ZENIT
O mundo visto de Roma
Portugues semanal - 19 de agosto de 2012
Semana Nacional da Família, Brasil 2012
- Hora da Família 2012
Artigo de reflexão do Pe. Wladimir Porreca, assessor nacional da Pastoral Familiar da CNBB
Santa Sé
- O ex-mordomo do Papa será levado a julgamento
Publicados hoje o requerimento e a denúncia relativas ao processo sobre vazamento de documentos confidenciais do Vaticano. Envolvido também um empregado da Secretaria de Estado. - IOR é mais transparente e seguro que os bancos de muitos países
Jeffrey Lena, advogado da Santa Sé, explica por que o IOR é confiável - Condolências de Bento XVI pela morte do patriarca da Igreja Ortodoxa da Etiópia
S.S. Abuna Paulos faleceu ontem, em Addis Abeba, na idade de 76 anos
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
- Lançamento oficial do Projeto das Edições CNBB, Anjinhos do Brasil
Carta de Dom Odilo Sherer, arcebispo de São Paulo
Brasil
- O Anteprojeto do Código Penal Brasileiro ofende a racionalidade
Entrevista com especialista em direito penal, Dra. Janaina Paschoal
Cultura
- História do Concílio Vaticano II (Parte I)
Anunciado pelo Papa João XXIII no dia 25 de janeiro de 1959 - História do Concílio Vaticano II (Parte II)
Anunciado pelo Papa João XXIII no dia 25 de janeiro de 1959
Familia e Vida
- Como está organizada a pastoral familiar no Brasil (Parte II)
Entrevista com casal coordenador, Tico e Vera
Especial
- "Deus fortalece todo batizado católico ou ortodoxo"
Discurso do arcebispo Józef Michalik, presidente da Conferência Episcopal Polaca, na primeira reunião com Kirill I, Patriarca de Moscou e de toda a Rússia
Mundo
- Primeira congregação missionária da Índia elege novo superior
Pe. Francis de Carvalho de 65 anos de idade - Assassinado mais um sacerdote na Colômbia
Em 27 anos, foram mortos 2 bispos, 79 padres, 8 religiosos e 3 seminaristas - Arcebispo Peter Sartain de Seattle elogia Conferência das Mulheres Religiosas
Compromisso em abordar questões levantadas na avaliação doutrinal - Patriarca Ortodoxo Kirill I visita a Polônia
Polônia e Rússia prontos para reconciliar e escrever novas páginas da história. Amanhã em Varsóvia assinatura da mensagem comum - Eu permaneço em Aleppo!
Apelo dramático do bispo ortodoxo na cidade síria
Entrevistas
- Juventude e Fé
Entrevista com Pe. Reginaldo Carreira, autor do novo livro
Espiritualidade
- Assunção: a mulher e o menino vencem o dragão
Festa da Assunção de Nossa Senhora - A Assunção de Nossa Senhora
Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro - Maria: "Estrela da Nova Evangelização"
Monsenhor Rino Fisichella narra a fé da Assunta ao céu
Análise
- Paulo Gabriele afirma ser o infiltrado do Espírito Santo
A Santa Sé dá a conhecer o requerimento e a decisão de enviar a julgamento Paulo Gabriele e Claudio Sciarpelletti
Angelus
- Jesus não era um Messias como eles queriam
Palavras de Bento XVI ao começar a oração do Ângelus
Audiência de quarta-feira
- A Assunção é uma realidade que atinge também a nós
As palavras de Bento XVI ao recitar o Angelus na Solenidade da Assunção De Nossa Senhora
Documentação
- Primeiro aniversário da JMJ Madri: cardeal Rouco Varela agradece ao papa
Carta do cardeal enfatiza dedicação e entrega do papa aos jovens - Maria é a visita de Deus que cria alegria
Homilia de Bento XVI na Solenidade da Assunção da Beata Virgem Maria.
Semana Nacional da Família, Brasil 2012
Hora da Família 2012
Artigo de reflexão do Pe. Wladimir Porreca, assessor nacional da Pastoral Familiar da CNBB
Pe. Wladimir Porreca*
BRASILIA, segunda-feira, 13 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família oferece para a Semana nacional da Família 2012 o subsídio “Hora da Família” 2012 para ser um instrumento eficaz, para ser usado durante todo o ano, em especial, na Semana Nacional da Família, para introduzir a reflexão e celebração sobre o tema da família na dimensão do trabalho e na festa.
Este periódico “Hora da Família” foi elaborado a partir das catequeses do Encontro Mundial das Famílias com o Papa Bento XVI em Milão, nos dias 30 de maio a 03 de junho, em Milão na Itália.
Família, trabalho e festa são um trinômio que começa com a família, para compartilhá-la com o mundo. O trabalho e a festa são modos através dos quais a família ocupa o “espaço” social e vive o “tempo” humano. O tema coloca em evidência o casal homem- mulher junto ao seu estilo de vida: o modo de viver os relacionamentos (a família), de habitar o mundo (o trabalho) e de humanizar o tempo (a festa). O objetivo do tema é pensar na família como patrimônio da humanidade sugerindo, assim, a ideia que a família é patrimônio de todos, e que ao mesmo tempo contribui universalmente para a humanização da existência.
O nosso periódico é um instrumento para que, por meio de reuniões familiares e de grupos, em todos os ambientes, se aprofunde a reflexão sobre o valor único e próprio da família e o grande bem que ela representa para cada pessoa e para a sociedade. Com as reflexões a partir do tema do Encontro Mundial da Família : FAMÍLIA: TRABALHO E FESTA, é dividido em três grupos, conforme a sequência a família (A família gera a vida, A família e a superação das dificuldades, A família geradora de uma sociedade justa e fraterna ), o trabalho (O trabalho na família, O trabalho, recurso para a família, O trabalho, desafio para a família) e a festa (A festa, tempo para a família, A festa, tempo para o Senhor, A festa, tempo para a comunidade) e introduzidas por uma catequese sobre o estilo de vida familiar (O segredo de Nazaré), os temas desejam iluminar a união entre a vivência familiar e a vida quotidiana na sociedade e no mundo pelo trabalho e pela festa.
Mesmo que cada encontro traga um tema e textos específico focados na temático do Encontro Mundial da Família, contudo as famílias e grupos sintam-se livres para ampliar ou mesmo criar outros temas que possibilitem a família celebrar o trabalho e a festa, através de iniciativas próprias, como palestras, encontros, seminários de estudos e fóruns de debates.
O subsídio “Hora da Família” servirá para introduzir a reflexão e celebração sobre o tema da família na dimensão do trabalho e na festa. É recomendável que se formem grupos de famílias vizinhas, de uma comunidade, de uma quadra, rua, escola, grupos de oração, grupos de reflexão, de ambientes de trabalho, de escolas e outros.
É importante promover reuniões que agrupem todos os membros da família, desde as crianças até aos mais idosos e que todos se sintam valorizados. Que haja momentos de reflexão e celebração e também momentos alegres e festivos. Que não haja excluídos e/ ou desvalorizados.
São de grande valor as celebrações da Eucaristia, cultos ecumênicos, bênçãos das casas. Também é oportuno dar destaques especiais, como: celebrar as “Bodas de Prata” ou “Bodas de Ouro” de casais que as comemoram ao longo do ano, legitimar casamentos; renovação das compromissos matrimoniais numa das celebrações durante Semana Nacional da Família; valorizar os idosos na família; promover noites de talentos com os jovens e crianças. Enfim, valorizar todos os laços familiares nas celebrações. Para isso, é importante estabelecer proximidade com as equipes de liturgia, catequese, dimensões missionária, jovens, ecumênica e outras.
Ainda, como sugestões, destacamos as celebrações conjuntas precedidas de carreatas e com grandes concentrações; missas de abertura e de encerramento da Semana Nacional da Família nas Catedrais, nos Estádios, Ginásios de Esportes, Setores, Áreas, Vicariatos, Foranias, Paróquias e outras.
Um dos grandes desafios da Semana Nacional da Família será de valorizar a presença dos filhos, dos jovens, como propósito de preparação para a Jornada Mundial da Juventude que vai acontecer no Rio de Janeiro em 2013.
*Dr. Pe. Wladimir Porreca é padre da Diocese de São João da Boa Vista/SP, psicoterapeuta e doutor em psicologia(USP) e serviço social (UNESP) e pesquisador da temática Família.
Santa Sé
O ex-mordomo do Papa será levado a julgamento
Publicados hoje o requerimento e a denúncia relativas ao processo sobre vazamento de documentos confidenciais do Vaticano. Envolvido também um empregado da Secretaria de Estado.
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 13 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Foram publicados esta tarde, o requerimento e a sentença do Juiz do processo do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, o advogado Piero Antonio Bonnet, relativas ao vazamento de documentos confidenciais vaticanos.
O juiz de instrução levou a julgamento Paolo Gabriele, ajudante de quarto do Papa, acusado por furto qualificado, e Claudio Sciarpelletti, funcionário da Secretaria de Estado, acusado de cumplicidade.
O advogado da Santa Sé formulou a acusação do Promotor de Justiça, o advogado Nicola Picardi, com base na responsabilidade do acusado Gabriele, seja por causa dos documentos encontrados em sua casa, que pela sua própria admissão de culpa.
O ex-mordomo, de fato - depois de negar, a princípio, a sua própria responsabilidade, admitiu em interrogatórios posteriores, ter fornecido documentos confidenciais ao jornalista Gianluigi Nuzzi - em seguida, publicado no livro "Sua Santidade" – motivando a sua ação como "uma ajuda para a Igreja".
Embora consciente de fazer um ato ilegal, Gabriele tem justificado suas ações admitindo acreditar que o Papa não estava devidamente informado da corrupção interna da Igreja, que ele, ao contrário, estava consciente. Ele disse: "Eu tinha certeza de que um choque, até mesmo na mídia, poderia ter sido algo muito bom para trazer de novo a Igreja de volta ao caminho certo".
Pela primeira vez também, soube-se que também estava envolvido no processo outro funcionário do Vaticano, Claudio Sciarpelletti, técnico informático da Secretaria de Estado, que durante o Inquérito confessou que teve numerosos contatos com o ajudante de quarto. Na gaveta de sua mesa, foi encontrado, de fato, um envelope contendo o material confidencial.
Sciarpelletti foi preso no dia 25 de maio e, em seguida, colocado em liberdade provisória, após fiança, no dia seguinte, com a obrigação de cumprir com certos requisitos. Por falta de provas sobre a cumplicidade no roubo, foi excluído das acusações, mas será processado "por cumplicidade."
Como afirmado na sentença, isso corresponde somente a uma conclusão parcial da acusação, uma vez que o processo iniciado pela Magistratura Vaticana ainda está em andamento e pode abrir novos procedimentos com base em provas adicionais.
De acordo com o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, não é possível saber a data do julgamento até depois do 20 de setembro, data em que o Tribunal será atualizado.
Questionado sobre uma possível intervenção do Papa Bento XVI após esse veredicto parcial, o Padre Lombardi disse que o Papa é "livre para se expressar", mas também sublinhou que o Papa "manteve-se fora do processo, a fim de dar maior autonomia para os juízes e um claro sinal de transparência ".
Tradução Thácio Siqueira
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IOR é mais transparente e seguro que os bancos de muitos países
Jeffrey Lena, advogado da Santa Sé, explica por que o IOR é confiável
ROMA, segunda-feira, 13 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - O relatório Moneyval "derrubou por terra o mito da pouca transparência do Vaticano e do IOR", afirma o advogado da Santa Sé, Jeffrey Lena, em entrevista ao Vatican Insider.
Jeffrey Lena, 54, californiano de Berkeley, graduado em história e direito pela Universidade da Califórnia, ex-professor universitário de história e de direito, tem trabalhado em várias causas do Vaticano desde 2000.
Atualmente, é membro do grupo de trabalho constituído pela Secretaria de Estado para adequar o Vaticano às normas internacionais de combate à lavagem de dinheiro e contra o financiamento do terrorismo.
Segundo Lena, "muitas críticas sobre o Vaticano surgem da falta de compreensão do que ele realmente é, do que ele faz e de como funciona a Santa Sé (...) Infelizmente, certos artigos sobre o IOR são imprecisos. Muitas vezes corre-se o risco de enfatizar mais as suposições do que os fatos". Por exemplo, "é absolutamente falso que existam contas da Finmeccanica no IOR, como também é falso que haja contas secretas ou anônimas, e é falso que o IOR tenha relações com bancos de fachada".
Com relação às alegações de falta de transparência, o advogado declarou que "O relatório Moneyval desmascara esse mito. Os avaliadores afirmaram que o Vaticano foi muito colaborativo e cooperativo. Outro mito dissipado é o das acusações de corrupção desenfreada. O relatório diz especificamente, no parágrafo 52: ‘No que diz respeito à corrupção, embora tenha havido recentes acusações infundadas de corrupção na mídia, não há nenhuma evidência empírica de corrupção no Vaticano’".
Sobre o porquê da aprovação do IOR em 49% dos critérios exigidos e da sua reprovação nos outros 51%, Lena afirma: "A observação mostra que as estatísticas podem ser facilmente enganosas. Uma análise apropriada dos números revela uma realidade totalmente diferente. Em primeiro lugar, o país que conseguiu o melhor resultado alcançou um rating de apenas 75% dos critérios considerados ‘muito ou completamente adequados’. Em segundo lugar, nenhuma atenção foi dada à classificação dos pontos de outros países na avaliação, embora esses dados também estejam disponíveis para qualquer um no site da Moneyval".
Lena acrescenta: "O Vaticano ficou em décimo primeiro entre os trinta países avaliados pela Moneyval na terceira rodada das avaliações e em décimo terceiro entre os trinta na sua performance geral, se você olhar para todas as ‘40 + IX Recomendações’".
Além disso, o Vaticano superou países membros da União Europeia em mais de uma categoria, como no caso do compromisso com os tratados internacionais que combatem o crime organizado. "Não digo isso para criticar outros países, mas para afirmar que o Vaticano deveria receber o devido reconhecimento pelo que conseguiu alcançar".
Sobre as acusações injustas que foram feitas ao IOR, o advogado Lena disse que "nos últimos meses, por exemplo, foi divulgada a notícia de que o Vaticano, na opinião dos Estados Unidos, foi chamado de ‘potencialmente vulnerável’ à reciclagem de dinheiro. Apenas potencialmente. É uma notícia que ajudou a disseminar uma visão bastante negativa do Vaticano. Mas fica claro, pela leitura do relatório dos EUA, que não era esta a categoria realmente relevante para o risco de reciclagem, e sim a dos países de ‘preocupação primordial’. Nesta última categoria entram países como Japão, Inglaterra, Austrália e Itália. É curioso, digamos assim, que muitos artigos de jornais não tenham comparado a avaliação do Vaticano com as avaliações de outros países de risco muito maior".
Quanto às alegações de não-cooperação internacional, o colaborador da Santa Sé salientou: "A acusação constante de não-cooperação é injusta. Por exemplo, quem escreveu em janeiro que o Vaticano ‘nunca tinha respondido’ a uma rogatória de 2002 deve ter ficado surpreso quando descobriu que essa rogatória nunca chegou a ser enviada pelo país requerente, e, consequentemente, nunca chegou até o Vaticano!"
(Trad.ZENIT)
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Condolências de Bento XVI pela morte do patriarca da Igreja Ortodoxa da Etiópia
S.S. Abuna Paulos faleceu ontem, em Addis Abeba, na idade de 76 anos
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Ao ouvir a notícia da morte de Sua Santidade Abuna Paulos, Patriarca da Igreja Ortodoxa Tewahedo Ortodoxa da Etiópia, o Santo Padre Bento XVI expressou ao Santo Sínodo suas condolências em um telegrama.
Grande promotor do diálogo ecumênico, o Patriarca faleceu ontem, quinta-feira, 16 de agostoem Addis Abeba, na idade de 76 anos.
Apresentamos a seguir o texto do telegrama do Santo Padre.
Tendo recebido com tristeza a noticia morte de Sua Santidade Abuna Paulos, Patriarca da Igreja Ortodoxa Tewahedo da Etiópia, desejo expressar minhas sinceras condolências aos membros do Santo Sínodo, ao clero, aos religiosos e fiéis do Patriarcado.
Ainda me lembro com satisfação suas visitas ao Vaticano, e em particular o discurso por ele proferido na Segunda Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos em 06 de outubro de 2009 e as importantes observações feitas naquela ocasião.
Sou-lhe também grato pelo seu firme compromisso de promover uma maior unidade através do diálogo e da cooperação entre a Igreja Etíope Ortodoxa Tewahedo e a Igreja Católica.
Como o Patriarcado lamenta a morte de Sua Santidade, de bom grado lhe asseguro minhas orações pelo repouso de sua alma, e por todos os que lamentam a sua perda.
(Trad.:MEM)
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Lançamento oficial do Projeto das Edições CNBB, Anjinhos do Brasil
Carta de Dom Odilo Sherer, arcebispo de São Paulo
BRASILIA, quinta-feira, 16 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – No lançamento oficial do Projeto das Edições CNBB, Anjinhos do Brasil, (www.anjinhosdobrasil.com.br) ocorrido no passado 14 de agosto, terça-feira, em São Paulo, o Cardeal Dom Odilo Pedro Sherer, arcebispo de São Paulo, escreveu uma carta para a ocasião, que a publicamos a seguir:
***
Quem são os anjos? Eles aparecem na Sagrada Escritura, como espíritos celestes e mensageiros de Deus, a serviço da glória de Deus e da vida dos homens. Jesus também fala dos anjos e diz que os das crianças “contemplam sem cessar a face de Deus” (Mt 18,10).
A Igreja nunca deixou de crer na existência dos anjos e tem duas comemorações litúrgicas que lhes dizem respeito: 29 de setembro, festa dos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel; e 2 de outubro, festa dos Santos Anjos da Guarda. Isto sem esquecer o Anjo da Anunciação, do Natal, da paixão de Jesus, da ressurreição... de tantos momentos da vida da Igreja...
Nesta ocasião, tenho o prazer de lhes apresentar um trecho de uma bela homilia do grande Doutor da Igreja, S.Bernardo de Claraval, do século 12:
Dos Sermões de São Bernardo, abade (Sermão 12)
“Eles te guardem em todos os teus caminhos
A teu respeito ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos (Sl 90,11). Louvem o Senhor por sua misericórdia e suas maravilhas para com os filhos dos homens. Louvem e proclamem às nações que o Senhor agiu de modo magnífico a favor deles. Senhor, que é o homem para que assim o conheças? Ou por que inclinas para ele teu coração? Aproximas dele teu coração, enches-te de solicitude por sua causa, cuidas dele. Enfim, a ele envias o teu Unigênito, infundes o teu Espírito, prometes até a visão de tua face. E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os teus santos espíritos a servir-nos, confias-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos.
A teu respeito, ordenou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor. Estão aqui para proteger, para te serem úteis. Na verdade, embora enviados por Deus, não nos é lícito ser ingratos para com eles, que com tanto amor lhe obedecem e em tamanhas necessidades nos auxiliam.
Sejamos-lhes fiéis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra Àquele, que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados.
Assim, irmãos, nele amemos com ternura seus anjos como futuros co-herdeiros nossos e, enquanto esperamos, nossos intendentes e tutores dados pelo Pai como nossos guias. Porque agora somos filhos de Deus, embora não se veja, pois ainda estamos sob tutela quais meninos que em nada diferem dos servos.
Aliás, mesmo assim tão pequeninos e restando-nos ainda uma tão longa, e não só tão longa, mas ainda tão perigosa caminhada, que temos a temer com tão poderosos protetores? Eles não podem ser vencidos, nem seduzidos, e ainda menos seduzir, aqueles que nos guardam em todos os nossos caminhos. São fiéis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que os sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu”.
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Brasil
O Anteprojeto do Código Penal Brasileiro ofende a racionalidade
Entrevista com especialista em direito penal, Dra. Janaina Paschoal
Por Thácio Siqueira
BRASILIA, sexta-feira, 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – No passado 27 de julho o presidente do Senado do Brasil, José Sarney, recebeu, das mãos do Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp, o anteprojeto do novo Código Penal brasileiro.
Nessa Solenidade, o ministro Gilson Dipp presidiu a comissão dos 15 juristas que há mais de 7 meses foi designada para elaborar o Anteprojeto.
No entanto, depois que o Senado disponibilizou o texto integral (pode ser lido clicando aqui) começaram a surgir várias dúvidas e também algumas perplexidades na sociedade brasileira. O que o novo Código Penal traz de bom ou de ruim para a sociedade? Houve real participação popular? O que são 6 mil sugestões para 200 milhões de Brasileiros? Por que aprovar o novo código às pressas?
Para responder a essas e a outras perguntas ZENIT entrevistou a Dra. Janaina Paschoal, advogada e professora livre docente de direito penal da USP, esperando poder contribuir para o debate.
Publicamos a entrevista na íntegra:
***
ZENIT: O Anteprojeto do Código Penal foi elaborado pelos melhores juristas brasileiros?
DRA. JANAINA: Não sou adepta da tática de atacar ideias, desmerecendo seus autores. Por isso, o que posso te dizer acerca dos membros da Comissão é que são pessoas, que trabalham na área há um bom tempo e que, em grande parte, possuem títulos acadêmicos, sendo alguns, inclusive, professores. Se são melhores ou piores do que outros conhecedores da matéria, não me compete opinar.
ZENIT: Houve mais ciência jurídica para a elaboração desse anteprojeto do que para a elaboração do código vigente?
DRA. JANAINA: É preciso esclarecer que a Parte Geral do Código Penal de 1940 foi completamente refeita em 1984, por um grupo de professores que, ainda hoje, são considerados os maiores conhecedores da matéria. Dentre eles, cito Miguel Reale Júnior.
Com relação à parte especial, que é a que prevê os crimes, ela realmente foi elaborada em 1940, mas já sofreu diversas alterações pontuais. Há aspectos positivos, aspectos negativos, pontos ultrapassados, como ocorre com qualquer lei.
ZENIT: Está havendo real participação popular nesse anteprojeto?
DRA. JANAINA: É preciso deixar bem claro que, apesar de este Código de 40 ter sido elaborado em época ditatorial, houve muito mais discussão do que está havendo relativamente ao projeto atual. E, naquela época, não existia internet, e-mail, etc. O Ministro Francisco Campos nomeou uma primeira comissão, liderada por Alcântara Machado, depois o primeiro projeto foi submetido por uma Comissão revisora, liderada por Nelson Hungria. E a primeira Comissão teve oportunidade de se manifestar sobre as críticas apresentadas. Paralelamente, juristas da época tiveram chance e tempo de se manifestarem sobre as diversas propostas.
ZENIT: Por que tanta pressa para aprovar este Código?
DRA. JANAINA: Confesso que não sei qual a pressa para a aprovação deste Código. Não há nenhum dispositivo que se revele muito importante para a sociedade. Aliás, está-se divulgando que a violência e a corrupção serão combatidas, mas não há nada no projeto que indique isso. A título de exemplo, aponto que o peculato (desvio de verbas públicas) teve a pena diminuída. E o novo crime de enriquecimento ilícito, tão alardeado, certamente será considerado inconstitucional.
ZENIT: E sobre o tema da vida humana? Qual é a proposta do Anteprojeto?
DRA. JANAINA: A vida fica flagrantemente desvalorizada. Eis alguns artigos, mas, em resumo, onde eles estão criando os crimes de abandono e omissão de socorro a animais, punindo-os de maneira mais severa do que ocorre com relação às pessoas. Pelo projeto, omitir socorro a uma pessoa, rende uma pena de 1 a 6 MESES. Já, omitir socorro a um animal, leva a uma pena de 1 a 4 ANOS. Pelo projeto, abandonar um incapaz, ou um animal, leva à idêntica pena de 1 a 4 ANOS. Hoje, a pena para quem abandona pessoas incapaz é menor. Mas não é só isso.
ZENIT: O que mais?
DRA. JANAINA: O médico que faz um aborto está tendo sua pena diminuída para 6 meses a 2 anos, enquanto uma pessoa que impede a procriação de um animal (uma espécie de aborto) recebe uma pena de 2 a 4 ANOS. Veja que não é uma questão de ter ou não vida, não tem nada de religioso na discussão. Estão, de forma acintosa, conferindo mais valor à vida dos bichos que a das crianças.
Eu não sou uma ativista pro, ou contra, aborto. Mas a racionalidade está sendo ofendida com esse projeto. E as pessoas não estão se dando conta de tal situação. O que intriga é que se alardeia que o projeto veio para corrigir desproporcionalidades.
ZENIT: E a eutanásia, o aborto e as drogas?
DRA. JANAINA: A eutanásia, a meu ver, está prevista de uma forma muito ampla, que pode dar margem a muitos abusos. O aborto, por meio indireto, está sendo legalizado. As drogas são um tema mais complexo. Eu trabalhei muito na área de prevenção e acho que a legislação atual é melhor. Não vejo problema em retirar o usuário da esfera penal, mas temos que tomar cuidado para não ajudar a organizar o tráfico. Essa onda favorável à legalização das drogas é uma grande ilusão. Todo governo autoritário quer sua população dopada. Ademais, não há país no mundo, em que as drogas sejam totalmente legais.
ZENIT: O que o povo brasileiro ainda pode fazer para propor mudanças?
DRA. JANAINA: Veja, não quero demonizar o projeto, mas não podemos reverenciar bandeiras ideológicas. No mínimo, essas mudanças polêmicas teriam que ser melhor amadurecidas e discutidas. Na minha área, poucas pessoas estão dispostas a enfrentar os ônus dessa discussão. Eu prefiro fazer isso agora, do que reclamar da lei futuramente. O projeto não melhora a situação do país. Então, por que a pressa?
Cultura
História do Concílio Vaticano II (Parte I)
Anunciado pelo Papa João XXIII no dia 25 de janeiro de 1959
Mons. Vitaliano Mattioli*
CRATO, quinta-feira, 16 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Em 25 de janeiro de 1959 o Papa João XXIII, depois de um pontifical solene na Basílica de São Paulo, anunciou aos Cardeais o projeto de realizar um novo Concílio.
A surpresa foi grande porque João XXIII tinha sido eleito Papa em 28 de outubro do ano anterior.
Mais tarde soube-se que já o seu predecessor, Pio XII, teve essa ideia e, em segredo, começou os trabalhos preparatórios. Mas depois pensou que o tempo ainda não estava maduro.
João XXIII começou os preparativos no mês de maio seguinte constituindo a Pontifícia Comissão Antepreparatória. Nomeou Mons. Pericle Felici secretário da mesma.
Em junho de 1960 com o Motu proprio Superno Dei instituiu as 11 Comissões preparatórias: teologia, bispos e governo das dioceses, disciplina do clero e do povo cristão, religiosos, sacramentos, liturgia, seminários, igrejas orientais, missões, leigos.
Finalmente no dia 11 de outubro de 1962 foi aberto oficialmente o novo Concílio. O Papa escolheu esta data porque, então, nesse dia celebrava-se a festa de Maria, Teothokos, Mãe de Deus. De tal forma manifestou a intenção de colocar o desempenho do Concílio sob a proteção de Maria.
O discurso de Santa Missa de abertura, Gaudet Mater Ecclesia, apontou as diretrizes do Concílio e motivou a oportunidade de celebrar o novo Concílio. Disse que o objetivo principal do Concílio deve ser a apresentação, defesa e difusão do sagrado depósito da doutrina cristã: “5.1. O que mais interessa para o Concílio é que o sagrado depósito da doutrina cristã seja custodiado e ensinado da forma mais eficaz. Tal doutrina abraça o homem integral, composto de alma e de corpo, e a nós, que moramos nessa terra, nos manda buscar como peregrinos a pátria celeste ... 2. O vigésimo primeiro Concílio Ecumênico ... quer transmitir de forma integral, não falseada, não em parte, a doutrina Católica”.
Em seguida, se move sobre o modo de se comportar da Igreja em torno aos erros doutrinários: "Abrindo o Concílio Ecumênico Vaticano II, é claro mais do que nunca que a verdade do Senhor permanece para sempre. 2. Não houve tempo em que a Igreja não se opôs a estes erros; muitas vezes também os condenou, e as vezes com a maior severidade. Quanto ao tempo presente, a Esposa de Cristo prefere usar o remédio da misericórdia ao invés de usar as armas do rigor; pensa que deva-se atender as necessidades de hoje, expondo mais claramente o valor do seu ensino e não condenando.
O discurso de abertura termina expressando o desejo de promover a unidade na família cristã e humana porque: "Infelizmente toda a família cristã ainda não conseguiu plenamente essa unidade visível na verdade."
A primeira sessão terminou no dia 8 de dezembro de 1962. Os trabalhos foram atualizados pelo mês de setembro do ano seguinte.
Enquanto isso, no dia 3 de junho de 1963 o Papa João XXIII morreu. Automaticamente com a morte do Papa, o Concílio foi suspenso. Corresponde ao sucessor continuá-lo ou não.
O novo Papa eleito no dia 21 de junho foi Giovanni Battista Montini, que tomou o nome de Paulo VI. Ele expressou imediatamente o desejo de continuar o Concílio.
A segunda sessão foi aberta no dia 29 de setembro de 1963 e terminou no dia 4 de dezembro de 1963.
Em seu discurso de abertura, Paulo VI apresentou os quatro objetivos do Concílio: “Resumiremos em quatro pontos, que são: a definição ou, se preferir, a consciência de Igreja, a sua reforma, a restauração da unidade entre todos os cristãos e o diálogo da Igreja com os homens contemporâneos”.
Em janeiro de 1964 Paulo VI fez a histórica visita à Terra Santa seja para retornar às origens do cristianismo, como para reacender as relações entre a religião hebraica e o Estado de Israel, ainda não reconhecido oficialmente pela Santa Sé. Mas também para fazer novas alianças com a Igreja Ortodoxa. Comovente e único na história anterior foi o encontro e o abraço em Jerusalém entre Paulo VI e Atenágoras, Patriarca de Constantinopla.
"A terceira sessão foi a do 14 de setembro de 1964 a 21 de novembro. Em seu discurso de encerramento, Paulo VI proclamou Maria: Mãe da Igreja: "Por esta razão, parece-nos necessário que nesta sessão pública anunciemos publicamente um título com o qual seja honrada a Beata Virgem Maria, que foi solicitado por diversas partes do mundo católico e nos é especialmente caro e aceitável, porque com admirável síntese expressa a posição privilegiada que na Igreja este Concílio reconheceu ser própria da Mãe de Deus.
Por isso para a glória da Beata Virgem e para a nossa consolação declaramos Maria Santíssima Mãe da Igreja, ou seja de todo o povo cristão, seja dos fieis que dos Pastores, que a chamamos Mãe amadíssima; e estabelecemos que com este título todo o povo cristão a partir de agora honre ainda mais a Mãe de Deus e lhe dirija súplicas”.
(Para ler o primeiro artigo sobre o Concilio acesse aqui. Publicaremos a segunda parte desta matéria amanhã, 17 de agosto)
* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]
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História do Concílio Vaticano II (Parte II)
Anunciado pelo Papa João XXIII no dia 25 de janeiro de 1959
Mons. Vitaliano Mattioli*
CRATO, sexta-feira, 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - A quarta sessão: aberta no dia 14 de Setembro de 1965, terminou no dia 8 de dezembro de 1965, festa da Imaculada Conceição.
No discurso de abertura caracterizou dessa forma o Concílio: "Não parece difícil dar ao nosso Concílio Ecuménico o caráter de um ato de amor: de um grande e tríplice ato de amor: para com Deus, para com a igreja, para com a humanidade".
Nesta sessão, no dia 4 de outubro de 1965, Paulo VI visitou a Assembléia das Nações Unidas em Nova York, oficialmente convidado para celebrar o vigésimo aniversário da ONU.
No dia 18 de novembro de 1965 Paulo VI, perto do encerramento do Concílio deu um discurso falando da atitude que se deveria ter no pós-concílio, quase que prevendo a confusão que aconteceria em seguida. "Veneráveis Irmãos, não devemos tanto prestar atenção a essas reformas necessárias, mas sim àquelas morais e espirituais, que nos façam mais em conformidade com o nosso Divino Mestre e mais aptos para os deveres da nossa respectiva vocação. Devemos principalmente esperar isso: a nossa efetiva santificação e a real capacidade de difundir entre os homens do nosso tempo a mensagem evangélica”.
No dia 7 de dezembro de 1965, véspera do encerramento, celebrou-se a Santa Missa da última sessão. Paulo VI na homilia resumiu dessa forma todo o Concílio: "No rosto de cada homem deve-se ver o rosto de Cristo, e neles, aquele do Pai Celestial. Para conhecer a Deus é preciso conhecer o homem. Amar a Deus para amar o homem. Todo este Concílio resume-se no seu significado conclusivo religioso, como um poderoso convite à humanidade de hoje a encontrar, através do amor fraterno, a Deus”.
No final da celebração eucarística aconteceu um fato importante. Paulo VI com a Carta Apostólica Ambulate in Dilectione, aboliu a excomunhão imposta no dia 16 de julho de 1054 ao Patriarca de Constantinopla Miguel Cerulário. Ao mesmo tempo em Constantinopla (Istambul), o Patriarca Atenágoras, revogava a excomunhão do Seu predecessor ao Papa Leão IX. Assim a Carta de Paulo VI: "Queremos eliminar da memória da Igreja a sentença de excomunhão emitida então, tirá-la do caminho, e a queremos enterrada no esquecimento e apagada. Temos o prazer de que nos seja dada a oportunidade de realizar este ato de caridade fraterna aqui em Roma, ao lado do túmulo do Apóstolo Pedro, no mesmo dia em que o mesmo acontece em Constantinopla (Istambul), que é chamada de Nova Roma." O Card. Johannes Willebrands leu a Declaração Conjunta da Igreja Católica Romana e da Igreja Ortodoxa de Constantinopla. Logo depois, o Cardeal Agostino Bea leu a carta citada Ambulate in Dilectione.
Os documentos conciliares são:
Quatro Constituições:
Sacrosanctum Concilium (sobre a Liturgia), 4 de dezembro de 1963 (2178 eleitores, 2159 placet)
Lumen Gentium (sobre a Igreja), 21 de novembro de 1964 (2145 eleitores, 1921 placet)
Dei Verbum (sobre a Revelação Divina), 18 de novembro de 1965 (2350 eleitores, 2344 placet)
Gaudium et Spes (sobre a Igreja no Mundo contemporâneo), 7 de dezembro de 1965 (2373 eleitores, 2309 placet)
Nove Decretos:
Inter Mirifica (sobre as ferramentas da comunicação social), 4 de dezembro de 1963 (2124 eleitores, 1960 placet)
Orientalium Ecclesiarum (sobre as Igrejas Orientais católicas), 21 de novembro de 1964 (2149 eleitores, 2110 placet)
Unitatis Redintegratio (sobre o Ecumenismo), 21 de novembro de 1964 (2148 eleitores, 2137 placet)
Christus Dominus (sobre os bispos), 28 de outubro de 1965 (2322 eleitores, 2319 placet)
Perfectae Caritatis (sobre os religiosos) 28 de outubro de 1965 (2325 eleitores, 2321 placet)
Optatam totius (sobre a formação sacerdotal) 28 de outubro de 1965 (2321 eleitores, 2318 placet)
Apostolicam Actuositatem (sobre o apostolado dos Leigos) 18 de novembro de 1965 (2342 eleitores, 2340 placet)
Ad Gentes (sobre a atividade missionária), 7 de dezembro de 1965 (2399 eleitores, 2394 placet)
Presbyterorum Ordinis (sobre o ministério e a vida dos Presbíteros), 7 de dezembro de 1965 (2394 eleitores, 2390 placet)
Três declarações:
Gravissimum Educationis (sobre a educação cristã), 28 de outubro de 1965 (2096 eleitores, 1912 placet)
Nostra Aetate (sobre a relação com as Religiões não-cristãs), 28 de outubro de 1965 (2312 eleitores, 2221 placet)
Dignitatis Humanae (sobre a liberdade religiosa), 7 de dezembro de 1965 (2386 eleitores, 2308 placet)
Em 1966, o jornalista italiano Alberto Cavallaria escreveu em um livro-entrevista: "O verdadeiro significado do Concílio Vaticano II só será reconhecido depois de muitas décadas e toda conclusão rígida torna-se imprudente" (Il Vaticano che cambia, Mondadori, p. 27).
Hoje, após 50 anos desde o início do Concílio, essa reflexão aparece verdadeira.
(Para ler a primeira parte do artigo clique aqui)
* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]
Familia e Vida
Como está organizada a pastoral familiar no Brasil (Parte II)
Entrevista com casal coordenador, Tico e Vera
Por Thácio Siqueira
BRASILIA, segunda-feira, 13 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Começamos ontem (12) a semana nacional da Família, que está sendo celebrada em cada diocese do Brasil até o dia 18 desse mês.
Aproveitando a temática familiar que está sendo objeto de reflexão dos católicos brasileiros, publicamos hoje a segunda parte da entrevista que o atual casal coordenador da Pastoral Familiar, Raimundo Veloso Leal e Vera Lúcia Morais Leal, concederam à ZENIT.
A primeira parte da entrevista foi publicada no dia 06 de agosto (para ter acesso clique aqui).
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ZENIT - As estruturas eclesiásticas, sem o espírito de Cristo e do Evangelho, podem cair numa mera burocracia e ativismo? Qual é a sua experiência sobre isso?
TICO & VERA: Quem fala agora é Vera – “A nossa experiência é verdadeiramente salutar e pode ser considerada (principalmente no caso do TICO), como uma grande experiência de DEUS. Ele sempre acreditou que o trabalho bastava, e que a força do homem residia na sua própria força. Acontece que em 1984 fomos chamados por Deus (através de um amigo, já falecido) para participar do Encontro de Casais com Cristo, e naquele encontro, ele “caiu do cavalo!” descobriu que toda a sua força e capacidade de trabalho, vinha, não dele, mas do Deus que o criou e o amou desde sempre. A inspiração de Deus sobre o Padre Pastore então realizava-se nele. Descobriu a Igreja e, sobretudo, descobriu a sua fragilidade e pequenez, como ele mesmo diz. Mergulhou na Messe do Senhor e hoje – continua Vera -, posso dizer sem dúvidas que ele se encontrou. Desprezou o ativismo e fez a entrega de todas as suas ações à graça que, segundo o nosso entendimento paira sobre nós. – e continua -, respondeu ao chamado de Deus com a sua vocação de servir à Igreja, o que tenta ele fazer com muita dedicação e responsabilidade – concluindo - Somos muito felizes por tudo isso e agradecidos a Deus pelos milagres acontecidos em nossa vida!. O Espírito Santo paira hoje sobre nós e sobre nossa dedicação e disposição, permitindo-nos então, servi-Lo com amor e misericórdia.”
ZENIT - O testemunho de vida matrimonial de vocês tem sido objeto das suas pregações Brasil à fora. Por que?
TICO & VERA: Não poderia ser de maneira diferente. O nosso testemunho não é tão somente de conversão, mas de oração, temor a Deus, resiliência, perdão e reconciliação. Tivemos inúmeros revezes e a existência pregou inúmeras peças em nossas vidas, quer em nossa relação amorosa, quer em nossa vida profissional, porém nunca nos faltou o amor de Deus e a presença do Cristo. Para reafirmar esse sentimento e essa certeza quando comemoramos os nossos 30 anos de vida matrimonial, mandamos gravar em nossas alianças o nome JESUS, para que pudéssemos conservar bem próximo a nós e de maneira indelevel o amor do Filho de Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade, que é nosso modelo e inspiração. Assim, quando fraquejamos, olhamos para as nossas alianças e sentimos no fundo das nossas almas aquilo que São Paulo dizia: “quando sou fraco, ai então é que sou forte”, pois temos em nossos momentos de fraquezas, a certeza do amor de Deus, que nos une e nos fortalece a cada queda nossa. É assim a vida do casal; é assim a nossa vida! Precisamos então anunciar a todos a Boa Nova do Matrimônio e da Família através de nós próprios. O testemunho é essencial!
ZENIT - Além dos testemunhos de vida, os matrimônios têm necessidade de princípios, de doutrina, de formação. Como a Pastoral Familiar atua nessa área de formação?
TICO & VERA: Temos sido muito felizes com a nossa Igreja e nesse caso pedimos que todos os casais e famílias estejam atentas ao que é dito pelos nossos sacerdotes, eles tem muito a nos dizer e a nos ensinar. Além do acompanhamento sacerdotal (bispos e padres), nós contamos com as nossas literaturas, cursos, encontros, fóruns, jornadas, congressos e escolas de formação, como é o caso do INAPAF (citado anteriormente).
ZENIT - A Pastoral Familiar é uma estrutura eclesiástica no Brasil, que tem como responsável a CNBB, ATRAVÉS DA Comissão Episcopal para a Vida e a Família. Na opinião de vocês, as dioceses do Brasil acolhem e implantam a Pastoral Familiar nas suas dioceses?
TICO & VERA: Acreditamos que sim. É claro que às vezes encontramos alguma resistência de alguns, porém acreditamos que seja apenas por desconhecimento do que seja e do que representa a Pastoral Familiar e a própria família. Sabemos de todos os traumas que carregamos através de nossa vida e que quase sempre, nascem no seio das famílias acompanham a gente para sempre. É preciso então um trabalho de esclarecimento e de muita paciência, sobretudo, acreditando na graça de Deus. Como já dissemos anteriormente, há uma cultura de desconstrução da célula familiar que tem como resultado o enfraquecimento do corpo social. Tudo muito pertinente e compreensível. O grande problema é nunca desistir e manter a convicção de que “a Família é a esperança de Deus”, e que através da vida dessa esperança, haveremos de vencer todas as resistências e todos os contrários.
ZENIT - Afinal, como diz São Paulo na carta aos Efésios, lutamos contra realidades espirituais. Qual é a importância da oração na vida de uma casal católico que queira perseverar na sua vocação matrimonial?
TICO & VERA: Você vai permitir responder essa última pergunta com uma frase de São Lourenço Justiniano. Ele dizia: “A oração aplaca a ira de Deus, porquanto Deus perdoa logo a quem com humildade lhe pede, concede todas as graças pedidas, vence todas as forças do inimigo, em resumo, transforma os cegos em iluminados, os fracos em fortes, os pecadores em santos.”
Raimundo Veloso Leal & Vera Lúcia Morais Leal (TICO & VERA): Casal Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral Familiar – CNPF, Pai de 04 filhos, se conhecem há 44 anos e são casados (no Senhor) há 38 anos. Residem em Salvador / Bahia – Telefone: (71) 9963.9003 – e-mail: ticovera@terra.com.br
Especial
"Deus fortalece todo batizado católico ou ortodoxo"
Discurso do arcebispo Józef Michalik, presidente da Conferência Episcopal Polaca, na primeira reunião com Kirill I, Patriarca de Moscou e de toda a Rússia
Don Mariusz Frukacz
VARSÓVIA, sexta-feira, 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - "As Igrejas e as nações precisam de 'professores' que pregam e vivem de acordo com a verdade livre de coloração ideológica. Precisam da verdade do Evangelho proclamada no amor. O primeiro professor da Igreja é Jesus Cristo, que não deixou de colocar questões difíceis. Os tempos atuais exigem testemunhas corajosas e profetas que vêem as ameaças e trazem ao mundo o poder de Deus, mostrando a salvação na conversão a Cristo, único Salvador da humanidade”.
Este era o coração do discurso de Dom Jozef Michalik, Presidente da Conferência Episcopal Polonesa, dirigida ao Patriarca de Moscou e da Rússia, Kirill I, durante a reunião da hierarquia da Igreja Católica na Polônia e da Igreja Ortodoxa, realizada ontem , quinta-feira, 16 de agosto, na sede da Secretaria do Episcopado Polonês em Varsóvia.
"Se hoje, o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa , a grande Igreja de mais de mil anos de história, dos grandes santos e mártires, quer em conjunto com a Igreja Católica na Polônia, enviar uma mensagem pastoral aos fiéis de ambas as igrejas e a todas as pessoas de boa vontade, esta etapa torna-se um grande testemunho de fé", afirmou Dom Michalik.
Isto, prosseguiu, "não é apenas um gesto, mas uma preocupação comum pelo mundo em que vivemos, para confirmar a fidelidade ao Evangelho e à ética, isto é, a vida de fé segundo a lei de Cristo”.
O Presidente da Conferência Episcopal Polaca observou que a Igreja Ortodoxa na Rússia é "fiel à sua pregação do Evangelho de Cristo, ama o seu povo e o defende corajosamente do perigo da modernidade mal entendida, do progresso liberal" e de todas as situações "onde falta a sensibilidade à presença de Deus”.
Dom Michalik quis lembrar, também, que "os bispos da Igreja Católica na Polônia estão honestamente tentando discernir os sinais dos tempos, e com toda a devoção se esforçam para atender as recomendações do Magistério pontifício, que se refletem na preocupação atual pela nova evangelização”.
Ele disse: "Amando a nossa Igreja, amamos a relação existencial com a nação, o país e a Europa. E no espírito de responsabilidade para com a alma de uma nação, damos vida a uma nova era que oferece a capacidade de encontrar, hoje, novas motivações para reafirmar nossas raízes cristãs e confirma que a fonte da nossa dignidade e do nosso poder estão na potência de Deus, que nos deu o Seu Filho e Salvador, e fortalece todos os batizados, católicos e ortodoxos, com o dom do Espírito Santo ".
"Que alegria – exclamou em conclusão - que hoje podemos rezar com Jesus Cristo, que nos assegura a Sua presença, onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome" (cf. Mt 18, 20). Então espero: "Que possamos dirigir esta oração para toda a humanidade, juntamente com Maria, a Mãe de Deus, e que essa união com Cristo na oração seja uma fonte de esperança para completar nossas tarefas”.
(Trad.:MEM)
Mundo
Primeira congregação missionária da Índia elege novo superior
Pe. Francis de Carvalho de 65 anos de idade
BOMBAIM, segunda-feira, 13 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - No dia 11 de Agosto, a primeira congregação missionária da índia, Sociedade São Francisco Xavier, conhecida como Sociedade do Pilar, elegeu o seu novo Superior, Pe. Francis Carvalho, de 65 anos idade.
Pe. Francis é o primeiro superior depois que o instituto tornou-se de direito pontifício. No passado 27 de junho recebeu o doutorado em direito canônico pela Universidade Gregoria de Roma.
Em entrevista dada a AsiaNews Pe. Carvalho explicou que “A tarefa do nosso instituto é de ser missionários pioneiros entre aqueles que não conhecem a Cristo e aqueles que se tornaram indiferentes a Ele”, e continua “a nossa preferência e prioridade são antes de mais nada a Ásia e a África”, mas confirma que acima de tudo estão à serviço do Papa onde ele precisar.
TS
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Assassinado mais um sacerdote na Colômbia
Em 27 anos, foram mortos 2 bispos, 79 padres, 8 religiosos e 3 seminaristas
ROMA, segunda-feira, 13 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - A nova vítima da violência contra o clero na Colômbia é o padre Pablo Sánchez Albarracín, 67, de Cúcuta, pároco de Santa Maria Mãe de Deus. Ele morreu após 72 horas de agonia.
A Rádio Vaticano relata que o sacerdote foi atacado em 9 de agosto por um homem que tinha invadido a sua casa com uma arma cortante, demonstrando desespero. De acordo com a polícia local, o padre era muito querido pelos fiéis e nunca havia recebido qualquer tipo de ameaça.
Na Colômbia, os sacerdotes assassinados nos últimos 40 anos já somam dezenas. Muitos foram assassinados pelos homens do tráfico, outros por paramilitares ou por grupos guerrilheiros.
Na cidade de Cúcuta, os problemas de ordem pública e a insegurança dos cidadãos são crônicos. A igreja local recebe inúmeras ameaças e "pedidos" de abandonar a região.
Em 15 de julho, o núncio apostólico dom Aldo Cavalli visitou a cidade para incentivar o clero a continuar o seu trabalho pastoral. "A Igreja nunca vai abandonar essas pessoas nem a sua missão de evangelização", afirmou explicitamente o prelado.
Em 12 de maio, o padre Gustavo García tinha sido morto por um homem que queria roubar seu telefone celular.
De acordo com o episcopado colombiano, entre 1984 e setembro de 2011, o país listou 2 bispos, 79 sacerdotes, 8 religiosos e 3 seminaristas assassinados
(trad.ZENIT)
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Arcebispo Peter Sartain de Seattle elogia Conferência das Mulheres Religiosas
Compromisso em abordar questões levantadas na avaliação doutrinal
ST. LOUIS, terça-feira, 13 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - O arcebispo de Seatle emitiu uma declaração coincidindo com a conclusão da Assembléia da Liderança da Conferncia das Mulheres Religiosas ( Leadershisp Conference of Women Religious – LCWR) . O arcebispo foi encarregado pela Santa Sé, de acompanhar o processo de revisão doutrinal publicado pela Congregação para Doutrina da fé (CDF) – “Avaliação Doutrinária da Conferência de Liderança das Mulheres Religiosas”. O relatório pede uma reforma no âmbito da Liderança da Conferência.
A Assembléia Anual concluída na última sexta-feira contou com a participação de 900 delegadas representando 80% das mulheres religiosas dos Estados Unidos. Durante a conferência as delegadas da LCWR discutiram também as respostas ao relatório emitido pela CDF em abril.
Em sua declaração, o arcebispo Sartain exprimiu orgulho pelo continuo contributo da LCWR aos Estados Unidos.
Arcebispo Sartain, em seu comunicado, elogiou a contribuição duradoura e o trabalho contínuo das mulheres religiosas nos Estados Unidos, por isso, ele diz, “merecem o nosso respeito, apoio, agradecimento e orações”.
“Como associação de religiosas, a LCWR constitui um dom único para os seus membros e para a Igreja. Esta unicidade consiste na sua sensibilidade em relação aos que sofrem, seja na América Latina ou em qualquer cidade, em relação à vida das crianças abortadas, ao tráfico humano”, escreve.
O prelado americano assegurou seu compromisso em abordar as questões levantadas na avaliação doutrinal da CDF “num clima de oração e dialogo respeitoso”.
“Devemos também trabalhar no sentido de esclarecer toda e qualquer incompreensão e permaneço verdadeiramente esperançoso de que trabalharemos juntos sem comprometer o ensinamento da Igreja ou o importante papel da LCWR. Olho com confiança para os nossos contínuos debates na medida em que se trata duma colaboração na promoção da vida consagrada nos Estados Unidos”, declara o arcebispo.
De acordo com a Rádio Vaticana, a irmã franciscana Pat Farrell, presidente em transição da LCWR disse que a organização iria dialogar com o arcebispo Sartain, "a partir de uma postura de profunda oração que valoriza o respeito mútuo, a escuta atenta e o diálogo aberto". O arcebispo era esperado para a reunião da organização em 11 de agosto.
Durante a assembléia, os membros aprovaram uma resolução instando o Congresso sobre o Dream Act e a abrangente reforma da imigração, que inclui a reunificação das famílias e um caminho à cidadania para os imigrantes sem documentos que vivem nos Estados Unidos. Elas também aprovaram uma segunda resolução em que se comprometem a trabalhar para a abolição do tráfico de seres humanos, chamando-o de uma forma de escravidão moderna.
(Trad.:MEM)
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Patriarca Ortodoxo Kirill I visita a Polônia
Polônia e Rússia prontos para reconciliar e escrever novas páginas da história. Amanhã em Varsóvia assinatura da mensagem comum
Don Mariusz Frukacz
CZESTOCHOWA, quinta-feira, 16 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - A partir de hoje, quinta-feira(16) a domingo(19), acontece a primeira visita histórica à Polônia do Patriarca de Moscou e da Rússia, Kirill I.
Durante estes quatro dias, o Patriarca estará em Varsóvia, onde, amanhã, vai assinar juntamente com o arcebispo Józef Michalik, presidente da Conferência dos Bispos Polacos, a mensagem comum aos povos polaco e russo. Depois visitará Bialystok, Suprasl, Hajnówka e vai ao mosteiro de Monte Santo Grabarka, onde, sob sua condução, irá celebrar a liturgia para a festa da Transfiguração.
A mensagem comum aos povos polaco e russo não tem precedentes. Nunca antes existiu um documento conjunto da Igreja ortodoxa e católica.
Abre-se uma nova fase nas relações do catolicismo na Polônia e na Igreja Ortodoxa Russa. Trata-se fundamentalmente, de um pedido de diálogo mútuo, a fim de esclarecer a difícil história comum entre as duas nações, o que poderia ser no futuro a base para o processo de perdão e reconciliação.
O documento aborda também a necessidade de um testemunho e de uma visão comum entre a Igreja Ortodoxa e a Católica sobre os novos desafios colocados pela secularização do mundo moderno.
Hoje, Kirill se encontrou com representantes da Conferência dos Bispos polacos na sede do Episcopado,em Varsóvia. Depoisde cumprimentar o arcebispo Michalik, o patriarca foi até a capela para uma breve oração, logo após, juntamente com representantes do Episcopado polonês, falou sobre as perspectivas de cooperação e diálogo entre as duas Igrejas.
Em nome da Conferência Episcopal Polonesa, estiveram presentes na reunião: o cardeal Kazimierz Nycz; o cardeal Stanislaw Dziwisz; o cardeal Jozef Glemp; arcebispo Jozef Kowalczyk, primaz da Polônia; o arcebispo Stanislaw Gadecki; o bispo Wojciech Polak, secretário geral da Conferência Episcopal, o padre Jaroslaw Mrówczyński; o arcebispo Henryk Hoser. Também estiveram presentes os co-autores poloneses da mensagem comum: o arcebispo Henryk Muszynski e o arcebispo Stanislaw Budzik.
A reunião também contou com a participação de um representante da Igreja católica na Rússia, o secretário geral da Conferência dos Bispos da Federação Russa padre Igor Kowalewski.
Acompanhando o Patriarca Kirill, os membros de sua delegação: dom Sawa, metropolitano de Varsóvia e de toda a Igreja Ortodoxa na Polônia; dom Jeremias, bispo de Wrocław - Szczecin (Stettin-Bleslavia) e o bispo Jerzy Pankowski ordinário dos Militares da Igreja Ortodoxa.
Conforme relatado pela KAI (Agência Católica de Informações na Polônia), no final da reunião, o Patriarca Kirill I ofereceu à Igreja Católica polonesa o ícone de Nossa Senhora de Smolensk, um dos ícones ortodoxos mais venerados.
Este pertence ao tipo iconográfico de "Odegetria" ou Nossa Senhora com Cristo, cujo autor, segundo contam, é São Lucas evangelista. Esta imagem foi levada para a Rússia de Bizâncio, através de uma princesa bizantina no ano de 1046.
Era a filha de Constantino IX, que havia chegado à Rússia para se casar com o príncipe Vsevolod. Foi então Vladimir Monomakh, filho e herdeiro do casal, enquanto ainda era príncipe de Smolénsk, a doar, em 1079, o ícone ao monastério local onde quase que imediatamente foi considerado milagroso.
O presente da Igreja Católica polonesa ao Patriarca russo foi a cópia do ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, que - tal como previsto pelos doadores - poderia encontrar o seu lugar na nova construção da Igreja Ortodoxa de Katyn, perto do cemitério onde em 1941 alguns oficiais poloneses foram assassinados.
A intenção, por parte dos ortodoxos, é fazer desta nova Igreja um lugar onde os peregrinos poloneses poderão se reunir para rezar. Essa questão provavelmente será um dos temas a serem discutidos nas negociações em Varsóvia pelos representantes de ambas as Igrejas.
"Em nossa história houve momentos difíceis, e não vai ser fácil imediatamente pedir perdão – declarou o Arcebispo Józef Michalik à televisão polonesa TVP info -. No entanto, o documento que será assinado cria uma nova base para novas relações”.
"Se Deus quiser - acrescentou – vamos ver o momento em que um polonês poderá chamar de ‘irmão’ um russo, e vice-versa. Antipatia e ódio não são sentimentos cristãos. A história entre os nossos povos não se compreende humanamente, por isso é preciso se referir à virtude mais alta, à perspectiva da Sabedoria de Deus e da fé”.
O Patriarca Kirill I, antes de sua visita à Polônia, durante entrevista na Rádio Polonesa, afirmou que "a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica na Polônia estão prontas a perdoar os pecados do passado e a pedir ao seu povo para escrever novas páginas da história".
(Trad.:MEM)
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Eu permaneço em Aleppo!
Apelo dramático do bispo ortodoxo na cidade síria
Por José Antonio Varela Vidal
ROMA, sexta-feira 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Grato por todas as mensagens de conforto e solidariedade recebidas, o metropolita ortodoxo de Aleppo na Síria, Mar Gregorios Yohanna Abraham, ratificou sua vontade de permanecer ao lado da população, atualmente bombardeada por ambas as frentes, pois "esse é um dos deveres de um pastor", declara.
Através de uma recente declaração, o bispo narra os horrores do conflito interno no país árabe, que até hoje atinge a cifra dolorosa de 30.000 mortes e cerca de 200.000 feridos, em mais de 15 meses de ataques e contra ofensivas. Assim, a falta de vontade de ambas as partes em deter as ações desanimou nestas últimas horas as organizações internacionais em seus esforços pela paz.
Nisto é preciso acrescentar o número de desabrigados internos, que segundo a ONU seria de aproximadamente 2,5 milhões, alguns dos quais já entrados em países vizinhos como o Líbano, não menos de 40.000 pessoas. Destes, muitos são cristãos que se abrigam diante de uma prevista guerra religiosa, onde seriam apenas vítimas do ódio para com sua fé.
Panorama devastador
Em sua comunicação, Mar Gregorios explica o momento que cabe viver em uma cidade dividida entre aqueles que apóiam as operações militares do governo, e os que se identificam com as ações do grupo de rebeldes autodenominado "Exército Livre da Síria".
O prelado questiona se "a falta de combustível, eletricidade, água, pão e transporte, além da paralisia dos mercados e o desemprego, eram os privilégios e os produtos da primavera árabe na Síria". E também lamenta a insegurança e o caos, que, juntamente com a intrusão na vida e na propriedade privada tornaram-se "a ordem do dia", segundo sua dramática narrativa.
Adverte também que aumenta um fenômeno sem precedentes na Síria, o sequestro em plena luz do dia, cujo destino depende do que for negociado com os sequestradores e seus resgates, vivos ou mortos.
Acreditar contra toda a esperança
"Já não podemos desfrutar de nossa coexistência pacífica, que podíamos nos orgulhar", é a opinião do bispo, que é grato pela proximidade e conforto recebido de todo o mundo. São evidentes a tristeza e o temor em suas palavras, mesmo mantendo um grau de otimismo baseado na esperança de que a paz é um dom, fruto do diálogo e da justiça.
Portanto, como líder da Igreja Ortodoxa local, pede orações por uma solução pacífica da crise que possa trazer segurança e estabilidade ao país, para que a Síria seja "um lugar para todos os sírios, independentemente de sua formação religiosa, cultural, linguística ou étnica”, afirmou.
(Trad.:MEM)
Entrevistas
Juventude e Fé
Entrevista com Pe. Reginaldo Carreira, autor do novo livro
Por Thácio Siqueira
BRASILIA, quinta-feira, 16 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – “Juventude e Fé” é o título do livro do Pe. Reginaldo Carreira direcionado à formação da juventude que reúne parte dos seus artigos escritos para a revista Família Cristãdesde o ano 2004.
ZENIT entrevistou o Pe. Reginaldo Carreira com a intenção de conhecer a riqueza dessa nova obra que busca “auxiliar os jovens cristãos que querem refletir a fé para dar fundamento ao que se crê e anunciar a mensagem do Evangelho com convicção diante de uma sociedade questionadora e em constante mudança”, como disse o mesmo autor.
Pe. Reginaldo Carreira é natural deLimeira, SP, e exerce seu ministério sacerdotal como pároco, na Paróquia Santa Rita de Cássia em Santa Cruz das Palmeiras, SP. Lecionou Pastoral da Comunicação e Homilética em Institutos religiosos na Diocese de São João da Boa Vista. Realiza um trabalho de evangelização com a música e a pregação desde 1996, tendo feito missões por todo o Brasil, em sua maioria direcionadas para a juventude, a quem dedica grande parte de seu ministério.
“Juventude e Fé” está a venda pela loja virtual da Editora Paulinas em http://www.paulinas.org.br/loja/DetalheProduto.aspx?IDProduto=9804 .
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ZENIT: Qual tem sido a sua experiência com a juventude?
PE. REGINALDO: Tenho pregado encontros desde 1996 em minha diocese, mas especialmente a partir do ano 2000 em diversas partes do país, a maioria deles voltado para a juventude. Como em qualquer ocasião de evangelização, sempre somos evangelizados nas missões que fazemos, e não é diferente com a juventude. Sabemos que há muitos problemas na vida do jovem e que a violência, e as drogas tem ceifado a vida de muitos; mas também experimento nas missões e em minha paróquia uma sede de Deus que toma conta do coração do jovem, e que podemos, como Igreja, ajudar a saciar mostrando o caminho e caminhando juntos. Quando um jovem se compromete com a fé, o faz com uma entrega incomparável! E tenho encontrado um verdadeiro exército onde vou pregar, graças a Deus.
ZENIT: A juventude brasileira necessita de formação?
PE. REGINALDO: Creio que em todos os sentidos. Por isso o livro não tem apenas um aspecto religioso, mas uma reflexão atual no que diz respeito a viver a fé no mundo e viver valores que ultrapassam até a doutrina de uma religião, como o amor, o respeito, o perdão, e a caridade. Mas a formação dos nossos líderes jovens e membros que atuam nos nossos grupos de jovens precisam de uma atenção especial para que possam responder de forma adequada aos desafios de hoje, para se manterem firmes na fé e perseverarem até o fim.
ZENIT: Por que um livro para a juventude?
PE. REGINALDO: Exatamente pensando nesta “atenção especial” aos jovens e aos que trabalham ou convivem com os jovens em nossas comunidades (pais, educadores, formadores). O objetivo é ajudar na formação e reflexão acerca de temas profundos ligados à fé, mas de forma leve e própria para chegar aos jovens.
ZENIT: Como é que esse livro pode ajudar na formação e orientação dos jovens brasileiros?
PE. REGINALDO: A intenção desta obra é ser um auxílio aos grupos de jovens, das diversas pastorais e movimentos, e a todos jovens cristãos que querem refletir a fé para dar fundamento ao que se crê e anunciar a mensagem do Evangelho com convicção, diante de uma sociedade questionadora e em constante mudança.
Este trabalho coincide com o momento atual de nossa Igreja no Brasil, que viverá o Encontro Mundial da Juventude da Renovação Carismática Católica em julho de 2013, a Campanha da Fraternidade de 2013 com o tema “Fraternidade e Juventude”, e a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, também em 2013.
Sem a pretensão de esgotar os assuntos, estes textos poderão acrescentar fundamentos e motivação aos líderes que se dispõem a evangelizar a juventude, e aos jovens que querem aprofundar sua fé.
ZENIT: O que motivou a elaboração da obra?
PE. REGINALDO: Escrevo na revista Família Cristã desde 2004, na Seção “Juventude e Fé” (que deu nome ao livro), por isso surgiu a proposta de lançar esta obra com alguns dos artigos, adaptados ao contexto atual e organizados de forma a proporcionar uma leitura agradável e formativa. O Prefácio do Pe. Zezinho, scj, foi um grande presente e veio motivar ainda mais a elaboração e lançamento deste livro.
ZENIT: O senhor poderia dizer-nos alguns temas de interesse da juventude contidos na obra?
PE. REGINALDO: Este livro reúne uma coletânea de textos sobre assuntos de interesse dos jovens. Dividido em capítulos específicos, os textos refletem temas atuais ligados à juventude e seus relacionamentos, juventude e Igreja, Juventude e espiritualidade, juventude e sociedade atual, juventude e Palavra de Deus, ente outros. São pequenas reflexões que traduzem a experiência adquirida no trabalho com os jovens, em missões pelo país e em minha paróquia. A seguir alguns títulos de capítulos do livro: Saber calar e saber falar; Faculdade e fé: combinam?; Carnaval: bem ou mal? Depende de você!; Que frio é esse?!; “Quando a gente gosta...”; Levei um fora!; Vai votar em quem?; Nossa Senhora: Mãe e modelo da juventude; De Pentecostes em Pentecostes; A vida que vale a pena!; Ser ou parecer?; Ser santo: missão impossível?; Amoração!
ZENIT: Como deve ser lido ou estudado?
PE. REGINALDO: Cada tema pode ser usado individualmente ou em conjunto com outros temas do mesmo capítulo ou do livro, de forma a motivar a reflexão, e motivar o diálogo e o aprofundamento dos temas. Também com este objetivo, algumas perguntas estão colocadas no final de cada capítulo, e uma oração (que pode ser adquirida no site www.paulinas.org.br) para ajudar a transformar em espiritualidade vivida, os temas refletidos. Além disso, pode ser um meio prático de colaborar com os grupos de jovens em suas reuniões e com os líderes que trabalham com a juventude em nossas comunidades.
Espiritualidade
Assunção: a mulher e o menino vencem o dragão
Festa da Assunção de Nossa Senhora
Padre Angelo del Favero
Irmãos, Cristo ressuscitou dos mortos, primícias daqueles estão mortos. Como de fato em Adão todos morrem, assim em Cristo todos recebem a vida...: primeiro Cristo, as primícias; depois, na sua vinda, aqueles que são de Cristo”.
AP 11, 19a; 12,1- 6a.10ab
“O templo de Deus que está no céu se abriu, e apareceu no templo a arca da sua aliança. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e uma grande tempestade de granizo.
Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas;estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à luz. Apareceu então outro sinal no céu: um grande Dragão... O Dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho, tão logo nascesse. Ela deu à luz um filho, um varão, que irá reger todas as nações com um cetro de ferro. Seu filho, porém, foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono... e a Mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe havia preparado um lugar ... Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: "Agora realizou-se a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo”.
Lc 1,39-56
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.41.Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo.Com um grande grito, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? (...)Maria, então, disse: "Minha alma engrandece o Senhor...”
“A imaculada Mãe de Deus, a sempre virem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” : estes são os termos concisos da proclamção dogmática da Assunção de Maria Santíssima ao céu (Pio XII, “MunificentissimusDominum”, 1950).
E assim anunciado pela Igreja ao mundo inteiro que, junta a “Cristo ressuscitado dos mortos, primícias dos que adormeceram” (1 Cor 15,20), no paraíso atualmente já está presente em alma e corpo sua Mãe Maria, ainda que a hora da segunda vinda de Jesus não tenha ainda chegado (1 Cor 15,23).
Ao definir o dogma da Assunção, deliberadamente Pio XII não responde às perguntas relativas ao desaparecimento de Maria: onde, como, quando Ela morreu?
Do ponto de vista histórico, podemos dizer apenas que ignoramos quase tudo, mas o beato João Paulo II ensinou que o fato constitutivo humano do morrer é afirmado também pela Mãe de Jesus:
“A experiência da morte enriqueceu a pessoa da Virgem: passando pela sorte comum dos homens, Ela é capaz de exercitar com mais eficácia a sua maternidade espiritual para com aqueles que estão na hora suprema de suas vidas” ( Audiência Geral, 25 de junho de 1997)
Na encíclica Redemptoris Mater, João Paulo II escreveu que a maternidade amorosa de Maria abraça e defende toda a humanidade, como se fosse um filho único. "Maria, presente na Igreja como Mãe do Redentor, participa maternalmente na luta contra o poder das trevas que acontece em toda a história humana" (nº 47).
À luz da Palavra de Deus, o papa enfatiza a luta dramática e ímpar entre a arrogância diabólica do mal e a fragilidade do bem, que está todos os dias diante dos nossos olhos.
São João a descreve no Apocalipse, referindo-se historicamente às perseguições contra os cristãos no Império Romano. Bento XVI faz o seguinte comentário sobre os dois grandes sinais que ele viu:
"Primeiro, o dragão vermelho, fortíssimo, com uma manifestação impressionante e inquietante do poder sem a graça, sem o amor, do egoísmo absoluto, do terror, da violência... O poder militar, político, propagandístico do Império Romano diante do qual a fé, a Igreja, aparecia como uma mulher indefesa, sem nenhuma chance de sobreviver, muito menos de vencer. E, no entanto, sabemos que no fim quem venceu foi a mulher indefesa; não foi o egoísmo nem o ódio que venceu; foi o amor de Deus. E o Império Romano se abriu à fé cristã. As palavras da escritura sempre transcendem o momento histórico" (Homilia da Assunção, 2007).
Esta última afirmação de Bento XVI sobre o valor meta-histórico das Escrituras não significa a ausência de um vínculo profundo e significativo entre a Palavra e a vida presente. Ele logo acrescenta: "Nós vemos que ainda hoje o dragão quer devorar o Deus que se fez menino".
Aqui, o dragão que ameaça a mulher e a criança, que ameaça a Igreja, ameaça o próprio Deus. Ameaça Deus porque ameaça o homem. Sim, porque desde que Deus se fez um de nós, o destino de cada um de nós é também o destino de Deus.
A encíclica Evangelium Vitae (25 de março de 1995) o ensina explicitamente: "Na carne de cada pessoa, Cristo continua a revelar-se e a entrar em comunhão conosco, de modo que a rejeição da vida humana, nas suas várias formas, é realmente uma rejeição de Cristo" (nº 104).
O símbolo do dragão infernal faz pensar nas muitas formas de violência brutal do homem contra o homem. Entre elas, é emblemático o que acontece na China há décadas, com a imposição de abortos criminosos, aos quais milhões de mulheres são obrigadas.
Imagens terríveis deste furor mostraram recentemente o cadáver de um filho assassinado colocado ao lado da mãe: uma monstruosidade que a mídia mundial denuncia, ainda que timidamente, há anos, e que traz o nome estratégico de "política do filho único".
Mas esta denúncia, para não ser parcial e enganosa, não pode deixar de reconhecer também que o "grande dragão vermelho" continua a devorar milhões de crianças na maioria das nações do mundo, graças à indiferença quase geral dos meios de comunicação e daqueles que estão no poder político.
Na Itália, em particular, não existe oficialmente a "política do filho único", mas há uma cultura perversa, inevitavelmente acompanhada pela “política” da liberdade de escolha de matar as crianças concebidas e indesejadas: seja diretamente (Lei 194, Normas para a proteção social da maternidade e da interrupção voluntária da gravidez), seja indiretamente (Lei 40: Normas sobre a procriação medicamente assistida).
Há quem pense que, quando escolhido voluntariamente, o aborto não é uma violência contra a mulher. Falso! É justamente quando é voluntário que o aborto destrói, além do filho, também a pessoa da mãe, moralmente. Pelo simples fato de querer suprimir o fruto do próprio ventre, a mãe nega a si mesma, nega a sua consciência e o seu ser materno, como bem indica e sempre indicará em todo o mundo a conhecida "síndrome pós-aborto".
Se considerarmos o lado oposto, do pretenso direito de ter um filho, veremos que a mulher que apela para a fertilização in vitro, quando dá o aval à matança "técnica" de uma dúzia de seus pequenos filhos no afã de conseguir “ter um nos braços”, se deixa envolver objetivamente por um contexto moral ainda mais horrível do que o da China.
O que dizer, então, como conclusão de tudo isto e à luz do sinal luminoso de Maria Assunta?
Com a palavra, Bento XVI: "Não temam por esse Deus aparentemente fraco. A luta já foi vencida. Este Deus frágil é forte: é a verdadeira força. E, assim, a festa da Assunção é um convite a confiarmosem Deus. Olhemospara Maria, que foi assunta. Deixemo-nos encorajar à fé e à festa da alegria: Deus vence! A fé aparentemente frágil é a verdadeira força do mundo. O amor é mais forte do que o ódio" (Homilia da Assunção).
(Tradução:ZENIT)
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A Assunção de Nossa Senhora
Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - No dia quinze de agosto ou, como ocorre no Brasil, no domingo seguinte, a Igreja celebra a festa da Assunção de Nossa Senhora. É a afirmação da Tradição da Igreja que Maria, concebida sem pecado, dormiu e foi assunta ao céu, quer dizer, foi levada aos céus pelos anjos.
A fé na Assunção de Maria é professada tanto pelos cristãos católicos quanto pelos ortodoxos. É a festa da elevação de Nossa Senhora em corpo e alma ao céu para participar da glória celestial, reservada aos santos e justos que viveram conforme os ensinamentos do Senhor. Essa afirmação foi definida como dogma pelo Papa Pio XII, em 1º de novembro de 1950, através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus (que quer dizer: O mais generoso Deus). É uma festa com caráter de solenidade, que também é chamada pelos orientais de “Dormição de Nossa Senhora”, uma vez que ela não morre, mas dorme e é levada ao céu de corpo e alma.
Na referida Constituição, o Papa afirma que a Assunção de Maria não foi uma necessidade lógica, mas um dom divino a Maria, como mãe de Jesus. Podemos, no entanto, perceber que ela, Maria, se torna uma referência à ressurreição final, àquilo que deve acontecer a todos os cristãos, seguidores e proclamadores de Cristo, do bem e da verdade.
A definição do dogma de forma solene se deu nas seguintes palavras: "Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à Virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos São Pedro e São Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a Imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial". (§44 da Constituição Apostólica)
O Papa Bento XVI, no dia 15 de agosto de 2011, falando sobre a solenidade, diz que é um dia especial para admirar e louvar pelas grandes coisas que o Onipotente, por meio da Virgem Maria, fez e operou. O Papa destacou, ainda, que Maria indica um caminho e uma meta que podem e devem se tornar, de qualquer modo, o nosso mesmo caminho e a nossa mesma meta. Acrescenta que Maria é a Arca da Aliança do Novo Testamento, porque acolheuem si Jesus; acolheu em si a Palavra vivente, todo conteúdo da vontade de Deus, da verdade de Deus; acolheuem si Aqueleque é a nova e eterna Aliança, culminando com a oferta de seu corpo e do seu sangue: corpo e sangue recebidos de Maria, enfatiza.
Neste ano em curso, no último dia 15, ainda recordou o Papa Bento XVI: “Esta verdade de fé era conhecida pela Tradição, afirmada pelos Padres da Igreja, e era, sobretudo, um aspecto relevante do culto rendido à Mãe de Cristo. O elemento cultual constitui, por assim dizer, a força motora que determinou a formulação deste dogma: o dogma parece um ato de louvor e de exaltação em relação à Virgem Santa. Este emerge também do próprio texto da Constituição Apostólica, onde se afirma que o dogma é proclamado “em honra ao Filho, para a glorificação da Mãe e a alegria de toda a Igreja”.
Vale ressaltar que todos os feitos realizados na vida de Maria são consequências de sua maternidade divina, eles existem porque Maria aceitou ser a mãe do Filho de Deus. Portanto, o que a Ela se refere também se refere a Deus, que nela tudo realizou, como saiu de sua própria boca no canto do Magnificat: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”. Recordar toda a obra da vida de Maria é recordar a ação de Deus na vida de seus eleitos, bem como recordar sua força e poder agindo em favor e pelo bem de toda a humanidade, restaurada e readquirida no sangue do Cordeiro. Maria se torna protótipo, modelo da nova humanidade, onde a ação de Deus se faz visível e opera com toda a sua eficácia. Também esta dimensão o Papa ressalta quando diz: "também nós somos destinados a esse imenso amor que Deus reservou, e é Maria quem indica, com luminosa clareza, o caminho em direção à verdadeira casa, aquela na qual é possível viver a comunhão da glória e da paz com Deus.
Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, nos destina para a felicidade eterna, aquela que Ele mesmo goza. Essa felicidade acontece à medida que somos capazes de realizar a finalidade a que viemos. Todos temos o mesmo objetivo: participar da glória eterna, da visão beatífica de Deus, nos céus, pela eternidade, e aí está a nossa felicidade plena e inigualável.
Maria é modelo desta felicidade e testemunha fiel da beatitude dos santos, aqueles que tiveram suas vestes lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro.
Maria é, pois, a mais bela de todas as mulheres, pois são as virtudes que embelezam o corpo. O pecado só descaracteriza a beleza da criação, criada à imagem e semelhança de seu Criador.
Que olhando para Maria, para sua vida de total dedicação e obediência a Deus, possamos viver as virtudes e receber as graças de Deus para que nossa alma cresça sempre mais no amor, no conhecimento e na contemplação de nosso amado Deus, e assim possamos revelar ao mundo os sinais de sua bondade e de sua salvação. Que Maria nos ajude a chegar às alturas, a buscar as coisas do alto onde está Deus, a elevarmos nossa dignidade tal qual Ele nos garantiu quando, tornando-se opróbrio entre os homens e oferecendo sua vida na mais humilhante forma de morte na cruz, devolveu à humanidade a dignidade ferida pelo pecado.
Que Nossa Senhora nos auxilie com sua intercessão para que também nós possamos contemplar a glória dos céus, na eternidade, onde está Cristo, o desejado de nossa alma. Com Ela, com todos os santos, mártires e bem-aventurados possamos contemplar eternamente a face Daquele que nos faz subir ao monte santo da eterna adoração – a Jerusalém celeste, a pátria dos cristãos.
Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!
† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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Maria: "Estrela da Nova Evangelização"
Monsenhor Rino Fisichella narra a fé da Assunta ao céu
Antonio Gaspari
ROMA, quinta-feira, 16 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Ontem, quarta-feira, 15 agosto, celebração da Assunção de Maria ao céu, na Catedral de Notre Dame, em Paris, Monsenhor Rino Fisichella, explicou por que Maria é considerada a "Estrela da nova evangelização."
Os evangelhos não falam da "missão" de Maria, no entanto, a missão não é estranha à vida da Virgem. De Belém a Nazaré, pelas regiões da Judéia e da Galiléia até o Gólgota, Maria acompanha toda a história antes, durante e depois de Jesus.
Segundo o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização "Os mistérios da vida de Maria são entrelaçados de uma forma única com Cristo, coroando toda a história da salvação”.
"No mistério de sua vida - acrescentou o prelado - entendemos a importância da fé como abandono confiante em Deus", e é claro que "no plano de salvação, Maria vive uma total disponibilidade em obediência ao Espírito”.
Neste contexto - explicou o prelado - "A Assunção não é um mistério ‘fácil de alcançar’, mas pertence à lógica da revelação”.
"Maria - acrescentou – é como a síntese da existência humana (...), quem crê pode encontrar em Maria uma experiência de vida mais próxima à de cada um" e no mistério da Assunção se "compreende a importância da fé como abandono confiante em Deus”.
Para monsenhor Fisichella "Maria, é a primeira crenteem Cristo. Mariaé aquela que acredita, espera e ama”. Em sua "disponibilidade à obediência ao Espírito Santo, Maria exprime a dedicação feminina" e mostra como a Igreja serve aos desígnios do Espírito.
Há poucas semanas para o ano da Fé, o Presidente do Pontifício Conselho disse que, no contexto de uma das crises mais graves da história do mundo, os cristãos são chamados a olhar a fé da Assunta para encontrar "em sua obediência, a força para fazer a vontade do Pai".
"Somos chamados a prestar contas de nossa fé - disse monsenhor Fisichella - somos enviados como testemunhas pelas ruas do mundo. O mundo de hoje não escuta os mestres. Quer testemunhas capazes de expressar a alegria do encontro com Cristo. Aí estão as expectativas do homem contemporâneo”.
Conscientes, concluiu o presidente do Pontifício Conselho,de que "não somos portadores de uma mensagem de sabedoria humana, mas um anúncio de Deus", testemunhas de uma “fé que, apesar das vicissitudes da vida, é sempre um desafio a ser vivido em total liberdade e obediência a Deus”.
(Trad.MEM)
Análise
Paulo Gabriele afirma ser o infiltrado do Espírito Santo
A Santa Sé dá a conhecer o requerimento e a decisão de enviar a julgamento Paulo Gabriele e Claudio Sciarpelletti
Por Antonio Gaspari
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 14 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Após meses de investigação, a Santa Sé tornou conhecido ontem, 13 de agosto o Requerimento do Promotor de Justiça Prof. Nicola Picardi e a decisão de envio a Julgamento pronunciada pelo Juiz Instrutor Prof. Piero Antonio Bonnet.
O julgamento diz respeito ao processo penal contra Paolo Gabriele, mordomo do Papa Bento XVI, que é acusado de furto qualificado de documentos confidenciais, publicados e utilizados por outras pessoas, a fim de criar escândalo e desacreditar a Santa Sé e o Papa.
As investigações começaram no dia 6 de fevereiro de 2012, a pedido do Diretor dos Serviços de Segurança e Defesa Civil do Vaticano, que fez "a denúncia contra desconhecidos pela comissão de delitos contra o Estado e os poderes do mesmo, calúnia e difamação”, depois de ter visto uma reportagem na televisão e vários artigos publicados na imprensa italiana sobre a publicação de cartas confidenciais relacionadas ao Pontífice.
A este respeito o Papa Bento XVI nomeou uma Comissão de Cardeais com a tarefa de desenvolver, administrativamente, "uma investigação autorizada sobre o vazamento de informações e a divulgação de documentos cobertos pelo sigilo profissional".
No dia 19 de maio de 2012 foi publicado e distribuído na Itália um livro contendo fotocópias de correspondência privada do Papa. E já no dia 23 de maio o Diretor dos Serviços de Segurança e Defesa Civil enviou um relatório ao promotor de justiça Vaticano em que levantava suspeitas contra o Sr. Paolo Gabriele, Mordomo de Sua Santidade, que é responsável por furto qualificado de documentos confidenciais que tinham sido fornecidos ao autor do livro em questão.
Foi autorizada a busca no apartamento de Gabrilele, e foi encontrada "uma quantidade enorme de documentos, alguns dos quais, de propriedade e estreito interesse da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano". Grande parte destes documentos foram publicados no livro objeto da investigação.
Na primeira parte da investigação foi envolvido Claudio Sciarpelletti, um cidadão formado em informática, empregado da Secretaria de Estado.
Depois de uma busca no dia 25 de maio nas instalações da Secretaria de Estado, foram apreendidos outros documentos relevantes e Sciarpelletti foi acusado de "falso testemunho, colaboração real no crime, de roubo qualificado de documentos, cumplicidade, e também o crime de violação dos segredos”.
Por estas acusações Sciarpelletti foi preso e depois do interrogatório foi liberado, após fiança, e com a obrigação de observar certos requisitos.
Durante o interrogatório Sciarpelletti teria falado com duas pessoas identificadas com "W" e "X" que teriam lhe passado documentos para serem entregues a Gabriele.
A questão não parece nenhum pouco relevante. Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de imprensa do Vaticano disse que o papel desenvolvido por Sciarpelletti, é "marginal".
Neste ponto do inquérito a policia judiciária do Vaticano denunciou uma série de crimes, ou seja, delitos contra o Estado; delitos contra os poderes do Estado; desacato às instituições do Estado; calúnia; difamação; furto qualificado; participação de mais pessoas no crime; cumplicidade; inviolabilidade dos segredos.
Para reduzir o tempo de investigação e de execução deu-se preferência ao furto qualificado.
Na sequência da publicação do livro com as fotocópias da correspondência do Pontífice, no dia 21 de maio foi realizada uma reunião na qual participaram Mons. Georg Gänswein, Secretário pessoal de Sua Santidade, Mons. Alfred Xuereb, Prelado de Honra de Sua Santidade, Irmã Birgit Wansing, os quatro lembrados e Paolo Gabriele.
Já na ocasião Mons. Georg Gänswein, mostrou a Paolo Gabriele que certas cartas publicadas tinham passado pelas suas mãos, mas o mordomo do Pontífice negou energicamente de ter sido ele que tinha passado as cartas.
Interrogado pelo juiz no dia 24 de maio, Gabriele, apesar de ter oferecido colaboração usou o seu direito de permanecer calado.
O promotor de Justiça disse que interrogado pela segunda vez nos dias 5 e 6 de junho, Gabriele declarou ter “duplicado os documentos fotocopiando no escritório e, em seguida, levando-os para casa. (...) não conservei nenhum documento original porque teriam notado a falta”. Sobre o motivo deste comportamento o acusado disse que: “ainda que a posse destes documentos fosse algo ilegal eu pensei que o deveria fazer por diversas razões (...) pensava que também o Papa não estivesse devidamente informado."
"Vendo mal e corrupção em toda parte na Igreja... – disse o acusado - tinha certeza de que um choque até mesmo mediático, poderia ser saudável para trazer de volta a Igreja ao seu caminho certo... De alguma forma eu pensava que na Igreja este papel fosse justamente do Espírito Santo, do qual me sentia de certa forma infiltrado”.
Como e por que entrou em contato com o autor do livro que, mais tarde, publicou os documentos copiados, Gabriele disse que ele mesmo procurou e contactou o autor do livro, encontrando-se com ele entre “novembro de 2011 e janeiro de 2012” com freqüência semanal ou quinzenal, e de nunca ter recebido dinheiro ou outros benefícios".
Gabriele também afirma de ter entregue cópia dos documentos ao padre espiritual que no Requerimento do Promotor de Justiça é “B”.
A pessoa não acusada, que corresponde a “B”, convocado como testemunha declarou que os conservou por alguns dias para depois queimá-los pois, “sabia que... eram resultado de uma atividade ilegal e não ‘honesta’ e tinha medo de que pudessem usá-lo de forma ilegítima e desonesta”.
É interessante descobrir que o Juiz de instrução contestou a Gabriele por encontrar na sua casa, durante a busca, três objetos que não lhe pertenciam, ou seja: um cheque bancário de 100 000 Euros a nome de Sua Santidade Papa Bento XVI, com data do 26 de março de 2012, proveniente da Universidade Católica Santo Antônio de Guadalupe. Uma pepita supostamente de ouro, presenteada à Sua Santidade pelo Sr. Guido del Castillo, diretor de do ARU de Lima (Peru); Uma gravura quinhentista da Eneida, tradução de Annibal Caro impressa em Veneza em 1581, presente à Sua Santidade das “Famílias de Pomezia”.
É claro, e Gabriele o confirmou, que ele era “o encarregado de levar alguns presentes para o depósito e outros para o Escritório”. O acusado procurou explicar dizendo que “Alguns desses dons eram para as obras de caridade do Corpo da Gendarmeria, da Guarda Suíça Pontifícia e para outras beneficências”.
O Requerimento do Promotor de Justiça Prof Nicola Picardi, dá continuidade a uma longa e detalhada parte em que se detém diante da questão da imputabilidade de Gabriele, e sobre as perícias psicológicas e psiquiátricas realizadas no acusado pelo Prof Roberto Tatarelli da Universidade La Sapienza de Roma e pelo Prof. Tonino Cantelmi, da Pontifícia Universidade Gregoriana, que utilizou como colaboradora, a Dra Martina Aiello, psicóloga e fisioterapeuta.
O objetivo é determinar se: "Gabriele no período de 2011-2012, e atualmente, era e é em tal estado de mente que poderia ter-lhe tirado consciência e liberdade dos próprios atos; se Gabriele seja uma pessoa socialmente perigosa; se Gabriele seja sugestionável e capaz de ideações criminosas auto e/ou heterodiretas".
Diante do Requerimento do Promotor de Justiça, o Juiz Prof. Piero Antonio Bonnet ordenou que de acordo com as solicitações feitas pelo Promotor de Justiça no seu requerimento, “declara o encerramento parcial da investigação".
"O Sr. Paolo Gabriele será julgado diante do Tribunal por crime de furto qualificado”.
"Declara não ter que proceder contra o acusado Claudio Sciarpelletti pelo crime de violação do segredo, por carência de provas e pela participação no crime de furto qualificado, por insuficiência de provas”.
E "o Sr. Claudio Sciarpelletti será julgado diante do Tribunal por crime de cumplicidade"
[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]
Angelus
Jesus não era um Messias como eles queriam
Palavras de Bento XVI ao começar a oração do Ângelus
VATICANO, domingo, 19 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir as palavras que o Santo Padre Bento XVI proferiu hoje na tradicional oração do Angelus.
***
Queridos irmãos e irmãs!
O Evangelho deste domingo (cf. Jo 6, 51-58) é a parte final e principal do discurso feito por Jesus na sinagoga de Cafarnaum, depois de no dia anterior ter alimentado milhares de pessoas com apenas cinco pães e dois peixes. Jesus revela o significado deste milagre, ou seja, que o tempo das promessas foi cumprido: Deus Pai, que com o maná tinha alimentado os israelitas no deserto, agora o enviou, o Filho, como verdadeiro Pão de vida, e este pão é a sua carne, a sua vida, oferecida em sacrifício por nós. Trata-se, portanto, de acolhê-lo com fé, não escandalizando-se da sua humanidade; e trata-se de "comer a sua carne e beber o seu sangue" (cf. Jo 6, 54), para ter em si mesmos a plenitude da vida. É evidente que este discurso não teve a intenção de atrair consensos. Jesus sabe disso e o pronuncia intencionalmente; e de fato aquele foi um momento crítico, uma reviravolta na sua missão pública. As pessoas, e os mesmos discípulos, estavam entusiasmados por Ele quando cumpria sinais prodigiosos; e também a multiplicação dos pães e foi uma clara revelação de que Ele era o Messias, tanto que, logo após, a multidão quis elevar Jesus e fazê-lo rei de Israel. Mas essa não era a vontade de Jesus, que justamente com aquele longo discurso freia os entusiasmos e provoca muitas discordâncias. Ele, de fato, explicando a imagem do pão, diz ter sido enviado a oferecer a sua própria vida, e quem quiser segui-lo deve unir-se a Ele de modo pessoal e profundo, participando do seu sacrifício de amor. É por isso que Jesus vai instituir o Sacramento da Eucaristia: para que os seus discípulos possam ter em si mesmos a sua caridade - isto é crucial - e, como um único corpo unido a ele, estender no mundo o seu mistério de salvação.
Ouvindo este discurso a multidão entendeu que Jesus não era um Messias como eles queriam, que aspirasse a um trono terreno. Ele não buscava aprovação para conquistar Jerusalém; na verdade, queria ir a Cidade Santa para compartilhar a sorte dos profetas: dar a vida por Deus e pelo povo. Aqueles pães, partidos para milhares de pessoas, não queriam provocar uma marcha triunfal, mas antecipar o anúncio do sacrifício da Cruz, no qual Jesus se torna Pão, corpo e sangue oferecidos em expiação. Jesus, então, deu aquele discurso para desiludir as multidões e, acima de tudo, para provocar uma decisão em seus discípulos. De fato, muitos destes, desde então, não o seguiram mais.
Queridos amigos, nos deixemos também surpreender pelas palavras de Cristo: Ele, grão de trigo lançado nos sulcos da história, é a primícia da humanidade nova, livre da corrupção do pecado e da morte. E voltemos a descobrir a beleza do Sacramento da Eucaristia, que expressa toda a humildade e a santidade de Deus: o seu fazer-se pequeno, Deus se faz pequeno, fragmento do universo para reconciliar todos no seu amor. Que a Virgem Maria, que deu ao mundo o Pão da vida, nos ensine a viver sempre em união profunda com Ele.
Trad.TS
Audiência de quarta-feira
A Assunção é uma realidade que atinge também a nós
As palavras de Bento XVI ao recitar o Angelus na Solenidade da Assunção De Nossa Senhora
CASTEL GANDOLFO, quinta-feira, 16 de março de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos as palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos em Castel Gandolfo, na quarta-feira (15), para a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora.
Queridos irmãos e irmãs,
Em meados de agosto a Igreja no Oriente e no Ocidente celebra a Solenidade da Assunção de Maria ao céu. Na Igreja Católica, o dogma da Assunção - como sabemos - foi proclamado durante o Ano Santo em 1950 pelo Venerável Papa Pio XII. A celebração, no entanto,deste mistério de Maria, tem suas raízes na fé e na adoração dos primeiros séculos da Igreja, pela profunda devoção à Mãe de Deus que foi sendo desenvolvida gradualmente na comunidade cristã.
Já no final do século IV e início do V, temos provas de vários autores que afirmam que Maria está na glória de Deus com todo seu ser, alma e corpo, mas é no século VI, que em Jerusalém, a festa da Mãe de Deus, a Theotokos, consolidada pelo Concílio de Éfeso em 431, mudou de face e se tornou a festa da dormição, da passagem, do trânsito, da assunção de Maria, tornou-se a celebração do momento em que Maria saiu deste mundo glorificada em corpo e alma no céu, em Deus
Para compreender a Assunção, devemos olhar para a Páscoa, o grande mistério da nossa salvação, que marca a passagem de Jesus para a glória do Pai através da paixão, morte e ressurreição. Maria, que gerou o Filho de Deus na carne, é a criatura mais inserida neste mistério, resgatada desde o primeiro momento de sua vida, e associada de forma especial na paixão e glória do seu Filho. A Assunção de Maria ao céu é assim o mistério pascal de Cristo plenamente realizado nela. Ela está intimamente unida ao seu Filho ressuscitado, vitorioso sobre o pecado e a morte, plenamente configurada a Ele. Mas a Assunção é uma realidade que atinge também a nós, porque nos mostra de modo iluminado o nosso destino, da humanidade e da história. Em Maria, contemplamos a realidade da glória a que somos chamados cada um de nós e toda a Igreja.
O Evangelho de Lucas que lemos na liturgia desta Solenidade nos mostra o caminho que a Virgem de Nazaré percorreu para estar na glória de Deus. É a narração (cf. Lc 1,39 - 56), na qual Maria é proclamada bendita entre as mulheres e bem-aventurada porque acreditou no cumprimento das palavras que foram ditas pelo Senhor. E no canto do "Magnificat", que eleva com a alegria a Deus, transparece sua fé profunda. Ela se coloca entre os "pobres" e "humildes", que não confiam em suas próprias forças, mas confiam em Deus, que abrem espaço para a sua ação, capaz de fazer grandes coisas na fraqueza. Se a Assunção nos abre para o futuro brilhante que nos espera, também nos convida a confiar mais fortemente em Deus, a seguir sua Palavra, a procurar fazer sua vontade todos os dias: este é o caminho que nos torna "benditos" em nossa peregrinação terrena, e abre as portas do Céu.
Queridos irmãos e irmãs, o Concílio Vaticano II afirma: Maria assunta ao céu “com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada”. (Lumen Gentium, 62). Invoquemos a Virgem Santíssima, seja a estrela que guia nossos passos ao encontro com seu Filho em nosso caminho para chegar à glória do Céu, à alegria eterna.
(Após o Angelus)
Saúdo cordialmente os fiéis brasileiros de Umuarama e Paranavaí e demais peregrinos de língua portuguesa, sobre cujos passos e compromissos cristãos imploro, pela intercessão da Virgem Mãe, as maiores bênçãos divinas. Deixai Cristo tomar posse da vossa vida, para serdes cada vez mais vida e presença de Cristo! Ide com Deus.
(Tradução: MEM)
Documentação
Primeiro aniversário da JMJ Madri: cardeal Rouco Varela agradece ao papa
Carta do cardeal enfatiza dedicação e entrega do papa aos jovens
MADRI, sexta-feira, 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - O cardeal arcebispo de Madri, Antonio Maria Rouco Varela, enviou a Bento XVI uma carta pessoal por ocasião do primeiro aniversário da Jornada Mundial da Juventude realizada na capital espanhola. Varela manifesta a sua gratidão pela visita do papa e pelas suas atitudes de proximidade e de orientação para com os jovens.
Reproduzimos o conteúdo integral da carta, datada de 13 de agosto de 2012.
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Beatíssimo Padre:
Ao completar-se o primeiro aniversário do grande acontecimento de graça que foi a Jornada Mundial da Juventude, em nome próprio, de meus bispos auxiliares e de toda a diocese, agradeço mais uma vez por ter escolhido a sede de Madri para este encontro mundial de jovens, que pode ser comparado com uma generosa semeadura do evangelho no coração dos dois milhões de jovens que participaram.
Naqueles dias, de18 a22 de agosto, Vossa Santidade, como Vigário de Cristo, foi o encarregado de semear a verdade evangélica no coração dos jovens que ouviram o apelo de Cristo a viver a graça do encontro com ele na comunhão da Igreja. Nunca nos esqueceremos, Santo Padre, da vossa dedicação e entrega no serviço do evangelho, nem da vossa afabilidade e vizinhança, fazendo-se tudo a todos, como diria São Paulo, para tornar cada um dos jovens um amigo do Senhor, enraizado e alicerçado nele por meio da firmeza da fé.
Por tudo isto, Santo Padre, nosso infinito agradecimento. E durante estes dias, de modo especial, a Vossa Pessoa estará ainda mais viva em meio de nós e daremos graças ao Senhor porque no Vigário de Cristo ele nos deu a certeza da permanência e da estabilidade da Igreja, que caminha neste mundo rumo ao encontro definitivo com o Senhor. Conte, Santidade, com a nossa oração pelo vosso ministério de Sucessor de Pedro, com nosso afeto profundo e sincero e com a nossa fidelidade a quem nos preside na Caridade.
De Vossa Santidade devotíssimo filho,
+ Antonio Maria Cardeal Rouco Varela Arcebispo Metropolitano de Madri
(Trad.:ZENIT)
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Maria é a visita de Deus que cria alegria
Homilia de Bento XVI na Solenidade da Assunção da Beata Virgem Maria.
CASTEL GANDOLFO, quinta-feira, 16 de agosto de 2012(ZENIT.org)- Reproduzimos a seguir a homilia de Bento XVI na Solenidade da Assunção da Beata Virgem Maria. A Santa missa foi celebrada na paróquia de "São Tomás de Villanova, em Castel Gandolfo.
Queridos irmãos e irmãs,
Em 1º de novembro de 1950, o Venerável Papa Pio XII proclamava como dogma que a Virgem Maria “terminado o curso da vida terrena, foi assunta à glória celeste em alma e corpo”. Esta verdade de fé era conhecida pela Tradição, afirmada pelos Padres da Igreja, e era, sobretudo, um aspecto relevante do culto rendido à Mãe de Cristo. O elemento cultual constitui, por assim dizer, a força motora que determinou a formulação deste dogma: o dogma parece um ato de louvor e de exaltação em relação à Virgem Santa. Este emerge também do próprio texto da Constituição apostólica, onde se afirma que o dogma é proclamado “em honra ao Filho, para a glorificação da Mãe e a alegria de toda a Igreja”. É expresso assim na forma dogmática algo que já foi celebrado no culto da devoção do Povo de Deus como a mais alta e estável glorificação de Maria: o ato de proclamação da Assunta se apresentou quase como uma liturgia da fé. E no Evangelho que escutamos agora, Maria mesma pronuncia profeticamente algumas palavras que orientam nesta perspectiva. Diz: “Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz” (Lc 1,48). é uma profecia para toda a história da Igreja. Esta expressão do Magnificat, referida por São Lucas, indica que o louvor à Virgem Santa, Mãe de Deus, intimamente unida a Cristo, seu filho, diz respeito à Igreja de todos os tempos e de todos os lugares. E a anotação destas palavras da parte do Evangelista pressupõe que a glorificação de Maria estivesse já presente no período de São Lucas e ele a considerou um dever e um compromisso da comunidade cristã para todas as gerações. As palavras de Maria indicam que é um dever da Igreja recordar a grandeza de Nossa Senhora para a fé. Esta solenidade é um convite, portanto, a louvar Deus, e a olhar para a grandeza de Nossa Senhora, para que conheçamos Deus na face dos seus.
Mas, por que Maria é glorificada na assunção ao Céu? São Lucas, como ouvimos, vê a raiz da exaltação e do louvor à Maria na expressão de Isabel: “Feliz aquela que acreditou” (Lc 1, 45). E o Magnificat, este canto ao Deus vivo e operante na história é um hino de fé e de amor, que brota do coração da Virgem. Ela viveu com fidelidade exemplar e guardou no mais íntimo do seu coração as palavras de Deus ao seu povo, as promessas feitas a Abraão, Isaac e Jacó, fazendo do seu conteúdo sua oração: a Palavra de Deus estava no Magnificat transformada em Palavra de Deus, lâmpada do seu caminho, até torná-la disponível a acolher também em seu ventre o Verbo de Deus feito carne. A atual página evangélica apresenta esta presença de Deus na história e no próprio desenvolver-se dos eventos; especialmente, há uma referência ao Segundo livro de Samuel no capítulo sexto (6, 1-15), no qual Davi transporta a Arca Santa da Aliança. O paralelo que faz o Evangelista é claro: Maria à espera do nascimento do Filho Jesus e a Arca Santa que porta em si a presença de Deus, uma presença que é fonte de consolação, de alegria plena. João, de fato, dança no ventre de Isabel, exatamente como Davi dançava diante da Arca. Maria é a “visita” de Deus que cria alegria. Zacarias, em seu canto de louvor, dirá explicitamente: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e libertou o seu povo” (Lc 1,68). A casa de Zacarias experimentou a visita de Deus com o nascimento inesperado de João Batista, mas, sobretudo, com a presença de Maria, que porta em seu ventre o Filho de Deus.
Mas agora nos perguntamos: o que a Assunção de Maria ensina ao nosso caminho, à nossa vida? A primeira resposta é: na Assunção vemos que em Deus há espaço para o homem, Deus mesmo é a casa com muitas moradas da qual fala Jesus (Jo 14, 2). O próprio Deus é a casa do homem, em Deus há espaço de Deus. E Maria, unindo-se a Deus, não se distancia de nós, não vai para uma galáxia desconhecida, mas quem vai a Deus se aproxima, porque Deus está perto de todos nós, e Maria, unida a Deus, participa da presença de Deus, está muito perto de nós, cada um de nós.Há uma bela palavra de São Gregório Magno sobre São Bento que podemos aplicar ainda também a Maria: São Gregório Magno diz que o coração de São Bento tornou-se grande que toda a criação podia entrar neste coração. Isso vale ainda mais para Maria: Maria, unidade totalmente a Deus, tem um coração tão grande que toda a criação pode entrar neste coração, e os testemunhos em todas as partes da terra o demonstram. Maria está perto, pode escutar, pode ajudar, está perto de todos nós. Em Deus, há espaço para o homem, e Deus está perto, e Maria, unida a Deus, está muito perto, tem um coração alargado como o coração de Deus.
Mas tem também outro aspecto: não só em Deus há espaço para o homem; no homem há espaço para Deus. Também vemos isso em Maria, a Arca Santa que porta a presença de Deus. Em nós, há espaço para Deus e nesta presença de Deus em nós, tão importante para iluminar o mundo na sua tristeza, em seus problemas, esta presença se realiza na fé: na fé abrimos as portas do nosso ser para que Deus entre em nós, para que Deus possa ser a força que dá vida e caminho ao nosso ser. Em nós, há espaço, vamos nos abrir como Maria se abriu, dizendo: “Seja realizada a Tua vontade, eu sou serva do Senhor”. Abrindo a Deus, não perdemos nada. Ao contrário: nossa vida torna-se rica e grande.
E assim, fé, esperança e amor se combinam. Existem hoje muitas palavras sobre um mundo melhor a esperar: seria a nossa esperança. Se e quando este mundo melhor vem, não sabemos, não sei. Certo é que um mundo que se afasta de Deus não se torna melhor, mas pior. Só a presença de Deus pode garantir também um mundo bom.Mas deixemos isso. Uma coisa, uma esperança é certa: Deus nos espera, nos aguarda, não caminhamos no vazio, somos esperados. Deus nos espera e encontramos, indo ao outro mundo, a bondade da Mãe, encontramos os nossos, encontramos o Amor eterno. Deus nos espera: esta é a grande alegria e a grande esperança que nasce exatamente desta festa. Maria nos visita, é a alegria da nossa vida e é a esperança da alegria.
O que dizer, portanto? Coração grande, presença de Deus no mundo, espaço de Deus em nós e espaço de Deus para nós, esperança, ser esperados: esta é a sinfonia desta festa, a indicação que a meditação desta Solenidade nos dá. Maria é aurora e esplendor da Igreja triunfante; ela é a consolação e a esperança para o povo ainda em caminho, diz o Prefácio de hoje. Vamos nos confiar à sua materna intercessão, para que o Senhor nos ajude a reforçar nossa fé na vida eterna; nos ajude a viver bem o tempo que Deus nos oferece com esperança. Uma esperança cristã, que não é somente nostalgia do Céu, mas vivo e operoso desejo de Deus aqui no mundo, desejo de Deus que nos torna peregrinos incansáveis, alimentando em nós a coragem e a força da fé que, ao mesmo tempo, é coragem e força no amor. Amém.
(Equipe CN notícias)
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