precisamente o que desejam é causar admiração e pasmo e não causar medo.

    “Mostrando-se em tudo verdadeiros israelitas, que se adiantam ao combate pacífica e sossegadamente; mas apenas o clarim dá o sinal do ataque, deixando subitamente sua natural benignidade, parecem gritar com o salmista: Não temos odiado, Senhor, aos que te aborrecem? Não temos consumido de dor, ao ver a conduta de teus inimigos?”

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    A Canção de Rolando (Canção de Roldão) (9 excertos)
    1º : Rolando cavalga pelo campo de batalha
    2º : O grande luto pela morte de Rolando
    3º : Os francos lutam epicamente mas vão sendo massacrados
    4º : A traicão
    5º : Carlos Magno e o exército católico galopam para salvar Rolando
    6º : O conde Olivier entrega sua alma a Deus
    7º : Só fica Rolando no campo de batalha
    8º : Rolando sente a morte a chegar
    9º e final: Os anjos levam a alma de Rolando ao Paraíso
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    Maomé e o Corão segundo Santo Tomás de Aquino:

    “Maomé seduziu os povos prometendo-lhes deleites carnais. ....
    “Introduziu entre as poucas coisas verdadeiras que ensinou muitas fábulas e falsíssimas doutrinas. Não aduziu prodígios sobrenaturais, único testemunho adequado da inspiração divina. ....

    “Afirmou que era enviado pelas armas, sinais estes que não faltam a ladrões e tiranos. Desde o início, não acreditaram nele os homens sábios nas coisas divinas e experimentados nestas e nas humanas, mas pessoas incultas, habitantes do deserto, ignorantes de toda doutrina divina. E só mediante a multidão destes, obrigou os demais, pela violência das armas, a aceitar a sua lei.

    “Nenhum oráculo divino dos profetas que o precederam dá testemunho dele; ao contrário, ele desfigura totalmente o Antigo e Novo Testamento, tornando-os um relato fantasioso, como o pode confirmar quem examina seus escritos.

    “Por isso, proibiu astutamente a seus sequazes a leitura do Antigo e Novo Testamento, para que não percebessem a falsidade dele”.

    “Summa contra Gentiles”, L. I, c. 6.

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    Balduino IV, o rei cruzado e leproso de Jerusalém, amado de Deus
    Balduíno IV foi o último rei de Jerusalém com espírito de Cruzada. Guy de Lusignan, seu sucessor, foi um interesseiro, sob cujo reinado a Civilização Cristã perdeu a posse da Cidade Santa.

    Na história das Cruzadas, nada é mais emocionante que o reinado doloroso de Balduíno IV. Nada, entre os vários exemplos famosos, pode atestar melhor o império de um espírito de ferro sobre uma carne débil. Foi um rei sublime, que os historiadores tratam só de passagem, o que faz perguntar por que até aqui nenhum escritor se inspirou nele, exceto talvez o velho poeta alemão Wolfram von Eschenbach. Nem o romance nem o teatro o evocam, entretanto sua breve existência cheia de acontecimentos coloridos forma uma apaixonante e dilacerante tragédia.


    O destino sorria à sua infância. Robusto e belo, ele era dotado da inteligência aguçada de sua raça angevina (de Anjou). Tinha sido dado a ele por preceptor Guilherme de Tyr, que se tomou de “uma grande preocupação e dedicação, como é conveniente a um filho de rei”. O pequeno Balduíno tinha muito boa memória, conhecia suficientemente as letras, retinha muitas histórias e as contava com prazer.


    Um dia em que brincava de batalha com os filhos dos barões de Jerusalém, descobriu-se que tinha os membros insensíveis: “Os outros meninos gritavam quando eram feridos, porém Balduíno não se queixava. Este fato se repetiu em muitas ocasiões, a tal ponto que o arquidiácono Guilherme alarmou-se. Primeiro pensou que o menino fazia uma proeza para não se queixar. Então perguntou-lhe por que sofria aquelas machucaduras sem queixar-se. O pequeno respondeu que as crianças não o feriam, e ele não sentia em nada os arranhões. Então o mestre examinou seu braço e sua mão, e certificou-se de que estavam adormecidos” (L’Eraclès). Era o sinal evidente da lepra, doença terrível e incurável naquele tempo.


    Os médicos aos quais foi confiado não podiam sustar a infecção, nem mesmo retardar a lenta decomposição que afetaria suas carnes. Toda sua vida não foi senão uma luta contra o mal irremissível. Mais ainda, muito mais: foi testemunho dos poderes de um homem sobre si mesmo e da encarnação assombrosa dos mais altos deveres. Balduíno IV foi um rei digno de São Luís, um santo, um homem enfim — e é isso, sobretudo, que importa à nossa admiração sem reticências — a quem nenhuma desgraça chegou a destruir o vigor de alma, as convicções, a altivez, as qualidades de coração, o senso das responsabilidades, dos quais ele hauria o revigoramento da coragem.


    No fim de 1174, Saladino, senhor do Egito e de Damasco, veio sitiar Alepo. Os descendentes de Noradin pediram socorro aos francos. Raimundo de Trípoli atacou a praça forte de Homs e Balduíno IV empreendeu uma avançada vitoriosa sobre Damasco. Estas iniciativas fizeram com que Saladino abandonasse seu desejo inicial. Em 1176 o sultão voltou à carga, e a mesma manobra frustrou seus planos. Balduíno venceu seu exército de Damasco, em Andjar, e trouxe um belo lucro da expedição. Nesta ocasião ele tinha quinze anos.


    Apesar de sua doença, cavalgava como um homem de armas, empunhando eximiamente a lança. Nenhum de seus predecessores teve tão cedo semelhante noção da dignidade real de que estava investido, e de sua própria utilidade. Percebendo as rivalidades existentes entre os que o cercavam, compreendeu quão necessária era sua presença à cabeça dos exércitos católicos. Mas que calvário deveria ser o seu! Aos sofrimentos físicos juntava-se a angústia moral: seu estado impedia-o de se casar, de ter um descendente. Ele não era senão um morto-vivo, um morto coroado, cujas pústulas e purulências se disfarçavam sob o ferro e a seda, mas que se mantinha de pé e se lançava à ação, movido não se sabe por que sopro milagroso, por que alta e devoradora chama de sacrifício.


    Um novo cruzado — Filipe de Alsácia, conde de Flandres e parente próximo de Balduíno IV — acabava de desembarcar. O pequeno rei esperava muito desse apoio. Estava claro que era necessário ferir Saladino no coração de seu poderio — isto é, no Egito — se se quisesse abalar a unidade muçulmana. Era isso, precisamente, o que propunha o basileus, imperador de Bizâncio. O Egito, uma vez conquistado em parte, Damasco não poderia deixar de subtrair-se ao poder cambaleante de Saladino. Mas Filipe de Alsácia opinava de outra forma. Ninguém poderia impedi-lo de ir guerrear na Síria do Norte, e, o que era mais grave, de levar consigo parte do exército franco.


    Saladino respondeu invadindo a Síria do Sul. Balduíno reuniu o que lhe restava da tropa, desguarneceu audaciosamente Jerusalém e partiu para Ascalon, onde Saladino investia. Este, logo que foi informado, subestimou seu adversário. Ele acreditava que a queda de Ascalon era uma questão de dias, e marchou sobre Jerusalém com o grosso de seu exército. Balduíno compreendeu suas intenções. Saiu de Ascalon, fez um longo périplo e caiu repentinamente sobre as colunas de Saladino, em Montgisard.


    O efeito da surpresa não compensava a desproporção dos efetivos em luta, e Balduíno sentiu a hesitação dos seus. Desceu do cavalo, prosternou-se com o rosto na areia, diante do madeiro da verdadeira Cruz, que era levada pelo Bispo de Belém, e orou com a voz banhada de lágrimas. Com o coração convertido, seus soldados juraram não recuar, e considerariam traidor quem voltasse atrás. Rodeando o Santo Lenho, o esquadrão de trezentos cavaleiros se lançou impetuosamente. “O vale entulhava-se com a bagagem do exército de Saladino — diz Le Livre des Deux Jardins — os cavaleiros francos surgiam ágeis como lobos, latindo como cães. Atacavam em massa, ardentes como uma chama”. E puseram em fuga o invencível Saladino. Se este salvou a pele, foi graças à rapidez de seu cavalo e ao devotamento de sua guarda. Retornou ao Egito, abandonando milhares de prisioneiros. Balduíno logrou, enfim, uma vitória sem precedentes.


    No ano seguinte Balduíno edificou o Gué-de-Jacob, fortaleza destinada a defender a Galiléia dos ataques de Damasco. Guilherme de Tyr pretende que isso tenha sido feito pelas prementes solicitações de Odon de Saint-Amand, grão-mestre do Templo. Em todo caso, qualquer que tenha sido o inspirador da idéia, não há dúvida quanto à importância estratégica de Gué-de-Jacob.


    Em 1179 Saladino invadiu a Galiléia. Balduíno foi ao seu encontro, tentando surpreendê-lo como tinha feito em Montgisard. Mas como os muçulmanos se contivessem, ele foi cercado e caiu prisioneiro. Muitos foram mortos e presos nesse dia. Pouco depois Saladino tomou Gué-de-Jacob e fez executar todos os templários que a defendiam.


    Sybila, irmã do rei, acabava de casar — contrariamente aos interesses de Estado — com Guy de Lusignan, homem de beleza discutível, sem fortuna e sem talento. Balduíno, pressionado pelos seus, minado pela doença, tinha consentido nessa união e dado a Lusignan os condados de Jaffa e Ascalon. Tão logo a insignificância do marido de Sybila se manifestou, atiçaram-se as esperanças dos senhores feudais. Contava-se que o irmão de Lusignan, comentando o casamento, disse: “Se Guy for Rei, eu deveria ser Deus!” Tal a mediocridade que lhe era atribuída.


    Nessa mesma ocasião, Isabel de Jerusalém desposava Anfroi de Toron, filho indigno de seu pai, o falecido condestável de Jerusalém, morto em defesa do rei.


    O estado de Balduíno IV piorava dia a dia. Foi uma provação para sua mãe — que não tinha boa fama — e para a roda de seus cortesãos ambiciosos e amorais, ver a aproximação de Balduíno com Raimundo de Trípoli, único homem capaz de o aconselhar sabiamente.


    Nesse momento reapareceu, libertado dos cárceres muçulmanos, o antigo príncipe de Antioquia, Renaud de Châtillon. Logo recomeçou suas aventuras, assaltando uma importante caravana de peregrinos com destino a Meca. Esse ato rompia a trégua assinada por Balduíno IV e Saladino e ofendia as convicções religiosas dos muçulmanos, a cujos olhos o atentado afigurava-se monstruoso. Intimado pelo rei a devolver os prisioneiros e o produto da pilhagem, ele recusou-se com arrogância, tornando assim evidente a incapacidade do doente de se fazer obedecer.


    Imediatamente Saladino acorreu do Egito e invadiu a Galiléia, incendiando e devastando as colheitas, capturando rebanhos e semeando pânico por toda parte. Renaud de Châtillon suplicou ao rei que salvasse seus feudos. Balduíno concedeu, vencendo Saladino em julho de 1182.


    Em agosto, o infatigável maometano tentou tomar Beyrouth por uma ação combinada por terra e mar. Uma vez mais Balduíno afastou o perigo. Impediu Saladino de se apoderar de Alepo e conduziu uma expedição até os subúrbios de Damasco. Assim, por toda parte, graças à sua energia sobre-humana, e ainda que daí em diante ele se fizesse carregar em liteira para as batalhas, o heróico leproso levava vantagem sobre o genial muçulmano.


    Ele começava entretanto a perder a vista, a não poder mais se servir de seus membros. Os que lhe eram mais chegados o pressionavam a abandonar os afazeres do reinado, ou ao menos passar parte de suas responsabilidades a Guy de Lusignan. Pode-se bem imaginar o drama interior desse rei de 22 anos, corroído por úlceras, semi-paralisado e quase cego, cercado pelas sombras da desconfiança e dos maus pressentimentos, atormentado de um lado pelas insinuações e sugestões pérfidas dos seus, e de outro pela alta idéia que ele fazia de sua missão de rei. Se a lepra o enfraquecia, se ele não podia ter esperanças de se curar, sempre, entretanto, encontrava novas forças e resistia da melhor forma às ciladas da camarilha.


    Como a doença entrasse numa fase evolutiva, ele devia lutar contra ela, e sobretudo contra a tentação de abandonar tudo para morrer em paz. Foi num desses períodos que ele consentiu, se bem que a contragosto, em investir Guy de Lusignan na regência do reino. No primeiro encontro com Saladino, Lusignan deixou o exército franco ser massacrado. Recusou com altivez prestar contas a Balduíno IV, que o destituiu de seu cargo. Para evitar que, pela complacência de Sybila, Lusignan se tornasse rei de Jerusalém após sua morte, designou seu sucessor o pequeno Balduíno V, filho de Guilherme “Longue Epée”. Como a situação da Terra Santa estivesse desesperadora, ele enviou uma embaixada ao Ocidente, composta pelo Patriarca de Jerusalém, pelo Mestre do Hospital e pelo Mestre do Templo, o velho Arnaud de Torrage.


    Renaud de Châtillon, que indiretamente tinha ajudado o rei a se desembaraçar de Lusignan, achou-se autorizado a retomar suas pilhagens, agora na mais alta escala. Armou uma frota, que foi transportada ao Mar Vermelho em dorso de camelo. Devastando portos, interceptando comboios, essa frota ameaçou por algum tempo o caminho para Meca. Saladino, excitado até o cúmulo do furor, destruiu os navios de Renaud e depois sitiou-o em sua própria fortaleza, o Krac de Moab. Balduíno IV reapareceu, agonizando em sua liteira, para lhe fazer frente. Saladino retirou-se.


    O último ato de Balduíno IV foi o de reunir em São João d’Acre o parlamento de seus barões. Guy de Lusignan, incapaz e rebelde, foi então oficialmente afastado do trono, e — o que não era senão justiça e sabedoria — a regência foi confiada a Raimundo de Trípoli.


    Mais tarde, a 13 de março de 1185, o mártir rendeu sua alma a Deus, em presença se seus vassalos, dignitários e bons companheiros de guerra. Até os infiéis lhe tributaram homenagens.


    (Fonte: Georges Bordonove, “Les Templiers”, in “Catolicismo” nº 303)

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    Isabel a Católica, rainha de Castela

    Isabel, a Católica, a rainha que empreendeu uma Cruzada
    Filha de João II, Rei de Castela, e sua segunda esposa, nasceu Isabel a 22 de abril de 1451 na pequena cidade de Madrigal. Aquela que seria a última mulher cruzada descendia, tanto pelo lado paterno quanto pelo materno, de dois reis santos e cruzados: São Luís IX, da França, e seu primo São Fernando III, de Castela.

    Isabel assumiu o governo aos 23 anos, à morte de Henrique IV. Com sua energia, e acompanhada de seu marido Fernando, foi obtendo a adesão de cada cidade para sua causa.

    Os jovens soberanos entregaram-se com energia à tarefa de reconstruir o país. Começaram a reprimir severamente os abusos e aplicar a justiça contra quem quer que fosse. Fizeram reviver, para isso, a Santa Irmandade, força de voluntários que servia de polícia local, com jurisdição sobre assassinatos, atos de violência, rapina, atentados a mulheres e desobediência às leis e aos magistrados. Isabel obteve do Papa a instauração da Santa Inquisição em Castela para pôr fim aos abusos, na esfera religiosa, principalmente de cristãos-novos (judeus convertidos), muitos dos quais tinham fé duvidosa e utilizavam a usura para pressionar os cristãos.

    Um dos maiores empenhos que Isabel teve em seu reinado foi mover a guerra santa contra o invasor muçulmano. Para esse empreendimento, obteve do Papa as mesmas indulgências de Cruzada concedidas aos que iam lutar na Terra Santa, tendo o Sumo Pontífice lhe enviado uma cruz de prata para ir à frente de seus exércitos.

    Nas várias campanhas que encetou, e sobretudo na reconquista de Granada, Isabel arrebatava seus soldados por sua energia sobre-humana, senso do dever e espírito sobrenatural. Estes “criam que ela era uma santa. Como Santa Joana d’Arc, sempre lhes recomendava viver honestamente e falar bem. Não havia nem blasfêmias nem obscenidades no acampamento onde ela se achava, e viam-se curtidos soldados ajoelhar-se para rezar, enquanto se celebrava a missa ao ar livre por ordem da piedosa rainha”. A presença da soberana era para os guerreiros como uma garantia de vitória, pois lhes inspirava valor e confiança. Até os mouros admiravam a grande rainha, cantando sua bondade e beleza em suas canções, apesar de a temerem como inimiga.

    Enquanto Fernando, um dos melhores guerreiros de sua época, comandava o exército, a rainha cuidava de toda a retaguarda, como recrutamento de reforços, envio de alimentos e munições, bem como projetava os hospitais — foi ela quem instituiu o primeiro hospital militar da História, e suas enfermeiras precederam as da Cruz Vermelha em mais de trezentos anos. Cavalgava de um lugar a outro, indo mesmo aos acampamentos revestida de leve armadura de aço, para elevar o moral dos soldados. Mas essa rainha guerreira fazia questão de ela mesma costurar a roupa de seu marido, nunca usando o monarca outras senão as confeccionadas pelas hábeis mãos de Isabel ou de suas filhas.

    Um fato mostra a têmpera dessa rainha. No cerco de Granada, uma vela mal colocada ateou fogo na tenda ao lado da rainha, e desta propagou-se para todo o acampamento, que foi tomado pelas chamas. Os mouros, das muralhas, cantavam vitória. Mas a enérgica soberana, para mostrar sua determinação de conquistar a cidade, mandou edificar novo acampamento de pedra, surgindo assim uma verdadeira cidade à qual deu o nome de Santa Fé. Foi de lá que partiram as investidas contra Granada, obtendo-se sua capitulação.

    O Papa Alexandre VI concedeu ao real casal, por seus serviços em prol da Cristandade, o título de Reis Católicos, em harmonia com o de Rei Cristianíssimo, concedido anteriormente ao monarca francês.

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    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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