É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.
33º DOMINGO COMUM - ANO B
A Liturgia da Palavra deste 33º e último Domingo Comum –B, faz-nos reflectir nas Últimas Realidades, isto é, o Juízo Final na 2ª Vinda de Cristo.
O mundo transforma-se ; começa-se a construir hoje e vai continuando até ao fim dos tempos.
A evolução é grandiosa no campo científico, técnico e cultural.
O reconhecimento da dignidade humana parece, enfim, estender-se a todos os povos através de organismos nacionais e internacionais.
O próprio homem, individualmente, vai tomando consciência da sua função específica no conjunto harmonioso da humanidade.
O cristão vive, assim, de esperança.
Esperança na construção de um mundo melhor, já aqui na terra, por forma a que os homens sejam efectivamente, uma família, um só povo.
A 1ª Leitura, do Livro do profeta Daniel, diz-nos que num passado muito distante, em 167-165 a. C. o povo judeu sofria dura perseguição, movida pelo príncipe da Síria, Antíoco Epifânio, na altura em que Daniel escreveu o seu livro.
Sendo muitos os judeus mortos, por causa da intransigência da sua fé, punha-se o problema de saber qual o destino dessa gente que, em defesa do nome de Deus, fora morta.
- "Nessa altura, a salvação virá para o seu povo, para todos os que estiverem inscritos no Livro de Deus".(1ª Leitura).
Daniel fala da ressurreição como início de felicidade para além da morte.
A vitória final pertencerá a Cristo, e a todos os que tiverem esperança n'Ele como augura o Salmo Responsorial :
- Guardai-me, Senhor, esperei em Vós.
Na 2ª Leitura, S. Paulo, falando aos Hebreus, e hoje também a todos os cristãos, lança uma palavra de esperança, ao anunciar que o sacerdócio ministerial só é possível como participação do sacerdócio real de Cristo, e de certeza ao declarar que pelo sacrifício de Cristo todos os homens serão santificados.
- "Foi, na verdade, com um único sacrifício que Ele levou para sempre à perfeição os homens que são santificados".(2ª Leitura).
Em Jesus serão perdoados os pecados que, por fraqueza do homem, hão-de acompanhá-lo até ao fim.
A perfeição chegará um dia, conforme a promessa ; todos os pecados desaparecerão e as forças do mal serão vencidas.
O Evangelho é de S. Marcos, e diz-nos que Jesus, falando aos Seus discípulos lhes anuncia os últimos dias, com muitos sinais que os precederão :
- «Nos últimos dias, depois de grande aflição, o Sol ficará cheio de trevas e a Lua não dará a sua claridade...».(Evangelho).
Constantemente Jesus passa por nós.
Importa sabermos interpretar os acontecimentos através dos quais Ele nos fala.
Logo depois da nossa morte temos o Juizo Particular.
Chama-se Juízo Particular ao julgamento que é feito logo após a morte.
Neste julgamento a alma será logo :
- Ou condenada aos tormentos do Inferno;
- Ou premiada com as bênçãos da visão beatífica no Céu;
- Ou terá que passar por determinado tempo de purificação no Purgatório mas com a garantia de atingir a visão beatífica do Céu.
Portanto, é no Juízo Particular que fica decidido o destino eterna de cada pessoa.
É esta a doutrina da Igreja que vem no Catecismo da Igreja católica :
1021. - A morte põe termo à vida do homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou à rejeição da graça divina, manifestada em Jesus Cristo. O Novo Testamento fala do juízo, principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na sua segunda vinda. Mas também afirma, em muitos passos, a retribuição imediata depois da morte de cada qual, em função das suas obras e da sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo Crucificado ao bom ladrão, assim como outros textos do Novo Testamento, falam dum destino final da alma, que pode ser diferente para umas e para outras.
1022. - Cada homem recebe, na sua alma imortal, a retribuição eterna logo depois da sua morte, num juízo particular que põe a sua vida na referência de Cristo, quer através de uma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do Céu, quer para se condenar imediatamente para sempre.
O Juízo Particular marca um momento definitivo na História da Salvação.
Mas haverá ainda o Juízo final.
Chama-se Juízo Final ao julgamento feito por Deus no fim dos tempos.
Este julgamento será depois da segunda vinda de Cristo (Parusia), e a tradição cristã sempre acreditou que neste julgamento os corpos se unirão às suas almas.
Cristo julgará de acordo com a santidade de cada um, do seu amor para com Deus e da caridade para com os outros.
Assim o ensina o Catecismo da Igreja Católica :
678. - Na sequência dos profetas e de João Baptista, Jesus anunciou, na Sua pregação, o Juízo do último dia. Então será revelado o procedimento de cada um e o segredo dos corações. Então será condenada a incredulidade culpável, que não teve em conta a graça oferecida por Deus. A atitude tomada em relação ao próximo revelará a aceitação ou recusa da graça e do amor divino. No último dia Jesus dirá: "Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes".(Mt.25,40).
O cristão tem como dever proclamar a Boa Nova de Cristo, e é suportando este fardo que se torna possível pela alegria de conhecer a Cristo, esperar até ao fim da nossa jornada, a união completa com Cristo.
Com o julgamento final, a era escatológica e o Reino de Deus, chegam ao seu fim completo, e todos os que se salvarem gozarão da eterna felicidade em união com Cristo.
Os que ficarem salvos no Juízo Particular, unir-se-ão aos seus corpos para gozarem da visão beatífica.
Os que ficarem condenados no Juízo Particular, unir-se-ão aos seus corpos para sofrerem os tormentos eternos.
Os que estiverem ainda no Purgatório unir-se-ão aos seus corpos e, depois de purificados por completo, receberão o dom da visão beatífica.
A Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II sobre a Igreja no Mundo Actual, diz :
• Fiéis ao Evangelho e graças à suas forças, unidos a quantos amam e promovem a justiça, (os cristãos) têm a realizar aqui na terra uma obra imensa, da qual prestarão contas Àquele que a todos julgará no último dia. (GS.93).
Quando será o Juízo Final, só Deus Pai o sabe porque só Ele decide sobre a sua vinda :
1040. - O Juízo final terá lugar quando for a vinda gloriosa de Cristo. Só o Pai sabe o dia e a hora, só Ele decide sobre a sua vinda.[...]. Nós ficaremos a saber o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a sua providência tudo terá conduzido para o seu fim último. O Juízo final revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte.
E ainda a Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Santa Igreja, diz :
- Com efeito, antes de reinarmos com Cristo glorioso, cada um de nós será apresentado "perante o tribunal de Cristo, a fim de ser remunerado pelas obras que realizou, boas ou más" (2 Cor. 5,10); e, no fim do mundo, "os que tiverem feito boas obras, irão para a ressurreição da vida, os que tiverem praticado más acções, para a ressurreição da condenação".(Jo.5,29; cf.Mt. 25,46). LG 48).
Na Sagrada Escritura são muitas as referências ao último dia :
- "Nos últimos dias, diz o Senhor, derramarei o Meu espírito sobre toda a criatura...". (Act.2,17).
- "Para que sejais encontrados irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo". (1 Cor.1,8).
A maior parte das referências da Bíblia, são genericamente sobre o "Dia de Juízo".
No momento do Juízo Final, já está definida a História da Salvação, porque se completa a Visão Beatífica, comum ao corpo e à alma dos que foram salvos.
A visão beatífica será a etapa final da História da Salvação.
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Diz o Catecismo da Igreja Católica :
1038. – A ressurreição de todos os mortos, «justos e pecadores»(Act.24,15), há-de preceder o Juízo final. Será «a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz : Os que tiverem feito boas obras irão para a ressurreição dos vivos, e os que tiverem praticado más acções, para a ressurreição dos condenados»(Jo.5,28-29). Então Cristo virá «na sua glória, com todos os seus anjos(...). Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos ; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.(...) Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna»(Mt.25,31.32.46).
Os maus para a ressurreição dos condenados Os bons para a ressurreição dos vivos.
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