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    sábado, 22 de junho de 2013

    Juventude Conservadora da UnB






    Juventude Conservadora da UnB




    Cinco reflexões pertinentes


    Posted: 21 Jun 2013 07:27 PM PDT


    Desde a explosão das primeiras manifestações contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo – e que agora se alastraram pelo País, e parecem não se ater somente à questão do transporte público –, não escrevi nenhum texto a respeito. O motivo é bem simples: estava estudando o assunto e acompanhando seus desdobramentos o mais próximo possível. Conversei com pessoas que participaram (e ainda participam) das manifestações, li matérias, assisti a reportagens, consultei notas de opinião e análises as mais variadas. E existem algumas questões que eu gostaria de abordar de modo bastante simples, uma vez que elas parecem estar sendo deliberadamente evitadas.




    1. A farsa "manifestantes x baderneiros"




    É quase absoluto que as manifestações que têm ocorrido pelo Brasil sejam noticiadas das seguintes maneiras: "A manifestação foi pacífica por tantas horas, mas um pequeno grupo de baderneiros..."; "Apesar da grande maioria de manifestantes pacíficos, uma minoria de vândalos..."; "Após tantas horas de protesto tranqüilo, alguns poucos desordeiros..."; e outras análogas. A impressão que dá é que grupinhos isolados de gente agressiva, má e perversa têm se aproveitado da gloriosa mobilização popular para promover seus crimes. Isso é verdade. O que não é verdade é que apenas esses grupinhos – que não são nada isolados – têm promovido arruaça. E por uma questão simples: no seio de uma turba exaltada, composta na maior parte por gente imatura com os hormônios à flor da pele, a violência contagia e se alastra como um vírus. É o mesmo princípio da histeria coletiva.




    O estabelecimento dessa diferenciação entre vândalos e manifestantes é uma cortina de fumaça, uma vez que eles são a mesma coisa. A prática do ato de vandalismo durante uma manifestação não descaracteriza o vândalo como manifestante – ou seja, ele não deixa de fazer parte desta categoria para passar a pertencer àquela –, mas o torna um manifestante violento. É fato que existem pessoas que tomam parte desses atos violentos sem terem participado da manifestação, mas também é fato que essas pessoas só tomam parte dos atos violentos depois que eles são iniciados por manifestantes que estão ali desde o começo. Essa diferenciação artificial não contribui em absolutamente nada para a compreensão dos protestos. Muito pelo contrário: ela é feita para semear a desinformação.




    2. "O gigante acordou"?




    A quantidade de pessoas que têm participado dos protestos, bem como a sua diversidade, têm sustentado a hipótese de que a geração jovem de nossos dias adquiriu uma consciência política louvável. O peso das multidões que têm acorrido aos protestos ao redor do Brasil alimenta a idéia de que o "impávido colosso", o gigante, despertou. Será?




    Primeiro, é preciso fazer uma diferenciação: quantidade não significa qualidade. O fato de que um sentimento difuso de indignação junte uma multidão gigantesca de pessoas nas ruas não significa que essas pessoas sequer saibam o porquê de estarem protestando. E isso é visível em se tratando dos protestos que têm ocorrido ao redor do País: nove em cada dez pessoas simplesmente não fazem a mínima idéia do real motivo de estarem ali. O número pode parecer exagerado, mas, se pensarmos por um momento em como se deve raciocinar para se chegar ao motivo que balize algum protesto, veremos que o número é apropriado.




    Quando se adota um posicionamento crítico diante de qualquer coisa, é essencial responder com precisão a três perguntas: (I) o que está errado?; (II) por que está errado?; e (III) como isso deveria mudar? A primeira visa a localizar o suposto problema; a segunda objetiva analisar o suposto problema e confirmar se ele é, de fato, um problema; e a terceira serve para sugerir mudanças positivas para que o problema seja resolvido. Responder à primeira pergunta conduz à segunda, e desta à terceira, de modo que, no fim, tenhamos um motivo bem delimitado para protestar – não no sentido literal de sair em passeata, mas de se manifestar publicamente a respeito de algo.




    Entretanto, responder a essas três perguntas exige que o ser (talvez não tão) pensante tenha uma compreensão mínima da realidade em que vive, entenda em que pressupostos essa realidade está construída, estabeleça um juízo de valor a respeito desses pressupostos – por exemplo, analisando seus valores subjacentes – e, então, indique com algum nível de acurácia uma alternativa. O problema central é que esta atividade altamente complexa exige uma operação básica à qual os nossos queridos manifestantes não parecem muito afeitos: pensar. Uma evidência inequívoca disso é que quase todas as bandeiras dos protestos apontam como culpado o governo, e, no entanto, advogam que a solução é mais governo. Seria o mesmo que protestar contra a diabetes e receitar açúcar como remédio.




    3. Os partidos e a política de sempre




    O aparente sentimento antipartidário que tem sido destilado nas manifestações dos últimos dias tem sido motivo de regozijo por grande parte dos formadores de opinião e veículos de comunicação, aqui e alhures. O impedimento a alguns militantes de partidos políticos que empunhassem as bandeiras de suas legendas foi visto com excelentes olhos, como se isso representasse uma tomada de consciência política avançada por parte dos manifestantes.




    Esse pensamento é muito lindo, muito perfumado, muito cor-de-rosa, mas é uma cilada, pura e simplesmente. Por quê? Pois ignora que os grupos que orquestraram as primeiras manifestações e que ainda possuem uma participação considerável nessas concentrações públicas são herdeiros do marxismo-leninismo e do gramscismo – e isso quer dizer que dissimulação, agitação e propaganda são suas táticas de atuação mais elementares, presentes no DNA desses grupos. Ademais, é também preciso dizer que os partidos mais radicais que têm atuado nas manifestações – PSOL, PCO e PSTU – são crias da mesma chocadeira: o Partido dos Trabalhadores. Não à toa, o PT tem tido grande presença nas manifestações, o que nem sempre se dá de maneira direta – é só pesquisar e ver a quantidade de sindicatos ligados à CUT (o braço sindical do PT) ou de ONGs financiadas com dinheiro do governo federal que têm participado ativamente dos protestos.




    4. Deslocamento da realidade: "enfeitando o pavão"




    Um dos maiores fatores de crescimento das manifestações é, certamente, a cobertura que a própria mídia nacional tem dado aos protestos. O problema não está tanto na cobertura em si mesma, mas na ênfase em que ela foi feita desde o começo. Isso salta mais aos olhos quando notamos que, há mais de uma semana, há um alinhamento ideológico favorável às manifestações que é mantido às vezes ao custo da própria realidade – como a lógica artificial "manifestantes x baderneiros" da qual já se falou.




    É curioso notar como essas manifestações, a despeito do caos que têm promovido, vieram em hora bastante oportuna para o governo federal. Depois que começaram a pipocar protestos pelo Brasil, outras matérias ou foram totalmente ignoradas, ou perderam espaço considerável nos noticiários, jornais, revistas e outros meios de comunicação. No campo econômico, por exemplo, não mais se fala de como a Petrobrás está perigosamente próxima da bancarrota, ou do crescimento do endividamento interno, ou da 5ª redução consecutiva da previsão do PIB para este ano, ou da inflação à beira do descontrole, ou do câmbio – tudo isso relacionado intimamente (e, por que não?, ontologicamente) com a estatolatria tupiniquim.




    5. O patriotismo de boutique




    Eu me sinto pessoalmente ofendido quando vejo o Hino Nacional sendo utilizado em qualquer manifestação como uma espécie de escudo simbólico. Isso me ultraja como brasileiro. Não, não sou dado a afetos ufanistas, nem acho que o Brasil seja o país do futuro, ou qualquer outra baboseira nacionalista barata. Entretanto, eu amo meu país. Acho que isso é um sentimento natural e justo, o mesmo que uma pessoa sã nutre por sua família ou por sua cidade. E eu me sinto ofendido quando vejo essa demonstração de patriotismo de boutique porque ela é tão pesada e artificial quanto a maquiagem de uma prostituta em fim de carreira.




    Um sadio patriotismo se demonstra não em pretensas atitudes heróicas publicamente incensadas e amplamente propagandeadas, mas em atitudes cotidianas, sem brilho, ocultas, mas habituais e constantes. O que dá firmeza a um prédio não são as lajotas multicoloridas ou o aço escovado que decoram seu exterior, mas aquelas monótonas e desinteressantes colunas que se ocultam sob a terra e alicerçam o edifício. Essas demonstrações de admiração com a utilização do Hino Nacional nas manifestações são um louvor à aparente rijeza de estruturas encantadoramente belas, mas que foram erguidas sobre areia movediça.




    Ao fim e ao cabo, podemos resumir a situação da seguinte maneira: sentimos que as coisas estão ruins, queremos que elas mudem, mas não temos nenhum interesse sério em saber em que medida e nem de que maneira essa mudança deve acontecer. Na verdade, fazer esforço para compreender a situação é algo irrelevante: o importante é dar voz ao descontentamento, mesmo que estejamos fazendo o joguinho daquelas astutas raposas políticas que trabalham diuturnamente para consolidar seu poder. O que sobra é uma lição: é muito mais cômodo transformar a realidade do que compreendê-la – o que sempre resulta numa mudança para pior.



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    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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