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    sexta-feira, 28 de junho de 2013

    Rodrigo Constantino






    Rodrigo Constantino


    Ativismo de rua é vantagem para a esquerda
    A voz das ruas
    Racionalização: O país que não se conhece
    O alvo é o PMDB... e o PT adora isso!
    Corrupção: entrevista para o MCC
    Reação populista
    O lado bom das manifestações


    Ativismo de rua é vantagem para a esquerda


    Posted: 27 Jun 2013 05:02 PM PDT


    Ou Profissão: Revolucionário




    Rodrigo Constantino





    Vou tentar explicar de forma bastante sucinta porque a tendência é o ativismo das ruas virar monopólio das bandeiras de esquerda, como sempre foram. Entender essa lógica é fundamental para aquele grupo de liberais ou libertários empolgado com as manifestações, pensando ser possível capturar as ruas para o lado de cá.




    O liberal, por definição, possui visão antiestatizante e mais individualista, menos coletivista. Além disso, ele costuma defender a meritocracia e o livre mercado, premiando o esforço do indivíduo. Isso faz com que ele, normalmente, valorize bastante a educação, o trabalho, a preparação em nível individual para subir na vida.




    Em meu tempo de PUC, a distinção não poderia ser mais clara: no mesmo pilotis, habitavam os futuros economistas e advogados, aproveitando o tempo vago entre aulas para estudar, e o pessoal de comunicação, que formava o grupo "Cambralha", uma turma que parecia ter tempo vago infindável para fumar maconha e "debater" sobre os males da humanidade.




    É claro que estou generalizando e, portanto, sendo injusto com muitos casos individuais. Mas o grande quadro era esse mesmo. Lembro-me perfeitamente quando a lanchonete Subway anunciou que teria uma filial na faculdade. Os economistas e advogados agradeceram mais uma opção de lanche rápido, e os esquerdistas do "Cambralha" fizeram o que mais gostam: um teatrinho para protestar, com todos de mãos dadas lutando contra o "capitalismo". O slogan era "A PUC não é shopping center". Losers...




    Mas eis o meu ponto principal: liberal quer ralar para ser alguém na vida, e para tanto precisa estudar e trabalhar. Já muito esquerdista, desde cedo, percebe que há uma alternativa para os vagabundos: pegar megafones, gritar slogans populistas, vestir camisa do assassino Che Guevara e pintar o rosto em passeatas. Eles aprenderam que alguns chegam até ao Senado com essa incrível trajetória! Os outros, como prêmio de consolação, ganham postos em sindicatos e estatais.




    Logo, quanto mais tempo a "ocupação" das ruas demorar, mais os liberais terão que abandonar a farra e retornar para suas vidas cansativas, de dedicação aos estudos e ao trabalho. Já os esquerdistas verão nisso uma oportunidade para seu futuro na política, nos sindicatos, na UNE. A desvantagem é evidente para o lado liberal.




    Para piorar, há a questão do financiamento. O liberal acredita na responsabilidade individual e condena o estado inchado; já o esquerdista adora mamar nas tetas estatais! Ele suga os impostos dos outros via ONGs, sindicatos, patrocínios estatais etc. Nenhum grupo com bandeiras liberais terá fôlego para manter um exército de ativistas nas ruas; os esquerdistas vivem disso!




    As manifestações têm sido marcadas cada vez mais cedo, no meio da semana. Quanto mais tempo isso durar, menos adesões de liberais veremos, e maior será a parcela dos esquerdistas defensores do grande estado. Além disso, os liberais também vão acabar retirando seu apoio, pois manifestações no meio do dia são desastrosas para os negócios. Quem depende do lucro para sobreviver não pode se dar ao luxo de parar dia sim, dia não, de perder faturamento. Já quem vive de impostos pode passar o dia inteiro nas ruas, pregando um "mundo melhor".




    Espero ter deixado bem claro porque os liberais deveriam condenar esse tipo de "democracia das ruas". Ela estimula a demagogia, o sensacionalismo e o populismo, e ainda por cima se torna território quase exclusivo, com o passar do tempo, da esquerda. Esse não é o nosso campo de batalha.


    A voz das ruas


    Posted: 27 Jun 2013 11:51 AM PDT


    Só para dizer que eu escutei a "voz das ruas" e aumentei a fonte para facilitar a leitura pelo blog. Obrigado a todos pela colaboração.


    Racionalização: O país que não se conhece


    Posted: 27 Jun 2013 11:03 AM PDT




    Milton Simon Pires







    Racionalização - Processo de justificar, pelo raciocínio, um comportamento qualquer depois de realizado, atribuindo-se-lhe outros motivos que não os reais.


    Por não poder conceber os motivos reais por trás do comportamento de seu amado, a moça promove uma racionalização, ao afirmar veementemente: "Ele não ligou porque está trabalhando até tarde".


    Comecei o texto assim, com um "copiar e colar" de um tal de dicionário informal da internet, para dizer que é exatamente isso que a imprensa brasileira começou a fazer agora com as manifestações. É impressionante ver que se criou um certo tipo de "narrador de manifestação" - alguém que começa com "como é bonito ver as pessoas exercendo seus direitos" e termina com "são uns poucos vândalos que estragam esse momento democrático atirando pedras nos policiais"..


    Pelo amor de Deus, até quando vai esse tipo de comentário imbecil? Até quando esses "gênios" da Globo News, Band e outras "empresas de comunicação" vão continuar com a idéia de que estão transmitindo algo que tenha regras? Não é preciso ser um especialista para entender um mínimo daquilo que se chama de "psicologia de multidão" - uma ciência que para LBB, a Legião Brasileira de Bobalhões, deve ser nova. Entendessem um mínimo a respeito daquilo que falam e chegariam à conclusão de que um movimento assim não é um desfile de escola de samba, que ele não tem inicio, meio e fim, e que o comportamento de todas, isso mesmo seus idiotas, de todas as pessoas é imprevisível! Multidões não são times de futebol, não podem ser "analisadas" ao vivo pelo Galvão Bueno, e não existem "destaques" nelas para se analisar. A violência intrínseca de 120.000 pessoas nas ruas de São Paulo consiste exatamente em 120.000 pessoas nas ruas de São Paulo! Não interessa o que elas vão fazer nem se a motivação é justa. Não interessa nem ao leitor saber aqui se sou contra ou não ao direito das pessoas se manifestarem. 120.000 pessoas caminhando pelo meio da rua numa cidade do tamanho de São Paulo ou qualquer outra grande capital brasileira é, em si, algo perigoso e violento por natureza. Qualquer um que já esteve em algo assim sabe que as pessoas mais corajosas e fortes tornam-se covardes e fogem da polícia ao mesmo tempo que mocinhas de colégio se transformam em demônios – fiz um cursinho de psicologia pela internet nesse final de semana e aprendi isso - legal, né?


    Enquanto a "ficha não cair" e o próprio Brasil não apreender sequer a interpretar o que está sentindo não há mérito algum em "psicólogos de televisão" serem contra ou a favor daquilo que está acontecendo. Já disse em texto anterior o que penso estar ocorrendo, já disse que sou fanaticamente contra, apontei quem são os responsáveis, e defini quais seus objetivos. Hoje a ideia foi outra – mostrar que a imprensa do "país tropical e abençoado por Deus" não sabe nem como narrar os fatos e mistura um sentimento de "Festa da Democracia" + "desfile de escola de samba" + "catástrofe natural" numa prova evidente de racionalização e numa "manifestação", se me permitem o trocadilho, mais do que clara de que o país não se conhece...




    O alvo é o PMDB... e o PT adora isso!

    Posted: 27 Jun 2013 10:22 AM PDT





    Fonte: Estadão


    Rodrigo Constantino



    Quando há uma revolta generalizada "contra tudo isso que está aí", contra a política em si, o "sistema", pode estar certo de que o PMDB será o grande alvo. Não sem boa dose de razão!


    Afinal, o PMDB representa justamente essa forma corrupta, fisiológica, clientelista de exercer o poder político no Brasil. Falou em patrimonialismo, pensa-se logo em Sarney e companhia.


    O professor de filosofia Marcos Nobre acaba de lançar um curto livro sobre as revoltas nas ruas, defendendo exatamente a tese de que ela é uma revolta contra o PMDB. A Folha fez uma matéria sobre o livro. Ela diz:


    As "revoltas de junho" representariam, para ele, um "aprendizado democrático fundamental" de como se manifestar. "Espero que delas surja uma frente 'antipemedebismo'", manifesta-se.






    Tudo muito bem, não fosse um pequeno detalhe: o PMDB, se representa um enorme obstáculo aos avanços do país, também representa um entrave aos anseios bolivarianos do PT. Com seu enorme poder, pulverizado nos grotões desse imenso país, o PMDB cobra, e cobra caro, pela "governabilidade".






    O lado ruim disso nós todos já conhecemos; mas não podemos negar a utilidade de forma pragmática, ainda que o façamos baixinho e envergonhados: o partido também impede golpes autoritários lá da esquerda, como adorariam os petistas.






    Quando falam em "democracia direta", em "voz das ruas", em "plebiscito" ou "nova Constituinte", os petistas sonham com a possibilidade de não mais dependerem do PMDB. Hugo Chávez, na Venezuela, não dependia de nenhum PMDB por lá...






    Sou totalmente a favor da ideia de que o PMDB precisa ser superado. Mas quero fazer isso dentro da própria democracia representativa. Vai ser mais lento, mais demorado, vai demandar mais concessões, mas é o único jeito de obter resultados sustentáveis e preservar a democracia.






    São os principais valores tortos que o Brasil abraçou que precisam ser mudados, pois deles depende o PMDB. O clientelismo e o patrimonialismo bebem de um estado inchado, intervencionista, locomotiva do progresso, paternalista, instrumento da "justiça social", dono do carimbo que seleciona os "campeões nacionais". Ou seja: mais estado = felicidade "pemedebista".






    Devemos atacar o estado agigantado, interventor, messiânico. E isso não se faz detonando o sintoma, que é o PMDB, mas sim suas causas, direto nas raízes. Destruir o PMDB na marra, hoje, significa deixar o caminho livre para os petistas bolivarianos. Quem vocês acham que ganha poder se o Renan Calheiros for derrubado? Quem vai soltar fogos de artifício se Sérgio Cabral for destruído? Pois é...






    Sinto muito, especialmente para a garotada mais eufórica nas ruas, mas política não é para amadores, tampouco para românticos. O PMDB é uma porcaria, não resta dúvida; mas o PT consegue ser muito pior!




    Corrupção: entrevista para o MCC


    Posted: 27 Jun 2013 06:47 AM PDT


    Com o tema da corrupção em alta, após medida do Senado que a transforma em crime hediondo, segue uma rápida entrevista que concedi ao Movimento Contra Corrupção sobre o assunto.






    Entrevistamos Rodrigo Constantino, economista e intelectual brasileiro. Neste diálogo, comentamos algumas perspectivas e propostas no que tange ao tema "corrupção", com ênfase na situação brasileira.


    Não se trata de um "bate-papo", isto é, não pretendemos apenas interligar algumas temáticas. Ainda que de modo superficial, tencionamos aventar a opinião de intelectuais sobre diversos problemas advindos, de modo isento, imparcial e apartidário.







    Prezado Rodrigo, como você define "corrupção"?






    Corrupção, em sentido mais abrangente, seria tudo aquilo que envolve fraude, desvio de conduta ética, roubo. Mas, em um sentido mais específico, corrupção precisa envolver o setor público, ou seja, é o desvio de recursos públicos. Para haver corrupção, nesse sentido, é preciso ter o governo envolvido no processo. Se uma empresa privada engana seus acionistas minoritários e desvia recursos, isso é roubo, fraude, mas não seria corrupção sob esse ponto de vista.






    Que tipo de modelo estatal tende a acentuar os índices de corrupção?






    Sempre que o estado concentra poder e recursos em demasia, temos um convite à corrupção. O motivo é evidente: como o dinheiro é da "viúva", falta o olhar atento do dono para fazer valer o seu dinheiro.


    Dessa forma, acabamos com um mecanismo de incentivos perversos, onde burocratas e políticos decidem sobre bilhões de outras pessoas, sem a devida prestação de conta, sem o devido escrutínio. É tentador demais cobrar um "pedágio" para a alocação desses vastos recursos, desviá-los para fins eleitoreiros, políticos, partidários ou mesmo pessoais. Como o dinheiro não é de "ninguém", pois é de todos, o político toma decisões sem critério econômico racional, privilegiando seus próprios interesses. É da natureza humana, e quando temos impunidade, essa tendência é exponencial.


    Qual a diferença entre corrupção pública e privada? Qual causa mais danos à sociedade? Como evitá-las?






    Conforme dito acima, prefiro chamar de corrupção aquilo que envolve o setor público, adotando outro nome para roubos no setor privado. Sem dúvida a corrupção é mais nefasta, pois envolve grandes somas e o desvio do nosso dinheiro. Quando uma empresa é fraudulenta, isso prejudica aqueles que voluntariamente negociaram com ela, e terão que buscar na justiça reparação.


    Quando temos corrupção, cada um dos "contribuintes" (pagadores de impostos) perde, sem que tenha voluntariamente participado de qualquer transação com a empresa ou entidade. Se há corrupção envolvendo a Petrobras, todos pagam o preço, pois todos somos, teoricamente, proprietários dela. A melhor forma de evitar a corrupção é reduzindo e descentralizando o poder estatal e a quantidade de recursos que passa pelo setor público, assim como adotando severa punição para quem foi condenado por corrupção.



    A corrupção ocorrente no Brasil é mais agravada que em outros países? Por que?






    Temos bastante corrupção sim, em termos relativos, como a Transparência Internacional mostra em suas pesquisas. É subjetivo muitas vezes, pois fala de "corrupção percebida". Mas sabemos que a magnitude é assombrosa, e qualquer empresário tem plena consciência do problema. Os motivos ficam claros após as respostas acima: temos muito poder concentrado no estado, e um poder arbitrário.


    Como a burocracia cria dificuldades legais para vender facilidades ilegais depois, ou seja, corrupção, claro que esta vai explodir em um país como o nosso, onde é proibitivo ter grandes negócios ou mesmo pequenos com tudo regularizado.


    Fora isso, o peso do estado na economia faz com que muitos queiram mamar em suas tetas, e optam pela via ilegal, ou seja, "investem" mais em lobby e corrupção do que em seus próprios negócios.


    Claro, quando uma canetada estatal sela o destino de todo um setor, isso passa a fazer sentido econômico. Por fim, temos um problema grave e conhecido de impunidade. Isso é um convite ao crime. Os corruptos não são punidos, logo, têm pouco a perder e a temer.



    Como a privatização pode auxiliar no combate à corrupção? Ela pode auxiliar a corrupção?






    Justamente reduzindo a concentração de poder e recursos no estado. A privatização, ao colocar em sócios privados o controle das empresas, aumenta muito o grau de preocupação desses com o caixa da empresa. Logo, haverá bem menos desvios, na média. E, quando houver desvio, não será do nosso dinheiro, mas do dinheiro desses proprietários particulares.



    A corrupção no governo atual é maior que em tempos passados? Por que?






    Difícil responder com dados objetivos, mas eu diria que a sensação é maior sim. Até porque tivemos o mensalão, que foi o auge em termos de corrupção com fins políticos: um partido desviando recursos públicos para se perpetuar no poder. Como o maior beneficiado pelo esquema acabou sendo reeleito, isso deu uma espécie de "salvo-conduto" para os corruptos, e criou a sensação de que o crime compensa. Espera-se que com o julgamento pelo STF e com as punições, ainda aguardando pela execução penal, ajude a melhorar o quadro. O corrupto tem que saber que, se for pego, vai pagar por isso. E caro!






    O que cada um, como cidadão, pode fazer para ajudar no combate à corrupção?






    Em primeiro lugar, procurar agir sempre de acordo com as leis, mesmo que discorde de algumas delas. Para mudá-las, devemos usar os mecanismos legais e democráticos. A desobediência civil me parece defensável apenas em casos extremos. Isso implica em não subornar policiais, não dar propina para burocratas etc. Claro que, na prática, muitas vezes isso será impossível.


    É que as regras são tão absurdas que tornam a viabilidade de alguns negócios, especialmente das pequenas empresas, impossível. O burocrata e o fiscal gozam de tantas regras arbitrárias que podem transformar a vida do pequeno empresário em um inferno, e a propina pode ser um grito de desespero pela sobrevivência. Entendo isso. Mas sempre que for possível, o ideal é jogar dentro das regras do jogo, respeitando as leis. O império das leis é fundamental para o avanço da sociedade.


    Por fim, os cidadãos devem fazer sua parte no campo das ideias, explicando para pessoas menos instruídas as causas da corrupção, dando sua cota de contribuição para a divulgação desses valores liberais que poderiam combater essa praga que é a corrupção.




    Reação populista

    Posted: 27 Jun 2013 06:14 AM PDT


    Deu no GLOBO: Governo quer vetar reajuste de pedágio na Dutra e na Ponte


    Em resposta aos protestos contra o alto custo dos serviços de transporte, o governo federal quer suspender o reajuste da tarifa do pedágio que ocorreria em agosto para as rodovias Presidente Dutra e Rio-Juiz de Fora, além da Ponte Rio-Niterói, como já fez o governo de São Paulo com os pedágios cobrados nas rodovias estaduais.


    O Ministério dos Transportes negocia para preservar os usuários de estradas, porém, sem desrespeitar os contratos das empresas concessionárias. Por isso, está discutindo meios de ressarcir as empresas pelo aumento menor em suas receitas.


    Segundo o cronograma dos contratos, tanto a Dutra quanto a Ponte Rio-Niterói, concedidas à CCR, poderiam corrigir seus pedágios no início de agosto e, no fim do mesmo mês, a Concer teria direito a elevar sua tarifa na Rio-Juiz de Fora. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada pelo IGP-M foi de 6,22%, o que tenderia a balizar os reajustes.


    As concessionárias, segundo fontes, estão sensíveis ao apelo do governo federal e o anúncio do não reajuste depende apenas da definição sobre a forma de como serão compensadas.


    [...]


    Comento: Essa é uma reação previsível às manifestações, mas populista e perigosa. O governo está congelando tarifas, caminho que a Argentina seguiu de forma catastrófica. Para não quebrar contratos, o governo tenta dar um jeito de compensar a perda de receita das concessionárias. Isso significa abrir mão de receita tributária. Como o cobertor é curto, e o governo não vai reduzir suas despesas, ainda mais em véspera de eleição, isso quer dizer que o governo está sacrificando o último importante pilar da era FHC: a responsabilidade fiscal, com o superávit primário. Além disso, a medida faz com que todos os pagadores de impostos paguem pelo populismo de forma disfarçada, em vez de pagar quem efetivamente usa o serviço. Injusto e ineficiente.


    O lado bom das manifestações


    Posted: 27 Jun 2013 04:04 AM PDT






















    Rodrigo Constantino







    Tenho adotado uma postura bastante cética e critica em relação a essas manifestações no país. Isso se deve a vários motivos, entre eles:






    1. Não aprecio o clima revolucionário de que vamos mudar o mundo rapidamente, saindo às ruas contra o "sistema", contra "tudo isso que está aí", pretexto muitas vezes para anarquia e depois golpe autoritário;


    2. As manifestações partiram de movimentos organizados de esquerda com interesses obscuros, e por mais que agora essa turma seja minoria, a grande imprensa ainda dá espaço desproporcional a eles como interlocutores das ruas, ou seja, muitos servem como inocentes úteis para engrossar o quórum das demandas da esquerda, sempre mais tarimbada no assunto de manipulação das massas;


    3. Falta foco, a revolta é geral, as demandas são difusas, e não se governa um país sem líderes e partidos organizados, apenas escutando as "vozes das ruas" que repetem slogans simplistas;


    4. Justamente por isso, a reação do governo pode ser (e tem sido) oferecer como resposta a essa pressão toda mais governo, mais intervenção estatal;


    5. Não compro a tese de que o "gigante" acordou, e que agora todos estão conscientes da política e não vão mais tolerar coisas como o "mensalão", deixando de lado o velho "Pão & Circo";


    6. Receio que o tiro saia pela culatra, e que o maior prejudicado no curto prazo seja o fisiológico PMDB, que mal ou bem segura as pretensões bolivarianas do PT, abrindo espaço para um avanço ainda maior dos petiscas;


    7. Temo também que o clima de insatisfação geral criado pelas passeatas seja propício para aventureiros de plantão, para um messias salvador da Pátria que prometa ignorar as falhas instituições democráticas para resolver nossos males em uma "democracia direta";


    8. Pelo mesmo motivo, desconfio de toda proposta que procura passar por cima do Congresso, apesar de este ser um balcão de negociatas, pois não acredito em saídas milagrosas fora da democracia representativa;


    9. O clima de baderna gerado pelas manifestações acaba dando guarida aos vândalos que, embora em minoria, conseguem fazer um estrago no tecido social da nação, estimulando a anomia, a sensação de terra sem lei, protegidos da policia justamente porque há uma maioria pacífica nas ruas e uma forte opinião pública contra as ações da força policial;


    10. Não acredito que seja possível sustentar por muito tempo essa forma de protesto, pois as pessoas precisam retornar ao trabalho, às suas vidas, com seu direito de ir e vir restabelecido, e nossos fins nobres não podem justificar meios condenáveis que prejudicam os inocentes ainda mais;






    Essas são, basicamente, as razões pelas quais tenho feito ataques às manifestações, tentado trazer um pouco mais de serenidade e luz em meio a tanto calor difuso, jogado baldes de água fria em muita gente eufórica com essa situação nova no país.






    Dito isso, é claro que não tenho apenas sentimentos negativos diante do quadro geral. Tenho sido o advogado do diabo, demandando mais cautela e cuidado, mostrando os enormes riscos disso tudo. Mas me parece inegável que há alguns pontos interessantes no que se passa. Para não ignorá-los e ficar parecendo que eu condeno tudo, vou listar algumas vantagens desse momento atual em que vive o Brasil:






    1. De fato, a letargia até então era algo irritante, e até chocava a postura de pacato cidadão do brasileiro, que apanha o ano inteiro do governo, com sua incrível incompetência, seu descaso total, sem nada fazer, e agora, ao menos, demonstra sua revolta, ainda que de forma desorientada;


    2. Ao obter alguma reação dos governos, essas pessoas descobrem o poder do grito, o que pode ser um perigo à frente, mas que também representa uma nova forma de evitar abusos, colocando os políticos contra a parede, temerosos até de sua integridade física daqui por diante (nunca é ruim o governante ter um pouco de medo da população);


    3. O fato de tudo isso ocorrer durante a gestão petista pode, naturalmente, fortalecer a idéia de que o governo do PT não tem absolutamente nada de fantástico como seus marqueteiros dizem e algumas pesquisas "comprovam", deixando evidente que há um grau de insatisfação generalizada no país;


    4. Isso tudo, ainda muito caótico, pode servir para que alguns jovens, hoje encantados com soluções utópicas, descubram a importância de mergulhar mais a fundo nos problemas políticos e econômicos, de forma mais racional, o que os levará, sem dúvida, rumo ao liberalismo;


    5. Nosso patriotismo pode sair fortalecido, a sensação de que a Pátria tem salvação e de que cabe a nós, brasileiros, moldarmos nosso destino, sem termos de aceitar de forma resignada que sempre seremos uma porcaria, um país jogado às traças, aos bandidos que usam e abusam de nossos impostos sem a menor preocupação com a reação dos "bovinos" obedientes;






    Portanto, como fica claro, nem tudo é desgraça. Para mim, o ideal seria que boa parte do povo tivesse realmente acordado, se dado conta de que precisamos pressionar por mudanças, e que isso resultasse em movimentos organizados dentro da democracia representativa, cujo foco no curto prazo fosse retirar o PT do governo.






    Não é esse o caso, não há esse mesmo diagnóstico, os métodos adotados me incomodam e geram apreensão, pois receio que o resultado não seja do nosso agrado. Mas também não quero passar a impressão de que o melhor seria simplesmente voltar ao que era antes, colocando o "gigante" para dormir novamente, passivo diante de tantos abusos do governo.






    Será possível canalizar tanta energia despertada para algo mais construtivo, respeitando-se as vias da democracia representativa? Espero que sim. E é esse o desafio homérico dos liberais.









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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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