HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(114)-32º DOMINGO COMUM – B
PERDER PARA SALVAR...
No gesto da viúva pobre, que faz a dádiva de tudo o que lhe restava, para a sua subsistência, em oposição aos ricos que se vangloriavam, lançando as suas moedas no tesouro do Templo, Jesu reconhece o seu próprio destino. Também Ele fará dom da própria vida, depois de se ter entregue inteiramente à missão que Deus Pai lhe confiara. É quando se aceita fazer dom da vida, mesmo correndo o risco da morte, que finalmente se salva a própria vida. Na verdade, so será salvo aquilo que for dado, até porque aquilo que se dá por misericórdia e amor nunca nos fará falta. Numa civilização onde se busca a "mais-valia", o lucro sem escrúpulos, e a gratificação imediata, esta mensagem de Jesus terá muita dificuldade em ser compreendida e mais dificuldade em ser aceite e cumprida...
Mas todos aqueles, ainda que poucos, que tiverem a coragem, porventura heróica, para a experimentar, podem testemunhar que nunca foram tão ricos, como a partir do momento em que aceitaram perder, por causa de um amor maior. Esse amor é aquele que, tendo passado pela paixão voraz e devoradora, pela solicitação e pela posse, evolui para a devoção e o devotamento, para a gratidão e a gratitude, para a harmonia e para a ternura. A Santa Igreja, como em seus primórdios uniu a ágape à Ceia eucarística e se manifestou toda unida em torno de Cristo pela caridade, assim em todos os tempos é reconhecida através deste sinal do amor.
Mas não pode haver amor : - Onde houver a ganância de possuir muito para além do que é necesário, do que não faz falta e do que não conseguimos mesmo gastar em toda a nossa vida.
- Onde houver a injustiça entre os homens de qualquer condição, sexo, raça ou religião.
- Onde se passa por cima dos direitos dos outros sob a estúpida paixão de defender os nossos sem termos em conta os nossos próprios deveres.
- Onde o espírito de vingança nos leva a condenar nos outros aquilo mesmo que nós praticamos com maior intensidade. - Onde se pratica o mal pelo mal, o terrorismo pelo ódio e o crime sem qualquer respeito e consideração pelos bens e pela vida dos outros.
- Onde o fanatismo e a superstição ocuparem o lugar da verdadeira religião do Amor...
Afinal, o que mais se faz sentir entre a nossa civilização sem fronteiras, não é a fome, não é a pobreza nem a falta de cultura ou mesmo de liberdade, mas unicamente o Amor entre os homens.
Para aí deveria caminhar toda a educação completa, através dos nossos governos e das nossas instituições. O Amor e a paz não se conseguem com as guerras e as lutas de classes em greves e manifestações contestatárias.
Parece que todos nós lutamos por causas justas, mas fazemo-lo por meios injstos e imprórios e, por vezes até condenáveis.
"Amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos e tudo nos será dado por acréscimo".
John
Nascimento
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