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    terça-feira, 27 de dezembro de 2011

    Oratio

    Oratio


    Comentário de um escrito poético de Santo Agostinho

    Posted: 26 Dec 2011 10:22 AM PST

    Por Juliana Leal Micheletti

    "Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz." (Santo Agostinho)

    Os santos da Igreja sempre tiveram grandes ensinamentos para transmitir aos fiéis, isto é fruto de uma vida de oração e intimidade com Deus. No salmo 15, 2 Davi diz que tem grande admiração pelos santos. Sábio Davi que sabia observar e aprender com o dom do outro. Façamos nós o mesmo.

    Hoje o convite é para mergulharmos nessa citação de Santo Agostinho, é bem possível que muitos se identifiquem com ela. Lembro-me nitidamente da primeira vez que a ouvi e de como penetrou meu coração. Santo Agostinho, doutor da Igreja, filósofo, homem que se entregou à virtude Daquele que morreu e ressuscitou por ele e por nós.

    No início da bela frase, mesmo para quem não conhece Santo Agostinho, é possível perceber que o primeiro amor com Jesus começou na vida adulta. "Tarde te amei!". Quantos de nós que experimentamos o Senhor gostaríamos de ter aberto o coração para ele desde sempre, desde a mais tenra infância... E quantos têm a chance de agora, já, dizer sim ao Senhor, dizer: estou aqui, "faça-se em mim segundo vossa vontade" (Lc 1,38) e se omitem. Que pena! O momento certo de começar a caminhada é agora, quem tem Jesus jamais anda sozinho.

    "Eis que estavas dentro e eu fora". Fantástico para refletir! Santo Agostinho por algum tempo de sua vida abandonou Jesus. Deus lá no âmago dele, convidando-o para a conversão, para a felicidade que o mundo não pode dar, e nosso santo em questão de alma vazia. Só Deus preenche este vazio que muitos sentem na alma.

    Outro ponto marcante, o perfume de Deus que uma vez exalado eleva nossa alma à perfeita paz. Deus tem o perfume da santidade, do amor, da vida nova, da alegria suprema. Quem perto do Cristo se achega, por ele anela, deseja estar com o Senhor mais do que qualquer mérito que o mundo terreno possa ofertar. Quem bebe das águas do rio de Deus, ou experimenta o Pão da vida, quer mais, muito mais. E esta é a dinâmica da salvação, querer sempre deste Pão, estar sempre em busca e encontrando com Deus.

    "Tocaste-me e ardi por sua paz". Queiram irmãos, queiramos nós, sentir o coração ardendo de amor e paz que vem do Senhor Jesus. Sentir o abraço do Pai. Navegar corajosamente nos mares do Espírito.

    Muito mais poderia ser dito sobre esse pequeno e profundo escrito de Santo Agostinho. A grandiosidade de sua vida e de sua fé merece grande dedicação aos estudos. Vale ressaltar a riqueza da nossa Igreja Católica Apostólica Romana que valoriza estes santos que são setas apontando para o Céu.

    Finalizo louvando ao Senhor de mãos dadas com Santo Agostinho. Deus é a beleza antiga, pois sempre existiu, nova, sempre tem a expressão da novidade, é atual. Deus é eterno, é companheiro, Senhor, instrutor dos simples, é a fonte, é o ápice, o Cordeiro sem mancha - e como se não bastasse ser tão grande e poderoso, Deus é o amigo que merece todo nosso amor.

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    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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