TEMPO DA QUARESMA
Sabeis que sois um templo do Senhor!
Criados para a Glória !
(2013-30) A IGREJA MISTÉRIO (Comunhão Visível e Invisível)
Segundo Santo Agostinho, um mistério é um sinal visível de alguma graça invisível.
Paulo VI, seguindo a doutrina tradicional de Santo Agostinho, define a Igreja como "uma realidade impregnada com a presença de um Deus escondido".
Afirmar que a Igreja é um Mistério é confessar que Deus está presente desde a criação e se manifesta através de um povo que Ele escolheu, que crê e celebra a soberania de Jesus.
Na Constituição Dogmática sobre a Santa Igreja, diz o Concílio Vaticano II, sobre o mistério da Igreja :
- "A Igreja é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu Mistério, até que por fim se manifeste em plena luz". (LG 8).
A Comunhão Eclesial é ao mesmo tempo Invisível e Visível.
Como realidade invisível, é a Comunhão de cada ser humano com o Pai por meio de Cristo com o Espírito Santo, e com os outros que participam na natureza divina, na Paixão de Cristo, na mesma fé e no mesmo espírito.
Na Igreja na terra, há uma relação íntima entre a Comunhão invisível e a Comunhão visível no ensinamento dos Apóstolos, nos Sacramentos e na ordem hierárquica.
A relação entre os elementos eclesiais visíveis e invisíveis é que constitui a Igreja como Sacramento de salvação.
A Comunhão eclesial em que cada indivíduo é introduzido pela fé e pelo batismo, tem a sua raiz e o seu centro na Sagrada Eucaristia.
Com efeito, o batismo é uma incorporação no corpo que o Senhor ressuscitado formou e conserva vivo através da Eucaristia, de modo que a este corpo se pode chamar o Corpo de Cristo.
A Eucaristia é a força criativa e a fonte da Comunhão entre os membros da Igreja, precisamente porque une cada um deles com o próprio Cristo.
Assim nós dizemos que a Eucaristia faz a Igreja :
- "Tomai e comei todos: Isto é o Meu Corpo entregue por vós".
A Eucaristia-Sacramento, como a temos hoje, faz a Igreja através da Consagração.
A esta Nova Luz a Eucaristia não mais aparecerá como o centro de uma linha que se estende desde o Êxodo até à Segunda vinda de Jesus, mas sim ao centro de um círculo que eventualmente representa a Igreja, tal como ela existe hoje em toda a sua realidade.
Actualmente, nós poderíamos representar tudo isto em três círculos concêntricos.
Um mais largo representando todo o Universo e, dentro deste outro mais pequeno, que é a Igreja e, dentro deste um terceiro ainda mais pequeno (ainda que ele abranja todo o Universo), que é a Hóstia.
A Eucaristia aparece como um centro e como um Sol, não só de toda a Igreja, mas também de toda a humanidade e de todo o universo inanimado.
A única diferença é esta : A Igreja tem Jesus Cristo no centro e ela sabe isso; o Universo tem Jesus Cristo também no centro mas ele não sabe isso.
A relação Eucaristia-Igreja, como estamos agora a considerar, não é uma relação estática, mas dinâmica e ativa.
Por isso não é suficiente dizer que a Eucaristia está no centro da Igreja, porque, actualmente, a Eucaristia faz a Igreja !
Edifica-a a partir de dentro e elabora-a à sua volta como um manto.
É costume dizer que dois sacramentos em especial "edificam" a Igreja : O Batismo e a Eucaristia.
Mas, enquanto o Batismo faz a Igreja crescer quantitivamente, no que diz respeito ao número de membros, a Eucaristia faz a Igreja crescer qualitativamente, em valor ou poder, na medida em que a transforma cada vez mais profundamente na Imagem de Cristo, sua Cabeça :
- "O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo esteja fermentado".(Mt.13,33).
Também a Eucaristia é como um fermento; Jesus colocou-a na massa do alimento, a Sua Igreja, de modo que ela deverá "levedar" para fazer com que o fermento se torne em "Pão", como ele é.
Se a Igreja é o fermento do mundo, a Eucaristia é o fermento da Igreja.
De várias maneiras ou em várias etapas a Eucaristia "edifica" a Igreja, transforma-a em Cristo, pela consagração, pela comunhão, pela contemplação e pela imitação.
E a partir daqui, devemos procurar encontrar o reto caminho ou o meio mais adequado para fazermos dela o caminho ou o meio da nossa santificação.
Este Tempo da Quaresma é também o tempo favorável para meditarmos no grande Mistério da Igreja, para sabermos como o devemos viver em toda a sua maravilhosa mensagem para a Glória de Deus.
Nascimento
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