NOVEMBRO, MÊS DAS ALMAS
(017) DEITOU TUDO O QUE TINHA PARA VIVER !
"Digo-vos, na verdade, que essa pobre viúva deitou mais do que todos os outros, pois eles deitaram do que lhes sobejava, para as ofertas de Deus, mas ela, na sua indigência, deitou tudo o que tinha para viver". (Lc.21,3-4).
A esmola da viúva tornou-se o proverbial modelo da generosidade e voltamos assim mais uma vez ao mesmo tema..
É fácil dar o que sobra da abundância ou o que já não nos faz falta, mas dar aquilo que temos para sobreviver, é realmente uma grande prova de generosidade e, se feito por amor de Deus e ao próximo, é obra de muito merecimento.
O ponto de vista desta generosidade não é apenas o quanto se dá, mas o total do que ainda fica.
Mas há ainda outra dimensão desta generosidade da viúva : o seu donativo ou a sua esmola, foi para suportar o Templo com o seu culto e os seus sacrifícios.
Jesus fica maravilhado com a generosidade desta mulher, mas parece não aprovar o sentido das outras ofertas, pois antes tinha dito
- "Tomai cuidado com os escribas, que sentem prazer em passear, de longas vestes e gostam de ser cumprimentados nas praças públicas, dos primwiros lugares nas sinagogas e dos primeiros assentos nos bahquetes, eles que devoram as casas das viúvas, simulando longas rezas. Esses terão um castigo mais severo".(Lc.20,46-47).
E depois de falar das esmolas para o Templo, continuou :
- "Dias hão-de vir em que, de tudo isto que estais a contemplar, não ficará pedar sobre pedra. Tudo será destruído".(Lc.21,6).
Nós sabemos que no ano 70 o Templo foi destruído por Tito.
Jesus poderia ter pensado que assim, aquela generosidade heróica para o Templo, não serviria para nada, e estaria também certamente a pensar naqueles esfomeados líderes religiosos do Templo que persuadiam as pobres viúvas a darem esmolas para o Templo até ao seu último cêntimo.
Jesus pode pedir-nos que façamos sacrifícios e demos o nosso contributo para as despesas do culto e a suatentação do clero, e que tenhamos compaixão dos pobres e das crianças, mas seria ultrajante para qualquer religião, estar a estorquir e a esbanjar o dinheiro dos pobres.
Uma boa oportunidade para fazermos as nossas reflexões sobre a generosidade do nosso contributo para as despesas do culto e para o auxílio dos que mais precisam, tendo em conta que é da nossa obrigação, é uma atitude meritória para quem quer tomar parte no banquete da eucaristia, e é também um meio de alcançar méritos para nós e para sufragar as almas do Purgatório.
Nascimento
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