ANDAM BALÕES NO AR
(03).-O MISTÉRIO DA CRIAÇÃO !
Por Criação – o ponto de partida para o tempo e o movimento - entende-se a livre actividade de Deus pela qual Ele trouxe todas as coisas à existência.
Uma vez que não havia preexistência material na qual Deus tenha exercido a Sua actividade livre, diz-se que a Criação se operou a partir do nada.
Assim, a doutrina da Criação :
* Exclui o Dualismo, segundo o qual a Criação seria uma competição primordial entre forças coevas, ou uma justaposição de duas forças.
* Exclui o Emanancionismo, segundo o qual as coisas se desenvolvem automaticamente a partir da substância de Deus ; porque, somente Deus é que é a causa da existência das coisas por uma determinação pessoal e não por necessidade.
Só o próprio Deus pode trazer as coisas do nada à existência.
Tudo quanto existe, visível e invisível, é radicalmente distinto d'Ele no ser, derivado e dependente d'Ele na existência.
* Exclui o Panteísmo segundo o qual a substância divina deve ser contínua e indistinguível do mundo.
Embora Deus seja distinto do mundo Ele está presente nele.
A continuação ou conservação do mundo, de todas as coisas na existência, depende da actividade de Deus.
Uma vez que Deus é a causa de todas as coisas criadas, elas reflectem-n'0 embora de maneira limitada.
Toda a beleza e perfeição que nós podemos observar por experiência, são perfeições de Deus.
- "Eu grito : Meu Deus, não me leveis na metade dos meus dias. Os Vossos anos espalham-se por todas as gerações. Vós fundastes a terra desde tempos antigos, e os Céus são obra das Vossas mãos". (Sl.102,25).
E S. Paulo agradece a Deus Pai porque :
-"Foi assim que n'EIe nos escolheu antes da constituição do mundo". (Ef.1,4).
Deus não tinha que criar o Mundo.
A razão porque o criou foi a Sua divina e amorosa vontade.
A necessidade de criar surge da bondade de Deus.
A Bondade de Deus é, evidentemente, a razão pela qual Ele comunica o Seu ser com as criaturas.
Mas Deus faz isto por Sua livre vontade e sem qualquer imposição, nem mesmo do Seu grande amor.
A história da Criação é contada pelo Livro do Génesis, com duas narrações um pouco diferentes mas que se completam.
A primeira vai do Gen. 1,1, até Gen. 2,4.
A segunda vai do Gen.2,5, até Gen. 2,25.
Está assim dividida a história da Criação :
Trabalho de Divisão
1 I Luz e trevas.
2 II Águas superiores e inferiores.
III Terra e Mar.
IV Vegetação.
Trabalho de Ornamentação
4 V Sol, Lua, Estrelas.
5 VI Aves e Peixes.
6 VII Animais.
VIII Homem.
São assim oito trabalhos divididos em seis dias.
Os primeiros quatro são chamados Trabalhos de Divisão e os outros quatro Trabalhos de Ornamentação. (S. Tomás de Aquino).
Isto é o que consta da primeira narrativa do Livro do Génesis 1,1 a 2,4).
Quanto à segunda narrativa do Génesis 2,5-25, ela não diz respeito propriamente à Criação do mundo desde o seu princípio mas considera um deserto que Deus se encarregou de irrigar e no qual estabeleceu um grande jardim, o Éden ou Paraíso.
Na primeira narração Deus cria o homem; na segunda narração Deus forma a mulher.
A narração da Bíblia não é um tratado científico, mas também não se pode chamar e entender como não científico, uma vez que a Bíblia diz que Deus criou mas não diz como Deus criou.
Sempre o homem se interrogou, através da ciência da Cosmologia, como se deu o facto da Criação.
A grande dificuldade está em que a Criação foi um facto único, isto é, não houve repetição donde se pudessem observar os factos e tirar as respectivas conclusões.
Além disso o Universo criado abrange Planetas, Estrelas e Galáxias tão distantes de nós que não é possível fazer experiências que nos forneçam conclusões.
Limitamo-nos a olhar através dos mais potentes e aperfeiçoados telescópios.
Como a luz percorre o espaço a 300.000 quilómetros por segundo e a luz da estrela mais próxima de nós levou quatro anos até cá chegar, tudo isto nos leva a saber alguma coisa com um atraso de um mínimo de quatro anos.
Antes de 1964 apareceram muitas sugestões e muitas delas absolutamente anti-religiosas e mais ou menos consideravam o Universo sem princípio e sem fim.
As observações de Edwin Hubble (nos anos de 1920) de que todas as partes do Universo se relacionam umas com as outras e se movem a grandes velocidades, levou-o a concluir que a matéria se continua a formar e de maneira espontânea.
E segundo esta teoria, o Universo aparece-nos sempre o mesmo, visto de qualquer parte.
A opinião contrária é a de que o Universo foi criado de uma só vez e para sempre, isto é, sem repetição.
Ainda nos anos (1920) o Russo Aleksander Aleksandrovitch Friedmann descobriu que as equações de Albert Einstein sobre a relatividade lhe permitiam concluir a possibilidade de todo o espaço, tempo e matéria poderem surgir de um único ponto de "espaço-tempo".
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Querer ignorar ou negar todas estas realidades que nos entram pelos olhos a dentro é atirar com a beleza do mundo e o poder de Deus para os Balões que andam nos ares com todos os seus riscos e responsabilidades e dar ao mundo um testemunho absolutamente vergonhoso de harmonia com os adágios populares que dizem que a maior cegueira é a dos que não querem ver e que só os loucos dizem que não há Deus.
Mire-se cada um a este espelho e veja a figura que faz no mundo em que vivemos que já conta milhares de anos, suficientes para nos dizerem toda a verdade.
Nascimento
catolicosacaminho-unsubscribe@yahoogroups.com
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