HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(102)-20º DOMINGO COMUM – B
Os Alimentos (refeições), desde longa data fizeram parte da observância religiosa, quer do ritual, quer do próprio culto, como parte dos ritos sacrificiais, pelo que foram chamados Theophagy ou Hierophagy.
Nas cerimónias pagãs os alimentos imolados eram oferecidos para aplacar os deuses, mas os oferentes não partilhavam dos alimentos oferecidos, pelo que se chamavam Alimentos Divinos, ou seja, alimentos consumidos pela divindade (os deuses).
No desenvolvimento cristão desta prática, faz-se referência à Eucaristia como "Ceia do Senhor", portanto, Alimento Sagrado.
Mas, além disso tem também uma realidade sacramental de Comunidade :
- "Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à União Fraterna, à Fracção do Pão e às orações". (Act.2,42).
Há uma identidade entre este Alimento Sagrado do sacrifício e a participação no pão e no vinho, comido e bebido como sacrifício, como memorial e, mais solenemente, como Corpo e Sangue de Cristo :
- "O cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo ? E o pão que partimos não é a comunhão do Corpo de Cristo?" (1 Cor. 10,16).
O Ágape que, historicamente era um alimento tomado em comum, foi muitas vezes feito antes ou depois da Eucaristia, mas não era Eucaristia.
A compreensão semântica de Alimento na nossa sociedade moderna tem uma conotação familiar, mas isso não revela o Alimento Sagrado que existe simultaneamente como Eucarístico e ritualístico.
Seria mais perfeito e mais correcto em todas as circunstâncias, fazer preceder a palavra Alimento, quando usada num contexto católico desta palavra Eucarístico ou Sagrado :
- "Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Porque a Minha carne é, em verdade, uma comida e o Meu sangue é, em verdade, uma verdadeira bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue, fica em Mim e Eu nele". (Jo.6,55-56).
A Eucaristia não é, portanto, um simples alimento para o nosso corpo, o que seria mais do que insuficiente, mas sim um alimento para a nossa alma, um Alimento Sagrado, que deve ser tomado com uma preparação prévia, consciente, interior e exteriormente.
- "Examine-se cada qual a si mesmo e, então, coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação".(1 Cor.11.28-29).
Falar de Alimento Sagrado, tal como S. Paulo o recomenda, é supor uma conversão e, portanto, estamos continuamente num processo de conversão que nunca está encerrado, porque a conversão é um movimento de viragem, fruto dum encontro com o Senhor Jesus e supõe, por isso mesmo, um caminho de conversão permanente.
E à medida em que vamos caminhando é que nos apercebemos dos aspectos da nossa vida que ainda estão por converter ou que ainda não convertemos suficientemente.
Mais do que um processo moral a conversão deve ser entendida como um apelo a uma nova identidade para fazermos da nossa vida uma dádiva eucarística, sacrificando nas oferendas do altar os nossos egoísmos, purificando assim os nossos sentimentos, para que a Comunhão se torne um verdadero Alimento Sagrado, garantia da nossa participação no plano da História da Salvação.
Nascimento
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