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6/08/2013 - 22:22
Mudança na legislação pode ser um marco histórico
- por Jarbas Aragão
Após a posse de Hassan Rohani, o novo presidente do Irã, as ameaças de guerra com Israel voltaram à pauta. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu insiste nas três reivindicações anteriores: o desmantelamento da usina nuclear próxima à cidade de Qom, o fim do enriquecimento de urânio e a eliminação de todo o urânio enriquecido acima de 3,5%. Por sua vez, Rohani teria conseguido trazer à pauta internacional o relaxamento das sanções contra o Irã.
Como o governo iraniano não concorda, a mídia israelense aponta para um iminente ataque de Israel contra o Irã, mesmo sem apoio operacional dos EUA. O motivo seria a falta de compromisso da Administração de Barack Obama em impedir, que o Irã desenvolva armamento nuclear. Um dos indicativos para essa ruptura com os americanos seria o comportamento da Casa Branca em relação à guerra civil na Síria.
Em meio às especulações de guerra dos últimos dias, mais uma surpresa. O sacerdote ortodoxo Gabriel Nadaf e membros do Fórum de Oficiais Cristãos reuniram-se com Netanyahu nesta segunda-feira (6) e comunicaram que será feita uma campanha para encorajar os cristãos árabes a se alistarem nas forças armadas de Israel.
Após a verdadeira “batalha política” que o Parlamento enfrentou para que os judeus ultraortodoxos (que são 15% da população) tivesse de se alistar obrigatoriamente para o serviço militar, surge mais uma medida sem precedentes na história
“Vocês são cidadãos leais que querem defender o país. Eu os saúdo e apoio. Nós não vamos tolerar ameaças [do Irã] e vocês irão trabalhar para implementarmos com firmeza a lei contra aqueles que vos perseguem. Não permitiremos que o país seja dilacerado por dentro. O Estado de Israel e o primeiro-ministro estão com vocês”, declarou o primeiro-ministro.
Nadaf é um conhecido defensor da integração dos cristãos de origem árabe à vida política de Israel. Já foi criticado abertamente pelo patriarca ortodoxo de Jerusalém, autoridade máxima da igreja na região, por participar de uma atividade política que, para ele, poderia pôr em perigo outras comunidades no Oriente Médio. Também foi alvo de ataques verbais de deputados árabes e recebeu ameaças de morte por causa de sua postura.
Após o encontro com Netanyahu, enfatizou que “Nosso objetivo é proteger a Terra Santa e o Estado de Israel… Nós quebramos a barreira do medo – o Estado merece que façamos nossa parte para defendê-lo”.
Agora, será criado um fórum que inclui representantes do governo e da comunidade cristã para incentivar o alistamento de jovens cristãos para o exército israelense. De acordo com o Gabinete do Primeiro-Ministro, em 2013 apenas 100 cristãos se alistaram. O quadro pode mudar drasticamente com a aprovação da na nova lei de alistamento’, que atualmente só é aplicável aos ultraortodoxos judeus, outros grupos historicamente isentos.
Participaram da reunião com Netanyahu os presidentes do Fórum, o tenente aposentado Shadi Khalul; e do Conselho Ortodoxo da cidade de Yafia, Naji Abid.
Estima-se que 150 mil cristãos árabes [palestinos] vivam em Israel. Os palestinos são cerca de 20% dos oito milhões de cidadãos do país. Netanyahu afirmou que “trabalhará para integrar os membros da comunidade cristã”.
Os cristãos árabes pró-Israel ainda são minoria, mas essa mudança é importante e dá indícios que Israel está preocupado em aumentar o número de soldados enquanto os rumores de guerra não param de crescer. Com informações Jerusalem Post.
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