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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
28/05/2013 às 7:03
LEIAM ABAIXO
— Vocês têm de ver isto e espalhar país afora para o debate: são 30 segundos que resumem o Brasil. A sociedade tem de fazer isso porque as oposições têm medo de falar com quem paga a conta!;
— Nobel da Paz diz que Bolsa Família é assistencialista e que o assistencialismo deve dar espaço a soluções de longo prazo;
— Ministra do TSE ordena que PSDB tire do ar anúncio com Aécio Neves;
— TV venezuelana confirma fim de programa depois de apresentador falar em conspiração contra Maduro;
— Presidente da CEF pede desculpas por confusão com Bolsa Família! Só isso?;
— “Reiteramos o compromisso que já havíamos estabelecido com ele, de perseverar na busca da verdade, na melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e no fortalecimento das instituições democráticas no Brasil”;
— Bolsa Família – A CEF, a irresponsabilidade do governo, os estado-dependentes e a máquina de caçar votos. Ou: É esta a cara da pobreza quase famélica?;
— Carlinhos Brown continua liberado;
— A caxirola, o instrumento búlgaro de percussão, está oficialmente banido dos estádios nas competições internacionais. Ahhh…;
— Segurança Pública no Rio – Os insucessos de José Mariano Beltrame fazem dele um astro. A gente aprende que saraivada de balas e toque de recolher são a prova de que ele está certo! Parabéns pelo milagre, secretário!;
— Mercado antevê juro mais alto e PIB abaixo de 3% em 2013;
— Padilha gastou R$ 10 milhões em propaganda equivocada sobre o Ministério da Saúde;
— “Você não pode aceitar chantagem, pressão, ameaça. Você tem de continuar fazendo o que tem de fazer, é só isto: uma grande revista”;
— Roberto Civita em vídeo: um pouco da história de VEJA segundo o seu criador;
— Roberto Civita cita Thomas Jefferson: “Se uma nação espera ser ignorante e livre ao mesmo tempo, espera ser algo que nunca existiu e que nunca existirá” Por Reinaldo Azevedo
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28/05/2013 às 5:53
Vocês têm de ver isto e espalhar país afora para o debate: são 30 segundos que resumem o Brasil. A sociedade tem de fazer isso porque as oposições têm medo de falar com quem paga a conta!
Quero que vocês vejam este vídeo, bem curtinho. Esta senhora que fala aí é uma assistida do Bolsa Família lá de Fortaleza. São só 30 segundos. Mas eles resumem o Brasil que aí está e também apontam para um futuro — não muito promissor. Assistam. Volto em seguida.
Voltei
Escrevi ontem à noite um post sobre a irresponsabilidade dupla da Caixa Econômica Federal — que alterou o sistema de pagamento do Bolsa Família sem avisar ninguém e depois negou que o tivesse feito, sendo desmentida por reportagem da Folha — e das autoridades do governo federal, que saíram a acusar ou as oposições, caso de Maria do Rosário (a ministra dos Direitos Humanos, de inumana compreensão), ou um complô conspiracionista, sugerindo que, no fundo, seriam mesmo as oposições: José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça e aspirante a disputar o governo de São Paulo pelo PT, e Dilma Rousseff. A governanta classificou a boataria sobre o Bolsa Família de “desumana e criminosa”. Tudo não passou de uma trapalhada da Caixa Econômica Federal, pela qual se desculpou Jorge Hereda, presidente da instituição. Só desculpas?
Pois é… O que antes era “desumano e criminoso” não merecerá da soberana, pelo visto, nem mesmo um puxão de orelha. Cardozo continua em busca de um bode expiatório. Quem sabe apareça alguém para confessar, não é?, e se descubra, então, que ele é vizinho da tia da cabeleireira que vem a ser prima da cunhada da faxineira do secretário-geral do PSDB de Arapiraca… É ridículo! Mais do que o boato do fim do Bolsa Família, o que se espalhou como rastilho de pólvora foi a informação de que havia uma graninha a mais na CEF, um bônus. As pessoas que lá iam constatavam: havia mesmo! Aí, meus caros, foi o que se viu… Como pergunta Silvio Santos — numa indagação que, suponho, toca universalmente o coração e o intelecto: “Quem quer dinheirooo?”. No post em questão, destaquei também o ar robusto, primaveril mesmo em alguns casos, dos assistidos do Bolsa Família. O valor médio do benefício pago a cada família está aí na casa dos R$ 150. Muita gente recebe menos, mas há quem receba mais: nunca menos de R$ 32, nunca mais de R$ 306 — é o que informa o governo. Muito bem. Agora volto à assistida do vídeo que está lá no alto. A entrevista foi concedida ao Jornal Nacional de sábado. Reproduzo a sua fala, uma das maiores contribuições jamais prestadas à compreensão sociológica destes dias.
“Eu fui na lotérica, como vou de costume, fazer um depósito na poupança do meu esposo. Fui depositar o dinheiro. Como eu já estava lá, eu tinha de ir fazer isso, eu aproveitei, levei o cartão e tirei o meu Bolsa Família. Quando eu tirei, saiu (sic) os dois meses”.
Entendi. Ela foi depositar, como faz habitualmente, um dinheiro na poupança do marido, certo? Já que estava lá, levou o cartão do Bolsa Família e pimba! Saíram os dois meses de uma vez só. Ai, ai, ai… Longe de mim querer cassar o benefício da distintíssima senhora Diane dos Santos — e espero que ninguém pegue no pé dela. Mas me parece que alguém que tem dinheiro para fazer poupança não precisa do… Bolsa Família, certo? Reitero: acusarei aqui perseguição caso queiram lhe cortar o benefício — porque, é fato, como ela, há uma legião, há milhões hoje em dia. O problema não é ela, mas o programa. Eu até confesso uma certa simpatia por Diane, uma brasileira brejeira, com o cabelo arrumado, brincos, pele boa… Ela desmoraliza os delírios dos bem-pensantes sobre o atavismo da fome no Brasil, que faz o coitadismo que embala as ideias de reparação social da esquerda universitária. Ela não! É, reitero, distinta! Ela nem fala “marido” — deve achar meio grosseiro. Prefere, como Daniela Mercury, mas mudando o gênero, a palavra “esposo”.
“Então Reinaldo Azevedo sustenta que não existem mais a fome, a miséria…” Aquela fome africana, que Lula dizia existir em 2002, que ele curaria com dois pratos de comida, não existe mais no Brasil há décadas, embora haja, é evidente, nichos de famélicos em algumas áreas do sertão e até nas periferias extremamente pobres das grandes cidades. Isso persiste. Da mesma sorte, há, sim, pessoas com renda abaixo de R$ 70 em áreas restritas do Brasil profundo. Mas os pobres — eu sei do que falo — somos duros de morrer, fiquem certos, sobretudo de fome. Sempre se arranja um bico pra fazer, um serviço extra, alguma coisa que garanta o sustento dos filhos. No mais das vezes, essa renda per capita entre R$ 70 e R$ 140 é uma fantasia estatística. Ou será que a distinta dona Diane está “depositando na poupança do marido” o dinheiro do Bolsa Família? Ela nem havia sacado ainda o de abril — e já era dia 17! Certamente, o depósito que fora fazer era uma sobra, não?, depois de satisfeitas as necessidades básicas. Sobra de que renda? Não era do Bolsa Família!
Sim, é possível que haja alguns milhões de brasileiros que precisam efetivamente de um Bolsa Família, mas serão mesmo 40 milhões, 45 milhões talvez, divididos em mais de 13 milhões de família? Não é só dona Diane dos Santos que prova que não. Vocês certamente se lembram desta senhora, que, diz, “só ganha R$ 134 há oito anos”, o que, segundo ela, não dá nem comprar uma calça para a filha, “uma jovem de 16 anos”, porque, afinal, uma calça para essa faixa etária custaria R$ 300…
De fato, ela não tem a menor dúvida de que comprar uma calça para a sua filha é, sim, um problema do governo brasileiro, não dela própria, do marido ou de sua família. “Ah, o Bolsa Família vai custar em 2013 apenas R$ 24,9 bilhões. Perto do que o governo gasta com o Bolsa BNDES ou com o Bolsa Juros… Reinaldo não quer dar grana para os pobres.” Nem para os ricos!!! Eu não acho que governos tenham de dar dinheiro para ninguém. No caso dos pobres, tem é de criar programas sociais que os estimulem a buscar uma saída. E a injeção de recursos na conta do vivente só deve ser feita mesmo em último caso. E já está mais do que claro que o Bolsa Família, para muita gente, virou uma doação… O Nobel da Paz Muhammad Yunus está no Brasil (ver post na home). Ele criou o programa de microcrédito em Bangladesh que deu origem a um banco. Ele critica no Bolsa Família justamente seu caráter assistencialista.
O “andar de cima”, como quer Elio Gaspari, com essa categoria sociológica haurida da construção civil, consome bem mais do que os R$ 25 bilhões do Bolsa Família em subsídios, trapaças, aditamento de contratos etc.? Certamente! Não deixa de ser uma forma de “bolsismo”, não é?, e das mais perversas. Os dois extremos — os ricos cuidadosamente selecionados para as prebendas e os pobres que recebem todo mês um dinheirinho — se tornaram pilares de um modo de fazer política. Uns são gratos ao governo de turno com doações eleitorais e outras que não aparecem nos registros do TSE; os outros expressam a sua gratidão com votos.
O Bolsa Família se tornou, assim, uma formidável máquina eleitoreira, e os que mais se entusiasmam com o governo nem são, suponho, os que realmente precisam, mas os que, não precisando, temem uma mudança de guarda e a perda de uma benefício de que, no fundo, sabem ser descabido. Assim, é melhor deixar tudo como está.
Oposição
Compreendo que a oposição venha a público disputar a paternidade dos programas sociais porque, com efeito, o Bolsa Família nada mais é do que a reunião dos programas que existiam no governo FHC numa única rubrica. Já demonstrei faz alguns anos que isso é verdade. Faço-o de novo transcrevendo, em vermelho, trecho da Medida Provisória nº 132, que “criou” o Bolsa Família, no dia 20 de outubro de 2003. Essa MP foi depois convertida na Lei 10.836, de 9 de janeiro de 2004. O conteúdo era o mesmo. Prestem atenção:
(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação – “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.
Retomo
Assim, é claro que os programas foram originalmente criados pelo governo FHC. A questão é saber se dá para disputar essa paternidade hoje. Parece-me que não! E a máquina de propaganda montada com o Bolsa Família tem, sim, um efeito eleitoral evidente, como ficou claro em 2006 e 2010. Menos do que fazer tal disputa, as oposições teriam de ter a coragem de perguntar quem paga a conta. É claro que os petistas partiriam pra cima, acusando-a de querer acabar com o programa. Ocorre que o eleitorado cativo, meus caros, cativo já está. Não será desse mato que vão sair tucanos. Não saem mesmo! Os que se apõem ao petismo, reitero, têm de aprender a falar com quem paga a conta — muito especialmente os trabalhadores.
Que país existe na outra ponta dessa forma de assistencialismo? Não tem outra ponta nenhuma! A outra ponta é esta que está aí. Está bom assim? É o que o modelo permite. As virtudes já se esgotaram. Com Bolsa BNDES e Bolsa Família, a gente vai ficando assim. Teremos um dia uma oposição capaz de politizar o que tem de ser politizado, fugindo do demônio do consenso, que é, numa democracia, o que é a censura na ditadura? Não sei. Se e enquanto não o fizer, pode ir brincar de outra coisa. Chegou a hora de conversar com quem, não tendo o Bolsa Família, não tem também uma sobra para depositar na poupança do “esposo”. Por Reinaldo Azevedo
Tags: Bolsa Família, CEF
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28/05/2013 às 3:59
Nobel da Paz diz que Bolsa Família é assistencialista e que o assistencialismo deve dar espaço a soluções de longo prazo
Por Cecília Araújo, na VEJA.com:
O Nobel da Paz Muhammad Yunus está no Brasil nesta semana para para lançar um fundo de apoio aos negócios sociais, além de uma filial do Yunus Social Business Centre, o primeiro Centro Acadêmico de Negócios Sociais da América Latina. O objetivo da instituição será fomentar o conceito e a prática do “negócio social”. “Ao se enveredar para o mundo dos negócios, a pessoa deve escolher entre acumular dinheiro ou solucionar problemas”, explicou Yunus, em palestra nesta segunda-feira em São Paulo, para um público formado por estudantes, professores, empresários e jornalistas. “Caso opte pela segunda alternativa, é preciso criar metas anuais de alcance para seu projeto como incentivo, da mesma forma como as empresas tradicionais focam no lucro”, completou. O modelo já existe no Japão, Coreia, Itália, Alemanha, Estados Unidos, França e Turquia.
Ao ser questionado por um jornalista, “por que o Brasil?”, Yunus rebateu com outra pergunta: “por que não o Brasil?”. Segundo ele, o país tem se mostrado muito consciente sobre as questões sociais e interessado em achar soluções locais e mundiais. Mas Yunus também critica o modelo assistencialista adotado pelo governo brasileiro ao falar sobre programas como o Bolsa Família. “É importante ajudar as pessoas que precisam, mas é preciso tomar cuidado para que elas não se tornem dependentes dessa ajuda por um tempo longo demais. A Europa criou um problema nesse sentido, com várias gerações de pessoas desempregadas. É necessário pensar em ideias para tirar as pessoas dessa situação de dependência, a começar por um grupo pequeno. Esse é o desafio do negócio social”. Para Yunus, o assistencialismo deve dar espaço para soluções de longo prazo, tornando os cidadãos responsáveis e colaborando para a sua integração à sociedade.
Problemas e soluções – Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2006 e conhecido como “banqueiro dos pobres”, Yunus é o fundador do Grameen Bank, em Bangladesh – o primeiro banco do mundo especializado em conceder microcrédito a pessoas de baixa renda. Sua história tem servido de inspiração para governos e pessoas de várias partes do mundo. “A diferença do negócio social para as contribuições de caridade é que estas não são parte de um processo de conscientização: elas fazem um ótimo trabalho, mas o dinheiro investido para ali. Para ajudar mais pessoas, é preciso começar do zero e fazer uma nova arrecadação. Já o negócio social permite que o mesmo dinheiro seja investido várias vezes”, explica. “Para todo problema que vejo, penso em um negócio que busque uma solução para ele. Se a encontro, crio novas instituições para alcançar outras pessoas que enfrentam o mesmo problema”.
Para diminuir o desemprego, por exemplo, é possível incentivar a formação de profissionais que estão em falta no mercado. “É preciso combinar demanda e oferta”, diz. Já o microcrédito é a maior prova de que a solução de um problema local pode ser usada em vários países do mundo, sejam eles desenvolvidos ou não, por mais diferentes que sejam suas realidades. “Às vezes os problemas parecem tão gigantes, que individualmente nos sentimos minúsculos. Meu conselho é: não se sintam ameaçados pela amplitude dos problemas em questão. Tente pensar em como ele reflete em cada indivíduo. Se você conseguir solucionar o problema para uma única pessoa, você amplia a solução para centenas, milhares, milhões: ele pode ser aplicado em qualquer lugar do mundo. A fome, o analfabetismo e o desemprego não são problemas de uma só cidade, mas de todo o país, de toda a região, de todo o planeta”, pontua.
Trajetória
Yunus estudou economia nos EUA e voltou a Bangladesh depois que o país se tornou independente do Paquistão (1971). Diante de uma situação desesperadora, em que a fome era protagonista, criou uma solução inusitada: emprestar pequenas quantias de dinheiro aos pobres, que jamais conseguiriam ajuda dos bancos convencionais. Em 1976, quando ainda era professor universitário, fez a primeira experiência desse tipo ao oferecer 27 dólares a um grupo de 42 artesãos em dificuldades, grande parte deles mulheres. A soma foi suficiente para que comprassem matéria-prima, vendessem sua produção de tamboretes de bambu e garantissem a continuidade do negócio. Animado com as possibilidades que a iniciativa apresentava, o intelectual virou banqueiro no ano seguinte. Fundou o banco Grameen, que significa “banco da aldeia” em bengali, e passou a fomentar a atividade econômica entre os pobres.
Em 2011, porém, Yunus foi demitido da direção do banco que fundou. Naquele ano, o banco já tinha cerca de 955 milhões de dólares em empréstimos a 8,3 milhões de tomadores de crédito. Segundo o governo, o Nobel da Paz deveria ter se aposentado das funções no banco aos 60 anos. O ministro bengali das finanças, A.M. Muhit, chegou a sugerir que Yunus era muito velho para dirigir o banco. Deixando de lado as questões legais, alguns bengalis não descartaram a possibilidade de o economista ser vítima de uma campanha política movida pela primeira-ministra, Sheikh Hasina Wajed. À época, Hasina declarou publicamente que os fornecedores de microcrédito estão “sugando o sangue dos pobres”. Os desentendimentos entre os dois começaram em 2007, quando Yunus sugeriu que criaria seu próprio partido político para limpar seu país da corrupção na administração pública. Por Reinaldo Azevedo
Tags: Bolsa Família
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14 COMENTÁRIOS
28/05/2013 às 3:55
Ministra do TSE ordena que PSDB tire do ar anúncio com Aécio Neves
Na Folha:
A ministra do Tribunal Superior Eleitoral Laurita Vaz suspendeu uma peça publicitária do PSDB que destacava o senador Aécio Neves (MG), presidente da sigla e pré-candidato ao Planalto. A propaganda foi ao ar na terça-feira passada e deveria ser reexibida hoje e no dia 1º de junho. Na peça, o ex-governador de Minas se apresenta ao eleitor e cita o desempenho de seu Estado na educação como cartão de visitas. “Quando fui governador, Minas se tornou referência em educação. [...] O presidente do PSDB quer conversar com você, porque juntos podemos cuidar melhor do Brasil.”
O PT fez o pedido de suspensão acusando o PSDB de fazer propaganda eleitoral antecipada. Segundo os petistas, a peça pode servir para “alavancar a popularidade eleitoral” do senador. No pedido, o PT queria a suspensão total da propaganda, a cassação das inserções nacionais da sigla por 25 minutos no segundo semestre e multa ao partido e a Aécio. Na decisão, de 24 de maio, a ministra acatou parcialmente o pedido, autorizando o PSDB a substituir a propaganda. Em nota, a sigla destacou que a ministra não aceitou todos os pedidos do PT. “A ministra considerou não ter ocorrido antecipação do horário eleitoral e assegurou a veiculação de três das quatro inserções partidárias. (…) Uma única inserção foi suspensa em razão de conter uma frase não compatível com os termos estabelecidos.”
(…) Por Reinaldo Azevedo
Tags: PSDB, TSE
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11 COMENTÁRIOS
28/05/2013 às 2:37
TV venezuelana confirma fim de programa depois de apresentador falar em conspiração contra Maduro
Na VEJA.com:
Uma semana depois da oposição venezuelana ter divulgado a gravação de uma conversa em que o apresentador de TV chavista Mario Silva afirma que o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, comanda um esquema de corrupção e uma conspiração contra o presidente Nicolás Maduro, seu programa La Hojilla (A Lâmina) saiu oficialmente do ar nesta segunda-feira, confirmou o canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), onde Silva trabalhava. O apresentador já havia comunicado seu afastamento na semana passada alegando “problemas de saúde”.
O fim do programa, que era transmitido nas noites de segunda a quarta, foi informado pela VTV na conta da emissora no Twitter. “Nosso reconhecimento ao apresentador Mario Silva pelo papel desempenhado em La Hojilla, que completou um valioso ciclo na defesa da revolução”, disse a VTV em uma mensagem. Ainda na rede social, a televisão chavista indicou que o espaço do programa será ocupado por “comunicadores comprometidos com a verdade, a revolução e o socialismo”.
A conversa divulgada pela oposição venezuelana teria acontecido poucos dias depois das contestadas eleições presidenciais de 14 de abril, vencidas por Maduro. Na gravação, o apresentador Mario Silva fala com Aramis Palacio, identificado como um alto chefe do G-2, organismo de inteligência cubano – os dois analisam a conjuntura política nacional, especialmente o interior do chavismo. Em quase uma hora de diálogo, Silva menciona desde uma conspiração militar contra o presidente da Venezuela até um esquema de corrupção dirigido pelo presidente da Assembleia Nacional, o governista Diosdado Cabello.
Montagem
Na segunda-feira passada, Silva apresentou sua versão do episódio. Ele assegurou que a gravação é uma montagem do Mossad israelense, o que foi respaldado por Cabello. Segundo o presidente do Parlamento venezuelano, a conversa faz parte “da festa” da oposição. Nicolás Maduro também considerou que a denuncia se trata de uma fracassada tentativa de dividir os líderes governistas.
A tentativa chavista de abafar o caso, no entanto, não surtiu o efeito esperado e após um pedido da oposição, o procurador-geral da Venezuela, Luisa Ortega, ordenou na última quinta-feira uma averiguação do conteúdo da conversa. A oposição assegurou que a gravação evidencia não só a corrupção e as divisões no governo, mas também a ingerência cubana na Venezuela. Por Reinaldo Azevedo
Tags: Venezuela
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2 COMENTÁRIOS
27/05/2013 às 21:07
Presidente da CEF pede desculpas por confusão com Bolsa Família! Só isso?
É o fim da picada! O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, veio a público nesta segunda para pedir desculpas. Admitiu que a CEF errou no caso da liberação antecipada de recursos do Bolsa Família, o que está na raiz de uma monumental confusão. Só um pedido de desculpas seria até aceitável se a Caixa não tivesse fornecido à imprensa uma informação falsa sobre a data da liberação de recursos. Não fosse o jornalismo provar por A + B que as coisas não se deram como sustentava a direção do banco, as hipóteses conspiratórias as mais ridículas estariam ainda em curso.
A presidente Dilma e José Eduardo Cardozo chegaram a falar em crime. Maria do Rosário acusou a oposição. Pois é… Exceção feita a Dilma, deveriam todos pedir demissão, não é? Leiam o que informa a Folha.
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O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, admitiu nesta segunda-feira (27) que o banco repassou informação equivocada sobre a liberação de todos os pagamentos do Bolsa Família na véspera dos boatos que levaram milhares de famílias a buscarem agências para sacar os benefícios. Na ocasião, todos os benefícios, em um total de R$ 2 bilhões, foram liberados de uma só vez nas contas das 13,8 milhões famílias atendidas. Os pagamentos são habitualmente feitos com base em um calendário previamente estipulado, que prevê o pagamento em um dia determinado por mês de forma escalonada.
Os boatos, entre eles sobre o fim do programa, levou milhares de pessoas a caixas eletrônicos no fim de semana dos dias 18 e 19 de maio, causando confusões e filas em 13 Estados. Segundo afirmou nesta segunda (27), o presidente da instituição soube que as liberações foram anteriores aos boatos apenas na segunda-feira (20), depois da corrida às agências para sacar o benefício. “Tive a informação na segunda-feira e mandei fazer um levantamento exaustivo do que ocorreu. Qualquer presidente de empresa faria o mesmo.”
Para a oposição, essa liberação é a provável causa dos tumultos. O PSDB, inclusive, pediu nesta segunda-feira ao Ministério Público que investigue a mudança na liberação de recursos do programa. Na mesma segunda-feira em que Hereda afirma ter ficado sabendo da antecipação, o vice-presidente de Governo da Caixa, José Urbano, foi a público reafirmar o dado errado e inicial — que a liberação ocorrera no sábado (18), para aplacar os boatos e evitar um caos maio
Essa informação inicial só foi desmentida pelo banco na última sexta-feira (24), após a Folha revelar que uma dona de casa de Fortaleza tinha recebido o dinheiro antecipado na sexta, e não no sábado.
(…) Por Reinaldo Azevedo
Tags: Bolsa Família, CEF
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92 COMENTÁRIOS
27/05/2013 às 20:09
“Reiteramos o compromisso que já havíamos estabelecido com ele, de perseverar na busca da verdade, na melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e no fortalecimento das instituições democráticas no Brasil”
Roberto Civita, diretor editorial e presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, foi velado nesta segunda-feira no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, São Paulo.
Em cerimônia privada, Giancarlo Civita, filho mais velho do editor, homenageou o pai: “Nosso pai era um entusiasta do Brasil. Ele acreditava no Brasil. Durante toda a sua vida ele mostrou em atos e palavras que uma nação de verdade, viável e justa, não nasce ao acaso. Ela precisa ser construída. Ele tinha certeza de que as ferramentas para isso são a educação e a liberdade de expressão. A esses dois fundamentos, que ele via como inseparáveis, nosso pai dedicou sua vida. Como seus filhos, reiteramos o compromisso que já havíamos estabelecido com ele, de perseverar na busca da verdade, na melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e no fortalecimento das instituições democráticas no Brasil”.
Duas mil pessoas compareceram ao velório, entre políticos, empresários, amigos e familiares. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram alguns dos presentes. “Era um homem de coragem e de vanguarda. Tinha amor pelo Brasil, obsessão pela verdade e crença inabalável na liberdade de imprensa”, afirmou o governador. “Era uma pessoa muito centrada na ideia de que a educação faria a diferença no desenvolvimento nacional”, disse o prefeito. ”Roberto Civita foi a mais sofisticada combinação de empresário e editor que eu conheci”, afirmou o presidente do Grupo Folha, Luis Frias.
Roberto Civita morreu aos 76 anos, às 21h41 deste domingo, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, devido à falência de múltiplos órgãos, depois de três meses internado para a correção de um aneurisma abdominal. Ele deixa a mulher Maria Antonia, os filhos do primeiro casamento Giancarlo, Roberta e Victor, além de seis netos e enteados.
Memória
“Gosto de ser editor e o que eu sei fazer é revista”, dizia Roberto Civita. Mesmo depois de 1990, quando a morte de Victor Civita o levou a assumir o comando da Abril e a chefiar o processo de diversificação do grupo fundado pelo pai, ele nunca se afastou da atividade que o seduziu definitivamente na década de 60, quando começou a pôr em prática os conhecimentos assimilados anos antes, na sua segunda temporada nos Estados Unidos. Nascido em Milão, Roberto Civita morou em Nova York de 1939 a 1949, quando veio para São Paulo. O bom desempenho no Colégio Graded garantiu-lhe uma bolsa de estudos nos EUA, onde percorreu, ao longo da década de 50, caminhos que o levariam à descoberta da vocação profissional e à volta definitiva ao Brasil.
Depois de interromper o curso de Física Nuclear na Universidade Rice, no Texas, para diplomar-se em jornalismo e economia na Universidade da Pensilvânia, Roberto Civita conseguiu um estágio na editora Time Inc, que controlava as revistas Time, Life e Sports Illustrated. Durante um ano e meio, familiarizou-se com todos os setores da empresa, da redação à contabilidade. Em 1958, quando Victor Civita perguntou ao filho que acabara de voltar o que pretendia fazer, ouviu a resposta que apressaria a entrada da Abril no universo jornalístico: “Quero fazer uma revista de informação semanal, como a Time, uma revista de negócios como a Fortune e uma revista como a Playboy”, respondeu.
Pioneirismo
O pai prometeu preparar a empresa para o passo audacioso, consumado em 11 de setembro de 1968, quando chegou às bancas a primeira edição de VEJA. Roberto Civita participou intensamente das experiências pioneiras que resultaram no lançamento de Realidade, Exame, Quatro Rodas e Playboy. Mas nada o deixava mais emocionado que recordar a trajetória descrita pela primeira revista semanal de informação do Brasil. Foi ele quem a criou. E foi ele o primeiro e único editor de VEJA, hoje a maior publicação do gênero fora dos Estados Unidos.
“Ninguém é mais importante que o leitor, e ele merece saber o que está acontecendo”, lembrava aos recém-chegados. “VEJA existe para contar a verdade. A fórmula é muito simples. Difícil é aplicá-la o tempo todo.” Sobretudo em ambientes hostis à liberdade de expressão, aprendeu Roberto Civita três meses depois do parto da revista. Em 13 de dezembro de 1968, a decretação do Ato Institucional n° 5 transformou o que era um governo autoritário numa ditadura militar sem disfarces. A capa da edição que noticiou o endurecimento do regime exibiu uma foto do general-presidente Arthur da Costa e Silva sentado, sozinho, no plenário do Congresso que o AI-5 havia fechado. Os chefes militares não gostaram da imagem e ordenaram a apreensão de todos os exemplares. A essa violência seguiu-se a instauração da censura prévia, que só em meados da década seguinte deixaria de tolher os passos de VEJA.
Risonho, cordial, otimista, Roberto Civita sempre acreditou que nenhuma atividade vale a pena se não for praticada com prazer. “Você está se divertindo?”, perguntava insistentemente aos profissionais com quem convivia. Mantinha-se otimista mesmo quando contemplava a face sombria do país. Para ele, o Brasil só conseguiria atacar com eficácia seus muitos problemas se antes aperfeiçoasse o sistema educacional, modernizasse o capitalismo nativo, removesse os entraves à livre iniciativa e consolidasse o estado democrático de direito. “O que VEJA defende, em essência, é o cumprimento da Constituição e das leis”, repetia. Também essa fórmula parece simples. Difícil é colocá-la em prática. Foi o que o editor de VEJA sempre soube fazer. Por Reinaldo Azevedo
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27/05/2013 às 19:37
Bolsa Família – A CEF, a irresponsabilidade do governo, os estado-dependentes e a máquina de caçar votos. Ou: É esta a cara da pobreza quase famélica?
Segundo consta, essa é cara da miséria profunda do Brasil; de famílias que precisam de R$ 32 a R$ 360 para não ficar na inanição…
É ridículo!
É patético!
O governo decidiu empreender uma investigação severa (!!!) para saber quem estava por trás dos tumultos provocados pela boataria envolvendo o pagamento do Bolsa Família. Antes que pudesse encontrar um bode expiatório (ainda está para aparecer um…), a verdade veio à tona: a culpada era a própria Caixa Econômica Federal, que efetua os pagamentos. O banco antecipou a disponibilidade de rendimentos sem prévio aviso, alguém descobriu, a coisa começou a correr de boca em boca, de celular em celular e nas redes sociais — afinal, os pobres e a “pobras” do Brasil já são digitalmente incluídos, certo? —, e aí foi aquilo que se viu.
Tão forte quanto o boato de que o programa poderia acabar era o de que havia um pagamento extra. Ora, como a CEF fizera, de fato, a antecipação, quem foi verificar seu saldo no caixa eletrônico viu que havia mesmo um dinheiro inesperado lá. O pobrezinho, coitado!, sacou do bolso o celular e ligou para o outro pobrezinho. “Ó, tem dinheiro mesmo…” E aí foi aquela correria de gente gorda e feliz — que bom! — buscar a graninha sem a qual, entendo, não é possível sobreviver, né? Foi um espetáculo melancólico, sob vários aspectos.
Em primeiro lugar, destaque-se a irresponsabilidade da Caixa e de figurões do governo. É evidente que a antecipação de um benefício que chega a milhões de pessoas deveria ter sido previamente comunicada aos interessados. Bastava emitir uma nota oficial, e ela chegaria às TV e as rádios. E fim de conversa. O banco deu de ombros, e aconteceu o quiproquó. Maria do Rosário, José Eduardo Cardozo e Dilma Rousseff aproveitaram o episódio para imaginar conspirações. A ministra dos Direitos Humanos, que tem o hábito de pôr as palavras adiante do pensamento, acusou a oposição — como se houvesse alguma maneira de os adversários de Dilma se beneficiarem de um boato que seria de pronto desmentido. Cardozo e Dilma preferiram ver coisas estranhas, sem acusar ninguém. Como a ministra já havia feito o servicinho sujo, as palavras ambíguas do ministro da Justiça e da presidente só deram curso à suspeição infundada e estúpida.
Os bolsistas
Em segundo lugar, mas ainda mais importante porque a questão remete ao futuro, exclamo: “Que bom que não sou tucano!”. Não sendo, dispenso-me de entrar no campeonato de generosidades e posso, então, relatar o que vejo e me conceder o direito ao estranhamento. Vocês deram uma olhadinha nas fotos dos nossos “miseráveis”, que supostamente dependem do Bolsa Família para sobreviver? Uma foto, sei bem, não é estatística, estudo técnico, prancheta contábil, nada disso. E também não chamo, obviamente, a minha percepção de ciência. Estou apenas exercitando o primeiro passo de uma eventual descoberta, que é estranhar o que vejo, fazendo algumas indagações.
Então é essa a cara dos muito pobres? Cada família pode receber do governo, a depender do seu perfil, um mínimo de R$ 32 e um máximo de R$ 306. O Bolsa Família, que reuniu várias bolsas já existentes no governo FHC, foi criado, originalmente, para atender à pobreza extrema.
Quando Lula assumiu o poder, os programas chegavam a 5 milhões de famílias. Hoje, são mais de 13 milhões, atingindo um universo de mais ou menos 40 milhões de… eleitores! Voltem à foto (e procurem outras na rede). Obviamente, esses que correram para a Caixa porque se espalhou a informação de que havia lá um dinheiro inesperado — e não por causa do boato do suposto fim do programa — não constituem a cara da miséria brasileira coisa nenhuma.
É claro que existe pobreza extrema no país e que programas de renda são necessários. Mas será mesmo que deveria atender a tanta gente? A renda oficial, aquela que pode ser controlada pelo Fisco, não costuma ser a renda real das pessoas e das famílias, que encontram caminhos informais para ganhar dinheiro e sobreviver. O que o Bolsa Família faz, isto sim, e vai durar muito tempo, é cevar milhões com o assistencialismo — com evidente desdobramento eleitoral.
Virtuoso ou vicioso?
Aquele espetáculo patético certamente enche os olhos dos populistas: “Ah, finalmente, temos um país mobilizado em defesa de uma causa!”. É nada! Temos uma fatia do país organizada para pegar uns trocos oferecidos pelo Estado. Não! Eu não os chamo de aproveitadores ou coisa do gênero. Nada disso! Se o dinheiro está ali, disponível, dentro da mais estrita legalidade, por que não pegar? A questão é saber que país se está construindo assim e para onde isso nos leva. Não me parece que seja para um bom caminho.
Mas como falar contra? Como apontar que há algo de estupidamente errado nisso? Precisaríamos ter partidos que falassem em nome de outros valores, que dialogassem também com quem efetivamente paga a conta. Mas não há! Ao contrário. A oposição acaba empurrada para a defensiva.
Também não estou dizendo que o Bolsa Família deixa o povo vagabundo. Quem afirmava isso era Lula, em 2003. Dizia que as bolsas deixavam os pobres preguiçosos, e eles paravam de plantar macaxeira!!!
“Olhem o Reinaldo… Critica o Bolsa Família, mas não o Bolsa BNDES!!!” Quem disse que não? E duramente! De novo, os arquivos estão aí. Temos um governo que vai navegando numa fórmula que parece mágica que ensina os pobres do Bolsa Família a ser pobres e os ricos do Bolsa BNDES e a ser ricos — e os dois extremos são, obviamente, muito gratos.
Caminhando para o encerramento
A trapalhada feita pela Caixa, cuja direção mentiu ao informar que não havia operado mudança nenhuma nos pagamentos, serviu para trazer à tona um coquetel de mistificações. E demonstrou também a que ponto pode chegar a fala irresponsável de algumas “otoridades”. Por Reinaldo Azevedo
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27/05/2013 às 18:43
Carlinhos Brown continua liberado
Gente, não procede a informação de que Carlinhos Brown também será proibido, tá? Continua liberado, sem tarja vermelha para os ouvidos mais sensíveis.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Carlinhos Brown, caxirola
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27/05/2013 às 18:00
A caxirola, o instrumento búlgaro de percussão, está oficialmente banido dos estádios nas competições internacionais. Ahhh…
Dilma, Marta Suplicy e Carlinhos Brown: a trinca queria ensinar o povo a ser povo com esse instrumento búlgaro de percussão…
Aquela mistura de granada com soco-inglês, a caxirola, criada por Carlinhos Brown, o brasileiro mais bem-sucedido em dar uma dimensão transcendental e pós-moderna ao atraso brasileiro, está oficialmente banida dos estádios na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. Ah… O resto do planeta fica, assim, impedido de saber que nós, os brasileiros, não tínhamos culpa nenhuma pela existência da caxirola, pela existência de Carlinhos Brown e de folclorizadores do subdesenvolvimento de modo geral… Já escrevi sobre a dita-cuja e a nossa búlgara da percussão. Leiam texto publicado na VEJA.com.
Alívio para os torcedores que estão ansiosos pelos jogos da Copa das Confederações. Quem conseguiu um ingresso para o torneio ouvirá apenas os sons tradicionais de uma partida de futebol, como as reações do público, o apito do juiz e os ruídos dos chutes dos jogadores. A ameaça da caxirola, enfim, foi afastada – por decisão conjunta do governo, da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL), o chocalho de plástico inventado por Carlinhos Brown não poderá ser usado no torneio. A proibição foi anunciada nesta segunda-feira pelo chefe de segurança do COL, Hilário Medeiros. “Não é permitida a entrada de torcedores com qualquer instrumento musical, e a caxirola entra neste quesito”, avisou Medeiros em entrevista coletiva no Rio. “Estamos adotando isso já nos jogos-testes e, na Copa das Confederações, a regra também vai valer.”
No mês passado, durante uma partida entre Bahia e Vitória, torcedores da equipe tricolor protestaram atirando no gramado as caxirolas que tinham sido distribuídas gratuitamente antes do jogo. Os jogadores do Bahia tiveram de retirar os objetos de plástico do campo para que a partida pudesse ter sequência, num episódio que acabou ficando conhecido como “a revolta das caxirolas”. O chocalho de plástico foi vetado no clássico seguinte, depois de uma reunião que contou com a participação de representantes da PM, da prefeitura, da Federação Baiana de Futebol, da Justiça e de torcidas organizadas. O uso das caxirolas como arma despertou a preocupação da Fifa e do COL, que já estudava banir o objeto das partidas do Mundial para evitar qualquer tipo de risco. Por Reinaldo Azevedo
Tags: Carlinhos Brown, caxirola, Copa do Mundo
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27/05/2013 às 17:19
Segurança Pública no Rio – Os insucessos de José Mariano Beltrame fazem dele um astro. A gente aprende que saraivada de balas e toque de recolher são a prova de que ele está certo! Parabéns pelo milagre, secretário!
Leio no Globo que a Polícia do Rio já identificou os bandidos que efetuaram, no domingo, uma série de disparos no Complexo do Alemão, pouco antes do início da quarta edição da corrida “Desafio da Paz”. A polícia já sabe, mas, até havia pouco, ninguém ainda tinha sido preso. Dado o padrão com que se tem fabricado “a paz” no Rio, é grande a chance de que não se prenda ninguém. O estado vai se tornando — ou já se tornou — um caso único no mundo em que se considera uma obrigação moral ou um imperativo ético ignorar a realidade em nome de uma crença, de uma convicção ou, sei lá, do que já se poderia chamar uma construção ideológica. A coisa chega à beira do delírio coletivo. Aquilo que vemos, aquilo que ouvimos, aquilo que constatamos, nada tem importância. Prestar atenção aos fatos se torna, então, coisa de gente de maus bofes, de sabotadores, de quem recusa o “desafio da paz”, dos “críticos de sempre”. Corra, carioca, corra!
Todos estavam lá para correr: autoridades, ONGs, deslumbrados da Zona Sul, batalhões policiais, parte da população local e, claro!, José Mariano Beltrame, secretário de Segurança, cotado para compor a chapa para a sucessão ao governo do estado com o atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Uma situação hipotética
Imaginem aí, senhoras e senhores, a seguinte situação: o secretário de segurança de São Paulo — esta cidade sem vista para o mar — comparece, em companhia de sua tropa de elite, a um evento para, vá lá, que seja, “desafiar” o banditismo com “a paz” e é recebido por uma chuva de balas. Seria submetido a tal ridículo que não teria como se sustentar no cargo. O caso seria tomado como um símbolo de malogro da política pública aplicada na área. Ou não foram os bandidos que acabaram, ao recrudescer as ações criminosas, derrubando José Ferreira Pinto, ex-secretário de Segurança de São Paulo? As ocorrências passaram a ser debitadas pela imprensa na conta de Ferreira Pinto. Não faz tempo, a filha do agora ministro Guilherme Afif Domingos foi vítima de uma tentativa de assalto. Tom do noticiário: a violência no Estado seria de tal sorte que atingiu ATÉ a filha do então vice-governador, como se o cargo do pai pudesse, por alguma razão, tornar imune a filha… A taxa de homicídios em São Paulo corresponde a menos da metade da taxa do Rio.
A leitura peculiar que se faz das ocorrências no Rio, no entanto, leva a imprensa a considerar que os eventos que desafiam a política pública de segurança ou que, numa leitura racional, evidenciariam a sua falência são, na verdade, provas evidentes de sua eficácia. Não estamos mais no terreno da lógica, não estamos mais no terreno da racionalidade, não estamos mais no terreno dos fatos. Só o discurso religioso ou ideológico pode fornecer as explicações.
Beltrame, falou, então, para câmeras, microfones e gravadores mais do que benevolentes:
“Essa ação é oriunda de resquícios de uma facção que reinou durante décadas. Hoje, o Estado, através da Polícia Civil e da Polícia Militar, ocupou a área. É óbvio que essa facção, mesmo enfraquecida, ainda acredita que vai nos afastar daqui. Mas isso legitima que esta área está ocupada pelo Estado e que daqui nós não sairemos. Existe um trabalho de inteligência porque a população merece segurança”.
Eita! Os “resquícios” da ocupação da tal facção haviam, três dias antes, na quinta, fechado o comércio e as escolas no Complexo do Alemão. Quase 12 mil crianças ficaram sem aula. Os “resquícios” da ocupação, sabendo que o poder público e seu aparato bélico estavam presentes na “comunidade”, desafiavam a autoridade com uma saraivada de balas, mas Beltrame, como se o episódio evidenciasse o êxito do seu trabalho, proclama: “a população merece segurança”.
Como as palavras fazem sentido, eu presto atenção ao que diz o secretário, segundo quem “isso (os tiros) legitima que esta área (parte do Complexo do Alemão) está ocupada pelo Estado”. Estamos diante de uma visão essencialmente torta, lamento ter de escrever isto, da segurança pública e da relação da polícia com a população. BANDIDO NÃO LEGITIMA COISA NENHUMA! O Estado que chegou ao Alemão lá deveria ter estado presente desde sempre. Há, nas sublinhas desse texto, a ideia de que tanto bandido como polícia são forças legítimas, que disputam, perdoem-me o clichê, os corações e as mentes das comunidades.
Esse substrato intelectual equivocado tem importância definidora na polícia de segurança do Rio. No fim das contas, existem motivos por que a polícia não caça e não prende bandidos. Do ponto de vista puramente pragmático, convenham, espantá-los é bem mais barato. Bandido preso custa caro, e administrar presídios é das tarefas mais espinhosas e desgastantes que pode ter um governo. No que concerne a certa esfera de valores, há correntes minoritárias, mas muito influentes na imprensa, da opinião pública que ainda veem o banditismo como uma espécie de derivação teratológica da luta de classes. No fundo, seriam rebeldes primitivos que não tiveram a chance de direcionar de maneira adequada, política, a sua justa revolta. Com um pouco mais de teoria, teriam sido petistas, socialistas, esquerdistas, progressistas… Como não tiveram a chance de estudar com os marxistas da Zona Sul, viraram bandidos mesmo… Trata-se, assim, de uma mistura de Rousseau com sociologia do Posto 9: o bandido nasceu bom, a sociedade, nós (isto é, “eles”), é que o corrompeu. O nome disso tudo é má consciência.
Já escrevi na sexta sobre os episódios do Complexo do Alemão, antes ainda de a bandidagem ter recebido Beltrame com uma salva de… balas! Evidencio lá o que tenho escrito aqui há muito tempo: é claro que eu sou favorável à recuperação de territórios que haviam sido MONOPOLIZADOS pelo crime. Felizmente, existem arquivos, memória etc. Já lá se vão quase 20 anos do meu primeiro artigo que sustentava que era preciso retomar o espaço físico que havia sido sequestrado pelos bandidos, que haviam fundado um estado paralelo.
Mas é inaceitável, estupefaciente, que a política de segurança pública do Rio compreenda — e compreende — a não prisão de bandidos, a não ser em casos excepcionais e que rendam “mídia & flashes”. O pior é que esse é um dos seus aspectos mais elogiados pelo onguismo do miolo mole porque isso demonstraria um apego pela paz. Ignora-se, e já há casos, o risco que há em fazer com que o aparato policial conviva “pacificamente” com a bandidagem. Como a disciplina do crime é mais elástica e mais rentável do que a da polícia, a lógica se encarregará do resto.
Caminhando para a conclusão
Mas não há jeito, não! A narrativa criada para explicar aquelas escolhas é muito mais forte do que os fatos. Parte do Palácio do Planalto quer, por exemplo, que o candidato do PT ao governo de São Paulo seja o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Embora o estado exiba uma das menores taxas de homicídio do país (é bem provável que continue a ser a mais baixa), avalia-se que a segurança pública é um flanco que pode ser explorado pelo partido. E o contraponto da suposta eficiência e de uma política alternativa, acreditem, é o… Rio de Janeiro!
São Paulo concentra 40% dos presos brasileiros, embora tenha apenas 22% da população. A queda na taxa de homicídios no estado — mais de 70% em dez anos — é atribuída pelos especialistas “PTólogos” à política do desarmamento e, pasmem!, à suposta ação do PCC, que teria estabelecido uma espécie de “pax” na bandidagem. Não ocorre a esses analistas indagar por que, então, o desarmamento não teria provocado efeito semelhante no resto no Brasil. Também não lhes ocorreu por que a polícia de São Paulo, que teria feito um pacto de não agressão com o crime, prende bandidos, e a do Rio, que não teria feito acordo nenhum, os deixa soltos.
No universo da ideologia — e no da manipulação descarada da informação —, os fatos precisam ser combatidos para que a mistificação produza seus frutos. Por Reinaldo Azevedo
Tags: Rio, Segurança Pública
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27/05/2013 às 14:55
Mercado antevê juro mais alto e PIB abaixo de 3% em 2013
Na VEJA.com:
O mercado financeiro voltou a reduzir sua expectativa de crescimento da economia brasileira em 2013, agora para 2,93%. É o que indica pesquisa semanal Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. No levantamento anterior, os economistas haviam projetado alta de 2,98% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Os analistas também apostam na elevação da taxa básica de juros, a Selic, para 7,75% na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Para o ano, a expectativa permanece inalterada em 8,25%. Para 2014, a expectativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 3,5% pela 11ª semana consecutiva.
Nesta semana, os olhos do mercado estão voltados para a divulgação de dois indicadores importantes, que saem na quarta-feira. Às 9 horas (Brasília) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar o resultado do PIB do primeiro trimestre deste ano. À noite, o BC divulga decisão sobre política monetária após dois dias de reunião.
A prévia do PIB, medida pelo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgada há duas semanas, mostrou que a economia brasileira acelerou 1,05% no primeiro trimestre. O novo corte dos economistas na taxa de expectativa de crescimento, de acordo com o boletim Focus, mostra que o mercado não está muito confiante quanto à expansão econômica.
Sobre a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa dos analistas ficou em 5,81% ao ano, leve alta na comparação com o boletim da semana passada, quando os economistas aguardavam alta de 5,80% para o ano. Por Reinaldo Azevedo
Tags: crescimento, Juros
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27/05/2013 às 14:48
Padilha gastou R$ 10 milhões em propaganda equivocada sobre o Ministério da Saúde
Na VEJA.com:
A direção do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que a falta de uma bandeira pode ser um obstáculo para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se tornar um candidato viável ao governo de São Paulo em 2014. Pressionado pelo partido para criar uma marca forte no ministério que o projete na disputa, o ministro autorizou o gasto de 10 milhões de reais com uma campanha publicitária que apresenta a pasta como fiscal dos planos de saúde. Só o que ninguém parecia saber é que essa atribuição já tem dono: a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – que possui um canal próprio para denúncias.
Mesmo assim, a campanha estreou no dia 5 de maio. Na propaganda, ator global Milton Gonçalves aparece pedindo ao cidadão que ligue para o Disque 136 em casos de descumprimentos de prazos dos planos de saúde. O telefone informado na campanha, porém, é da Ouvidoria do SUS, que controla a qualidade dos serviços públicos de saúde – portanto, sem relação direta com planos privados. A propaganda foi ao ar antes que o Disque 136 estivesse adequado para receber as reclamações.
Segundo relatos, os atendentes chegavam a orientar o cidadão a procurar a prefeitura de sua cidade, porque aquele telefone era destinado apenas a assuntos relacionados ao SUS. Somente após três dias no ar, foi feito um redirecionamento para a central 0800 da ANS – e o Disque 136 passou a ser um intermediário dispensável entre a ANS e o cidadão. “Você será redirecionado para a ANS, órgão responsável por regular e fiscalizar os planos de saúde”, diz a gravação do SUS.
Em nota, o ministério afirmou que “a melhoria do acesso e qualidade do atendimento dos planos de saúde é um dos dezesseis objetivos estratégicos do Ministério da Saúde aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde”. A ANS afirmou não ver problemas na campanha do ministério. “Ressaltamos que em nenhum momento a autonomia da Agência sofreu interferência”, informou. Por Reinaldo Azevedo
Tags: Alexandre Padilha, Ministério da Sáúde
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27/05/2013 às 6:50
“Você não pode aceitar chantagem, pressão, ameaça. Você tem de continuar fazendo o que tem de fazer, é só isto: uma grande revista”
Conheci Roberto Civita pessoalmente em 2005, num jantar na casa do cientista político Luiz Felipe d’Avila, um amigo comum. A VEJA.com só passaria a hospedar o meu blog no ano seguinte, mas não por iniciativa dele. O convite partiu da direção da revista. Roberto, constatei, fazia jus à fama: era inteligente, tinha um raciocínio diabolicamente rápido, antenado com tudo o que acontecia no país e no mundo. Estava, afinal, diante do criador e do editor da mais importante revista do país — e de dezenas de outras publicações que fazem a história do jornalismo brasileiro — e de uma das maiores do mundo. Estava diante também de um grande empresário, bem-sucedido, independente. Mas me surpreenderam — não que esperasse o contrário; ocorre que eu não o conhecia pessoalmente — a generosidade da conversa, o bom humor, a genuína atenção que dispensava à fala do interlocutor e a indignação serena com as questões públicas que não eram de seu agrado. E, sim, como qualquer um de nós, tinha as suas utopias.
E esse era um dos aspectos mais encantadores, acho eu, de sua personalidade, como vim a constatar nas outras, sei lá, nove ou dez vezes em que conversamos pessoalmente. “Roberto”, como gostava de ser chamado — sem qualquer outro acréscimo —, era, reitero, uma das pessoas mais bem informadas que conheci, mas conservava em relação a tudo uma humilde curiosidade. Ignorasse o interlocutor ser ele o homem que deu forma a um dos maiores empreendimentos editoriais do país e o timoneiro de um grande grupo empresarial, cometeria o erro de considerá-lo um ingênuo. E só por isto seu conhecimento era tão vasto: cultivava a dúvida sistemática, cartesiana, dos sábios, não o excesso de certeza dos estúpidos. Ela iluminava e fortalecia as suas convicções.
Trazia sempre num dos bolsos do paletó uma pequena agenda — não parava de trabalhar. Da conversa com o interlocutor, surgiam pautas, que ele anotava e passava adiante. Se viravam ou não reportagens, aí era com os fatos. Também podia ocorrer de alguém citar um livro que ele não conhecesse e pelo qual se interessasse. Anotava o nome. Em dezembro de 2011, encontramo-nos na praia para um almoço. Luiz Felipe, presente, lembrou um texto, que agora me foge, e Roberto meteu a mão no bolso da bermuda. Tirou a agendinha e anotou. Naquela noite de 2005, passamos boa parte do tempo conversando sobre… religião! Citei, então, uma passagem de “As Formas Elementares da Vida Religiosa”, de Durkheim. Ele parou por um tempo e empregou um adjetivo que usava com certa frequência: “Fascinante!”. E acionou a sua agenda. Era generoso no elogio, objetivo na crítica e de uma sinceridade às vezes desconcertante, mas jamais grosseiro, atrabiliário ou ríspido.
No dia 24 do mês que vem, este blog completa seu sétimo ano hospedado na VEJA.com. Nesse tempo, não tive de consultar outra instância que não a minha própria consciência — e é fato que expressei aqui, e na própria revista, opiniões com as quais sei que Roberto não concordava — sou certamente mais conservador do que ele era — e que também não coincidem com a linha editorial da própria VEJA. Jamais me chegou nem mesmo um eco, ainda que distante, que tivesse o ânimo da censura ou da imposição de, sei lá como chamar, uma “linha justa”. Essas coisas eram estranhas a seu vocabulário, a seu universo intelectual, a seu entendimento do mundo.
Os perigos da ditadura e os da democracia
Roberto era um homem notavelmente corajoso. Sabia, como todos sabemos, que os riscos existem, mas não acreditava no medo. Assim a VEJA, criada no “annus horribilis” de 1968, enfrentou tanto os perigos da ditadura como, atenção para isto!, os da democracia — porque estes também existem e não são pequenos.
Nas ditaduras, sabemos, os que se prezam são, muitas vezes, submetidos a uma espécie de servidão involuntária. Nas democracias, o perigo maior é o da servidão voluntária. A imprensa corre o risco imenso de, sob o pretexto de “colaborar com o país”, passar a se confundir com o próprio poder, do qual tem a obrigação de ser uma analista crítica, independente, imparcial no que concerne às forças políticas em disputa, mas apegada, sim, a valores. Roberto tinha essa clareza.
Na sexta, comentando a cobertura que amplos setores da imprensa dispensaram, nos anos recentes, à política de segurança pública do Rio, escrevi sobre o papel do jornalismo o que segue em azul. Enquanto escrevia, pensava em Roberto. Retomo depois:
[segundo a visão colaborativa, engajada] o papel da imprensa seria o de linha auxiliar do estado. Em vez da crítica, considerada constrangedora, por que não a abordagem senão elogiosa, mas afirmativa ao menos? Afinal, se todos queremos o bem do Rio, do país, da humanidade, há de haver entre nós o lugar do consenso. Muita gente, de boa-fé, sem qualquer ânimo para a censura, reprova o papel da imprensa, que sempre estaria interessada na má notícia, nos aspectos negativos da realidade, porque, dizia-se antigamente, quando esta era uma questão pertinente, “vende mais jornal”. A ilação embutia um pressuposto: o de que o leitor tinha um lado masoquista — eventualmente sádico no caso de que a má notícia não lhe dissesse respeito. Participei, há muitos anos, de uma tertúlia profissional, equivocada desde a convocação, para que se debatesse esse assunto. E se chegou, então, a uma formulação editorial que vinha até com uma chancela gráfica: “Boa Notícia”. Vale dizer: incorporava-se como verdade a crítica infundada de que a “má notícia” era o nosso filão principal e de que seria preciso treinar o olhar para importunar menos o leitorado, eventualmente as “otoridades”, com assuntos desagradáveis. É claro que foi um tiro n’água. Os meios estavam errados, e os meios sempre qualificam os fins.
Um jornalismo que vivesse, ainda que com bons propósitos, da mera justificação do presente não tardaria a incorporar, ele mesmo, a lógica do poder. Em vez de exercitar um conjunto de valores, passaria a ser o administrador de um conjunto de estratégias para, então, preservar O poder e se conservar NO poder. Não tardaria a considerar que todos os males do mundo — ou, vá lá, do país — decorreriam do dissenso; da ação deletéria de pessoas ou grupos que, em vez de colaborar com o bem comum oficialmente definido, dedicam-se à sabotagem. Não é uma tentação que esteja apenas na cabeça dos estúpidos e dos venais. Um homem inteligente e inegavelmente talentoso como Máximo Gorki justificou e aplaudiu todos os crimes de Stálin. Escreveu um livro exaltando, por exemplo, a construção de Belamor, o canal entre os mares Báltico e Branco. Foi feito com a mão de obra escrava dos prisioneiros. Nada menos de 170 mil pessoas! Vinte e cinco mil morreram em um ano e meio… Gorki acreditava sinceramente no socialismo… A honestidade da convicção não faz a boa obra. Se o jornalismo abre mão da crítica, contribui para a esclerose do poder. O consenso é, nas democracias, o que a censura é nas ditaduras.
Retomo
Almocei com Roberto, pela última vez, há uns sete, oito meses. Ele me chamou justamente para conversar sobre liberdade de imprensa, obrigatoriedade de diploma de jornalista, regulamentação da mídia, essas coisas. E eu então lhe disse a frase que encerra o parágrafo anterior. Anotou. “É muito boa, mas a censura é imposta, o consenso pode ser construído livremente”. Aí conversamos por umas duas horas sobre supostas verdades, que vão se estabelecendo como imperativos pela simples e óbvia razão de que falta coragem para afrontá-los. Assim, também os consensos podem ser impostos pelo espírito do tempo. “Fascinante!”
Roberto viveu uma vida intensa e se pereniza na obra que deixa, que continuará a render frutos. No post que traz uma série de vídeos, ele conta como enfrentou a truculência de um estafeta do poder, que achou que poderia silenciar a VEJA. E ele, então, resume: “Você não pode aceitar a chantagem. Você não pode aceitar a pressão, a ameaça. Você tem de continuar fazendo o que você tem de fazer. E é só isto: fazendo uma grande revista”.
Roberto não morre enquanto viver a sua obra. Que seja imortal! Por Reinaldo Azevedo
Tags: Roberto Civita
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101 COMENTÁRIOS
27/05/2013 às 4:09
Roberto Civita em vídeo: um pouco da história de VEJA segundo o seu criador
Em 2007, às vésperas do aniversário de 40 anos de VEJA, Roberto Civita, em entrevista em vídeo, falou da missão editorial da revista e dos bastidores de capas e reportagens históricas. Vejam.
A primeira capa de VEJA
O confronto com a ditadura
Um artigo na capa de VEJA
A chantagem do amigo de Collor
A cobertura do caso Collor
O poder e a impotência da imprensa
A morte de Vitor Civita
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Roberto Civita, VEJA
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23 COMENTÁRIOS
27/05/2013 às 3:41
Roberto Civita cita Thomas Jefferson: “Se uma nação espera ser ignorante e livre ao mesmo tempo, espera ser algo que nunca existiu e que nunca existirá”
Em 2008, quando Roberto Civita completou 50 anos na Abril, uma publicação comemorativa trazia uma entrevista constituída de respostas que tinha dado ao longo de sua vida profissional a algumas questões centrais que dizem respeito à imprensa, ao Brasil e ao mundo, hauridas de discursos, palestras, depoimentos etc. Leiam o que vai na VEJA.com:
Como o senhor definiria o Brasil?
O Brasil é um fascinante, exasperante e bendito país!
Qual a razão do otimismo?
Nasceu em casa. Conto uma historinha para ilustrar o que aconteceu pouco antes do golpe militar de 64. Um jantar na casa do meu pai com uns oito ou dez amigos dele e os caras dizendo: “Eu estou tirando o meu dinheiro do Brasil…”, “Estou vendendo a minha fábrica…”, “Vou voltar a viver na Europa…”. O tom era esse. Eu calado porque eram todos de outra geração. Então, meu pai disse: “Pois eu estou comprando uma nova rotativa que custa 5 milhões de dólares”. Os amigos reagiram: “Você está maluco?”, “O que é que deu em você, enlouqueceu?”, “Você não está vendo o que é que está acontecendo neste país? O Brasil vai virar comunista…”, “Acabou tudo e você está investindo…”. A resposta do meu pai foi: “Se tomarem a minha empresa, pelo menos vão tomá-la com uma gráfica decente… É melhor que fiquem com uma gráfica grande”.
O comunismo não veio, o Brasil não acabou e passou até a se modernizar mais rapidamente…
É como dizem os hindus: a sorte é metade do sucesso. Mesmo assim, o que não falta é exasperação, certo? Era agosto de 1983. Eu dava uma palestra na Abril e dizia: “O Brasil está cansado e frustrado com a crise, com a corrupção, com a falta de perspectivas e com um governo que não governa”. Felizmente, concluí a palestra com uma nota otimista, e da qual muito me orgulho. Disse então: “Da mesma maneira que reencontramos os caminhos da democracia e soubemos mergulhar na abertura sem perder o equilíbrio, tenho a certeza de que — muito antes do que se possa imaginar — reencontraremos o caminho do crescimento econômico. Para isso, vai ser preciso repensar e mudar muitas coisas. Mas não tenho dúvida de que, juntos e com muita inteligência e ainda mais trabalho, saberemos fazê-lo”.
Existe uma fórmula mágica para o sucesso?
Sim. Eu a conheço e já registrei com o nome de A Fórmula Mágica da Sorte e do Sucesso (ou — pelo menos — da Sabedoria) em Alguns Minutos por Dia ou Seu Dinheiro de Volta.
Nossa! O senhor pode nos contar como ela funciona?
Trata-se, muito simplesmente, de LER.
Isso é uma sigla?
Verbo. Ler o quê? Tudo o que cair em suas mãos! Folhetos, folhetins, fascículos, panfletos e literatura de cordel. Jornais (grandes, pequenos, nanicos e alternativos), revistas (gerais, profissionais, técnicas… até da concorrência), boletins, fichas de receita, anúncios, embalagens, bulas, enciclopédias, circulares, relatórios, o manual de proprietário do seu carro, quadrinhos, dicionários, programas de teatro, discursos, cartas de amor e — se possível — até alguns livros… Em qualquer lugar. E especialmente no trânsito, no banheiro, no ônibus, no avião, na praia, no elevador, no metrô, no intervalo do jogo no Estádio do Morumbi e — naturalmente — na sala de espera do médico ou dentista. Onde quer que você esteja. Em qualquer momento disponível. Quando não conseguir dormir, quando se encontrar em qualquer fila, no café-da-manhã, na hora do almoço (ou — se estiver de regime — no lugar do almoço), entre duas partidas de tênis no clube, durante os comerciais… até em vez de assistir a uma novela! O importante é reservar tempo para ler. Escolha a hora que quiser. Acorde mais cedo. Durma mais tarde. Mude algum programa. Mas… leia!
Mas funciona mesmo?
A “fórmula mágica” deve ser testada ao longo de, digamos, 23 anos. Até lá não aceitamos reclamações. Falando sério, estou convencido de que a leitura é a receita mais simples para o conhecimento, a atualização permanente, o acesso ao mundo das idéias, a compreensão e a sabedoria. Quanto mais você ler, mais surpresas como estas terá: “Em vez de ser a condição natural do homem e da sociedade, a liberdade é algo que poucos alcançaram, em poucos lugares, através de esforço, dedicação, autodisciplina e engenhosidade social. A liberdade é a exceção da História, não a regra; é aquilo que os homens buscam, não o que possuem”. (Arthur Schlesinger) Ou, ainda, sobre liberdade: “Se uma nação espera ser ignorante e livre ao mesmo tempo, espera ser algo que nunca existiu e que nunca existirá”. (Thomas Jefferson) Ler não envolve apenas a busca de verdades eternas ou receitas universais. Ler é também diversão, entretenimento e bom humor. Alexandre Dumas escreveu sobre o matrimônio: “A cruz do casamento é tão pesada que são necessárias duas pessoas para carregá-la, às vezes três”. E, finalmente, um velho provérbio chinês, aplicável a todos os nossos planejamentos: “É muito difícil fazer profecias, principalmente com relação ao futuro”.
Mas haja memória…
Se me permitirem acrescentar mais uma recomendação àquela básica, eu lhes diria: sempre que possível, leiam com um lápis ou caneta na mão. Marquem os trechos que acharem importantes. Recortem artigos de jornais e revistas. Colecionem as frases ou parágrafos de que gostarem, como outras pessoas colecionam selos, figurinhas, autógrafos, conchas ou chaveiros. Classifiquem seus achados, arquivem-nos, troquem-nos com seus amigos… E voltem, sempre, para saboreá-los. Descobrirão que a sua coleção através dos anos revelará muitas coisas importantes a respeito de si próprios. Bem, se isso não trouxer sorte e sucesso, garanto que — no mínimo — trará sabedoria e muita satisfação.
As revistas podem competir com esses autores fabulosos que o senhor citou?
Podem porque elas são o mais seletivo, segmentado, regionalizado, brilhante, íntimo, aproveitável, portável, rasgável, eficiente, dramático, inteligente, lindo, duradouro e maravilhoso veículo de comunicação que existe.
E com as novas tecnologias?
A revolução iniciada por Gutenberg foi tão importante que ainda não terminou, já passados 500 anos. E, na essência, o que fazemos hoje em matéria de imprensa obedece aos mesmos propósitos que levaram o nosso patriarca a construir a sua primeira prensa: levar informação relevante (no caso dele, os ensinamentos da Bíblia) a um número maior de pessoas, por um custo mais acessível. Na Era da Informação — e apesar de tanta velocidade e diversidade — não podemos deixar de lado a fundamental importância da verdade, da honestidade, da objetividade, da solidariedade, e da “inteligência sensível”. Ou seja, daqueles princípios fundamentais que alicerçam a civilização desde os seus primórdios e sem os quais todo o resto será em vão.
Certas coisas não mudam, não é?
O mundo das publicações está mudando muito rapidamente (e vai continuar mudando ainda mais rapidamente). E a Abril pretende não apenas acompanhar mas liderar essas mudanças.
O que não muda?
Nossa credibilidade continua sendo nosso principal ativo. Daí a fundamental importância da rígida separação entre editorial e publicidade. É o certo a fazer, moral, ética e filosoficamente, como também (e felizmente) o que convém fazer pensando a longo prazo. É o que, afinal, transformou cada uma das nossas publicações na revista líder do seu setor. E é o que vai mantê-las nessa posição e fazê-las crescer e continuar contribuindo para o desenvolvimento do país no futuro.
O que mais não muda?
Quanto mais reflito, e quanto mais tempo sou editor, mais me convenço de que jornalista não precisa de diploma de jornalista, mas sim de uma boa e sólida formação que começa em casa, passa pela escola básica, e pode até chegar à universidade. Um jornalista precisa de escolas, sim — escolas sem rótulos, que ensinem história, literatura, economia, ciência, filosofia, direito… o universo! Um jornalista precisa aprender a pensar, analisar, questionar, usar a cabeça. Um jornalista precisa ler muitos livros, precisa ser curioso, querer saber sempre o porquê das coisas, todas as coisas. E precisa gostar de contar o que descobre, de contar histórias…
Além de querer tem de saber também…
Alguém com esse perfil acima vai ter apenas de aprender o ofício, a técnica, o “como fazer”. Eu não apenas acredito nisso, como pratico há mais de trinta anos.
Quando o senhor sabe que uma publicação está no caminho certo?
Existem muitas variáveis, mas a infalível é quando os jornalistas de uma revista acreditam que o leitor é o seu verdadeiro patrão. Quando eles trabalham unicamente para atender às necessidades desses leitores, por meio de um jornalismo sério, bem pautado, bem apurado, bem escrito, bem editado — resultando em revistas honestas, bonitas, úteis e surpreendentes.
Talvez nunca a imprensa tenha sido tão mal avaliada como agora, o senhor concorda?
Imprecisão, arrogância parcialidade (decorrente da defesa de interesses próprios em detrimento do interesse público), desprezo pela privacidade, insensibilidade, glorificação do bizarro, trivial e banal são queixas mais ou menos comuns atribuídas à imprensa em todos os tempos. Mais do que um elenco de pecados capitais da nossa imprensa, esses itens constituem um roteiro dos males a evitar, um vade mecum do que não deve ser feito.
Como evitá-los?
Primeiro, e principalmente, é preciso respeitar o público leitor. O público não é burro. No máximo ele é mal informado, ocupado com outras coisas, facilmente distraído, muitas vezes por culpa nossa. Os jornalistas devem conhecer melhor seu público. Temos a obrigação de entender que o processo de comunicação envolve não apenas transmitir mas também verificar o que foi captado e entendido do outro lado. E que a compreensão das notícias pelo público é parte essencial do processo. Ou seja, devemos prestar muita atenção no que nossos leitores pensam, acreditam, sentem, escrevem e dizem. Nesse contexto, vale a pena considerar a declaração de William Broyles Junior, ex-editor de Newsweek, quando disse: “Todo jornalista deveria ser entrevistado, analisado e dissecado por outros jornalistas durante certo tempo. Essa simples experiência contribuiria mais para melhorar o jornalismo do que todas as escolas de jornalismo juntas”.
O senhor mesmo gosta de dizer, citando Thomas Jefferson, que apesar de todos os defeitos é melhor ter imprensa imperfeita do que nenhuma, certo?
Aos críticos, nunca é demais repetir: não criamos os fatos, não inventamos a natureza humana, não somos deuses com o poder de alterar o curso dos acontecimentos. Não podemos mudar por muito tempo a verdadeira imagem de personagens ou sufocar as naturais repercussões dos eventos. Não podemos passar as 24 horas do dia ao lado de todas as figuras importantes ou acompanhar a evolução de todos os eventos significativos e significantes; por isso, somos obrigados a selecionar e trabalhar esse material com uma lente de aumento. Nesse processo de seleção, síntese e magnificação, tornam-se mais gritantes certos traços que, de outra forma, ficariam diluídos se porventura tivéssemos o dom da onipresença, ubiqüidade e onisciência — e nossos leitores não fizessem outra coisa que não nos ler o dia inteiro. Nosso Rui Barbosa definiu bem a necessidade da imprensa ao afirmar que ela é “a vista da nação. Através dela a nação acompanha o que se passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam ou roubam, percebe onde lhe alvejam ou nodoam, mede o que lhe cerceiam ou destroem, vela pelo que lhe interessa e se acautela do que a ameaça”.
Para finalizar, se fosse preciso escolher um único indicador de qualidade da imprensa, qual seria?
Quanto mais independente do governo, maior será a contribuição da imprensa e da livre-iniciativa ao desenvolvimento do país. Por Reinaldo Azevedo
Tags: Roberto Civita
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26/05/2013 às 22:53
Morre Roberto Civita, o criador de VEJA
Roberto Civita durante o Prêmio Jovens Inspiradores 2012 (Foto: Ivan Pacheco)
Por Augusto Nunes, na VEJA.com. Volto mais tarde.
“Gosto de ser editor e o que eu sei fazer é revista”, dizia Roberto Civita. Mesmo depois de 1990, quando a morte de Victor Civita o levou a assumir o comando da Abril e chefiar o processo de diversificação do grupo fundado pelo pai, ele nunca se afastou da atividade que o seduziu definitivamente na década de 60, quando começou a por em prática os conhecimentos assimilados anos antes, na sua segunda temporada nos Estados Unidos. Nascido em Milão, Roberto Civita morou em Nova York de 1939 a 1949, quando veio para São Paulo. O bom desempenho no Colégio Graded garantiu-lhe uma bolsa de estudos nos EUA, onde percorreu, ao longo da década de 50, caminhos que o levariam à descoberta da vocação profissional e à volta definitiva ao Brasil.
Depois de interromper o curso de Física Nuclear na Universidade Rice, no Texas, para diplomar-se em jornalismo e economia na Universidade da Pensilvânia, Roberto Civita conseguiu um estágio na editora Time Inc, que controlava as revistas Time, Life e Sports Illustrated. Durante um ano e meio, familiarizou-se com todos os setores da empresa, da redação à contabilidade. Em 1958, quando Victor Civita perguntou ao filho que acabara de voltar o que pretendia fazer, ouviu a resposta que apressaria a entrada da Abril no universo jornalístico: “Quero fazer uma revista de informação semanal, como a Time, uma revista de negócios como a Fortune e uma revista como a Playboy”, respondeu.
O pai prometeu preparar a empresa para o passo audacioso, consumado em 11 de setembro de 1968, quando chegou às bancas a primeira edição de VEJA. Roberto Civita participou intensamente das experiências pioneiras que resultaram no lançamento de Realidade, Exame, Quatro Rodas ou Playboy. Mas nada o deixava mais emocionado que recordar a trajetória descrita pela primeira revista semanal de informação do Brasil. Foi ele quem a criou. E foi ele o primeiro e único editor de VEJA, hoje a maior publicação do gênero fora dos Estados Unidos.
“Ninguém é mais importante que o leitor, e ele merece saber o que está acontecendo”, lembrava aos recém-chegados. “VEJA existe para contar a verdade. A fórmula é muito simples. Difícil é aplicá-la o tempo todo”. Sobretudo em ambientes hostis à liberdade de expressão, aprendeu Roberto Civita três meses depois do parto da revista. Em 13 de dezembro de 1968, a decretação do Ato Institucional n° 5 transformou o que era um governo autoritário numa ditadura militar sem disfarces. A capa da edição que noticiou o endurecimento do regime exibiu uma foto do general-presidente Arthur da Costa e Silva sentado, sozinho, no plenário do Congresso que o AI-5 havia fechado. Os chefes militares não gostaram da imagem, e ordenaram a apreensão de todos os exemplares. A essa violência seguiu-se a instauração da censura prévia, que só em meados da década seguinte deixaria de tolher os passos de VEJA.
Risonho, cordial, otimista, Roberto Civita sempre acreditou que nenhuma atividade vale a pena se não for praticada com prazer. “Você está se divertindo?”, perguntava insistentemente aos profissionais com quem convivia. Mantinha-se otimista mesmo quando contemplava a face sombria do país. Para ele, o Brasil só conseguiria atacar com eficácia seus muitos problemas se antes aperfeiçoasse o sistema educacional, modernizasse o capitalismo nativo, removesse os entraves à livre iniciativa e consolidasse o estado democrático de direito. “O que VEJA defende, em essência, é o cumprimento da Constituição e das leis”, repetia. Também essa fórmula parece simples. Difícil é colocá-la em prática. Foi o que o editor de VEJA sempre soube fazer. Por Reinaldo Azevedo
Tags: Roberto Civita, VEJA
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57 COMENTÁRIOS
25/05/2013 às 14:31
NA VEJA – Os lobistas José Dirceu e Erenice Guerra se juntam para facilitar negócios de seus clientes com o governo federal
Tremei, Brasília!
Temei, Brasil!
Dois potentados no lobismo se uniram: José Dirceu e Erenice Guerra, ambos ex-ministros da Casa Civil. O objetivo é facilitar os negócios de seus clientes com o governo federal. Não é mesmo espantoso? Se os novos ministros do Supremo não caírem na conversa do Zé, logo ele estará na cadeia. Mas continua a ser um dos poderosos de Brasília. Leiam trechos de reportagem de Rodrigo Rangel e Hugo Marques. A íntegra segue na edição impressa.
*
(…)
Assim como [José] Dirceu, [Erenice] montou um escritório de advocacia, reuniu uma carteira de clientes na iniciativa privada e também lucra oferecendo acesso ao poder. A novidade é que os dois ex-ministros agora estão operando juntos. Montaram em Brasília uma joint venture do lobby — uma parceria que atende empresas e empresários interessados nos mais variados negócios com o governo.
José Dirceu, antes de ser condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, era o “consultor” preferido das grandes empreiteiras, das empresas de telefonia e de bancos. Erenice Guerra, há menos tempo no mercado, tem seu nicho de atuação nas empresas e fundos de pensão com interesses ligados ao Ministério de Minas e Energia, onde trabalhou. O empresário Flávio Nunes Rietmann é um ex-executivo do banco Cruzeiro do Sul, liquidado no ano passado pelo Banco Central. Ele também é dono de uma corretora de valores e negocia títulos de pouca liquidez. No início de março, o empresário participou de uma reunião no escritório de Erenice Guerra. O encontro, segundo confidenciou um dos presentes, foi agendado por José Dirceu. Rietmann queria a ajuda da ex-ministra para passar à frente títulos a um fundo de pensão, numa operação que poderia movimentar mais de 100 milhões de reais. As partes envolvidas dividiriam uma comissão de 10% sobre o valor final do negócio. Numa demonstração de poder, pelo telefone, Erenice convocou ao seu escritório Fábio Resende, diretor da Previnorte, o fundo de pensão dos funcionários da Eletronorte. O funcionário chegou em poucos minutos, ouviu uma breve explanação sobre o negócio e recebeu uma ordem: “É para comprar”.
(…)
Leia a reportagem da revista para saber como os interesses de José Dirceu e Erenice acabaram se encontrando e qual é o principal elo entre eles. Essa, como chamarei?, união de talentos tem um braço operativa até na Secretária-Geral da Presidência, cujo titular é Gilberto Carvalho. É o novo Brasil!
Fábio Resende, da Previnorte, saindo do escritório de Erenice: ela chama, ele obedece Por Reinaldo Azevedo
Tags: Erenice Guerra, Governo Dilma, José Dirceu
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283 COMENTÁRIOS
25/05/2013 às 5:49
Leiam abaixo
— Uma restrição severa e algumas questões de ordem intelectual e técnica a Barroso, futuro ministro do Supremo;
— STF ordena quebra de sigilos bancários de delegado Protógenes e do empresário Demarco; origem do site de Paulo Henrique Amorim também será investigada;
— Procuradoria acusa ministro Pimentel de ter desviado R$ 5 milhões da Prefeitura de BH;
— Que dúvida! Henrique Alves diz ao Planalto que não vai instalar CPI da Petrobras;
— O Complexo do Alemão e o complexo da imprensa. Ou: Afinal, para que servem os jornalistas?;
— Bastos, o petista, faz um duro ataque ao Ministério Público, que já foi um grande parceiro do PT;
— Fala Dilma: “Posso discordar, como discordo, do Serra, mas não deixo de reconhecer sua capacidade, sua inteligência”;
— Depois de amanhecer fechado, comércio do Alemão é reaberto;
— Futuro ministro do STF é um dos emblemas do pensamento politicamente correto; Dilma decide dar uma resposta aos “conservadores”;
— Briga do PMDB com o PT poderia ser para valer; o país sairia ganhando…;
— Bom senso – Membro da Comissão da Verdade diz que Lei da Anistia não tem de ser revista;
— Quatro países da América do Sul formam a Aliança do Pacífico… E o Brasil vai ficando prisioneiro de um Mercosul que é só atraso de vida;
— Estafeta de Maduro explica por que falta papel higiênico na Venezuela: é que o povo está comendo mais!!! É sério! Não é piada!;
— Vocês têm de ver este vídeo em que um jovem de 16 anos silencia a Marilena Chaui de Portugal;
— Mal acaba “Salve Jorge”, traficantes voltam a demonstrar quem manda no Alemão; desisti de ir morar naquele paraíso; sinto-me traído pelo primeiro caso de merchandising de política de segurança da história da TV;
— De volta ao Roda Viva – Há uma diferença entre entrevistar e militar em favor da descriminação ou legalização das drogas. Ou: Destrinchando mais um pouco a patuscada na TV Cultura Por Reinaldo Azevedo
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25/05/2013 às 5:39
Uma restrição severa e algumas questões de ordem intelectual e técnica a Barroso, futuro ministro do Supremo
Decidi manter este texto no alto da home. Abaixo dele, as atualizações da noite e da madrugada
Ai, ai, ai… Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal falam demais. E, tudo indica, isso não vai mudar com a chegada de Luís Roberto Barroso, tão logo assuma a sua cadeira na corte. Ele nem está lá ainda e, vejam só, já está movimentando o noticiário com opiniões. Nesta segunda, decidiu criticar o ativismo judicial, conforme informa VEJA.com. E é evidente que o fez se referindo a decisões tomadas por seu futuros parceiros de corte. Não assumiu ainda, mas se comporta como ombudsman do tribunal do qual fará parte. É bem verdade que expressou uma opinião num seminário, que já estava agendado. Mas o convite feito por Dilma antecedeu o discurso que tinha pronto. Teria dado tempo de arrumar as coisas para não passar a impressão de que chega à Corte como um juiz dos juízes. E o que disse ele no tal seminário? Prestem atenção:
“Em uma democracia, decisão política deve tomar quem tem voto (…) O Judiciário deve ser deferente às escolhas feitas pelo legislador e às decisões da administração pública, a menos que — e aí, sim, se legitima a intervenção do Judiciário — essas decisões violem frontalmente a Constituição. Aí, sim, por exceção e não por regra, o Judiciário pode e deve intervir.”
Analisar discursos é a minha praia. Submeter a literalidade ao contexto é a minha obsessão. Se saio por aí a dizer que é preciso ter mais respeito pela Lei da Gravidade, ninguém há de achar que sou louco por acreditar nela, mas minha fala só fará sentido se estiver em curso alguma tentativa de burlá-la, certo? Se anunciou em praça pública: “Todos os homens públicos devem ser honestos”, é fato que ninguém divergirá do conteúdo, mas a proposição só encontrará a devida recepção se nem todos os homens públicos estiverem sendo honestos.
Assim, ainda que Barroso tenha dito o óbvio, é certo que está dizendo, por contraste, que o Judiciário não está sendo “deferente” às escolhas feitas pelo legislador, o que até pode ser uma crítica pertinente, mas já descabida para quem vai ocupar uma cadeira já reservada. Seria simplesmente inconcebível que um candidato à Suprema Corte nos EUA se desse a tal desfrute. Num momento em que forças não exatamente iluministas do Congresso se insurgem contra o Supremo, a crítica é, para dizer pouco, inoportuna.
Casamento gay
No post acima, trato, entre outras questões, da função do jornalismo: aplaudir ou se apegar aos fatos? Apego-me aos fatos. Barroso foi, por exemplo, um dos militantes, na área do direito, para que se reconhecesse como “constitucional” a união civil entre homossexuais e em favor do aborto de anencéfalos. Então falemos um pouco de “ativismo judicial”. Então é o caso de debater se vamos definir como “ativismo judicial” a prática do Poder Judiciário que invade a competência do Poder Legislativo ou se ativismo judicial é aquilo que cada um de nós acha que seja.
O parágrafo 3º do Artigo 226 da Constituição estabelece, por exemplo:
“§ 3º – Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.”
Parece que o doutor Barroso, como advogado — e certamente assim seria se membro da Corte já fosse —, considerou que a vontade do legislador não tinha sido suficientemente clara, não é?, ao considerar, e não tenho modo menos tautológico de escrever isto, que “homem é… homem”, e “mulher, mulher”. Vários saltos triplos carpados hermenêuticos levaram o STF a considerar que, não existindo normas contraditórias na Carta, se o Artigo 5º garante a igualdade de direitos, então o Parágrafo 3º do Artigo 226 ou foi revogado ou não vale. À época, fiz uma pesquisa bastante extensa. Não encontrei corte nenhuma no mundo democrático que fosse dada a interpretar a Constituição CONTRA A SUA PRÓPRIA LETRA. Recentemente, num abuso que me parece espetacular, o Conselho Nacional de Justiça obrigou (?) os cartórios a celebrar o casamento gay propriamente.
Que se note: sou favorável, sim!, ao casamento gay. Mas, não sendo a união civil ou casamento direitos naturais, e sim pactos socialmente definidos (a exemplo de boa parte das leis e normas), há o Poder que deles se encarrega, não? E entendo que esse Poder é o Legislativo. Sem que uma emenda fosse aprovada pelo Congresso, mudando a Constituição, parece-me óbvio, evidente, que o Supremo invadiu uma área de competência do Legislativo. Da mesma sorte, afiguram-se como escancaradamente inconstitucionais as cotas raciais, com as quais, estou certo, doutor Barroso concorda. Ou todos os homens são iguais perante a lei ou não são. Corrigir eventuais desigualdades de fato com leis suplementares de reparação para determinados grupos, vá lá. Mas suprimir direitos de uns para fazer justiça a outros (é o caso das cotas), aí me parece um estupro constitucional e moral. Brancos estão sendo punidos, sob o pretexto de corrigir desigualdades, porque brancos. É uma Justiça bastarda! Não obstante, doutor Barroso não vê nisso ativismo judicial, mas matéria de justiça apenas.
Aborto de anencéfalos
Pergunto ao jurista, futuro ministro: o Legislativo também não deixou clara a sua vontade, no Código Penal, ao definir as hipóteses de aborto legal? Lá está: em caso de estupro e de risco de morte da mãe. E só. Mas doutor Barroso foi um dos patrocinadores da legalização do aborto de anencéfalos. Nesse caso, ele militou ferrenhamente para que o Supremo emendasse, por sua conta e sem competência para tanto, o Código Penal. A nossa Constituição, como ele sabe, protege a vida sem reservas, deixando para a lei as exceções que estão… na lei. Nesse caso, no entanto, ele achou que estava tudo certo e ainda fez peroração sobre a decisão em sua página na Internet. Mais do que isso: em sua página na Internet, diz que é chegada a hora de debater a questão sem preconceitos. Ele certamente é favorável à descriminação do aborto e acha que quem discorda dele é preconceituoso.
Advogado capaz ele é, sem dúvida. Burro não é, de modo nenhum, daí que tenha aberto a janela, em sua fala, para o ativismo judicial. Ele seria inaceitável “a menos que — e aí, sim, se legitima a intervenção do Judiciário — essas decisões violem frontalmente a Constituição.” Entendi… Então voltamos à vaca fria: EU ENTENDO QUE VIOLA FRONTALMENTE A CONSTITUIÇÃO O QUE SE CHOCA COM O CONTEÚDO EXPLÍCITO DA CONSTITUIÇÃO OU COM O SEU ESPÍRITO, NO CASO DA NÃO EXPLICITAÇÃO.
- a Carta é explícita ao definir os termos da união civil;
- a Carta é explícita ao declarar a igualdade dos homens diante da lei;
- a Carta é explícita ao defender a vida.
No entanto, nesses três casos, doutor Barroso preferiu o caminho do “ativismo judicial”. Não me parece correto, prudente ou ético acusar o “ativismo judicial” quando a gente discorda do Supremo e aplaudi-lo quando a gente concorda, não é mesmo? “E você, Reinaldo? É coerente?” Se quiserem, até me desculpo por isto, mas sou, sim. Eu, que chamei de bolivariana e fascista a proposta petista de submeter decisões do Judiciário ao Congresso ou a referendo, não obstante, já critiquei severamente essas invasões de competência. Está lá, nas páginas 313 a 318 do livro “O País dos Petralhas II”. Meu alinhamento automático é com a Constituição e com as leis. Não sou do tipo que transforma em princípio universal aquilo com que concorda e em mero preconceito aquilo de que discorda.
O “progressista”
Podem procurar na Internet. Fui o primeiro a classificar a escolha de Barroso como a opção por um “progressista”. Dilma tinha decidido, afirmei, afrontar os “conservadores”. Não tratei seu currículo com menoscabo, é evidente. Apenas cumpri uma das minhas tarefas de jornalista, que é investir na compreensão crítica. Quem aplaude ou vaia é plateia. Eis que, nesta sexta, pego os jornais e vejo lá: Dilma, dizem, escolheu um progressista — e a palavra nem trazia aspas, nada! Progressistas, por certo, querem progresso. Logo, discordar do doutor Barroso, doravante, passará a ser manifestação de atraso.
Vou encerrando. Reitero a minha restrição à fala impertinente do futuro ministro, que, parece-me, pode ter sido bastante apreciada por algumas alas brucutus do Congresso. E deixo as minhas questões ao “progressista”: quando o Supremo legisla e aprova cotas, união civil gay e aborto de anencéfalos, Vossa Senhoria, futuro Vossa Excelência, não vê ativismo judicial? Ou ativismo judicial só existe quando Vossa Senhoria discorda da decisão?
Como vocês veem, quem me obriga a fazer tais indagações é a lógica, são os fatos.
Texto publicado originalmente às 20h49 deste sábado Por Reinaldo Azevedo
Tags: Luís Roberto Barroso, STF
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