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- Ex-embaixador da Santa Sé no Brasil é o primeiro cardeal nomea De: VicenteG
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- A igreja 'não funciona mais', afirma d. Claudio Hummes De: VicenteG
Mensagens
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Ex-embaixador da Santa Sé no Brasil é o primeiro cardeal nomea
Enviado por: "VicenteG" luviga@gmail.com vicentegargiulo
Sex, 15 de Mar de 2013 12:06 pm
http://www.estadao.com.br/noticias/ cidades,ex- embaixador- da-santa 92;
-se-no-brasil-e-o-primeiro- cardeal-nomeado- por-francisco, 1009123, 92;
0.htm
<http://www.estadao.com.br/noticias/ >cidades,ex- embaixador- da-sant 92;
a-se-no-brasil-e-o-primeiro- cardeal-nomeado- por-francisco, 1009123 92;
,0.htm
Ex-embaixador da Santa Sé no Brasil é o primeiro cardeal
nomeado por Francisco A nomeação ocorreu logo ao fim
do conclave, retomando uma antiga tradição
católica 15 de março de 2013 | 11h 33
Filipe Domingues, especial para o Estado
O primeiro cardeal nomeado pelo papa Francisco é o
ex-núncio apostólico no Brasil arcebispo
italiano dom Lorenzo Baldisseri, conforme
informações exclusivas obtidas pela reportagem do
Estado. O ex-núncio é o ex-embaixador da Santa
Sé no Brasil. Como de praxe, a criação do novo cardeal
deve ser oficializada no futuro numa cerimônia
oficial (chamada consistório).
A nomeação ocorreu logo ao fim do conclave, retomando uma
antiga tradição católica, que tinha sido quebrada pelo
papa Paulo VI. Durante muito tempo na História da
Igreja, o papa costumava elevar imediatamente ao
cardinalato o bispo que atuava como secretário do
colégio cardinalício, que também é o
secretário do conclave. Ele é responsável, por
exemplo, por queimar os votos no fim de cada
escrutínio e colocar o chapéu branco
(solidéu) no novo papa. Em troca, recebe do pontífice
recém-eleito o antigo chapéu vermelho de cardeal, em
forma de agradecimento.
âO papa de fato fez dom Lorenzo cardeal durante o
conclave, retomando uma tradição que Paulo VI
havia quebradoâ, afirmou o padre Michelino
Roberto, da Arquidiocese de São Paulo, que está
em Roma e confirmou a informação junto ao cardeal d.
Odilo Pedro Scherer. âFoi um gesto muito simples, que para
muitos passou despercebido. Mas ontem Dom Lorenzo realmente
apareceu na missa com os outros cardeaisâ, acrescentou. A
informação foi confirmada também pelo assessor de d.
Raymundo Damasceno, monsenhor Antônio Luiz Catelan.
Portanto, Baldisseri é o primeiro cardeal nomeado pelo papa
Francisco, cujo pontificado começou já no momento em que
aceitou ser o novo âsucessor do apóstolo
Pedroâ.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, porém, não
confirmou a informação â" até porque ela ocorreu
em uma situação considerada absolutamente secreta
pelo Vaticano, o conclave. âNinguém foi
tornado cardeal durante o conclave. Se isso acontecer,
saberemos no próximo consistório. Se em um
futuro consistório ele se tornar cardeal, nos alegrará a
todos.â
Mas imagens oficiais no site do Vaticano da primeira missa do
papa Francisco â" celebrada somente para os cardeais
â" mostram d. Lorenzo usando um solidéu
vermelho, junto aos eleitores do conclave (na foto, d.
Lorenzo é o da direita, com as mãos
sobrepostas). A imagem passou despercebida também pelos
espectadores e pela imprensa internacional, que só puderam
assistir à missa pela TV.
Atualmente, a principal função de Baldisseri é a de
secretário da Congregação para os Bispos, cujo
prefeito é o cardeal Marc Ouellet. Dom Lorenzo
Baldisseri, de 72 anos, foi o representante do papa no
Brasil durante quase dez anos, de 2002 a 2012, e tinha
como principal função intermediar nomeações de bispos
pra o País e as relações entre a Santa Sé e
o Estado brasileiro. Agora como cardeal se torna um dos
homens de confiança do papa.
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A igreja 'não funciona mais', afirma d. Claudio Hummes
Enviado por: "VicenteG" luviga@gmail.com vicentegargiulo
Sex, 15 de Mar de 2013 11:07 pm
http://www1.folha.uol. com.br/mundo/ 1247405-a- igreja-nao- funciona- \
mais--afirma-d-claudio- hummes.shtml
<http://www1.folha.uol. >com.br/mundo/ 1247405-a- igreja-nao- funciona 92;
-mais--afirma-d-claudio- hummes.shtml
15/03/2013 - 22h49 A igreja
'não funciona mais', afirma d. Claudio Hummes
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Apontado como o cardeal brasileiro mais próximo do novo
papa, dom Claudio Hummes, 78, diz que a igreja "não
funciona" do jeito que está e pede mudanças em toda sua
estrutura.
Na sua apresentação ao mundo, Francisco convidou dom
Cláudio, arcebispo emérito de São Paulo, a ficar do
seu lado no balcão da basílica de São
Pedro.
Emocionado com o convite e com a homenagem ao fundador de
sua ordem, o franciscano d. Cláudio disse à Folha que a
escolha do nome é por si só uma encíclica.
O ex-bispo de Santo André disse ainda que as acusações
de que o novo papa colaborou com a ditadura militar
argentina são "grande equívoco, senão uma
falsificação".
p(star).*
Folha - O sr. foi convidado pelo papa Francisco a estar
ao seu lado na primeira aparição. Como é a relação
entre vocês?
D.Claudio Hummes - Nós nos conhecemos de tantas
oportunidades, porque fui arcebispo de São Paulo, e ele,
arcebispo de Buenos Aires. Mas sobretudo foi em Aparecida
(SP) onde estivemos mais tempo trabalhando juntos, na 5ª
Conferência Latino-americana, em 2007. Existia ali a
comissão da redação, a mais importante porque ali que se
formulava o documento para depois ser votado. Ele era o
presidente, e eu, um dos membros. Admirei muito a sua
sabedoria, serenidade, santidade divina, espiritualidade.
Muito lúcido e muito pastoral, grande zelo missionário,
de querer que a igreja seja mais evangelizadora, mais
aberta.
Como foi o convite para o balcão?
Quando se começou a organizar a procissão da Capela
Sistina para o balcão na praça, ele chamou o
cardeal Vallini, que faz as vezes do bispo de Roma, o
vigário da cidade, e me chamou também. Disse:
"D.Cláudio, vem você também, fica comigo
neste momento". Disse até: "Busca o teu barrete
[chapéu eclesiástico]", bem informalmente. Fui lá
buscar o meu barrete e estava todo feliz....
Porque não é o costume, quem vai junto são os
cerimonários, nunca tem cardeais com o papa, eles
estão nos outros balcões. E o fato de que ele
nos convidou acabou rompendo um monte de rituais. Mas
foi realmente, para mim, muito gratificante. E
também pelo fato de ele ter recém-escolhido o
nome de Francisco. Eu sou franciscano, então isso me
envolvia muito pessoalmente.
Como o sr. interpreta esse gesto?
Como um gesto pessoal dele, muito espontâneo, muito simples.
Não sei quais os significados que ele queria dar. Eu digo
que fiquei muito feliz, estava ali com o primeiro papa
chamado Francisco.
O papa recusou a limusine, foi pagar a conta do hotel....
São gestos simples, mas que mostram quem ele é e como ele
vê as coisas. A minha maravilha foi que esses
gestos foram compreendidos pelo povo simples e pela
mídia. A mídia também interpretou
esplendidamente, entendeu as mensagens que o papa
queria dizer.
Qual é o significado de ter um papa de fora da Europa
depois de mais mil anos e além disso latino-americano?
Os outros papas que não foram exatamente europeus vinham da
região do Mediterrâneo. Nesse sentido, era a Europa da
época, era uma grande realidade geopolítica.
Mas o fato de que hoje venha um papa de fora da Europa tem
um significado muito grande porque mostra o que a igreja
sempre tem dito: a igreja é universal, para a humanidade.
Não é para a Europa.
Ter um papa é o sinal maior. É o gesto de dizer: o papa
pode vir de qualquer parte do mundo.
Também acho importante que tenha vindo da periferia ainda
pobre, emergente. Isso é uma confirmação para todos os
católicos de lá: "Nós temos um papa que vem daqui".
E não só para os católicos, até os países se
sentem muito mais em pé de igualdade com os
outros.
São Francisco também é lembrado pela missão de
reformar a igreja como um todo. A escolha do nome
também tem essa abrangência?
Certamente, para o papa, o nome é todo esse programa. Hoje,
a igreja precisa, de fato, de uma reforma em todas as suas
estruturas. Organizar a vida da igreja, a Cúria Romana, que
tanto se falou e que precisa urgente e estruturalmente ser
reformada, isso é pacífico entre nós. Porém uma
coisa é entender que precisa ser feito e outra
coisa é fazê-lo.
Será uma obra gigantesca. Não porque seja uma estrutura
gigantesca, mas por um mundo de dificuldades que há dentro
de uma estrutura como essa, que foi crescendo nos últimos
séculos.
Alguém disse já que a escolha do nome Francisco já
é uma encíclica [mensagens do papa à
igreja], não precisa nem escrever. Isso é
muito bonito, é muito promissor.
Em que sentido a reforma é necessária?
Não é só da Cúria, são muitas outras coisas:
o nosso jeito de fazer missa, de fazer
evangelização, essa nova evangelização
precisa de novos métodos. O papa falou no
encontro com os cardeais sobre novos métodos, nós
precisamos encontrar novos métodos.
Mas se falou sobretudo da Cúria Romana, que precisa ser
reformada estruturalmente. É muito grande, mas tudo isso
precisa de um estudo, a gente não tem muitas coordenadas.
Muitos dizem que é grande demais, que foi feito um puxadinho
aqui, um puxadinho lá, mais uma sala aqui, mais uma
comissão lá, mas essa aqui não tem
suficiente prestígio.... Essas coisas todas que
acontecem numa estrutura dessas.
A igreja não funciona mais. Toda essa questão que
aconteceu ultimamente mostra como ela não
funciona. E depois, uma vez feito esse novo desenho,
você tem de procurar as pessoas adaptadas para
ocuparem esses cargos, esses serviços.
Reza a lenda de que o papa Francisco não gosta de vir a
Roma, que sua formação foi longe daqui. Isso contribuiu
para a sua escolha?
Não sei se contribui para a sua escolha, mas contribui
agora, que ele é papa, a ser mais independente, a ser uma
visão mais objetiva. É muito diferente ver um jogo da
arquibancada e ver um jogo jogando futebol. Ele não jogou
futebol. Vai ajudar, certamente.
Mas ele também vai ouvir pessoas que jogaram, porque é
importante ouvir do jogador como ele viu o jogo e quais são
as necessidades dentro da forma como se joga.
Continuando a metáfora, o sr. jogou aqui por quatro anos
e já foi convocado por ele. O que o sr. pode dizer a ele
sobre o que precisa ser feito?
Se um dia me perguntarem sobre isso... Claro, todos nós
já falamos sobre isso nas congregações
gerais [reuniões pré-conclave], em que ele
estava presente. E estamos disponíveis sempre pra
ajudar e precisamos ajudar. Os cardeais são o
conselho que deve ajudar o papa.
Há relatos na imprensa argentina sobre o envolvimento
--por omissão ou colaboração-- do papa Francisco com a
ditadura militar. O que tem sr. pode falar sobre isso?
Certamente, isso não é real. Pode ser que alguém
tenha se equivocado em certos discernimentos, mas
conhecendo toda a pessoa dele.... Não conheço
os detalhes, mas, conhecendo a pessoa, nem é
possível imaginar isso. Ele é um homem
extremamente dos pobres, dos direitos da gente, dos mais
simples, dos mais oprimidos, dos mais humilhados, ele é um
exemplo de defesa, de estar junto dos pobres.... É
inimaginável. Tenho certeza de que tudo isso de fato é um
grande equívoco, senão uma falsificação.
A igreja no Brasil, incluindo o sr., teve um papel muito
importante na defesa dos direitos humanos durante a
ditadura. Como isso se deu na Argentina, sem levar em
conta o papa Francisco?
As igrejas pelo mundo afora tiveram as suas próprias
avaliações e seu próprio modo de ser. Não me sinto
autorizado para fazer um juízo sobre a igreja nesse ou
naquele país.
Fala-se muito que a herança da Teologia da Libertação
para a igreja na América Latina é o discurso em favor dos
pobres. No caso do papa Francisco, qual é a relação dele
com esse movimento?
Basta olhar como ele foi arcebispo em Buenos Aires e o
documento de Aparecida, que diz tudo isso. Ele está nessa
linha, certamente. Se a gente quer descobrir qual é a linha
dele de pastoral social, de relação com os pobres, nós
vamos encontrá-lo lá, sim.
A Teologia da Libertação foi uma fase histórica que,
obviamente, tem essa questão da consciência que temos dos
pobres e da necessidade de sermos solidários em termos
construtivos da justiça social. Tudo isso a Teologia da
Libertação também reforçou.
Eu acho que hoje, se a gente quer ver como as pessoas se
relacionam com esse passado, é preciso olhar os documentos
de hoje. Senão, você começa a transportar o passado,
que não é mais uma resposta para hoje. O
mundo já mudou, e as respostas são
diferenciadas.
A primeira viagem do papa deve ser ao Brasil, onde a
igreja enfrenta desafios muito grandes, como a evasão de
jovens e o avanço das igrejas neopentecostais. O sr. tem
uma ideia do que o papa pretende orientar sobre o futuro
da igreja no país?
Ainda não transpirou nada sobre as mensagens que ele vai
levar, mas a gente sabe, tem certeza de que ele vai falar,
em primeiro lugar, da importância dos jovens, de que devemos
estar do lado dele, devemos ser compreensíveis. Ele quer que
a igreja seja compreensiva, misericordiosa, saiba caminhar
juntos e que isso é um percurso que tem de fazer, não se
pode exigir que amanhã alguém já seja um cristão
perfeito. É um caminho, um processo.
É dar a certeza aos jovens de que a igreja os entende e quer
acompanhá-los e também quer mostrar a luz. Quer dizer:
"Prestem atenção, existe, sim, um sentido para a vida,
existe alguém pelo qual vale a pena viver e dar a vida.
Há alguém, que é Jesus Cristo, ele é
uma luz que vocês deveriam seguir." Isto é,
não deixar de mostrar o caminho, mas, ao mesmo
tempo, ser compreensivo de onde o jovem ainda está
nesse caminho.
E depois a nova evangelização certamente será um outro
tema forte dele.
Desde o Concílio Vaticano 2º, há um grande
esforço para o diálogo interreligioso,
principalmente com as religiões mais antigas.
No caso da América Latina, como é o diálogo
neste momento entre a igreja e o neopentecostalismo, que
não para de crescer?
O diálogo ecumênico com as outras igrejas cristãs
não católicas existe de forma muito forte,
sobretudo a partir do Concílio Vaticano 2º.
Com as grandes igrejas: ortodoxa, oriental, as
igrejas protestantes de origem luterana, calvinistas,
que são igrejas históricas. Mesmo com o
judaísmo, há um grande diálogo. E também com o
islamismo, mas isso é outro setor porque, para
eles, Jesus Cristo não é como para nós
cristãos. Esse diálogo é lento, mas vai
caminhando.
Com as igrejas neopentecostais, onde existe muito uma
teologia da prosperidade, se dá muito acento ao exorcismo,
ao dízimo e coisas assim, elas se diferenciam das igrejas
pentecostais. Mas tanto uma com a outra são muito
semelhantes. Com elas, é mais difícil, porque muitas
delas simplesmente não aceitam o diálogo,
mesmo se nós quiséssemos dialogar. Porque
não aceitam pensar numa unidade um dia. E muitas
vezes são agressivamente anticatólicas, então é
muito complicado.
O sr. já é emérito, mas vai ficar no Vaticano em
alguma função?
Não, não, eu vou ficar aqui até o dia 22, vou
participar da cerimônia pública religiosa e
vou participar de uma reunião no dia 21. E aí
volto para os meus trabalhos.
Há relatos na imprensa italiana de que o sr. contribuiu
durante o conclave para eleger o papa Francisco. O sr.
confirma?
Tudo o que aconteceu dentro do conclave, eu não posso falar.
Voltando ao seu trabalho na cúria, de 2006 a 2010, na
Congregação para o Clero, houve uma entrevista em que o
sr. falava que o celibato era uma questão disciplinar e
que, por isso, estava aberto à discussão. O sr. teria
sofrido uma reprimenda quando chegou ao Vaticano. Está na
hora de questões como celibato e a ordenação de mulheres
serem menos ortodoxas?
Isso de reprimenda, você é quem está dizendo. Eu
apenas digo que todas essas questões, todos esses
desafios hoje, grandes questões que estão
aí em aberto, a igreja não se fecha a
discutir aquilo que é necessário ser discutido, ser
aprofundado. E isso significa uma igreja capaz de dialogar,
capaz de ouvir, capaz de aprofundar, discutir e procurar
caminhos. É o que ela vai fazer, certamente.
E esse papa é muito aberto a ouvir. Ele mesmo disse que quer
ouvir o mundo, e não só os cardeais e os bispos.
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