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    segunda-feira, 9 de abril de 2012

    O governo não é Deus



    O governo não é Deus


    Posted: 09 Apr 2012 02:41 AM PDT

    O governo não é Deus

    Julio Severo
    No Antigo Testamento, Deus frequentemente enviava profetas para dar recados aos reis. A maioria desses recados eram repreensões.
    No Novo Testamento, temos repetidas orientações de sermos submissos aos governantes, que em Romanos 13 são considerados "ministros de Deus". Um ministro é um servo, que trabalha em submissão a Deus.
    Por falta de esclarecimento, alguns ensinam que até mesmo um governo perverso deve ter a submissão de todos, inclusive dos cristãos. Basta mencionar a autoridade do governo e o primeiro pensamento é: Submissão total.
    Contudo, quando se menciona Deus e sua autoridade, a reação frequente é que não somos forçados a obedecer, pois temos o livre arbítrio.
    No caso de Deus, impõe-se então um livre arbítrio que desobriga a obediência às leis perfeitas de Deus.
    Mas no caso do governo, a insinuação ou ensino direto é que não existe livre arbítrio: Todos são obrigados a obedecer às leis imperfeitas do governo.
    Temos então um entendimento e interpretação imperfeitos dos papéis de Deus e do governo. Em Romanos 13, Deus não diz que Deus é servo do governo. É o contrário.
    Se há livre arbítrio no caso do governo perfeito de Deus, então muito mais no caso do governo imperfeito do homem.
    Mas sob Deus, somos chamados a ser submissos a governos que são ministros ou servos de Deus.
    O governo nazista não fazia a vontade de Deus, de modo que era obrigação os cristãos serem obedientes a Deus, não ao governo. Mas, a maioria cristã não conseguia reagir às atrocidades do governo, porque os pastores ensinavam a obediência total do cristão ao governo, numa falta de entendimento real de Romanos 13, deixando implícito que, por mais perverso que o governo fosse, ninguém tinha livre arbítrio.
    As consequências, para a Alemanha e a população cristã, foram imensas, por não colocarem as leis perfeitas de Deus acima das leis imperfeitas dos homens.
    Hoje, com os exemplos trágicos da submissão cristã à tirania anti-Deus, podemos aplicar devidamente Romanos 13 no seu contexto real:
    Devemos ser submissos ao governo e suas leis que não violam as leis de Deus.
    Aos governos que esquecem ou rejeitam seu papel de ministro de Deus, preferindo a institucionalização da iniquidade, temos de permanecer fieis às leis perfeitas de Deus e estar abertos ao mover do Espírito Santo, pois Deus sempre repreende a quem ama. Ele repreende cada um de seus servos e ministros, inclusive os governantes.
    O ministério da repreensão, sob Deus, envolve homens sendo usados por Deus para entregar repreensões aos governantes com relação à sua conduta pessoal e governamental. Envolve deixar um testemunho claro para o governo, de que os pecados promovidos pelo governante e seu governo ofendem a Deus.
    A entrega da mensagem não significa que haverá mudança no governante ou que o entregador não sofrerá consequências. Significa apenas que o entregador deve ser fiel no testemunho que Deus lhe deu para entregar ao governante.
    Elias foi um profeta grandemente abençoado por Deus. Ele foi tão fiel que não viu a morte, sendo tomado por Deus.
    Mas seu ministério poderosamente ungido não mudou o governo nem o governante. Poderia ter mudado, pois as orientações de Deus através de Elias foram perfeitas. O testemunho de Elias era perfeito.
    Elias dava testemunho a um governo centrado no culto a Baal, que envolvia sacrifício de bebês e sacerdotes homossexuais, com prostituição homossexual. É um quadro não muito diferente de hoje, onde o homossexualismo e o sacrifício de bebês por meio do aborto são tratados de modo sagrado. Temos então modernamente um culto a Baal com outro nome.
    Diante de um governo que recusa ser submisso às leis de Deus e promove ativamente a iniquidade, o testemunho cristão ao governo condenando seus pecados deve ser fiel. Os resultados dependem da resposta do governo e da sociedade. Ao entregador, cabe apenas fidelidade no seu testemunho ao governante e ao governo.
    Se fizermos nossa parte, Deus pode trazer um avivamento.
    No século 18, Deus trouxe um poderoso avivamento aos EUA, através do ministério de Jonathan Edwards e outros. Em seguida, os americanos se revoltaram contra o governo da Inglaterra, que dominava sobre eles não como servo de Deus, mas como governo tirânico. A revolta foi ocasionada por impostos injustos.
    O resultado foi bênção e o nascimento de uma nação poderosa.
    No Brasil, aprendemos a conviver com impostos injustos e vorazes, que merecem nosso protesto e repúdio. Mas, em vez de protesto e repúdio, muitos cristãos e pastores preferem dar um "jeitinho" para evitar a voracidade do Leão ladrão do imposto de renda. A conduta correta seria seguir os americanos que se revoltaram contra a tirania de impostos da Inglaterra. Ou imitar Tiradentes, que protestou contra uma cobrança absurda de 20% de impostos. Hoje, a cobrança absurda é de 40%!
    Um governo que cobra desse jeito é tirânico e escravizador. E nós, como cristãos e cidadãos, fomos chamados à liberdade com ordem, não à tirania.
    Temos, pois, chamado de Deus, para ser submissos a governos-servos e ser submissos somente a Deus diante de governos tirânicos.

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