FÉ SEM OBRAS !
A EUCARISTIA E A PALAVRA DE DEUS. (33)
A Palavra de Deus que nos é pregada em cada domingo na Homilia, assenta na doutrina da Escritura, enriquece os nossos conhecimentos religiosos e é um alimento espiritual que nos prepara para a Eucaristia e nos deve acompanhar no dia a dia da nossa vida.
Talvez não seja fácil e cómodo ouvir a Palavra de Deus na Homilia dos Domingos, habituados como estamos a ver e ouvir histórias na Televisão e no Cinema, apresentadas por artistas consumados, com imagens aliciantes e um fundo musical muito atraente e sugestivo.
Ouvir as histórias do antigo Israel e a história dos primeiros cristãos, mesmo sabendo o que elas significam, nem sempre essas histórias nos movem para rumos melhores embora diferentes.
Esta é a grande realidade que nos torna incómoda a pregação da Palavra de Deus e nos leva, porventura, a rezar o terço ou a ler o Boletim Paroquial enquanto o Celebrante prega a sua homilia.
Mas o Baptismo pelo qual nos tornámos a «Igreja de Deus», tem as suas justas exigências e pode conceder-nos a graça de ouvirmos atentamente a Palavra de Deus para melhor a pormos em prática durante toda uma semana dispersa por muitas actividades importantes e necessárias da nossa vida, o que não nos dispensa de fazermos um esforço, sempre meritório e cada vez mais necessário e oportuno.
A Palavra de Deus exposta na homilia, é uma preparação próxima para a Comunhão, porque enriquece a inteligência e alimenta espiritualmente a alma.
A Palavra de Deus é uma Escola de Oração.
Ao longo de três anos, (ou três Ciclos), nas Homilias dos Domingos, nos vai sendo apresentada toda a História da Salvação, contida no Antigo Testamento e renovada no Novo Testamento pelos ensinamentos de Cristo e pelas mensagens dos Apóstolos.
A nossa aceitação da mensagem da Palavra de Deus e o nosso esforço para a pormos em prática é uma autêntica maratona dos nossos dias em que tantas coisas nos estimulam para um desafio entre o bem e o mal, entre a injustiça e a caridade, entre a verdade e a mentira, pondo em risco o nosso amor a Deus e aos nossos irmãos.
Daí, a necessidade de nos preparamos, lendo antecipadamente os textos do próprio da Missa, para melhor entendermos as explicações que nos são dadas na Homilia, não aconteça que, depois de acabar a Missa, nem sequer sejamos capazes de reconstituir o cenário criado pela pregação da Palavra de Deus.
E daí a razão pela qual, embora a Missa seja um acto mais ou menos contínuo e porventura mal participado, até ignorado ou com certo fanatismo, os anos vão-se passando e nós acabamos por constatar que não fizemos qualquer progresso espiritual, não absorvemos o Mistério da Missa e continuamos a cometer os mesmos erros.
Afinal, para que serve a Missa e o que é que ela representa no dia a dia das nossas relações com Deus e com os nossos irmãos ?
Uma sugestão muito oportuna que nos leva a um bom exame de consciência.
E se à porta da Igreja alguém nos perguntasse o que é que o padre tinha explicado na Homilia, quantos de nós seríamos capazes de dar uma resposta certa ?
A homilia não deve ser um tratado de exegese da Liturgia da Palavra que exigiria uma longa maratona – de mais de 20 minutos - mas sim uma escola de oração, numa apresentação cuidada e breve, mas convicta da Mensagem que dela o ministro deve apresentar e que os fiéis possam assumir para levarem para mais uma semana da sua vida cristã em movimento – e que não vá além dos 10 minutos.
Assim nós compreendemos que ainda há muito para fazer de modo que a nossa fé se possa exprimir pelo nosso testemunho de vida, pelas nossas obras.
John
Nascimento
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