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O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 10 de Março de 2014
Pensamento do dia, segunda- feira, 10 de março
"Renuncie aos desejos e encontrará o que seu coração deseja." São João da Cruz (1542-1591)
Papa Francisco
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Santo Padre pede que os católicos não tenham vergonha da carne do seu irmão
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Papa Francisco exorta os sacerdotes a serem misericordiosos e a terem compaixão para com a humanidade ferida "pelas ilusões do mundo
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Homilia do Papa Francisco na Celebração Eucarística de imposição das cinzas
Igreja e Religião
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O Papa emérito Bento XVI, cinco cardeais, vários bispos , três secretários , um fotógrafo, um policial, um médico, um postulador, duas pessoas curadas milagrosamente falam sobre a santidade de Karol Wojtyla
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Os cuidados que os católicos devem tomar diante das ideologias
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A CNBB abriu oficialmente a Campanha nesta Quarta-feira de Cinzas
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Lançamentos completam a série sobre a liturgia
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Os eventos que marcaram a história, contados pelo diretor da Sala de Imprensa do Vaticano: da renúncia de Bento XVI a eleição de Bergoglio e os seus emocionantes 12 meses de pontificado
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Os eventos que marcaram a história, contados pelo diretor da Sala de Imprensa do Vaticano: da renúncia de Bento XVI a eleição de Bergoglio e os seus emocionantes 12 meses de pontificado
Comunicar a fé hoje
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A catequese é um sair de si mesmo, um desalojar-se para dar espaço aos excluídos.
Familia e Vida
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A prática é desumana e destrói os fundamentos da nossa sociedade, dizem os líderes religiosos belgas. Torna-se no primeiro país do mundo que não estabelece requisitos de idade
Espiritualidade
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Comentário do Pe. Antonio Rivero, L.C. sobre a liturgia dominical
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Jovem de profunda piedade e oração, construiu além de obras materiais, profundas construções interiores que o levaram ás honras dos altares.
Angelus
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Papa Francisco no Angelus comenta o Evangelho do I Domingo da Quaresma
Audiência de quarta-feira
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Na Audiência Geral, o Papa Francisco falou sobre o Tempo da Quaresma
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Papa Francisco
Homilia do papa Francisco: A vida de fé sem vida de caridade é hipócrita
Santo Padre pede que os católicos não tenham vergonha da carne do seu irmão
Por Redacao
CIDADE DO VATICANO, 07 de Março de 2014 (Zenit.org) - "Eu me envergonho da carne do meu irmão, da minha irmã?", perguntou o Santo Padre na homilia desta manhã, na Casa Santa Marta. O papa destacou que a vida de fé está estreitamente unida com a vida de caridade para com os pobres. Sem essa vida de caridade em união com a vida de fé, o que se professa é pura hipocrisia.
Francisco explicou que o cristianismo não é uma regra sem alma, não é um manual de observações formais para pessoas que mostram a face aparentemente bela da hipocrisia para esconder um coração vazio de caridade. Ele também recordou que o cristianismo é a própria carne de Cristo, que se aproxima, sem vergonha, daqueles que sofrem. Para aprofundar neste ponto, o pontífice usou como referência o Evangelho de hoje, em que Jesus dialoga com os doutores da lei que criticam os discípulos porque eles não respeitam o jejum, em contraste com eles e com os fariseus, que jejuam e fazem questão de demonstrá-lo. O Santo Padre ressaltou que os doutores da lei tinham transformado a observação dos mandamentos em uma "formalidade", reduzindo a "vida religiosa" a "uma forma de ética" e esquecendo-se das raízes, ou seja, "uma história de salvação, de escolha e de aliança".
Assim, o papa Francisco afirmou: "Receber do Senhor o amor de um Pai, receber do Senhor a identidade de um povo e depois transformá-la em um mero sistema de ética é rejeitar esse dom de amor. Essas pessoas hipócritas são pessoas boas, fazem tudo o que tem que ser feito. Parecem boas! São 'especialistas em ética', mas 'especialistas em ética' sem bondade, porque perderam o senso de pertença a um povo! Nosso Senhor dá a salvação dentro de um povo, no pertencimento a um povo".
Francisco observou também que o profeta Isaías já tinha descrito com clareza qual era o jejum verdadeiro aos olhos de Deus: "dissolver os injustos grilhões", "tornar livres os oprimidos", mas também "compartilhar o pão com o faminto, acolher em casa os indigentes que não têm teto", "vestir quem está nu". E matizou: "Este é o jejum que nosso Senhor quer! O jejum que se preocupa com a vida do irmão, que não se envergonha, e isso é o próprio Isaías quem diz, que não se envergonha da carne do irmão. A nossa perfeição, a nossa santidade se realiza com o nosso povo, o povo em que nós somos escolhidos e introduzidos. O nosso maior ato de santidade está precisamente na carne do irmão e na carne de Jesus Cristo. O ato de santidade de hoje, nosso, aqui, no altar, não é um jejum hipócrita: é um não envergonhar-se da carne de Cristo que vem hoje aqui! É o mistério do Corpo e do Sangue de Cristo. É compartilhar o pão com o faminto, cuidar dos doentes, dos idosos, de quem não pode nos dar nada em troca: isto é não se envergonhar da carne!".
Isto quer dizer que o "jejum mais difícil", afirmou o papa, é "o jejum da bondade". É o jejum de que é capaz o Bom Samaritano, que se inclina para ajudar o homem ferido, mas não o jejum do sacerdote, que olha para o mesmo desafortunado e passa direto, talvez por medo de se contaminar. E esta é, portanto, "a pergunta que a Igreja nos faz hoje: eu me envergonho da carne do meu irmão, da minha irmã?".
Francisco indagou ainda: "Quando eu dou esmola, deixo a moeda cair sem tocar na mão do meu irmão? E se toco na mão dele por acaso, me limpo logo em seguida? Quando eu dou uma esmola, olho nos olhos do meu irmão, da minha irmã? Quando eu sei que uma pessoa está doente, vou visitá-la? Saúdo aquele doente com ternura? Existe um sinal que talvez nos ajude. É uma pergunta: eu sei acariciar os doentes, os idosos, as crianças? Ou perdi o sentido da carícia? Esses hipócritas não sabiam acariciar! Eles tinham se esquecido... Não ter vergonha da carne do nosso irmão: ela é a nossa carne! É conforme fizermos isso com o nosso irmão, com a nossa irmã, que seremos julgados".
Permissivismo e rigorismo não fazem crescer a santidade
Papa Francisco exorta os sacerdotes a serem misericordiosos e a terem compaixão para com a humanidade ferida "pelas ilusões do mundo
Por Luca Marcolivio
ROMA, 06 de Março de 2014 (Zenit.org) - Durante o tradicional encontro do início da Quaresma, com os párocos da diocese de Roma - o primeiro de seu pontificado - o Papa Francisco voltou ao tema da misericórdia.
Antes de ler seu discurso, o Santo Padre disse que ficou abalado com as acusações injustas contra alguns padres. "Eu quero dizer publicamente que estou próximo ao presbiterato, porque os acusados não são 7, 8, 15 ... É todo o presbiterato, representado nestes 07, 08, 15,", afirmou Francisco, sob aplausos.
Lembrando que entre os acusadores há uma pessoa do serviço diplomático, o Bispo de Roma pediu desculpas pelo "grave ato de injustiça", em nome do serviço diplomático, afirmando que está estudando o assunto, "para que esta pessoa seja afastada", acrescentou.
Comentando o Evangelho, o Santo Padre destacou como Jesus sente "compaixão" para com todas as pessoas "cansadas e exaustas, como ovelhas sem pastor", semelhantes às "que vocês encontram nas ruas de seus bairros", e que se encontram em todo o mundo.
Falando sobre a Divina Misericórdia, o Papa Francisco evocou a figura de Santa Faustina Kowalska e a festa litúrgica inspirada e instituída pelo Beato João Paulo II.
Em 2000, por ocasião da canonização de Irmã Faustina, João Paulo II recordou que "a luz da misericórdia divina "iluminaria" o caminho das pessoas no terceiro milênio.
A intuição da divina misericórdia, disse Bergoglio, não deve ser esquecida e é dever dos pastores da Igreja "manter viva esta mensagem, especialmente nas pregações e nos gestos, sinais, nas decisões pastorais, por exemplo, a escolha de restituir prioridade ao sacramento da Reconciliação e, ao mesmo tempo, às obras de misericórdia."
Com um tom mais sério, referindo-se a algumas conversas telefônicas e correspondências da diocese de Roma, o Santo Padre disse: "Disseram que eu 'sou duro' com os sacerdotes!". Isto faz lembrar que o exercício da misericórdia para um padre é semelhante ao de Jesus, o Bom Pastor, "cheio de ternura para com o povo, é repleto de ternura pelas pessoas, especialmente pelos excluídos, pelos pecadores e pelos doentes que ninguém quer curar.
Esta atitude misericordiosa, o padre a demonstra principalmente ao "ministrar o sacramento da Reconciliação", principalmente "no modo de acolher, de ouvir, de aconselhar e de absolver".
Recordando o caso de um sacerdote de Buenos Aires, que confidenciou a ele ter o "escrúpulo" de "perdoar demais", o papa Bergoglio sugeriu enfrentar dúvidas semelhantes "na capela, diante do sacrário".
"O coração do sacerdote tem que se comover", continuou papa Francisco. Não há espaço para os padres "ascéticos" ou "de laboratório", estes "não ajudam a Igreja ". Podemos pensar na Igreja hoje como um 'hospital de campo', onde se cura as pessoas feridas pelos problemas materiais, pelos escândalos, inclusive na Igreja, pessoas feridas pelas ilusões do mundo.
Onde existem pessoas feridas, um padre deve estar presente com a sua misericórdia, curando todas as feridas. "Quando alguém está ferido, precisa imediatamente disto, não de análise, como a dosagem de colesterol, glicemia", disse o Papa perguntando aos párocos romanos: "Vocês conhecem as feridas de seus paroquianos? Estão próximos a eles?".
Lugar privilegiado do exercício da misericórdia é o confessionário, onde o padre muitas vezes coloca um dilema: ser "laxista" ou "rigorista"? Na verdade, é um falso problema, na medida em que a diferença de estilos entre os confessores "não diz respeito à substância, ou seja, a sã doutrina moral e a misericórdia".
Nem o "laxista" nem o "rigorista" testemunham Jesus, porque não cuidam daqueles que encontram. O primeiro é somente aparentemente misericordioso, mas na realidade minimiza o pecado. O segundo se concentra somente na lei, compreendida de modo frio e rígida.
A verdadeira misericórdia "leva em consideração a pessoa, a ouve atentamente, se põe com respeito e com verdade à sua situação e a acompanha no caminho da reconciliação.
O sacerdote "verdadeiramente misericordioso" se comporta como o Bom Samaritano". O seu coração é "capaz de compaixão, como o de Cristo".
Em resumo, o Pontífice disse: Permissivismo e rigorismo não fazem crescer a santidade, e isto se aplica aos sacerdotes e aos leigos, mas sim o sofrimento pastoral, que é uma forma de misericórdia. Isso significa sofrer por e com as pessoas, assim como um pai e uma mãe sofrem pelos filhos.
Por fim, o Papa Francisco dirigiu aos representantes do clero romano, as seguintes perguntas:
Você chora? Ou perdemos as lágrimas? Chora por seu povo? Quando uma criança adoece, quando morre…Faz a oração de intercessão diante do Tabernáculo? Luta com o Senhor pelo seu povo? Como conclui o seu dia? Com o Senhor? Ou com a televisão? Como é a sua relação com os aqueles que ajudam a ser mais misericordiosos? Crianças, idosos, doentes. Sabe acariciá-los?
Usando outra expressão cara a ele, o Santo Padre exortou finalmente a "não ter vergonha da carne do seu irmão", já que "no final dos tempos, será admitido a contemplar a carne glorificada de Cristo somente que não terá tido vergonha da carne do seu irmão ferido e excluído".
(Trad.:MEM)
A Quaresma vem despertar-nos do risco de avançar por inércia
Homilia do Papa Francisco na Celebração Eucarística de imposição das cinzas
ROMA, 05 de Março de 2014 (Zenit.org) - O Papa Francisco presidiu, nesta quarta-feira (5) a procissão penitencial que partiu da Basílica de Santo Anselmo até a Basílica de Santa Sabina, em Roma, onde celebrou a missa com a bênção e imposição das cinzas. Apresentamos, a seguir, o texto da homilia pronunciada pelo Papa.
"Rasgai o coração, e não as vestes" (Jl 2,13).
Com estas palavras penetrantes do profeta Joel, a liturgia nos introduz hoje na Quaresma, indicando na conversão do coração a característica deste tempo de graça. O apelo profético constitui um desafio para todos nós, sem exceção, e nos lembra que a conversão não se reduz à formas exteriores ou em propósitos vagos, mas envolve e transforma toda a existência a partir do centro da pessoa, da consciência. Somos convidados a iniciar esse caminho, no qual, desafiando a rotina, nos esforçamos para abrir nossos olhos e ouvidos, mas especialmente o coração, para ir além do nosso "quintal".
Abrir-se a Deus e aos outros. Vivemos em um mundo cada vez mais artificial, em uma cultura do "fazer", do "útil", onde sem perceber excluímos a Deus de nosso horizonte. A Quaresma nos convida a despertar, para nos lembrar que somos criaturas, que não somos Deus
E também em relação aos outros , corremos o risco de nos fechar, de esquecê-los. Mas só quando as dificuldades e os sofrimentos de nossos irmãos nos desafiam, só então podemos começar nosso caminho de conversão rumo à Páscoa. É um itinerário que inclui a cruz e a renúncia. O Evangelho de hoje mostra os elementos desta jornada espiritual: a oração, o jejum e a esmola (cf. Mt 6,1-6.16-18). Todos os três envolvem a necessidade de não ser dominado por coisas que aparecem: o que importa não é a aparência, e o valor da vida não depende da aprovação dos outros ou do sucesso, mas daquilo que temos dentro de nós.
O primeiro elemento é a oração. A oração é a força do cristão e de toda pessoa que crê. Na fraqueza e na fragilidade da nossa vida, podemos nos voltar para Deus com a confiança de filhos e entrar em comunhão com Ele. Diante de tantas feridas que nos fazem mal e poderiam endurecer o coração, somos chamados a mergulhar no mar da oração, que é o mar do amor sem limites de Deus, para desfrutar de sua ternura. A Quaresma é um tempo de oração, uma oração mais intensa, mais assídua, mais capaz de cuidar das necessidades dos irmãos, de interceder junto a Deus por tantas situações de pobreza e sofrimento.
O segundo elemento qualificante do caminho quaresmal é o jejum. Devemos ter cuidado para não fazer um jejum formal, ou que na verdade nos "sacia" porque nos faz sentir justificados. O jejum faz sentido se realmente afeta a nossa segurança, e também se consegue um benefício para os outros, se nos ajuda a crescer no espírito do Bom Samaritano, que se inclina sobre o seu irmão em necessidade e cuida dele. O jejum envolve a escolha de uma vida sóbria, que não desperdiça, que não descarta. O jejum ajuda-nos a treinar o coração na essencialidade na partilha. É um sinal de consciência e responsabilidade diante das injustiças, abusos, especialmente para com os pobres e os pequeninos, e é um sinal da confiança que depositamos em Deus e sua na providência.
O terceiro elemento é a esmola: ela indica a gratuidade, porque a esmola é dada a alguém de quem não se pode esperar nada em troca. A gratuidade deveria ser uma das características do cristão, que, consciente de ter recebido tudo de Deus livremente, isto é, sem qualquer mérito, aprende dar aos outros gratuitamente. Hoje, muitas vezes a gratuidade não faz parte da vida cotidiana, pois tudo é comprado e vendido. Tudo é cálculo e medição. A esmola ajuda-nos a viver a gratuidade do dom, que é a liberdade da obsessão pela posse, o medo de perder o que se tem, da tristeza daqueles que não querem compartilhar com os outros o seu próprio bem-estar.
Com seus apelos à conversão, a Quaresma providencialmente vem despertar-nos, para sacudir- nos do torpor, do risco de avançar por inércia. A exortação que o Senhor nos faz através do profeta Joel é alta e clara: "Retornem para mim de todo o vosso coração" (Joel 2, 12). Por que devemos voltar para Deus? Porque algo está errado em nós, na sociedade, na Igreja e nós precisamos de mudança, de uma transformação, precisamos nos converter! Mais uma vez a Quaresma vem dirigir-nos um apelo profético para nos lembrar que é possível realizar algo novo em nós mesmos e ao nosso redor, simplesmente porque Deus é fiel, continua a ser cheio de bondade e misericórdia, e está sempre pronto a perdoar e recomeçar. Com esta confiança filial, coloquemo-nos a caminho!
(Trad.:Canção Nova)
Igreja e Religião
21 entrevistas para falar sobre João Paulo II
O Papa emérito Bento XVI, cinco cardeais, vários bispos , três secretários , um fotógrafo, um policial, um médico, um postulador, duas pessoas curadas milagrosamente falam sobre a santidade de Karol Wojtyla
Por Antonio Gaspari
ROMA, 07 de Março de 2014 (Zenit.org) - Entrevistar personalidades é um gênero literário de grande atualidade. Mas Włodzimierz Redzioch, um engenheiro dedicado à Igreja, jornalista e escritor, não ficou satisfeito. Então, para falar sobre a santidade do Papa João Paulo II escreveu um livro com 21 entrevistas. Editado por ARES (Itália ndt), o título é "Accanto a Giovanni Paolo II – Gli amici e i collaboratori raccontano" (Junto a João Paulo II – Os amigos e os colaboradores falam).
O começo do livro é brilhante: abre-se, de fato, com a entrevista exclusiva com o Papa emérito Bento XVI. A isto seguem-se as entrevistas aos amigos de sempre que conviveram com Wojtyla em Cracóvia: o prof. Stanislaw Grygiel, a doutora sobrevivente dos campos de concentração nazistas Wanda Poltawska, o cardeal Stanisław Kazimierz Nagy. Depois os secretários do Papa, o cardeal Stanislaw Dziwisz, monsenhor Mieczyslaw Mokrzycki , atual arcebispo de Leopoli, e Monsenhor Emery Kabongo Kanundowi. Presentes também as entrevistas aos colaboradores na diocese de Roma e no Vaticano: os cardeais Camillo Ruini, Angelo Sodano, Tarcisio Bertone; depois mons. Pawel Ptasznik , e Joaquín Navarro- Valls , diretor da Sala de Imprensa do Vaticano.
O autor também recolheu as declarações de amigos e colaboradores do Papa, como mons. Javier Echevarría, atual prelado do Opus Dei, o fiel fotógrafo Arturo Mari, o jornalista e escritor Gian Franco Svidercoschi, o gendarme Egildo Biocca, organizador dos passeios do Papa, o médico que sempre o visitou e curou, o dr. Renato Buzzonetti. E ainda as pessoas que por várias razões foram envolvidas nos processos de beatificação e canonização, como o postulador mons. Slawomir Oder, o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, e, finalmente, os dois que foram curados milagrosamente: Irmã Marie Simon -Pierre Normand e Florybeth Mora Diaz.
Para muitos parece que já se conhece quase tudo da vida de João Paulo II; destas 21 entrevistas do livro, surgem histórias, anedotas, detalhes inéditos do homem Karol Wojtyla.
Por exemplo, narra o autor:
"No dia 28 de setembro de 1978 Dom Stanislaw Dziwisz acompanhou o Cardeal na Catedral de Wawel (o castelo do rei da Polónia), a mesma catedral onde 20 anos antes Karol Wojtyla tinha sido consagrado bispo no dia da festa de São Venceslau (Waclaw em polonês). No dia seguinte, Dom Stanislaw e Wojtyla estavam tomando café da manhã quando chegou o motorista da Curia, Jozef Mucha, que disse bem baixinho: "João Paulo I morreu". Wojtyła ficou horrorizado e murmurou: "É uma coisa inédita, inédita..." , em seguida, retirou-se para o seu quarto.
Logo depois, Don Stanislaw viu Wojtyla ir para a capela, onde permaneceu por um longo tempo. Don Stanislaw recorda bem as palavras do cardeal pronunciadas durante a homilia da Missa pelo Papa falecido, que mostravam bem o seu estado de espírito: "Todo o mundo, toda a Igreja se coloca a pergunta: 'Por quê?' (...) Não sabemos qual é o significado desta morte para a Sé Apostólica. Não sabemos o que Cristo queria dizer para a Igreja e para o mundo através desta morte".
Para Don Stanislaw a morte do Papa significava que precisava preparar as malas e organizar a viagem para Roma. Parecia que se repetia o cenário depois da morte de Paulo VI. Karol Wojtyla desta vez estava mais pensativo, embora não expressasse os seus sentimentos. Para um casal de amigos, antes da partida, sussurrou sem acrescentar mais: "Esperava ter mais tempo".
O resto é história.
*
O autor
Włodzimierz Redzioch nasceu em 1º de Setembro de 1951, em Czestochowa (Polónia). Graduado em engenharia pela Universidade Técnica de Czestochowa, continuou seus estudos na Universidade de Varsóvia, no Instituto de Estudos Africanos ( dois anos de estudos de pós-graduação) .
Em 1980 trabalhou no Centro de Peregrinos Poloneses em Roma. Naquela época, ele preparou os guias de Roma e da Terra Santa no idioma polonês.
De 1981 ao 2012 trabalhou no L'Osservatore Romano.
É autor dos livros: "La Tomba di San Pietro" (Editora Calvarianum, 1989), "I Giardini del Vaticano e Castel Gandolfo" (Sport e Turystyka, 1990), "La Basilica di San Pietro" (Pallotinum II, 1991 ), "Il Pallazzo Apostolico (Pallotyński Sekretariat Misyjny, 1993 r.).
É também o autor das guias dos santuários marianos: "Lourdes" ( Pallotinum II , 1992), e "Fatima e i dintorni" (Pallotinum II , 1993) , ambos com a introdução do cardeal Andrzej Maria Deskur .
Na Polónia, foi o promotor da peregrinação a Santiago de Compostela e autor do guia: "Santiago de Compostela - a peregrinação ao túmulo de São Tiago" (Pallotyński Sekretariat Misyjny, 1997 r.) E do álbum "A peregrinação. Santiago de Compostela" ( Bialy Kruk Publishing House , 1999).
É co-autor do livro sobre a Jornada de oração em Assis: "Assisi. Incontro delle religione del mondo" (Calvarianum , 1990) e do álbum de Grzegorz Gałązka: "Cardeais do Terceiro Milênio" (Livraria Editora Vaticana, 1996).
Desde 1995 colabora com o mais popular semanário católico polonês "Niedzela", com a revista mensal americana de inspiração católica "Inside the Vatican" e com a agência de notícias "Zenit". No dia 23 de setembro de 2000, recebeu na Polônia o prêmio católico pelo jornalismo "Mater Verbi".
No dia 14 de julho de 2006, Sua Santidade Bento XVI conferiu-lhe o título de Comendador da Ordem de São Silvestre Papa.
(Trad.TS)
O que Paulo VI escreveu sobre o socialismo
Os cuidados que os católicos devem tomar diante das ideologias
Por Pe. Giuseppe Buono, PIME
MILãO, 06 de Março de 2014 (Zenit.org) - Recentemente, precisei falar sobre os acontecimentos históricos de 1968, uma época de embriaguez ideológica nefasta para a fé, quando muitos pensavam que a ideologia marxista, a "revolução comunista" e as várias correntes do socialismo fossem "a única esperança para os pobres"; quando não poucos "intelectuais" e teólogos católicos escreviam que é errado falar de "Doutrina Social da Igreja", porque a única autêntica e científica "análise da sociedade" seria a do marxismo. Nos últimos anos do seu pontificado (1963-1977), frequentemente contestado e ridicularizado, Paulo VI já evitava usar o termo "Doutrina Social da Igreja". O uso foi retomado com força por João Paulo II em sua primeira grande viagem internacional, à cidade de Puebla, no México (janeiro de 1979), para a terceira assembleia do episcopado latino-americano (CELAM). Hoje o termo é usado por todos. Depois de ver onde foram terminar os cerca de trinta países governados pelo comunismo ou pelo "socialismo real", é difícil, hoje, entender como é que nasceu, naquela época, uma associação chamada "Cristãos pelo Socialismo".
No atual mundo globalizado, quase todos os povos adotam o livre mercado, o capitalismo que, dizem alguns, os povos democráticos poderiam trocar por mais "justiça social". Mas, na prática, parece que em todos os lugares onde "os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres", inclusive em países como o Vietnã e a China, governados pelo Partido Comunista, pratica-se inevitavelmente, para se chegar ao enriquecimento, um "capitalismo selvagem" do qual o Ocidente desenvolvido já quase perdeu as lembranças. O mesmo acontece na Índia, onde governa um "socialismo democrático".
Na Evangelii Gaudium, o papa Francisco aborda o tema de maneira pragmática, como é do seu estilo. No capítulo II (Alguns desafios do mundo atual), ele confirma a condenação da Igreja aos aspectos que alicerçam a economia no mundo de hoje. E ele diz "não" para:
- a economia da exclusão (53-54);
- a nova idolatria do dinheiro (55-56);
- o dinheiro que governa em vez de servir (57-58);
- a desigualdade que gera violência (59-60).
O papa Francesco reivindica, para os cristãos e para a Igreja, o direito de dar as suas opiniões sobre os problemas da sociedade, indo contra a "cultura do secularismo" que marginaliza a religião. Ele escreve (nº 183): "Ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião à intimidade pessoal, sem qualquer influência na vida social nacional, sem preocupação com a saúde das instituições da sociedade civil, sem se expressar sobre os acontecimentos que afetam os cidadãos. Uma fé autêntica, que nunca é cômoda nem individualista, implica sempre um profundo desejo de mudar o mundo, de transmitir valores, de legar algo melhor depois da nossa passagem pela terra".
Francisco afirma ainda (186): "Todo cristão e toda a comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus para a libertação e para a promoção do progresso dos pobres", colaborando (188) "para resolver as causas estruturais da pobreza e para promover o desenvolvimento integral dos pobres... bem como para criar uma nova mentalidade que pense em termos de comunidade, de prioridade da vida de todos em contraste com a apropriação dos bens por parte de alguns". E cita Paulo VI (Octogesima adveniens, 189): "Os mais favorecidos devem renunciar a alguns dos seus direitos para colocar os seus bens com maior generosidade a serviço dos outros".
A ação do cristão em favor dos pobres deve sempre se inspirar no Evangelho. E o papa Francisco relê as passagens do Novo Testamento que se relacionam com o grito dos pobres, com o amor especial de Deus pelos pobres, com o dever do seguidor de Cristo de ajudar os pobres e com a misericórdia de Deus para com aqueles que não são mesquinhos com as coisas que possuem e as compartilham com quem tem menos do que eles. Francisco fala seguidamente dos pobres, dos últimos, dos marginalizados, de ir até as periferias da humanidade, da opção preferencial pelos pobres, mas isto não deve ser entendido em sentido político-partidário, porque seria deturpar o que o papa diz e faz. Para ele, os pobres não são apenas os marginalizados da sociedade, mas também os doentes, os isolados, os presos e os que estão longe de Cristo e da Igreja. Na Evangelii Gaudium, ele condena a "nova idolatria do dinheiro" e escreve (58): "O papa ama a todos, ricos e pobres, mas tem a obrigação, em nome de Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los e promover o seu progresso. Eu os exorto à solidariedade altruísta e a um retorno da economia e das finanças a uma ética em favor do homem".
Quarenta anos depois, é interessante reler o que dizia Paulo VI sobre o socialismo e sobre a adesão dos cristãos a movimentos e partidos socialistas. Na carta apostólica "Octogesima adveniens" (14 de maio de 1971), acusada de "pouco corajosa" e de "pouco profética", Paulo VI escreveu (26): "O cristão que quer viver a sua fé em uma ação política entendida como serviço não pode, sem se contradizer, aderir a sistemas ideológicos que se opõem radicalmente ou em pontos substanciais à sua fé... [Não pode aderir] à ideologia marxista, ao seu materialismo ateu, à sua dialética de violência, à sua maneira de absorver a liberdade individual na coletividade e negar qualquer transcendência ao homem e à sua história pessoal e coletiva".
E prossegue (28): "O perigo seria o de aderir formalmente a uma ideologia que não se alicerça em uma doutrina verdadeira e orgânica, de se refugiar nela como em uma explicação definitiva e suficiente, construindo, assim, um novo ídolo, do qual se aceita, sem às vezes sequer notar, o caráter totalitário e coercitivo. Pensa-se em achar uma justificativa para a própria ação, mesmo violenta, um ajuste a um desejo até generoso de serviço. Este desejo permanece, mas se deixa absorver por uma ideologia que, embora proponha certos caminhos de libertação para o homem, acaba, no fim, por escravizá-lo".
E complementa no número 31: "Há cristãos que se deixam atrair pelas correntes socialistas nas suas diversas evoluções. Eles tentam reconhecer nelas algumas das aspirações que trazem em si mesmos em nome da sua fé; sentem-se parte desse fluxo histórico e querem desempenhar nele um papel. Agora, de acordo com os continentes e culturas, esta corrente histórica assume formas diferentes sob o mesmo nome, inspirado por ideologias incompatíveis com a fé. Um discernimento cuidadoso é necessário. Muitas vezes, atraídos pelo socialismo, os cristãos tendem a idealizá-lo em termos muito genéricos: desejo de justiça, de solidariedade e de igualdade. Eles se recusam a reconhecer as limitações dos movimentos socialistas históricos, que permanecem condicionados pelas suas ideologias de origem".
Este artigo foi publicado originalmente no blog Armagheddo, do pe. Piero Gheddo, missionário jornalista: http://www.gheddopiero.it/
Tem início a Campanha da Fraternidade 2014
A CNBB abriu oficialmente a Campanha nesta Quarta-feira de Cinzas
BRASíLIA, 06 de Março de 2014 (Zenit.org) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade de 2014 nesta Quarta-feira de Cinzas, dia 5 de março, em sua sede em Brasília (DF). Este ano, a campanha aborda o tema "Fraternidade e Tráfico Humano" e o lema "É para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,1).
Representantes do governo e entidades da sociedade civil marcaram presença na solenidade, entre eles: o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso; o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcello Lavèrene Machado; e a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Márcia Bencke.
O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, presidiu a cerimônia. Segundo dom Leonardo, a Igreja inicia um "tempo de conversão" em se tratando da Quaresma. No Brasil, a Conferência dos Bispos apresenta a Campanha da Fraternidade "como itinerário de libertação pessoal, comunitária e social".
Para dom Leonardo Steiner, a CF 2014 quer contribuir na identificação das práticas do tráfico humano em suas várias formas. "O tráfico humano de hoje é, certamente, fruto da cultura que vivemos. A Campanha da Fraternidade, ao trazer à luz um verdadeiro drama humano, deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas de boa vontade", explicou.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, disse que o governo se une à CNBB e às demais entidades na luta contra o tráfico de pessoas. Para o ministro, o Estado deve reagir frente a essa realidade. "É inaceitável um crime como o tráfico humano e que pessoas sejam tratadas como objetos, como escravos. Não importa a modalidade deste crime. Ele tem que ser objeto de uma reação muito forte da sociedade moderna, do Estado moderno", disse.
Mensagem do papa
O papa Francisco enviou mensagem por ocasião da abertura da campanha no Brasil. O texto foi lido pelo secretário executivo da CF 2014, padre Luiz Carlos Dias.
De acordo com o papa, não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria. "Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz etc", disse. O papa se dirigiu aos fiéis, exortando sobre a problemática do tráfico de pessoas. "Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha", lembrou o papa.
Dignidade humana
Para a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Márcia Bencke, é necessário debater a temática do tráfico humano de forma aberta e coerente. "A Campanha da Fraternidade nos coloca o grande desafio de falar honestamente das hierarquias econômicas, sociais e culturais, que acabam legitimando esse tipo de exploração humana", apontou a pastora.
O representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcello Lavèrene Machado, destacou que a OAB reconhece a CNBB como uma parceira de lutas em defesa da dignidade humana. "A Campanha da Fraternidade vai chamar a atenção para essa grande chaga que é a opressão, o abandono, em uma sociedade estruturada sob bases injustas, visando apenas o consumismo e o capitalismo. Que cada brasileiro nesta campanha, lute pelo desaparecimento do tráfico humano", concluiu.
(CNBB/MEM)
Do visível ao invisível, com dois novos DVDs: A Eucaristia e A Santa Missa
Lançamentos completam a série sobre a liturgia
Por Redacao
ROMA, 06 de Março de 2014 (Zenit.org) - "A Eucaristia" e "A Santa Missa" são os dois vídeos recém-apresentados pela H.M. Televisão e pelo dicastério do Vaticano para o Culto Divino. As obras fazem parte da série "Do visível ao invisível" e cada uma tem duração aproximada de 30 minutos.
O vídeo "A Eucaristia" trata dos diversos aspectos deste sacramento: sacrifício, memorial, banquete, ação de graças... Já "A Santa Missa" aprofunda no sentido de cada uma das partes da celebração eucarística. Também fazem parte da série de DVDs, já editados anteriormente, "A liturgia" e "A adoração eucarística".
Os programas contam com as valiosas contribuições dos cardeais Antonio Cañizares (prefeito da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos), Malcolm Ranjith (arcebispo de Colombo, Sri Lanka) e Raymond Burke (prefeito do Tribunal Supremo da Assinatura Apostólica); dos bispos Marc Aillet (de Baiona, França), Celso Morga (secretário da Congregação para o Clero) e Julián López Martín (de León, Espanha); dos monsenhores Juan Miguel Ferrer Grenesche (subsecretário da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos), John Cihak e Jean-Pierre Kwambamba (das cerimônias pontifícias); e dos sacerdotes Juan José Silvestre (professor da Universidade Pontifícia da Santa Cruz de Roma), Carlos Díaz Azarola (reitor do seminário de Getafe, Espanha) e Francisco Javier Fernández Perea (diretor espiritual do seminário de Getafe).
"Para sermos cristãos, precisamos da Eucaristia. Precisamos viver a Eucaristia. Precisamos nos alimentar do Corpo de Cristo, que nos torna um com Ele e, por conseguinte, nos faz entrar na Igreja, que é o sacramento da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano" (cardeal Antonio Cañizares).
"A Eucaristia, tal como Jesus quis instituí-la, é verdadeiramente um sacrifício. Em primeiro lugar, porque ela é a representação, no sentido de tornar presente, do sacrifício de Jesus na Cruz. E para nos dar os meios de participar dele, Jesus quis, justo antes de se oferecer na Cruz, instituir a Eucaristia, para que nós possamos entrar neste sacrifício" (dom Marc Aillet).
"Sabemos que nosso Senhor se fez presente, verdadeiramente presente, com todo o seu ser, sobre o altar, para podermos entrar em comunhão com Ele. Em outras palavras, para se dar a nós e para podermos nos unir a Ele do modo mais perfeito possível na terra, através do recebimento do Corpo de Cristo na sagrada comunhão" (cardeal Leo Burke).
Para ver os trailers dos quatro programas e mais informação sobre a série "Do visível ao invisível", visite o site www.eukmamie.org/é/television/series/visible-a-invisible
Padre Lombardi fala sobre o primeiro ano do Papa Francisco (Parte II)
Os eventos que marcaram a história, contados pelo diretor da Sala de Imprensa do Vaticano: da renúncia de Bento XVI a eleição de Bergoglio e os seus emocionantes 12 meses de pontificado
Por Wlodzimierz Redzioch
ROMA, 05 de Março de 2014 (Zenit.org) - Estamos há um ano da renúncia de Bento XVI. Uma atmosfera pesada pairou sobre a Igreja católica e a cúria Romana depois dos escândalos de pedofilia e a traição do mordomo. Os preparativos do Conclave e a eleição surpreendente do primeiro Papa não europeu fizeram com que Roma fosse invadida por uma multidão de jornalistas, algo que não acontecia desde a morte de João Paulo II. Por várias semanas, Pe. Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano teve que responder as perguntas de cerca de seis mil jornalistas. Em uma atmosfera tensa e incerta o diretor da Sala de Imprensa do vaticano realizou a difícil tarefa de explicar aos jornalistas provenientes de todo o planeta, o que estava acontecendo. Trata-se de eventos que marcaram a história da Igreja católica e do mundo. Para conhecer o que aconteceu neste último ano entrevistamos padre Lombardi.
A primeira parte foi publicada segunda-feira (3). Acompanhe a seguir a segunda parte:
***
Como você avalia o trabalho da mídia que antes do conclave consideraram vários cardeais papáveis?
Padre Lombardi: Na Sala de Imprensa do Vaticano encontro-me com vários jornalistas com atitudes diferentes. Há pessoas extremamente sérias, objetivas, que buscam a verdade; há pessoas mais ou menos, cheias de preconceitos e talvez com uma atitude crítica e negativa em relação à Igreja: Alguns deles usam as informações para desacreditar a Igreja. Não me assusto diante de tais atitudes, sigo meu caminho e procuro ser objetivo. Dou a todos a minha contribuição para compreender e ajudar a fazer um bom trabalho. Depois disso cada um tem a responsabilidade por aquilo que escreve.
O que você sentiu ao ver que foi eleito papa o único jesuíta no Conclave? Você o conhecia?
Padre Lombardi: Não o conhecia. A única vez que tive a ocasião de encontra-lo foi na congregação geral dos jesuítas que elegeu Hans-Peter Kolvenbach. Ali ele era representante da Argentina e eu era representante da Itália. Porém, nem sequer falamos naquela ocasião. Depois padre Bergoglio se tornou bispo e não participou ativamente na vida da Companhia de Jesus.
Quanto no modo de comportar-se do Papa Francisco é característico da formação e tradição da Companhia de Jesus?
Padre Lombardi: Como jesuíta encontro no Papa Francisco toda a dimensão de caráter espiritual e um modo de afrontar as coisas, da Companhia. Por exemplo nas homilias de Santa Marta onde a referência ao Evangelho está ligada á aplicação direta na vida. Encontro esta abordagem muito semelhante aos exercícios espirituais de Santo Inácio. Assim como a espiritualidade que contempla o Senhor e procura traduzir na vida o que o Evangelho te fala. O discernimento característico dos jesuítas quer dizer que cada um está continuamente a caminho para buscar encontrar a vontade de Deus e coloca-la em prática. Um outro aspecto característico é a simplicidade de vida. O Papa conduz uma vida austera, longe da exterioridade e do triunfalismo: eu, como jesuíta, encontro isso muito familiar.
A eleição de Francisco mudou radicalmente a atitude dos meios de comunicação com o papado. Qual é o segredo da sua eficácia e capacidade de se comunicar com as pessoas que conquista também a mídia?
Padre Lombardi: Houve uma mudança de linguagem que não tem a ver só com as palavras mas também com os gestos e os comportamentos. Papa Francisco consegue tocar o coração das pessoas e, de certa forma, supera as distâncias e barreiras. O coração desta nova linguagem é o anúncio do amor de Deus por todos, o tema da misericórdia e do perdão para todos. Enquanto antes nos meios de comunicação se difundia o preconceito segundo o qual a Igreja falava sempre "não", e não estava próxima das pessoas. Papa Francisco conseguiu dar a entender esta diversa leitura da mensagem de Deus e da relação da Igreja com as pessoas.
Que tipo de "problemas" cria ao diretor da Sala de Imprensa Vaticana um Papa que fala muito de improviso, que concede as entrevistas a qualquer um, que privadamente se comunica por telefone com tantas pessoas?
Padre Lombardi: Cria problemas semelhantes aos da polícia quando o Papa quer ficar em contato com as pessoas e rejeita um carro blindado. Nós estamos a serviço do Papa, aprendemos o seu estilo, a sua maneira de ser e de comunicar. Eu tenho que descobrir como posso contribuir para a sua comunicação. Quando o Papa fala, dá entrevistas, comunicando-se diretamente , não tenho nada a dizer ou acrescentar; falo somente quando surge algum problema que precisa ser esclarecido.
Já passou um ano do seu pontificado e Francisco já é o Homem do Ano para a revista "Time". Como se pode comentar essa escolha?
Padre Lombardi: O Papa não é uma pessoa que procura sucesso ou popularidade. Em certa ocasião disse para umas pessoas que o aclamavam: "Não falem 'Viva o Papa!', falem 'Viva Jesus!". Ao mesmo tempo o Papa pode aceitar ser o Homem do Ano de "Time". Se a escolha da revista quer dizer dar a conhecer o objetivo da missão da Igreja e a sua mensagem que Francisco transmite, que assim seja, caso contrário, o Papa certamente não se importa com essas coisas.
Você gostaria de dar algumas dicas para os jornalistas, a fim de que se melhore o trabalho de comunicação especialmente no que diz respeito ao Papa, a Cúria e a Igreja em geral?
Padre Lombardi: O que muitas vezes falta aos jornalistas é acolher a intenção da missão da Igreja e do Papa. Muitas vezes a leitura dos acontecimentos é feita com chaves de interpretações estranhas à realidade da Igreja, por exemplo, em chave política ou econômica. Portanto, a Igreja é vista apenas como luta de poder e interesses econômicos de parte. Esta era a situação dramática dos tempos do Vatileaks. Para ter uma correta leitura, também para os não-crentes, é necessário compreender os motivos e as intenções que estão por detrás das ações e das medidas da Igreja. Por exemplo, na luta que a Igreja trava contra os abusos sexuais, muitos vêem apenas uma maneira de se defender dos ataques. Em vez disso, é um processo de coerência evangélica, de renovação interior, de purificação.
Neste contexto, muitos repórteres olham para a reforma da Cúria apenas como uma renovação de natureza política. O que se pode dizer sobre isso?
Padre Lombardi: O Papa conseguiu fazer entender que a Igreja existe para dizer às pessoas que são amadas. Por isso a reforma da Cúria é secundária: serve à Igreja para proclamar melhor a mensagem do evangelho, não só no Vaticano, mas nas dioceses e nos subúrbios. As estruturas centrais não existem para dominar, mas para servir e ajudar: a reforma visa isso.
(Trad. TS)
Padre Lombardi fala sobre o primeiro ano do Papa Francisco (Parte I)
Os eventos que marcaram a história, contados pelo diretor da Sala de Imprensa do Vaticano: da renúncia de Bento XVI a eleição de Bergoglio e os seus emocionantes 12 meses de pontificado
Por Wlodzimierz Redzioch
ROMA, 03 de Março de 2014 (Zenit.org) - Estamos há um ano da renúncia de Bento XVI. Uma atmosfera pesada pairou sobre a Igreja católica e a cúria Romana depois dos escândalos de pedofilia e a traição do mordomo. Os preparativos do Conclave e a eleição surpreendente do primeiro Papa não europeu fizeram com que Roma fosse invadida por uma multidão de jornalistas, algo que não acontecia desde a morte de João Paulo II. Por várias semanas, Pe. Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano teve que responder as perguntas de cerca de seis mil jornalistas. Em uma atmosfera tensa e incerta o diretor da Sala de Imprensa do vaticano realizou a difícil tarefa de explicar aos jornalistas provenientes de todo o planeta, o que estava acontecendo. Trata-se de eventos que marcaram a história da Igreja católica e do mundo. Para conhecer o que aconteceu neste último ano entrevistamos padre Lombardi.
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Há um atrás a situação parecia catastrófica. Os escândalos, reais ou imaginários, eram amplificados pela mídia com uma agressividade sem precedentes. Calúnias, suspeitas, insinuações.... Como afrontou a situação o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano?
Padre Lombardi: Os meios de comunicação nem sempre são capazes de avaliar objetivamente determinadas situações. Às vezes criou-se uma atmosfera emocional em que se enfatizou apenas aspectos negativos, em vez dos positivos. Em torno da Igreja havia sido criado uma atmosfera de negatividade. Uma parte do pontificado de Bento XVI foi marcado por eventos pesados. As acusações de abusos sexuais por parte do clero jogou mais do que uma sombra sobre a Igreja. Uma história triste, tanto mais porque o pontificado de Bento XVI foi de grande rigor e coragem ao lidar com essas situações, criando as condições para uma purificação. Depois, havia as questões internas que favoreceram a fuga das notícias. E isto aumentou de forma desproporcional a imagem negativa do Vaticano. Não quero negar os erros e as coisas erradas, mas generalizando jogou-se uma sombra de suspeita sobre a instituição e sobre as pessoas que serviram com absoluta fidelidade o Papa e a Igreja. Para piorar, o mesmo fato dramático da traição gerou um desconforto forte.
O escândalo no uso de documentos confidenciais envolveu uma pessoa que todos nós conhecíamos e que estava próxima a Bento XVI. Com quais sentimentos você recebeu a notícia de que Paolo Gabriele traía o Papa?
Padre Lombardi: Paolo Gabriele disse durante o julgamento que ele queria contribuir para a purificação das tensões que havia na Curia. Pensou que copiando e passando documentos confidenciais teria dado uma contribuição positiva. Depois, deu-se conta de que era uma coisa errada. Traiu de forma séria a confiança do Papa. Eu não expresso nenhum juízo pessoal sobre o comportamento de Paolo Gabriele. As suas ações se inserem no contexto das discussões sobre a gestão da governadoria com a rotação do arcebispo Carlo Maria Viganò. Outra questão em discussão era a do Instituto de Obras Religiosas (IOR) e as atividades econômico-financeiras no Vaticano. Trata-se de problemas que envolvem um conhecimento dos aspectos técnicos, e é justo que haja discussões, mas infelizmente a mídia informou de modo decididamente negativo.
Naquela época, a mídia criticou severamente o Vaticano alegando que tinha cometido muitos erros na comunicação. O que acha dessas críticas?
Padre Lombardi: O fato de que Paolo Gabriele tenha passado centenas de documentos a um jornalista não tem nada a ver com a capacidade de comunicar do Vaticano!
Há problemas e ações deste tipo que nenhuma comunicação pode torná-lo menos grave. Obviamente, sempre é possível melhorar. E por esta razão na Secretaria de Estado apareceu a figura de um conselheiro de comunicação na pessoa de Greg Burke. É muito importante que haja uma ligação entre o governo, as decisões, a elaboração de documentos e a comunicação. Dessa forma, enquanto são preparados os documentos pensa-se já como devem ser apresentados e comunicados. Assim, a Sala de Imprensa não tem que comunicar as decisões e os documentos que caem do céu, como aconteceu, por exemplo, com a decisão de tirar a excomunhão dos lefebvrianos. Tendo Greg na Secretaria de Estado estou mais tranquilo e mais ainda porque tenho uma pessoa que conhece bem a mídia americana.
No dia 11 de fevereiro de 2013 Bento XVI convocou um consistório. Ninguém imaginava o que iria acontecer. Como você experimentou a notícia da renúncia do pontificado de Bento XVI?
Padre Lombardi: "Repito-o muitas vezes - elevando o espanto dos meus interlocutores - que para mim não foi algo tão chocante ou surpreendente! Não porque eu tinha sido avisado antes do 11 de fevereiro, mas porque quem acompanhava de perto Bento XVI se dava conta de que ele estava avaliando a consistência das próprias forças que diminuiam. Era possível que pudesse chegar àquela decisão. Já havia falado explicitamente no livro-entrevista com Peter Seewald, alguns anos antes. No livro "Luz do Mundo", Bento XVI diz claramente que em determinadas situações o papa pode, e mais, deve renunciar. Vivi aquele momento com uma certa lucidez, tentando explicar bem os motivos da renúncia que, na minha opinião, se encontram todos no papel que Bento XVI leu durante o Consistório.
Das 12.30 do 11 de fevereiro, você teve que enfrentar o fogo cruzado de perguntas de centenas de jornalistas que vieram de todo o mundo. Em cima, se tratava de uma situação sem precedentes, nova, "inédita". Como é que conseguiu gerenciar aquela situação?
Padre Lombardi: Era necessário explicar as razões da renúncia, mas também o que teria acontecido nos últimos dias do pontificado do Papa Bento XVI. Depois, era preciso explicar o que é "sé vacante". Em seguida havia as Congregações antes do Conclave e o mesmo Conclave. Tentei lidar com essas etapas com uma determinada ordem para compreender melhor os eventos.
Quem eram os seus interlocutores na Cúria?
Padre Lombardi: O maior trabalho naquele momento foi o de procurar continuamente as fontes para responder as perguntas que os jornalistas me colocavam. Até o 28 de fevereiro havia secretário de Estado, depois o cardeal Tarcisio Bertone assumiu o papel de Camerlengo. Outros interlocutores foram: o Decano do Colégio Cardinalício, o substituto da Secretaria de Estado, o secretário da governadoria, a polícia, a Prefeitura da Casa Pontifícia, os textos jurídicos, os históricos, especialmente para a história dos conclaves. Muitas vezes eu tinha que dizer aos jornalistas: "Não sei responder agora. Te darei a resposta amanhã" e para responder tinha que procurar as pessoas certas para os esclarecimentos. Muito me ajudaram também padre Thomas Rosica csb, para os jornalistas de língua inglesa, e mons. José María Gil Tamayo para a língua espanhola.
(A segunda parte será publicada quarta-feira, 5 de março)
(Trad.TS)
Comunicar a fé hoje
Catequese para Adultos: catequese reconciliadora
A catequese é um sair de si mesmo, um desalojar-se para dar espaço aos excluídos.
Por José Barbosa de Miranda
BRASíLIA, 07 de Março de 2014 (Zenit.org) - OS QUE FORAM AFASTADOS
No artigo anterior refletimos sobre a catequese insuficiente, aquela que chamamos de verniz superficial. A catequese que não ajuda no amadurecimento da fé por falta de conteúdo.
Hoje, refletiremos sobre a necessidade de uma catequese voltada para os excluídos, os que foram rejeitados por pessoas da Igreja por falta de humildade e caridade. Ainda reporto-me a Dom Juventino Kestering, em sua conferência na Segunda Semana Brasileira de Catequese, que dizia: "Um dos grupos que desperta hoje nossa atenção é o dos que foram afastados por falta de acolhida: eles buscaram na Igreja respostas aos seus problemas concretos, não encontraram acolhida e nem sequer ouvidos atentos para escutar" (Estudos CNBB 84, p. 260).
A CATEQUESE QUE LEMBRA JESUS
Essa catequese visa essencialmente uma reaproximação com "as ovelhas desgarradas". Fazem parte do aprisco, mas estão distantes à espera de uma oportunidade de diálogo, de um reencontro. A catequese com esses adultos deve ser alimentada pela docilidade do Bom Pastor (cf. Jo 10, 11-15). Nesse momento é oportuno mostrar que a Igreja é obra divina, mas administrada por homens. O que deve prevalecer agora não são os erros, as prepotências, o autoritarismo humano, mas o reencontro com Deus que se manifesta em seu Filho, e seu Filho permanece na Igreja. É catequisar com São Paulo: "Vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus" (1Cor 4,23). É uma catequese que busca o reencontro com Cristo. É o momento em que o catequista se pareça com Cristo, chegando a despertar na ovelha que foi afastada a admiração: "você me lembra Jesus"! Um dos eixos dessa catequese é a humildade: reconhecer as fragilidades que podem ser transformadas em instrumentos confiáveis para o reencontro com o Reino de Deus. As pessoas que foram afastadas ainda estão com as feridas abertas pela exclusão injusta, mas aceitam o curativo que pode restabelecer a inclusão. São Paulo dá a receita para essa catequese: "Para os fracos, fiz-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Tornei-me tudo para todos, a fim de salvar alguns a todo custo. E isto tudo eu faço por causa do evangelho, para dele me tornar participante" (1Cor 9, 22).
UMA CATEQUESE DE ESCUTA
Certa ocasião, em um encontro de preparação para o matrimônio, dele participava um casal jornalista que ainda tinha a feridas abertas de quando foram afastados da Igreja. Eu conversava com eles e dava-lhes oportunidade de abertura para promover um possível reencontro com a Igreja. Nesse momento se aproxima um sacerdote e, ao ouvir os desabafos do casal jovem contra a Igreja, foi ríspido: "vocês não deveriam estar aqui. Aqui não é lugar de falar mal da Igreja. Podem se retirar". Eu tentei argumentar com o sacerdote sobre um diálogo caridoso, mas ele não aceitou, concluindo; "aqui é lugar para quem acredita na Igreja e não de quem fala mal dela. Não vale a pena perder tempo com essa gente".
A catequese com adultos se prima pela escuta que gera diálogo e sem prejulgamento. Como catequisar com monólogo e sem aceitar as diferenças? Como falar farisaicamente de Cristo sem admitir erros que podem ser reparados? A partir do momento que a pessoa começa a falar de suas frustações já se supõe uma relação: restabelecer laços. É o início da catequese paulina: "fiz-me fraco para ganhar os fracos".
A CATEQUESE DA RECONCILIAÇÃO
Na mesma conferência, Dom Juventino comenta: "Existe também o grupo dos que se afastaram por desentendimentos com o padre. Na maioria dos casos, a experiência de "afastamento" é traumática. Muitos sentem-se amargurados, cultivam resistência contra a Igreja e seus líderes, e alguns, inclusive, tornam-se agressivos" (Estudos da CNBB 84, p. 260).
Como encontrar essa ovelha tresmalhada se não for ao seu encontro? É a catequese do amor e da reconciliação. A catequese da "minha culpa, minha máxima culpa". A catequese que coloca a ovelha nos braços do Pai.
Nesse momento aparece a catequese sobre a Igreja, depositária da fé. Cristo instituiu a Igreja para ser seu Sacramento, uma instituição que contém e realiza a graça redentora de Cristo. A igreja que provocou o afastamento não estava revestida do mandato de Cristo: "Fazei todos meus discípulos, ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei" (cf. Mt 28,19-20), mas agiu como instrumento de divisão e exclusão. Não se trata de uma catequese de jogar pedras, mas de recuperar, mostrando a misericórdia de Deus. Cristo não veio para condenar, mas salvar. A essência dessa catequese está na misericórdia e gratuidade do amor: "Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, para não serdes julgados; não condeneis, para não serdes condenados; perdoai, e vos será perdoado" (Lc 6, 36-37).
A catequese, toda ela é uma Escola de Jesus, Escola de Igreja. Seu itinerário é o de Jesus.
***
Leia os artigos anteriores dessa série sobre catequese de adultos:
Familia e Vida
Horror na Bélgica: o rei Felipe aprovou a lei da eutanásia infantil
A prática é desumana e destrói os fundamentos da nossa sociedade, dizem os líderes religiosos belgas. Torna-se no primeiro país do mundo que não estabelece requisitos de idade
Por Ivan de Vargas
ROMA, 05 de Março de 2014 (Zenit.org) - O rei Felipe da Bélgica sancionou na segunda-feira (3), a lei da eutanásia infantil que autoriza terminar com a vida de uma criança sem limite de idade. De acordo com a nova legislação, serão suficientes duas opiniões médicas e o conselho de um psicólogo juvenil ou psiquiatra. Além disso, os pais deverão dar o seu consentimento por escrito.
O parlamento belga aprovou em meados de fevereiro uma extensão da lei da eutanásia, para que as crianças e adolescentes suficientemente maduros possam optar por ela em circunstâncias muito restritas, quando padeçam de um "sofrimento físico insuportável e a sua morte a curto prazo seja inevitável".
A assinatura do monarca era um ato puramente simbólico, embora indispensável para a entrada em vigor da norma.
O rei Alberto, pai do atual monarca, assinou em 2002 a lei da eutanásia, um ato realizado "como instituição e para não bloquear o processo democrático".
Durante meses, as formações políticas discutiram sobre esta polêmica medida. A eutanásia pediátrica contou com o apoio dos socialistas e liberais valões e flamengos, dos verdes e do partido separatista flamengo N-VA. Mantiveram-se contra os Democratas cristãos valões e flamengos e o partido Vlaams Belang.
Inúmeros profissionais médicos reagiram violentamente a uma lei que eles concordam que não responde a nenhuma demanda da sociedade e nem do setor sanitário.
A legislação deplorável também tem recebido as críticas do primeiro Congresso Internacional de Cuidados Paliativos Pediátricos realizado na Índia e que incluiu na sua declaração final um "apelo urgente ao Governo belga para reconsiderar a sua decisão".
Os especialistas reunidos no congresso internacional defenderam que todos os menores em estado terminal devem ter acesso aos meios adequados para controlar a dor e os sintomas, bem como a cuidados paliativos de alta qualidade. "Acreditamos que a eutanásia não faça parte da terapia paliativa pediátrica e não seja uma alternativa", diz o texto publicado pelos meios de comunicação belgas.
Enquanto isso, os líderes das grandes religiões da Bélgica (cristãos, muçulmanos e judeus) têm mostrado repetidamente a sua rejeição da lei. Neste sentido, no dia 6 de novembro emitiram uma declaração opondo-se à legalização da eutanásia para menores. "A eutanásia das pessoas mais vulneráveis é desumana e destrói as bases da nossa sociedade", denunciavam. "É uma negação da dignidade dessas pessoas e as deixa ao critério, ou seja, à arbitrariedade de quem decide", acrescentavam .
Na nota, divulgada pela agência Cathobel, os líderes religiosos destacavam que são "contra o sofrimento físico e moral, especialmente das crianças", mas explicavam que "propor que os menores possam eleger a sua própria morte é um modo de falsificar a sua faculdade de julgar e portanto a sua liberdade". Expressamos o nosso firme desejo diante do risco de banalização crescente de uma realidade tão grave", concluíram .
Os líderes religiosos da Bélgica também afirmaram em outra mensagem conjunta que "a eutanásia das pessoas mais frágeis é desumana e destrói as bases da nossa sociedade", e acrescentou que "é uma negação da dignidade dessas pessoas e as deixa para a arbitrariedade de quem decide".
(Trad.TS)
Espiritualidade
Homilética: Primeiro domingo da Quaresma
Comentário do Pe. Antonio Rivero, L.C. sobre a liturgia dominical
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 05 de Março de 2014 (Zenit.org) - Ciclo A
Textos: Gênesis 2, 7-9; 3, 1-7: Romanos 5, 12-19; Mateus 4, 1-11
Tema: a tentação.
Ideia principal: a tentação é companheira de viagem aqui na terra.
Resumo da mensagem: Deus por amor cria o homem e a mulher para torná-los partícipes do seu amor. O inimigo tinha inveja do amor que Deus manifestava por estas primeiras criaturas humanas, assediou lhes com a mais terrível das tentações, a soberba, "sereis como deuses", fez o convite para que eles se desligassem de Deus como ele tinha feito. Eles caíram. E as consequências foram desastrosas, não somente para eles, mas também para toda a humanidade, pois herdamos deles o pecado original e os seus frutos: pecado e mais pecado (primeira leitura). Se cresceu o pecado, mais abundante foi a graça em Jesus Cristo que nos justificou (segunda leitura), vencendo o inimigo e fazendo-nos participar da sua vitória (evangelho).
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, a tentação dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, foi diabólica. Nada menos que desterrar Deus das suas vidas para ser como Deus, sem depender de ninguém e nem obedecer a ninguém. É o pecado da soberba que o inimigo inoculou nas faculdades nobres que Deus tinha colocado nas suas primeiras criaturas para torná-los partícipes do seu amor e da sua ternura: mente para conhecer a Deus, vontade para escolher a Deus e servi-lo, e um coração para amá-lo. A tristeza e a decepção de Deus Pai foram imensas. Ele não esperava isso. Não merecia isso.
Em segundo lugar, menos mal que Jesus veio para nos ensinar a lutar contra as tentações e para nos dar as forças para vencer. As três tentações de Jesus abarcam os três campos atraentes para todos: a ânsia de desfrutar, o desejo da vaidade e a ambição do poder. Tentações dirigidas a sua missão como Messias e Salvador: levá-lo a um messianismo triunfal, fácil, favorável, como prestigio pessoal e poder. Jesus sai vencedor de todas estas tentações e se mantém fiel e totalmente disponível ao plano salvador de Deus, dando-nos o exemplo para ser seguido e a graça para vencer, que passará pela oração, pelo sacrifício e pelos sacramentos.
Finalmente, a Quaresma é tempo propício para ir com Jesus ao deserto e fortalecer os músculos da nossa alma e assim estar prontos para os embates das tentações do nosso inimigo. As nossas tentações têm o mesmo sabor que as tentações de Jesus, pois o inimigo conhece muito bem o nosso calcanhar de Aquiles. Queremos vencer as tentações? Aliemo-nos, como Jesus, a Palavra de Deus que é espada bem afiada, façamos jejum de tudo aquilo que corrompe a nossa vontade e mancha a nossa afetividade; alimentemo-nos com os sacramentos e não demos atenção as mentiras e propostas do inimigo.
Para refletir: Diz Santo Agostinho: "Consideras que Cristo foi tentado, e não consideras que venceu a tentação? Reconhece-te tentado Nele, e reconhece-te vitorioso Nele". Quais são as suas tentações mas frequentes? Quais são os meios que você coloca para vencê-las?
Qualquer sugestão ou dúvida podem comunicar-se com o padre Antonio neste e-mail:
São José da Cruz
Jovem de profunda piedade e oração, construiu além de obras materiais, profundas construções interiores que o levaram ás honras dos altares.
Por Fabiano Farias de Medeiros
HORIZONTE, 05 de Março de 2014 (Zenit.org) - João José da Cruz nasceu no século XVII na ilha de Ischia, na cidade de Ponte na Itália, no dia 15 de agosto de 1654. Filhos de nobres o jovem José da Cruz logo recebeu consistente ensinamento acerca de sua fé e doutrina na escola dos padre agostinianos que ficava na mesma ilha.
Jovem de profunda piedade e oração, logo destacou-se entre os demais irmãos e despertou a vocação de consagrar sua vida à Deus no sacerdócio, mas os tempos eram incertos onde muitos aproveitavam esta condição para benefício próprio e José decidiu então seguir o caminho religioso e aos quinze anos ingressou na Ordem dos Franciscanos Descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos também como Alcantarinos.
Devido a sua profunda devoção à Paixão de Cristo, recebeu o nome de João José da Cruz. Seu nome de batismo era Carlos Caetano Calosirto. Foi um dos mais jovens a assumir o hábito no ano de 1670 e professou seus votos em 1671. Em 1674 assumiu com outros irmãos a direção do Santuário de Santa Maria de Occorrevole onde iniciou a construção de um convento.
Não eram poucas as dificuldades na época e no local. Mas José da Cruz não parou nas dificuldades e começou a recolher pedras e outros materiais com as próprias mãos para a construção. A iniciativa de João levantou a percepção do povo para uma possível loucura do religioso, mas com seu testemunho aderiram à sua empreitada os padres e o todo o povo que findaram por construir o maior convento daquela região.
Foi ordenado sacerdote em 18 de setembro de 1677 e leito provincial em 1703. Construiu e dirigiu muitos outros conventos. Sua espiritualidade, piedade e conselho atraíam muitas pessoas ao seu convívio, dentre muitas, Santo Afonso Maria de Ligório.
Morreu no dia 05 de março 1734, sendo sepultado nesse mesmo convento e beatificado pelo papa Gregório XVI, em 1839. Suas relíquias encontram-se na ilha de Ischia.
Angelus
No momento das nossas tentações, nada de argumentos com Satanás
Papa Francisco no Angelus comenta o Evangelho do I Domingo da Quaresma
CIDADE DO VATICANO, 10 de Março de 2014 (Zenit.org) - O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus deste domingo (9), da janela da residência pontifícia, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Apresentamos as palavras pronunciadas pelo Santo Padre:
Queridos irmãos e irmãs,
O Evangelho deste primeiro domingo da Quaresma nos apresenta todos os anos o episódio das tentações de Jesus, quando o Espírito Santo, que desceu sobre Ele depois do Batismo no Rio Jordão, impeliu-o a enfrentar abertamente Satanás no deserto, por quarenta dias, antes de iniciar a sua missão pública.
O tentador procura desviar Jesus do projeto do Pai, isso é, do sacrifício, do amor que oferece a si mesmo em expiação, para fazer-lhe adotar um caminho fácil, de sucesso e de poder. O duelo entre Jesus e Satanás se realiza através de citações da Sagrada Escritura. O diabo, de fato, para desviar Jesus do caminho da cruz, apresenta-lhe as falsas esperanças messiânicas: o bem-estar econômico, indicado pela possibilidade de transformar as pedras em pão; o estilo espetacular e mirabolante, com a idéia de atirar-se do ponto mais alto do templo de Jerusalém e fazer-se salvar pelos anjos; e por fim um atalho do poder e do domínio, em troca de um ato de adoração a Satanás. São três os grupos de tentações: também nós o conhecemos bem!
Jesus resiste decididamente a todas estas tentações e confirma a firme vontade de seguir o caminho estabelecido pelo Pai, sem qualquer compromisso com o pecado e com a lógica do mundo. Reparem bem como responde Jesus. Ele não dialoga com Satanás, como tinha feito Eva no paraíso terrestre. Jesus sabe bem que com Satanás não se pode dialogar, porque é muito esperto. Por isto, Jesus, em vez de dialogar como tinha feito Eva, escolhe refugiar-se na Palavra de Deus e responde com a força desta Palavra. Lembremo-nos disso: no momento da tentação, das nossas tentações, nada de argumentos com Satanás, mas sempre defendidos pela Palavra de Deus! E isto nos salvará. Nas suas respostas a Satanás, o Senhor, usando a Palavra de Deus, recorda-nos, antes de tudo, que "não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mt 4, 4; cfr Dt 8, 3); e isto nos dá força, apóia-nos na luta contra a mentalidade mundana que reduz o homem ao nível das necessidades primárias, fazendo-o perder a fome daquilo que é verdadeiro, bom e belo, a fome de Deus e de seu amor. Lembra também que "também está escrito: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'" (v. 7), porque o caminho da fé passa também através da escuridão, da dúvida, e se alimenta de paciência e de espera perseverante. Jesus recorda, enfim, que "está escrito: 'Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás" (v. 10), isso é, devemos livrar-nos dos ídolos, das coisas vãs, e construir a nossa vida sobre o essencial.
Estas palavras de Jesus encontrarão depois confirmação em suas ações. A sua absoluta fidelidade ao desígnio de amor do Pai o conduzirá depois de cerca de três anos ao confronto final com o "príncipe deste mundo" (Jo 16, 11), na hora da paixão e da cruz, e ali Jesus resgatará a sua vitória definitiva, a vitória do amor!
Queridos irmãos, o tempo da Quaresma é ocasião propícia para todos nós cumprirmos um caminho de conversão, confrontando-nos sinceramente com esta página do Evangelho. Renovemos as promessas do nosso Batismo: renunciemos a Satanás e a todas as suas obras e seduções – porque é um sedutor ele – para caminhar nas sendas de Deus e "chegar à Páscoa na alegria do Espírito" (Oração coleta do I Domingo da Quaresma Ano A).
(Trad.: Cação Nova)
Audiência de quarta-feira
Elementos para viver a Quaresma: fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos
Na Audiência Geral, o Papa Francisco falou sobre o Tempo da Quaresma
CIDADE DO VATICANO, 05 de Março de 2014 (Zenit.org) - O Papa Francisco falou sobre o Tempo da Quaresma que a Igreja inicia hoje, com a Quarta-Feira de Cinzas na catequese desta quarta-feira, 5 de março, durante a Audiência Geral. Eis o texto na íntegra:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia
Começa hoje, Quarta-Feira de Cinzas, o itinerário quaresmal de quarenta dias que nos conduzirá ao Tríduo pascal, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, coração do mistério da nossa salvação. A Quaresma nos prepara para este momento tão importante, por isto é um tempo "forte", um ponto de reviravolta que pode favorecer em cada um de nós a mudança, a conversão. Todos nós temos necessidade de melhorar, de mudar para melhor. A Quaresma nos ajuda e assim saímos dos hábitos cansados e do preguiçoso costume ao mal que nos engana. No tempo quaresmal, a Igreja nos dirige dois importantes convites: adotar uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo; viver com mais empenho o próprio Batismo.
A consciência das maravilhas que o Senhor fez para a nossa salvação dispõe a nossa mente e o nosso coração a uma atitude de gratidão para Deus, por quanto Ele nos deu, por tudo aquilo que realiza em favor do seu povo e de toda a humanidade. Daqui parte a nossa conversão: essa é a resposta grata ao mistério maravilhoso do amor de Deus. Quando nós vemos este amor que Deus tem por nós, sentimos a vontade de nos aproximarmos Dele: esta é a conversão.
Viver a fundo o Batismo – eis o segundo convite – significa também não se habituar às situações de degradação e de miséria que encontramos caminhando pelos caminhos das nossas cidades e dos nossos países. Há o risco de aceitar passivamente certos comportamentos e de não se surpreender diante das tristes realidades que nos cercam. Nós nos acostumamos com a violência, como se fosse uma notícia cotidiana deduzida; habituamo-nos aos irmãos e irmãs que dormem pelas ruas, que não têm um teto para abrigar-se. Habituamo-nos aos refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como se deveria. Habituamo-nos a viver em uma sociedade que pretende fazer pouco de Deus, na qual os pais não ensinam mais aos filhos rezar nem fazer o sinal da cruz. Eu pergunto a vocês: os vossos filhos, as vossas crianças sabem fazer o sinal da cruz? Pensem. Os vossos netos sabem fazer o sinal da cruz? Vocês ensinaram a eles? Pensem e respondam no vosso coração. Sabem rezar o Pai Nosso? Sabem rezar à Nossa Senhora com a Ave Maria? Pensem e respondam. Este costume a comportamentos não cristãos e de comodismo narcotiza o nosso coração!
A Quaresma vem a nós como tempo providencial para mudar a rota, para recuperar a capacidade de reagir diante da realidade do mal que sempre nos desafia. A Quaresma seja vivida como tempo de conversão, de renovação pessoal e comunitária mediante a aproximação a Deus e a adesão confiante ao Evangelho. Deste modo, permite-nos também olhar com olhos novos para os irmãos e as suas necessidades. Por isto a Quaresma é um momento favorável para se converter ao amor para com Deus e para com o próximo; um amor que saiba fazer propriamente a atitude de gratuidade e de misericórdia do Senhor, que "fez-se pobre para enriquecer-nos com a sua pobreza" (cfr 2 Cor 8, 9). Meditando sobre os mistérios centrais da fé, a paixão, a cruz e a ressurreição de Cristo, perceberemos que o dom sem medida da Redenção nos foi dado por iniciativa gratuita de Deus.
Dar graças a Deus pelo mistério do seu amor crucificado; fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos: estes são elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma. Neste caminho, queremos invocar com particular confiança a proteção e a ajuda da Virgem Maria: seja Ela, primeira crente em Cristo, a nos acompanhar nos dias de oração intensa e de penitência, para chegar a celebrar, purificados e renovados no espírito, o grande mistério da Páscoa do seu Filho.
(Trad.:Canção Nova)
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