HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(110)-28º DOMINGO COMUM – B
Alguém disse que o Evangelho é um "mais".
Esse "mais" que o homem rico não foi capaz de dar, apesar de ter sido inquieto pela interpelação da sua consciência e pelo convite de Jesus.
Outras riquezas enchiam o seu coração e ele não conseguia libertar-se delas.
Mas que riquezas ?
O Evangelho responde :
- "Onde estiver o teu coração, aí está o teu tesouro".
Por onde anda o nosso coração ?
Quais são os bens que nos dão segurança e com que nos prevenimos para o futuro ?
Essas são as nossas "riquezas".
Só uma paixão maior nos pode levar a renunciar a elas e a preferir outras riquezas.
Jesus não aceita discípulos tristes que tenham saudades das "cebolas do Egipto", ou lastimem os bens perdidos.
Jesus quer seguidores entusiasmados com Ele e decedidos a segui-l'O, sempre abertos aos novos desafios da missão, felizes na experiência que lhes faz descobrir as alegrias maiores dum amor sem reservas.
Quer discípulos que não se dêem por medida, mas que tenham a coragem de transgredir pela positiva as convenções dos "certinhos".
A nossa geração é muito semelhante à daquele homem que corre para Jesus e lhe pergunta o que deve fazer para alcançar a vida eterna.
Apesar de ser muito rico e ter a consciência de que se esforçava por cumprir os mandamentos, ele sentia que havia mais qualquer coisa que lhe faltava.
E isso provocava-lhe um certo mal-estar.
Assim é com a nossa geração.
Abundamos em recursos e artefactos civilizacionais, e até podemos conhecer os valores e lutar por encher o coração.
Mas falta-nos, por vezes, um rasgo de alma que traduz a alegria dum tesouro intimo que nos enche o coração.
Falta-nos a experiência de ser olhados com afecto, como acontece com aquele homem rico.
O Evangelho comenta que Jesus :
- "Olhou para ele com simpatia e disse-lhe : Falta-te uma coisa : vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois vem e segue-Me".
Mas já era tarde...
- "Anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso".
Também nós caminhamos sombrios e pesarosos, por vezes sem saber o que nos falta...
Falta-nos o essencial, porque talvez nos falte Deus.
Deus, o único que é bom e que nos olha com afecto, na esperança de que sejamos sensíveis ao seu olhar.
Mas isso não é fácil nem possível quando andamos absorvidos pelo fulgor de outras riquezas, ou enfeitiçados por outras simpatias.
Ter consciência desse olhar de afecto com que Deus nos olha, é uma bem-aventurança que nos desanuvia o semblante e nos alivia o coração.
Uma bem-aventurança que nos liberta para a missão evangelizadora que nos enriquece a nós e aos outros e nos garante uma caminhada dentro do Plano da História da Salvação.
Nascimento
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