Deus lo vult!: “De que modo pode Satanás privar o mundo da Missa?” e mais 1 novidades
Posted: 24 Sep 2013 10:56 AM PDT
No meio das controvérsias envolvendo a Reforma Litúrgica das quais este blog está sendo palco nos últimos dias, parece-me oportuno considerar a seguinte citação de Sto. Afonso de Ligório:
"O demônio sempre procurou privar o mundo da Missa, por meio dos hereges, constituindo-os precursores do Anticristo, o qual, primeiro que tudo o mais, procurará abolir, e de fato conseguirá abolir, como punição pelos pecados dos homens, o Santo Sacrifício do Altar, conforme aquilo que predisse Daniel: 'E foi-lhe dado poder contra o sacrifício contínuo, por causa dos pecados' (Dan. VIII, 12)."[No original: "il demonio ha procurato sempre di toglier dal mondo la messa per mezzo degli eretici, costituendoli precursori dell'Anticristo, il quale, prima d'ogni altra cosa, procurerà d'abolire, ed in fatti gli riuscirà d'abolire, in pena de' peccati degli uomini, il santo sacrificio dell'altare, giusta quel che predisse Daniele: Robur autem datum est ei contra iuge sacrificium propter peccata."](Santo AFONSO DE LIGÓRIO, La Messa e l'Officio strapazzati, Nápoles, 1760; cf. tb., do mesmo Santo Doutor da Igreja, o parágrafo 10 de sua obra de 1775: Del Sacrificio di Gesù Cristo, onde se alude ao mesmo acontecimento.)
Ora, deve-se dar valor às palavras dos santos. Se há um santo da envergadura de Sto. Afonso de Ligório dizendo que um dia – propter peccata homines – será dado a Satanás poder contra o Santíssimo Sacrifício do Altar, isto não podem ser palavras vazias. Ainda que haja divergências de fato sobre se estamos ou não assistindo ao cumprimento desta profecia, pode ser útil considerarmos como ela se pode cumprir, agora ou no futuro. Na esfera das meras hipóteses, de que maneira o Demônio poderia conseguir «abolir» o Santíssimo Sacrifício da Missa?
O Demônio, como bem o sabemos, é um cachorro acorrentado. O seu poder não é ilimitado – não é como se ele fosse um Deus Onipotente com o sinal invertido; ele só causa o mal que lhe é permitido causar, dentro dos insondáveis desígnios da Providência Divina à qual, de bom ou mau grado, estão sujeitos os homens e os demônios. Lembro-me do que li certa feita em um livro sobre exorcistas, se a memória não me trai do padre Gabriele Amorth: dizia o velho exorcista que não é possível fazer um “pacto de não-agressão com Satanás”, como se ele pudesse retaliar os que o combatiam mais diretamente por meio dos exorcismos. O Demônio – dizia – já nos causa todo o mal que lhe é permitido causar a nós, e portanto é besteira conceder-lhe cavalheiresca trégua. Ele mais nos odeia na exata medida em que mais somos aquilo que Deus nos chama a ser, isto é, santos; crescer no agrado de Deus e no ódio de Satanás é uma só e a mesma coisa. Estamos em guerra com um inimigo que ultrapassa em muito as nossas forças, mas combatemos do lado do Altíssimo! Pretender conduzir semelhante batalha sem “chamar a atenção” do Diabo não passa de mediocridade espiritual, que muito caro nos pode custar.
O Demônio, repitamos, já faz todo o mal que lhe é permitido fazer. Mas à sua ação o Todo-Poderoso estabeleceu limites muito claros; por exemplo, estabeleceu que contra a Sua Igreja não prevaleceriam nunca as hostes infernais. Todo e qualquer assalto dos infernos à Igreja de Cristo, portanto, existente ou possível, esbarra já a priori nesta muralha indestrutível que Cristo levantou em torno à Sua Esposa. Qualquer mal que o Diabo possa ter feito ou possa ser capaz de fazer um dia à Igreja, não pode nunca ser mais poderoso que a promessa d’Aquele por quem Céus e Terra foram criados.
Eu sempre pensei que aquele «robur» com o qual Satanás se levantaria no Fim dos Tempos contra o Sacrifício da Missa fosse na forma de uma perseguição física, como tantas pelas quais os cristãos já atravessamos ao longo dos séculos. Algo como um novo Império pagão lançando mais uma vez às feras os que ousassem adorar ao Deus Verdadeiro, ou um Governo a nível global que fizesse no mundo inteiro aquilo que o Governo do México logrou fazer na terra da Virgem de Guadalupe no século passado. Mas é forçoso reconhecer que esta não é a única forma possível de uma tal profecia se cumprir.
Algumas pessoas parecem acreditar que ela poderia ser cumprida se uma missa falsa fosse colocada no lugar da Missa Verdadeira. Tal hipótese é bastante problemática por um sem-número de razões. Atenta contra a indefectibilidade da Igreja ou – quando menos – contra a Sua visibilidade, uma vez que transforma a Igreja em Sinagoga em Satanás. Transforma o critério próximo e objetivo da Fé Católica – a Igreja Docente – em instrumento de perdição. Faz desaparecer o Sacrifício da «Nova e Eterna Aliança», instituído pelo Filho de Deus ao preço altíssimo do Seu Sangue vertido na Cruz do Calvário, e coloca a mais horrenda idolatria no seu lugar, impedindo assim Deus de ser adorado como convém à Sua Augusta Majestade. Mesmo considerar que tal coisa possa ser possível soa-me como impiedade, como uma injúria à Igreja Santa de Deus.
Mas eu avento uma hipótese conciliadora, que – é óbvio – não tem a pretensão de ser o diagnóstico preciso dos tempos em que vivemos e nem a interpretação exata das profecias do Fim do Mundo. Trata-se de uma reflexão particular minha, aqui apresentada como mera possibilidade ante tudo o que já foi exposto sobre o assunto. Pretendo, com ela, permitir às pessoas que tenham a real dimensão da crise presente (e de outras crises futuras possíveis), sem a subestimar com os olhos fitos somente na indefectibilidade da Igreja e nem tampouco voltar-se contra a própria Igreja por conta da consideração da enormidade daquela crise. Em uma palavra, intento aqui oferecer uma alternativa ao sedevacantismo ou ao tradicionalismo radical que não descuide da gravidade da situação presente (ou de outras possíveis).
Ora, sabemos que, em todos os Sacramentos, há o seu aspecto objetivo e o seu aspecto subjetivo; há a Graça enquanto deles decorre por aquilo mesmo que eles são – e, por isso, independente de quem os ministra ou quem os recebe, i.e., ex opere operato – e há a Graça enquanto beneficia concretamente quem os recebe – e, assim, dependente das disposições subjetivas destes, ex opere operantis. A primeira existe em virtude dos próprios sacramentos e portanto nunca falta e nem pode faltar; a segunda, dependente do ânimo do agente, pode ser diminuída ou mesmo deixar completamente de existir.
Se as pessoas não se santificam, não há por que colocar a culpa numa suposta falta de capacidade santificante dos Sacramentos. Quanto a isto, é possível parafrasear perfeitamente o pe. António Vieira no seu conhecidíssimo Sermão da Sexagesima:
Sabeis, cristãos, porque não faz fruto a palavra de Deus? – Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, porque não faz fruto a palavra de Deus? – Por culpa nossa.
E isto, que acontecia então com a palavra de Deus, pode perfeitamente acontecer com os Seus Santos Sacramentos: não por deficiência deles, mas pela malícia de quem os ministra e de quem os recebe. Se a Graça Divina «por parte de Deus, não falta nem pode faltar», deve-se procurar o «porquê» dos seus (visíveis) parcos frutos não num impossível defeito dos canais, mas na deficiência dos que a eles acorrem.
E se os homens deixassem de saber que a Santa Missa é o Divino Sacrifício do Corpo e Sangue de Cristo, que aplaca a cólera de Deus e lhes obtém inefáveis tesouros dos Céus, ou pelo menos se deixassem de viver como se isso tivesse alguma importância? O que se poderia esperar como conseqüências desta hipotética terrível situação?
Ora, a graça é conferida a cada pessoa na medida de suas disposições interiores. Ensina-nos as Escrituras Sagradas que Deus não atende a quem não sabe pedir: «Pedis e não recebeis, porque pedis mal» (Tg 4, 3a). Ora, não pode pedir bem quem não sabe o que pode e deve pedir. Aufere mais graças do Sacrifício de Cristo quem, na medida de suas capacidades, melhor O compreende. Havia por certo muitos cegos em Jerusalém, mas Nosso Senhor só abriu os olhos aos que O pediram «Domine, ut videam»; e isso em absolutamente nada diminui o Seu poder ilimitado.
Assim, um padre que celebrasse a Missa sem levar em conta que está oferecendo à Trindade Santa o Sacrifício de Cristo com certeza continuaria celebrando Missa, uma vez que para a validade dos Sacramentos basta um genérico desejo de «fazer o que faz a Igreja», ainda que não se saiba com clareza o que a Igreja faz ou mesmo que se erre quanto a isso. É o que nos ensinam os teólogos; por exemplo, Ludwig Ott no seu Tratado sobre os Sacramentos:
Por lo que respecta a la faceta objetiva, basta la intención de hacer lo que hace la Iglesia. Por eso no es necesario que el ministro tenga la intención de lograr los efectos del sacramento que pretende lograr la Iglesia, v.g., la remisión de los pecados. No es necesario tampoco que tenga intención de realizar un rito específicamente católico. Basta el propósito de efectuar una ceremonia religiosa corriente entre los cristianos.
Seria, portanto, válida a Missa celebrada por um padre que quisesse simplesmente realizar uma genérica «cerimônia religiosa corrente entre os cristãos». Mais ainda, seria válida ainda que o dito padre não tivesse a intenção de obter do Sacrifício que oferece os «efeitos» que a Igreja diz que Ele produz. No que tange à capacidade santificante objetiva dos Sacramentos, não há portanto o menor problema aqui. Mas e quanto às graças que eles de fato conferem aos que deles participam assim de maneira tão desleixada? Parece-me claro que não obtém – ou ao menos que obtém em muitíssimo menor medida – os frutos do Sacrifício da Missa quem não tem a intenção de os obter. E, portanto, para diminuir drasticamente os «efeitos» da Santa Missa no mundo não é necessário torná-la inválida: basta que não se queira subjetivamente receber o que Ela objetivamente tem a proporcionar.
E isto não seria, por fim, uma forma de «abolir» – ao menos metaforicamente – o Sacrifício do Altar? Fazê-lo ser celebrado sem que, contudo, (quase) ninguém disso se apercebesse? Fazer com que oferecessem a Deus o Sacrifício da Cruz como se Lhe não oferecessem? Eis, portanto, o que me parece que está – pelo menos em princípio – ao alcance de Satanás: nada podendo contra o Sacrifício oferecido, voltar-se ele com fúria contra os que O ofertam. Não podendo impedir a ira de Deus de ser aplacada, impedir contudo os homens de se beneficiarem desta santa Propiciação. Incapaz de agir contra Aquele que recebe o Sacrifício, dedicar-se com afinco a prejudicar os que O oferecem. E, em semelhante situação, é fácil ver o estado de miséria religiosa a que estariam reduzidos os filhos de Deus! Se uma situação assim não fosse abreviada, correr-se-ia o risco de que se perdessem até os predestinados. E, sinceramente, ela em nada se avantajaria sobre a triste situação em que hoje nos encontramos…
Aqui é o máximo, penso, até onde Satanás pode ir. A partir daqui Deus lhe impôs limites: «Chegarás até aqui, não irás mais longe; aqui se deterá o orgulho de tuas ondas» (Job 38, 11). Já aqui é suficiente estrago, é bastante desolação, é rigorosíssimo castigo pelos pecados dos homens! Aqui já se harmonizam as mais terríveis profecias sobre o Fim dos Tempos com a reconfortante promessa de Deus de estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Aqui já é possível privar o mundo [dos benefícios] da Missa sem fazer com que Deus deixe de receber o Eterno Sacrifício do Seu Filho amado. Aqui o mysterium iniquitatis já encontra a sua mais perfeita encarnação. Aqui, por fim, já tudo se explica e encaixa, sem que nos seja necessário aventar mais extremadas hipóteses. Para além daqui, já é conceder a Satanás mais poder do que o próprio Deus lhe conferiu.
Posted: 24 Sep 2013 09:45 AM PDT
[Fonte: Facebook]
Tem boi na linha; se não é boi, pelo menos é chifrudo
Quando meus filhos eram pequenos, eu sempre fazia com eles uma brincadeira de palavras, um joguinho meio besta, mas muito útil, para ensiná-los a se expressar claramente. A maior vantagem da brincadeira é que ela também ensinava que é simplesmente impossível ser entendido claramente quando o receptor do discurso preocupa-se ativamente em **não** entender.
A brincadeirinha é muito simples: basta fingir que se tomou todas as palavras importantes do discurso por homófonos ou quase-homófonos. A criança – que, como toda criança, leva tudo a sério – fica exasperada e começa a tentar dizer a mesma coisa de outra maneira. Aí é só fazer a mesma coisa, com outro homófono e outra palavra.
Por exemplo: vem-nos o petiz, dizendo que "mamãe pediu pra me dar uma lista de compras". A resposta mais evidente é, claro, "maleta de compras? Pra que é que ela quer que eu te dê uma maleta de compras?! Já não basta a sua mochila?!". Daí a criança tenta dizer "não, pai, é a lista das coisas que tem que comprar no mercado", apenas para se ver diante da barreira intransponível da resposta "mas se a lista é das coisas que têm, para quê comprar no mercado? Você quer comprar de novo o que você já tem?!". E por aí vai.
A brincadeira não tem fim, e garante que a criança desenvolva sua capacidade vocabular ao ponto de, na adolescência, ter um controle ótimo da própria expressão. Meu filhos, graças a Deus, não intercalam "tipo" a cada duas palavras, por exemplo.
Outro dado interessante da minha experiência sensível, que, com o exposto acima, me ajuda a perceber o que está atualmente acontecendo, é o que eu me habituei a explicar dizendo que "o universo conspira em favor do Paulo Coelho". Todo mundo sabe que o ilustríssimo imortal abeelístico supracitado, depois de – dizem as más línguas – vender a alma ao Capiroto, passou a afirmar que o universo conspiraria em favor dele. Seria uma espécie de domínio da sincronicidade, se se quiser tomar pelo lado junguiano da coisa, ou das probabilidades, quando a matemática é nossa praia. Se se quiser correr o risco da blasfêmia, seria possível até mesmo atribuir à Divina Providência esta suposta conspiração do universo.
O fato é que, decididamente, ainda que o universo conspire em favor do Paulo Coelho, em meu favor ele não conspira. Bom sinal, diriam todos os santos e doutores da Igreja. Na verdade, para mim esta realidade acaba sendo até mesmo um modo informal de ver como está indo o meu apostolado: se está indo bem, posso ter certeza de que tudo o que puder dar errado em meu entorno dará. Se eu deixo meu apostolado de lado, contudo, se eu não debato, não respondo, não prego, não escrevo, e me dedico a beber bom vinho e ouvir boa música, as coisas fluem. O universo que conspira em favor do Paulo Coelho me tem como aliado, e sempre sobra uma casquinha da conspiração lá deles.
Pois bem, aparentemente o Santo Padre Papa Francisco, decididamente, não está no mesmo time do Paulo Coelho. Pessoas inteligentíssimas, que respeito profundamente, vêm apresentando dificuldades em entender o que ele diz que mais parecem a brincadeira que eu fazia propositadamente com meus filhos. Não é um nem dois: tenho visto este fenômeno se repetir em público e em particular, afetando engenheiros, filósofos, teólogos, jornalistas e o que mais vier.
Aí eu pego o texto que causou tantas dificuldades e, mutatis mutandis, é como se eu pegasse o diálogo com a criança que eu citei acima; é evidente que se entendeu tal e tal coisa em senso diverso do desejado pelo emissor do discurso, que "tem" significa, no contexto, "precisa", não "possui".
A coisa é ainda mais estranha quando nos damos conta de que muitos dos que ora apresentam dificuldades de compreensão vieram à Fé católica – ou pelo menos se aprofundaram nela e passaram a estuda-la – no pontificado de João Paulo II.
Ora, João Paulo II pode perfeitamente ter sido um santo – sê-lo-á com certeza quando de sua canonização –, mas certamente não era um bom explicador do que quer que seja. Seus textos eram coisas abstrusas, que precisavam ser lidas várias vezes, cheias de referências bizarras a idéias ainda mais esquisitas, que ele julgava necessário combater. Seus discursos de improviso eram piores ainda. Seus atos públicos – mais no que ele permitia que no que ele mandava fazer, mas também nisso – eram frequentemente escandalosos. Pombas, o encontro de Assis foi uma idéia de jerico tão absurda que Deus mandou um terremoto para que Sua voz Se fizesse ouvir. Para não falar da missa celebrada com uma louraça-belzebu fazendo as leituras de maminhas ao léu, enquanto o texto da Veritatis Splendor, acertadíssimo, dizia de maneira confusa e abstrusa que tudo aquilo era coisa a evitar.
Aí me vem um bom amigo, converso joão-paulino, com dificuldades enormes para entender que numa entrevista do Papa Francisco, as palavras "não é possível" não significam "não nos é permitido", mas "é algo que não está ao alcance de ninguém".
Ou seja: algo que "não é possível". E tome idas e vindas por email até o sujeito entender, se é que entendeu!!! Como diria o marido da mulher feia, durma-se com um bagulho desses!
Ao mesmo tempo, o pessoal que já curte uma missa-negra, ou pelo menos que senta no banco dos reservas do time do Paulo Coelho, inventa leituras ainda mais delirantes e arrevesadas de tudo o que o papa fala, de tal modo que dificilmente se têm passado dois dias sem que aparecesse um delírio novo. Ora ele vai ordenar mulheres, ora ele liberou o aborto, era a sodomia-chique das revistas de moda teria ganho aval papal. Daqui a pouco ele vai ter dito que levaria um cartaz louvando grupos de pagode ao show do Iron Maiden.
Ora, a única explicação possível para isto, para tamanho fenômeno de incompreensão localizada, é interferência demoníaca. Não há outra razão; se a incompreensão fosse devida ao discurso propriamente dito, à falta de habilidade do emissor, ou bem a recepção dele seria sempre a mesma – ou seja, todo mundo acharia que o Papa estaria dizendo X, ao invés do Y que ele queria enunciar – ou bem o discurso seria claramente incompreensível. Mas não. O mesmo que vem me perguntar sobre um "não é possível" que ele não consegue entender como "não é possível" vem me dizer que é um absurdo que Fulano ou Beltrano (nunca ambos!) não tenha entendido outro ponto de um discurso papal.
Pelo que ensinam os sábios santos e doutores, e pela modesta experiência, só posso dizer uma coisa de todos estes aparentemente estranhíssimos fenômenos: o Inferno está apavorado com o Papa Francisco! É a versão séria dos probleminhas bestas que eu já encarei tantas vezes; se para mim mandavam um diabrete já velhusco, à beira da aposentadoria, com capacidade de trabalho não lá muito boa, para o Papa vai a elite, o Bope do Hades. Espalham-se pelo mundo, com metafóricos chumaços de algodão sulfuroso para tampas os ouvidos e distorcer as percepções. Não duvido nada que – como já vi acontecer tantas vezes em meu entorno quando meu apostolado estava andando melhorzinho – o Vaticano esteja cheio de problemas, com os aparelhos elétricos pifando, os canos entupindo, os documentos e chaves caindo atrás dos móveis, etc.
A solução, evidentemente, é rezar mais ainda e ir em frente, mesmo sabendo que o Tinhoso é tinhoso e vai continuar atentando. No caso das vítimas, na situação atual, daqueles que vêm tendo dificuldades absurdas para entender o que diz o Papa, eu recomendaria deixar de lado todo e qualquer discurso papal, dedicando-se ao invés à oração. A não ser que sejamos membros da hierarquia e que o discurso papal tenha sido dirigido diretamente a nós, como numa visita de um Bispo ao Papa, vale mais a pena dedicar-se à leitura de obras aprovadas pelo tempo, tão parafraseadas ao longo dos séculos que ficou impossível não encontrar a mesma coisa dita de várias maneiras, todas ortodoxas. Assim escapamos do grosso dos ataques do Chifrudo, ou ao menos não somos usados por ele para atacar a Igreja. Fazer da boa intenção um paralelepípedo para calçar a estrada que leva aos Quintos é, afinal, a especialidade dele.
Além disso, claro, vamos rezar pelo Papa, por este Papa que tanto apavora as hostes infernais!
Ave Maria…
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