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Por Reinaldo Azevedo
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Por Reinaldo Azevedo
Por Reinaldo Azevedo
Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite,
enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que
entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem
por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando
encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles.
(Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
16/06/2013
às 7:11LEIAM ABAIXO
— E o povo negou Dilma três vezes no Mané Garrincha! O que isso quer e não quer dizer;
— Os incendiários da elite não aceitam ser enquadrados pela lei que serve ao povo;
— Aos leitores, com afeto. Ou 216.516 visitas neste sabadão;
— Líder do PSDB cobra uma posição de Cardozo sobre conflitos em Brasília e espionagem da Abin;
— ELES ESTÃO ENTRE OS LÍDERES DO MOVIMENTO CONTRA A ELEVAÇÃO DA TARIFA DE ÔNIBUS;
— Coisa de Estado policial – PM de Pernambuco prende 4 agentes da Abin que espionavam o governador Eduardo Campos;
— Uso da força em protestos não é nem ilegítimo nem autoritário;
— Protesto pacífico no DF é reprimido com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. Cadê José Eduardo Cardozo? Ou repressão promovida por petista é poesia de resistência?;
— Dilma leva três sonoras vaias no Mané Garrincha, na abertura da Copa das Confederações;
— ATENÇÃO! PT VAI ENTRAR DE CABEÇA NA PANTOMIMA! APARELHOS DO PARTIDO DOS TRABALHADORES E ESTUDANTES ESTÃO LIBERADOS PARA IR ÀS RUAS NA SEGUNDA: A ORDEM É NÃO TOCAR NO VALOR DA TARIFA E SE MANIFESTAR CONTRA A PM E CONTRA ALCKMIN. MILHÕES DE PESSOAS SÃO VÍTIMAS DE UMA TRAMOIA ELEITORAL;
— Descoberta a origem de mais um grupo que ajuda a tocar o terror em São Paulo. Vejam! Ou: Eles trocaram Marx por uma mistura de Lafargue com Bakunin!;
— Este é um dos seres angelicais, segundo setores da imprensa brasileira;
— Produtores rurais de 9 estados protestam contra a indústria das invasões indígenas! É raro haver protesto de quem trabalha, produz e arrecada impostos, né? No Brasil, os vagabundos é que lideram a cultura da reclamação;
— Tarifa zero: descoberto o emplastro que vai livrar o Brasil da melancolia;
— A violência em São, no Rio e a cobertura jornalística. Noticiário da própria Folha desmente versão de que “foi a polícia que começou”;
— Em vez de se esconder debaixo da cama e de se acovardar diante do alarido, o governador Alckmin fala e defende a lei, a democracia e o estado de direito. É assim que se faz!;
— E Cardozo, o pré-candidato, continua a tirar uma casquinha dos conflitos em SP! É o fim da picada!;
— Desistam! Neste blog, vândalos e baderneiros não se criam! Param no mata-burro. Vão procurar a sua turma! Ou: Um pouco de memória a um veterano e venerando;
— Em nota, Petrobras diz que contrato com ONG que é dona do domínio “Passe Livre” já foi encerrado; entidade tira logos oficiais de sua página;
— Como a metafísica petista criou a violência dos Remelentos e das Mafaldinhas incendiários. Ou: O casamento do estado-babá com o estado prevaricador;
— Como o Brasil não tem uma lei antiterrorismo, que se aplique contra os desordeiros a Lei de Segurança Nacional, que está em vigência, sim!;
— Terroristas nas ruas – Atenção, leitor! Um promotor de SP tenta provar que trouxa é você, que segue a lei. O papel dele, pelo visto, é ser babá de criminoso
Por Reinaldo Azevedo
— Os incendiários da elite não aceitam ser enquadrados pela lei que serve ao povo;
— Aos leitores, com afeto. Ou 216.516 visitas neste sabadão;
— Líder do PSDB cobra uma posição de Cardozo sobre conflitos em Brasília e espionagem da Abin;
— ELES ESTÃO ENTRE OS LÍDERES DO MOVIMENTO CONTRA A ELEVAÇÃO DA TARIFA DE ÔNIBUS;
— Coisa de Estado policial – PM de Pernambuco prende 4 agentes da Abin que espionavam o governador Eduardo Campos;
— Uso da força em protestos não é nem ilegítimo nem autoritário;
— Protesto pacífico no DF é reprimido com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. Cadê José Eduardo Cardozo? Ou repressão promovida por petista é poesia de resistência?;
— Dilma leva três sonoras vaias no Mané Garrincha, na abertura da Copa das Confederações;
— ATENÇÃO! PT VAI ENTRAR DE CABEÇA NA PANTOMIMA! APARELHOS DO PARTIDO DOS TRABALHADORES E ESTUDANTES ESTÃO LIBERADOS PARA IR ÀS RUAS NA SEGUNDA: A ORDEM É NÃO TOCAR NO VALOR DA TARIFA E SE MANIFESTAR CONTRA A PM E CONTRA ALCKMIN. MILHÕES DE PESSOAS SÃO VÍTIMAS DE UMA TRAMOIA ELEITORAL;
— Descoberta a origem de mais um grupo que ajuda a tocar o terror em São Paulo. Vejam! Ou: Eles trocaram Marx por uma mistura de Lafargue com Bakunin!;
— Este é um dos seres angelicais, segundo setores da imprensa brasileira;
— Produtores rurais de 9 estados protestam contra a indústria das invasões indígenas! É raro haver protesto de quem trabalha, produz e arrecada impostos, né? No Brasil, os vagabundos é que lideram a cultura da reclamação;
— Tarifa zero: descoberto o emplastro que vai livrar o Brasil da melancolia;
— A violência em São, no Rio e a cobertura jornalística. Noticiário da própria Folha desmente versão de que “foi a polícia que começou”;
— Em vez de se esconder debaixo da cama e de se acovardar diante do alarido, o governador Alckmin fala e defende a lei, a democracia e o estado de direito. É assim que se faz!;
— E Cardozo, o pré-candidato, continua a tirar uma casquinha dos conflitos em SP! É o fim da picada!;
— Desistam! Neste blog, vândalos e baderneiros não se criam! Param no mata-burro. Vão procurar a sua turma! Ou: Um pouco de memória a um veterano e venerando;
— Em nota, Petrobras diz que contrato com ONG que é dona do domínio “Passe Livre” já foi encerrado; entidade tira logos oficiais de sua página;
— Como a metafísica petista criou a violência dos Remelentos e das Mafaldinhas incendiários. Ou: O casamento do estado-babá com o estado prevaricador;
— Como o Brasil não tem uma lei antiterrorismo, que se aplique contra os desordeiros a Lei de Segurança Nacional, que está em vigência, sim!;
— Terroristas nas ruas – Atenção, leitor! Um promotor de SP tenta provar que trouxa é você, que segue a lei. O papel dele, pelo visto, é ser babá de criminoso
16/06/2013
às 7:05E o povo negou Dilma três vezes no Mané Garrincha! O que isso quer e não quer dizer
Neste
sábado, antes do jogo, perto de 500 pessoas tentaram protestar contra o
uso de dinheiro público na Copa do Mundo. Diziam que ele deveria ser
direcionado para saúde e educação. Era uma manifestação pacífica, sem
armas, sem lança-chamas, sem coquetéis molotov. Mesmo assim, a Polícia
Militar do Distrito Federal, governado pelo PT, desceu o sarrafo na
turma. Até quando escrevo, a OAB não deu um pio, o José Eduardo Cardozo
não deu um pio. As sedizentes organizações de defesa dos direitos
humanos não deram um pio. Quando o PT bate em alguém, certamente é por
bons motivos, certo? Os que se manifestavam também expressaram seu apoio
ao movimento contra a elevação de tarifas de ônibus Brasil afora.
Dentro do estádio, o povo — ao menos aquele que foi ver o jogo entre as
seleções do Brasil e do Japão — vaiou Dilma três vezes. É grande a
tentação para juntar mal-estares “diferentes e combinados”, como diria o
companheiro Trotsky, num único movimento. Se caímos nessa tentação,
acabamos por obscurecer a realidade. Então tentarei fazer as distinções.
Começo
pelas vaias a Dilma. É claro que existe um grande eleitorado que se opõe
ao governo. O que tem faltado nesses 10 anos é oposição. Pirandello
cuidou das seis personagens em busca de um autor. No Brasil, há milhões
de eleitores em busca de quem os represente com clareza. E não
encontram. As forças políticas que não aderiram ao governismo têm se
mostrado tímidas; uma parcela, eleita para se opor, traiu o eleitor e se
bandeou para o poder. O eleitorado que disse “não” ao PT tem motivos de
sobra para se sentir pouco representado. Mas seu descontentamento
continua.
Cumpre
lembrar alguns números. Em 2010, havia 135,8 milhões de eleitores no
país. No segundo turno, Dilma foi eleita com 55.752.529 votos, contra
43.711.388 do tucano José Serra. Percebam: apenas 41% dos brasileiros
aptos a votar a escolheram. Os outros 59% preferiram a oposição, a
abstenção ou o voto branco ou nulo. No primeiro turno, a petista obteve
47.651.434 votos. Ou por outra: apenas 35% do eleitorado a tinham como
primeira opção. É claro que Dilma é uma presidente legítima, escolhida
segundo as regras do jogo. Mas dava para perceber de saída que estava
longe de constituir uma unanimidade. A política é que deveria ter se
encarregado de manter mais ou menos mobilizada uma fatia que fosse
daqueles que ativamente disseram “não” à candidata do PT. Isso não
aconteceu, como sabemos.
É bobagem
supor que o estádio inteiro vaiou Dilma e que não havia lá pessoas que
apoiam o governo. É até possível que, fosse aquele o colégio eleitoral,
ela ainda se sagrasse vitoriosa. Impossível saber. Uma coisa, no
entanto, é certa: os que a reprovam — ou, ao menos, repudiam a
exploração política de um evento esportivo — estavam lá em número
suficiente para se fazer ouvir. Com certeza absoluta, a porcentagem de
eleitores de oposição no Mané Garrincha é bem superior à de
oposicionistas no Congresso. Pode-se inferir mais: a porcentagem de
eleitores de oposição no Brasil como um todo é certamente maior do que a
de parlamentares oposicionistas. Afinal, estamos lidando com um dado da
história: pessoas eleitas para se opor acabaram virando casaca.
Por que
estão descontentes? Há uma penca de razões: inflação, corrupção,
ineficiência, restrições de natureza ideológica, que são legítimas, sei
lá eu…
Agora os protestos
A vaia no estádio nos lembra que existem, sim, eleitores de oposição no país. E cumpre que não misturemos o descontentamento desse cidadão pacífico, pagador de impostos, trabalhador dedicado, com algumas manifestações de rua, degenerem ou não em violência. O movimento contra os gastos na Copa mistura algumas palavras de ordem que estão hoje na boca de partidos à esquerda do PT com outras que poderiam ser encampadas por pessoas comuns, orientadas apenas pela vergonha na cara: contra a roubalheira, por mais transparência etc. Mas o sotaque, é inequívoco, o coloca naquele tronco ideológico da cultura da reclamação, que acaba, no fim das contas, servindo à esquerda. Notem que o repúdio de muitos a Dilma não os impediu de assistir ao jogo. Ou por outra: o movimento que protesta contra os gastos com a Copa do Mundo não resultará, necessariamente, numa corrente de oposição à Dilma.
A vaia no estádio nos lembra que existem, sim, eleitores de oposição no país. E cumpre que não misturemos o descontentamento desse cidadão pacífico, pagador de impostos, trabalhador dedicado, com algumas manifestações de rua, degenerem ou não em violência. O movimento contra os gastos na Copa mistura algumas palavras de ordem que estão hoje na boca de partidos à esquerda do PT com outras que poderiam ser encampadas por pessoas comuns, orientadas apenas pela vergonha na cara: contra a roubalheira, por mais transparência etc. Mas o sotaque, é inequívoco, o coloca naquele tronco ideológico da cultura da reclamação, que acaba, no fim das contas, servindo à esquerda. Notem que o repúdio de muitos a Dilma não os impediu de assistir ao jogo. Ou por outra: o movimento que protesta contra os gastos com a Copa do Mundo não resultará, necessariamente, numa corrente de oposição à Dilma.
E o mesmo
se diga sobre os baderneiros de classe média que decidiram botar fogo em
algumas cidades brasileiras. O Movimento Passe Livre e partidecos de
esquerda que lideram essa pantomima violenta podem até considerar
adversários os petistas, mas, ATENÇÃO!, TRATA-SE DE DIVERGÊNCIAS no
campo dito “progressista”. Num eventual segundo turno entre Dilma e um
“candidato da direita” (como eles dizem lá em sua linguagem perturbada),
já sabemos como se comportam os radicais: acabam voltando
momentaneamente para a nave-mãe, o PT. Os que hoje pedem a redução da
tarifa de ônibus em São Paulo — ou a sua gratuidade — exigem um partido
mais radical, mais à esquerda, mais comprometido com o que chamam “lutas
populares”.
Esses
militantes não se misturam com aqueles eleitores de oposição que,
percebam, são de oposição justamente porque repudiam parte da agenda
petista. À diferença dos incendiários que estão nas ruas, o Brasil
oposicionista (o do estádio, não necessariamente o do Congresso) quer
mais ordem, não menos; quer mais respeito às leis, não menos; quer
indivíduos mais independentes, não menos. Essas agendas não se misturam.
Dado o ponto de vista que adoto, que é o de um liberal, as vaias no
estádio e a luta pelo “passe livre” são manifestações que estão em polos
distintos, antagônicos mesmo. As vaias traduzem um anseio, entendo, de
“despetização” do país. O Passe Livre está aí a cobrar que o petismo
seja ainda mais…petista!
16/06/2013
às 6:55Os incendiários da elite não aceitam ser enquadrados pela lei que serve ao povo
Vejam esta foto, publicada na VEJA desta semana.
Contei
aqui outro dia que tomei umas borrachadas invadindo um prédio do Crusp,
na USP. Doeu, mas não fui chorar no colo de mamãe. A PM estava lá para
proteger o dito-cujo e impedir a invasão. A gente decidiu levar a
operação adiante. O que esperar? A polícia tentou impedir no corpo a
corpo, não conseguiu, houve uns safanões, e a invasão se consumou.
Ficamos lá dentro por um bom tempo. Depois de uma negociação, o prédio
foi desocupado. Ninguém portava paus, pedras, lança-chamas, rojões,
coquetel molotov, porrete, nada disso. O Brasil vivia a fase já da
ditadura esculhambada, mas ditadura era. Nem por isso, cobríamos o rosto
como bandidos do Comando Vermelho ou do PCC ou usávamos máscaras. No
tempo em que fiquei na USP, não me lembro de uma só dessas ações —
incluindo umas três invasões à Reitoria — que tivesse resultado em danos
ao patrimônio da universidade. Ao contrário: havia a orientação para
que não se quebrasse nada. As pichações eram feitas em papéis de rolo,
afixados depois às paredes. Nada parecido com a nojeira que vi nas
invasões em anos recentes. Ação política, mesmo quando equivocada, não
pode se confundir com banditismo.
Voltemos,
então, à foto lá do alto. Quem leva um lança-chamas para uma
manifestação está em busca de quê? De paz? Não me parece. Também se
viram coquetéis molotov, rojões, paus, pedras e o infalível spray, que
vai sujando tudo. Quase 300 ônibus foram depredados. Duas estações de
metrô foram seriamente danificadas. Desde o primeiro dia, os líderes das
manifestações deram inúmeras declarações afirmando que a manifestação
seria pacífica, sim, desde que a polícia se comportasse. O que isso quer
dizer? O óbvio: serão pacíficos desde que possam fazer o que lhes der
na telha. Ou, então, partem, como partiram, para a porrada. E depois
saem por aí exercitando o discurso das vítimas.
Jornalistas
também resolveram surfar na onda. Ora, se estão metidos no que acabou
virando um campo de batalha, é grande o risco de que sejam atingidos. É
lamentável? É, sim, mas esse risco é parte do ofício. Quando policiais,
na quarta jornada de manifestações sabidamente violentas, fazem revistas
em manifestantes, estão apenas cumprindo a sua função. Há inúmeros
vídeos no YouTube com provocações baratas, feitas por profissionais de
imprensa. Lamento! Deveriam estar lá como juízes isentos do confronto.
Se deixam claro que têm lado — e que, pois, o policial será
necessariamente demonizado —, estão se comportam, eles também, como
manifestantes. Não podem aspirar às duas coisas: à imunidade da
profissão e ao furor da causa.
Traço de classe
E os manifestantes? É notável como alguns truculentos, que se comportam como horda fascistoide, viram, de súbito, bebês chorões. Embora falem como oprimidos, estão, na verdade, acostumados a um país em que as leis existem para os outros — quase sempre, para os pobres. Acham que podem sair por aí quebrando, incendiando e pichando sem que nada lhes aconteça. Por alguma razão, acreditam ter direito a uma espécie de imunidade.
E os manifestantes? É notável como alguns truculentos, que se comportam como horda fascistoide, viram, de súbito, bebês chorões. Embora falem como oprimidos, estão, na verdade, acostumados a um país em que as leis existem para os outros — quase sempre, para os pobres. Acham que podem sair por aí quebrando, incendiando e pichando sem que nada lhes aconteça. Por alguma razão, acreditam ter direito a uma espécie de imunidade.
Aliás,
esse comportamento não se verifica só nesse caso. Não faz tempo, vimos
alguns grupos organizados na USP em defesa do seu suposto direito de
fumar maconha nas dependências da universidade. Também queriam que a
Polícia Militar fosse impedida de entrar no campus, como se aquele fosse
um outro território, apartado do Brasil; como se a Constituição e o
Código Penal não tivessem vigência naquele lugar. Em nome dos
“direitos”, advogam é uma sociedade de privilégios.
Não, não
estou associando uma militância à outra. Estou apenas demonstrando que
certas camadas sociais no Brasil não querem jamais ser alcançadas pela
lei. Basta-lhes não gostar da legislação em vigor para, então, se sentir
no direito de desrespeitá-la. E não deixam de ser bem-sucedidas em suas
incursões no mundo da delinquência. Tão logo o “estado repressor” se
manifesta — segundo códigos legais —, uma pletora de entidades,
inclusive a OAB (o que é uma vergonha), corre em seu socorro. São
tratados como verdadeiros heróis. Ou como bibelôs do “progressismo”.
“Vai pegar bandido!”
Muitos desses que se conferem todos os direitos não têm vergonha nenhuma de exercitar seu preconceito: “Por que a polícia não vai pegar bandido?”, indagava um. “Eu não sou bandido!’, vociferava outro. Não??? Indivíduos que, de forma deliberada, levam a cidade ao colapso, interditando vias; que saem por aí metendo fogo no que encontram pela frente; que depredam prédios públicos e privados, é preciso reconhecer, são, sim, BANDIDOS!
Muitos desses que se conferem todos os direitos não têm vergonha nenhuma de exercitar seu preconceito: “Por que a polícia não vai pegar bandido?”, indagava um. “Eu não sou bandido!’, vociferava outro. Não??? Indivíduos que, de forma deliberada, levam a cidade ao colapso, interditando vias; que saem por aí metendo fogo no que encontram pela frente; que depredam prédios públicos e privados, é preciso reconhecer, são, sim, BANDIDOS!
Tudo às claras
Polícia e Ministério Público já conhecem as lideranças, já sabem quem faz o quê, quem comanda os extremistas. Agora é preciso tomar as providências para que aquelas ações não restem impunes.
Polícia e Ministério Público já conhecem as lideranças, já sabem quem faz o quê, quem comanda os extremistas. Agora é preciso tomar as providências para que aquelas ações não restem impunes.
Que ideia na cabeça tem o rapaz com um lança-chamas na mão?
Tags: tarifa de ônibus
16/06/2013
às 6:51Aos leitores, com afeto. Ou 216.516 visitas neste sabadão
Só
neste sábado, este blog teve 216.516 visitas. Escrevi ontem um post
afirmando que poderíamos chegar a 200 mil. Superamos. Obra de vocês!
Tags: leitores
15/06/2013
às 18:10Líder do PSDB cobra uma posição de Cardozo sobre conflitos em Brasília e espionagem da Abin
Recebo um e-mail da liderança do PSDB com a seguinte mensagem.
Para o
Líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, o ministro José Eduardo Cardozo
(Justiça) precisa esclarecer à sociedade quais são as ações que serão
adotadas pela Polícia Federal para combater a onda de protesto que toma
conta de Brasília. “A segurança pública na capital é custeada pela
União, o que torna obrigatória uma resposta do governo federal.
Esperamos que o ministro analise o ocorrido e, se necessário, acione a
Polícia Federal para ajudar Brasília”, avaliou.
Neste
sábado, centenas de manifestantes protestaram em frente ao estádio Mané
Garrincha, em Brasília, palco da abertura da Copa das Confederações.
Eles criticavam os gastos excessivos para realização do evento – a obra
custou R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos. Os policiais chegaram a
disparar bomba de gás lacrimogênio contra a multidão e spray de pimenta.
Ontem, em outro protesto, a avenida Eixo Monumental foi interditada
após manifestantes queimarem pneus.
Sampaio
pede ainda esclarecimentos do ministro do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência, general José Elito Siqueira. Na avaliação
do Líder, a Agência Brasileira de Inteligência, ao invés de monitorar o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deveria concentrar esforços
para manter a ordem pública na abertura desse importante evento. “Onde
está a inteligência do governo que não previu esses protestos na véspera
da abertura do evento? Não quero acreditar que estava concentrada em
investigar políticos e adversários”, disse.
Tags: José Eduardo Cardozo, PSDB
15/06/2013
às 18:03ELES ESTÃO ENTRE OS LÍDERES DO MOVIMENTO CONTRA A ELEVAÇÃO DA TARIFA DE ÔNIBUS
A
VEJA São Paulo desta semana traz o perfil de quatro lideranças do
movimento contra o aumento das passagens de ônibus. Embora eles
participem de ações que têm feito um mal imenso à cidade e aos cidadãos,
contenham-se. Nada de ofensas pessoais. Cumpre ao estado brasileiro,
que dispõe de leis democráticas, proteger os interesses da maioria dos
brasileiros.
15/06/2013
às 17:53Recorde
Este blog deve ter hoje o seu recorde de visitas para um sábado: perto de 200 mil. Obrigado!
Por Reinaldo Azevedo
Tags: leitores
15/06/2013
às 17:50Coisa de Estado policial – PM de Pernambuco prende 4 agentes da Abin que espionavam o governador Eduardo Campos
A
VEJA desta semana traz uma reportagem do balacobaco, de autoria de Hugo
Marques e Rodrigo Rangel. A Polícia Militar de Pernambuco prendeu
quatro agentes da Abin que atuavam disfarçadamente no Porto de Suape, em
Pernambuco, com o objetivo de espionar as ações do governador do
Estado, Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência da República.
Atenção! Não há nada de errado em haver agentes do serviço de
Inteligência acompanhando movimentos sociais que potencialmente
perigosos para a segurança pública ou do estado. As melhores democracias
do mundo fazem isso. Ocorre que não é esse o caso. Leiam trecho da
reportagem. A íntegra segue na edição impressa.
*
É colossal o esforço do governo para impedir que decolem as candidaturas presidenciais do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e da ex-senadora Marina Silva (sem partido). Nos últimos meses, a presidente Dilma Rousseff reacomodou no ministério caciques partidários que ela havia demitido após denúncias de corrupção, loteou cargos de peso entre legendas desgarradas da base aliada e pressionou governadores do próprio PSB a minar os planos de Campos. Sob a orientação do ex-presidente Lula, Dilma trabalha para Montar a maior coligação eleitoral da historia e, assim, impedir que eventuais rivais tenham com quem se aliar. A maior parte dessa estratégia é posta em pratica a luz do dia, como a volta dos “faxinados” PR e PDT a Esplanada, mas ha também uma face clandestina na ofensiva governista, com direito a espionagem perpetrada por agentes do estado. Um dos alvos dessa ação foi justamente Eduardo Campos, considerado pelo PT um estorvo à reeleição de Dilma pela capacidade de dividir com ela os votos dos eleitores do Nordeste, região que foi fundamental para assegurar a vitória da presidente em 2010.
*
É colossal o esforço do governo para impedir que decolem as candidaturas presidenciais do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e da ex-senadora Marina Silva (sem partido). Nos últimos meses, a presidente Dilma Rousseff reacomodou no ministério caciques partidários que ela havia demitido após denúncias de corrupção, loteou cargos de peso entre legendas desgarradas da base aliada e pressionou governadores do próprio PSB a minar os planos de Campos. Sob a orientação do ex-presidente Lula, Dilma trabalha para Montar a maior coligação eleitoral da historia e, assim, impedir que eventuais rivais tenham com quem se aliar. A maior parte dessa estratégia é posta em pratica a luz do dia, como a volta dos “faxinados” PR e PDT a Esplanada, mas ha também uma face clandestina na ofensiva governista, com direito a espionagem perpetrada por agentes do estado. Um dos alvos dessa ação foi justamente Eduardo Campos, considerado pelo PT um estorvo à reeleição de Dilma pela capacidade de dividir com ela os votos dos eleitores do Nordeste, região que foi fundamental para assegurar a vitória da presidente em 2010.
0 Porto de
Suape, no Recife, carro- chefe do processo de industrialização de
Pernambuco, serviu de arena para o até agora mais arrojado movimento
envolvendo essa disputa pré-eleitoral. No dia 11 de abril, a Policia
Militar deteve quatro espiões da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin) que fingiam trabalhar no local, mas há semanas se dedicavam a
colher informações que pudessem ser usadas contra Campos. A Secretaria
de Segurança Pública estadual já monitorava os agentes travestidos de
portuários fazia algum tempo. Disfarçados, eles estavam no
estacionamento do porto quando foram abordados por seguranças.
Apresentaram documentos de identidade e se disseram operários. Acionada
logo depois, a PM entrou em cena. Diante dos policiais, os espiões
admitiram que eram agentes da Abin, que estavam cumprindo uma missão
sigilosa e pediram que não fossem feitos registros oficiais da detenção.
0 incidente foi documentado em um relatório de uma página, numa folha
de papel sem timbre, arquivada no Gabinete Militar do governador.
Contrariado com a espionagem, Eduardo Campos ligou para o chefe do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República,
general Jose Elito Siqueira, a quem o serviço secreto do governo está
subordinado.
Em uma
reunião com aliados do PPS, o governador contou que o general garantiu
que não houve espionagem de cunho político, ou de viés eleitoral, mas
apenas um trabalho rotineiro. “Nos fazemos apenas monitoramento de
cenários para a presidenta”. ponderou o chefe do GSI. Apesar da
gravidade do incidente, o caso foi dado como encerrado pelos dois lados.
Poucas pessoas souberam da história. A elas, Campos explicou que não
queria tornar público o episódio para não “atritar” ainda mais a relação
com o Palácio do Planalto nem causar um rompimento entre as partes. Mas
houve desdobramentos. “Tive de prender quatro agentes da Abin que
estavam me monitorando”. Revelou Eduardo Campos. E ainda desabafou:
“Isso é coisa de quem não gosta de democracia, de um governo
policialesco”. Pediu aos aliados que o assunto fosse mantido em segredo.
“Não tenho nada a dizer sobre isso”, desculpou-se na semana passada o
deputado Roberto Freire, presidente da legenda, que estava presente a
reunião.
Os agentes
detidos no Porto de Suape trabalham na superintendência da Abin em
Pernambuco. São eles: Mario Ricardo Dias de Santana, Nilton de Oliveira
Cunha Junior, Renato Carvalho Raposo de Melo e Edmilson Monteiro da
Silva. No dia da detenção, usavam um Palio (JCG-1781) e um Peugeot
(KHI-1941). A placa do Pálio é fria, não existe. Já a do Peugeot é
registrada em nome da própria Abin. Na semana passada, o agente sênior
Mario Santana se aposentou. Nilton Junior e Renato de Melo davam
expediente normalmente na superintendência. Já Edmilson Silva, na
quinta-feira, estava escalado para o plantão noturno. Nada mais natural.
Edmilson Silva tem uma dupla jornada de trabalho. Além de espião, é
vereador, eleito pelo PV, no município de Jaboatão dos Guararapes. Vive,
portanto, urna situação curiosa. Durante o dia, como vereador, é um
defensor das liberdades. Às escuras, como araponga, une-se aos colegas
de repartição para violá-las. “Fui ao Porto de Suape algumas vezes
apenas para visitar amigos”, disse a VEJA o agente-vereador.
(…)
(…)
15/06/2013
às 17:36Uso da força em protestos não é nem ilegítimo nem autoritário
Na VEJA.com:
Na manhã desta sexta-feira, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, autorizou o início de uma investigação para averiguar se houve excessos da PM durante a última passeata do Movimento Passe Livre na capital do estado. É provável que a investigação da Corregedoria da PM traga à tona erros cometidos na operação para conter e dispersar os manifestantes. Na internet espalham-se imagens de pessoas que alegam ter sido agredidas de maneira arbitrária. Notoriamente, há déficits no treinamento dos policiais brasileiros. Uma análise, ainda que não muito profunda, dos confrontos de quinta-feira mostra que não foram seguidas à risca diversas recomendações do Código de Conduta para Agentes de Segurança Pública das Nações Unidas, uma espécie de código internacional para ações policiais durante manifestações públicas. Isso não significa, no entanto, que tenha sido ilegítima a ação da PM na marcha de São Paulo. É uma questão de princípios. “No Estado de Direito, a Polícia tem autorização para usar a força a fim de garantir a ordem e a segurança”, diz Maria Stela Grossi Porto, socióloga e membro do Núcleo de Estudos sobre Violência e Segurança da Universidade de Brasília. “Mais ainda, o uso da força é monopólio dela.”
Na manhã desta sexta-feira, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, autorizou o início de uma investigação para averiguar se houve excessos da PM durante a última passeata do Movimento Passe Livre na capital do estado. É provável que a investigação da Corregedoria da PM traga à tona erros cometidos na operação para conter e dispersar os manifestantes. Na internet espalham-se imagens de pessoas que alegam ter sido agredidas de maneira arbitrária. Notoriamente, há déficits no treinamento dos policiais brasileiros. Uma análise, ainda que não muito profunda, dos confrontos de quinta-feira mostra que não foram seguidas à risca diversas recomendações do Código de Conduta para Agentes de Segurança Pública das Nações Unidas, uma espécie de código internacional para ações policiais durante manifestações públicas. Isso não significa, no entanto, que tenha sido ilegítima a ação da PM na marcha de São Paulo. É uma questão de princípios. “No Estado de Direito, a Polícia tem autorização para usar a força a fim de garantir a ordem e a segurança”, diz Maria Stela Grossi Porto, socióloga e membro do Núcleo de Estudos sobre Violência e Segurança da Universidade de Brasília. “Mais ainda, o uso da força é monopólio dela.”
A
tentativa de fazer da ação da PM um exemplo de autoritarismo comparável à
repressão dos tempos de regime militar no Brasil, ou à ação das
polícias de regimes ditatoriais, é um evidente absurdo, uma vez que o
país não vive um regime de exceção. Mais razoáveis seriam comparações
com embates ocorridos nos Estados Unidos e na Europa – ou seja, em
nações democráticas – em anos recentes. Londres, Madri, Nova York,
Toronto são apenas algumas das metrópoles que foram palco de choques
entre a polícia e ativistas inspirados por ideais não muito diferentes
daqueles abraçados por quem protesta em São Paulo – a rejeição ao
“sistema”, em algum de seus aspectos particulares ou de maneira
genérica.
Em
novembro de 2011, por exemplo, durante a desmonte dos acampamentos de
manifestantes do Ocupe Wall Street, em Nova York, ao menos 300 pessoas
foram presas. Houve uma larga discussão sobre “uso abusivo da força” e
dois oficiais se tornaram emblemas desse hipotético excesso, pelo uso
indiscriminado de spray de pimenta. Eles foram submetidos a sindicâncias
e punições, mas nenhum deles sofrera uma ação criminal, como foi
decidido em meados de abril deste ano. Em reportagem sobre o caso, o
jornal The New York Times ouviu um especialista em direito penal que
ressaltou a dificuldade em se processar policiais envolvidos em
situações “caóticas” como a de uma manifestação de rua. “Seria preciso
provar, para além de qualquer dúvida razoável, que o polícial usou a
força em total desacordo com as suas atribuições”, disse o ex-promotor
Thomas J. Curran. “Ocorre que o uso da força é parte das suas
atribuições.” Quando posta em movimento, nenhuma polícia é angelical.
Uso da força
“É muito tênue o limite do que é legítimo e do que não é em situações de multidão”, diz Maria Stela Grossi Porto. “Os casos precisam ser sempre analisados individualmente.” Os possíveis exageros e erros da quinta-feira não devem, portanto, colocar em xeque o direito e o dever policial de zelar pela ordem durante uma passeata. A sua presença é a única maneira de garantir a segurança dos transeuntes, do patrimônio público e, em certas circunstâncias, até mesmo dos manifestantes — uma vez que as marchas costumam reunir um público heterogêneo, como sem dúvida foi o caso nos últimos dias em São Paulo. Isso não está em contradição com a necessidade – também ela permanente – de aprimorar e “civilizar” as forças policiais.
“É muito tênue o limite do que é legítimo e do que não é em situações de multidão”, diz Maria Stela Grossi Porto. “Os casos precisam ser sempre analisados individualmente.” Os possíveis exageros e erros da quinta-feira não devem, portanto, colocar em xeque o direito e o dever policial de zelar pela ordem durante uma passeata. A sua presença é a única maneira de garantir a segurança dos transeuntes, do patrimônio público e, em certas circunstâncias, até mesmo dos manifestantes — uma vez que as marchas costumam reunir um público heterogêneo, como sem dúvida foi o caso nos últimos dias em São Paulo. Isso não está em contradição com a necessidade – também ela permanente – de aprimorar e “civilizar” as forças policiais.
Num ato de
rua, ditam os protocolos, a polícia deve seguir três passos:
esclarecimento, contenção e repressão. Num primeiro momento, há que se
coletar informações sobre o movimento e negociar locais e itinerários
com os manifestantes. Isso foi feito na quinta-feira em São Paulo, e um
dos motivos da situação ter fugido ao controle foi a tentativa de alguns
líderes da passeata de mudar o trajeto combinado e furar ou contornar o
bloqueio policial. A fase de contenção é preparada para quando a
manifestação pode evoluir a um tumulto. Nessa situação, a tropa de
choque se posiciona de maneira ostensiva para tentar dissuadir os
manifestantes. Entre esse momento e os primeiros atos de repressão, uma
série de medidas dissuasórias deve ser empregada.
Segundo
José Inácio Cano, do Laboratório de Análise de Violência da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), reclamações sobre o uso abusivo da
força policial durante manifestações são comuns no mundo todo. “É
importante que fique claro apenas uma questão: a primeira abordagem
policial tem de ser sempre pacífica, a tentativa de ganhar os
manifestantes pela conversa, pela negociação.” Um histórico de
manifestações anteriores não deve justificar ações açodadas. “A polícia
não pode dar início a uma ação repressiva com base em algo anterior.
Assim como tem o direito de usar a força, o policial é profissional e
deve ser treinado para não agir no impulso.”
(Des)preparo
“O policial precisa ser mais bem treinado, precisa de educação continuada e de socialização. Infelizmente, isso ainda não atinge aquele policial que está na linha de frente”, diz Maria Stela. Uma medida relativamente simples de aprimoramento, testada em outros países e ainda de maneira incipiente no Brasil, é a criação de relatórios diários. Em linhas gerais, isso significa que o policial, após um dia de trabalho, deve relatar por escrito o que aconteceu e como atuou em cada ocorrência. “Esse é um caminho eficiente, usado em países estrangeiros, para que o policial reflita sobre seus atos e tenha um retorno sobre se agiu, ou não, corretamente.”
“O policial precisa ser mais bem treinado, precisa de educação continuada e de socialização. Infelizmente, isso ainda não atinge aquele policial que está na linha de frente”, diz Maria Stela. Uma medida relativamente simples de aprimoramento, testada em outros países e ainda de maneira incipiente no Brasil, é a criação de relatórios diários. Em linhas gerais, isso significa que o policial, após um dia de trabalho, deve relatar por escrito o que aconteceu e como atuou em cada ocorrência. “Esse é um caminho eficiente, usado em países estrangeiros, para que o policial reflita sobre seus atos e tenha um retorno sobre se agiu, ou não, corretamente.”
Tags: Polícia Militar, protestos
15/06/2013
às 17:23Protesto pacífico no DF é reprimido com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. Cadê José Eduardo Cardozo? Ou repressão promovida por petista é poesia de resistência?
Um grupo
de 500 pessoas decidiu organizar um protesto — ATENÇÃO, PACÍFICO!!! — em
frente ao estádio Mané Garrincha, em Brasília, que abriga o jogo de
abertura da Copa das Confederações. A Polícia do Distrito Federal,
governado pelo petista Agnelo Queiroz, desceu o sarrafo: cassetete,
bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, spray de pimenta e 25
pessoas presas. Regra de três simples: se 500 rendem 25 presos, quantos
teriam sido se houvesse 5 mil, como em São Paulo? Resposta: 250! Ou por
outra: a PM do Distrito Federal prendeu mais gente, proporcionalmente,
do que a de São Paulo no protesto de quinta, quando 230 foram detidos.
Diferença fundamental: o protesto de Brasília era realmente pacífico. Os
manifestantes não portavam lança-chamas, paus, pedras, nada disso. Só
palavra. Foram duramente reprimidos. Um dele foi atropelado por uma
motocicleta da polícia e preso em seguida. José Eduardo Cardozo, cadê
você?
Estão
começando a pipocar país afora manifestações contra o uso de dinheiro
público na Copa do Mundo. O mote é mais ou menos este: “Da Copa eu abro
mão, quero dinheiro para saúde e educação”. Essa relação não é assim tão
direta, mas é um jeito de ver o mundo. Seria esse protesto uma variante
de um mesmo e difuso mal-estar, que incluiria em seu repertório o
protesto contra a elevação das tarifas de ônibus? Tenho dificuldades de
lidar com esferas de sensações a conduzir a história. Parece-me que são
protestos com origens distintas e, fica evidente, com formas igualmente
distintas de expressão. A Avenida Paulista abrigou manifestação com
conteúdo idêntico: pacífica e serena. Ninguém portava armas ou buscava
confronto com a polícia.
Muito bem!
Movimentos organizados, que usam com destreza as redes sociais, se
encarregaram de transformar os episódios de São Paulo num caso de lesa
democracia, como se não coubesse à polícia reprimir quem vai para as
ruas para o tudo ou nada. A repercussão cresceu exponencialmente quando a
militância petista entrou na parada, como se o protesto, originalmente,
não tivesse como alvo, principalmente, a política de transportes do
prefeito Fernando Haddad, que é do partido.
Os
episódios do Distrito Federal — e também há pessoas feridas com balas de
borracha —certamente terão repercussão bem menor. O petismo se
encarregará de tentar abafá-los nas redes sociais, embora, reitero, as
ações sejam incomparáveis. Até agora, os que protestam contra o uso de
recursos públicos na Copa do Mundo não apelaram à linguagem da
violência. E espero que não o façam.
PS – Vamos ver que tratamento as TVs darão à questão.
15/06/2013
às 16:08Dilma leva três sonoras vaias no Mané Garrincha, na abertura da Copa das Confederações
Joseph
Blatter, presidente da Fifa, discursou na abertura da Copa das
Confederações, no estádio Mané Garricha, em Brasília. O jogo de estreia é
Brasil contra o Japão. Estava ao lado de Dilma Rousseff. Tão logo citou
o nome da presidente, explodiu uma sonora vaia no estádio. As
autoridades brasileiras, definitivamente, se arriscam em situações
assim. Lula, que é Lula — transformado no demiurgo nacional —, foi
vaiado em pleno Maracanã, na abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007.
Dilma, diga-se, já tinha sido vaiada quando teve o nome anunciado pelo
sistema de som e voltou a ouvir a manifestação de descontentamento
quando ela própria falou.
Os
petistas podem tentar citar Nelson Rodrigues — “Brasileiro vaia até
minuto de silêncio” — ou podem achar que está em curso algum desconforto
com o governo. E olhem que o jogo se dá em Brasília, não é?, que tem a
renda per capita mais alta do país.
A vaia
quer dizer alguma coisa e aponta para 2014? Não dá para saber. As
pesquisas indicam que a popularidade da presidente é alta, mas está em
queda. Lula, como lembrei, foi vaiado em 2007 e, como se sabe, elegeu
sua sucessora. Vamos ver.
Ah, sim: Neymar abriu o placar aos três minutos do primeiro tempo.
15/06/2013
às 7:31LEIAM ABAIXO
— ATENÇÃO!
PT VAI ENTRAR DE CABEÇA NA PANTOMIMA! APARELHOS DO PARTIDO DOS
TRABALHADORES E ESTUDANTES ESTÃO LIBERADOS PARA IR ÀS RUAS NA SEGUNDA: A
ORDEM É NÃO TOCAR NO VALOR DA TARIFA E SE MANIFESTAR CONTRA A PM E
CONTRA ALCKMIN. MILHÕES DE PESSOAS SÃO VÍTIMAS DE UMA TRAMOIA ELEITORAL;
— Descoberta a origem de mais um grupo que ajuda a tocar o terror em São Paulo. Vejam! Ou: Eles trocaram Marx por uma mistura de Lafargue com Bakunin!;
— Este é um dos seres angelicais, segundo setores da imprensa brasileira;
— Mais um revés – STF agora quebra o sigilo de empresa contratada por Lindbergh;
— Produtores rurais de 9 estados protestam contra a indústria das invasões indígenas! É raro haver protesto de quem trabalha, produz e arrecada impostos, né? No Brasil, os vagabundos é que lideram a cultura da reclamação;
— Tarifa zero: descoberto o emplastro que vai livrar o Brasil da melancolia;
— Fôlego do governo brasileiro está acabando, diz FT;
— Justiça recua e permite que Petrobras volte a importar;
— A violência em São, no Rio e a cobertura jornalística. Noticiário da própria Folha desmente versão de que “foi a polícia que começou”;
— Em vez de se esconder debaixo da cama e de se acovardar diante do alarido, o governador Alckmin fala e defende a lei, a democracia e o estado de direito. É assim que se faz!;
— E Cardozo, o pré-candidato, continua a tirar uma casquinha dos conflitos em SP! É o fim da picada!;
— Desistam! Neste blog, vândalos e baderneiros não se criam! Param no mata-burro. Vão procurar a sua turma! Ou: Um pouco de memória a um veterano e venerando;
— Em nota, Petrobras diz que contrato com ONG que é dona do domínio “Passe Livre” já foi encerrado; entidade tira logos oficiais de sua página;
— Como a metafísica petista criou a violência dos Remelentos e das Mafaldinhas incendiários. Ou: O casamento do estado-babá com o estado prevaricador;
— Como o Brasil não tem uma lei antiterrorismo, que se aplique contra os desordeiros a Lei de Segurança Nacional, que está em vigência, sim!;
— Terroristas nas ruas – Atenção, leitor! Um promotor de SP tenta provar que trouxa é você, que segue a lei. O papel dele, pelo visto, é ser babá de criminoso
Por Reinaldo Azevedo
— Descoberta a origem de mais um grupo que ajuda a tocar o terror em São Paulo. Vejam! Ou: Eles trocaram Marx por uma mistura de Lafargue com Bakunin!;
— Este é um dos seres angelicais, segundo setores da imprensa brasileira;
— Mais um revés – STF agora quebra o sigilo de empresa contratada por Lindbergh;
— Produtores rurais de 9 estados protestam contra a indústria das invasões indígenas! É raro haver protesto de quem trabalha, produz e arrecada impostos, né? No Brasil, os vagabundos é que lideram a cultura da reclamação;
— Tarifa zero: descoberto o emplastro que vai livrar o Brasil da melancolia;
— Fôlego do governo brasileiro está acabando, diz FT;
— Justiça recua e permite que Petrobras volte a importar;
— A violência em São, no Rio e a cobertura jornalística. Noticiário da própria Folha desmente versão de que “foi a polícia que começou”;
— Em vez de se esconder debaixo da cama e de se acovardar diante do alarido, o governador Alckmin fala e defende a lei, a democracia e o estado de direito. É assim que se faz!;
— E Cardozo, o pré-candidato, continua a tirar uma casquinha dos conflitos em SP! É o fim da picada!;
— Desistam! Neste blog, vândalos e baderneiros não se criam! Param no mata-burro. Vão procurar a sua turma! Ou: Um pouco de memória a um veterano e venerando;
— Em nota, Petrobras diz que contrato com ONG que é dona do domínio “Passe Livre” já foi encerrado; entidade tira logos oficiais de sua página;
— Como a metafísica petista criou a violência dos Remelentos e das Mafaldinhas incendiários. Ou: O casamento do estado-babá com o estado prevaricador;
— Como o Brasil não tem uma lei antiterrorismo, que se aplique contra os desordeiros a Lei de Segurança Nacional, que está em vigência, sim!;
— Terroristas nas ruas – Atenção, leitor! Um promotor de SP tenta provar que trouxa é você, que segue a lei. O papel dele, pelo visto, é ser babá de criminoso
15/06/2013
às 7:21ATENÇÃO! PT VAI ENTRAR DE CABEÇA NA PANTOMIMA! APARELHOS DO PARTIDO DOS TRABALHADORES E ESTUDANTES ESTÃO LIBERADOS PARA IR ÀS RUAS NA SEGUNDA: A ORDEM É NÃO TOCAR NO VALOR DA TARIFA E SE MANIFESTAR CONTRA A PM E CONTRA ALCKMIN. MILHÕES DE PESSOAS SÃO VÍTIMAS DE UMA TRAMOIA ELEITORAL
Decidi manter este post no alto por mais algum tempo
Isto é uma
informação, não uma interpretação. O PT liberou a tigrada para ir às
ruas na segunda-feira. Os sindicatos de trabalhadores e estudantes
dominados pelo partido estão sendo convocados a participar do que
pretendem que seja uma megamanifestação, aí não mais contra a tarifa de
ônibus, mas contra a Polícia Militar e contra o governo de São Paulo. A
ordem, aliás, é focar o menos possível no valor da passagem de ônibus.
Por óbvio, a questão pode arranhar a imagem de Fernando Haddad. Os
petistas estão vendo na questão uma chance de ouro de realizar uma dupla
operação:
a: diluir o mal-estar com a elevação da tarifa;
b: mudar definitivamente o sentido dos protestos.
a: diluir o mal-estar com a elevação da tarifa;
b: mudar definitivamente o sentido dos protestos.
O
movimento é organizado, veio de cima. O próprio Haddad saiu na frente.
Foi a primeira autoridade petista, já na noite de ontem, a criticar “a
violência” da polícia. Ele o fez depois de conversar com a cúpula
partidária. Gilberto Carvalho — que comanda a pasta que, na prática,
“organiza” os índios — está sabendo de tudo. É ele quem faz a
interlocução com os movimentos sociais.
Os
petistas tentam “assumir a liderança” do movimento em São Paulo, que
consideram perigosamente fora do controle. Ao assumi-la, por intermédio
dos movimentos sociais e lhe dar uma direção, pretendem mudar o eixo dos
protestos. Observem que José Eduardo Cardozo também atacou a polícia.
Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, defendeu “o
direito à manifestação”, como se alguém estivesse a contestá-lo.
PCdoB
O PCdoB também está chamando a sua turma. Membros da Juventude Socialista já andaram aparecendo nos protestos. Na segunda, haverá uma espécie de adesão formal. Não se esqueçam de que o partido tem a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão.
O PCdoB também está chamando a sua turma. Membros da Juventude Socialista já andaram aparecendo nos protestos. Na segunda, haverá uma espécie de adesão formal. Não se esqueçam de que o partido tem a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão.
Pusilanimidade
Haddad, diga-se, convidou o Movimento Passe Livre para um papinho. Quer ouvir as suas propostas. A menos que o grupo tenha mudado a agenda, sei qual é: transporte gratuito para todos. A turma tem uma máxima bucéfala: se é público, por que é pago? Entenderam? Eles fingem não entender que tudo, rigorosamente tudo, o que é é público é… pago! Alguém sempre arca com os custos.
Haddad, diga-se, convidou o Movimento Passe Livre para um papinho. Quer ouvir as suas propostas. A menos que o grupo tenha mudado a agenda, sei qual é: transporte gratuito para todos. A turma tem uma máxima bucéfala: se é público, por que é pago? Entenderam? Eles fingem não entender que tudo, rigorosamente tudo, o que é é público é… pago! Alguém sempre arca com os custos.
É um caso
evidente de pusilanimidade política. Ao receber pessoalmente os
representantes do Passe Livre, o prefeito estará endossando seus
métodos: depredação, quebra-quebra, coquetel molotov, porrada.
É preciso
deixar claro: ao aderir aos protestos e tentar mudar a sua natureza,
evidencia-se o caráter político-eleitoral dos protestos. O PT e o PCdoB
enxergaram no episódio uma janela de oportunidades e decidiram tomar a
rédea dos protestos, tirando-o da condução da turma do Passe Livre, PSOL
e PCO. Ainda que, num dado momento, todos se entendam, têm lá suas
diferenças de estratégia.
Violência
Os petistas graúdos passaram a considerar também que é fundamental que não haja violência na segunda-feira. Na fórmula de um deles, a manifestação só será bem-sucedida se for grande e pacífica e se concentrar suas palavras de ordem em favor da liberdade de expressão (como se ela estivesse sob ameaça), contra a violência policial e contra o governo Alckmin.
Os petistas graúdos passaram a considerar também que é fundamental que não haja violência na segunda-feira. Na fórmula de um deles, a manifestação só será bem-sucedida se for grande e pacífica e se concentrar suas palavras de ordem em favor da liberdade de expressão (como se ela estivesse sob ameaça), contra a violência policial e contra o governo Alckmin.
É assim
que o PT faz política. É assim que sempre fez. E assim fará enquanto
existir. Não é uma questão de escolha, mas de natureza. Podem contar: na segunda, os petistas param São Paulo. E tentarão provar que é para o bem dos paulistanos.
Para encerrar
Ao saber que jornalistas haviam sido feridos nos confrontos dessa quinta, um petista de alto coturno quase soltou rojão. Anteviu uma reação corporativista, como de fato aconteceu, e comemorou: “Agora eles [os jornalistas] vêm pro nosso lado!”. Como se a maioria já não tivesse ido…
Ao saber que jornalistas haviam sido feridos nos confrontos dessa quinta, um petista de alto coturno quase soltou rojão. Anteviu uma reação corporativista, como de fato aconteceu, e comemorou: “Agora eles [os jornalistas] vêm pro nosso lado!”. Como se a maioria já não tivesse ido…
Texto publicado às 20h12 desta sexta
15/06/2013
às 7:15Descoberta a origem de mais um grupo que ajuda a tocar o terror em São Paulo. Vejam! Ou: Eles trocaram Marx por uma mistura de Lafargue com Bakunin!
Ai,
ai… As coisas vão ficando cada vez mais divertidas. Nos distúrbios de
rua, especialmente em São Paulo, a gente nota a presença ostensiva de
bandeiras amarelas. Vejam.
Há ali a
assinatura de um “movimento”, que tem página na Internet: chama-se
“Juntos”. O endereço é juntos.org.br. Mais uma vez, fui fazer a
divertida brincadeira de saber quem e o dono do registro. Tchan, tcha,
tcham!
Sim,
trata-se de Luciana Genro, militante do PSOL, filha do governador do
Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). Ela anda um tanto afastada da
política por razões de saúde, mas o vereador Pedro Ruas, de Porto
Alegre, dá toda força à turma e a substitui com sobras. O “Juntos” é uma
espécie de movimento social do PSOL. No “Quem somos”, eles se revelam
(em vermelho):
“Juntos! é
um movimento nacional de juventude. Surgiu no início de 2011 em São
Paulo e vem conquistando a simpatia de jovens de todo o Brasil. Surgimos
em um novo momento no mundo. O mar da história está agitado, já diria
Maiakovski. Representamos uma nova geração de lutadores dispostos a
construir um mundo radicalmente novo. Juntos! é a juventude em movimento
pela educação de qualidade, em defesa do meio ambiente, contra o
preconceito e por uma sociedade com igualdade e liberdade para todos.
Juntos!
construímos o nosso I Encontro Nacional que deu o ponta-pé inicial pra
nossa empreitada de organizar as lutas onde quer que estejam.
Juntos! é a
juventude dos indignados: dos tunisianos, egípcios, espanhóis,
chilenos. Somos aqueles que estão sem emprego, sem educação, sem
cultura, sem casa, mas também sem medo de lutar! Somos aqueles que estão
em defesa da Amazônia nos atos contra a construção de Belo Monte e
contra o novo código (anti-)florestal! Somos aqueles que estão nas lutas
contra toda forma de preconceito, seja de genêro, etnia, idade, credo.
Somos aqueles que estavam nas Marchas da Liberdade, das Vadias, no
#ForaRicardoTeixeira, contra a corrupção, nas paradas LGBT. Somos
aqueles que #TomamosAsRuas e lutamos por uma #DemocraciaRealJá!
Voltei
Como se vê, para que alguém pertença ao “Juntos”, basta que tenha uma causa, qualquer uma, e que se indigne com alguma coisa. Boa parte dos “revolucionários” modernos, estes que promovem a baderna em várias cidades brasileiras, com destaque para São Paulo e Rio, não têm mais, a exemplo de seus congêneres do passado, Karl Marx como referência. O marxismo, já afirmei aqui algumas vezes, é difícil. A leitura da teoria propriamente dita é chata. É diferente do Marx divertido de “O 18 Brumário” ou de “A Ideologia Alemã” — ainda assim, também esses livros são ignorados.
Como se vê, para que alguém pertença ao “Juntos”, basta que tenha uma causa, qualquer uma, e que se indigne com alguma coisa. Boa parte dos “revolucionários” modernos, estes que promovem a baderna em várias cidades brasileiras, com destaque para São Paulo e Rio, não têm mais, a exemplo de seus congêneres do passado, Karl Marx como referência. O marxismo, já afirmei aqui algumas vezes, é difícil. A leitura da teoria propriamente dita é chata. É diferente do Marx divertido de “O 18 Brumário” ou de “A Ideologia Alemã” — ainda assim, também esses livros são ignorados.
A “moçada”
que está nas ruas tem pressa demais para se ater a textos de
referência. Bastam-lhes as opiniões dos amigos no Facebook e algumas
irresponsabilidades daquele professor “bacana” de história que os incita
ao ativismo. Teoria pra quê? Mesmo os vermelhos que tentam organizar a
turma (PSOL, PCO e congêneres), lembrou um amigo ao telefone nesta
sexta, estão menos para Marx do que para uma mistura, assim, de Paul
Lafargue, que escreveu um panfletozinho chamado “O Direito à Preguiça”,
com Bakunin, o anarquista. Ao mesmo tempo em que parecem rejeitar o
estado, exigem que ele se comporte como o grande provedor. Tempos de
obstipação ideológica!
Tenho
combatido, desde o primeiro dia, como evidenciam os textos que estão em
arquivo, certo esforço que anda por aí de emprestar aos violentos
distúrbios de rua — promovidos principalmente por jovens de classe média
alta (as roupas o denunciam) — um alcance mais profundo, como se fossem
eventos da superfície a denunciar um movimento de placas tectônicas da
sociedade brasileira. Será mesmo?
São Paulo
tem 11,5 milhões de habitantes; o Rio, 5,5 milhões. O movimento contra o
reajuste da passagem de ônibus deve ter reunido pouco mais de 5 mil
pessoas na primeira cidade — 0,05% da população — e de 2 mil na segunda:
0,04%. É mais do que o suficiente para provocar o caos. Aliás, a
depender da leniência da polícia ou da violência dos que protestam, dá
para provocar um desastre na cidade com muito menos gente do que isso.
Basta que dois ou três malucos resolvam se deitar no meio da avenida,
sem que ninguém os tire de lá, e pronto!
Mas por
que o transporte virou uma espécie de fetiche? Por que essa luta “pegou”
— ainda que nesse universo restrito de uns poucos milhares numa cidade
de muitos milhões — e conta, segundo pesquisas, com o apoio de boa parte
da população. Porque, se formos pensar, de todos os serviços públicos, é
aquele cujo pagamento é mais visível. É diário — ainda que não forma de
cartão. E também é o que rende menos satisfação. A educação pública até
o ensino médio é uma lástima, mas é gratuita. A saúde, idem, idem. Boa
ou má, não se paga de modo perceptível por segurança pública. Há outros
serviços oferecidos por concessionárias que causam satisfação imediata: é
o caso da energia elétrica ou da telefonia. Mesmo havendo reclamações
às pencas, o fato é que o serviço está disponível na esmagadora maioria
das vezes.
Com o
transporte público, a coisa é diferente. O serviço nas grandes cidades é
mesmo precário, ainda que tenha melhorado muito (falo de São Paulo, que
conheço) nos últimos 20 anos. Tanto é um ponto nevrálgico que Fernando
Haddad transformou a questão numa bandeira de campanha. E foi
eleitoralmente bem-sucedido. Que o seu “bilhete mensal” fosse só uma
tramoia de marketing, isso era evidente. Bastava refletir um pouco. Mas a
tese seduziu muita gente, especialmente jornalistas. Assim, é fácil
entender que um movimento que se oponha à elevação do preço da passagem —
e que prega, na verdade, tarifa zero — conte com a simpatia de muita
gente.
Nada de bom
Não há nada de bom, reitero o que escrevi na manhã de ontem, nesse movimento. Ao contrário. Assistimos ao casamento do estado-babá com o estado prevaricador. Os “lafarguistas” brasileiros estão tentando transformar num valor, numa cláusula pétrea do caráter nacional, o “direito à preguiça”, ao “almoço grátis”. Querem que o estado forneça de camisinha a aborto, tudo graciosamente — tratar-se-ia, asseguram, de “direitos”. E tem sido esse o mais permanente sinal das ditas políticas de inclusão social, que tendem a criar, dada a forma como se exercem, clientelas políticas. E qual a causa da violência? Ora, a experiência indica que os “oprimidos” — ou aqueles que falam em seu nome — têm assegurado o direito à transgressão. Não tem sido assim com o MST e com os índios, por exemplo?
Não há nada de bom, reitero o que escrevi na manhã de ontem, nesse movimento. Ao contrário. Assistimos ao casamento do estado-babá com o estado prevaricador. Os “lafarguistas” brasileiros estão tentando transformar num valor, numa cláusula pétrea do caráter nacional, o “direito à preguiça”, ao “almoço grátis”. Querem que o estado forneça de camisinha a aborto, tudo graciosamente — tratar-se-ia, asseguram, de “direitos”. E tem sido esse o mais permanente sinal das ditas políticas de inclusão social, que tendem a criar, dada a forma como se exercem, clientelas políticas. E qual a causa da violência? Ora, a experiência indica que os “oprimidos” — ou aqueles que falam em seu nome — têm assegurado o direito à transgressão. Não tem sido assim com o MST e com os índios, por exemplo?
Mas vai mudar
A partir de segunda, no entanto, a pauta deve sofrer uma torção. O PT decidiu aderir às manifestações de rua, mudando a sua agenda, que é ruim para Fernando Haddad. Em vez de protesto contra a elevação da tarifa, os alvos serão a Polícia Militar e o governo de São Paulo.
A partir de segunda, no entanto, a pauta deve sofrer uma torção. O PT decidiu aderir às manifestações de rua, mudando a sua agenda, que é ruim para Fernando Haddad. Em vez de protesto contra a elevação da tarifa, os alvos serão a Polícia Militar e o governo de São Paulo.
Ontem, a
vastíssima rede do PT na Internet, incluindo os blogs e sites sujos
financiados pelo governo federal, por gestões petistas e por estatais,
entraram firme no apoio ao protesto de segunda. O PT tem experiência
nisso. Sua ala sindical deve ir à rua, inclusive para tentar impedir que
a coisa degenere para a violência.
Ingênuo ou
espontâneo, esse movimento nunca foi, como este post prova mais uma
vez. Ele só se dava um tanto à margem do petismo. Mas, agora, o partido
decidiu deglutir o processo.
Texto publicado originalmente às 6h32
15/06/2013
às 7:00Este é um dos seres angelicais, segundo setores da imprensa brasileira
Vejam esta imagem capturada de uma reportagem do Jornal Nacional.
Depois que
Aiatoelio Gaspari decidiu que quem começou o tumulto foi um grupo da
tropa de choque da PM, amplos setores da imprensa passaram a repetir
isso bovinamente. No surrealismo nosso de cada dia, somos obrigados a
ler e a ouvir coisas como esta: “Quando os manifestantes tentaram furar
um bloqueio, os policiais começaram a jogar bombas…”. NOTA: um dos
comandantes da operação havia feito um acordo com um dos líderes da
manifestação para que o limite fosse respeitado. Logo, a PM reagiu. Quem
tenta furar um bloqueio da tropa de choque espera exatamente o quê?
Flores?
Mas isso é
o de menos. Os manifestantes estão sendo pintados como seres
angelicais, que só queriam se manifestar em paz nesta quinta. Aí veio a
PM e estragou tudo.
Então
voltemos à foto lá do alto. Os britânicos de Gaspari, vejam vocês, vão
aos protestos levando rojões para jogar contra os policiais. No protesto
anterior, haviam levado coquetéis molotov.
Não
obstante, a se dar crédito a uma cobertura asquerosamente
editorializada, que demoniza a PM, ficamos com a impressão de que
manifestantes que escolhem métodos verdadeiramente terroristas de
protesto são apenas militantes do bem. Certo jornalismo continua na rua,
militando…
14/06/2013
às 23:25Mais um revés – STF agora quebra o sigilo de empresa contratada por Lindbergh
Na VEJA.com:
O senador petista Lindbergh Farias sofreu mais um revés na Justiça. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, na quinta-feira, a quebra de sigilos fiscal e bancário de uma série de servidores, empresários e pessoas ligadas aos contratos firmados entre o município de Nova Iguaçu e a empresa Rumo Novo Engenharia Ltda., no período em que Lindbergh foi prefeito daquela cidade. Mendes decidiu em favor de um pedido do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, que leva adiante um inquérito instaurado no Ministério Público do Estado do Rio para apurar irregularidades em licitações e execuções de obras em Nova Iguaçu.
O senador petista Lindbergh Farias sofreu mais um revés na Justiça. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, na quinta-feira, a quebra de sigilos fiscal e bancário de uma série de servidores, empresários e pessoas ligadas aos contratos firmados entre o município de Nova Iguaçu e a empresa Rumo Novo Engenharia Ltda., no período em que Lindbergh foi prefeito daquela cidade. Mendes decidiu em favor de um pedido do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, que leva adiante um inquérito instaurado no Ministério Público do Estado do Rio para apurar irregularidades em licitações e execuções de obras em Nova Iguaçu.
Em seu
despacho, Gilmar Mendes determina que a Receita Federal encaminhe,
dentro de 10 dias, as declarações de imposto de renda dos últimos cinco
anos da Rumo Novo e de seus sócios, Vitor Luiz Vicente Távora e Cleonice
Paulina das Neves. A empresa e seus responsáveis também terão seus
cadastros bancários e movimentações financeira devassados. Integrantes
da empresa e funcionários do município envolvidos na contratação serão
interrogados pela Justiça.
Segundo
Celso Vilardi, advogado de Lindbergh Farias, o senador está aguardando a
decisão da Justiça com serenidade porque os contratos foram aprovados
pelo Tribunal de Contas. Lindbergh, diz Vilardi, já havia autorizado a
quebra do sigilo bancário e fiscal quando o processo estava na primeira
instância.
Na última
quarta-feira, em outra decisão do STF, o ministro Dias Toffoli
determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e de operações em bolsa
do próprio senador, referentes ao período de 2005 a 2010. A decisão é
referente a outro inquérito, que apura suspeita de fraude de 350 milhões
de reais no Fundo de Previdência dos servidores de Nova Iguaçu. “A
análise detalhada do Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito e
dos documentos que o instrui indica uma verdadeira ‘parceria’ entre o
então prefeito Lindbergh, que atuava no relacionamento da Prefeitura com
o Fundo de Previdência Previni e os dirigentes desse Fundo, pessoas da
confiança do prefeito, que os indicava e reconduzia ao posto”, sustentou
o procurador.
A semana
não foi das melhores para Lindbergh. Além das decisões judiciais
desfavoráveis, nesta sexta-feira a presidente Dilma Rousseff manifestou,
mais uma vez, proximidade com o vice-governador do estado do Rio, Luiz
Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB ao governo do estado. Lindbergh,
que também anunciou intenção de se candidatar, sequer compareceu a um
evento de lançamento da segunda fase do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC2), na favela da Rocinha. Em um evento com presença da
presidente, do governador Sérgio Cabral e de Pezão, Dilma fez elogios à
administração peemedebista e chamou o vice-governador de “pai do PAC”.
Tags: Eleições 2014, Lindberg Farias
14/06/2013
às 23:00Produtores rurais de 9 estados protestam contra a indústria das invasões indígenas! É raro haver protesto de quem trabalha, produz e arrecada impostos, né? No Brasil, os vagabundos é que lideram a cultura da reclamação
Produtores
rurais organizaram protesto em nove estados nesta sexta contra a
indústria das invasões indígenas: Roraima, Pará, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul.
Reproduzo,
abaixo, texto publicado no site da CNA (Confederação Nacional da
Agricultura e Pecuária do Brasil). Tentei, juro, ter como referência as
reportagens dos veículos de comunicações que decidiram cobrir os
eventos. Impossível! Os textos estão recheados de preconceito contra
quem trabalha.
E não
custa notar: protesto de quem produz e recolhe impostos é raro no país,
não é? Nos últimos tempos, quanto mais vagabundo, improdutivo e
subsidiado é o sujeito, mais cheio de razão ele se mostra, não é mesmo?
Os inúteis se tornaram os donos da cultura da reclamação no Brasil.
Segue texto da CNA.
*
“Vamos reconstruir cada caibro, cada tijolo, cada pedaço de chão das propriedades destruídas em Mato Grosso do Sul. Reconstruiremos por que aquela área é nossa e produz riquezas”. A fala do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Sistema FAMASUL), Eduardo Riedel, deu o tom dos discursos durante a movimentação “Onde tem Justiça, tem espaço para todos”, realizada em Nova Alvorada do Sul (MS) e, simultaneamente, em outros sete estados brasileiros, nessa sexta-feira (14). Organizada pela FAMASUL e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a manifestação pediu segurança jurídica ao produtor rural e paz no campo.
*
“Vamos reconstruir cada caibro, cada tijolo, cada pedaço de chão das propriedades destruídas em Mato Grosso do Sul. Reconstruiremos por que aquela área é nossa e produz riquezas”. A fala do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Sistema FAMASUL), Eduardo Riedel, deu o tom dos discursos durante a movimentação “Onde tem Justiça, tem espaço para todos”, realizada em Nova Alvorada do Sul (MS) e, simultaneamente, em outros sete estados brasileiros, nessa sexta-feira (14). Organizada pela FAMASUL e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a manifestação pediu segurança jurídica ao produtor rural e paz no campo.
Mais de
cinco mil produtores rurais se reuniram na movimentação
sul-mato-grossense. A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu,
participou da manifestação e foi aplaudida pelos produtores ao defender a
compra de propriedades para a ampliação de áreas indígenas. “Temos que
dizer compra de fazenda e não indenização. E compra de fazenda de
produtor rural que quiser vender”, defendeu. Kátia Abreu deu ênfase à
violência com que os produtores rurais têm sido retirados de suas casas
durante as invasões. Mato Grosso do Sul tem 66 propriedades invadidas.
“Se os índios foram injustiçados, hoje os injustiçados somos nós”,
afirmou a senadora.
Produtores
e lideranças rurais do Paraná, Maranhão, Rio Grande do Sul e São Paulo
participaram da manifestação em Mato Grosso do Sul. Do Paraná, houve
deslocamento de uma comitiva de 15 ônibus, com 650 produtores. O ato
pacífico tem objetivo de chamar atenção da sociedade e do poder público
sobre a falta de segurança jurídica. Sem interromper o trânsito, os
manifestantes distribuíram aos motoristas, material informativo,
adesivos e envelopes com sementes de hortaliças.
“Estamos
aqui para a sociedade ouvir o pedido de socorro do produtor rural”,
afirmou Riedel. Ao fazer referência às fazendas incendiadas pelos
indígenas, o dirigente justificou que quem produz também tem história na
região. “Vamos valorizar a história e a origem de quem foi prejudicado.
Não é justo expulsar 20 mil produtores como ocorreu no Maranhão. Não
vamos sossegar enquanto houver uma propriedade invadida em MS“, disse.
Deputados
estaduais, federais e senadores discursaram durante a mobilização com
afirmações sobre a busca de solução em reuniões semanais com
representantes do Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e
Ministérios da Casa Civil e da Justiça.
14/06/2013
às 22:42Tarifa zero: descoberto o emplastro que vai livrar o Brasil da melancolia
Ai,
ai… Na madrugada, volto ao tema. Manifestações em defesa dos protestos
no Rio, em São Paulo e em toda parte estão sendo marcadas, por
intermédio do Facebook, em várias cidades do mundo. Devem acontecer
mesmo, não é?, e merecer ampla cobertura da imprensa brasileira. Afinal
de contas, seis pessoas resolveram erguer cartazes analfabetos em Paris e
ganharam o alto de página em alguns jornais. Ademais, sabem como é…
Quando os brasucas estão em terras estranhas, qualquer pretexto vale uma
festa — nem que seja comer feijão preto e tomar caipirinha. Se for,
então, para se posicionar em favor do bem, do belo e do justo, aí é mel
na sopa.
Vejam trecho do que publica a Folha . Volto em seguida.
Em apoio
aos protestos em São Paulo, Rio de Janeiro e em outras cidades,
brasileiros que vivem em diversas cidades do mundo (Europa, América do
Norte e América Latina) prometem realizar manifestações nas próximas
semanas. Em Paris, o ato está marcado para o próximo dia 22 de junho, na
praça Saint Michel, às 17h, de acordo com a organização do evento.
“Cada
manhã que acordamos vemos o Facebook lotado de imagens de violência. Ao
lermos os jornais, vimos que o movimento em São Paulo havia tomado
dimensões que nos fez ter esperança. Achamos que não poderíamos
silenciar, pois também queríamos estar protestando”, diz Fernanda Vilar,
uma das articuladoras do evento. A estudante Virginia Costa, outra
articuladora do evento, diz que não há nenhum grupo específico na
organização. “O que nos move é o sentimento de revolta contra a
violência policial e a justificativa da pauta quanto aos transportes
urbanos”, diz Costa.
Em Berlim,
a manifestação ocorrerá no próximo domingo (16) entre duas estações de
metrô na região central da cidade. De acordo com a organizadora do
protesto, Juliana Rebelo Doraciotto, o ato é uma resposta à atual
situação da democracia no Brasil, onde “mesmo protestos pacíficos são
tidos como um crime”. Em Dublin (Irlanda), está sendo organizado um
protesto também no próximo domingo (16), que deve ocorrer em frente ao
monumento Spire, com início às 13h (hora local, 9h de Brasília).
De acordo
com Acauan Malta, um dos organizadores, o evento não é apenas contra o
aumento da tarifa de ônibus, mas “pelo fim de tantos casos de corrupção
no Brasil”. Segundo ele, o protesto será pacífico. Em Coimbra
(Portugal), haverá um protesto de estudantes brasileiros na próxima
terça-feira (18). Além desse locais, haverá manifestações em Valência,
Madri, Londres, Lisboa, Turim, Den Haag, Porto, Barcelona, Munique, La
Coruña, Bruxelas, Bologna, Frankfurt, Hamburgo, Boston, Chicago, Nova
York, Toronto, Montreal, Vancouver, Edmond, Cidade do México e
Argentina.
(…)
(…)
Voltei
O Brasil passou 513 anos tentando encontrar algo que unisse seu povo acima das divergências. Encontrou. É a passagem de ônibus. Gostei mesmo foi da opinião de Juliana Rebelo Doraciotto: “Mesmo protestos pacíficos são tidos como um crime“.
O Brasil passou 513 anos tentando encontrar algo que unisse seu povo acima das divergências. Encontrou. É a passagem de ônibus. Gostei mesmo foi da opinião de Juliana Rebelo Doraciotto: “Mesmo protestos pacíficos são tidos como um crime“.
Pacíficos?
Tarifa
zero nos transportes! O Bras Cubas de Machado de Assis está com inveja.
Foi descoberto o “emplastro anti-hipocondríaco” destinado “a aliviar a
nossa pobre humanidade da melancolia”.
14/06/2013
às 22:31Fôlego do governo brasileiro está acabando, diz FT
Na VEJA.com:
O fôlego financeiro do governo brasileiro para tentar acelerar a economia está cada vez menor. O alerta foi feito pelo jornal britânico Financial Times em reportagem nesta sexta-feira. Ao citar o novo programa de estímulo à compra de eletrodomésticos anunciado esta semana pela presidente Dilma Rousseff, a reportagem diz que as opções da equipe econômica estão diminuindo diante de contas públicas que mostram deterioração.
O fôlego financeiro do governo brasileiro para tentar acelerar a economia está cada vez menor. O alerta foi feito pelo jornal britânico Financial Times em reportagem nesta sexta-feira. Ao citar o novo programa de estímulo à compra de eletrodomésticos anunciado esta semana pela presidente Dilma Rousseff, a reportagem diz que as opções da equipe econômica estão diminuindo diante de contas públicas que mostram deterioração.
“Anunciado
com alarde pela presidente Dilma Rousseff, o programa ‘Minha Casa
Melhor’ é visto pelos economistas como mais um estímulo fiscal em uma
economia em dificuldades. A preocupação é que a iniciativa ocorre depois
de dois anos e 300 bilhões de reais em programas fiscais que falharam
consistentemente em tentar reavivar o crescimento”, diz a reportagem.
“Isso tem feito alguns economistas se perguntarem quantos programas
desse tipo o Brasil pode pagar antes que se esgotem as opções.” Segundo o
FT, iniciativas do governo “estão comendo o superávit primário, geram
preocupação dos economistas e contribuíram para a Standard & Poor’s
piorar a perspectiva da nota brasileira para negativa”.
A
reportagem cita especialmente o efeito sobre o superávit primário, cuja
meta é equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Ao lembrar que
o governo realizou “manobras contábeis” para melhorar o resultado das
contas públicas, o jornal cita que o superávit primário real do ano
passado foi de 2,4% do PIB e deverá cair para 1,5% do PIB este ano. ”
Com uma eleição presidencial no próximo ano, o governo deve gastar mais,
o que poderia reduzir o esforço fiscal ainda mais, para 0,9% em 2014″,
diz o texto.
14/06/2013
às 22:15Justiça recua e permite que Petrobras volte a importar
Por Talita Fernandes, na VEJA.com:
Em decisão divulgada na noite desta sexta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) recuou da decisão publicada na quinta-feira e decidiu conceder à Petrobras liminar que permite que a estatal retome suas atividades comerciais como importação e exportação de petróleo e derivados. No último dia 7, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, decidiu cancelar o Certificado Negativo de Débitos (CND) da Petrobras. Sem o documento, a companhia ficava proibida de exercer normalmente atividades de comércio exterior e participar de rodadas de licitação da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Em decisão divulgada na noite desta sexta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) recuou da decisão publicada na quinta-feira e decidiu conceder à Petrobras liminar que permite que a estatal retome suas atividades comerciais como importação e exportação de petróleo e derivados. No último dia 7, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, decidiu cancelar o Certificado Negativo de Débitos (CND) da Petrobras. Sem o documento, a companhia ficava proibida de exercer normalmente atividades de comércio exterior e participar de rodadas de licitação da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
A decisão
da PGFN de cancelar o certificado foi justificada por uma dívida de 7,3
bilhões de reais que a estatal mantinha com o Fisco. Tal débito é
decorrente do não recolhimento de Imposto de Renda sobre as remessas de
valores que a estatal fez para o exterior, para pagar afretamentos de
plataformas petrolíferas móveis entre 1999 e 2002. A Petrobras contesta o
pagamento desta dívida afirmando que “acredita estar amparada na
legislação tributária que lhe assegurava a desoneração do Imposto de
Renda à época dos fatos”.
Mais cedo,
a companhia comunicou, por meio de nota, que estava tomando “todas as
medidas para, num breve espaço de tempo, restabelecer a Certidão
Negativa de Débito – CND”. A empresa afirmou ainda que não havia risco
de interrupção operacional e desabastecimento de petróleo e derivados no
país. Apesar de a decisão ter sido tomada no final da última semana, o
assunto veio à tona apenas na quinta-feira, quando o ministro do STJ
Benedito Gonçalves negou um pedido de medida cautelar da Petrobras. Por
meio desse pedido, a estatal tentava suspender a decisão da Justiça
Federal, que concordava com a Procuradoria da Fazenda sobre a
obrigatoriedade do pagamento dos débitos.
A decisão
do ministro do STJ foi justificada pelo fato de o valor trazer enormes
prejuízos à estatal. “A expressão econômica do crédito tributário em
questão, superior a 7 bilhões de reais, é suficiente para demonstrar que
a sua imediata exigibilidade ostenta uma potencialidade danosa às
atividades normais da empresa. Nesta esteira, embora seja a requerente
empresa de notório poder econômico, a quantia em questão é por demais
elevada para pressupor eventual facilidade na pronta apresentação de
garantias suficientes para fazer frente a esse débito tributário sub
judice”, afirmou Gonçalves no parecer.
Em parecer
emitido em abril do ano passado, a respeito da dívida da estatal, a
Procuradoria Regional da República da 2ª Região, órgão vinculado do
Ministério Público Federal, já havia mencionado que o pagamento da
dívida “quebraria a Petrobras e levaria de roldão a Bolsa de Valores de
São Paulo gerando o caos no mercado acionário brasileiro”, comenta a
instituição no documento. À época, a dívida da estatal estava em torno
de 6 bilhões de reais.
Tags: Petrobras
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