Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé condena Teologia da Libertação.
ROMA, 26 Jul. 12 / 03:53 pm (ACI/EWTN Noticias).- O novo Prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé, o Arcebispo alemão Gerhard Müller,
explicou que a teologia marxista da libertação está equivocada, em uma
entrevista concedida ao jornal vaticano L’Osservatore Romano (LOR) e
publicada em sua edição de 25 de julho em italiano.
Devido à sua importância para o contexto atual, apresentamos duas das
perguntas e suas respectivas respostas na íntegra. As perguntas se
referem à teologia da libertação, ao diálogo com os lefebvristas e uma
investigação às religiosas dos Estados Unidos: todos eles temas tratados
pelo dicastério agora chefiado pelo Arcebispo Müller.
LOR: Você tem muitos contatos com a América Latina: como nasce esta relação?
Dom Müller: Estive com freqüência na América Latina, no Peru, mas
também em outros países. Em 1988 fui convidado a participar de um
seminário com Gustavo Gutiérrez. Fui com algumas reservas como teólogo
alemão, também porque conhecia bem as duas declarações da Congregação
para a Doutrina da Fé sobre a teologia da libertação publicadas em 1984 e
1986.
Mas pude constatar que é necessário distinguir entre uma teologia da
libertação equivocada e uma correta. Considero que toda boa teologia
deve estar relacionada à liberdade e à alegria dos filhos de Deus.
Indubitavelmente, entretanto, uma mistura da doutrina de uma
auto-redenção marxista e a salvação doada por Deus, deve ser rechaçada.
Por outro lado devemos perguntar-nos sinceramente: como podemos falar do
amor e da misericórdia de Deus ante o sofrimento de tantas pessoas que
não têm alimento, água ou assistência sanitária, que não sabem como
oferecer um futuro aos próprios filhos, onde realmente falta a dignidade
humana, onde os direitos humanos são ignorados pelos poderosos?
Em última instância isto só é possível com a disposição de estar com as
pessoas, de aceitá-las como irmãos e irmãs, sem paternalismo da outra
parte. Se nos considerarmos a nós mesmos como família de Deus, então
podemos contribuir a fazer que estas situações indignas do homem mudem e
sejam melhoradas.
Na Europa, logo depois da Segunda guerra mundial e as ditaduras,
construímos uma nova sociedade democrática também graças à doutrina
social católica. Como cristãos devemos sublinhar que do cristianismo é
que os valores de justiça, solidariedade e dignidade das pessoas foram
introduzidos nas nossas Constituições.
Eu mesmo venho de Mainz. Ali, ao início do século XIX, houve um grande
Bispo, o barão Wilhelm Emmanuel von Ketteler, que está nos inícios da
doutrina e das encíclicas sociais. Um menino católico de Mainz tem a
paixão social no sangue e por isso me sinto orgulhoso.
Foi certamente com miras a este horizonte do qual vim aos países da
América Latina. Durante 15 anos sempre passava dois ou três meses por
ano, vivendo em condições muito simples. Ao início para um cidadão da
Europa central isto implica um grande esforço. Mas quando se aprende a
conhecer as pessoas de forma pessoal e se vê como vivem, então a
aceitação é possível. Estive também na Africa do Sul com nosso
Domspatzen, o famoso coral que o irmão do Papa dirigiu por 30 anos.
Pude dar conferências em diversos seminários e universidades, não só na
América Latina, mas também na Europa e na América do Norte. E isto foi o
que pude experimentar: sente-se em casa em qualquer lugar, onde há um
altar, Cristo está presente, onde quer que esteja, faz-se parte da
grande família de Deus.
LOR: O que pensa das discussões com os lefebvristas e com as religiosas americanas?
Dom Müller: Para o futuro da Igreja é importante superar os
enfrentamentos ideológicos donde quer que provenham. Existe uma única
revelação de Deus em Jesus Cristo que foi confiada à Igreja inteira. Por
isso não são negociáveis em relação à Palavra de Deus e não se pode
acreditar e ao mesmo tempo não acreditar. Não se podem pronunciar os
três votos religiosos e logo não tomá-los a sério. Não posso fazer
referência à tradição da Igreja e logo aceitar apenas algumas das suas
partes.
O caminho da Igreja segue adiante e todos são convidados a não fechar-se
em um modo de pensar autorreferencial, mas a aceitar a vida plena e a
fé plena da Igreja. Para a Igreja Católica é totalmente evidente que o
homem e a mulher têm igual valor: já o relato da criação o disse e o
confirma a ordem da salvação. O ser humano não tem necessidade de
emancipar-se nem de criar ou inventar-se a si mesmo. Ele já está
emancipado e liberado através da graça de Deus.
Muitas declarações se referem à admissão das mulheres ao sacramento da
Ordem ignorando um aspecto importante do ministério sacerdotal. Ser
sacerdote não significa criar uma posição. Não se pode considerar o
ministério sacerdotal como uma espécie de posição de poder terreno e
pensar que a emancipação se dará só quando todos possam ocupá-la.
A fé católica sabe que não formos nós quem colocamos as condições para a
admissão ao ministério sacerdotal e que atrás do sacerdote estão sempre
a vontade e a chamada de Cristo. Convido a renunciar às polêmicas e à
ideologia e a inundar-se na doutrina da Igreja.
Nos próprios Estados Unidos as religiosas e os religiosos realizaram
coisas extraordinárias para a Igreja, para a educação e a formação dos
jovens. Cristo necessita de jovens que prossigam este caminho e que se
identifiquem com a própria opção fundamental. O Concílio Vaticano II
afirmou coisas maravilhosas para a renovação da vida religiosa, como
também sobre a vocação comum à santidade. Importante reforçar a
confiança recíproca em lugar de brigar os uns contra os outros.
FONTE: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=23941
SM!
Victor Picanço
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"Não errai, irmãos: se qualquer homem seguir àquele que que faz um cisma da Igreja, ele não herdará o Reino de Deus. (...) Tende uma só Eucaristia, pois é una a Carne de Nosso Senhor Jesus Cristo, uno o cálice da unidade de Seu Sangue, uno o altar e uno o Bispo com o presbitério e os diáconos"
Epístola de Sto. Inácio de Antioquia (50-117) aos Filadélfios
"Declaramos, proclamamos e definimos que é absolutamente necessário para a salvação que toda criatura humana seja submissa ao Romano Pontífice."
Bula "Unam Sanctam", Papa Bonifácio VIII, 18.XI.1302
"Reconheço a Santa, Católica e Apostólica Igreja Romana como Mãe e Mestra de todas as Igrejas, e prometo e juro verdadeira obediência ao Romano Pontífice"
Credo de Trento, Papa S. Pio V, 13.XI.1564
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