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    segunda-feira, 30 de setembro de 2013

    [ZP130930] O mundo visto de Roma


    ZENIT

    O mundo visto de Roma
    Serviço semanal - 30 de Setembro de 2013
    Pensamento do dia, segunda- feira, 30 de setembro


    Os conhecimentos fundamentais nascem da maravilha que nele suscita a contemplação da criação: o ser humano enche-se de encanto ao descobrir-se incluído no mundo e relacionado com outros seres semelhantes, com quem partilha o destino. João Paulo II (1920- 1978) 


    Papa Francisco 
    Francisco: "Se perdermos a memória de Deus também nós perdemos a consistência" 
    Homilia do Santo Padre na santa missa da Jornada dos catequistas 
    Francisco: "Não só trabalhar como catequistas, mas principalmente sê-lo 
    Os participantes do Congresso Internacional sobre a Catequese recebem o Papa com grande entusiasmo 
    Os verdadeiros cristãos não evitam a Cruz, mas enfrentam as humilhações com alegria e paciência, disse o Pontífice 
    O santo padre na homilia de Santa Marta alerta também da "tentação do bem-estar espiritual" que impedem amar a Cristo com todo o nosso ser 
    A Igreja não deve ser "privatizada": temos que rezar pela sua unidade 
    Audiência geral: papa Francisco nos convida a superar as divisões entre as comunidades cristãs 
    Santo Padre: "É triste ver uma Igreja «privatizada» por pequenos grupos' 
    Chamadas de atenção na catequese semanal. Convida a rezar pelos cristãos perseguidos. Texto completo 
    O Papa Francisco está muito além de qualquer clichê ideológico 
    Entrevista com o cardeal Cipriani: o Santo Padre está fazendo um grande esforço, para elevar, para unir na Igreja e deixar de lado discussões anacrônicas 
    O Santo Padre Francisco: um sim à vida, à família e ao matrimônio 
    Reflexão sobre a entrevista do Papa Francisco concedida à "La Civiltà Cattolica" 
    O que o Papa Francisco realmente falou sobre o aborto e a homossexualidade e que não se encontra na grande Mídia 
    Trecho da entrevista que o Papa Francisco concedeu à Civilta Cattolica, publicado pelas revistas dos Jesuítas semana passada. 
    A visita do Papa Francisco ao Santuário de Nossa Senhora de Bonária em Cagliari na Sardenha 
    O Pontifice encontrou-se com os trabalhadores, com os pobres, com o mundo da cultura e com os jovens. Celebrou a Santa Missa e rezou o Angelus 
    Santa Sé 
    Vaticano organiza seminário sobre a dignidade da mulher 
    Conselho Pontifício para os Leigos quer repropor o estudo da carta apostólica Mulieris dignitatem, do beato João Paulo II 
    Brasil: Papa Francisco nomeia novos Bispos 
    Bispo de Lorena o Reverendo Fr. João Inácio Müller, O.F.M., e Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador Dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida 
    Consistório Ordinário Público para a canonização do Beato João XXIII e do Beato João Paulo II 
    Anúncio oficial do Escritório de Celebrações Litúrgicas 
    Pregação Sagrada 
    A preparação prática da pregação 
    Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo 
    Igreja e Religião 
    Renovação Carismática Católica do Brasil abre as inscrições para o Encontro Nacional de Formação 2014 
    O evento ocorrerá de 22 a 26 de janeiro de 2014, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida/SP 
    O Papa fala que a coisa mais importante é curar as feridas 
    Entrevista a Dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral da Vida e Família da CNBB 
    Liturgia e Vida Cristã 
    Liturgia da palavra para crianças 
    Coluna litúrgica do pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual 
    Pequeninos do Senhor 
    Os catequizandos ainda não me conhecem 
    Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla 
    Comunicar a fé hoje 
    Cristo não é uma legislação e um católico não pode ser um fariseu 
    Pe. Hélio Luciano responde a várias questões sobre fé e Igreja 
    Homens e Mulheres de Fé 
    Ratzinger: "Querido Odifreddi, vou lhe contar quem é Jesus" 
    Papa emérito Bento XVI escreve uma carta ao matemático italiano Piergiorgio Odifreddi 
    Familia e Vida 
    Família e Vida: Sobrevivência I 
    Reunião de responsáveis da Pastoral Familiar do Cone Sul. Preparação do I Congresso Latinoamericano e Caribenho da PF. 
    Mundo 
    Positivas as palavras do novo presidente do Irã 
    Pontifício Conselho Justiça e Paz não duvida da sinceridade de Hassan Rohani, mas só os fatos a confirmarão 
    Espiritualidade 
    Não apenas turistas, mas peregrinos 
    Entrevista com Frei Paolo Martinelli por ocasião do "Festival franciscano", realizado em Rimini 



    Papa Francisco
    Francisco: "Se perdermos a memória de Deus também nós perdemos a consistência" 
    Homilia do Santo Padre na santa missa da Jornada dos catequistas


    ROMA, 29 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Na manhã desse domingo às 10.30 (hora de Roma), o santo padre celebrou a santa missa pela Jornada dos Catequistas, por ocasião do Ano da Fé, na praça de São Pedro. Publicamos a seguir a homilia:

    ***

    1 . "Ai dos despreocupados de Sião e daqueles que se consideram tranquilos, ... deitados em leitos de marfim" (Am 6,1.4 ), comem, bebem, cantam, se divertem e não se preocupam com os problemas das outras pessoas.

    Estas palavras do profeta Amós são duras, mas chamam a atenção sobre um perigo que todos nós corremos. O que é que este mensageiro de Deus denuncia, o que é que coloca diante dos olhos de seus contemporâneos e até mesmo diante de nossos olhos hoje? O risco do conforto, da comodidade, da mundanidade na vida e no coração, de colocar no centro da nossa vida o nosso bem-estar. É a mesma experiência do rico do Evangelho, que vestia roupas de luxo e todos os dias se dava abundantes banquetes; isto era importante para ele. E o pobre que estava à sua porta e não tinha nada para matar a fome? Não era problema dele, não lhe dizia respeito. Se as coisas, o dinheiro, a mundanidade se tornam o centro da vida, elas nos prendem, nos possuem e nós perdemos a nossa própria identidade de homens: olhem bem, o rico do Evangelho não tem nome, é simplesmente "um rico". As coisas, o que possui, são o seu rosto, não tem outros.

    Mas tentemos perguntar-nos: por que é que isso acontece? Como é possível que os homens, talvez também nós, caiamos no perigo de encerrar-nos, de colocar a nossa segurança nas coisas, que no final das contas nos roubam o rosto, o nosso rosto humano? Isso acontece quando perdemos a memória de Deus. " Ai dos despreocupados de Sião", dizia o profeta. Se não há memória de Deus, tudo fica nivelado, tudo vai para o ego, para o meu bem-estar. A vida, o mundo, os outros, perdem a consistência, não contam para nada, tudo se reduz a uma única dimensão: o ter. Se perdemos a memória de Deus, até nós mesmos perdemos consistência, até nós nos esvaziamos, perdemos o nosso rosto como o rico do Evangelho! Quem corre atrás do nada torna-se ele mesmo um nada – diz outro grande profeta, Jeremias (cf. Jer 2,5 ) . Nós somos feitos à imagem e semelhança de Deus, não à imagem e semelhança das coisas, dos ídolos!

    2 . Agora, olhando para vocês, me pergunto: quem é o catequista? É aquele que protege e nutre a memória de Deus; a guarda em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. É bonito isso: fazer memória de Deus, como Nossa Senhora que, diante da ação maravilhosa de Deus na sua vida, não pensa na honra, no prestígio, nas riquezas, não se fecha em si mesma. Pelo contrário, depois de ter acolhido o anúncio do Anjo e de ter concebido o Filho de Deus, o que faz? Vai, visita à anciã parente Isabel, também grávida, para ajudá-la; e no encontro com ela o seu primeiro ato é a memória do atuar de Deus, da fidelidade de Deus na sua vida, na história do seu povo, na nossa história: "A minha alma engrandece ao Senhor ... pois olhou para a humildade da sua serva... de geração em geração a sua misericórdia " (Lc 1,46.48.50 ) . Maria tem memória de Deus.

    Neste cântico de Maria tem também a memória da sua história pessoal, a história de Deus com ela, a sua própria experiência de fé. E assim é para cada um de nós, para cada cristão: a fé contém precisamente a memória da história de Deus conosco, a memória do encontro com Deus, que se move primeiro, que cria e salva, que nos transforma; a fé é memória da sua Palavra que aquece o coração, das suas ações de salvação com que nos dá vida, nos purifica, nos cura, nos alimenta. O catequista é precisamente um cristão que coloca esta memória ao serviço do anúncio; não para se mostrar, não para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade. Falar e transmitir tudo o que Deus revelou, ou seja, a doutrina na sua totalidade, sem tirar ou acrescentar.

    São Paulo aconselha especialmente ao seu discípulo e colaborador Timóteo uma coisa: "lembra-te, lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, que eu anuncio e pelo qual sofro (cf. 2 Tm 2, 8-9). Mas o apóstolo pode dizer isso porque ele se lembrou primeiro de Cristo, que o chamou quando era um perseguidor dos cristãos, o tocou e transformou com a sua Graça.

    O catequista, então, é um cristão que carrega consigo a memória de Deus, se deixa guiar pela memória de Deus em toda a sua vida, e sabe como despertá-la no coração dos outros. Isso é exigente! Compromete toda a vida! O que é o mesmo Catecismo, senão memória de Deus, memória da sua ação na história, do seu ter-se feito próximo em Cristo, presente na sua Palavra, nos Sacramentos, na sua Igreja, no seu amor? Caros catequistas, pergunto-lhes: nós somos memória de Deus? Somos realmente como sentinelas que despertam nos outros a memória de Deus, que aquece o coração?

    3. ""Ai dos despreocupados de Sião", diz o profeta. Qual o caminho a ser seguido para não virar pessoas "despreocupadas", que colocam a sua segurança em si mesmas e nas coisas, mas homens e mulheres da memória de Deus? Na segunda leitura, São Paulo, escrevendo a Timóteo, dá algumas indicações que podem marcar também a trajetória do catequista, o nosso caminho: seguir a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão (cf. 1 Tm 6 , 11) .

    O catequista é homem da memória de Deus se tiver um relacionamento constante, vital com Ele e com os outros; se for homem de fé, que confia realmente em Deus e coloca Nele a sua segurança; se for homem de caridade, de amor, que vê a todos como irmãos; se for homem de "hypomoné", de paciência, de perseverança, que sabe lidar com as dificuldades, provações, fracassos, com serenidade e esperança no Senhor; se for homem manso, capaz de compreensão e de misericórdia.

    Peçamos ao Senhor para sermos todos homens e mulheres que guardem e alimentem a memória de Deus na própria vida e saibam despertá-la no coração dos outros. Amén.

    Tradução Thácio Siqueira


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    Francisco: "Não só trabalhar como catequistas, mas principalmente sê-lo 
    Os participantes do Congresso Internacional sobre a Catequese recebem o Papa com grande entusiasmo

    Por Rocio Lancho García


    ROMA, 27 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - O Santo Padre reuniu-se nessa tarde na Sala Paulo VI com 1600 catequistas de 50 países, muitos deles na companhia dos seus bispos e sacerdotes para o Congresso Internacional de Catequistas que realizou-se em Roma por causa do Ano da Fé.

    Antes de começar o seu discurso, Francisco andou pelo corredor central e passou cumprimentando as pessoas que estavam lá. Os catequistas acolheram o Papa com grande entusiasmo, enquanto pediam a sua bênção e alguns davam-lhe presentes .

    Monsenhor Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, disse algumas palavras no início do encontro, onde disse que esta é "uma oportunidade para retomar com entusiasmo um caminho de compromisso comum".

    O Santo Padre começou lembrando que a catequese é um dos pilares da educação da fé, que não é um trabalho como outro qualquer, mas que deve ajudar as crianças, jovens e adultos a conhecer e amar cada vez mais ao Senhor, ou seja uma das aventuras educativas mais bonitas. Da mesma forma ressaltou que não é a mesma coisa "ser" catequista que "trabalhar" como catequista, já que catequista é uma vocação.

    Citando Bento XVI recordou que a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração e o que atrai é o testemunho. Dessa forma mencionou as palavras de São Francisco de Assis quando dizia "pregai sempre o Evangelho e se fosse necessário também com as palavras". "

    Ser catequista - disse o papa Francisco - requer amor, o amor cada vez mais forte por Cristo e amor pelo seu povo santo e este amor necessariamente vem de Cristo. E perguntou-lhes: o que significa este vir de Cristo para um catequista? E explicou: "assim como faziam os antigos jesuítas": em três pontos.

    Em primeiro lugar recomeçar a partir de Cristo significa ter familiaridade com Ele, e acrescenta que "se estamos unidos a Ele podemos dar fruto, e esta é a familiaridade com Cristo". E destacou assim que ter um "título de catequista" não serve, é somente um pequeno caminho, porque "não é um título, é uma atitude". Dessa forma, perguntou aos catequistas como estão na presença do Senhor, o que fazem e se se deixam olhar por Ele. Deixar-se olhar por Cristo, destacou o santo padre, é uma forma de rezar e "isso esquenta o coração, tem acesso ao fogo da amizade, faz sentir que Ele verdadeiramente me vê, está perto de mim e me ama".

    Também reconheceu que entende que não é simples", especialmente para aqueles que são casados ​​e têm filhos, é difícil encontrar um longo momento de calma. Mas, graças a Deus, não é necessário fazer tudo da mesma forma; na Igreja há diversidade de vocações e diversidade de formas espirituais; o importante é encontrar o modo mais adequado para estar com o Senhor; e isso é possível em todos os estados de vida".

    O segundo elemento foi esse: recomeçar de Cristo significa "imitá-lo no sair de si e ir ao encontro do outro". Uma experiência, explicou o Papa, um pouco paradoxal. Isto é "porque quem coloca no centro da própria vida a Cristo se descentraliza! Quanto mais você se une a Jesus e Ele se transforma no centro da sua vida, mais Ele faz com que você saia de si mesmo, se descentralize e se abra aos outros".

    Francisco explicou essa ideia dizendo que o coração do catequista vive sempre esse movimento de 'sístole - diástole': união com Jesus e encontro com os outros. E falou do kerygma , que é um dom que o catequista recebe e um dom que ele dá.

    E em terceiro lugar, "recomeçar a partir de Cristo significa não ter medo de ir com Ele para as periferias. Aqui, o papa falou sobre a história de Jonas, um homem piedoso, que quando o Senhor o chama para pregar em Nínive não se sente capaz, "Nínive está fora dos seus esquemas, está na periferia do seu mundo". Com este exemplo o papa disse para não ter medo de sair dos nossos esquemas para seguir a Cristo, "porque Deus não tem medo das periferias". E acrescentou que Deus é sempre fiel, não é fechado e nem rígido, vem ao nosso encontro, nos compreende. Também destacou a criatividade do catequista elemento chave do seu trabalho. "Se um catequista se deixa levar pelo medo, é um covarde; se um catequista está feliz por ser uma mera estátua de museu; se um catequista é rígido, torna-se seco e estéril" advertiu Francisco aos presentes. E do mesmo modo, recordou que "prefere uma Igreja acidentada do que uma Igreja doente". E nesse trabalho, "nossa beleza e nossa força" é que "se saímos para levar o Evagelho com amor Ele caminha conosco" e "vai na frente" sempre. O santo padre destacou que Deus sempre nos precede e que se temos medo de ir a uma periferia, na verdade Ele já está lá.

    Ao finalizar, o bispo de Roma agradeceu aos catequistas e convidou-lhes a permanecer com Cristo, ser uma só coisa com Ele, seguí-lo e imitá-lo.

    Tradução Thácio Siqueira


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    Os verdadeiros cristãos não evitam a Cruz, mas enfrentam as humilhações com alegria e paciência, disse o Pontífice 
    O santo padre na homilia de Santa Marta alerta também da "tentação do bem-estar espiritual" que impedem amar a Cristo com todo o nosso ser

    Por Redacao


    ROMA, 27 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Os cristãos dão uma boa prova de si quando "sabem enfrentar humilhações com alegria e paciência". Papa Francisco ressaltou este aspecto da vida de fé na missa celebrada na manhã desta sexta, 27, na Casa Santa Marta. O Papa alertou novamente para a "tentação do bem-estar espiritual", que pode nos impedir "de amar plenamente Jesus Cristo".

    Francisco desenvolveu seu pensamento a partir do Evangelho de Lucas, no trecho em que Jesus pergunta aos discípulos o que as pessoas falam Dele e o que eles próprios pensam, até a resposta de Pedro: "O Cristo de Deus". "Esta pergunta é dirigida também a nós", disse o Pontífice.

    "Foi o Espírito Santo que tocou o coração de Pedro para dizer quem é Jesus. Se é o Cristo, o Filho de Deus vivo, é um mistério... Quem o pode explicar? Se cada um de nós, na oração, disser ao Senhor: "Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo", Ele responderá "É verdade".

    "Jesus pede a Pedro que não revele sua resposta a ninguém e anuncia sua Paixão, morte e Ressurreição", disse o Papa, recordando a reação do chefe dos Apóstolos, descrita no Evangelho de São Mateus, que declara: "Isso não acontecerá jamais". "Pedro – comentou ainda o Papa – se assusta, se escandaliza, como tantos cristãos que dizem: "Isto nunca vai acontecer!". Este é o modo para "seguir Jesus, para conhecê-lo apenas até um certo ponto":
    "E esta é a tentação do bem-estar espiritual. Temos tudo: temos a Igreja, temos Jesus Cristo, os Sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um bom trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. Porque pelo menos temos que pensar isso, porque se pensar ao contrário é pecado! Mas não é o suficiente; com o bem-estar espiritual até um certo ponto. Como o jovem que era rico: ele queria ir com Jesus, mas até um certo ponto. Falta essa última unção do cristão, para ser um cristão realmente: a unção da cruz, a unção da humilhação. Ele se humilhou até à morte, morte de tudo. Esta é a pedra de comparação, a verificação da nossa realidade cristã: Eu sou um cristão de cultura do bem-estar? Eu sou um cristão que acompanha o Senhor até a cruz? O sinal é a capacidade de suportar as humilhações".

    O escândalo da Cruz, no entanto, continua a bloquear muitos cristãos. Todos - constata Papa Francisco - querem ressurgir, mas "nem todos" pretendem fazê-lo pelo caminho da Cruz. E, ainda mais, se queixam das injustiças ou afrontas sofridas, comportando-se ao contrário do que Jesus fez e pede para imitar:

    "A verificação se um cristão é um cristão realmente é a sua capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações, já que isso é algo que não gostamos... Há muitos cristãos que, olhando para o Senhor, pedem humilhações para se assemelhar a Ele. Esta é a escolha: o cristão do bem-estar - que vai para o Céu, certo de salvar-se! – ou o cristão próximo a Jesus, pela estrada de Jesus".

    (Fonte: Rádio Vaticana)


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    A Igreja não deve ser "privatizada": temos que rezar pela sua unidade 
    Audiência geral: papa Francisco nos convida a superar as divisões entre as comunidades cristãs

    Por Luca Marcolivio


    ROMA, 25 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - A Igreja Católica é verdadeiramente una. Com base neste conceito, expresso pelo credo e pelo catecismo, o papa Francisco articulou a sua catequese na audiência geral desta manhã, na Praça de São Pedro.

    Embora a Igreja seja composta por 3.000 dioceses espalhadas pelo mundo inteiro e por "muitas línguas" e "muitas culturas", a sua unidade é uma grande certeza. Referindo-se ao catecismo (nº 161), o Santo Padre recordou que "a unidade na fé, na esperança, na caridade, a unidade nos sacramentos, no ministério, é como os pilares que sustentam e mantêm unido o único grande edifício da Igreja".

    Mesmo "na menor paróquia do canto mais distante da Terra, a Igreja é una", é "uma só para todos". A Igreja é uma família cujos membros "podem estar dispersos por todo mundo", mas "fortes laços" os mantêm "firmes, seja qual for a distância".

    Um exemplo desses laços universais foi a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro: "Naquela vasta multidão de jovens na praia de Copacabana, ouviam-se falar muitas línguas, viam-se traços muito diferentes uns dos outros, encontravam-se culturas diversas, mas havia uma profunda unidade", recordou o papa.

    Diante de uma situação como esta, o católico pode viver plenamente a unidade ou ser indiferente, fechado em si mesmo ou no seu "pequeno grupo": é a atitude daqueles que "privatizam" a Igreja para o seu próprio grupo ou para os "seus amigos".

    Mesmo havendo no mundo cristãos que estão sofrendo, ainda há quem fique indiferente. Deveria ser, porém, "como se alguém da família estivesse sofrendo". Por isso, é importante orar "pelos outros", "olhar para fora da própria redoma, sentir-se Igreja, uma família de Deus".

    Infelizmente, até mesmo dentro da família eclesial surgem "incompreensões, conflitos, tensões, divisões que a ferem. A Igreja não tem, assim, o rosto que gostaríamos, não mostra o amor que Deus quer", disse o papa.

    As "dilacerações" no seio da Igreja são sempre obra do homem, e envolvem, por exemplo, as divisões entre "católicos, protestantes, ortodoxos".

    Essas incompreensões devem ser superadas, porque "Deus nos dá a unidade", mesmo que "achemos difícil vivê-la". É essencial viver a unidade da Igreja na comunhão, "começando pela família, pelas realidades eclesiais, no diálogo ecumênico", sugeriu o papa.

    Francisco citou São Paulo: "um só corpo, o de Cristo, que recebemos na Eucaristia; um só Espírito, o Espírito Santo, que anima e recria continuamente a Igreja; uma só esperança, a vida eterna; e uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos" (Ef 4-6).
    Todo cristão deve perguntar a si mesmo: "Eu faço crescer a unidade na família, na paróquia, na comunidade? Ou sou motivo de divisão, de desconforto? [...] Eu tenho a humildade de cuidar com paciência, com sacrifício, das feridas na comunhão?".

    O verdadeiro "motor" da unidade da Igreja é, no entanto, o Espírito Santo. "A nossa unidade não é primariamente resultado do nosso consenso", nem do "nosso esforço para estar de acordo com os outros, mas vem dele, que faz a unidade na diversidade, porque o Espírito Santo é harmonia".

    Francisco terminou a catequese recomendando aos fiéis ser "homens e mulheres de comunhão" e de "unidade na oração". E levantou ao céu a seguinte oração: "Peçamos ao Senhor que nos conceda ser cada vez mais unidos, para nunca mais sermos instrumentos de divisão; que nos esforcemos, como diz a bela oração franciscana, para levar o amor onde houver ódio, o perdão onde houver ofensa, a união onde houver discórdia".


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    Santo Padre: "É triste ver uma Igreja «privatizada» por pequenos grupos' 
    Chamadas de atenção na catequese semanal. Convida a rezar pelos cristãos perseguidos. Texto completo


    ROMA, 25 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

    No "Credo" nós dizemos "Creio na Igreja, una", professamos, isso é, que a Igreja é única e esta Igreja é em si mesma unidade. Mas se olhamos para a Igreja Católica no mundo descobrimos que essa compreende quase 3000 dioceses espalhadas em todos os Continentes: tantas línguas, tantas culturas! Aqui há tantos bispos de tantas culturas diferentes, de tantos países. Há o bispo de Sri Lanka, o bispo do Sul da África, um bispo da Índia, há tantos aqui… Bispos da América Latina. A Igreja está espalhada em todo o mundo! No entanto, as milhares de comunidades católicas formam uma unidade. Como pode acontecer isto?

    1. Uma resposta sintética encontramos no Catecismo da Igreja Católica, que afirma: a Igreja Católica espalhada no mundo "tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança, a própria caridade" (n. 161). É uma bela definição, clara, orienta-nos bem. Unidade na fé, na esperança, na caridade, na unidade nos Sacramentos, no Ministério: são como pilastras que sustentam e têm juntos o único grande edifício da Igreja. Aonde quer que vamos, mesmo na menor paróquia, na esquina mais perdida desta terra, há a única Igreja; nós estamos em casa, estamos em família, estamos entre irmãos e irmãs. E este é um grande dom de Deus! A Igreja é uma só para todos. Não há uma Igreja para os europeus, uma para os africanos, uma para os americanos, uma para os asiáticos, uma para os que vivem na Oceania, não, é a mesma em qualquer lugar. É como em uma família: se pode estar distante, espalhado pelo mundo, mas as ligações profundas que unem todos os membros da família permanecem firmes qualquer que seja a distância. Penso, por exemplo, na experiência da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro: naquela vasta multidão de jovens na praia de Copacabana, ouvia-se falar tantas línguas, viam-se traços da face muito diversificada deles, encontravam-se culturas diferentes, no entanto havia uma profunda unidade, se formava a única Igreja, estava-se unido e se sentia isso. Perguntemo-nos todos: eu, como católico, sinto esta unidade? Eu como católico vivo esta unidade da Igreja? Ou não me interessa, porque estou fechado no meu pequeno grupo ou em mim mesmo? Sou daqueles que "privatizam" a Igreja pelo próprio grupo, a própria nação, os próprios amigos? É triste encontrar uma Igreja "privatizada" pelo egoísmo e pela falta de fé. É triste! Quando ouço que tantos cristãos no mundo sofrem, sou indiferente ou é como se sofresse um da minha família? Quando penso ou ouço dizer que tantos cristãos são perseguidos e dão mesmo a própria vida pela própria fé, isto toca o meu coração ou não chega até mim? Sou aberto àquele irmão ou àquela irmã da minha família que está dando a vida por Jesus Cristo? Rezamos uns pelos outros? Faço uma pergunta a vocês, mas não respondam em voz alta, somente no coração: quantos de vocês rezam pelos cristãos que são perseguidos? Quantos? Cada um responda no coração. Eu rezo por aquele irmão, por aquela irmã que está em dificuldade, para confessar ou defender a sua fé? É importante olhar para fora do próprio recinto, sentir-se Igreja, única família de Deus!

    2. Demos um outro passo e perguntemo-nos: há feridas a esta unidade? Podemos ferir esta unidade? Infelizmente, nós vemos que no caminho da história, mesmo agora, nem sempre vivemos a unidade. Às vezes surgem incompreensões, conflitos, tensões, divisões, que a ferem, e então a Igreja não tem a face que queremos, não manifesta a caridade, aquilo que Deus quer. Somos nós que criamos lacerações! E se olhamos para as divisões que ainda existem entre os cristãos, católicos, ortodoxos, protestantes… sentimos o esforço de tornar plenamente visível esta unidade. Deus nos doa a unidade, mas nós mesmos façamos esforço para vivê-la. É preciso procurar, construir a comunhão, educar-nos à comunhão, a superar incompreensões e divisões, começando pela família, pela realidade eclesial, no diálogo ecumênico também. O nosso mundo precisa de unidade, está em uma época na qual todos temos necessidade de unidade, precisamos de reconciliação, de comunhão e a Igreja é Casa de comunhão. São Paulo dizia aos cristãos de Éfeso: "Exorto-vos, pois – prisioneiro que sou pela causa do Senhor – que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade. Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (4, 1-3). Humildade, doçura, magnanimidade, amor para conservar a unidade! Estes, estes são os caminhos, os verdadeiros caminhos da Igreja. Ouçamos uma vez mais. Humildade contra a vaidade, contra a soberba, humildade, doçura, magnanimidade, amor para conservar a unidade. E continuava Paulo: um só corpo, aquele de Cristo que recebemos na Eucaristia; um só Espírito, o Espírito Santo que anima e continuamente recria a Igreja; uma só esperança, a vida eterna; uma só fé, um só Batismo, um só Deus, Pai de todos (cfr vv. 4-6). A riqueza daquilo que nos une! E esta é uma verdadeira riqueza: aquilo que nos une, não aquilo que nos divide. Esta é a riqueza da Igreja! Cada um se pergunte: faço crescer a unidade em família, na paróquia, na comunidade, ou sou um fofoqueiro, uma fofoqueira. Sou motivo de divisão, de desconforto? Mas vocês não sabem o mal que fazem à Igreja, às paróquias, às comunidades, as fofocas! Fazem mal! As fofocas ferem. Um cristão antes de fofocar deve morder a língua! Sim ou não? Morder a língua: isto nos fará bem, para que a língua inche e não possa falar e não possa fofocar. Tenho a humildade de reconstruir com paciência, com sacrifício, as feridas da comunhão?

    3. Enfim, o último passo mais em profundidade. E esta é uma bela pergunta: quem é o motor desta unidade da Igreja? É o Espírito Santo que todos nós recebemos no Batismo e também no Sacramento da Crisma. É o Espírito Santo. A nossa unidade não é primeiramente fruto do nosso consenso, ou da democracia dentro da Igreja, ou do nosso esforço de concordar, mas vem Dele que faz a unidade na diversidade, porque o Espírito Santo é harmonia, sempre faz a harmonia na Igreja. É uma unidade harmônica em tanta diversidade de culturas, de línguas e de pensamentos. É o Espírito Santo o motor. Por isto é importante a oração, que é a alma do nosso compromisso de homens e mulheres de comunhão, de unidade. A oração ao Espírito Santo, para que venha e faça a unidade na Igreja.

    Peçamos ao Senhor: Senhor, dai-nos sermos sempre mais unidos, não sermos nunca instrumentos de divisão; faz com que nos empenhemos, como diz uma bela oração franciscana, a levar o amor onde há o ódio, a levar o perdão onde há ofensa, a levar a união onde há a discórdia. Assim seja.

    Fonte: Canção Nova/Tradução: Jéssica Marçal


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    O Papa Francisco está muito além de qualquer clichê ideológico 
    Entrevista com o cardeal Cipriani: o Santo Padre está fazendo um grande esforço, para elevar, para unir na Igreja e deixar de lado discussões anacrônicas

    Por Sergio Mora


    ROMA, 25 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - O cardeal-arcebispo do Peru, Juan Luis Cipriani foi recebido nesta segunda-feira, 23, pelo Papa Francisco no Palácio Apostólico localizado no Vaticano. Uma conversa de uma hora, na qual trataram temas pastorais do Peru e não somente.

    O arcebispo de Lima presenteou duas relíquias, uma de santa Rosa e outra de São Marinho de Porres, porque logo depois de ser eleito papa, Francisco disse a Cipriani: 'Não se esqueça de orar por mim à Santa Rosa' e depois, 'encomende-me ao mulatinho da vassoura'.

    Recordou a importância dos movimentos, porque fazem muito bem para a Igreja, e disse que o Santo Padre está fazendo um grande esforço, por elevação, para unir a igreja e deixar para trás discussões anacrônicas. Porque considerou que Francisco está fora clichês ideológicos, e isso encontra certa resistência na dinâmica das informações.

    ZENIT: Eminência, como nasce a ideia desta viagem para encontrar o Santo Padre

    - Cardeal Cipriani : No Rio de Janeiro quando estive na Jornada Mundial da Juventude, o Papa, ao cumprimentar-me de modo coloquial me disse: "Finalmente te vejo". Por ordem de antiguidade nos correspondia sentar perto do Papa, estava o cardeal Humes e depois eu.

    ZENIT: Como é a sua relação com o papa?

    - Cardeal Cipriani: Com o papa Francisco existe uma relação normal de confiança. Depois do conclave o tempo passou muito rápido porque no dia 3 de Julho eu comemorava 25 anos de ordenação como bispo e tive celebrações e coisas que me mantiveram ocupado. Duas semanas atrás, conversando com o cardeal Francisco Errazuríz, comentei que eu iria visitar o Papa e lhe perguntei se tinha os telefones. E ele me deu os números, fax e e-mail , eu escrevi e em dois dias me responderam dizendo que hoje, 22, me receberia. Foi uma resposta imediata.

    ZENIT: Como foi a reunião e como você foi recebido?

    - Cardeal Cipriani: Me recebeu hoje, com o carinho de sempre, um longo abraço porque sempre nos cumprimentamos assim, a audiência no Palácio Apostólico durou uma hora, falamos em uma atmosfera de amizade e confiança, como sempre o fizemos .

    ZENIT: Como você o encontrou ?

    - Cardeal Cipriani: Com uma alegria e um entusiasmo contagiante. Entramos em muitas questões, eu lhe trouxe uma relíquia de Santa Rosa de Lima e outra de São Martinho de Porres. E também a fotografia de ambos. 'Gosto muito de ler a vida dos santos, te agradeço', me disse. E eu trouxe isso porque recém-eleito papa, Francisco me pediu: 'Não se esqueça de rezar por mim à Santa Rosa de Lima' e no dia seguinte quando o cumprimentei pela segunda vez me recomendou: 'Encomende-me ao mulatinho da vassoura', porque São Martinho é chamado assim. Estas relíquias em um pequeno quadro.

    ZENIT: Vocês dois entraram no sacerdócio com idade mais adulta não é?

    - Cardeal Cipriani : Sim, Bergoglio era químico e eu engenheiro, e os dois temos confiança para falar de forma espontânea. Eu acho que é parte dessa graça de Deus, pela qual Francisco tem uma facilidade para comunicar-se e essa centelha portenha, que diz rapidamente muitas coisas. Passamos um momento muito agradável. Perguntou-me sobre o seminário, sobre as vocações sacerdotais. Comentei-lhe que temos umas 70 capelas do Santíssimo Sacramento ao lado das paróquias, dessa forma pode estar exposto e evitamos o perigo de roubo. E o Papa me insistiu: "É que Jesus sempre nos espera, nos olha sempre com carinho" e acrescenta "é que isso funciona". Comentei-lhe sobre o aumento das confissões e que muita gente se sente como se estivesse em um ambiente novo, eu o vejo. E me disse: "Isso é de Deus, não é meu, é do Espírito Santo". E também que vejo mais assistência à missa, ou a facilidade para conversar, com um taxista, ou no bar. O papa é um tema que no ambiente popular tem sido acolhido com enorme simpatia e como um 'vale a pena'.

    ZENIT: Em algum momento falaram do Opus Dei?

    - Cardeal Cipriani: Ao comentar as novidades, em voz alta o Papa comentou: 'Você pode imaginar uma Igreja sem todos esses movimentos, sem o Opus Deis, sem Comunhão e Libertação e todos os outros. Não consigo imaginar, porque fazem muito bem à Igreja".

    ZENIT: Às vezes, porém, as palavras do Papa são tomadas fora de contexto, certo?

    - Cardeal Cipriani : O Santo Padre tem um frescor e facilidade para explicar as coisas que está muito distante de poder ser classificado por grupo de esquerda ou de direita, ou de centro, de conservadores ou de progressistas. Existe sim um interesse em certos grupos de querer classificar e apropriar-se e orientar o que ele fala, mas não vão silenciar o Papa com esta ameaça, e isso é o que está acontecendo com as suas entrevistas e opiniões.

    Se lermos as suas palavras e homilias, como aos jovens na JMJ no Rio de Janeiro, vemos que o Santo Padre tem uma profundíssima intimidade com Cristo, de onde nasce este vulcão de entusiasmo que às vezes ao expressar-se pode levar as pessoas a pensar 'olha, o papa não tem interesse por tal coisa' ou 'atacou não sei quem'. Nada disso está nessa bondade ou simplicidade do Papa Francisco. E o santo padre está fazendo um esforço muito grande, por elevação, para unir na Igreja e deixar discussões anacrônicas sobre o concílio, sobre o progressismo ou o conservadorismo. Um esforço que encontra certa resistência na dinâmica normal das notícias.

    ZENIT: Muito por acima ?

    - Cardeal Cipriani: Como podemos falar de um papa progressista e discutido, quando a força de seus ensinamentos está nas longas horas que passa em oração diante do Santíssimo Sacramento. E como podemos falar de um conservador quando é um homem austero e simples nas suas formas e as manteve. Está além dos clichês ideológicos.

    Traduzido do original espanhol por Thácio Siqueira


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    O Santo Padre Francisco: um sim à vida, à família e ao matrimônio 
    Reflexão sobre a entrevista do Papa Francisco concedida à "La Civiltà Cattolica"

    Por Padre Jorge Lutz


    RIO DE JANEIRO, 24 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - No dia 19 de Setembro, 16 revistas jesuítas no mundo todo publicaram uma nova e extensa entrevista com o Santo Padre Francisco, feita pelo Pe. Antonio Spadaro, SJ, diretor da revista La Civiltà Cattolica ─ uma publicação jesuíta que é revisada pela Secretaria de Estado do Vaticano – que foi publicada em espanhol e foi apresentada pela revista "Razón y Fe".

    O Santo Padre Francisco nos fala dele, de porque se tornou Jesuíta e do que significa para um jesuíta ser Papa. Na entrevista nos fala também da vida na Companhia de Jesus, sua espiritualidade e missão, e de "como a Companhia deve ter sempre diante de si a procura da glória de Deus sempre maior". Com muito carinho nos fala do Povo Santo de Deus e diz que "a imagem da Igreja de que gosto é a do povo santo e fiel de Deus". Também aborda temas da sua experiência de governo, da importância de "sentir com a Igreja", da importância da mulher, da doutrina moral da Igreja e das realidades mais interiores e profundas do ser humano. O Papa compartilha como reza e quanto é importante ter esperança na vida.

    Infelizmente o conteúdo desta entrevista tem sido manipulado por diferentes meios de comunicação, apresentando o Santo Padre, como alguém que está contra da luta pela vida, e pró-família, concretamente em temas como o aborto e a homossexualidade e o papel da mulher na Igreja. Os comentários do Santo Padre aparecem especialmente dentro do parágrafo: "Igreja, hospital de campanha?" Onde o Santo Padre, longe de justificar estas ideologias contra a vida e a família, tenta nos alentar a entender quão importante é hoje "curar as feridas", aproximando-nos das pessoas com verdadeira misericórdia.

    Diante da pergunta de como devem ser as pastorais com os homossexuais e da segunda união, o Papa Francisco diz que "temos que anunciar o Evangelho em todas as partes, pregando a Boa Notícia do Reino e curando, também com a nossa pregação, todo tipo de ferida e qualquer doença. Em Buenos Aires, disse, recebeu cartas de pessoas homossexuais que são verdadeiros feridos sociais, porque me dizem que sentem que a Igreja sempre os condenou. Mas a Igreja não pode fazer isso. Durante o vôo em que retornava do Rio, disse que se uma pessoa homossexual tem boa vontade e procura Deus, quem sou eu para julgá-la? Ao dizer isto eu disse o que diz o Catecismo. A religião tem direito de expressar suas próprias opiniões a serviço das pessoas, mas Deus na criação nos fez livres, não é possível uma ingerência espiritual na vida pessoal". Aqui quando o Papa se refere à vida pessoal, se refere a todo ser humano e seu interior, e em nenhum momento fala de pessoas homossexuais ou lésbicas como diz a mídia de forma tendenciosa.

    O Papa lembrou também que "uma vez, uma pessoa, para me provocar, perguntou- me se eu aprovava a homossexualidade. Eu então respondi para ela com outra pergunta: 'Diga-me se Deus, quando olha para uma pessoa homossexual, aprova sua existência com afeto ou a rejeita e a condena? ' Há que se ter sempre em consideração a pessoa. Aqui entramos no Mistério do ser humano. Nesta vida Deus acompanha as pessoas e é nosso dever acompanhá-las a partir de sua condição. Há que se acompanhar com misericórdia. Quando acontece assim, o Espírito Santo inspira ao sacerdote as palavras oportunas"

    O Santo Padre também falou "que esta é a grandeza da confissão, que avalia cada caso, onde se pode discernir o que é o melhor para uma pessoa que busca a Deus e sua graça. O confessionário não é um lugar de tortura, e sim aquele lugar da misericórdia em que o Senhor nos conduz para fazer o melhor que possamos. Estou pensando na situação de uma mulher que tem o peso do fracasso matrimonial em que aconteceu também um aborto. Depois disso a mulher casou-se novamente e agora vive em paz com cinco filhos. O aborto pesa-lhe enormemente e ela está sinceramente arrependida. Gostaria de retomar a vida cristã. O que faz o confessor?" Isto para nada é justificar o aborto, ir contra o matrimônio ou favorecer o divorcio.

    O Papa Francisco afirma também que "não podemos seguir insistindo só em questões referentes ao aborto, ao matrimônio homossexual e ao uso de anticoncepcionais. É impossível. Eu já falei muito destas coisas e recebi reclamações, mais ao falar destas coisas tem-se que se falar no seu contexto. Além do mais já conhecemos a opinião da Igreja e Eu sou filho da Igreja, e não é necessário estar falando destas coisas sem parar... O anúncio missionário concentra-se no essencial, no que é necessário, que por outra parte é o que mais apaixona e atrai e faz arder o coração... a proposta evangélica deve ser mais simples, mais profunda e irradiante. Só desta proposta depois surgem as conseqüências morais". Os meios de comunicação têm informado de forma ambígua e mal intencionada que o Papa critica uma obsessão da Igreja nestes temas, mais o que o Papa Francisco tem feito é simplesmente com abertura, simplicidade e de forma direta e humilde deixar clara a doutrina da Igreja, que brota da pregação do Amor e da Misericórdia de Cristo e que devem se expressar numa autêntica pastoral para nossa época.

    Todo este tema do Aborto se esclarece ainda mais com a firme postura do Santo Padre frente a cultura do descartável, que busca a eliminação dos seres humanos mais fracos. No discurso que fez aos ginecologistas católicos participantes do encontro promovido pela Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos, pronunciado em 20 de Setembro deste ano, o Papa disse que "nossa resposta a esta mentalidade é um SIM decidido e sem vacilações à vida, que sempre é sagrada é inviolável". Este discurso tem ainda muita importância, diante da manipulação que alguns meios de comunicação seculares estão fazendo da entrevista do Santo Padre.

    O Papa Francisco toca outros temas apaixonantes em sua entrevista. Para iluminar mais a nossa formação e não deixar que a mídia secular nos manipule, acho adequado abordar o tema da mulher. Longe de toda ideologização e com muita clareza no tema sobre a mulher e sua função e missão na Igreja, nos diz o Papa que "é necessário ampliar os espaços de uma presença feminina mais incisiva na Igreja... As mulheres têm colocado perguntas profundas que devem ser tratadas. A Igreja não pode ser ela própria sem a mulher e o seu papel. A mulher, para Igreja, é imprescindível. Maria, uma mulher, é mais importante que os bispos. Digo isto, porque não se deve confundir a função com a dignidade. É necessário aprofundar melhor a figura da mulher na Igreja. É preciso trabalhar mais para fazer uma teologia profunda da mulher. Só realizando esta etapa se poderá refletir melhor sobre a função da mulher no interior da Igreja. O gênio feminino é necessário nos lugares em que se tomam as decisões importantes. O desafio hoje é exatamente esse: refletir sobre o lugar específico da mulher".

    É o Santo Padre quem nos desafia e nos diz na entrevista: "Sonho com uma Igreja Mãe e Pastora... Em vez de ser apenas uma Igreja que acolhe e recebe, tendo as portas abertas, procuramos mesmo ser uma Igreja que encontra novos caminhos, que é capaz de sair de si mesma e ir ao encontro de quem não a frequenta; de quem a abandonou ou lhe é indiferente... Mas é necessário audácia, coragem".

    Façamos a nossa parte e, como o Papa Francisco diz, trabalhemos por "procurar e encontrar Deus em todas as coisas... Devemos caminhar juntos: o povo, os Bispos e o Papa.


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    O que o Papa Francisco realmente falou sobre o aborto e a homossexualidade e que não se encontra na grande Mídia 
    Trecho da entrevista que o Papa Francisco concedeu à Civilta Cattolica, publicado pelas revistas dos Jesuítas semana passada.

    Por Thácio Lincon Soares de Siqueira


    BRASíLIA, 23 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Depois de uma semana de distorções das palavras do Papa Francisco na grande mídia, merecendo os mais disparates comentários e reflexões, parece ser que já chegou a hora de ler o que realmente o Papa Francisco falou sobre os temas "homossexualidade e aborto" na entrevista que concedeu ao Pe. Antonio Spadaro, SJ, diretor da revista Civilta Cattolica, semana passada.

    Para o leitor atento, não deixou de surpreender que em uma entrevista de 6 horas de duração, com 27 páginas, com quase 11 mil palavras, somente 67 palavras do Papa tenham sido tomadas pela imprensa internacional, tiradas totalmente do seu contexto, e causado certo desconforto e desconfiança com relação ao Pontífice.

    Já sabemos que não é de hoje que isso acontece com as palavras de um Papa, porém, fica difícil, com essa prática jornalística tendenciosa, saber o que realmente o Santo Padre disse ou não disse.

    Fazer, por si mesmo, uma leitura pausada, se possível em voz alta, e sublinhando as partes essenciais desse trecho abaixo da entrevista - se possível ler toda a entrevista - parece ser um exercício um tanto quanto necessário nesse momento. Assim fazendo, poder-se-á notar a infinita distância entre o que o Papa disse e o que dizem que ele disse.

    O texto completo da entrevista encontra-se oficialmente nas revistas dos jesuítas. Em português pode ser lido clicando aqui.

    ***

    A Igreja? Um hospital de campanha...

    O Papa Bento XVI, ao anunciar a sua renúncia ao Pontificado, retratou o mundo de hoje como sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, que requerem vigor, seja do corpo, seja da alma. Pergunto ao Papa, também à luz daquilo que acabou de me dizer: «De que é que a Igreja tem maior necessidade neste momento histórico? São necessárias reformas? Quais são os seus desejos para a Igreja dos próximos anos? Que Igreja "sonha"?»

    O Papa Francisco, tomando o incipit da minha pergunta, começa por dizer: «O Papa Bento teve um acto de santidade, de grandeza, de humildade. É um homem de Deus», demonstrando um grande afecto e uma enorme estima pelo seu predecessor.

    «Vejo com clareza — continua — que aquilo de que a Igreja mais precisa hoje é a capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis, a proximidade. Vejo a Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha. É inútil perguntar a um ferido grave se tem o colesterol ou o açúcar altos. Devem curar-se as suas feridas. Depois podemos falar de tudo o resto. Curar as feridas, curar as feridas... E é necessário começar de baixo».

    A Igreja por vezes encerrou-se em pequenas coisas, em pequenos preceitos. O mais importante, no entanto, é o primeiro anúncio: "Jesus Cristo salvou-te". E os ministros da Igreja devem ser, acima de tudo, ministros de misericórdia. O confessor, por exemplo, corre sempre o risco de ser ou demasiado rigorista ou demasiado laxista. Nenhum dos dois é misericordioso, porque nenhum dos dois toma verdadeiramente a seu cargo a pessoa. O rigorista lava as mãos porque remete-o para o mandamento. O laxista lava as mãos dizendo simplesmente "isto não é pecado" ou coisas semelhantes. As pessoas têm de ser acompanhadas, as feridas têm de ser curadas».

    «Como estamos a tratar o povo de Deus? Sonho com uma Igreja Mãe e Pastora. Os ministros da Igreja devem ser misericordiosos, tomar a seu cargo as pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano que lava, limpa, levanta o seu próximo. Isto é Evangelho puro. Deus é maior que o pecado. As reformas organizativas e estruturais são secundárias, isto é, vêm depois. A primeira reforma deve ser a da atitude. Os ministros do Evangelho devem ser capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de saber dialogar e mesmo de descer às suas noites, na sua escuridão, sem perder-se. O povo de Deus quer pastores e não funcionários ou clérigos de Estado. Os bispos, em particular, devem ser capazes de suportar com paciência os passos de Deus no seu povo, de tal modo que ninguém fique para trás, mas também para acompanhar o rebanho que tem o faro para encontrar novos caminhos».

    «Em vez de ser apenas uma Igreja que acolhe e recebe, tendo as portas abertas, procuramos mesmo ser uma Igreja que encontra novos caminhos, que é capaz de sair de si mesma e ir ao encontro de quem não a frequenta, de quem a abandonou ou lhe é indiferente. Quem a abandonou fê-lo, por vezes, por razões que, se forem bem compreendidas e avaliadas, podem levar a um regresso. Mas é necessário audácia, coragem».

    Reflicto naquilo que o Papa está a dizer e refiro o facto que existem cristãos que vivem em situações não regulares para a Igreja ou, de qualquer modo, em situações complexas, cristãos que, de um modo ou de outro, vivem feridas abertas. Penso nos divorciados recasados, casais homossexuais, outras situações difíceis. Como fazer uma pastoral missionária nestes casos? Em que insistir? O Papa faz sinal de ter compreendido o que pretendo dizer e responde.

    «Devemos anunciar o Evangelho em todos os caminhos, pregando a boa nova do Reino e curando, também com a nossa pregação, todo o tipo de doença e de ferida. Em Buenos Aires recebia cartas de pessoas homossexuais, que são "feridos sociais", porque me dizem que sentem como a Igreja sempre os condenou. Mas a Igreja não quer fazer isto. Durante o voo de regresso do Rio de Janeiro disse que se uma pessoa homossexual é de boa vontade e está à procura de Deus, eu não sou ninguém para julgá-la. Dizendo isso, eu disse aquilo que diz o Catecismo. A religião tem o direito de exprimir a própria opinião para serviço das pessoas, mas Deus, na criação, tornou-nos livres: a ingerência espiritual na vida pessoal não é possível. Uma vez uma pessoa, de modo provocatório, perguntou-me se aprovava a homossexualidade. Eu, então, respondi-lhe com uma outra pergunta: "Diz-me: Deus, quando olha para uma pessoa homossexual, aprova a sua existência com afecto ou rejeita-a, condenando-a?" É necessário sempre considerar a pessoa. Aqui entramos no mistério do homem. Na vida, Deus acompanha as pessoas e nós devemos acompanhá-las a partir da sua condição. É preciso acompanhar com misericórdia. Quando isto acontece, o Espírito Santo inspira o sacerdote a dizer a coisa mais apropriada».

    «Esta é também a grandeza da confissão: o facto de avaliar caso a caso e de poder discernir qual é a melhor coisa a fazer por uma pessoa que procura Deus e a sua graça. O confessionário não é uma sala de tortura, mas lugar de misericórdia, no qual o Senhor nos estimula a fazer o melhor que pudermos. Penso também na situação de uma mulher que carregou consigo um matrimónio fracassado, no qual chegou a abortar. Depois esta mulher voltou a casar e agora está serena, com cinco filhos. O aborto pesa-lhe muito e está sinceramente arrependida. Gostaria de avançar na vida cristã. O que faz o confessor?»

    «Não podemos insistir somente sobre questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual e uso dos métodos contraceptivos. Isto não é possível. Eu não falei muito destas coisas e censuraram-me por isso. Mas quando se fala disto, é necessário falar num contexto. De resto, o parecer da Igreja é conhecido e eu sou filho da Igreja, mas não é necessário falar disso continuamente».

    «Os ensinamentos, tanto dogmáticos como morais, não são todos equivalentes. Uma pastoral missionária não está obcecada pela transmissão desarticulada de uma multiplicidade de doutrinas a impor insistentemente. O anúncio de carácter missionário concentra-se no essencial, no necessário, que é também aquilo que mais apaixona e atrai, aquilo que faz arder o coração, como aos discípulos de Emaús. Devemos, pois, encontrar um novo equilíbrio; de outro modo, mesmo o edifício moral da Igreja corre o risco de cair como um castelo de cartas, de perder a frescura e o perfume do Evangelho. A proposta evangélica deve ser mais simples, profunda, irradiante. É desta proposta que vêm depois as consequências morais».

    «Digo isto também pensando na pregação e nos conteúdos da nossa pregação. Uma bela homilia, uma verdadeira homilia, deve começar com o primeiro anúncio, com o anúncio da salvação. Não há nada de mais sólido, profundo e seguro do que este anúncio. Depois deve fazer-se uma catequese. Assim, pode tirar-se também uma consequência moral. Mas o anúncio do amor salvífico de Deus precede a obrigação moral e religiosa. Hoje, por vezes, parece que prevalece a ordem inversa. A homilia é a pedra de comparação para calibrar a proximidade e a capacidade de encontro de um pastor com o seu povo, porque quem prega deve reconhecer o coração da sua comunidade para procurar onde está vivo e ardente o desejo de Deus. A mensagem evangélica não pode limitar-se, portanto, apenas a alguns dos seus aspectos, que, mesmo importantes, sozinhos não manifestam o coração do ensinamento de Jesus.» 


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    A visita do Papa Francisco ao Santuário de Nossa Senhora de Bonária em Cagliari na Sardenha 
    O Pontifice encontrou-se com os trabalhadores, com os pobres, com o mundo da cultura e com os jovens. Celebrou a Santa Missa e rezou o Angelus


    ROMA, 23 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Neste domingo, 22 de setembro, o Papa Francisco visitou a Diocese de Cagliari na ilha italiana da Sardenha, uma região eclesiástica com 622 paróquias e 1048 sacerdotes ao seu serviço entre clero secular e regular. Ainda prestam aí serviço 93 diáconos permanentes. Cagliari é uma diocese que remonta aos inícios do cristianismo tendo começado a receber a mensagem evangélica nos inícios do século III quando, durante as perseguições aos cristãos, estes eram enviados para o exilio naquela ilha.

    O Santo Padre comunicou sua intenção de ir a Cagliari na Audiência Geral do dia 15 de Maio em que explicou a relação de fraternidade entre aquele Santuário de Bonária e a sua cidade de Buenos Aires que deste tomou o nome ao momento da fundação da cidade. Antes do Papa Francisco outros três Pontífices visitaram a Sardenha e o Santuário de Bonária: Paulo VI em 1970, João Paulo II em 1985 e Bento XVI em 2008.

    Na manhã do dia 22 de setembro o Papa Francisco chegou ao aeroporto "Mario Mameli" por volta das 8.15h e encontrou-se primeiramente com os trabalhadores que o aguardavam no Largo Carlo Felice de Cagliari.

    Encontro com os trabalhadores

    Aos desempregados, precários, trabalhadores que vivem com o seguro-desemprego, uma das categorias que mais sofre com a crise europeia, o Papa encorajou: "não deixem roubar a esperança!"

    "É uma realidade que conheço bem pela experiência que tive na Argentina", disse o Papa, que narrou a migração de seu pai, que foi para a Argentina com a ilusão de "fazer a América" e sofreu a terrível crise dos anos 30. Conheço isso muito bem! Ma devo dizer-lhes: "Coragem!". Para que não seja uma palavra de circunstância, Francisco pediu solidariedade e inteligência para enfrentar este "desafio histórico".

    "A falta de emprego é um sofrimento que leva – desculpem-se se sou um pouco forte, mas é a verdade – a sentir-se sem dignidade! Onde não há trabalho, não há dignidade! E este não é um problema só da Sardenha, só da Itália ou de alguns países da Europa, é a consequência de uma escolha mundial, de um sistema econômico que leva a esta tragédia; um sistema econômico que tem no centro um ídolo, que se chama dinheiro."

    Deus, explicou o Pontífice, quis que no centro no mundo não estivesse um ídolo, mas o homem e a mulher, que levam avante, com o próprio trabalho, o mundo. "Trabalho significa dignidade, trabalho significa levar o pão para casa, trabalho significa amar!"

    Homilia

    Após seu encontro com os trabalhadores, o Papa Francisco celebrou a Santa Missa na praça diante do Santuário de Nossa Senhora de Bonária.

    Em sua homilia o Papa repetiu varias vezes: "Maria, doe-nos o seu olhar". Diante de milhares de fiéis, o Pontífice notou que em Cagliari, como em toda a Sardenha, não faltam dificuldades, problemas e preocupações: de modo especial, o Papa citou o desemprego e a situação de precariedade de muitos trabalhadores e, portanto, a incerteza do futuro.

    Diante dessas situações de pobreza que a ilha enfrenta, o Pontífice garantiu sua solidariedade e sua oração, ao mesmo tempo em que pediu o empenho das instituições – inclusive da Igreja – para garantir às pessoas e às famílias os direitos fundamentais.

    "Vim em meio a vocês para colocar-me aos pés de Nossa Senhora que nos doa o seu Filho", assim como fizeram e fazem gerações de sardos, muitos dos quais foram obrigados a emigrar em busca de um trabalho e de um futuro para si e para sua família.

    "Vim em meio a vocês, ou melhor, viemos todos juntos para encontrar o olhar de Maria, porque nele está refletido o olhar do Pai, que a fez Mãe de Deus, e o olhar do Filho da cruz, que a fez nossa Mãe. E com aquele olhar hoje Maria nos olha. Precisamos do seu olhar de ternura, do seu olhar materno que nos conhece melhor do que ninguém, do seu olhar repleto de compaixão e cuidado. Maria, doe-nos o seu olhar", repetiu várias vezes o Santo Padre, porque este olhar nos leva a Deus, que jamais nos abandona.

    No final da comunhão, Francisco pronunciou o ato de consagração diante da imagem de Nossa Senhora, depositando uma coroa de flores.

    E antes da oração do Angelus, agradeceu a todos os que colaboraram para organizar esta visita, confiando-os à proteção de Nossa Senhora de Bonária.

    Angelus

    No final da Eucaristia o Papa Francisco recitou a tradicional oração do Angelus aproveitando a ocasião para agradecer o acolhimento de todos, nomeadamente dos bispos, sacerdotes e religiosos. Na sua mensagem, para este momento mariano, o Santo Padre confiou todos a Nossa Senhora de Bonária e teve presente todos os outros santuários marianos da Sardenha:

    "Sobretudo quero confiar-vos a Maria, Nossa Senhora de Bonária. Mas, neste momento penso em todos os numerosos santuários marianos da Sardenha: a vossa terra tem uma ligação forte com Maria, uma ligação que exprimis na vossa devoção e na vossa cultura. Sede sempre verdadeiros filhos de Maria e da Igreja e demonstrai-o com a vossa vida seguindo o exemplo dos santos!"

    O Papa Francisco terminou a sua mensagem no Angelus deste domingo recordando Tomé Acerbis de Olera, frade capuchino proclamado ontem Beato em Bergamo na Itália e que viveu entre os séculos XVI e XVII e que deu testemunho da humildade e da caridade de Jesus Cristo.

    Após a celebração eucarística o Santo Padre almoçou com os bispos da Sardenha no Seminário Pontifício Regional de Cagliari.

    Encontro com os pobres e com os presidiários

    Após o almoço o Papa Francisco esteve com cerca de 120 pobres e 37 presidiários na Catedral de Cagliari. O Santo Padre notou a fadiga e a esperança nos seus rostos. "Todos nós temos misérias e fragilidades. Ninguém é melhor do que outro. Todos somos iguais diante de Deus. E olhando Jesus, vemos que ele escolheu o caminho da humildade e do serviço" – considerou o Papa.

    O Santo Padre advertiu ainda para o facto da palavra solidariedade correr o risco de desaparecer dos dicionários. Mas este é o único caminho:

    "A caridade não é assistencialismo, nem sequer um assistencialismo para tranquilizar as consciências. Não, aquilo não é amor: aquilo é negócio, eh? O amor é gratuito. A caridade, o amor é uma escolha de vida, é um modo de ser, de viver; é o caminho da humildade e da solidariedade. Não há outro caminho para este amor."

    Encontro com o mundo da cultura

    Na Aula Magna da Faculdade de Teologia da Sardenha o Papa destacou que "toda crise, mesmo a atual, é uma passagem, um trabalho de parto que traz cansaço, dificuldades, sofrimento mas que traz em si o horizonte da vida e da renovação, que traz a força da esperança".

    O Santo Padre fez uma releitura daexperiência dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), que, após a morte de Jesus, caminham tristes afastando-se de Jerusalém e destacou três palavras-chave: desilusão, resignação e esperança.

    Ele explicou ainda que "acrise pode tornar-se momento de purificação e revisão dos nossos modelos económico-sociais e de uma certa concepção do progresso que tem alimentado ilusões, para recuperar o humano em todas as suas dimensões" .

    "Omomento histórico que vivemos nos impele a buscar e encontrar maneiras de esperança, que irá abrir novos horizontes para a nossa sociedade"- afirmou.

    Francisco falou ainda que a Universidade deve ser "o local do discernimento, em que se elabore a cultura da proximidade e de formação à solidariedade".

    Encontro com os jovens

    Na Praça Carlo Felici de Cagliari o Santo Padre recordou a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro dizendo: "Talvez alguns de vós estavam lá, mas muitos certamente acompanharam na televisão e na internet. Foi uma experiência muito bela, uma festa da fé e da fraternidade que nos encheu de alegria. A mesma alegria que hoje sentimos".

    Num clima de festa e sempre bem humorado, o Papa Francisco convocou os jovens para a missão dizendo-lhes que abrirmo-nos a Deus, abre-nos aos outros. "Também os jovens são chamados a se tornarem 'pescador de homens'. "Tenham a coragem de ir contra a corrente, sem se deixarem levar pelas correntes. Encontrar Jesus Cristo, experimentar o seu amor e a sua misericórdia é a maior aventura e a mais bela, que pode acontecer a uma pessoa!" – concluiu o Papa Francisco.

    O Papa Francisco regressou a Roma pelas 19.30h.

    (Rádio Vaticano/ZENIT)


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    Santa Sé
    Vaticano organiza seminário sobre a dignidade da mulher 
    Conselho Pontifício para os Leigos quer repropor o estudo da carta apostólica Mulieris dignitatem, do beato João Paulo II


    ROMA, 26 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - O Conselho Pontifício para os Leigos quer repropor o estudo da carta apostólica Mulieris dignitatem, do beato João Paulo II, no ano do vigésimo quinto aniversário da publicação. Desta vez, o foco da reflexão é a significativa frase que dá título ao seminário: "Deus confia o ser humano à mulher".

    Nesta frase, explica o dicastério, "poderíamos dizer que o papa recopila as intuições da reflexão que ele propôs 'em forma de meditação' ao longo do documento, e esclarece pontos sobre a específica dignidade e vocação da mulher".

    O seminário analisará as mudanças históricas na imagem da mulher, indagará se essas mudanças significaram uma renúncia das mulheres ao seu papel e avaliará as múltiplas faces da crise cultural de hoje. Refletirá ainda sobre o papel da mulher na construção da civilização do amor, tentará colocar alguns princípios teóricos necessários para a salvaguarda do humanum e apresentará propostas para uma nova civilização do amor.

    O intercâmbio de ideias e o debate também terão espaço no seminário. Espera-se, assim, que o encontro amplifique o convite do papa Francisco, feito na missa de início do pontificado a todos os homens e mulheres de boa vontade: ser "guardiães da criação, do plano de Deus inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente", sem permitir "que os sinais de destruição e de morte acompanhem o caminho deste nosso mundo".

    Para o aprofundamento na carta apostólica de João Paulo II, um comunicado publicado pelo dicastério explica que "a partir de uma breve referência às mudanças na vida da mulher durante os anos precedentes, o papa chama a nossa atenção para aquilo que, no meio de tantas mudanças, permanece firme porque é fundado em Cristo, o mesmo ontem, hoje e pelos séculos".

    Prosseguindo, o papa polonês apresenta o conceito da "ordem do amor", que o ajuda a definir o que é específico da feminilidade. A mulher tem, em palavras de João Paulo II, "uma espécie de 'profetismo' particular na sua feminilidade (MD, 29), porque, de modo particular, é ela que recebe amor para poder amar, e não apenas na relação específica do casamento, mas como a sua característica mais universal, que, por isso, pode ajudar a compreender a especificidade feminina".

    A partir do papel específico da mulher na "ordem do amor" e de uma reflexão sobre o paradigma bíblico da mulher, João Paulo II propõe neste documento uma importante conclusão: "A força moral da mulher, a sua força espiritual, se une à consciência de que Deus lhe confia de modo especial o homem, o ser humano. Naturalmente, cada homem é confiado por Deus a todos e a cada um. Esta entrega, porém, refere-se especialmente à mulher, especialmente em razão da sua feminidade, e isso decide principalmente a sua vocação" (MD, 30).

    Esta frase será o ponto de partida para o estudo proposto pelo Conselho Pontifício para os Leigos aos participantes no próximo seminário de estudos. Com o passar dos anos, diz o comunicado, "parece crescer cada vez mais entre os nossos contemporâneos o que o papa Bento XVI chamava de 'estranho ódio de si mesmos', que se traduz em múltiplas expressões de mal-estar, como a crise de identidade masculina e feminina, a crescente influência da ideologia de gêneros, a difusão da cultura da morte (aborto, mentalidade contraceptiva, eutanásia), a deterioração das relações humanas provocada pela 'revolução sexual', a emergência educativa, a lei que se torna aliada do subjetivismo ético, para mencionar somente algumas".


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    Brasil: Papa Francisco nomeia novos Bispos 
    Bispo de Lorena o Reverendo Fr. João Inácio Müller, O.F.M., e Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador Dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida


    CIDADE DO VATICANO, 26 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Esta quarta-feira, o Santo Padre aceitou a renúncia ao governo pastoral da Diocese de Lorena (SP), apresentada por Dom Benedito Beni dos Santos, em conformidade ao can. 401 § 1 do Código de Direito Canônico.

    O Santo Padre nomeou Bispo de Lorena o Reverendo Fr. João Inácio Müller, O.F.M., até então Ministro Provincial dos Frades Menores da Província "São Francisco de Assis", com sede em Porto Alegre. 

    Dom Müller nasceu em 15 de junho de 1960 em Santa Clara do Sul (RS), Diocese de Santa Cruz do Sul. Fez a profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores em 14 de abril de 1985 e foi ordenado sacerdote em 3 de dezembro de 1988. 

    Estudou Filosofia na Faculdade "Imaculada Conceição" de Viamão, na Arquidiocese de Porto Alegre, e Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e no Studium Theologicum em Jerusalém. Obteve a Licenciatura em Teologia Espiritual no Antonianum em Roma. 

    Desempenhou os seguintes cargos: Promotor Vocacional e Membro da Equipe dos Formadores no Seminário Seráfico "São Francisco de Assis", em Taquari, Arquidiocese de Porto Alegre (1988-1990); Promotor Vocacional, Membro do Secretariado Vocacional e do Conselho de Formação, Membro da Fraternidade no Seminário Menor em Arroio do Meio, diocese de Santa Clara do Sul (1990-1992); Secretário de Pastoral, Promotor Vocacional, Guia dos Candidatos ao Postulantado em Lomba do Pinheiro, Arquidiocese de Porto Alegre (1992-1994); Guardião do Convento "São Boaventura" (1997-1998); Vigário Paroquial da Paróquia "São João Batista" em Daltro Filho na diocese de Caxias do Sul (1997-2004); Mestre de Noviços (1997-2004); Secretário da Formação e Estudos da Província e Definidor Provincial (1999-2007); Vigário da Fraternidade, Mestre dos Estudantes de Filosofia, Agente de Pastoral na Rede de Comunidade da Paróquia "Santa Clara" em Lomba do Pinheiro (2005-2007). 

    Desde 2007 é Ministro Provincial da Província Franciscana "São Francisco de Assis" do Estado do Rio Grande do Sul. 

    Arquidiocese de Salvador

    Ainda esta quarta, o Papa Francisco nomeou Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador Dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida, transferindo-o da Diocese de Estância (SE).

    Dom Leite de Almeida nasceu em 30 de janeiro de 1959 em Aracaju (SE). Foi ordenado sacerdote em 1989 e incardinado na Arquidiocese de Aracaju, onde desempenhou vários cargos, entre os quais Chanceler da Cúria Arquidiocesana e Professor do Instituto de Teologia para os Leigos.

    Em 30 de abril de 2003 foi nomeado Bispo de Estância e recebeu a ordenação episcopal em 16 de julho do mesmo ano. 


    (Fonte:Rádio Vaticano)


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    Consistório Ordinário Público para a canonização do Beato João XXIII e do Beato João Paulo II 
    Anúncio oficial do Escritório de Celebrações Litúrgicas

    Por Redacao


    ROMA, 23 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - O Escritório de Celebrações Litúrgicas anunciou oficialmente que na segunda - feira, 30 de setembro, às 10:00 horas, no Salão do Consistório do Palácio Apostólico Vaticano, terá lugar durante a celebração da Terceira Hora, o Consistório Ordinário Público para a canonização do Beato João XXIII, e do Beato Papa João Paulo II.

    O cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, havia dado a notícia em agosto durante o Meeting de Rímini, em entrevista à Rádio Vaticano.

    Na ocasião o cardeal falou brevemente sobre esses dois papas inesquecíveis, que serão proclamados santos em breve. "João XXIII foi o grande profeta e criador do concílio. João Paulo II o colocou em prática e o desenvolveu, em todos os seus aspectos e em toda a sua virtualidade. Eles são realmente dois pilares não só da cultura cristã, mas também da santidade cristã".

    (MEM)


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    Pregação Sagrada
    A preparação prática da pregação 
    Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo

    Por Pe. Antonio Rivero, L.C.


    SãO PAULO, 27 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Agora chegamos na parte operativa: como fazer na prática a pregação, seja homilia, discurso, panegírico, reflexão eucarística, meditação, etc. Estamos falando da preparação prática da pregação.

    Primeira dica: essa pregação não deve ser preparada na véspera. Devemos prepará-la, pelo menos, durante toda a semana. Não se faz uma homilia ou discurso; surgem, crescem, amadurecem. E todo crescimento precisa de tempo de fecundação. Uma semana ou quinze dias, mínimo. Só assim essa pregação terá o perfume da intimidade com Deus e a preparação consciente e séria. É preciso dedicar um bom tempo na semana para ler as leituras do domingo ou festa correspondente; ler também alguns comentários às leituras; ver quais problemas da vida cristã e humana dos meus paroquianos são afetados por essas leituras.

    Qual o método? Depende muito dos humores e talentos pessoais e das várias circunstâncias. É bom fixar por escrito as ideais e pontos de vista que forem surgindo ao longo da preparação, porque o que não se escreve se esquece. E, acima de tudo, é preciso olhar para o objetivo dessa pregação: o que quero conseguir com esta pregação? Explicar, persuadir, motivar, demonstrar, emocionar, convencer?

    Como fazer: partir do texto bíblico para o hoje, ou partir do hoje para ir ao texto bíblico e voltar ao hoje?

    Alguns preferem partir do texto bíblico e, em seguida, aplicá-lo ao hoje. É bom e lógico. Outros preferem partir do hoje para ver se esse texto bíblico ilumina esse hoje. É o método indutivo seguido pela Gaudium et Spes do Vaticano II. Este método é psicologicamente mais eficaz hoje em dia, porque o ouvinte vem com todos os seus problemas do hoje.

    Seguindo esse segundo método psicológico, qual seria o esquema a ser seguido?

    - Motivação: o ouvinte deve ser preparado antes de apresentar os problemas e as soluções. Isto pode ser conseguido narrando uma experiência que gere interesse, um fato histórico, uma anedota bem contada, uma notícia mundial, que esteja no contexto do tema que trataremos na pregação. Dessa forma consegue-se o que os clássicos chamaram "captatio benevolentiae" do ouvinte, ou seja, que o ouvinte me escute e pegue o trem da minha pregação. Se não, facilmente se desconecta e cai.

    - Apresentação do problema: formula-se o problema vital que afeta o ouvinte e que exige solução. Por exemplo: "A pena de morte é um problema que preocupa a todos nós. Tenho aqui umas estatísticas horripilantes dos Estados que permitiram a pena de morte em pleno século XXI... Diante disso, o que pensa Deus, a Igreja, nossa consciência?".

    - Objeções ao tema: apresentam-se as dificuldades sobre, as objeções contra a fé ou contra o objetivo da pregação. São Paulo faz isso em Rm 3, 1-8.

    - Oferecer uma solução: o pregador apresenta uma solução adequada para o problema, com uma forma e linguagem compreensíveis, de tal forma que a questão abordada encontre aqui uma resposta. A solução tem que vir da Sagrada Escritura ou da tradição da fé, se o tema é espiritual. Ou da ciência e filosofia, se o tema é científico ou especulativo.

    - Reforço da solução: se dá a solução para as situações específicas. A pregação não pode terminar com generalidades. A solução tem que causar mudanças na vivência prática dos ouvintes. É um convite como resumo do que foi dito, mas que toque já a situação concreta. Nesse momento colocam-se alguns exemplos de como viver essa verdade que expliquei na solução.

    Continuaremos ...

    Para ler o artigo anterior clique aqui

    Caso queira se comunicar com o Padre Antonio Rivero pode fazê-lo por este e-mail:arivero@legionaries.org

    Trad.TS


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    Igreja e Religião
    Renovação Carismática Católica do Brasil abre as inscrições para o Encontro Nacional de Formação 2014 
    O evento ocorrerá de 22 a 26 de janeiro de 2014, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida/SP

    Por Redacao


    SãO PAULO, 27 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Conforme informado pelo site oficial da Renovação Carismática Católica do Brasil, estão abertas as inscrições para o Encontro Nacional de Formação (ENF) 2014. O evento ocorrerá de 22 a 26 de janeiro de 2014, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida/SP.

    O ENF proporciona dias de profunda oração, formação e escuta profética. Além de trazer partilha dos projetos em andamento e das Moções que direcionam os trabalhos da Renovação Carismática Católica em todas as instâncias do Brasil.

    Este encontro tem se consolidado a cada ano entre os líderes da RCC e se mostra um dos eventos onde mais se fortalece a unidade entre os membros do Movimento no Brasil, pois é destinado a coordenadores estaduais, diocesanos, de ministérios, de Grupos de Oração, de equipes e núcleos de serviço.

    O local do encontro será o mesmo onde foi realizado o ENF2013, no Centro de Eventos que se localiza dentro do Santuário Nacional de Aparecida.

    Na tarde do sábado (25), haverá atividade na Sede Nacional da RCC, em Canas/SP (cidade próxima à Aparecida).

    A programação começará no dia 22, à noite, com a Santa Missa. No dia 26, o encerramento será às 13h, também com a Santa Missa. A novidade na programação fica por conta dos workshops. Nos anos anteriores, eles aconteciam apenas no período da tarde de um dos dias. Já no ENF2014, haverá um dia todo destinado à formação específica de cada ministério.

    Para que se possa acolher bem a todos os participantes, a escolha do workshop será feita no ato da inscrição. No próprio sistema, há um campo com todas as opções de workshops a serem realizados durante o encontro. Após a confirmação da inscrição, não será mais possível fazer a troca desta opção, garantindo assim que cada local escolhido comporte bem o número de participantes.

    INSCRIÇÕES

    Acesse aqui para se inscrever no ENF2014.

    VALORES

    Até 15/11/2013 – R$ 75,00

    Até 18/12/2013 – R$ 85,00

    Até 20/01/2014 – R$ 95,00

    Inscrições no local – R$ 100,00

    Em caso de dúvida, entrar em contato com eventos@rccbrasil.org.br


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    O Papa fala que a coisa mais importante é curar as feridas 
    Entrevista a Dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral da Vida e Família da CNBB

    Por Thácio Lincon Soares de Siqueira


    BRASíLIA, 25 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Depois da entrevista concedida à revista dos jesuítas La Civiltá Cattolica, e publicada no dia 16 desse mês, ZENIT entrevistou o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral da Vida e Família da CNBB, Dom João Carlos Petrini.

    Dom Petrini, também bispo de Camaçari, compartilhou com os nossos leitores algumas das suas impressões a respeito de temas que o Pontífice vem repetindo desde que assumiu a Sede de Pedro.

    Acompanhe a entrevista na íntegra:

    ***

    ZENIT: Como você interpreta os temas que a mídia veio polemizando e que o Papa tratou na sua recente entrevista à Civilta Cattolica? Por acaso, o Papa está falando que agora é certo o que antes era condenado como errado na Igreja?

    Dom Petrini: O Papa Francisco apresenta de maneira nova a grande tradição da Igreja. Nesse sentido, O Papa recorda aos membros da Igreja e aos homens e às mulheres que buscam caminhos de luz e de paz na vida pessoal e social que existe Algo que vem antes de qualquer julgamento moral, antes de dizer se uma atitude é certa ou errada.

    O que vem antes é o olhar de Jesus Cristo, pronto para acolher e perdoar, se apenas encontra uma abertura do coração. Um exemplo disso é o olhar de misericórdia sobre Zaqueu, que era o chefe da máfia da época, mas procurava ver Jesus. E Jesus não se apressou a condena-lo pelas suas atitudes reprováveis. Antes, lhe disse: "Desce depressa porque hoje quero ir à tua casa". E Zaqueu, depois do encontro com Jesus começou a mudar de vida, como o próprio evangelho comenta. (Lucas, 19, 1-10).

    O Papa fala que a coisa mais importante é "curar as feridas e aquecer os corações dos fieis, a proximidade". Esta atitude corresponde ao modo como Jesus se comportava. Por isso, havia fariseus qeu reclamavam porque ele frequentava a casa dos pecadores e tomava as refeições com eles!

    Esta atitude que acolhe, ampara, derrama óleo sobre as feridas, como fez o bom samaritano quando viu um homem caído na beira da estrada, é o que vem antes de qualquer juízo moral. Na medida em que a pessoa, tocada dessa maneira por Jesus Cristo, se dá conta do que está acontecendo, se liga e procura corresponder ao afeto que a abraça.

    O Papa não quer substituir juízos negativos sobre certas atitudes com juízos positivos, não quer dizer agora que está certo o que a Igreja, há séculos, vem dizendo que está errado. Ele chama a nossa atenção sobre uma postura parecida com a atitude de Jesus para enfrentar os dramas humanos: antes acolher e amar, deter-se naquilo que vem antes de qualquer juízo: antes vem Jesus, seu olhar de misericórdia, sua ternura que acolhe e procura curar as feridas. 

    ZENIT: Como é possível isso?

    Dom Petrini: O que mais o Papa pede aos membros da Igreja é que encontrem as pessoas com o mesmo coração e com o mesmo olhar com o qual Jesus encontrava as pessoas do seu tempo. Ele acolhia sem restrições a todos, inclusive aos piores pecadores. Somente condenava com dureza os hipócritas, isto é, aqueles que encobriam com uma casca de falsidade, de pura aparência, suas atitudes reprováveis, procurando fazer passar por justiça o que era injusto. Mas, a quem se apresentava com simplicidade, com um coração pobre, isto é, sem nada a defender, Jesus dava o perdão e a possibilidade de uma vida nova. Por isso, Jesus é reconhecido como "o Salvador", Aquele que pode salvar o homem e a mulher do nosso tempo da insensatez, do vazio, da solidão, do desespero.

    ZENIT: O sobre as mulheres?

    Dom Petrini: As mulheres tiveram uma participação muito relevante na história de Jesus, a começar por Maria que aceitou ser mãe do Filho de Deus. Mas muitas mulheres acompanhavam Jesus durante os anos de sua vida pública. E a história da Igreja está repleta de grandes mulheres que realizaram obras admiráveis, reformaram congregações, persuadiram Papas a tomarem atitudes mais corajosas. Até mesmo na Idade Media tão maltratada como idade de trevas, brilharam muitas mulheres como estrelas de primeira grandeza. O Papa Francisco, já na viagem de retorno do Rio de Janeiro a Roma, tinha se referido a elas recomendando que seja aprofundado o conhecimento dessa realidade e que se estude mais a teologia da mulher. Isto já é uma grande novidade que poderá abrir novas possibilidades de integração das mulheres na vida da Igreja. É bom ficarmos com as palavras do Papa, sem querer forçar para atribuir a ele outras intenções.

    ZENIT: Para o Papa o que é mais para a Igreja nesse momento?

    Dom Petrini: O Papa fala do nosso mundo, tão desenvolvido com suas tecnologias sedutoras que resolvem muitos problemas do quotidiano é, ao mesmo tempo, um mundo de sofrimentos, de violências, de solidão. E o pior é que todos estão tão atarefados em correr atrás de suas fantasias de felicidade que os dramas humanos dos quais dificilmente alguém escapa, essas dores são ignoradas, essas solidões não são vistas. O mundo, diz o Papa, se parece com um hospital de campo depois de uma batalha. Depois da batalha de cada dia, muitos ambientes de vida são parecidos a um hospital de campo, cheios de feridos. O Papa, dirigindo-se aos católicos diz: não percam tempo a verificar o colesterol ou a glicose no sangue. O momento apresenta outra urgência: cuidar das feridas. Por isso, é importante – e ele deve ter repetido essa idéia uma dúzia de vezes – acolher, cuidar, acompanhar, mostrar nossa proximidade humana, sair de casa para ficar perto dessas pessoas que sofrem e anunciar-lhes que Alguém as ama, mais do que pai e mãe. Depois, não faltarão oportunidades para cuidar de outras questões. Quero terminar repetindo algumas palavras dessa importante entrevista do Papa: "Os ministros do Evangelho devem ser pessoas capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com eles, de saber dialogar e também descer em sua noite, na sua escuridão, sem perder-se."


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    Liturgia e Vida Cristã
    Liturgia da palavra para crianças 
    Coluna litúrgica do pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual

    Por Pe. Edward McNamara, L.C.


    ROMA, 27 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Um leitor dos Estados Unidos enviou ao pe. Edward McNamara a seguinte pergunta:

    A terceira edição do Missal Romano ainda propõe uma Liturgia da Palavra para as crianças? Há determinações específicas para a missa de domingo com elas? Se sim, quem a preside? Ou é o caso de dar papel e lápis de cor às crianças e pedir que elas pintem alguma história bíblica? - R.V., Glendale Heights, Illinois, EUA.


    A nova edição do Missal Romano não aboliu nenhum diretório especial introduzido anteriormente. Portanto, as normas estabelecidas no "Diretório para as Missas com Crianças" permanecem em vigor.

    No que diz respeito à Liturgia da Palavra para as crianças dentro da paróquia, as disposições do Diretório de 1973 ainda são válidas, como, por exemplo, nos seguintes números:

    16. Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a missa, em lugar separado.

    17. Entretanto, nas missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da missa, em alguma parte da homilia, etc. Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstâncias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com a sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra.

    Quando se organiza a Liturgia da Palavra por separado, é sempre preferível que a homilia seja feita por outro sacerdote ou diácono. No entanto, o nº 24 do diretório permite algumas exceções a esta regra geral, afirmando que nada impede que um adulto que participa com as crianças na missa, "com o consentimento do pároco, dirija a palavra às crianças após o evangelho, especialmente se o sacerdote tem dificuldade de se adaptar à mentalidade delas crianças [...]".

    Quanto ao conteúdo desta Liturgia da Palavra, o Diretório diz:

    41. Como as leituras da Sagrada Escritura constituem "a parte principal da liturgia da Palavra", nunca pode faltar a leitura da Bíblia mesmo nas missas para crianças.

    42. Com relação ao número das leituras para os domingos e dias de festa, devem ser observadas as normas dadas pelas Conferências Episcopais. Se as três ou as duas leituras previstas para os domingos ou dias da semana não podem, senão com dificuldade, ser compreendidas pelas crianças, convém ler somente duas ou uma delas; entretanto, nunca falte a leitura do Evangelho.

    43. Se todas as leituras determinadas para o dia não forem adequadas à compreensão das crianças, é permitido escolher as leituras ou a leitura, seja do Lecionário do Missal Romano, seja diretamente da Bíblia, mas levando-se em conta os diversos tempos litúrgicos. Recomenda-se, porém, às Conferências Episcopais que elaborem lecionários próprios para as missas com crianças. Se, por causa da capacidade das crianças, parecer necessário omitir um ou outro versículo da leitura bíblica, far-se-á com cautela e de tal maneira que "não se mutile o sentido do texto ou a mente e o estilo da Escritura".

    44. Entre os critérios de seleção dos textos bíblicos, há que se pensar mais na qualidade que na quantidade. Uma leitura breve nem sempre é mais adequada por si mesma à capacidade das crianças do que uma leitura mais prolongada. Tudo depende da utilidade espiritual que a leitura lhes pode proporcionar. 

    45. Evitem-se as paráfrases da Sagrada Escritura, uma vez que no próprio texto bíblico "Deus fala a seu povo... e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis". Recomenda-se, entretanto, o uso de versões talvez existentes para a catequese das crianças e que tenham sido aprovadas pela autoridade competente.

    46. Entre uma leitura e outra, devem-se cantar alguns versículos de salmos escolhidos cuidadosamente para a melhor compreensão das crianças, ou um canto ao estilo dos salmos, ou o "Aleluia" com um verso simples. Porém, as crianças sempre devem tomar parte nestes cantos. Nada impede que um silêncio meditativo substitua o canto. Se for escolhida somente uma única leitura, o canto poderá ser executado depois da homilia.

    47. Grande importância merecem os diversos elementos que servem para a melhor compreensão das leituras bíblicas, a fim de que as crianças possam assimilá-las e compreendam, cada vez melhor, a dignidade da Palavra de Deus. Entre estes elementos, estão as exortações que precedem as leituras e dispõem as crianças para ouvir atenta e frutuosamente, seja explicando o contexto, seja conduzindo ao próprio texto. Se a missa é do santo do dia, para a compreensão e ilustração das leituras da Sagrada Escritura pode-se narrar algo referente à vida do santo não só na homilia, como também nas monições antes das leituras bíblicas. Quando o texto da leitura assim o permitir, pode ser útil distribuir entre várias crianças suas diversas partes, tal como se costuma fazer para a proclamação da paixão do Senhor na semana santa.

    48. Em todas as missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, pela qual se explica a Palavra de Deus. A homilia destinada às crianças pode realizar-se, algumas vezes, em forma de diálogo com elas, a não ser que se prefira que escutem em silêncio.

    49. Quando, ao final da Liturgia da Palavra, proclama-se o credo, pode-se empregar com as crianças o Símbolo dos Apóstolos, posto que faz parte de sua formação catequética.

    O diretório faz outras recomendações práticas, tais como: "Pode ser muito útil confiar algumas tarefas ou serviços nessas missas para as crianças: elas podem, por exemplo, levar as ofertas e executar algum canto da missa" (nº 18).

    Da mesma forma, nas situações em que as crianças não são separadas dos adultos: "Se o número de crianças é grande, pode ser oportuno preparar a missa de modo a corresponder melhor às suas necessidades. Neste caso, a homilia deve ser dirigida a elas, mas de modo que os adultos também possam beneficiar-se [...]" (n° 19).

    ***

    Os leitores podem enviar perguntas para liturgia.zenit@zenit.org . Pedimos mencionar a palavra "Liturgia" no campo assunto. O texto deve incluir as iniciais do remetente, cidade, estado e país. O pe. McNamara só pode responder a uma pequena seleção das muitas perguntas que recebemos.


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    Pequeninos do Senhor
    Os catequizandos ainda não me conhecem 
    Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla

    Por Rachel Lemos Abdalla


    CAMPINAS, 26 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - No primeiro momento da catequese, o catequista deve 'apenas' acolher os catequizandos. 

    Primeiramente, ele vai se apresentar a eles, dizer seu nome e perguntar o nome de cada um também! Em seguida deve falar um pouco sobre si mesmo, sobre a sua vida, a sua infância, a sua história. E contar-lhes fatos interessantes, engraçados, tristes, porém, sempre reais! Se puder, leve fotos e objetos que confirmem e ilustrem o que está contando.
    Deve fazer um planejamento deste momento, um roteiro ou itinerário para caminhar com os catequizandos sobre os trilhos que já percorreu, lembrando que é uma pessoa nova que está entrando na vida deles e é muito importante que o conheçam para que aprendam a gostar dele e acreditar em suas palavras, afinal, ele será aquele ou aquela que estará lhes apresentando uma pessoa muito importante para toda a vida: Jesus.

    É preciso tocar o coração deles! 

    Suas palavras devem vibrar diferente, e seus gestos devem ser suaves, porém, seguros. Seus olhos precisam brilhar e sua boca sorrir sempre ao contar a sua história de vida. Não pode ser sério demais para que não o julguem uma pessoa dura, triste e infeliz, e nem seja escachado demais a ponto de não alcançar credibilidade. Mas, que seja natural, espontâneo, alegre, livre, leve e solto, e principalmente, passe confiança!
    Todo catequista precisa ter autoridade para exercer a sua missão e, para que isso aconteça, é importante que ele tenha credibilidade, ou seja, tenha quem acredite nele! E isso se dá a partir da segurança que ele passa, da transparência e simplicidade de seus atos e palavras e, principalmente, na coerência entre o que fala e vive.
    Por isso, a importância de se dar a conhecer, de mostrar-se ao outro, afinal, a confiança nasce a partir do conhecimento.

    Os catequizandos devem se encantar com as suas histórias e para que se lembrem do que ouviram sobre o novo amigo, ou amiga que conheceram. Sim, eu disse 'amigo' ou 'amiga', pois esta será vínculo, a relação entre catequista e catequizando neste tempo de catequese e, depois, para toda a vida! Se o catequista conseguir isto, certamente terá encantado e, consequentemente, dado o primeiro passo para conquistar o coração deles!

    Ao final do encontro, pode entregar a cada um, o seu cartão ou um bilhete com o seu nome e os seus contatos, suas redes sociais e uma frase ou versículo da Bíblia tal como: "Mestre, onde moras?" E Jesus respondeu: "Venham e vocês verão."

    Para ler o artigo anterior clique aqui.


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    Comunicar a fé hoje
    Cristo não é uma legislação e um católico não pode ser um fariseu 
    Pe. Hélio Luciano responde a várias questões sobre fé e Igreja

    Por Thácio Lincon Soares de Siqueira


    BRASíLIA, 27 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Ultimamente a edição portuguesa de ZENIT tem recebido várias perguntas que abrangem os mais variados temas de fé e de Igreja.

    Para respondê-las pedimos ajuda ao Pe. Hélio Luciano, formado em Navarra, mestre em bioética pela Universidade de Navarra, mestre em Teologia Moral pela Pontificia Universidade Santa Cruz em Roma e membro da comissão de bioética da CNBB, que se dispôs com muito carinho a responder as perguntas selecionadas.

    Publicaremos a segunda parte no dia 30, segunda-feira. Acompanhe abaixo as três primeiras perguntas relativas ao papel da mulher na Igreja, Concílio Vaticano II e o casamento homossexual. 

    ***

    ZENIT: Dizem que é um absurdo as mulheres não serem valorizadas a ponto de não serem pelo menos diaconizas. O que dizer sobre isso?

    Pe. Hélio: João Paulo II brindou-nos, em 1988, com um belíssimo texto que fala sobre a dignidade da mulher (Mulieres dignitatem) e deixa-nos claro que o fato de as mulheres não acederem ao sacramento da ordem, não se trata de uma diminuição da mesma, mas simplesmente que existem funções e missões diferentes dentro da vida da Igreja.

    O Senhor demonstra claramente a alta consideração da mulher durante a sua vida pública – escandaliza aos apóstolos ao conversar com a samaritana no poço; defende uma mulher adúltera; cura a hemorroíssa, considerada impura; atende às súplicas de uma mulher estrangeira, um escândalo para os judeus. As mulheres dão provas da sua maior fidelidade ao serem elas as primeiras a acreditarem na Ressurreição. Além disso, o Senhor escolhe como mãe a Maria, muito superior em santidade que os Apóstolos.

    E, ainda assim, o Senhor decide unir o sacerdócio aos Apóstolos, aos homens. Não o faz por considerar estes melhores ou mais santos que as mulheres – elas davam provas de que o seguiam com maior fidelidade – mas porque assim o quis. Não acusamos a Deus de feminista por dar o dom da maternidade às mulheres. Existem missões diferentes – masculinas e femininas – dentro da vida humana e da Igreja e isso não pode ser considerado exclusão ou preconceito, mas sim a riqueza da complementariedade querida por Deus desde que nos criou diferentes – homem e mulher os criou.

    ZENIT: É verdade que o Concílio Vaticano II já está ultrapassado e a Igreja precisa se atualizar urgente? Por exemplo, porque não usar métodos contraceptivos básicos, como camisinha e pílulas?

    Pe. Hélio: O Papa Francisco, na sua grata genialidade pastoral, tem insistido que devemos encontrar os problemas atuais das pessoas, sabendo que a doutrina continua a mesma – ele diz que como filho da Igreja pensa em tudo como a Igreja. Isso significa que o ensinamento da Igreja sobre contracepção, aborto, eutanásia – dentre outros – continua o mesmo. Mas antes se faz necessário comunicar a alegria do mistério pascal a nossos irmãos cada vez mais afastados de Cristo. O Papa Francisco diz que não podemos perguntar sobre o colesterol alto a um moribundo.

    Às vezes pensamos que ser católico é cumprir, obedecer uma série de normas. Isso é absurdo. Cristo não é uma legislação e um católico não pode ser um fariseu. Os ensinamentos da Igreja – dos quais estes temas sensíveis continuam sendo plena verdade – servem para que a pessoa humana seja mais feliz, vivendo na plenitude daquilo que nos foi pedido por Cristo, convertendo-nos em outros Cristos, no próprio Cristo.

    Portanto, em primeiro lugar devemos curar as feridas das pessoas machucadas pelo mundo, que vivem com a falsa alegria do filho pródigo, mas que já começam a se dar conta de que falta algo – tantas depressões, tantos vazios existenciais, tantas faltas de esperanças na vida. É hora de mostrar que seguir a Cristo vale à pena – não como infantilização ou adotar falsas esperanças, mas como Caminho, Verdade e Vida.

    Depois de que as pessoas encontrem de fato a Cristo, poderemos mostrar a elas o modo de se aproximar ainda mais dEle, vivendo em plenitude aquilo que ele nos pediu e mostrando que viver assim não pode ser jamais uma imposição externa, mas um encontro profundo e livre com Cristo.

    Não precisamos de uma Igreja que se adapte aos tempos, mas de tempos que conheçam a Cristo.

    ZENIT: O que dizer sobre o casamento homossexual? Deveria ser mais discutido?

    Pe. Hélio: Voltamos a entrar na questão do filho pródigo. São as pessoas que devem nos preocupar e não ideias em geral. É lógico que devemos cuidar das leis que configuram nossa sociedade, mas não por um legalismo ou por querer que a Igreja interfira no Estado ou na liberdade individual das pessoas, mas sim como ajuda a que as pessoas encontrem a si mesmas e a felicidade plena.

    Nosso trabalho real é de tentar mostrar às pessoas que serão felizes se fizerem o que Cristo lhes pede. Amor sem liberdade não é e nunca será verdadeiro amor – por isso não podemos e nem queremos impor nada a ninguém. Queremos simplesmente mostrar que Cristo propõe um caminho de felicidade mais plena, mais completa e que esta felicidade está ao alcance de todos.

    Matrimônio é algo que se realiza entre um homem e uma mulher, pois dentro da sua essência – de modo natural – está a exigência da complementariedade masculina e feminina. Uma lei que altere a natureza humana não é verdadeira lei, mas uma violência contra o ser humano. Creio, sinceramente, ser uma questão de justiça que a união homossexual seja reconhecida civilmente – seria injusto que duas pessoas que decidiram viver juntas por anos não tivessem direitos adquiridos quanto à herança ou divisão de bens. Porém, equiparar essa união a matrimônio é algo que contradiz o próprio modo de ser do homem e não está ao alcance de nenhum legislador.

    Mas repito, nosso trabalho deve ser de evangelizar, de mostrar que seguir a Cristo vale a pena. Ficamos tanto tempo sem anunciar a Cristo ao mundo de modo efetivo – não podemos agora querer impô-lo sem liberdade.


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    Homens e Mulheres de Fé
    Ratzinger: "Querido Odifreddi, vou lhe contar quem é Jesus" 
    Papa emérito Bento XVI escreve uma carta ao matemático italiano Piergiorgio Odifreddi

    Por Rocio Lancho García


    ROMA, 24 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - O matemático italiano Piergiorgio Odifreddi recebeu uma carta muito especial no último dia 3 de setembro: no envelope selado, onze páginas com data de 30 de agosto se encerravam com a assinatura de Bento XVI.

    O papa emérito respondia ao livro "Caro papa, ti scrivo" ["Querido papa, escrevo a você", ndr; Edições Mondadori, 2011], livro de Odifreddi que, tal como o próprio autor explica, se apresenta já na capa como uma "luciferina introdução ao ateísmo". No artigo em que Odifreddi comenta as suas impressões ao receber a carta de Bento XVI, ele afirma que não foi uma coincidência o fato de ter escrito abertamente a Ratzinger. Depois de ler a sua "Introdução ao Cristianismo", o matemático entendeu que a fé e a doutrina de Bento XVI, diferentemente da de outros, eram suficientemente coerentes e sólidas para que ele conseguisse encarar e rebater ataques frontais.

    No fragmento da carta que foi publicado no jornal La Repubblica, o papa emérito relata ter lido algumas partes do livro, apreciando-as e beneficiando-se com o seu conteúdo, mas surpreendendo-se, em outras, com uma certa agressividade e com a superficialidade das argumentações.

    No início da carta, Bento XVI escreve: "Você me diz que a teologia seria 'ficção científica'". A colocação, o papa emérito responde com quatro pontos.

    Em primeiro lugar, Ratzinger observa que "é correto afirmar que 'ciência', no sentido mais estrito da palavra, são somente as ciências matemáticas, e você ensina que seria necessário distinguir ainda entre aritmética e geometria. Em todas as matérias específicas, a ciência tem uma forma própria, conforme a particularidade do seu objeto. O essencial é que ela aplique um método verificável, exclua a arbitrariedade e garanta a racionalidade nas respectivas modalidades".

    Em segundo lugar, Bento XVI sustenta que "você deveria ao menos reconhecer que, no âmbito histórico e no do pensamento filosófico, a teologia produziu resultados duradouros".

    Como terceiro aspecto, ele afirma que "uma função importante da teologia é a de manter a religião unida à razão e a razão à religião. Ambas as funções são de essencial importância para a humanidade". Neste ponto, o papa emérito recorda que, em seu diálogo com Habermas, "mostrei que existem patologias da religião e, não menos perigosas, patologias da razão. Ambas necessitam uma da outra, e mantê-las continuamente conectadas é uma tarefa importante da teologia".

    No último ponto, muito mais extenso que os anteriores, Bento XVI avalia que "a 'ficção científica' existe também no seio de muitas ciências", e, a propósito, faz referência às teorias que Odifreddi expõe sobre o início e o fim do mundo em Heisenberg e Schrödinger, que "os desenharia como 'ficção científica' no bom sentido: visões e antecipações para se atingir um verdadeiro conhecimento, mas que são, de fato, apenas imaginações com as quais tentamos nos aproximar da realidade".

    Depois de desenvolver estas ideias, o papa emérito se concentra no capítulo sobre o sacerdote e sobre a moral católica, bem como nos diversos capítulos sobre Jesus. "No tocante ao que você fala sobre o abuso moral de menores por parte de sacerdotes, eu posso, como você sabe, constatá-lo apenas com profunda consternação. Nunca procurei mascarar esses fatos. Que o poder do mal penetre a tal ponto no mundo interior da fé é para nós um sofrimento que, por um lado, temos de suportar, e, por outro, fazer todo o possível para que esses casos não se repitam".

    "Tampouco é motivo de tranquilidade saber, com base nas pesquisas dos sociólogos, que a porcentagem de sacerdotes culpáveis desses crimes não é mais alta do que a porcentagem existente em categorias profissionais similares. Em todo caso, este desvio não deveria ser apresentado ostentosamente como se fosse uma mancha específica do catolicismo. Se não é lícito silenciar o mal que existe na Igreja, não se deve, tampouco, silenciar o grande caminho luminoso de bondade e de pureza que a fé cristã traçou ao longo dos séculos". Bento XVI recorda nomes como São Bento e sua irmã Santa Escolástica, São Francisco e Santa Clara de Assis, Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz.

    Quanto àquilo que o matemático diz sobre a figura histórica de Jesus, Ratzinger recomenda ao autor os quatro volumes que Martin Hengel publicou junto com Maria Schwemer, "um exemplo excelente de precisão histórica e de amplíssima informação histórica". Bento XVI recorda ainda, como já havia esclarecido no primeiro volume do seu livro sobre Jesus de Nazaré, que "a exegese histórico-crítica é necessária para uma fé que não propõe mitos com imagens históricas, mas que reclama uma historicidade verdadeira e, por isso, tem de apresentar a realidade histórica das suas afirmações também de forma científica".

    Prossegue o papa emérito afirmando que "se você, porém, quer substituir Deus por 'A Natureza', resta a pergunta sobre quem ou que é essa natureza. Em nenhum momento você a define. Ela aparece, assim, como uma divindade irracional que não explica nada. Eu gostaria, por isso, de destacar em especial que na sua religião da matemática existem três temas fundamentais da existência humana que permanecem desconsiderados: a liberdade, o amor e o mal. (...) Qualquer coisa que a neurobiologia possa dizer sobre a liberdade no drama real da nossa história está presente como realidade determinante e deve ser levada em consideração".

    Na última parte publicada da carta, Bento XVI ressalta: "A minha crítica sobre o seu livro, em parte, é dura. Mas do diálogo faz parte a franqueza; só assim pode crescer o conhecimento".


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    Familia e Vida
    Família e Vida: Sobrevivência I 
    Reunião de responsáveis da Pastoral Familiar do Cone Sul. Preparação do I Congresso Latinoamericano e Caribenho da PF.

    Por Dom Antonio Augusto Dias Duarte


    RIO DE JANEIRO, 27 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - A preservação das espécies, tanto de animais como dos vegetais, ocupa um espaço político, econômico e cultural, cada dia mais amplo revelando assim a responsabilidade primária do ser humano, que é cuidar do planeta Terra, obra de Deus Criador. Por outro lado, nos tempos atuais existe uma distorção daquela chamada original feita pelo mesmo Criador do céu e da terra ao homem e à mulher. Ambos com igual dignidade e missão são chamados para trabalharem juntos na principal preservação dentro da Criação: preservar a comunhão de vida e de amor entre as pessoas, pois esta é a principal garantia de que toda a humanidade sobreviverá às ameaças de degradação moral periodicamente presentes.

    Para que a humanidade corresponda a esse projeto original de Deus é necessário que exista a sobrevivência de uma particular comunhão de vida e de amor, que é a família. Constituída pela natural união entre o homem e a mulher, a família visa o bem comum dos esposos e dos filhos e, simultaneamente, o bem comum de todas pessoas que vivem em sociedade. Esta sobrevivência primordial tornou-se nos últimos tempos uma das principais preocupações e ocupações da Igreja Católica, de outras igrejas cristãs e mesmo de algumas religiões presentes no mundo.

    Dentro da organização pastoral da Igreja Católica, coube ao Departamento Vida, Família e Juventude do Conselho Episcopal Latinoamericano (CELAM) e ao Pontifício Conselho para a Família em Roma, reunirem no mês de setembro,em San Martin, perto de Buenos Aires e na Cidade Eterna, respectivamente, um grupo de pessoas entre Bispos, sacerdotes, leigos e, sobretudo, pessoas casadas, para todos juntos descobrirem novos caminhos para assegurarem a sobrevivência da família.

    Entre os dias 10 e 13 de setembro, na Argentina, os responsáveis pela Pastoral Familiar do Cone Sul estiveram reunidos para conhecerem mais profundamente a realidade cultural e social, que com suas sombras e luzes, fortalecem ou debilitam, promovem ou desafiam, a família nos tempos atuais.

    Nessa reunião coordenada pelo CELAM preparou-se também o I Congresso Latinoamericano e Caribenho da Pastoral Familiar, que realizar-se-á no Panamá entre os dias 4 e 9 de agosto de 2014.

    Durante aqueles dias estudou-se com profundidade como tem sido a influência e o impacto da mudança de época verificável no mundo atual, caracterizado pela cultura de um forte individualismo e que certamente ameaça a vivência do amor conjugal e do amor à vida concebida, acolhida e amadurecida no seio familiar.

    Preservar a identidade e a missão do homem e da mulher unidos através do matrimônio natural, elevado à dignidade de sacramento por Jesus Cristo, é uma tarefa árdua e gigantesca, mas quando assumida com fé e com esperança pelos agentes da Pastoral Familiar junto com seus pastores, servirá para construir a civilização do Amor e a cultura da Vida.

    Considerando essa responsabilidade urgente e grandiosa examinou-se como a cultura do individualismo extremo, que cada vez mais destaca a centralidade do egoísmo como o novo caminho ético a ser percorrido pela humanidade, vai apresentando como realidades más tudo o que de bom, de verdadeiro, de justo e de belo existe na família.

    A fidelidade conjugal, a paternidade/maternidade, a educação dos filhos nos valores humanos e religiosos, a participação ativa da família no mundo da política, do trabalho, da economia, etc... tudo isso dentro dessa cultura egocêntrica é anacrônico e devem ser combatidos, pois são ameaças à "liberdade do homem". Aqui se pode perceber o erro gravíssimo dessa cultura: considerar valores sublimes da família como "prisões" para a liberdade humana.

    Há ainda um outro equívoco destruidor da vida e da família humana. O "ego – centrismo", utilizando-se da mentira como linguagem comunicadora, vai criando no seio da sociedade o relativismo e o totalitarismo ideológico, que conduz à seguinte afirmação: a humanidade jamais pode ser considerada uma família querida por Deus, mas uma simples justaposição de homens e de mulheres, que se juntam somente para alcançarem, cada um por si mesmos, os seus interesses particulares.

    A sociedade do futuro deve ser uma convivência humana regida e protegida por leis que garantam esses interesses egoístas. O outro só valerá na medida que favorecer os interesses egoístas de quem convive com ele. O "ego – centrista" irá amar e buscar a união com alguém, que para ele "basta ser" simplesmente algo, ser alguma coisa útil, para que o ego tenha poder, tenha bens materiais, tenha prazeres, em resumo, tenha uma qualidade de vida identificada como " isolada e cômoda qualidade de vida".

    Além disso, dentro dessa cultura egocêntrica, tudo que convém e dá prazer tem que passar pelo crivo da lei, e quem quiser impedir essa satisfação do "ego – centrista" deverá ser considerado um intolerante e uma fonte de discriminação.

    A reunião de Buenos Aires caracterizou-se por uma análise objetiva dessas mudanças culturais, ainda em trânsito em todo mundo, e naqueles dias de trabalho, com fé e esperança, falou-se do despertar de uma nova época na Pastoral Familiar realizada nos países latinoamericanos e caribenhos.

    Estamos numa época de renascimento e de crescimento pastoral, especialmente para nossas famílias. Notam-se os sinais de muitos desejos e de muitos pensamentos nos católicos, no sentido de corresponderem à chamada original de Deus para a construção da comunhão de amor e de vida no seio da sociedade do século XXI.

    A família, o casamento, o amor entre o homem e a mulher, os filhos, continuam sendo para os brasileiros, argentinos, chilenos, paraguaios e uruguaios (citando apenas os povos do Cone Sul, mas não é diferente nos demais países das Américas), ideais de vida, objetivos realizadores dessa vocação original da humanidade.

    A luz de esperança cristã permanece, portanto, acesa desde a Floresta Amazônica até a Cordilheira dos Andes, desde as terras secas do Nordeste até os férteis campos argentinos. São muitas as famílias católicas que vivendo dentro dessa cultura egocêntrica têm a ciência e a consciência da responsabilidade assumidas diante de Deus, da Igreja e do mundo. Sabem que a criação da comunhão de vida e de amor, de forma generosa e donativa, para sempre e como sempre se viveu segundo o projeto do Criador é uma fonte inesgotável de recursos humanos, e favorecerá a sociedade desde que família seja reconhecida na sua identidade e na sua missão social e cultural.

    O que é mentiroso e deformante, o que é mau e injusto, se for aplicado à família, afetará não só a sua vivência, mas a sobrevivência de toda a humanidade.

    As "caricaturas" de família, o divórdio, a legalização de uniões ideologizadas, os atentados contra a vida humana em todas as idades, a coisificação do amor, e tantas outras investidas egoístas contra o projeto divino de família, tem como denominador comum uma só palavra: fracasso existencial.

    A Pastoral Familiar no Brasil e demais países latinoamericanos e caribenhos não deseja, de forma alguma, esse fracasso e essas mentiras. Quer que o sucesso e a realização do homem e da mulher tenham como denominador comum a família, mas a família construída sobre a rocha firme da vivência do amor incondicional, da entrega generosa às pessoas, do serviço desinteressado ao outro, da abertura e da acolhida alegre de uma nova vida, da educação e da prática das virtudes pessoais e sociais cultivadas no solo fértil da solidariedade e da libertação de todo egocentrismo.

    O lema do I Congresso Latinoamericano e caribenho da Pastoral Familiar que foi preparado nesse encontro em solo argentino é uma frase de Josué dita antes de entrar na terra prometida: "Minha família e eu serviremos ao senhor".

    Animar os pais, os filhos, os avós, os netos e os sobrinhos é a tarefa primordial dos agentes de Pastoral Familiar para que todos juntos sirvam aos planos divinos sobre a família e garantam a preservação da humanidade.

    Dom Antonio Augusto Dias Duarte

    Bispo auxiliar do Rio de Janeiro

    Vice-Presidente do Instituto Jornada Mundial da Juventude


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    Mundo
    Positivas as palavras do novo presidente do Irã 
    Pontifício Conselho Justiça e Paz não duvida da sinceridade de Hassan Rohani, mas só os fatos a confirmarão


    ROMA, 26 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - O cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, afirmou que, desde a eleição do novo presidente do Irã, Hassan Rohani, esperava-se um novo tipo de primavera, muito embora o líder do país islâmico tenha reiterado o direito de dar continuidade ao seu programa nuclear com fins pacíficos.

    "Na ONU, a mensagem foi bastante conciliadora, apesar de que Israel não acredite muito nisso", comentou o cardeal. "Não tenho motivos para duvidar da sinceridade das palavras dele; temos que ver se ele vai agir de modo coerente com o que declarou na ONU".

    O novo presidente do Irã, Hassan Rohani, declarou que o país "não desenvolverá armas nucleares em nenhuma circunstância", em entrevista à rede de televisão NBC, dos EUA. Rohani asseverou que tem "total autoridade para chegar a um acordo com o Ocidente", deixando claro, ao mesmo tempo, que conta com o apoio absoluto do líder supremo iraniano, a cargo do programa nuclear.

    Esta entrevista foi a primeira de Rohani a um meio de comunicação estadunidense desde a sua eleição, em junho, com pouco mais de 50% das preferências dos eleitores. Logo que foi eleito, manifestou a vontade de "apresentar o verdadeiro rosto do Irã como país culto e amante da paz".

    Durante o seu primeiro pronunciamento nas Nações Unidas, o presidente iraniano afirmou que "podemos chegar a um acordo para gerir as nossas diferenças, desde que haja confiança mútua e transparência". Do mesmo modo, Rohani reconheceu a existência do holocausto judeu. "Qualquer crime que ocorreu na história contra a humanidade, incluindo o crime que os nazistas cometeram contra o povo judeu, assim como contra os não judeus, é condenável", disse ele em entrevista à rede CNN.


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    Espiritualidade
    Não apenas turistas, mas peregrinos 
    Entrevista com Frei Paolo Martinelli por ocasião do "Festival franciscano", realizado em Rimini


    PADOVA, 26 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - "Começar consigo;sem que a meta seja si mesmo; conhecer a si, mas não se preocupar consigo mesmo. "Sao Francisco certamente não leuO caminho do hememde Martin Buber (Qiqajon 1990), mas certamente caminhou 'transcendendo' a si mesmo.

    Lê-se no comunicado do Festival Franciscano 2013, elaborado entre outros por frei Paolo Martinelli, capuchinho, presidente do Instituto de espiritualidade franciscana na Faculdade Antonianum, em Roma.

    MSA (Menssageiro de Santo Antônio): O que significa caminhar para São Francisco?

    Martinelli: Em sua experiência e na dos franciscanos, caminhar é um sinal de itinerância, isto é, da vida como itinerário, com uma meta e um destino: o mundo está passando, não é negativo, mas não é o objetivo final. Para certas filosofias o universo em si é negativo, mas não é assim em Francisco. Basta pensar no Cântico do Irmão Sol: a existência terrena, mesmo marcada pelo pecado, é vontade de Deus.

    Atravessar significa não parar?

    Sim, não parar: a melhor forma para viver no mundo é atravessá-lo, vivendo todas as circunstâncias com uma perspectiva final. O caminho é sempre sentido como antecipação do sabor da meta, onde as coisas são belas porque levam para outro lugar.

    O objetivo, portanto, está além desta vida...

    Definitivamente. A existência franciscana tem um valor escatológico, isso não significa automaticamente a vida após a morte: o que vivemos tem um significado que vai além do imediato.

    O senhor mencionou a vida após a morte: muitas vezes é representada como fixo e imóvel. Nada a ver com o "caminhar" então...

    Somos herdeiros de uma cultura que separou o elemento histórico do sobrenatural, por isso, mesmo a vida após a morte é apresentada como imponderável, estática e abstrata. Se fosse assim, também seria pouco desejável... Em vez disso, os santos nos dão uma percepção de Deus extremamente vital e vivo, portanto, o caminho que o homem percorre na existência, de alguma forma antecipa a existência de Deus, que é vida em si. Deus é a profundidade máxima de tudo que vivemos no mundo, justamente porque é a origem e o destino. A ideia da Trindade, um Deus que é comunhão, evento eterno de amor, tem uma radical atracão vital. Cria o mundo como exuberância de vida, tal como a liberdade que participamos.

    Mesmo os cristãos são acusados de "estagnação ". Em qualquer caminho de peregrinação, evidente que sim, os cristãos estão a percorrer, mas também as pessoas que estão "em busca", como se o cristão não procurasse mais nada.

    A realidade é, paradoxalmente, o oposto. Ter descoberto a resposta oferecida por Deus sugere ainda mais apergunta, mas nãofecha a partida, que é continuamente despertadapelo encontro com o Senhor. Santo Agostinho compreendeu: a busca do homem em relação a Deus está continuamente aberta, porque Ele é infinito, nunca se torna um 'conceito' paracolocar nobolso.

    O cartaz do Festival identifica três formas de caminhar: a do errante, a do turista e a do peregrino. Quais são as diferenças?

    O errante não tem uma meta,o turista conhecea meta, mas não permite a mudança da viagem. Somenteo peregrinointerceptao trajetodo desejoprofundo, permanecendo fiel ao coração do homem. Nesta dimensão antropológica comum a todos, o cristão acrescenta um elemento: a peregrinação conta a verdadeira relação com Cristo, Aquele a quem deve sempre seguir e reencontrar.

    Como cultivar um espírito de peregrino na vida cotidiana?

    Através da pobreza, que é guardiã do espírito de itinerância. A alternativa é deter-se em algumacoisa ecriar uma meta falsa. Se nos prendemos em coisas, esperandooque não podem nos dar, no final,o caminho torna-se cheio de decepções.

    Alberto Friso


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    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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