Dom Tomasi: "Fazer calar as armas na Síria"
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Dom Tomasi: "Fazer calar as armas na Síria"
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2013-05-30 Rádio Vaticana
Genebra (RV) - O Observador Permanente da Santa Sé na ONU em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, fez um apelo nesta quarta-feira na 63ª Sessão do Conselho para os Direitos Humanos pelo cessar-fogo na Síria e em favor da promoção de acordos de paz que dêem novamente esperança a um povo assolado pela violência.
"Vê-se na Síria a violação de todos os direitos humanos. Milhares de vidas foram ceifadas. Um milhão e quinhentas mil pessoas foram obrigadas a fugir para o exterior como refugiadas. Mais de quatro milhões perderam suas casas e civis foram pegos de mira pelos beligerantes no desprezo total do direito humanitário. Esta enorme tragédia nacional pode intensificar os conflitos regionais e globais, transformar as ambições de poder político em confrontos étnicos e religiosos de fundo extremista e destruir todo país", disse o arcebispo.
Segundo o representante da Santa Sé, "o caminho a seguir não é a intensificação militar do conflito armado, mas o diálogo e a reconciliação. Um cessar-fogo imediato irá deter o espargimento de sangue, tragédia que prejudica o futuro da Síria e do Oriente Médio".
O prelado recordou o apelo de paz em favor da Síria lançado pelo Papa Francisco na Missa de Páscoa: "Quanto sangue derramado! Quantos sofrimentos deverão ainda suportar antes que se encontre uma solução política para a crise?"
Segundo Dom Tomasi, "a Santa Sé insiste que somente através de negociações pacíficas é possível chegar a uma solução aceitável da crise e que a participação de representantes de todos os cidadãos pode garantir uma convivência pacífica duradoura e construtiva de todas as comunidades que compõem a sociedade síria".
O arcebispo recordou que "as crianças que se encontram nos campos de refugiados e nas áreas de conflito, traumatizadas e privadas de seus direitos, são as que mais sofrem as conseqüências da violência e pedem a solidariedade da comunidade internacional. Somente deste modo as crianças e suas famílias poderão novamente esperar numa existência normal".
Dom Tomasi lembrou que as crianças sozinhas merecem mais atenção e assistência para evitar que se tornem vítimas do tráfico de pessoas e outras formas de exploração.
"Fazer calar as armas é a prioridade", frisou o representante da Santa Sé, destacando a necessidade de vencer o pessimismo em relação ao êxito positivo das negociações.
"O povo sírio já pagou muito e seu sofrimento indizível não deve ser ignorado. Somos chamados a trabalhar pela paz, a reconciliação e por um novo início das relações humanas baseado nos direitos humanos e no interesse comum da família humana", concluiu o arcebispo. (MJ)
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Reflexão Espiritual
João Paulo II, Homilia, Solenidade de Corpus Domini, Quinta-feira, 22 de Junho de 2000
A instituição da Eucaristia, o sacrifício de Melquisedec e a multiplicação dos pães: é este o sugestivo tríptico que nos é apresentado pela liturgia da Palavra na hodierna solenidade do Corpus Domini.
O Livro do Génesis fala-nos de Melquisedec, "rei de Salém" e "sacerdote do Deus altíssimo", o qual abençoou Abrão e "ofereceu pão e vinho" (Gn 14, 18). A esta passagem faz referência o Salmo 109, que atribui ao Rei-Messias um singular carácter sacerdotal por directa investidura de Deus: "Tu és sacerdote para sempre / segundo a ordem de Melquisedec". Na vigília da sua morte na cruz, Cristo instituiu a Eucaristia. Também Ele ofereceu pão e vinho, que "nas suas mãos santas e veneráveis" (Cânone Romano) se tornaram o seu Corpo e o seu Sangue, oferecidos em sacrifício. Deste modo, Ele cumpria a profecia da antiga aliança, ligada à oferenda sacrifical de Melquisedec. Precisamente por isso recorda a Carta aos Hebreus "Ele... tornou-Se para todos os que Lhe obedecem fonte de salvação eterna, tendo sido proclamado por Deus Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedec" (5, 7-10).
A narração evangélica da multiplicação dos pães ajuda-nos a compreender melhor o dom e o mistério da Eucaristia. Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os aos Apóstolos, para que os distribuíssem ao povo (cf. Lc 9, 16). Todos comeram e ficaram saciados e ainda se encheram dozes cestos de fragmentos que sobraram. Trata-se dum prodígio surpreendente, que constitui como que o início de um longo processo histórico: o constante multiplicar-se na Igreja do Pão da vida nova para os homens de toda a raça e cultura. Este ministério sacramental foi confiado aos Apóstolos e aos seus sucessores. E eles, fiéis à recomendação do divino Mestre, não cessam de partir e de distribuir o Pão eucarístico de geração em geração.
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